SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  8
Télécharger pour lire hors ligne
A	 campanha	 salarial	 2015,	 o	 registro	
sindical	 e	 a	 consulta	 pública	 sobre	 carga	
horária	fazem	parte	dos	assuntos	que	serão	
discutidos	 e	 votados	 em	 duas	 grandes	
assembleias	 gerais	 convocadas	 pela	
ADUFMS	para	o	próximo	dia	15,	envolven-
do	 docentes	 iliados/as	 e	 não- iliados/as	
de	todos	os	campi	da	UFMS.	
Na	Capital	as	assembleias	ocorrerão	na	
sede	do	Sindicato,	avenida	Senador	Filinto	
Müller,	 559,	 Vila	 Ipiranga.	 Nos	 campi	 do	
interior,	elas	serão	em	espaços	indicados	
pelas	 representaçõ es	 da	 docência	 nas	
respectivas	unidades	da	UFMS.
A	primeira	assembleia	(Geral	Extraordi-
nária)	começará	às	8	horas	com	um	ponto	
de	pauta:	o	registro	sindical	no	Ministério	
do	Trabalho	e	Emprego	(MTE).	Esse	proce-
dimento	garante	a	representação	do	Sindi-
cato	perante	esse	órgão	e	em	alguns	casos	é	
condição	para	o	ingresso	de	ações	na	Justi-
ça	Federal.	
Ainda	no	dia	15	de	abril	às	9	horas	será	
realizada	a	Assembleia	Geral	Ordinária.	Os	
diretores	e	as	diretoras	da	ADUFMS	expli-
cam	que	na	Geral	Ordinária	serão	expostas	
“as	propostas	sobre	a	carreira	e	os	salários	
Professoras	e	professores	da	UFMS	
debatem	salários	no	dia	15	de	abril
Diretores	da	ADUFMS	promovem	reuniões		preparatórias	nos	campi
http://adufms.org.br					https://www.facebook.com/pro ile.php?id=100004335497807	
Campo	Grande	(MS),	abril	de	2015	–	Edição	n.	003
do	 Magistério	 Superior	 apresentadas	
pelas	entidades	nacionais	Andes	e	Proifes,	
além	dos	encaminhamentos	do	Fórum	dos	
Servidores	Públicos	Federais.	Na	oportu-
nidade	 será	 de inida	 a	 proposta	 que	 a	
ADUFMS	defenderá	em	nosso	processo	de	
mobilização”.	
Outro	 assunto	 fundamental,	 que	 será	
discutido	 e	 votado	 na	 Geral	 Ordinária	 e	
atinge	 os/as	 professores/as	 nas	 ativida-
des	de	ensino,	interferindo	na	autonomia	
da	 docência,	 é	 a	 consulta	 pública	 sobre	
carga	 horária	 de	 ensino	 do	 Magistério	
Superior	na	UFMS.	
Atualmente,	a	Resolução	n.	10,	de	30	de	
março	de	2011,	ad	referendum	(sujeita	a	
posterior	 apreciação	 de	 colegiado),	 assi-
nada	pela	presidência	do	Conselho	Diretor,	
é	a	medida	pela	qual	se	estabelece	“a	carga	
horária	 média	 anual	 em	 atividades	 de	
ensino	de	graduação”.	
Agora	a	direção	da	UFMS,	quatro	anos	
depois,	sem	ampla	discussão	por	meio	das	
instâncias	colegiadas,	o	que	seria	necessá-
rio	por	se	tratar	de	ad	referendum,	resol-
veu	 fazer	 uma	 consulta	 on-line	 sobre	 a	
Resolução	n.	10.	
UFMS	 engatinha	
no	planejamento
Plano	de	desenvolvimento	
institucional
Campanha	salarial
mobiliza	docentes
HU:	 nova	 gestão,
velhos	problemas
Foto:		ADUFMS
Página	8
Nova	carga
horária	traz
contratempos
a	estudantes
Página	8
Ensino
Página	3
Páginas	4	e	5
Páginas	6	e	7
Sindicato move
ação contra o
controle de
frequência
Atendimento	jurídico
Plano	de	carreira
Gestão	administrativa
Jornal
Sindicato	dos	Professores	das	Universidades	Federais	Brasileiras	dos	Municípios	de	Campo	Grande,	Aquidauana,	Bonito,	Chapadão	do	Sul,	
Corumbá,	Coxim,	Naviraí,	Nova	Andradina,	Paranaíba,	Ponta	Porã	e	Três	Lagoas,	no	Estado	de	Mato	Grosso	do	Sul,	 iliado	ao	Proifes-Federação
Jurídico encaminha
ação pelo pagamento
do adicional de férias
Direito
Página	2
Sindicato disponibiliza
demonstrativo de
receitas e despesas
Prestação	de	contas
Página	6
DE ITORIALD
2 Campo	Grande	(MS),	abril	de	2015
Jornal
A	Assessoria	Jurıd́ ica	começou	a	encaminhar	as	
açõ es	 individuais	 e	 coletivas	 de	 interesse	 de	
professoras	 e	 professores	 da	 UFMS	 de	 Campo	
Grande	e	dos	campi	do	interior.
As	advogadas	Ana	Silvia	Pessoa	Salgado	Moura	e	
Adriana	 Catelan	 Skowronski	 encaminharam	 à	
Justiça	ações	visando	ao	pagamento	do	adicional	de	
férias	 durante	 os	 perıó dos	 de	 afastamento	 para	
cursos	de	capacitação,	incluindo	Doutorado.	Outra	
demanda	defendendo	a	não-incidência	de	Imposto	
de	Renda	sobre	férias	e	13º	salário	tem	grandes	
chances	 de	 receber	 decisão	 favorável	 dos/as	
magistrados/as	devido	à	jurisprudência	nacional	.
A	 partir	 de	 questionamento	 da	 ADUFMS	 à	
administração	 da	 UFMS,	 a	 Progep	 começou	 a	
reconhecer	o	direito	a	férias	dos/as	afastados/as.	
As	 ações	 sobre	 essa	 questão	 visam	 a	 recuperar	
direitos	retroativos.
Os	 iliados	 e	 as	 iliadas	 prejudicados/as	 por	
decisões	administrativas	e	econômicas	da	UFMS	ou	
do	governo	federal	devem	procurar	a	Assessoria	
Jurıd́ ica.		Nos	meses	de	fevereiro	e	março,	centenas	
de	 iliados/as	da	ADUFMS	entregaram	cópias	de	
contracheques	 ao	 escritório	 de	 advocacia	 para	
aná lise	 da	 vida	 funcional.	 Diversas	 açõ es	
Encaminhadas	ações	pelo
pagamento	do	adicional	de	férias
Jurídico
E X P E D I E N T E
Presidente:	José	Carlos	da	Silva;	vice-presidenta:	Mariuza	Aparecida	Camillo	Guimarães;	secretário-geral:	Osvaldo	Nunes	Barbosa;	primeiro-secretário:	Paulo	Marcos	Esselin;	diretor- inanceiro:	Marco	Aurélio	
Stefanes;	diretor- inanceiro	adjunto:	Moacir	Lacerda;	diretor	de	Divulgação	e	Imprensa:	Antonio	Lino	Rodrigues	de	Sá;	diretor	de	Promoções	Sociais,	Culturais	e	Cientí icas:	Ronny	Machado	de	Moraes;	diretora	de	
Assuntos	de	Aposentadoria:	Lucia	Monte	Serrat	Alves	Bueno;	CPAQ	(Campus	de	Aquidauana):	Ana	Paula	Salvador	Werri;	CPAN	(Campus	do	Pantanal):	Anamaria	Santana	da	Silva;	CPTL	(Campus	Três	Lagoas):	
José	Batista	de	Sales.
Conselho	de	Representantes
CCBS	(Centro	de	Ciências	Biológicas	e	da	Saúde)	-	titular:	Maria	de	Fátima	M.	Cheade,	suplente:	Otávio	Froehlich.	CCHS	(Centro	de	Ciências	Humanas	e	Sociais)	-	titular:	Margarita	Victoria	Rodrıǵ uez,	suplente:	João	
Jair	Sartorelo.	Facom	(Faculdade	de	Computação)	-	titular:	Renato	Por irio	Ishii,	suplente:	Carlos	Alberto	da	Silva.	Fadir	(Faculdade	de	Direito)	-	titular:	Ynes	da	Silva	Félix,	suplente:	Luciani	Coimbra	de	Carvalho.	
Faeng	(Faculdade	de	Engenharias,	Arquitetura	e	Urbanismo	e	Geogra ia)	-	titular:	Jéferson	Meneguin	Ortega,	suplente:	Maria	Helena	da	Silva	Andrade.	Famed	(Faculdade	de	Medicina)	-	titular:	Aurélio	Ferreira,	
suplente:	Izaias	Pereira	da	Costa.	Famez	(Faculdade	de	Medicina	Veterinária	e	Zootecnia)	-	titular:	Valdemir	Alves	de	Oliveira.	Faodo	(Faculdade	de	Odontologia)	-	titular:	Danilo	Mathias	Zanello	Guerisoli,	
suplente:	Fátima	Heritier	Corvalan.	In i	(Instituto	de	Física)	-	titular:	Widinei	Alves	Fernandes,	suplente:	Dorotéia	de	Fátima	Bozano.	Inma	(Instituto	de	Matemática)	-	titular:	Patrıć ia	Sandalo	Pereira,	suplente:	
Karina	Miranda	D’Ippólito	Leite.	Inqui	(Instituto	de	Química)	-	titular:	Silvio	César	de	Oliveira.	Aposentados	-	titular:	Celso	Correia,	suplente:	Carlos	Stief	Neto.	Aquidauana	-	titular:	Ana	Paula	Salvador	Werri,	
suplente:	Edelberto	Pauli	Júnior.	Corumbá	-	titular:	Anamaria	Santana	da	Silva,	suplente:	Fabiano	Antonio	dos	Santos.	Três	Lagoas	-	titular:	José	Batista	de	Sales.	Bonito	-	titular:	Noslin	de	Paula	Almeida,	
suplente:	Adriano	Viana	Bednaski.	Chapadão	do	Sul	-	titular:	Paulo	Carteri	Coradi,	suplente:	Octávio	Barbosa	Plaster.	Naviraí	-	titular:	Roseli	Maria	Rosa	de	Almeida,	suplente:	Celia	Regina	de	Carvalho.	Nova	
Andradina	-	titular:	Gemael	Chaebo.	Paranaíba	-	titular:	Julio	César	de	Souza,	suplente:	Elton	Gean	Araújo.	Ponta	Porã	-	titular:	Amaury	Antônio	de	Castro	Junior,	suplente:	Kleiton	Andre	Schneider.	
Editores	responsáveis:	jornalistas	Gerson	Canhete	Jara	MTE-MS	3/1994	e	Arnor	da	Silva	Ribeiro	MTE-MS	18.	
Diagramação:	Carlão	Valério.
Gestão Autonomia Sindical - ADUFMS, biênio 2014-2016
O Jornal ADUFMS é uma publicação oficial do Sindicato dos Professores das Universidades Federais Brasileiras dos Municípios
de Campo Grande, Aquidauana, Bonito, Chapadão do Sul, Corumbá, Coxim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e
Três Lagoas, no Estado de Mato Grosso do Sul (http://adufms.org.br e https://www.facebook.com/profile.php?id=100004335497807)
Endereço: avenida Senador Filinto Müller, 559, Vila Ipiranga , CEP: 79080-190,
Campo Grande, Mato Grosso do Sul, fone (67) 3346-1514, fone/fax (67) 3346-1482
E-mails: adufms@adufms.org.br e imprensa@adufms.org.br
Jornal
É	preciso	navegar!
Remodelado,	novo	site	da	ADUFMS	está	na	web
Um	novo	site	da	ADUFMS	surgiu	a	partir	de	março	na	
web	com	reformulações	que	privilegiam	a	democrática	
interface	 com	 professores	 e	 professoras	 da	 UFMS,	
técnicos/as	administrativos/as,	alunos/as	dessa	institu-
ição	 pú blica	 de	 ensino	 superior,	 estendendo-se	 ao	
público	 geral	 das	 sociedades	 mundo	 afora.	 Um	 dos	
aspectos	 mais	 signi icantes	 desse	 sıt́ io	 é	 a	 interação,	
prática	cada	vez	mais	presente	no	mundo	contemporâ-
neo,	via	internet.	Inteiramente	redesenhado,	o	site	ocupa	
o	mesmo	endereço	do	anterior:	adufms.org.br.
Se	 desejar	 iliar-se	 ao	 Sindicato,	 o	 professor	 e	 a	
professora	podem	clicar	em	FILIE-SE	e	terá	acesso	à	 icha	
para	preenchimento,	registrando	o	cadastro	no	sistema	
da	ADUFMS,	o	que	permite	que	só	a	Secretaria	da	entida-
de	tenha	acesso	às	informações.
O	desenho,	a	arte,	a	montagem,	en im,	toda	a	concep-
ção	e	a	remodelagem	do	adufms.org.br,	tornaram	esti-
mulantes	 a	 navegação	 e	 a	 leitura	 dos	 conteúdos,	 com	
destaque	nas	imagens	(eslaides	na	parte	superior)	para	
assuntos	que	envolvem	extensa	pauta	de	demandas	da	
categoria	docente	da	UFMS.	Não	menos	importantes	são	
os	campos	destinados	aos	banners	laterais	e	as	informa-
ções	sobre	convênios	que	bene iciam	diretamente	a	docência	da	Federal	de	Mato	Grosso	do	Sul.
Em	sıń tese	o	sıt́ io	ADUFMS	abarca	página	inicial	com	notıć ias-destaque,	fotos,	banners	com	
temas	pontuais	(os	quais	terão	conteúdos	como	campanha	salarial	e	campanha	de	 iliação),	rede	
social	(facebook	da	entidade),	acesso	ao	Jornal	ADUFMS,	a	página	“Sindicato”,	com	informações	
sobre	a	Diretoria	e	estatuto	para	download,	incluindo	outros	links	cujos	conteúdos	ainda	vamos	
elaborar.	Além	de	tudo	isso,	o	sistema	de	busca	 icou	mais	e iciente	e	dinâmico.
individuais	 já	 foram	 encaminhadas,	 entre	 elas,	
reclamaçõ es	 de	 aposentadorias	 com	 valores	
inferiores	ao	tempo	e	ao	histórico	de	contribuição,	
contagens	 erradas	 do	 tempo,	 supressã o	 de	
vantagens	já	conquistadas	e	progressão	funcional	
negada.	 Có pias	 de	 documentos	 relativos	 à	
reivindicaçã o	 do	 adicional	 de	 insalubridade,	
enviadas	 por	 vários/as	 docentes	 da	 UFMS	 estão	
sendo	 estudadas	 pelo	 escritó rio	 de	 advocacia	
visando	a	possıv́ eis	ações	judiciais.
Um	grupo	de	professores/as	que	tomou	posse	
em	 dezembro	 de	 2003	 já 	 está 	 demandando	
judicialmente	o	pedido	de	aposentadoria	com	valor	
integral	 e	 paridade,	 com	 base	 na	 Emenda	
Constitucional	41.	
Segundo	 as	 advogadas	 Ana	 Silvia	 e	 Adriana,	 a	
intençã o	 é 	 estender	 o	 atendimento	 aos/à s	
professores/professoras	 dos	 campi	 da	
Universidade	 Federal	 de	 Mato	 Grosso	 do	 Sul	 do	
interior	pelo	sistema	de	mutirão	a	ser	combinado	
com	a	direção	da	ADUFMS.	
Maiores	informações,	entre	em	contato	com	a	
Secretaria	da	ADUFMS.
Os	fronts	de	nossas	lutas!
O	ano	de	2015	já	iniciou	com	muitas	atividades	
no	Sindicato.	Em	30	e	31	de	janeiro,	participamos	da	
reunião	do	Proifes,	na	qual	se	empossaram	o	novo	
Conselho	Deliberativo	e	a	direção	da	Federação	para	
o	 perı́odo	 2015-2018.	 Naquela	 oportunidade,	
discutiram-se	 as	 propostas	 de	 lutas	 da	 categoria	
para	2015.
Participamos	 também	 do	 34º	 Congresso	 do	
Andes-SN	que	aconteceu	em	Brasıĺ ia	de	23	a	28	de	
fevereiro.	Nesse	evento,	debateram-se	a	conjuntura	
nacional	e	as	lutas	a	ser	empreendidas	para	garantir	
conquistas	aos/às	docentes	do	Magistério	Superior.	
Essas	 atuações	 foram	 importantes	 para	 nos	
situar	diante	das	demandas	para	o	próximo	perıó do.	
Este	ano	estão	em	pauta	a	campanha	salarial	e	a	
necessidade,	para	além	do	salário,	de	retomarmos	a	
carreira	do	Magistério	Superior,	resgatando	alguns	
dos	 direitos	 perdidos	 em	 2012	 e	 avançando	 em	
direção	a	uma	carreira	atraente	para	pro issionais	
de	excelência,	com	o	objetivo	de	alcançar	a	universi-
dade	 pública	 ideal,	 gratuita,	 mas,	 sobretudo,	 de	
qualidade.
A	campanha	salarial	e	a	adequação	da	carreira	
exigem	 intensa	 mobilização	 para	 que	 o	 governo	
(patrão)	 se	 sente	 à	 mesa	 para	 negociar.	 Entre	 as	
propostas	 está	 o	 reajuste	 linear	 de	 27,3%	 que	 o	
governo	já	adiantou	que	não	será	possıv́ el,	o	que	
implica	maior	mobilização	e	organização	dos/das	
servidores/as	públicos/as	federais.	
	 	Nas	lutas	locais	temos	algumas	questões	em	
pauta	que	também	exigirão	de	nós	ações	contun-
dentes.	O	controle	de	frequência,	que	já	tıń hamos	
dado	como	certa	sua	extinção	em	função	de	decisão	
do	Conselho	Diretor	(CD),	que	resultou	na	Resolu-
ção	 176/14,	 mas,	 qual	 não	 foi	 nossa	 surpresa,	
quando	da	publicação	de	nova	Resolução,	a	181/14,	
tornando	sem	efeito	a	176.	Continuaremos	lutando	
para	fazer	valer	o	Decreto	n.	1.867/96,	que	dispensa	
os/as	docentes	do	controle	de	ponto.
Outra	demanda	que	se	apresenta	aos/às	docen-
tes	 é	 no	 que	 se	 refere	 às	 resoluções	 400/13	 e	
326/14,	que	tratam	respectivamente	da	hora-aula	
de	 60	 minutos	 e	 da	 sua	 regulamentação.	 Alguns	
equıv́ ocos	 marcaram	 o	 inıć io	 do	 ano	 letivo,	 com	
alunos/as	correndo	atrás	de	aulas	para	complemen-
tar	 a	 carga	 horária	 de	 seu	 curso	 porque	 foram	
informados	 de	 que,	 em	 função	 das	 aulas	 de	 50	
minutos	que	tiveram,	estavam	com	de icit	de	carga	
horária.	Entendemos	que	deveriam	ter	sido	consti-
tuıd́ as	comissões	para	proceder	ao	devido	aprovei-
tamento	 da	 carga	 horária	 dos/as	 estudantes,	
conforme	as	normas	vigentes	e	o	plano	de	trabalho,	
nos	casos	em	que	fosse	necessária	a	complementa-
ção,	tendo	em	vista	que	a	migração	foi	uma	decisão	
da	 Universidade	 e	 não	 do/da	 aluno/a.	 Como	 as	
cargas	 horárias	 das	 disciplinas	 foram,	 em	 sua	
grande	 maioria,	 alteradas	 de	 50	 minutos	 para	 a	
hora-aula	de	60	minutos,	o/a	professor/a	tem	de	
atender	a	quatro	turmas.	Portanto,	houve	sobrecar-
ga	para	a	docência.
Radig
3Campo Grande (MS), abril de 2015
Jornal
O	PDI	2015-2019	(Plano	de	Desenvolvi-
mento	Institucional)	lança	desa ios	ousados	
para	 serem	 cumpridos	 em	 cinco	 anos	 pela	
UFMS.	 Considerado	 como	 sonho	 pela	 atual	
reitoria,	o	Plano	apresenta	metas	ambiciosas,	
como	 a	 criação	 de	 36	 novas	 graduações,	
ampliação	 de	 mais	 1540	 vagas	 para	 alu-
nos/as	 e	 a	 criação	 de	 mais	 de	 53	 pó s-
graduações,	sendo	16	lato	sensu,	22	doutora-
dos	e	31	mestrados,	com	a	previsão	de	430	
novas	vagas.	
Em	relação	ao	de	2010-2014,	o	PDI	2015-
2019	 teve	 avanços	 do	 ponto	 de	 vista	 de	
formulação,	com	conteúdos	mais	elaborados	
e	 objetivos,	 detalhamento	 de	 patrimônio	 e	
bene iciados/as.	 No	 entanto,	 carece	 de	
avaliação	comparativa	entre	os	indicadores	
dos	 ú ltimos	 anos,	 se	 cumpridos	 ou	 não,	
avanços,	 de iciências	 e	 ajustes	 necessários.	
Apesar	de	bem-elaborado,	ainda	não	passa	
de	um	levantamento	de	demandas.	O	Plano	
2015-2019	 não	 é	 um	 conjunto	 de	 ações	
passıv́ eis	de	execução.			No	PDI	as	priorida-
des	 somente	 foram	 apresentadas,	 mas	 não	
foram	 discutidas	 e	 votadas	 no	 Conselho	
Diretor	(CD).
Para	 o	 diretor	 da	 	 professor	ADUFMS,
Marco	Aurélio	Stefanes,	a	história	recente	da	
UFMS	tem	mostrado	a	criação	média	de	três	
cursos	de	pós-graduação	por	ano.		Logo,	mais	
de	53	novos	cursos	em	quatro	anos	é	meta	
inatingıv́ el	até	2019,	principalmente	com	o	
compromisso	de	elevar	o	conceito	da	Capes	
(de	3,6	em	2015	para	3,8	em	2019)	e	aumen-
tar	o	Conceito	Preliminar	de	Curso	(CPC)	de	
3,6	em	2015	para	4	em	2019.	O	CPC	serve	de	
base	para	o	cálculo	do	Indice	Geral	de	Cursos	
Avaliados	da	Instituição	(IGC)	da	graduação.		
Nessas	projeções,	é	preciso	considerar	que	o	
nú mero	 de	 previsõ es	 de	 contratação	 de	
docentes	pelo	PDI	chega	a	260	vagas	para	o	
perı́odo	 2015-2019.	 O	 dirigente	 sindical	
acrescenta	que	todo	o	processo	de	ampliação	
na	pós-graduação	depende	da	expansão	de	
bolsas,	com	o	governo	federal	já	anunciando	
o	cancelamento	de	novas	bolsas	para	2015.		
Entre	 as	 razões	 apontadas	 por	 Stefanes	
está	a	redução	de	investimentos	na	área	de	
educação	por	parte	da	União,	seguida	pelas	
condições	às	quais	está	submetido	o	corpo	
docente,	com	elevação	do	número	mıń imo	de	
UFMS	engatinha	no	planejamento
aulas	semanais	de	oito	até	mesmo	para	20	
horas,	em	algumas	situações,	como	no	caso	
da	Filoso ia	do	Centro	de	Ciências	Humanas	e	
Sociais	(CCHS),	no	Campus	de	Campo	Gran-
de.	Com	isso,	sobe	a	pressão	pela	produção	
acadêmica,	missão	apontada	no	próprio	PDI,	
mas	em	condições	adversas	para	o	desenvol-
vimento	 da	 pesquisa	 e	 da	 extensão.	 Boa	
parte	da	jornada	de	trabalho	é	consumida	em	
produção	de	relatórios,	elaboração	de	proje-
tos	com	orçamentos	detalhados,	correção	de	
pilhas	 de	 provas	 e	 trabalhos,	 prestação	 de	
contas,	 lançamentos	 de	 presença	 de	 alu-
nos/as	no	sistema,	fatores	burocráticos	que	
comprometem	a	qualidade	da	produção	de	
conhecimento.
				O	presidente	da	ADUFMS,	José	Carlos	da	
Silva,	 con irma	 a	 sobrecarga	 do/a	 profes-
sor/a	 da	 Federal	 de	 Mato	 Grosso	 do	 Sul,	
motivada	 por	 medidas	 administrativas,	
como	aumento	da	carga	horária	e	da	relação	
professor/a-aluno/a,	 em	 decorrência	 da	
ampliação	 de	 vagas,	 ingressos	 de	 novas	
turmas	 por	 semestre	 e	 a	 criação	 de	 novos	
cursos,	 sem	 a	 devida	 contratação	 de	 mais	
docentes.	
Mesmo	 com	 a	 abertura	 de	 concursos,	 a	
estrutura	 fı́sica	 dos	 institutos,	 faculdades,	
centros	e	outros	setores	universitários	não	
acompanhou	a	evolução,	causando	a	falta	de	
salas	para	professores/as,	salas	de	reuniões	
e	salas	para	grupos	de	pesquisa.	
A	 situação	 di iculta	 o	 cumprimento	 de	
metas	que	elevariam	em	1	736	o	número	de	
projetos	de	pesquisa	no	perıó do	2015-2019	
e	aumentariam	os	grupos	de	pesquisa	para	
1860.		Também	há	de	se	considerar	a	situa-
ção	das	bibliotecas	fıś ica	e	digital,	cuja	meta	
de	ampliação	é	tıḿ ida,	com	volume	de	acervo	
devendo	subir	de	4,8%	para	5,2%	em	cinco	
anos.	E	o	acervo	digital	de	45%	reduzindo	
para	29%,	um	contrassenso.	
Além	das	condições	fıś icas	e	desumanas	
de	 trabalho,	 outro	 desa io	 que	 precisa	 de	
avaliação	mais	profunda:	o	enfrentamento	à	
evasão	 de	 acadêmicos/as	 e	 de	 professo-
res/as	das	unidades	universitárias	da	Capi-
tal	 e	 campi	 do	 interior.	 	 O	 PDI	 2010-2014	
apontou	 a	 necessidade	 de	 elaboração	 de	
estudos	para	identi icar	as	causas	da	saıd́ a	de	
discentes,	 principalmente	 nos	 cursos	 de	
ciências	exatas.	A	meta	é	reduzir	a	evasão	de	
21%	em	2015	para	17%	em	2019.		
Um	paradoxo	é	que	na	Fıś ica,	do	Campus	
de	 Campo	 Grande,	 de	 um	 total	 de	 25	 alu-
nos/as	que	entram	por	turma,	apenas	seis	
conseguem	 completar	 a	 graduação.	 Em	
parceria	 com	 a	 coordenação	 do	 curso,	 os	
professores	e	as	professoras	formaram	um	
nú cleo	 para	 amenizar	 a	 quantidade	 de	
desistências,	 mas	 as	 aulas	 de	 reforço	 e	 de	
recuperaçã o	 mostram-se	 ine icazes.	 A	
herança	do	de icit	de	aprendizagem	trazido	
pela	estudante	e	pelo	estudante	dos	ensinos	
fundamental	 e	 médio	 impede	 melhores	
desempenhos.	As	universitárias	e	os	univer-
sitários	 têm	 menos	 aproveitamento,	 com	
di iculdade	 de	 resolver	 questões	 básicas	
como	álgebra	e	cálculo.	Outra	situação	é	a	
saıd́ a	dos/as	alunos/as	com	melhor	aprovei-
tamento	para	outras	graduações	com	mais	
apelos	 e	 status	 no	 mercado	 de	 trabalho,	
como	a	Engenharia	Civil.	
Na	avaliação	do	coordenador	do	curso	de	
Pedagogia	 da	 UFMS,	 Antô nio	 Carlos	 do	
Nascimento	Osório,	os	desa ios	para	a	insti-
tuição	 melhorar	 a	 qualidade	 de	 ensino	
devem	ir	além	do	PDI	e	da	necessidade	de	
controle	sobre	a	docência.	O	clima	de	ameaça	
deve	ser	substituıd́ o	por	uma	nova	cultura	
acadêmica,	que	rompa	com	a	fragmentação,	
o	 individualismo	 e	 o	 processo	 alienante	
dentro	 da	 instituição,	 rede ina	 o	 papel	 da	
Universidade	na	sociedade	e	o	per il	do/da	
aluno/a	que	se	quer	formar	para	a	socieda-
de.	
Atualmente	 a	 UFMS	 se	 restringe	 a	 uma	
visão	mercadológica	e	pouco	cidadã.	“Vive-
mos	hoje	o	pacto	da	mediocridade.	Muitos	
professores	 ingem	 que	 ensinam	 e	 alunos	
que	 ingem	que	aprendem.”
Para	enfrentar	a	apatia	e	se	adequar	ao	
novo	pú blico	egresso	do	Sisu	(Sistema	de	
Seleção	Uni icada),	Osó rio	sugere	o	com-
promisso	de	todos	os	atores	da	comunida-
de	universitária	com	base	na	construção	
c o l e t i v a , 	 r e s p o n s a b i l i d a d e s 	 d e	
todos/todas,	acompanhadas	da	democra-
tizaçã o	 das	 decisõ es	 e	 acima	 de	 tudo	
valorizando	 o/a	 professor/a,	 submeti-
do/a	a	processo	de	exploração	sem	prece-
dentes.
PDI	prevê	expansão	de	atendimento	no	RU	e	na	Biblioteca.	Atualmente	essas	unidades
estão	sobrecarregadas	para	atender	a	comunidade	universitária
Plano	de	Desenvolvimento	Institucional
Fotos:	Divulgação	ADUFMS
Campanha	salarial	mobiliza	docentes
Defasagem	nos	vencimentos	não	foi	reconhecida	pelo	governo	federal
4 Campo	Grande	(MS),	abril	de	2015
Jornal
Sindicato	discute	campanha	salarial	com	docentes	de	Aquidauana
Fotos:	Divulgação	ADUFMS
Presidente	da	ADUFMS,	José	Carlos,	presta	conta	de	ações	a	docentes	de	Três	Lagoas	
A	campanha	salarial	2015	dos	docentes	e	das	
docentes	 da	 UFMS	 centra-se	 na	 reposição	 das	
perdas	salariais	acumuladas	de	27,3%,	baseadas	
no	 Indice	 Nacional	 de	 Preços	 ao	 Consumidor	
Amplo	(IPCA)	e	na	reestruturação	da	carreira.	O	
eixo	 tático	 do	 movimento	 reivindicatório	 está	
sendo	apresentado	à	categoria	pela	diretoria	da	
ADUFMS.	Até	agora	houve	reuniões	com	profes-
soras	 e	 professores	 de	 Aquidauana,	 Campo	
Grande,	Ponta	Porã	e	Três	Lagoas	para	discutir	
assuntos	relacionados	à	mobilização	deste	ano.			
O	 trabalho	 organizativo	 de	 integrantes	 da	
diretoria	e	do	Conselho	de	Representantes	nos	
campi	é	um	forte	componente	nessa	caminhada.	
Em	Três	Lagoas,	onde	houve	o	primeiro	desses	
encontros,	 o	 diretor	 da	 ADUFMS	 naquele	
campus,	 José	 Batista	 de	 Sales,	 conversou	 com	
professoras/es	sobre	a	importância	da	partici-
pação	delas/deles	na	proposição	de	ideias	que	
venham	a	somar	na	organização	por	conquistas	
salariais	e	de	carreira,	além	da	defesa	de	uma	
universidade	pública	de	qualidade	e	democráti-
ca.	Participaram	da	reunião	em	Três	Lagoas	José	
Carlos	da	Silva	e	Marco	Aurélio	Stefanes,	respec-
tivamente	 presidente	 e	 diretor- inanceiro	 do	
Sindicato.	No	Campus	de	Campo	Grande,	profes-
sores,	 professoras	 e	 a	 diretoria	 da	 ADUFMS	
estão	 em	 constantes	 reuniões	 para	 discutir	 a	
campanha	salarial.			
No	 Oeste	 do	 Estado,	 em	 Aquidauana,	 a	
diretora	 do	 Sindicato,	 Ana	 Paula	 Salvador	
Werri,	e	o	suplente	do	Conselho	de	Represen-
tantes,	Edelberto	Pauli	Jú nior,	ambos	daquele	
campus,	 mobilizaram	 as/os	 docentes	 para	 a	
reunião	com	Marco	Aurélio	Stefanes.		
Na	fronteira,	em	Ponta	Porã,	o	encontro	de	
docentes	 com	 José	 Carlos	 e	 Marco	 Aurélio	 foi	
articulado	pelo	titular	do	Conselho	de	Represen-
tantes	 naquele	 campus,	 Amaury	 Antô nio	 de	
Castro	Junior.
Entre	 outros	 assuntos	 acerca	 da	 campanha	
salarial	 2015,	 as	 diretoras	 e	 os	 diretores	 do	
Sindicato	 vêm	 apresentando	 à 	 categoria	 a	
defasagem	de	27,3%	nos	vencimentos,	que	não	
foi	reconhecida	pelo	Ministério	do	Planejamen-
to,	Orçamento	e	Gestão	(MPOG)	em	reunião	com	
32	entidades	 que	compõem	o	Fórum	Nacional	
dos/as	 Servidores/as	 Pú blicos/as	 Federais,	
mais	14	organizações	sindicais	e	cinco	centrais.
No	 Campus	 de	 Ponta	 Porã,	 Marco	 Aurélio	
explicou	que	a	partir	do	RJU	a	carreira	dos/as	
docentes	apresentava	certa	lógica	nas	mudanças	
de	 classes	 e	 nı́veis,	 com	 os	 steps	 (degraus).	
Sucessivas	 negociações	 celebradas	 romperam	
com	essa	polı́tica	e	permitiram	reajustes	diferen-
ciados	na	tabela	de	carreira,	agravamento	esse	
ocorrido	a	partir	de	2006.	Com	as	modi icações,	
grupos	de	professores/as	em	menor	quantidade	
no	 quadro,	 como	 associados/as,	 receberam	
reajustes	 maiores,	 enquanto	 grupos	 maiores,	
como	 adjunto/as,	 pegaram	 ı́ndices	 menores,	
aumentando	 as	 distorções	 salariais	 no	 acordo	
vigente.
Os/as	dirigentes	da	ADUFMS	não	descartam	a	
entrada	 em	 estado	 de	 greve	 e	 paralisações	 a	
partir	 de	 abril	 como	 forma	 de	 pressionar	 o	
governo	a	antecipar	as	negociações.	A	proposta	
será	 avaliada	 em	 assembleias	 da	 categoria	 no	
próximo	 dia	 15	 nos	 campi	 de	 Campo	 Grande,	
Aquidauana,	Três	Lagoas,	Ponta	Porã,	Corumbá,	
Paranaı́ba,	 Chapadão	 do	 Sul,	 Nova	 Andradina,	
Naviraı	́e	Coxim.
Crise	 midiática	 e	 campanha	 difamatória	
contra	docentes	-	As/os	dirigentes	da	ADUFMS	
alertam	que	os/as	servidores/as	públicos/as	não	
podem	arcar	com	erros	cometidos	pelo	governo	
no	campo	econômico.	Avaliam	que	existe	cenário	
midiático	de	agravamento	da	crise	para	justi icar	
a	polı́tica	de	arrocho	salarial	sobre	a	categoria.
Os/as	 sindicalistas	 criticam	 a	 decisão	 do	
governo	central	de	reduzir	os	gastos	da	folha	de	
pagamento	em	relação	ao	Produto	Interno	Bruto	
(PIB),	 que	 já	 vem	 apresentando	 queda	 nos	
últimos	anos,	de	4,8%	para	4,2%.	Outro	indica-
dor	é	a	relação	folha-dıv́ ida	pública	que	hoje	é	de	
36%,	 mas	 que	 já	 atingiu	 50%	 nos	 governos	
anteriores,	sem	falar	na	reserva	cambial	disponı-́
vel,	 lembrando	 que	 a	 alta	 do	 dólar	 tem	 sido	
provocada	 pela	 polı́tica	 adotada	 pela	 União	
Europeia	(UE),	Japão	e	China.
Além	 disso,	 o	 Executivo	 federal	 dispõe	 de	
outros	mecanismos	para	equilibrar	o	caixa,	como	
reduzir	incentivos	 iscais,	taxar	grandes	fortunas,	
aumentar	 o	 Imposto	 Territorial	 Rural	 (ITR)	 e	
reduzir	 o	 comprometimento	 da	 receita	 com	 o	
pagamento	da	dıv́ ida	interna	com	banqueiros.
As/os	sindicalistas	da	ADUFMS	alertaram	sobre	
as	 crıt́ icas	 que	 a	 grande	 mıd́ ia,	 ligada	 a	 grandes	
anunciantes	 privados	 da	 educação,	 já	 começa	 a	
fazer	contra	os	gastos	nas	instituições	federais	de	
ensino	 superior	 (Ifes)	 com	 folha	 de	 pagamento,	
ressaltando	que	no	Brasil	a	Educação	tem	que	ser	
vista	 como	 investimento	 e	 não	 como	 despesa,	
porque	a	quantidade	de	vagas	no	ensino	superior	
praticamente	 triplicou,	 todavia	 em	 quantidade	
insu iciente.	O	ensino	superior	se	interiorizou.	Há	
carência	de	mão	de	obra	quali icada,	sendo	natural	
que	 a	 União	 despenda	 mais	 recursos	 no	 setor,	
previstos	no	orçamento	com	novas	fontes	(Pré-Sal,	
por	exemplo).	Continuação	na	página	5.
5Campo Grande (MS), abril de 2015
Jornal
Diretoria	da	ADUFMS	e	apoiadores/as	planejam	campanha	salarial
O	 Magistério	 Superior	 cumpre	 seu	 papel	
social.	Além	de	aumentar	a	hora-aula	ministrada,	
com	números	maiores	de	alunos/as	em	sala,	a	
docência	das	Ifes	praticamente	dobrou	a	produ-
çã o	 acadêmica,	 respondendo	 por	 80%	 das	
pesquisas	realizadas	no	paı́s.	Mesmo	em	condi-
çõ es	 fı́sicas	 e	 administrativas	 adversas,	 as	
universidades	públicas	federais	mantêm	o	bom	
desempenho	 e	 as	 melhores	 avaliaçõ es	 nos	
ensinos	de	graduação	e	de	pós-graduação.
Fracionamento	 de	 reajuste	 escamoteia	
perdas	salariais	-	O	último	acordo	que	estabele-
ce	reajuste	da	docência	das	Ifes	em	três	parcelas	
–	 a	 última	 foi	 inclusa	 na	 folha	 de	 pagamento	
referente	a	março,	vencimentos	creditados	em	
abril	–	“esconde”	graves	distâncias	em	relação	à	
realidade	in lacionária	e	assimetrias	referentes	à	
carreira.	Conforme	dados	apresentados	no	blog	
do	Andes-SN	Seção	Sindical/UFRGS	(Universida-
de	Federal	do	Rio	Grande	do	Sul),	“a	porcenta-
gem	do	reajuste	de	março/2015	varia	segundo	
as	classes	e	os	nıv́ eis:	de	2,3%	(sim,	leram	bem:	
2,3%)	a	6,9%.	Ou	seja:	[a	maioria	das	classes	e	
dos	nıv́ eis	de	docentes	[perdeu]	para	a	in lação!	
Os/as	 docentes	 doutores/as	 Associados/as	 1	
recebem	o	menor	reajuste:	2,3%.	Os/as	Adjun-
tos/as	 A	 doutores/as	 (docentes	 ingressantes)	
recebem	o	segundo	pior	reajuste:	4%.	Os	titula-
res	recebem	o	‘maior’	reajuste:	6,9%”.
Só	 nos	 dois	 primeiros	 anos	 de	 vigência	 do	
acordo	 irmado	 na	 última	 campanha	 salarial,	
com	base	na	lei	12.772/12,	os/as	professores/as	
já	acumularam	perdas	salariais	de	7,7%	do	IPCA.	
A	partir	da	greve	de	2012,	houve	reajustes	que	
variaram	 entre	 25%	 e	 40%	 divididos	 em	 três	
vezes.	Além	disso,	a	docência	sofre	com	perdas	
anteriores	a	2012.
Vale	 enfatizar	 que	 já	 “no	 reajuste	 de	 mar-
ço/2014,	os	Adjuntos	A	(4,1%)	e	os	auxiliares	1	e	
D-I	1	(5,8%)	perderam	para	a	in lação,	e	que	os	
Professores	Assistentes	1	Mestre	e	Associados	1,	
D-II	1	e	D-IV	1	(7,4	e	7,9%	de	reajuste)	empata-
ram	com	a	in lação”.
Além	de	a	proposta	do	governo	provocar	mais	
perdas	acumuladas,	não	fosse	a	greve	de	2012,	o	
Executivo	nacional	não	teria	desistido	da	trans-
formaçã o	 dos	 adicionais	 de	 insalubrida-
de/periculosidade	em	valores	nominais,	preju-
diciais	à	categoria.		
O	 Andes	 propõe	 piso	 de	 R$	 3.182,81	 para	
professor/a	 graduado/a	 (20	 horas),	 valor	 que	
corresponde	 ao	salário	 mı́nimo	 calculado	 pelo	
Departamento	 Intersindical	 de	 Estatı́stica	 e	
Estudos	Socioeconômicos	(Dieese),	 referente	a	
fevereiro	deste	ano.	A	partir	desse	piso	gera-se	
step	de	5%	entre	nıv́ eis.	Além	disso,	demanda-se	
incremento	de	100%	para	o	professor	com	40	
horas	e	de	210%	para	DE,	além	das	retribuições	
por	titulação.
Estão	 inclusos	 na	 pauta	 reivindicatória	 do	
Andes	 assuntos	 relacionados	 à	 autonomia	 das	
universidades.	De	acordo	com	o	InformANDES	
especial	 (março	 de	 2015),	 “o	 governo	 federal	
mantém	o	discurso	vazio	da	defesa	da	autonomia	
nas	instituições	federais	de	ensino,	incentivando	
a	 Andifes	 [Associação	 Nacional	 dos	 Dirigentes	
das	Instituições	Federais	de	Ensino	Superior]		a	
investir	numa	pretensa	Lei	Orgânica,	e	na	prática	
cria	 uma	 série	 de	 mecanismos	 por	 meio	 de	
decretos,	portarias,	instruções	normativas	e	até	
mesmo	projetos	de	lei,	que	limitam	a	autonomia	
didático-cientı́ ica,	 administrativa	 e	 de	 gestão	
inanceira	 e	 patrimonial,	 atentando	 contra	 o	
princı́pio	 da	 indissociabilidade	 entre	 ensino	
pesquisa	e	extensão”.
Federação	propõe	organização	de	salários	-	
O	 Proifes	 norteia	 suas	 reivindicaçõ es	 para	 o	
governo	federal,	triênio	2016-2018,	a	partir	da	
proposta	de	“organizar	a	malha	salarial,	com	
percentuais	 de inidos	 entre	 os	 salá rios	 de	
docentes	 das	 diferentes	 classes	 e	 nı́veis,	 a	
retribuição	de	titulação	
(RT)	 e	 o	 vencimento	
básico	(VB)	e	as	remu-
n e r a ç õ e s	 d o s	 t r ê s	
regimes	 de	 trabalho”:	
20	 horas,	 40	 horas	 e	
dedicação	exclusiva.	
O	 propó sito	 seria	
corrigir	 distorçõ es	
originá rias	 no	 ú ltimo	
pacto	 irmado	 com	 o	
Executivo	central	válido	
até	 2015,	 cujo	 reajuste	
está	aquém	do	desejado	
pelos	 docentes	 e	 pelas	
docentes	 das	 universi-
dades	federais.	
A	análise	do	Proifes,	
em	 cartilha	 sobre	 a	
campanha	 salarial,	
aponta	que	a	vinculação	
de	 “todos	 os	 demais	
salá rios	 –	 de	 forma	
automá tica	 –	 ao	 piso	
salarial	 da	 categoria	
(salá rio	 do	 graduado,	
auxiliar	 1	 ou	 D	 I	 1,	 em	
regime	de	20h)	fará	com	
que	as	próximas	negoci-
ações	sejam	muito	mais	
simples	 e	 objetivas,	
alé m	 de	 estabelecer	
degraus	 mais	 justos	 e	
s i m i l a re s	 e n t re	 a s	
re m u n e ra ç õ e s 	 d a s	
diversas	classes,	nıv́ eis,	
titulações	e	regimes	de	
trabalho”.
G a n h o s 	 s a l a r i a i s	
pretendidos	 para	 o	
triênio	 2016-2018	
(itens	 retirados	 na	
íntegra	da	cartilha	do	
Proifes)
•	 Nenhum	 docente	
terá,	 em	 janeiro	 de	
2016,	 aumento	 real	
(ou	seja,	sem	contar	
a	in lação)	inferior	a	
4%,	 em	 relaçã o	 a	
março	de	2015,	o	que	
signi icará	 mais	 de	
10%	nominais.	O	aumento	salarial	nominal	
médio	dos	professores	federais	nesse	perı́o-
do	será	bem	superior,	por	conta	da	correção	
da	 malha	 salarial:	 (cerca	 de)	 27%.	 Isso	
corresponde	a	uma	elevação	real	média	dos	
salários	de	(cerca	de)	21%;
•	Em	janeiro	de	2017,	pela	proposta,	todos	
terão	 novo	 aumento	 real,	 descontada	 a	
in lação,	 adicional	 de	 2%	 (em	 relação	 a	
janeiro	de	2016),	sendo	que	os	docentes	em	
regime	 de	 dedicação	 exclusiva	 (DE)	 terão	
outros	5%,	perfazendo,	para	estes,	(cerca	de)	
7%	de	aumento	real;	e
•	Em	janeiro	de	2018,	repete-se	o	aumento	
real,	descontada	a	in lação,	de	2%	(desta	vez	
Comparação	 do	 padrão	 remuneratório	 do	 professor	 doutor	 DE,	 em	
valores	de	março	de	2015,	entre:	
(azul)	 a	 situação	 atual,	 resultado	 da	 sequência	 de	 desestruturações	
introduzidas	pela	situação	atual.
(verde)	a	proposta	de	reestruturação	do	ANDES-SN,	gerada	a	partir	do	
piso	referenciado	no	salário	mıń imo	do	DIEESE;
(vermelho)	a	proposta	de	reestruturação	do	ANDES-SN	gerada	conside-
rando	como	piso	o	menor	salário	atual	(remuneração	do	professor	graduado	
auxiliar	1,	em	20h);
Fonte:	Andes-SN
em	relação	a	janeiro	de	2017)	para	todos	os	
professores,	e	de	7%	para	os	docentes	em	DE.
A	outra	vertente	da	pauta	do	Proifes	envolve	
aspectos	relacionados	a	pendências	“de	negoci-
ações	anteriores”,	entre	eles	“garantia	de	que	a	
(desejável)	 expansã o	 das	 Universidades	 e	
Institutos	Federais	se	dê	de	forma	a	assegurar	
adequadas	condições	de	trabalho	para	todos	os	
professores;	criação	de	estı́mulos	à	retenção	de	
professores	 em	 locais	 de	 difı́cil	 lotação;	 [e]	
reenquadramento	na	classe	de	professor	associ-
ado	dos	professores	aposentados	do	MS	[Magis-
tério	 Superior]	 que,	 à	 época	 da	 criação	 dessa	
classe	 (maio	 de	 2006),	 foram	 represados	 em	
adjunto	4”.
6 Campo	Grande	(MS),	abril	de	2015
Jornal
ADUFMS	com	contas	abertas
Reiterando	o	compromisso	assumido	em	campanha	de	manter	a	prestação	de	
contas	regular	sobre	as	receitas	e	despesas	correntes	da	ADUFMS	apresentamos	
este	demonstrativo	que	está	à	disposição	de	todos	e	de	todas.		
DEMONSTRATIV TAS	E	DESPESASO	DAS	RECEI
ADO	 SOLIDRESULT CON ADO	JAN.-SET.	2014
R$	1 0,8919.05
R$	5 3,7927.75
R$	17.709,23
R$	31.190,14
R$	29.240,71
R$	78.140,08
R$	14.211,21
R$	1 0,3243.00
R$	2 7,6704.18
R$	5.833,21
R$	4.071,03
R$	56.999,64
R$	4 3,0828.30
R$	5 3,1606.44
R$	99.450,71
R$	2 1,6018.50
3)	-	DESPESAS	OPERACIONAIS
Sald 	Ante perávit: m ladoo rior	de	Su 	Acu u
1)	-	RECEITAS
2)	-	RE SE	PARA UB	SEÇPAS 	S ÃO
2.01 uidau)	Aq ana
2.02)	Corumbá
2.03 agoas)	Três	L
T l	2ota :-
Subtotal:-
4.02)	-	CONT PROVISÃOAS	PARA	
3. AS	TRABALHISTAS01)	-	DESPES
Subtotal:-
4. AS	GERAIS01)	-	DESPES
4. AS	FINANCEIRAS04)	-	DESPES
Subtotal:-
4. AS	C/	CONTRIBUIÇÕES05)	-	DESPES
Subtotal:-
4. AS	TRIBUTÁRIAS03)	-	DESPES
Subtotal:-	
Superávit	JAN ET 4.-S .	201
Superá cumulavit:	A do
Subtotal:-	
T l	4 .01)+(4.02)+(4.03)+(4.04)+(4.05):-ota 	=	(4
TOTAL	GERAL S AS: S A	 	I ):-	DE PES -	( OM DOS TENS	3+4
HU:	nova	gestão,	velhos	problemas
O	Hospital	Universitário	Maria	Aparecida	
Pedrossian	(Humap)	da	Universidade	Fede-
ral	de	Mato	Grosso	do	Sul	(UFMS)	sofre	os	
efeitos	da	polıt́ ica	agressiva	de	desmonte	do	
Sistema	 Unico	 de	 Saúde	 (SUS)	 no	 Estado.	
Fundamental	 para	 a	 atividade	 de	 ensino	 e	
para	 o	 atendimento	 dos/das	 sul-mato-
grossenses	 e	 pacientes	 de	 paıś es	 vizinhos,	
apesar	 de	 alguns	
avanços,	 o	 Hospital	
Universitá rio	 (HU),	
como	 é	 conhecido	 o	
Humap,	 sente	 os	
efeitos	 negativos	 da	
má	 gestão	 em	 razão	
das	indicações	polıt́ i-
cas	 para	 cargos	 de	
direção,	 descontrole	
de	 gastos,	 crescente	
terceirizaçã o	 e	 a	
polıt́ ica	 de	 desmonte	
que	atende	a	interes-
ses	 pessoais	 ou	 de	
lobbies	 privados	 da	
saúde.	
As	irregularidades	ganharam	visibilidade	
com	a	operação	Sangue	Frio,	desencadeada	
pela	 Polı́cia	 Federal	 em	 conjunto	 com	 a	
Controladoria	 Geral	 da	 União	 (CGU),	 em	
março	de	2013,	motivada	pelo	desmantela-
mento	 da	 unidade	 de	 Oncologia,	 com	 a	
recusa	do	aparelho	utilizado	no	tratamento	
de	câncer.	
A	investigação	envolveu	diretamente	o	ex-
diretor	do	HU,	o	médico	José	Carlos	Dorsa,	
afastado	temporariamente	do	cargo,	mas	que	já	
retomou	suas	atividades	docentes	na	Faculdade	
de	Medicina	da	UFMS.	O	ex-diretor	e	mais	três	
servidores	 respondem	 a	 inquérito	 na	 Polı́cia	
Federal	por	corrupção	passiva,	peculato,	dispen-
sa	ilegal	de	licitação	e	formação	de	quadrilha.	
Pela	 operação	 Sangue	 Frio,	 que	 completou	
dois	 anos	 em	 março,	 indiciaram-se	 mais	 17	
pessoas,	 inclusive	 a	 ex-secretária	 de	 Saúde	 do	
Estado,	 Beatriz	 Dobashi,	 e	 o	 então	 secretário	
municipal	de	Saúde	de	Campo	Grande,	o	médico	e	
atual	deputado	federal	Luiz	Henrique	Mandetta,	
investigado	 pelo	 Ministério	 Pú blico	 Federal,	
suspeito	 de	 desvio	 de	 verbas	 do	 Ministério	 da	
Saúde	destinadas	ao	municıṕ io.	Até	o	momento,	
ninguém	condenado,	muito	menos	preso.			
Oncologia	 continua	 com	 baixa	 média	 de	
atendimento	-	Mesmo	com	o	barulho	provocado	
pelas	investigações	da	Má ia	do	Câncer,	nada	foi	
su iciente	para	que	o	SUS	honre	o	compromisso	
de	 investir	 preferencialmente	 nos	 hospitais	
públicos.	Um	dos	retrocessos	enfrentados	no	HU	
foi	a	redução	do	nıv́ el	Cacon	IV	(Centro	de	Alta	
Complexidade	 em	 Oncologia),	 para	 Unacon	
(Unidade	de	Alta	Complexidade	em	Oncologia),	
que	trata	casos	raros	de	câncer.		O	rebaixamento	
acontece	de	forma	simultânea	na	rede	estadual.		
O	acelerador	nuclear	da	oncologia	do	HU	conti-
nua	paralisado	e	dos	oito	aparelhos	de	radiotera-
pia	doados	pelo	Ministério	da	Saúde	apenas	dois	
foram	destinados	aos	hospitais	públicos.	
Para	operar	com	plena	capacidade,	o	acelera-
dor	linear,	objeto	de	investigação	da	Sangue	Frio	e	
das	comissões	Parlamentares	de	Inquérito	(CPIs)	
em	2013,	dependeria	da	contratação	de	pro issi-
onal	 (fıś ico)	 especializado	 em	 Fıś ica	 Médica	 e	
Radiodiagnóstico,	 o	 que	 foi	 feito	 no	 concurso	
público	de	2014.	
	 A	 própria	 Diretoria	 de	 Atenção	 à	 Saúde	 e	
Gestão	de	Contratos,	no	Relatório	Social	de	2014,	
aponta	que	em	2012	o	atendimento	na	Unidade	
de	Oncologia	atingiu	312	pacientes	no	HU	e	no	
núcleo	avançado	do	Hospital	Regional	de	Mato	
Grosso	do	Sul.	Apenas	cinco	cirurgias	oncológicas	
ocorreram	naquele	ano,	menos	de	uma	cirurgia	
por	mês.	A	meta	estabelecida	para	2014	 icou	em	
768	diagnósticos	e	480	procedimentos	cirúrgi-
cos,	abaixo	da	capacidade	operacional.	
Os	 números	 mostram	 que	 a	 unidade	 atua	
basicamente	na	parte	de	diagnóstico,	transferin-
do	os	tratamentos	para	o	Hospital	de	Câncer	e	
empresas	especializadas.	Além	disso,	funcionári-
os	do	HU	a irmam	que	os	materiais	empregados	
nos	diagnósticos	de	pacientes	no	setor	 icaram	
vencidos	e	descartados	sem	nenhuma	utilidade.	
Unidade	de	Nutrição	desativada	-	A	Unidade	de	
Nutrição	também	sofreu	duro	golpe	da	polıt́ ica	de	
desmonte	do	HU	de	Campo	Grande.	 	Depois	de	
construıd́ a,	 em	 pleno	 funcionamento,	 em	 2011	
foi	 fechada	 para	 reforma.	 	 Em	 2013,	 antes	 de	
reabrir	 ao	 público,	 sofreu	 nova	 reforma	 para	
instalação	 do	 Pronto	 Atendimento	  Médico	
(PAM),	gerando	desperdıć io	de	dinheiro	público.	
A	licitação	da	obra	vem	sendo	investigada	pela	
Polı́cia	 Federal	 e	 pela	 Controladoria	 Geral	 da	
União.	Um	novo	prédio	para	o	curso	de	Nutrição	
vem	sendo	construıd́ o	no	campus	da	UFMS	em	
Campo	Grande.	
A	cozinha	industrial	com	as	nutricionistas	do	
HU	era	ativa	e	produzia	alimento	parenteral	para	
pacientes	do	Hospital	com	baixo	custo.	Em	2004	
foi	terceirizada	com	duas	licitações	milionárias	no	
valor	R$	6,5	milhões	e	no	ano	seguinte	mais	R$	6,7	
milhões,	totalizando	gastos	de	R$	13,2	milhões.
Fotos:	ADUFMS
Obra		paralisada:		R$	2	milhões	devolvidos	ao	Ministério	da	Saúde
7Campo	Grande	(MS),	abril	de	2015
Jornal
Capacidade	ociosa	-	De	acordo	com	o	Relatório	
Social	 de	 2014,	 o	 compromisso	 do	 Hospital	
Universitário	é	atuar	sob	regulação	em	convênio	
com	a	Prefeitura	Municipal	de	Campo	Grande.	A	
meta	 é	 disponibilizar	 100%	 dos	 leitos	 de	 UTI,	
90%	dos	demais	leitos	e	dar	apoio	a	diagnóstico	e	
tratamento,	além	de	cumprir	90%	das	consultas	
para	a	regulação.
Mas	a	atual	polıt́ ica	administrativa	aponta	ao	
contrário.	Conforme	dados	da	Secretaria	de	Estado	
de	Saúde	de	Mato	Grosso	do	Sul,	sujeitos	a	altera-
ções,	entre	2012	e	2014,	foram	liberadas	28240	
internações	 nesse	 perıó do.	 	 Em	 2012,	 o	 atendi-
mento	 foi	 de	 10077	 pacientes.	 Caiu	 para	 7776		
pacientes	em	2014.
Os	dados	de	atendimento	não	foram	con irma-
dos	 o icialmente,	 mas	 funcionários	 que	 conhe-
cem	 a	 rotina	 das	 unidades	 avaliam	 que	 tem	
havido	queda	no	volume	de	atendimento	no	PAM	
em	relação	à	gestão	anterior.	
Com	base	no	portal	Transparência	Brasil	e	no	
Cadastro	Nacional	de	Estabelecimentos	de	Saúde	
(CNES),	em	2014	o	governo	federal	destinou	R$	
147,9	milhões	ao	HU,	o	que	equivalente	a	R$	12,3	
milhões	 por	 mês.	 Considerando	 os	 duzentos	
leitos	ofertados	no	perıó do,	conforme	o	Relatório	
Social	do	Hospital	de	2014,	mesmo	contratualiza-
dos	250	leitos,	o	custo	mensal	por	leito	é	de	R$	
2.054,00.	 	 Os	 valores	 são	 considerados	 altos,	
tendo	 como	 referência	 a	 média	 de	 pacientes	
atendidos.	 As	 internações	 chegaram	 11	 092,	
média	de	924/mês,	gerando	capacidade	ociosa	
de	42%.	
Reforma	 do	 telhado	 custou	 R$	 10	 milhões,	
mas	 vazamentos	 continuam	 -	 Mesmo	 consu-
mindo	R$	10	milhões	de	investimentos	de	recur-
sos	federais,	o	teto	do	HU	continua	apresentando	
vazamentos	 no	 Centro	 de	 Terapia	 Intensiva	
Neonatal	 e	 em	 outras	 unidades.	 O	 valor	 do	
investimento	vem	sendo	investigado	pelo	Minis-
tério	 Público	 Federal	 (MPF)	 e	 já	 é	 objeto	 de	
denú ncia	 na	 imprensa	 sul-mato-grossense.	
Recentemente	o	setor	de	pediatria	transbordou	
devido	ao	entupimento	da	calha.		
O	telhado	de	amianto	do	HU	foi	substituıd́ o	
por	um	novo	modelo,	de	alumıń io,	revestido	de	
isopor,	menos	poroso,	mais	 ino	e	frágil.	A	espes-
sura	di iculta	o	trabalho	de	manutenção	elétrica	e	
hidráulica.		Depois	da	reforma,	há	in iltrações	no	
PAM	 e	 Cirúrgica	 I.	 Parte	 do	 teto	 desabou	 e	 na	
Pediatria	há	risco	de	acidente	provocado	por	uma	
viga	quebrada.
Verba	 para	 Hospital-Dia	 é	 devolvida	 para	
União	-	A	verba	de	R$	2	milhões	carimbada	para	a	
UFMS	foi	devolvida	ao	Ministério	da	Saúde,	mesmo	
com	a	situação	delicada	em	que	vive	o	sistema	de	
atendimento	médico	em	infectologia	no	Estado.
A	 suspensão	 da	 obra	 do	 Hospital-Dia,	 no	
entanto,	põe	por	terra	a	construção	de	um	concei-
to	 novo	 de	 atenção	 ao/à	 paciente.	 A	 iniciativa	
fortaleceria	a	rede	com	a	ampliação	da	interna-
ção	residencial	de	pacientes	que	dependam	de	
atendimento	 permanente,	 como	 portadores	 de	
HIV/Aids	e	de	doenças	infectoparasitárias	ou	em	
fase	terminal,	além	de	ser	a	ponta	de	lança	para	
estruturação	da	rede	de	internações	domésticas.
A	 continuação	 do	 projeto	 de	 ampliação	 do	
Hospital-Dia	depende	de	uma	nova	liberação	de	
verba.	 A	 Assessoria	 de	 Imprensa	 do	 Humap	
explica	 que	 o	 hospital	 “está	 recorrendo	 a	 uma	
nova	 emenda	 parlamentar,	 a	 im	 de	 angariar	
recursos	para	a	obra”.	
HU	 precisa	 democratizar	 gestão	 e	 planejar	
ações	-	A	superação	dos	problemas	do	Hospital	
Universitário	 passa	 pela	 democratização	 da	
gestão	e	a	efetivação	de	um	planejamento	com	
diretrizes	 de	 curto,	 médio	 e	 longo	 prazo	 que	
envolvam	todos/todas	os/as	colaboradores/as,	
assentado	em	novo	conceito	de	governança.	Essa	
é	 a	 posição	 defendida	 pelo	 médico	 Rivaldo	
Venâncio,	que	vê	na	participação	uma	forma	de	
solução	para	os	problemas	do	HU,	considerando	
a	experiência	de	discussão	coletiva,	congressual,	
desenvolvida	em	outros	hospitais	universitários.
Venâncio	 sugere	 que	 o	 planejamento	 deve	
considerar	 o	 papel	 que	 a	 instituição	 tem	 de	
assumir	dentro	da	rede	de	atendimento	hospita-
lar	conveniado	ao	SUS	em	Mato	Grosso	do	Sul,	
sem	perder	de	vista	o	papel	de	ensino,	pesquisa	e	
extensão	e	as	novas	demandas	na	área	de	saúde.	
O	médico	Rivaldo	Venâncio	propõe	a	superação	
da	cultura	do	corporativismo	entre	os/as	pro issi-
onais	da	saúde,	em	que	o/a	médico/a	muitas	vezes	
desconsidera	outros/as	pro issionais	da	área	de	
saúde,	vitais	para	a	unidade	hospitalar.	
Segundo	Venâncio,	o	HU	padece	da	desorga-
nização	das	redes	municipal	e	estadual	de	saúde		
A	inexistência	de	sólido	sistema	de	diagnóstico	
ambulatorial,	principalmente	de	imagem,	seria	
um	dos	obstáculos.	
Mudanças	de	parâmetros	do	ensino	-	Mesmo	
com	as	mudanças	administrativas,	o	HU	ainda	
tem	di iculdades	de	atender	os	quesitos	de	um	
hospital	de	excelência	em	serviços	e	ensino.	A	
situação	impacta	as	novas	mudanças	curricula-
res	 di icultando	 a	 quebra	 de	 paradigmas	 do	
ensino	focado	no	tratamento	de	doenças,	sem	a	
devida	atenção	na	prevenção,	humanização	e	na	
promoção	da	saúde.	Uma	medida	para	melhorar	
as	condições	de	atendimento	seria	a	valorização	
do/da	 professor/a	 universitário/a,	 hoje	 com	
salários	defasados	em	relação	ao	mercado,	o	que	
leva	diversos	pro issionais	da	área	de	saúde	a	
pedir	demissão,	a	cumprir	excessos	de	plantões,	
a	 reduzir	 a	 jornada	 de	 trabalho	 no	 Hospital	
Universitário	 ou	 se	 submeter	 à	 condição	 de	
prestadores/as	 de	 serviço,	 espoliado/as	 pela	
ló gica	 da	 mais-valia	 e	 de	 produtividade	 de	
grupos	privados,	cumprindo	jornada	dupla	e	até	
quıń tupla	de	trabalho.		
A	direção	do	Humap	não	tem	previsão	sobre	
quando	será	retomada	a	ampliação	do	Hospital-
Dia.	 Segundo	 a	 Assessoria	 de	 Imprensa	 do	
Hospital	Universitário	Maria	Aparecida	Pedros-
sian,	as	obras	do	Dia	estão	paralisadas	há	cinco	
meses	“porque	a	empresa	vencedora	da	licita-
ção	desistiu	do	projeto”.	A	administração	do	HU	
explica,	por	meio	do	setor	de	imprensa,	que	a	
empreiteira	que	desistiu	“foi	a	única	a	concorrer	
àquela	 licitação,	 restando	 para	 o	 Hospital	 a	
anulação	 do	 empenho”.	 	 De	 acordo	 com	 a	
Assessoria,	o	Hospital	Universitário	noti icou	a	
construtora	desistente	a	devolver	“a	verba	da	
obra,	 orçada	 em	 2	 milhões”.	 A	 devolução	 do	
recurso	ao	governo	federal,	conforme	a	Impren-
sa	do	HU,	ocorreu	“no	 inal	do	ano	passado”.	
Além	 da	 incógnita	 ampliação	 do	 Hospital-
Dia,	 a	 Imprensa	 do	 Humap	 justi ica	 que	 a	
diminuição	 nas	 internações	 “em	 alguns	 seto-
res”	acontece	porque	eles	estão	em	reforma.		As	
obras	estão	em	andamento	na	Clıń ica	Médica,	
no	Centro	Cirúrgico,	na	Patologia,	na	Central	de	
Material	 e	 Esterilização	 (CME),	 Lavanderia	 e	
Ambulatório	Geral.	A	Assessoria	acrescenta	que	
os	 setores	 “entregues	 estão	 em	 situação	 nor-
mal”.	 	 As	 instalaçõ es	 da	 Neonatologia,	 da	
Pediatria,	 da	 Ortopedia	 e	 da	 Traumatologia	
foram	entregues	com	a	capacidade	de	interna-
Humap	justi ica	irregularidades	e	queda	no	atendimento
ção	ampliada.	“O	setor	de	Neonatal	ganhou	18	
leitos	a	mais,	passando	de	12	para	30”,	a irma	a	
Assessoria	de	Imprensa.			
Ainda	em	relação	à	estrutura	fıś ica	do	HU,	a	
Imprensa	do	Hospital	informou	que	o	setor	de	
nutrição	foi	desativado	porque	passa	por	“refor-
ma	 e	 deve	 ser	 entregue	 até	 o	 meio	 do	 ano	 de	
2015”.		Os	responsáveis	pelo	Hospital	Universitá-
rio	acreditam	que	a	terceirização	dos	serviços	
nutricionais	não	põe	em	risco	a	qualidade	dos	
alimentos	 servidos	 aos/às	 pacientes.	 “Não	 há	
qualquer	 possibilidade	 de	 contaminaçã o”,	
a irmaram	via	Assessoria.	
	 	 Sobre	 o	 telhado,	 a	 direção	 do	 Hospital	
Universitário,	de	acordo	com	sua	Assessoria	de	
Imprensa,	 reconheceu	 que	 houve	 “falhas	
pontuais	em	alguns	setores”,	mas	informou	que	
esses	 problemas	 “já	 foram”	 diagnosticados	 e	
sanados.	As	coberturas	de	amianto	tiradas	do	
HU,	segundo	a	Assessoria,	“são/foram	jogadas	
no	lixo	(quando	muito	quebradas)	ou	doadas	
para	 outras	 instituições”.	 Alerta!	 A	 matéria-
prima	(amianto	ou	asbesto)	das	telhas	retira-
das	 do	 Hospital	 é	 uma	 ibra	 mineral	 natural	
cancerı́gena	e,	portanto,	precisa	haver	cuida-
dos	sanitários	no	manuseio	e	na	destinação	dos	
entulhos	dos	produtos	com	esse	componente,	
incluindo	 uma	 avaliação	 se	 seria	 correta	 a	
doação	dessas	telhas	descartadas,	em	função	
do	risco	à	saú de.
Mamogra ia	e	hemodiálise	-	Por	intermédio	
da	Assessoria	de	Imprensa,	a	administração	do	
HU	previu	que	o	uso	do	aparelho	de	mamogra-
ia	será	reativado	neste	mês.	A	razão	do	não-
funcionamento	 da	 má quina,	 segundo	 a	
Imprensa	 do	 Universitário,	 é	 atribuı́da	 a	
“algumas	peças”	que	“precisaram	ser	substituı-́
das	e,	para	tanto,	foi	preciso	abrir	licitação	para	
conseguir	novas	peças”.
A	 Assessoria	 de	 Imprensa	 informou	 que	
“as	dez	máquinas”	de	hemodiálise	que	estão	
em	 funcionamento	 no	 Humap	 “nã o	 sã o	
alugadas”.	 A	 assessoria	 explicou	 que	 esses	
aparelhos	 foram	 adquiridos	 “com	 recurso	
próprio”	e	disse	não	haver	“informações	de	
que	foram	doadas	novas	máquinas”	de	hemo-
diálise.
No	 tocante	 ao	 controle	 da	 freqüência	 de	
trabalhadores	e	trabalhadoras	do	HU,	“não	há’’,	
segundo	 a	 Assessoria,	 “informações	 de	 que	
funcionários	não	cumprem	jornada	detalhada	
no	ponto”.	Sobre	esse	assunto,	a	Imprensa	do	
HU	 a irma	 que	 “em	 janeiro	 deste	 ano	 foram	
instalados	 novos	 leitores	 biométricos	 no	
hospital”.
MPF	investiga	telhado	de	R$	10	milhões
Sindicato defende na Justiça fim
do controle de frequência
8 Campo	Grande	(MS),	abril	de	2015
Jornal
Contestação	baseia-se	no	Decreto	1.867/96	da	Presidência	da	República
Já	 está	 em	 tra-
mitação	 na	 Justiça	
Federal	(JF)	a	ação	
contra	 a	 obriga-
toriedade	 do	 con-
trole	 de	 frequência	
de	 professoras	 e	
professores 	 da	
UFMS,	ajuizada	por	
meio	 do	 escritório	
de	 advocacia	 con-
t r a t a d o 	 p e l a	
A D U F M S . 	 O	
expediente	 jurıd́ ico	
foi	 o	 caminho	 en-
c o n t r a d o 	 p a r a	
questionar	 a	 deci-
são	 ad	 referendum	 (Resolução	 181/2014)	 da	
presidência	do	Conselho	Diretor	(CD),	que	tornou	
sem	efeito	a	decisão	inicial	do	próprio	CD,	contrária	
à	obrigatoriedade	da	assinatura	de	frequência.	
A	 contestaçã o	 formulada	 pela	 ADUFMS	
baseia-se	no	Decreto	1.867/96	da	Presidência	da	
República,	que	dispensa	o	controle	de	frequência	
dos/das	 docentes	 de	 instituições	 federais	 de	
ensino	superior	(Ifes).	A	deliberação	do	CD	pela	
extinçã o	 do	 controle	 de	 frequê ncia	 foi	
consequê ncia	 de	 proposta	 do	 Sindicato	
encaminhada	àquele	colegiado.
Um	parecer	encaminhado	à	presidência	do	CD	
pela	 Pró-Reitoria	 de	 Gestão	 de	 Pessoas	 e	 do	
Trabalho	(Progep),	da	“área	de	pessoal	–	não	da	
área	 jurı́dica”,	 “fundamentou”	 a	 decisão	 da	
presidência	do	Conselho.	Um	dos	“fundamentos”	
da	Progep	para	tal	“justi icativa”	é	“a	Carreira	de	
Magisté rio	 do	 Ensino	 Bá sico,	 Té cnico	 e	
Tecnológico”.	Essa	“análise”	é	descabida,	porque	
a	decisão	que	o	Conselho	Diretor	havia	tomado	
era	 exclusivamente	 pelo	 im	 do	 controle	 de	
frequência	 docente	 na	 UFMS,	 instituição	 de	
ensino	superior	e	não	de	ensino	básico.	
Colegiado	 atropela	 sua	 própria	 decisão	 -	 O	
Conselho	Diretor	atropelou	sua	própria	decisão	ao	
homologar	o	ad	referendum	da	presidência	desse	
colegiado	contra	o	 im	do	controle	de	frequência.	A	
primeira	decisão	do	CD	havia	acolhido,	por	meio	
da	Resolução	176/14,	o	pedido	o icial	da	ADUFMS	
defendendo	 im	 desse	 mecanismo	 que	 viola	 a	
autonomia	da	docência	da	UFMS.	
Se	já	era	evidente,	na	decisão	da	presidência	
do	 Conselho,	 o	 desrespeito	 à	 autonomia	 de	
instâncias	 deliberativas	 da	 UFMS,	 a	 situação	
icou	 ainda	 mais	 grave	 porque	 desta	 fez	 foi	 o	
próprio	 CD	 que	 se	 rendeu	 à	 administração	 da	
UFMS.	
A	 argumentação	 da	 direção	 da	 UFMS	 para	
desacatar	a	176	embasou-se	em	posicionamento	
administrativo,	 sem	 fundamentação	 jurı́dica,	
segundo	o	qual	“a	carreira	docente	vigente	nas	
Instituiçõ es	 Federais	 de	 Ensino	 Superior	 é	
regulamentada	 pela	 Lei	 12.772/12,	 que	
estrutura	 o	 ‘Plano	 de	 Carreiras	 e	 Cargos	 de	
Magistério	Federal’,	composto	pela	‘Carreira	de	
Magistério	Superior’”
O	 secretário-geral	 da	 ADUFMS,	 professor	
Osvaldo	 Nunes	 Barbosa,	 representante	 do	
Sindicato	 no	 Conselho	 Diretor,	 votou	 contra	 a	
homologação	da	resolução	181,	que	suspendeu	a	
eliminação	 do	 controle	 de	 frequência,	 mas	 foi	
voto	vencido.	O	sindicalista	analisou	a	posição	da	
administração	da	UFMS	como	sem	sentido	legal.	
“E	 uma	 incoerência.	 Vejo	 como	 contrassenso”.	
Osvaldo	 parte	 do	 princı́pio	 de	 que	 a	
administração	da	UFMS	usou	como	argumento	a	
Lei	12.772/12	para	barrar	a	extinção	do	controle	
de	frequência,	mas,	já	antes	da	entrada	em	vigor	
dessa	lei,	submetia	a	docência	a	essa	“vigilância”,	
descumprindo	 o	 Decreto	 1.867/96,	 o	 qual	
desobriga	 o	 Magistério	 Superior	 Federal	 de	
assinar	“ponto”.					
A	Resolução	n.	181,	que	suspendeu	os	efeitos	
da	 deliberaçã o	 dos/das	 integrantes	 do	 CD	
contida	 na	 Resoluçã o	 176,	 é 	 uma	 decisã o	
monocrática	que	afronta	o	colegiado	(instância	
l e g ı́ t i m a , 	 a n c o ra d a 	 n a 	 a u to n o m i a 	 d a	
Universidade).			
O	 professor	 Moacir	 Lacerda,	 diretor	 da	
ADUFMS,	analisou	o	parecer	da	Progep.	“Pelo	que	
parece,	o	que	há	de	substancial	é	o	fato	de	ter	de	
registrar	 as	 horas	 extras	 de	 quem	 tem	 esse	
direito.	 Então,	 o	 Conselho	 Diretor	 pode	 emitir	
uma	resolução,	obrigando	aos	que	têm	adicionais	
a	 ser	 acrescidos	 nos	 seus	 salá rios	 que	
comprovem	mediante	a	assinatura	desse	ponto.	
Os	demais	estão	dispensados	do	mesmo.”
O	redimensionamento	da	carga	horária	em	
dez	minutos	nas	disciplinas	de	todos	os	cursos,	
deliberação	do	Conselho	de	Ensino	de	Gradua-
ção	(Coeg),	acarretou	uma	série	de	contratem-
pos	para	alunos	e	docentes	da	UFMS.	A	decisão	
seria	uma	forma	de	fazer	com	que	as/os	profes-
soras/es	 cumprissem,	 no	 mıń imo,	 oito	 horas-
aulas	semanais,	expandindo	o	tempo	de	aula	das	
disciplinas	 de	 50	 minutos,	 no	 sistema	 antigo,	
para	60	minutos.
Os	problemas	acarretados	com	a	expansão	
poderiam	ser	minimizados	se	houvesse	implan-
tação	 gradativa	 de	 experiência,	 avaliando	 os	
resultados	por	meio	de	comissão	de	acompa-
nhamento,	modelo	adotado	em	outras	universi-
dades.		
Em	razã o	dos	problemas	acarretados,	no	
im	de	março,	as	professoras	e	os	professo-
res	foram	surpreendidas/os	por	uma	comu-
nicaçã o	 de	 consulta	 pú blica	 sobre	 a	 carga	
horá ria	docente.	No	entanto,	nã o	há	nada	de	
documentos	 comprobató rios,	 resoluçã o,	
atas	ou	qualquer	solicitaçã o	formal	sobre	o	
assunto.	
A	ADUFMS	orienta	a	categoria	para	que	não	
atenda	 à	 chamada	 pública	 e	 venha	 discutir	 a	
questão	nas	assembleias	gerais	do	Sindicato	no	
próximo	dia	15	de	abril.
Os	 problemas	 provocados	 pela	 Resolução	
326/14	do	Coeg	estouraram	nas	coordenações	
de	 cursos.	 	 Alguns	 conseguiram	 implantar	 o	
processo	de	migração	sem	problemas,	por	meio	
de	aulas	e	atividades	complementares.	 	Já	em	
outros	 cursos,	 as/os	 estudantes	 encontraram	
problemas	referentes	ao	fechamento	da	carga	
horária.	A	situação	tornou-se	complicada	para	
Rede inição	brusca	da	carga	horária	
prejudica	docentes	e	estudantes
as/os	 acadêmicos	 que	 ingressaram	 na	 UFMS	
antes	de	2015	e	ainda	não	concluıŕ am	seus	cursos	
de	graduação.	
A	solução	mais	sensata	para	evitar	o	estouro	
da	carga	horária	seria	a	redução	prévia	da	quanti-
dade	de	disciplinas,	cumprindo	a	carga	horária	
mıń ima	do	Conselho	Nacional	de	Educação	(CNE),	
que	 não	 pode,	 em	 hipótese	 alguma,	 exceder	 os	
10%	do	quantitativo,	ou	cortar	o	número	de	aulas	
e	manter	a	mesma	carga	horária.
Todavia,	na	UFMS,	a	resolução	já	nasceu	com	
vıć ios.	A	326	contraria	o	artigo	39,	da	Resolução	
78	 do	 Coun	 (Conselho	 Universitário),	 de	 22	 de	
setembro	 de	 2011:	 “A	 conclusão	 de	 curso	 e	 o	
direito	à	obtenção	de	tıt́ ulo	acadêmico	ou	diploma	
são	 condicionados	 ao	 cumprimento	 integral	 da	
respectiva	estrutura	curricular,	tempo	de	integra-
lização	 e	 da	 carga	 horária	 contidos	 no	 Projeto	
Pedagógico	do	curso”.		
Diante	do	impasse,	o	Coeg	revogou	os	artigos	
que	iam	contra	o	regimento	da	UFMS,	inclusive	a	
resolução	78	do	Coun.	
A	 partir	 daı	́ surgiu	 a	 Resolução	 93	 de	 5	 de	
dezembro	de	2014.	Com	base	nela,	as	alunas	e	os	
alunos	que	se	formarem	no	ano	da	implantação	
do	novo	projeto	pedagógico	também	poderão	se	
formar	 com	 a	 carga	 horária	 mı́nima	 do	 CNE.		
Porém,	as/os	estudantes	que	concluıŕ em	o	curso	
em	 2016	 e	 até	 2018	 icaram	 prejudicadas/os,	
obrigadas/os	a	cumprir	a	carga	horária	prevista	
no	 projeto	 pedagógico.	 Já	 as	 acadêmicas	 e	 os	
acadêmicos	 que	 se	 formam	 em	 2015	 estão	
protegidos	 e	 poderão	 concluir	 sem	 maiores	
problemas.		
Assim,	 no	 curso	 com	 carga	 de	 4023	 horas,	
as/os	alunas/os	teriam	de	cumprir	4828	aulas	de	
50	min	(5/6	horas)	no	perıó do	total	do	curso,	
excedendo	 o	 mıń imo	 de	 10%	 permitido	 pelo	
CNE.	
Com	 isso,	 o	 número	 de	 aulas	 deveria	 ser	
reduzido	para	4	023	de	60	minutos,	fazendo	com	
que	 a	 aluna	 e	 o	 aluno	 completassem	 a	 carga	
horária	 no	 inal	 do	 curso,	 a	 mesma	 que	 ele	
completaria	anteriormente.
Pelas	 contas,	 com	 a	 nova	 Resolução,	 só	 o	
curso	 de	 Fisioterapia	 deveria	 cortar	 aproxi-
madamente	 805	 aulas	 (diferença	 entre	 as	
4828	e	4	023	aulas).		
O	Colegiado	de	Curso,	no	entanto,	considerou	
que	a	quantidade	de	aulas	cortadas	prejudicaria	
a	formação	das/dos	alunas/os	e	limitou	a	carga	
de	aulas,	mas	a	Fisioterapia	reduziu	apenas	428	
aulas,	 restando	 4400	 aulas	 de	 60	 min.	 Como	
consequência,	as/os	estudantes	tiveram	a	carga	
horária	aumentada.		
Diante	do	histórico	de	aulas	de	50	minutos,	
mesmo	passando	a	fazer	aulas	de	60	minutos	e	
realizando	todas	as	disciplinas	exigidas	pelo	seu	
curso,	 as	 alunas	 e	 os	 alunos	 não	 conseguirão	
atingir	as	4400	horas	ao	 inal.		Por	esse	motivo,	
terão	de	cursar	matérias	a	mais	(as	chamadas	
matérias	optativas	que	podem	ser	realizadas	em	
seus	próprios	cursos	ou	em	outros	cursos,	sob	
orientação	da	coordenação).	
Dados	do	Siscad	causam	dúvida	-	O	número	de	
carga	horária	que	aparece	no	Siscad	para	as/os	
alunas/os,	na	verdade,	não	é	real.		A	somatória	
disponibilizada	não	é	o	tempo	útil	da/do	acadê-
mica/o.	 E	 como	 se	 o	 que	 aparecesse	 na	 carga	
horária	fosse	o	número	de	aulas	e	não	horas	que	
a/o	universitária/o	teve	na	disciplina.

Contenu connexe

Tendances

Power point 28 de abril felipe
Power point 28 de abril felipePower point 28 de abril felipe
Power point 28 de abril felipeSSTIFRS
 
Edição nº 35 Semestre 2015
Edição nº 35 Semestre 2015Edição nº 35 Semestre 2015
Edição nº 35 Semestre 2015seesp
 
Manifesto forum reconstrução sst mte
Manifesto forum reconstrução sst mteManifesto forum reconstrução sst mte
Manifesto forum reconstrução sst mtecedop_ufrgs
 
Iii congresso internacional de ciências do trabalho, meio ambiente, direito e...
Iii congresso internacional de ciências do trabalho, meio ambiente, direito e...Iii congresso internacional de ciências do trabalho, meio ambiente, direito e...
Iii congresso internacional de ciências do trabalho, meio ambiente, direito e...Felipe Antonio Xavier Andrade
 
Boletim seesp dezembro 2013
Boletim seesp dezembro 2013Boletim seesp dezembro 2013
Boletim seesp dezembro 2013seesp
 
Jornal1196 Attain to cpf 051 812 955 17 Google Inc act in General Strick SUZART
Jornal1196 Attain to cpf 051 812 955 17 Google Inc act in General Strick SUZARTJornal1196 Attain to cpf 051 812 955 17 Google Inc act in General Strick SUZART
Jornal1196 Attain to cpf 051 812 955 17 Google Inc act in General Strick SUZARTSandro Santana
 
Recomendacao 3.2013 cne
Recomendacao 3.2013   cneRecomendacao 3.2013   cne
Recomendacao 3.2013 cnepsilva3011
 
Aspectos da concessão da aposentadoria do magistério
Aspectos da concessão da aposentadoria do magistérioAspectos da concessão da aposentadoria do magistério
Aspectos da concessão da aposentadoria do magistérioAPEPREM
 
Em discussão junho internet (1)
Em discussão junho internet (1)Em discussão junho internet (1)
Em discussão junho internet (1)rcatanese
 

Tendances (19)

Power point 28 de abril felipe
Power point 28 de abril felipePower point 28 de abril felipe
Power point 28 de abril felipe
 
Edição nº 35 Semestre 2015
Edição nº 35 Semestre 2015Edição nº 35 Semestre 2015
Edição nº 35 Semestre 2015
 
Jornal do sintuperj nº 50
Jornal do sintuperj nº 50Jornal do sintuperj nº 50
Jornal do sintuperj nº 50
 
Manifesto forum reconstrução sst mte
Manifesto forum reconstrução sst mteManifesto forum reconstrução sst mte
Manifesto forum reconstrução sst mte
 
Iii congresso internacional de ciências do trabalho, meio ambiente, direito e...
Iii congresso internacional de ciências do trabalho, meio ambiente, direito e...Iii congresso internacional de ciências do trabalho, meio ambiente, direito e...
Iii congresso internacional de ciências do trabalho, meio ambiente, direito e...
 
Boletim seesp dezembro 2013
Boletim seesp dezembro 2013Boletim seesp dezembro 2013
Boletim seesp dezembro 2013
 
Boletim 15 Sinsociólogos
Boletim 15 SinsociólogosBoletim 15 Sinsociólogos
Boletim 15 Sinsociólogos
 
Guaianas 092 b
Guaianas 092 bGuaianas 092 b
Guaianas 092 b
 
Jornal1196 Attain to cpf 051 812 955 17 Google Inc act in General Strick SUZART
Jornal1196 Attain to cpf 051 812 955 17 Google Inc act in General Strick SUZARTJornal1196 Attain to cpf 051 812 955 17 Google Inc act in General Strick SUZART
Jornal1196 Attain to cpf 051 812 955 17 Google Inc act in General Strick SUZART
 
Lobbe Neto - Atuação Parlamentar 2015
Lobbe Neto - Atuação Parlamentar 2015Lobbe Neto - Atuação Parlamentar 2015
Lobbe Neto - Atuação Parlamentar 2015
 
NOB/SUAS
NOB/SUASNOB/SUAS
NOB/SUAS
 
Informativo CNSP - Outubro 2014
Informativo CNSP - Outubro 2014Informativo CNSP - Outubro 2014
Informativo CNSP - Outubro 2014
 
Acontece352net
Acontece352netAcontece352net
Acontece352net
 
Recomendacao 3.2013 cne
Recomendacao 3.2013   cneRecomendacao 3.2013   cne
Recomendacao 3.2013 cne
 
Uninorte juridico 9
Uninorte juridico 9Uninorte juridico 9
Uninorte juridico 9
 
Informativo 14
Informativo 14Informativo 14
Informativo 14
 
Informativo 13
Informativo 13Informativo 13
Informativo 13
 
Aspectos da concessão da aposentadoria do magistério
Aspectos da concessão da aposentadoria do magistérioAspectos da concessão da aposentadoria do magistério
Aspectos da concessão da aposentadoria do magistério
 
Em discussão junho internet (1)
Em discussão junho internet (1)Em discussão junho internet (1)
Em discussão junho internet (1)
 

En vedette (8)

Una historia de amor
Una historia de amorUna historia de amor
Una historia de amor
 
PORTFOLIO
PORTFOLIOPORTFOLIO
PORTFOLIO
 
Geração Bem Estar Jc
Geração Bem Estar JcGeração Bem Estar Jc
Geração Bem Estar Jc
 
Tour Colombia 2015 presentacion
Tour Colombia 2015 presentacionTour Colombia 2015 presentacion
Tour Colombia 2015 presentacion
 
O4102103111
O4102103111O4102103111
O4102103111
 
Sept2016 sv nhgri_repeats
Sept2016 sv nhgri_repeatsSept2016 sv nhgri_repeats
Sept2016 sv nhgri_repeats
 
Irving Penn
Irving PennIrving Penn
Irving Penn
 
Maria resume 2016
Maria resume 2016Maria resume 2016
Maria resume 2016
 

Similaire à Campanha salarial 2015 e consulta sobre carga horária na pauta de assembleias da ADUFMS

GAZETA DO SANTA CÂNDIDA, OUTUBRO 2019
GAZETA DO SANTA CÂNDIDA, OUTUBRO 2019GAZETA DO SANTA CÂNDIDA, OUTUBRO 2019
GAZETA DO SANTA CÂNDIDA, OUTUBRO 2019Adilson Moreira
 
Cidade constitucional IX augusto amaddo
Cidade constitucional IX augusto amaddoCidade constitucional IX augusto amaddo
Cidade constitucional IX augusto amaddoAugusto Amado
 
Cartilha sindicato final impressao
Cartilha sindicato   final impressaoCartilha sindicato   final impressao
Cartilha sindicato final impressaoDaniel Dino
 
Relatório plenária de saúde paracatu-mg
Relatório plenária de saúde  paracatu-mgRelatório plenária de saúde  paracatu-mg
Relatório plenária de saúde paracatu-mgCínthia Lima
 
Matéria do jornal incampus da ufpe em março de 2009
Matéria do jornal incampus da ufpe em março de 2009Matéria do jornal incampus da ufpe em março de 2009
Matéria do jornal incampus da ufpe em março de 2009Otavio Luiz Machado
 
Jornal da FETAEP edição 109 - Junho de 2013
Jornal da FETAEP edição 109 - Junho de 2013Jornal da FETAEP edição 109 - Junho de 2013
Jornal da FETAEP edição 109 - Junho de 2013FETAEP
 
Livro pdf (1)gestão pública em saúde curso 1
Livro pdf (1)gestão pública em saúde curso 1Livro pdf (1)gestão pública em saúde curso 1
Livro pdf (1)gestão pública em saúde curso 1Eloi Menezes
 
Relatório final para o blog
Relatório final para o blogRelatório final para o blog
Relatório final para o blogSaúde Hervalense
 
Relatório da ix conferência municipal de saúde
Relatório da ix conferência municipal de saúdeRelatório da ix conferência municipal de saúde
Relatório da ix conferência municipal de saúdepoponapolitica
 
Prestação de Contas do Deputado Dr Sinval Malheiros - número 1
Prestação de Contas do Deputado Dr Sinval Malheiros - número 1Prestação de Contas do Deputado Dr Sinval Malheiros - número 1
Prestação de Contas do Deputado Dr Sinval Malheiros - número 1SinvalMalheiros
 
Em discussão! agosto internet
Em discussão! agosto internetEm discussão! agosto internet
Em discussão! agosto internetrcatanese
 
Em discussão! agosto internet (2)
Em discussão! agosto internet (2)Em discussão! agosto internet (2)
Em discussão! agosto internet (2)rcatanese
 
Em discussão! agosto internet (1)
Em discussão! agosto internet (1)Em discussão! agosto internet (1)
Em discussão! agosto internet (1)rcatanese
 
Jornal Ipiranga seu Estilo de Vida / Janeiro
Jornal Ipiranga seu Estilo de Vida / Janeiro Jornal Ipiranga seu Estilo de Vida / Janeiro
Jornal Ipiranga seu Estilo de Vida / Janeiro Elejota Editora
 
Perfil dos Parlamentares - Análise da Aluna Jalile Andrade Dias, n° 18, 1°CDB
Perfil dos Parlamentares - Análise da Aluna Jalile Andrade Dias, n° 18, 1°CDB Perfil dos Parlamentares - Análise da Aluna Jalile Andrade Dias, n° 18, 1°CDB
Perfil dos Parlamentares - Análise da Aluna Jalile Andrade Dias, n° 18, 1°CDB dialogosedebates
 
Agenda Legislativa dos Trabalhadores - 2015
Agenda Legislativa dos Trabalhadores - 2015Agenda Legislativa dos Trabalhadores - 2015
Agenda Legislativa dos Trabalhadores - 2015LinTrab
 

Similaire à Campanha salarial 2015 e consulta sobre carga horária na pauta de assembleias da ADUFMS (20)

Ata da Reunião - Curitiba (PR) Abril -2013
Ata da Reunião - Curitiba (PR) Abril -2013Ata da Reunião - Curitiba (PR) Abril -2013
Ata da Reunião - Curitiba (PR) Abril -2013
 
GAZETA DO SANTA CÂNDIDA, OUTUBRO 2019
GAZETA DO SANTA CÂNDIDA, OUTUBRO 2019GAZETA DO SANTA CÂNDIDA, OUTUBRO 2019
GAZETA DO SANTA CÂNDIDA, OUTUBRO 2019
 
Cidade constitucional IX augusto amaddo
Cidade constitucional IX augusto amaddoCidade constitucional IX augusto amaddo
Cidade constitucional IX augusto amaddo
 
Cartilha sindicato final impressao
Cartilha sindicato   final impressaoCartilha sindicato   final impressao
Cartilha sindicato final impressao
 
Relatório plenária de saúde paracatu-mg
Relatório plenária de saúde  paracatu-mgRelatório plenária de saúde  paracatu-mg
Relatório plenária de saúde paracatu-mg
 
Matéria do jornal incampus da ufpe em março de 2009
Matéria do jornal incampus da ufpe em março de 2009Matéria do jornal incampus da ufpe em março de 2009
Matéria do jornal incampus da ufpe em março de 2009
 
Jornal da FETAEP edição 109 - Junho de 2013
Jornal da FETAEP edição 109 - Junho de 2013Jornal da FETAEP edição 109 - Junho de 2013
Jornal da FETAEP edição 109 - Junho de 2013
 
Livro 1
Livro 1Livro 1
Livro 1
 
Livro pdf (1)gestão pública em saúde curso 1
Livro pdf (1)gestão pública em saúde curso 1Livro pdf (1)gestão pública em saúde curso 1
Livro pdf (1)gestão pública em saúde curso 1
 
Livro pdf
Livro pdfLivro pdf
Livro pdf
 
Relatório final para o blog
Relatório final para o blogRelatório final para o blog
Relatório final para o blog
 
Relatório da ix conferência municipal de saúde
Relatório da ix conferência municipal de saúdeRelatório da ix conferência municipal de saúde
Relatório da ix conferência municipal de saúde
 
Prestação de Contas do Deputado Dr Sinval Malheiros - número 1
Prestação de Contas do Deputado Dr Sinval Malheiros - número 1Prestação de Contas do Deputado Dr Sinval Malheiros - número 1
Prestação de Contas do Deputado Dr Sinval Malheiros - número 1
 
Em discussão! agosto internet
Em discussão! agosto internetEm discussão! agosto internet
Em discussão! agosto internet
 
Em discussão! agosto internet (2)
Em discussão! agosto internet (2)Em discussão! agosto internet (2)
Em discussão! agosto internet (2)
 
Em discussão! agosto internet (1)
Em discussão! agosto internet (1)Em discussão! agosto internet (1)
Em discussão! agosto internet (1)
 
Jornal do sintuperj nº 41
Jornal do sintuperj nº 41Jornal do sintuperj nº 41
Jornal do sintuperj nº 41
 
Jornal Ipiranga seu Estilo de Vida / Janeiro
Jornal Ipiranga seu Estilo de Vida / Janeiro Jornal Ipiranga seu Estilo de Vida / Janeiro
Jornal Ipiranga seu Estilo de Vida / Janeiro
 
Perfil dos Parlamentares - Análise da Aluna Jalile Andrade Dias, n° 18, 1°CDB
Perfil dos Parlamentares - Análise da Aluna Jalile Andrade Dias, n° 18, 1°CDB Perfil dos Parlamentares - Análise da Aluna Jalile Andrade Dias, n° 18, 1°CDB
Perfil dos Parlamentares - Análise da Aluna Jalile Andrade Dias, n° 18, 1°CDB
 
Agenda Legislativa dos Trabalhadores - 2015
Agenda Legislativa dos Trabalhadores - 2015Agenda Legislativa dos Trabalhadores - 2015
Agenda Legislativa dos Trabalhadores - 2015
 

Dernier

William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...ArianeLima50
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 

Dernier (20)

Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 

Campanha salarial 2015 e consulta sobre carga horária na pauta de assembleias da ADUFMS

  • 1. A campanha salarial 2015, o registro sindical e a consulta pública sobre carga horária fazem parte dos assuntos que serão discutidos e votados em duas grandes assembleias gerais convocadas pela ADUFMS para o próximo dia 15, envolven- do docentes iliados/as e não- iliados/as de todos os campi da UFMS. Na Capital as assembleias ocorrerão na sede do Sindicato, avenida Senador Filinto Müller, 559, Vila Ipiranga. Nos campi do interior, elas serão em espaços indicados pelas representaçõ es da docência nas respectivas unidades da UFMS. A primeira assembleia (Geral Extraordi- nária) começará às 8 horas com um ponto de pauta: o registro sindical no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Esse proce- dimento garante a representação do Sindi- cato perante esse órgão e em alguns casos é condição para o ingresso de ações na Justi- ça Federal. Ainda no dia 15 de abril às 9 horas será realizada a Assembleia Geral Ordinária. Os diretores e as diretoras da ADUFMS expli- cam que na Geral Ordinária serão expostas “as propostas sobre a carreira e os salários Professoras e professores da UFMS debatem salários no dia 15 de abril Diretores da ADUFMS promovem reuniões preparatórias nos campi http://adufms.org.br https://www.facebook.com/pro ile.php?id=100004335497807 Campo Grande (MS), abril de 2015 – Edição n. 003 do Magistério Superior apresentadas pelas entidades nacionais Andes e Proifes, além dos encaminhamentos do Fórum dos Servidores Públicos Federais. Na oportu- nidade será de inida a proposta que a ADUFMS defenderá em nosso processo de mobilização”. Outro assunto fundamental, que será discutido e votado na Geral Ordinária e atinge os/as professores/as nas ativida- des de ensino, interferindo na autonomia da docência, é a consulta pública sobre carga horária de ensino do Magistério Superior na UFMS. Atualmente, a Resolução n. 10, de 30 de março de 2011, ad referendum (sujeita a posterior apreciação de colegiado), assi- nada pela presidência do Conselho Diretor, é a medida pela qual se estabelece “a carga horária média anual em atividades de ensino de graduação”. Agora a direção da UFMS, quatro anos depois, sem ampla discussão por meio das instâncias colegiadas, o que seria necessá- rio por se tratar de ad referendum, resol- veu fazer uma consulta on-line sobre a Resolução n. 10. UFMS engatinha no planejamento Plano de desenvolvimento institucional Campanha salarial mobiliza docentes HU: nova gestão, velhos problemas Foto: ADUFMS Página 8 Nova carga horária traz contratempos a estudantes Página 8 Ensino Página 3 Páginas 4 e 5 Páginas 6 e 7 Sindicato move ação contra o controle de frequência Atendimento jurídico Plano de carreira Gestão administrativa Jornal Sindicato dos Professores das Universidades Federais Brasileiras dos Municípios de Campo Grande, Aquidauana, Bonito, Chapadão do Sul, Corumbá, Coxim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas, no Estado de Mato Grosso do Sul, iliado ao Proifes-Federação Jurídico encaminha ação pelo pagamento do adicional de férias Direito Página 2 Sindicato disponibiliza demonstrativo de receitas e despesas Prestação de contas Página 6
  • 2. DE ITORIALD 2 Campo Grande (MS), abril de 2015 Jornal A Assessoria Jurıd́ ica começou a encaminhar as açõ es individuais e coletivas de interesse de professoras e professores da UFMS de Campo Grande e dos campi do interior. As advogadas Ana Silvia Pessoa Salgado Moura e Adriana Catelan Skowronski encaminharam à Justiça ações visando ao pagamento do adicional de férias durante os perıó dos de afastamento para cursos de capacitação, incluindo Doutorado. Outra demanda defendendo a não-incidência de Imposto de Renda sobre férias e 13º salário tem grandes chances de receber decisão favorável dos/as magistrados/as devido à jurisprudência nacional . A partir de questionamento da ADUFMS à administração da UFMS, a Progep começou a reconhecer o direito a férias dos/as afastados/as. As ações sobre essa questão visam a recuperar direitos retroativos. Os iliados e as iliadas prejudicados/as por decisões administrativas e econômicas da UFMS ou do governo federal devem procurar a Assessoria Jurıd́ ica. Nos meses de fevereiro e março, centenas de iliados/as da ADUFMS entregaram cópias de contracheques ao escritório de advocacia para aná lise da vida funcional. Diversas açõ es Encaminhadas ações pelo pagamento do adicional de férias Jurídico E X P E D I E N T E Presidente: José Carlos da Silva; vice-presidenta: Mariuza Aparecida Camillo Guimarães; secretário-geral: Osvaldo Nunes Barbosa; primeiro-secretário: Paulo Marcos Esselin; diretor- inanceiro: Marco Aurélio Stefanes; diretor- inanceiro adjunto: Moacir Lacerda; diretor de Divulgação e Imprensa: Antonio Lino Rodrigues de Sá; diretor de Promoções Sociais, Culturais e Cientí icas: Ronny Machado de Moraes; diretora de Assuntos de Aposentadoria: Lucia Monte Serrat Alves Bueno; CPAQ (Campus de Aquidauana): Ana Paula Salvador Werri; CPAN (Campus do Pantanal): Anamaria Santana da Silva; CPTL (Campus Três Lagoas): José Batista de Sales. Conselho de Representantes CCBS (Centro de Ciências Biológicas e da Saúde) - titular: Maria de Fátima M. Cheade, suplente: Otávio Froehlich. CCHS (Centro de Ciências Humanas e Sociais) - titular: Margarita Victoria Rodrıǵ uez, suplente: João Jair Sartorelo. Facom (Faculdade de Computação) - titular: Renato Por irio Ishii, suplente: Carlos Alberto da Silva. Fadir (Faculdade de Direito) - titular: Ynes da Silva Félix, suplente: Luciani Coimbra de Carvalho. Faeng (Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geogra ia) - titular: Jéferson Meneguin Ortega, suplente: Maria Helena da Silva Andrade. Famed (Faculdade de Medicina) - titular: Aurélio Ferreira, suplente: Izaias Pereira da Costa. Famez (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) - titular: Valdemir Alves de Oliveira. Faodo (Faculdade de Odontologia) - titular: Danilo Mathias Zanello Guerisoli, suplente: Fátima Heritier Corvalan. In i (Instituto de Física) - titular: Widinei Alves Fernandes, suplente: Dorotéia de Fátima Bozano. Inma (Instituto de Matemática) - titular: Patrıć ia Sandalo Pereira, suplente: Karina Miranda D’Ippólito Leite. Inqui (Instituto de Química) - titular: Silvio César de Oliveira. Aposentados - titular: Celso Correia, suplente: Carlos Stief Neto. Aquidauana - titular: Ana Paula Salvador Werri, suplente: Edelberto Pauli Júnior. Corumbá - titular: Anamaria Santana da Silva, suplente: Fabiano Antonio dos Santos. Três Lagoas - titular: José Batista de Sales. Bonito - titular: Noslin de Paula Almeida, suplente: Adriano Viana Bednaski. Chapadão do Sul - titular: Paulo Carteri Coradi, suplente: Octávio Barbosa Plaster. Naviraí - titular: Roseli Maria Rosa de Almeida, suplente: Celia Regina de Carvalho. Nova Andradina - titular: Gemael Chaebo. Paranaíba - titular: Julio César de Souza, suplente: Elton Gean Araújo. Ponta Porã - titular: Amaury Antônio de Castro Junior, suplente: Kleiton Andre Schneider. Editores responsáveis: jornalistas Gerson Canhete Jara MTE-MS 3/1994 e Arnor da Silva Ribeiro MTE-MS 18. Diagramação: Carlão Valério. Gestão Autonomia Sindical - ADUFMS, biênio 2014-2016 O Jornal ADUFMS é uma publicação oficial do Sindicato dos Professores das Universidades Federais Brasileiras dos Municípios de Campo Grande, Aquidauana, Bonito, Chapadão do Sul, Corumbá, Coxim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas, no Estado de Mato Grosso do Sul (http://adufms.org.br e https://www.facebook.com/profile.php?id=100004335497807) Endereço: avenida Senador Filinto Müller, 559, Vila Ipiranga , CEP: 79080-190, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, fone (67) 3346-1514, fone/fax (67) 3346-1482 E-mails: adufms@adufms.org.br e imprensa@adufms.org.br Jornal É preciso navegar! Remodelado, novo site da ADUFMS está na web Um novo site da ADUFMS surgiu a partir de março na web com reformulações que privilegiam a democrática interface com professores e professoras da UFMS, técnicos/as administrativos/as, alunos/as dessa institu- ição pú blica de ensino superior, estendendo-se ao público geral das sociedades mundo afora. Um dos aspectos mais signi icantes desse sıt́ io é a interação, prática cada vez mais presente no mundo contemporâ- neo, via internet. Inteiramente redesenhado, o site ocupa o mesmo endereço do anterior: adufms.org.br. Se desejar iliar-se ao Sindicato, o professor e a professora podem clicar em FILIE-SE e terá acesso à icha para preenchimento, registrando o cadastro no sistema da ADUFMS, o que permite que só a Secretaria da entida- de tenha acesso às informações. O desenho, a arte, a montagem, en im, toda a concep- ção e a remodelagem do adufms.org.br, tornaram esti- mulantes a navegação e a leitura dos conteúdos, com destaque nas imagens (eslaides na parte superior) para assuntos que envolvem extensa pauta de demandas da categoria docente da UFMS. Não menos importantes são os campos destinados aos banners laterais e as informa- ções sobre convênios que bene iciam diretamente a docência da Federal de Mato Grosso do Sul. Em sıń tese o sıt́ io ADUFMS abarca página inicial com notıć ias-destaque, fotos, banners com temas pontuais (os quais terão conteúdos como campanha salarial e campanha de iliação), rede social (facebook da entidade), acesso ao Jornal ADUFMS, a página “Sindicato”, com informações sobre a Diretoria e estatuto para download, incluindo outros links cujos conteúdos ainda vamos elaborar. Além de tudo isso, o sistema de busca icou mais e iciente e dinâmico. individuais já foram encaminhadas, entre elas, reclamaçõ es de aposentadorias com valores inferiores ao tempo e ao histórico de contribuição, contagens erradas do tempo, supressã o de vantagens já conquistadas e progressão funcional negada. Có pias de documentos relativos à reivindicaçã o do adicional de insalubridade, enviadas por vários/as docentes da UFMS estão sendo estudadas pelo escritó rio de advocacia visando a possıv́ eis ações judiciais. Um grupo de professores/as que tomou posse em dezembro de 2003 já está demandando judicialmente o pedido de aposentadoria com valor integral e paridade, com base na Emenda Constitucional 41. Segundo as advogadas Ana Silvia e Adriana, a intençã o é estender o atendimento aos/à s professores/professoras dos campi da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul do interior pelo sistema de mutirão a ser combinado com a direção da ADUFMS. Maiores informações, entre em contato com a Secretaria da ADUFMS. Os fronts de nossas lutas! O ano de 2015 já iniciou com muitas atividades no Sindicato. Em 30 e 31 de janeiro, participamos da reunião do Proifes, na qual se empossaram o novo Conselho Deliberativo e a direção da Federação para o perı́odo 2015-2018. Naquela oportunidade, discutiram-se as propostas de lutas da categoria para 2015. Participamos também do 34º Congresso do Andes-SN que aconteceu em Brasıĺ ia de 23 a 28 de fevereiro. Nesse evento, debateram-se a conjuntura nacional e as lutas a ser empreendidas para garantir conquistas aos/às docentes do Magistério Superior. Essas atuações foram importantes para nos situar diante das demandas para o próximo perıó do. Este ano estão em pauta a campanha salarial e a necessidade, para além do salário, de retomarmos a carreira do Magistério Superior, resgatando alguns dos direitos perdidos em 2012 e avançando em direção a uma carreira atraente para pro issionais de excelência, com o objetivo de alcançar a universi- dade pública ideal, gratuita, mas, sobretudo, de qualidade. A campanha salarial e a adequação da carreira exigem intensa mobilização para que o governo (patrão) se sente à mesa para negociar. Entre as propostas está o reajuste linear de 27,3% que o governo já adiantou que não será possıv́ el, o que implica maior mobilização e organização dos/das servidores/as públicos/as federais. Nas lutas locais temos algumas questões em pauta que também exigirão de nós ações contun- dentes. O controle de frequência, que já tıń hamos dado como certa sua extinção em função de decisão do Conselho Diretor (CD), que resultou na Resolu- ção 176/14, mas, qual não foi nossa surpresa, quando da publicação de nova Resolução, a 181/14, tornando sem efeito a 176. Continuaremos lutando para fazer valer o Decreto n. 1.867/96, que dispensa os/as docentes do controle de ponto. Outra demanda que se apresenta aos/às docen- tes é no que se refere às resoluções 400/13 e 326/14, que tratam respectivamente da hora-aula de 60 minutos e da sua regulamentação. Alguns equıv́ ocos marcaram o inıć io do ano letivo, com alunos/as correndo atrás de aulas para complemen- tar a carga horária de seu curso porque foram informados de que, em função das aulas de 50 minutos que tiveram, estavam com de icit de carga horária. Entendemos que deveriam ter sido consti- tuıd́ as comissões para proceder ao devido aprovei- tamento da carga horária dos/as estudantes, conforme as normas vigentes e o plano de trabalho, nos casos em que fosse necessária a complementa- ção, tendo em vista que a migração foi uma decisão da Universidade e não do/da aluno/a. Como as cargas horárias das disciplinas foram, em sua grande maioria, alteradas de 50 minutos para a hora-aula de 60 minutos, o/a professor/a tem de atender a quatro turmas. Portanto, houve sobrecar- ga para a docência. Radig
  • 3. 3Campo Grande (MS), abril de 2015 Jornal O PDI 2015-2019 (Plano de Desenvolvi- mento Institucional) lança desa ios ousados para serem cumpridos em cinco anos pela UFMS. Considerado como sonho pela atual reitoria, o Plano apresenta metas ambiciosas, como a criação de 36 novas graduações, ampliação de mais 1540 vagas para alu- nos/as e a criação de mais de 53 pó s- graduações, sendo 16 lato sensu, 22 doutora- dos e 31 mestrados, com a previsão de 430 novas vagas. Em relação ao de 2010-2014, o PDI 2015- 2019 teve avanços do ponto de vista de formulação, com conteúdos mais elaborados e objetivos, detalhamento de patrimônio e bene iciados/as. No entanto, carece de avaliação comparativa entre os indicadores dos ú ltimos anos, se cumpridos ou não, avanços, de iciências e ajustes necessários. Apesar de bem-elaborado, ainda não passa de um levantamento de demandas. O Plano 2015-2019 não é um conjunto de ações passıv́ eis de execução. No PDI as priorida- des somente foram apresentadas, mas não foram discutidas e votadas no Conselho Diretor (CD). Para o diretor da professor ADUFMS, Marco Aurélio Stefanes, a história recente da UFMS tem mostrado a criação média de três cursos de pós-graduação por ano. Logo, mais de 53 novos cursos em quatro anos é meta inatingıv́ el até 2019, principalmente com o compromisso de elevar o conceito da Capes (de 3,6 em 2015 para 3,8 em 2019) e aumen- tar o Conceito Preliminar de Curso (CPC) de 3,6 em 2015 para 4 em 2019. O CPC serve de base para o cálculo do Indice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC) da graduação. Nessas projeções, é preciso considerar que o nú mero de previsõ es de contratação de docentes pelo PDI chega a 260 vagas para o perı́odo 2015-2019. O dirigente sindical acrescenta que todo o processo de ampliação na pós-graduação depende da expansão de bolsas, com o governo federal já anunciando o cancelamento de novas bolsas para 2015. Entre as razões apontadas por Stefanes está a redução de investimentos na área de educação por parte da União, seguida pelas condições às quais está submetido o corpo docente, com elevação do número mıń imo de UFMS engatinha no planejamento aulas semanais de oito até mesmo para 20 horas, em algumas situações, como no caso da Filoso ia do Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS), no Campus de Campo Gran- de. Com isso, sobe a pressão pela produção acadêmica, missão apontada no próprio PDI, mas em condições adversas para o desenvol- vimento da pesquisa e da extensão. Boa parte da jornada de trabalho é consumida em produção de relatórios, elaboração de proje- tos com orçamentos detalhados, correção de pilhas de provas e trabalhos, prestação de contas, lançamentos de presença de alu- nos/as no sistema, fatores burocráticos que comprometem a qualidade da produção de conhecimento. O presidente da ADUFMS, José Carlos da Silva, con irma a sobrecarga do/a profes- sor/a da Federal de Mato Grosso do Sul, motivada por medidas administrativas, como aumento da carga horária e da relação professor/a-aluno/a, em decorrência da ampliação de vagas, ingressos de novas turmas por semestre e a criação de novos cursos, sem a devida contratação de mais docentes. Mesmo com a abertura de concursos, a estrutura fı́sica dos institutos, faculdades, centros e outros setores universitários não acompanhou a evolução, causando a falta de salas para professores/as, salas de reuniões e salas para grupos de pesquisa. A situação di iculta o cumprimento de metas que elevariam em 1 736 o número de projetos de pesquisa no perıó do 2015-2019 e aumentariam os grupos de pesquisa para 1860. Também há de se considerar a situa- ção das bibliotecas fıś ica e digital, cuja meta de ampliação é tıḿ ida, com volume de acervo devendo subir de 4,8% para 5,2% em cinco anos. E o acervo digital de 45% reduzindo para 29%, um contrassenso. Além das condições fıś icas e desumanas de trabalho, outro desa io que precisa de avaliação mais profunda: o enfrentamento à evasão de acadêmicos/as e de professo- res/as das unidades universitárias da Capi- tal e campi do interior. O PDI 2010-2014 apontou a necessidade de elaboração de estudos para identi icar as causas da saıd́ a de discentes, principalmente nos cursos de ciências exatas. A meta é reduzir a evasão de 21% em 2015 para 17% em 2019. Um paradoxo é que na Fıś ica, do Campus de Campo Grande, de um total de 25 alu- nos/as que entram por turma, apenas seis conseguem completar a graduação. Em parceria com a coordenação do curso, os professores e as professoras formaram um nú cleo para amenizar a quantidade de desistências, mas as aulas de reforço e de recuperaçã o mostram-se ine icazes. A herança do de icit de aprendizagem trazido pela estudante e pelo estudante dos ensinos fundamental e médio impede melhores desempenhos. As universitárias e os univer- sitários têm menos aproveitamento, com di iculdade de resolver questões básicas como álgebra e cálculo. Outra situação é a saıd́ a dos/as alunos/as com melhor aprovei- tamento para outras graduações com mais apelos e status no mercado de trabalho, como a Engenharia Civil. Na avaliação do coordenador do curso de Pedagogia da UFMS, Antô nio Carlos do Nascimento Osório, os desa ios para a insti- tuição melhorar a qualidade de ensino devem ir além do PDI e da necessidade de controle sobre a docência. O clima de ameaça deve ser substituıd́ o por uma nova cultura acadêmica, que rompa com a fragmentação, o individualismo e o processo alienante dentro da instituição, rede ina o papel da Universidade na sociedade e o per il do/da aluno/a que se quer formar para a socieda- de. Atualmente a UFMS se restringe a uma visão mercadológica e pouco cidadã. “Vive- mos hoje o pacto da mediocridade. Muitos professores ingem que ensinam e alunos que ingem que aprendem.” Para enfrentar a apatia e se adequar ao novo pú blico egresso do Sisu (Sistema de Seleção Uni icada), Osó rio sugere o com- promisso de todos os atores da comunida- de universitária com base na construção c o l e t i v a , r e s p o n s a b i l i d a d e s d e todos/todas, acompanhadas da democra- tizaçã o das decisõ es e acima de tudo valorizando o/a professor/a, submeti- do/a a processo de exploração sem prece- dentes. PDI prevê expansão de atendimento no RU e na Biblioteca. Atualmente essas unidades estão sobrecarregadas para atender a comunidade universitária Plano de Desenvolvimento Institucional Fotos: Divulgação ADUFMS
  • 4. Campanha salarial mobiliza docentes Defasagem nos vencimentos não foi reconhecida pelo governo federal 4 Campo Grande (MS), abril de 2015 Jornal Sindicato discute campanha salarial com docentes de Aquidauana Fotos: Divulgação ADUFMS Presidente da ADUFMS, José Carlos, presta conta de ações a docentes de Três Lagoas A campanha salarial 2015 dos docentes e das docentes da UFMS centra-se na reposição das perdas salariais acumuladas de 27,3%, baseadas no Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e na reestruturação da carreira. O eixo tático do movimento reivindicatório está sendo apresentado à categoria pela diretoria da ADUFMS. Até agora houve reuniões com profes- soras e professores de Aquidauana, Campo Grande, Ponta Porã e Três Lagoas para discutir assuntos relacionados à mobilização deste ano. O trabalho organizativo de integrantes da diretoria e do Conselho de Representantes nos campi é um forte componente nessa caminhada. Em Três Lagoas, onde houve o primeiro desses encontros, o diretor da ADUFMS naquele campus, José Batista de Sales, conversou com professoras/es sobre a importância da partici- pação delas/deles na proposição de ideias que venham a somar na organização por conquistas salariais e de carreira, além da defesa de uma universidade pública de qualidade e democráti- ca. Participaram da reunião em Três Lagoas José Carlos da Silva e Marco Aurélio Stefanes, respec- tivamente presidente e diretor- inanceiro do Sindicato. No Campus de Campo Grande, profes- sores, professoras e a diretoria da ADUFMS estão em constantes reuniões para discutir a campanha salarial. No Oeste do Estado, em Aquidauana, a diretora do Sindicato, Ana Paula Salvador Werri, e o suplente do Conselho de Represen- tantes, Edelberto Pauli Jú nior, ambos daquele campus, mobilizaram as/os docentes para a reunião com Marco Aurélio Stefanes. Na fronteira, em Ponta Porã, o encontro de docentes com José Carlos e Marco Aurélio foi articulado pelo titular do Conselho de Represen- tantes naquele campus, Amaury Antô nio de Castro Junior. Entre outros assuntos acerca da campanha salarial 2015, as diretoras e os diretores do Sindicato vêm apresentando à categoria a defasagem de 27,3% nos vencimentos, que não foi reconhecida pelo Ministério do Planejamen- to, Orçamento e Gestão (MPOG) em reunião com 32 entidades que compõem o Fórum Nacional dos/as Servidores/as Pú blicos/as Federais, mais 14 organizações sindicais e cinco centrais. No Campus de Ponta Porã, Marco Aurélio explicou que a partir do RJU a carreira dos/as docentes apresentava certa lógica nas mudanças de classes e nı́veis, com os steps (degraus). Sucessivas negociações celebradas romperam com essa polı́tica e permitiram reajustes diferen- ciados na tabela de carreira, agravamento esse ocorrido a partir de 2006. Com as modi icações, grupos de professores/as em menor quantidade no quadro, como associados/as, receberam reajustes maiores, enquanto grupos maiores, como adjunto/as, pegaram ı́ndices menores, aumentando as distorções salariais no acordo vigente. Os/as dirigentes da ADUFMS não descartam a entrada em estado de greve e paralisações a partir de abril como forma de pressionar o governo a antecipar as negociações. A proposta será avaliada em assembleias da categoria no próximo dia 15 nos campi de Campo Grande, Aquidauana, Três Lagoas, Ponta Porã, Corumbá, Paranaı́ba, Chapadão do Sul, Nova Andradina, Naviraı ́e Coxim. Crise midiática e campanha difamatória contra docentes - As/os dirigentes da ADUFMS alertam que os/as servidores/as públicos/as não podem arcar com erros cometidos pelo governo no campo econômico. Avaliam que existe cenário midiático de agravamento da crise para justi icar a polı́tica de arrocho salarial sobre a categoria. Os/as sindicalistas criticam a decisão do governo central de reduzir os gastos da folha de pagamento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), que já vem apresentando queda nos últimos anos, de 4,8% para 4,2%. Outro indica- dor é a relação folha-dıv́ ida pública que hoje é de 36%, mas que já atingiu 50% nos governos anteriores, sem falar na reserva cambial disponı-́ vel, lembrando que a alta do dólar tem sido provocada pela polı́tica adotada pela União Europeia (UE), Japão e China. Além disso, o Executivo federal dispõe de outros mecanismos para equilibrar o caixa, como reduzir incentivos iscais, taxar grandes fortunas, aumentar o Imposto Territorial Rural (ITR) e reduzir o comprometimento da receita com o pagamento da dıv́ ida interna com banqueiros. As/os sindicalistas da ADUFMS alertaram sobre as crıt́ icas que a grande mıd́ ia, ligada a grandes anunciantes privados da educação, já começa a fazer contra os gastos nas instituições federais de ensino superior (Ifes) com folha de pagamento, ressaltando que no Brasil a Educação tem que ser vista como investimento e não como despesa, porque a quantidade de vagas no ensino superior praticamente triplicou, todavia em quantidade insu iciente. O ensino superior se interiorizou. Há carência de mão de obra quali icada, sendo natural que a União despenda mais recursos no setor, previstos no orçamento com novas fontes (Pré-Sal, por exemplo). Continuação na página 5.
  • 5. 5Campo Grande (MS), abril de 2015 Jornal Diretoria da ADUFMS e apoiadores/as planejam campanha salarial O Magistério Superior cumpre seu papel social. Além de aumentar a hora-aula ministrada, com números maiores de alunos/as em sala, a docência das Ifes praticamente dobrou a produ- çã o acadêmica, respondendo por 80% das pesquisas realizadas no paı́s. Mesmo em condi- çõ es fı́sicas e administrativas adversas, as universidades públicas federais mantêm o bom desempenho e as melhores avaliaçõ es nos ensinos de graduação e de pós-graduação. Fracionamento de reajuste escamoteia perdas salariais - O último acordo que estabele- ce reajuste da docência das Ifes em três parcelas – a última foi inclusa na folha de pagamento referente a março, vencimentos creditados em abril – “esconde” graves distâncias em relação à realidade in lacionária e assimetrias referentes à carreira. Conforme dados apresentados no blog do Andes-SN Seção Sindical/UFRGS (Universida- de Federal do Rio Grande do Sul), “a porcenta- gem do reajuste de março/2015 varia segundo as classes e os nıv́ eis: de 2,3% (sim, leram bem: 2,3%) a 6,9%. Ou seja: [a maioria das classes e dos nıv́ eis de docentes [perdeu] para a in lação! Os/as docentes doutores/as Associados/as 1 recebem o menor reajuste: 2,3%. Os/as Adjun- tos/as A doutores/as (docentes ingressantes) recebem o segundo pior reajuste: 4%. Os titula- res recebem o ‘maior’ reajuste: 6,9%”. Só nos dois primeiros anos de vigência do acordo irmado na última campanha salarial, com base na lei 12.772/12, os/as professores/as já acumularam perdas salariais de 7,7% do IPCA. A partir da greve de 2012, houve reajustes que variaram entre 25% e 40% divididos em três vezes. Além disso, a docência sofre com perdas anteriores a 2012. Vale enfatizar que já “no reajuste de mar- ço/2014, os Adjuntos A (4,1%) e os auxiliares 1 e D-I 1 (5,8%) perderam para a in lação, e que os Professores Assistentes 1 Mestre e Associados 1, D-II 1 e D-IV 1 (7,4 e 7,9% de reajuste) empata- ram com a in lação”. Além de a proposta do governo provocar mais perdas acumuladas, não fosse a greve de 2012, o Executivo nacional não teria desistido da trans- formaçã o dos adicionais de insalubrida- de/periculosidade em valores nominais, preju- diciais à categoria. O Andes propõe piso de R$ 3.182,81 para professor/a graduado/a (20 horas), valor que corresponde ao salário mı́nimo calculado pelo Departamento Intersindical de Estatı́stica e Estudos Socioeconômicos (Dieese), referente a fevereiro deste ano. A partir desse piso gera-se step de 5% entre nıv́ eis. Além disso, demanda-se incremento de 100% para o professor com 40 horas e de 210% para DE, além das retribuições por titulação. Estão inclusos na pauta reivindicatória do Andes assuntos relacionados à autonomia das universidades. De acordo com o InformANDES especial (março de 2015), “o governo federal mantém o discurso vazio da defesa da autonomia nas instituições federais de ensino, incentivando a Andifes [Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior] a investir numa pretensa Lei Orgânica, e na prática cria uma série de mecanismos por meio de decretos, portarias, instruções normativas e até mesmo projetos de lei, que limitam a autonomia didático-cientı́ ica, administrativa e de gestão inanceira e patrimonial, atentando contra o princı́pio da indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensão”. Federação propõe organização de salários - O Proifes norteia suas reivindicaçõ es para o governo federal, triênio 2016-2018, a partir da proposta de “organizar a malha salarial, com percentuais de inidos entre os salá rios de docentes das diferentes classes e nı́veis, a retribuição de titulação (RT) e o vencimento básico (VB) e as remu- n e r a ç õ e s d o s t r ê s regimes de trabalho”: 20 horas, 40 horas e dedicação exclusiva. O propó sito seria corrigir distorçõ es originá rias no ú ltimo pacto irmado com o Executivo central válido até 2015, cujo reajuste está aquém do desejado pelos docentes e pelas docentes das universi- dades federais. A análise do Proifes, em cartilha sobre a campanha salarial, aponta que a vinculação de “todos os demais salá rios – de forma automá tica – ao piso salarial da categoria (salá rio do graduado, auxiliar 1 ou D I 1, em regime de 20h) fará com que as próximas negoci- ações sejam muito mais simples e objetivas, alé m de estabelecer degraus mais justos e s i m i l a re s e n t re a s re m u n e ra ç õ e s d a s diversas classes, nıv́ eis, titulações e regimes de trabalho”. G a n h o s s a l a r i a i s pretendidos para o triênio 2016-2018 (itens retirados na íntegra da cartilha do Proifes) • Nenhum docente terá, em janeiro de 2016, aumento real (ou seja, sem contar a in lação) inferior a 4%, em relaçã o a março de 2015, o que signi icará mais de 10% nominais. O aumento salarial nominal médio dos professores federais nesse perı́o- do será bem superior, por conta da correção da malha salarial: (cerca de) 27%. Isso corresponde a uma elevação real média dos salários de (cerca de) 21%; • Em janeiro de 2017, pela proposta, todos terão novo aumento real, descontada a in lação, adicional de 2% (em relação a janeiro de 2016), sendo que os docentes em regime de dedicação exclusiva (DE) terão outros 5%, perfazendo, para estes, (cerca de) 7% de aumento real; e • Em janeiro de 2018, repete-se o aumento real, descontada a in lação, de 2% (desta vez Comparação do padrão remuneratório do professor doutor DE, em valores de março de 2015, entre: (azul) a situação atual, resultado da sequência de desestruturações introduzidas pela situação atual. (verde) a proposta de reestruturação do ANDES-SN, gerada a partir do piso referenciado no salário mıń imo do DIEESE; (vermelho) a proposta de reestruturação do ANDES-SN gerada conside- rando como piso o menor salário atual (remuneração do professor graduado auxiliar 1, em 20h); Fonte: Andes-SN em relação a janeiro de 2017) para todos os professores, e de 7% para os docentes em DE. A outra vertente da pauta do Proifes envolve aspectos relacionados a pendências “de negoci- ações anteriores”, entre eles “garantia de que a (desejável) expansã o das Universidades e Institutos Federais se dê de forma a assegurar adequadas condições de trabalho para todos os professores; criação de estı́mulos à retenção de professores em locais de difı́cil lotação; [e] reenquadramento na classe de professor associ- ado dos professores aposentados do MS [Magis- tério Superior] que, à época da criação dessa classe (maio de 2006), foram represados em adjunto 4”.
  • 6. 6 Campo Grande (MS), abril de 2015 Jornal ADUFMS com contas abertas Reiterando o compromisso assumido em campanha de manter a prestação de contas regular sobre as receitas e despesas correntes da ADUFMS apresentamos este demonstrativo que está à disposição de todos e de todas. DEMONSTRATIV TAS E DESPESASO DAS RECEI ADO SOLIDRESULT CON ADO JAN.-SET. 2014 R$ 1 0,8919.05 R$ 5 3,7927.75 R$ 17.709,23 R$ 31.190,14 R$ 29.240,71 R$ 78.140,08 R$ 14.211,21 R$ 1 0,3243.00 R$ 2 7,6704.18 R$ 5.833,21 R$ 4.071,03 R$ 56.999,64 R$ 4 3,0828.30 R$ 5 3,1606.44 R$ 99.450,71 R$ 2 1,6018.50 3) - DESPESAS OPERACIONAIS Sald Ante perávit: m ladoo rior de Su Acu u 1) - RECEITAS 2) - RE SE PARA UB SEÇPAS S ÃO 2.01 uidau) Aq ana 2.02) Corumbá 2.03 agoas) Três L T l 2ota :- Subtotal:- 4.02) - CONT PROVISÃOAS PARA 3. AS TRABALHISTAS01) - DESPES Subtotal:- 4. AS GERAIS01) - DESPES 4. AS FINANCEIRAS04) - DESPES Subtotal:- 4. AS C/ CONTRIBUIÇÕES05) - DESPES Subtotal:- 4. AS TRIBUTÁRIAS03) - DESPES Subtotal:- Superávit JAN ET 4.-S . 201 Superá cumulavit: A do Subtotal:- T l 4 .01)+(4.02)+(4.03)+(4.04)+(4.05):-ota = (4 TOTAL GERAL S AS: S A I ):- DE PES - ( OM DOS TENS 3+4 HU: nova gestão, velhos problemas O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) da Universidade Fede- ral de Mato Grosso do Sul (UFMS) sofre os efeitos da polıt́ ica agressiva de desmonte do Sistema Unico de Saúde (SUS) no Estado. Fundamental para a atividade de ensino e para o atendimento dos/das sul-mato- grossenses e pacientes de paıś es vizinhos, apesar de alguns avanços, o Hospital Universitá rio (HU), como é conhecido o Humap, sente os efeitos negativos da má gestão em razão das indicações polıt́ i- cas para cargos de direção, descontrole de gastos, crescente terceirizaçã o e a polıt́ ica de desmonte que atende a interes- ses pessoais ou de lobbies privados da saúde. As irregularidades ganharam visibilidade com a operação Sangue Frio, desencadeada pela Polı́cia Federal em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), em março de 2013, motivada pelo desmantela- mento da unidade de Oncologia, com a recusa do aparelho utilizado no tratamento de câncer. A investigação envolveu diretamente o ex- diretor do HU, o médico José Carlos Dorsa, afastado temporariamente do cargo, mas que já retomou suas atividades docentes na Faculdade de Medicina da UFMS. O ex-diretor e mais três servidores respondem a inquérito na Polı́cia Federal por corrupção passiva, peculato, dispen- sa ilegal de licitação e formação de quadrilha. Pela operação Sangue Frio, que completou dois anos em março, indiciaram-se mais 17 pessoas, inclusive a ex-secretária de Saúde do Estado, Beatriz Dobashi, e o então secretário municipal de Saúde de Campo Grande, o médico e atual deputado federal Luiz Henrique Mandetta, investigado pelo Ministério Pú blico Federal, suspeito de desvio de verbas do Ministério da Saúde destinadas ao municıṕ io. Até o momento, ninguém condenado, muito menos preso. Oncologia continua com baixa média de atendimento - Mesmo com o barulho provocado pelas investigações da Má ia do Câncer, nada foi su iciente para que o SUS honre o compromisso de investir preferencialmente nos hospitais públicos. Um dos retrocessos enfrentados no HU foi a redução do nıv́ el Cacon IV (Centro de Alta Complexidade em Oncologia), para Unacon (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia), que trata casos raros de câncer. O rebaixamento acontece de forma simultânea na rede estadual. O acelerador nuclear da oncologia do HU conti- nua paralisado e dos oito aparelhos de radiotera- pia doados pelo Ministério da Saúde apenas dois foram destinados aos hospitais públicos. Para operar com plena capacidade, o acelera- dor linear, objeto de investigação da Sangue Frio e das comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) em 2013, dependeria da contratação de pro issi- onal (fıś ico) especializado em Fıś ica Médica e Radiodiagnóstico, o que foi feito no concurso público de 2014. A própria Diretoria de Atenção à Saúde e Gestão de Contratos, no Relatório Social de 2014, aponta que em 2012 o atendimento na Unidade de Oncologia atingiu 312 pacientes no HU e no núcleo avançado do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. Apenas cinco cirurgias oncológicas ocorreram naquele ano, menos de uma cirurgia por mês. A meta estabelecida para 2014 icou em 768 diagnósticos e 480 procedimentos cirúrgi- cos, abaixo da capacidade operacional. Os números mostram que a unidade atua basicamente na parte de diagnóstico, transferin- do os tratamentos para o Hospital de Câncer e empresas especializadas. Além disso, funcionári- os do HU a irmam que os materiais empregados nos diagnósticos de pacientes no setor icaram vencidos e descartados sem nenhuma utilidade. Unidade de Nutrição desativada - A Unidade de Nutrição também sofreu duro golpe da polıt́ ica de desmonte do HU de Campo Grande. Depois de construıd́ a, em pleno funcionamento, em 2011 foi fechada para reforma. Em 2013, antes de reabrir ao público, sofreu nova reforma para instalação do Pronto Atendimento  Médico (PAM), gerando desperdıć io de dinheiro público. A licitação da obra vem sendo investigada pela Polı́cia Federal e pela Controladoria Geral da União. Um novo prédio para o curso de Nutrição vem sendo construıd́ o no campus da UFMS em Campo Grande. A cozinha industrial com as nutricionistas do HU era ativa e produzia alimento parenteral para pacientes do Hospital com baixo custo. Em 2004 foi terceirizada com duas licitações milionárias no valor R$ 6,5 milhões e no ano seguinte mais R$ 6,7 milhões, totalizando gastos de R$ 13,2 milhões. Fotos: ADUFMS Obra paralisada: R$ 2 milhões devolvidos ao Ministério da Saúde
  • 7. 7Campo Grande (MS), abril de 2015 Jornal Capacidade ociosa - De acordo com o Relatório Social de 2014, o compromisso do Hospital Universitário é atuar sob regulação em convênio com a Prefeitura Municipal de Campo Grande. A meta é disponibilizar 100% dos leitos de UTI, 90% dos demais leitos e dar apoio a diagnóstico e tratamento, além de cumprir 90% das consultas para a regulação. Mas a atual polıt́ ica administrativa aponta ao contrário. Conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, sujeitos a altera- ções, entre 2012 e 2014, foram liberadas 28240 internações nesse perıó do. Em 2012, o atendi- mento foi de 10077 pacientes. Caiu para 7776 pacientes em 2014. Os dados de atendimento não foram con irma- dos o icialmente, mas funcionários que conhe- cem a rotina das unidades avaliam que tem havido queda no volume de atendimento no PAM em relação à gestão anterior. Com base no portal Transparência Brasil e no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), em 2014 o governo federal destinou R$ 147,9 milhões ao HU, o que equivalente a R$ 12,3 milhões por mês. Considerando os duzentos leitos ofertados no perıó do, conforme o Relatório Social do Hospital de 2014, mesmo contratualiza- dos 250 leitos, o custo mensal por leito é de R$ 2.054,00. Os valores são considerados altos, tendo como referência a média de pacientes atendidos. As internações chegaram 11 092, média de 924/mês, gerando capacidade ociosa de 42%. Reforma do telhado custou R$ 10 milhões, mas vazamentos continuam - Mesmo consu- mindo R$ 10 milhões de investimentos de recur- sos federais, o teto do HU continua apresentando vazamentos no Centro de Terapia Intensiva Neonatal e em outras unidades. O valor do investimento vem sendo investigado pelo Minis- tério Público Federal (MPF) e já é objeto de denú ncia na imprensa sul-mato-grossense. Recentemente o setor de pediatria transbordou devido ao entupimento da calha. O telhado de amianto do HU foi substituıd́ o por um novo modelo, de alumıń io, revestido de isopor, menos poroso, mais ino e frágil. A espes- sura di iculta o trabalho de manutenção elétrica e hidráulica. Depois da reforma, há in iltrações no PAM e Cirúrgica I. Parte do teto desabou e na Pediatria há risco de acidente provocado por uma viga quebrada. Verba para Hospital-Dia é devolvida para União - A verba de R$ 2 milhões carimbada para a UFMS foi devolvida ao Ministério da Saúde, mesmo com a situação delicada em que vive o sistema de atendimento médico em infectologia no Estado. A suspensão da obra do Hospital-Dia, no entanto, põe por terra a construção de um concei- to novo de atenção ao/à paciente. A iniciativa fortaleceria a rede com a ampliação da interna- ção residencial de pacientes que dependam de atendimento permanente, como portadores de HIV/Aids e de doenças infectoparasitárias ou em fase terminal, além de ser a ponta de lança para estruturação da rede de internações domésticas. A continuação do projeto de ampliação do Hospital-Dia depende de uma nova liberação de verba. A Assessoria de Imprensa do Humap explica que o hospital “está recorrendo a uma nova emenda parlamentar, a im de angariar recursos para a obra”. HU precisa democratizar gestão e planejar ações - A superação dos problemas do Hospital Universitário passa pela democratização da gestão e a efetivação de um planejamento com diretrizes de curto, médio e longo prazo que envolvam todos/todas os/as colaboradores/as, assentado em novo conceito de governança. Essa é a posição defendida pelo médico Rivaldo Venâncio, que vê na participação uma forma de solução para os problemas do HU, considerando a experiência de discussão coletiva, congressual, desenvolvida em outros hospitais universitários. Venâncio sugere que o planejamento deve considerar o papel que a instituição tem de assumir dentro da rede de atendimento hospita- lar conveniado ao SUS em Mato Grosso do Sul, sem perder de vista o papel de ensino, pesquisa e extensão e as novas demandas na área de saúde. O médico Rivaldo Venâncio propõe a superação da cultura do corporativismo entre os/as pro issi- onais da saúde, em que o/a médico/a muitas vezes desconsidera outros/as pro issionais da área de saúde, vitais para a unidade hospitalar. Segundo Venâncio, o HU padece da desorga- nização das redes municipal e estadual de saúde A inexistência de sólido sistema de diagnóstico ambulatorial, principalmente de imagem, seria um dos obstáculos. Mudanças de parâmetros do ensino - Mesmo com as mudanças administrativas, o HU ainda tem di iculdades de atender os quesitos de um hospital de excelência em serviços e ensino. A situação impacta as novas mudanças curricula- res di icultando a quebra de paradigmas do ensino focado no tratamento de doenças, sem a devida atenção na prevenção, humanização e na promoção da saúde. Uma medida para melhorar as condições de atendimento seria a valorização do/da professor/a universitário/a, hoje com salários defasados em relação ao mercado, o que leva diversos pro issionais da área de saúde a pedir demissão, a cumprir excessos de plantões, a reduzir a jornada de trabalho no Hospital Universitário ou se submeter à condição de prestadores/as de serviço, espoliado/as pela ló gica da mais-valia e de produtividade de grupos privados, cumprindo jornada dupla e até quıń tupla de trabalho. A direção do Humap não tem previsão sobre quando será retomada a ampliação do Hospital- Dia. Segundo a Assessoria de Imprensa do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedros- sian, as obras do Dia estão paralisadas há cinco meses “porque a empresa vencedora da licita- ção desistiu do projeto”. A administração do HU explica, por meio do setor de imprensa, que a empreiteira que desistiu “foi a única a concorrer àquela licitação, restando para o Hospital a anulação do empenho”. De acordo com a Assessoria, o Hospital Universitário noti icou a construtora desistente a devolver “a verba da obra, orçada em 2 milhões”. A devolução do recurso ao governo federal, conforme a Impren- sa do HU, ocorreu “no inal do ano passado”. Além da incógnita ampliação do Hospital- Dia, a Imprensa do Humap justi ica que a diminuição nas internações “em alguns seto- res” acontece porque eles estão em reforma. As obras estão em andamento na Clıń ica Médica, no Centro Cirúrgico, na Patologia, na Central de Material e Esterilização (CME), Lavanderia e Ambulatório Geral. A Assessoria acrescenta que os setores “entregues estão em situação nor- mal”. As instalaçõ es da Neonatologia, da Pediatria, da Ortopedia e da Traumatologia foram entregues com a capacidade de interna- Humap justi ica irregularidades e queda no atendimento ção ampliada. “O setor de Neonatal ganhou 18 leitos a mais, passando de 12 para 30”, a irma a Assessoria de Imprensa. Ainda em relação à estrutura fıś ica do HU, a Imprensa do Hospital informou que o setor de nutrição foi desativado porque passa por “refor- ma e deve ser entregue até o meio do ano de 2015”. Os responsáveis pelo Hospital Universitá- rio acreditam que a terceirização dos serviços nutricionais não põe em risco a qualidade dos alimentos servidos aos/às pacientes. “Não há qualquer possibilidade de contaminaçã o”, a irmaram via Assessoria. Sobre o telhado, a direção do Hospital Universitário, de acordo com sua Assessoria de Imprensa, reconheceu que houve “falhas pontuais em alguns setores”, mas informou que esses problemas “já foram” diagnosticados e sanados. As coberturas de amianto tiradas do HU, segundo a Assessoria, “são/foram jogadas no lixo (quando muito quebradas) ou doadas para outras instituições”. Alerta! A matéria- prima (amianto ou asbesto) das telhas retira- das do Hospital é uma ibra mineral natural cancerı́gena e, portanto, precisa haver cuida- dos sanitários no manuseio e na destinação dos entulhos dos produtos com esse componente, incluindo uma avaliação se seria correta a doação dessas telhas descartadas, em função do risco à saú de. Mamogra ia e hemodiálise - Por intermédio da Assessoria de Imprensa, a administração do HU previu que o uso do aparelho de mamogra- ia será reativado neste mês. A razão do não- funcionamento da má quina, segundo a Imprensa do Universitário, é atribuı́da a “algumas peças” que “precisaram ser substituı-́ das e, para tanto, foi preciso abrir licitação para conseguir novas peças”. A Assessoria de Imprensa informou que “as dez máquinas” de hemodiálise que estão em funcionamento no Humap “nã o sã o alugadas”. A assessoria explicou que esses aparelhos foram adquiridos “com recurso próprio” e disse não haver “informações de que foram doadas novas máquinas” de hemo- diálise. No tocante ao controle da freqüência de trabalhadores e trabalhadoras do HU, “não há’’, segundo a Assessoria, “informações de que funcionários não cumprem jornada detalhada no ponto”. Sobre esse assunto, a Imprensa do HU a irma que “em janeiro deste ano foram instalados novos leitores biométricos no hospital”. MPF investiga telhado de R$ 10 milhões
  • 8. Sindicato defende na Justiça fim do controle de frequência 8 Campo Grande (MS), abril de 2015 Jornal Contestação baseia-se no Decreto 1.867/96 da Presidência da República Já está em tra- mitação na Justiça Federal (JF) a ação contra a obriga- toriedade do con- trole de frequência de professoras e professores da UFMS, ajuizada por meio do escritório de advocacia con- t r a t a d o p e l a A D U F M S . O expediente jurıd́ ico foi o caminho en- c o n t r a d o p a r a questionar a deci- são ad referendum (Resolução 181/2014) da presidência do Conselho Diretor (CD), que tornou sem efeito a decisão inicial do próprio CD, contrária à obrigatoriedade da assinatura de frequência. A contestaçã o formulada pela ADUFMS baseia-se no Decreto 1.867/96 da Presidência da República, que dispensa o controle de frequência dos/das docentes de instituições federais de ensino superior (Ifes). A deliberação do CD pela extinçã o do controle de frequê ncia foi consequê ncia de proposta do Sindicato encaminhada àquele colegiado. Um parecer encaminhado à presidência do CD pela Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e do Trabalho (Progep), da “área de pessoal – não da área jurı́dica”, “fundamentou” a decisão da presidência do Conselho. Um dos “fundamentos” da Progep para tal “justi icativa” é “a Carreira de Magisté rio do Ensino Bá sico, Té cnico e Tecnológico”. Essa “análise” é descabida, porque a decisão que o Conselho Diretor havia tomado era exclusivamente pelo im do controle de frequência docente na UFMS, instituição de ensino superior e não de ensino básico. Colegiado atropela sua própria decisão - O Conselho Diretor atropelou sua própria decisão ao homologar o ad referendum da presidência desse colegiado contra o im do controle de frequência. A primeira decisão do CD havia acolhido, por meio da Resolução 176/14, o pedido o icial da ADUFMS defendendo im desse mecanismo que viola a autonomia da docência da UFMS. Se já era evidente, na decisão da presidência do Conselho, o desrespeito à autonomia de instâncias deliberativas da UFMS, a situação icou ainda mais grave porque desta fez foi o próprio CD que se rendeu à administração da UFMS. A argumentação da direção da UFMS para desacatar a 176 embasou-se em posicionamento administrativo, sem fundamentação jurı́dica, segundo o qual “a carreira docente vigente nas Instituiçõ es Federais de Ensino Superior é regulamentada pela Lei 12.772/12, que estrutura o ‘Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal’, composto pela ‘Carreira de Magistério Superior’” O secretário-geral da ADUFMS, professor Osvaldo Nunes Barbosa, representante do Sindicato no Conselho Diretor, votou contra a homologação da resolução 181, que suspendeu a eliminação do controle de frequência, mas foi voto vencido. O sindicalista analisou a posição da administração da UFMS como sem sentido legal. “E uma incoerência. Vejo como contrassenso”. Osvaldo parte do princı́pio de que a administração da UFMS usou como argumento a Lei 12.772/12 para barrar a extinção do controle de frequência, mas, já antes da entrada em vigor dessa lei, submetia a docência a essa “vigilância”, descumprindo o Decreto 1.867/96, o qual desobriga o Magistério Superior Federal de assinar “ponto”. A Resolução n. 181, que suspendeu os efeitos da deliberaçã o dos/das integrantes do CD contida na Resoluçã o 176, é uma decisã o monocrática que afronta o colegiado (instância l e g ı́ t i m a , a n c o ra d a n a a u to n o m i a d a Universidade). O professor Moacir Lacerda, diretor da ADUFMS, analisou o parecer da Progep. “Pelo que parece, o que há de substancial é o fato de ter de registrar as horas extras de quem tem esse direito. Então, o Conselho Diretor pode emitir uma resolução, obrigando aos que têm adicionais a ser acrescidos nos seus salá rios que comprovem mediante a assinatura desse ponto. Os demais estão dispensados do mesmo.” O redimensionamento da carga horária em dez minutos nas disciplinas de todos os cursos, deliberação do Conselho de Ensino de Gradua- ção (Coeg), acarretou uma série de contratem- pos para alunos e docentes da UFMS. A decisão seria uma forma de fazer com que as/os profes- soras/es cumprissem, no mıń imo, oito horas- aulas semanais, expandindo o tempo de aula das disciplinas de 50 minutos, no sistema antigo, para 60 minutos. Os problemas acarretados com a expansão poderiam ser minimizados se houvesse implan- tação gradativa de experiência, avaliando os resultados por meio de comissão de acompa- nhamento, modelo adotado em outras universi- dades. Em razã o dos problemas acarretados, no im de março, as professoras e os professo- res foram surpreendidas/os por uma comu- nicaçã o de consulta pú blica sobre a carga horá ria docente. No entanto, nã o há nada de documentos comprobató rios, resoluçã o, atas ou qualquer solicitaçã o formal sobre o assunto. A ADUFMS orienta a categoria para que não atenda à chamada pública e venha discutir a questão nas assembleias gerais do Sindicato no próximo dia 15 de abril. Os problemas provocados pela Resolução 326/14 do Coeg estouraram nas coordenações de cursos. Alguns conseguiram implantar o processo de migração sem problemas, por meio de aulas e atividades complementares. Já em outros cursos, as/os estudantes encontraram problemas referentes ao fechamento da carga horária. A situação tornou-se complicada para Rede inição brusca da carga horária prejudica docentes e estudantes as/os acadêmicos que ingressaram na UFMS antes de 2015 e ainda não concluıŕ am seus cursos de graduação. A solução mais sensata para evitar o estouro da carga horária seria a redução prévia da quanti- dade de disciplinas, cumprindo a carga horária mıń ima do Conselho Nacional de Educação (CNE), que não pode, em hipótese alguma, exceder os 10% do quantitativo, ou cortar o número de aulas e manter a mesma carga horária. Todavia, na UFMS, a resolução já nasceu com vıć ios. A 326 contraria o artigo 39, da Resolução 78 do Coun (Conselho Universitário), de 22 de setembro de 2011: “A conclusão de curso e o direito à obtenção de tıt́ ulo acadêmico ou diploma são condicionados ao cumprimento integral da respectiva estrutura curricular, tempo de integra- lização e da carga horária contidos no Projeto Pedagógico do curso”. Diante do impasse, o Coeg revogou os artigos que iam contra o regimento da UFMS, inclusive a resolução 78 do Coun. A partir daı ́ surgiu a Resolução 93 de 5 de dezembro de 2014. Com base nela, as alunas e os alunos que se formarem no ano da implantação do novo projeto pedagógico também poderão se formar com a carga horária mı́nima do CNE. Porém, as/os estudantes que concluıŕ em o curso em 2016 e até 2018 icaram prejudicadas/os, obrigadas/os a cumprir a carga horária prevista no projeto pedagógico. Já as acadêmicas e os acadêmicos que se formam em 2015 estão protegidos e poderão concluir sem maiores problemas. Assim, no curso com carga de 4023 horas, as/os alunas/os teriam de cumprir 4828 aulas de 50 min (5/6 horas) no perıó do total do curso, excedendo o mıń imo de 10% permitido pelo CNE. Com isso, o número de aulas deveria ser reduzido para 4 023 de 60 minutos, fazendo com que a aluna e o aluno completassem a carga horária no inal do curso, a mesma que ele completaria anteriormente. Pelas contas, com a nova Resolução, só o curso de Fisioterapia deveria cortar aproxi- madamente 805 aulas (diferença entre as 4828 e 4 023 aulas). O Colegiado de Curso, no entanto, considerou que a quantidade de aulas cortadas prejudicaria a formação das/dos alunas/os e limitou a carga de aulas, mas a Fisioterapia reduziu apenas 428 aulas, restando 4400 aulas de 60 min. Como consequência, as/os estudantes tiveram a carga horária aumentada. Diante do histórico de aulas de 50 minutos, mesmo passando a fazer aulas de 60 minutos e realizando todas as disciplinas exigidas pelo seu curso, as alunas e os alunos não conseguirão atingir as 4400 horas ao inal. Por esse motivo, terão de cursar matérias a mais (as chamadas matérias optativas que podem ser realizadas em seus próprios cursos ou em outros cursos, sob orientação da coordenação). Dados do Siscad causam dúvida - O número de carga horária que aparece no Siscad para as/os alunas/os, na verdade, não é real. A somatória disponibilizada não é o tempo útil da/do acadê- mica/o. E como se o que aparecesse na carga horária fosse o número de aulas e não horas que a/o universitária/o teve na disciplina.