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AS MÃES DE TODOS NÓS
  Rosalina Alves da Silva Malzone




  Associação Espírita Allan Kardec
 Reunião Pública do dia 13/05/2012
AS MÃES DE TODOS NÓS

• Sabes os mandamentos: Não
  cometas adultério; Não mates; Não
  furtes; Não digas falso testemunho;
  Não cometas fraudes; Honra a teu
  pai e tua mãe. (Marcos, X:19; Lucas
  XVIII:20; Mateus, XIX:19).
• Honrarás teu pai e tua mãe, para
  teres uma vida dilatada sobre a
  Terra que Senhor teu Deus te há de
  dar. (Decálogo, Êxodo, XX:12).
AS MÃES DE TODOS NÓS
                 Piedade Filial
• Mandamento: “Honra teu pai e a tua mãe,
  conseqüência da lei geral da caridade e do
  amor ao próximo, porque não se pode amar
  ao próximo sem amar aos pais.
• Honra, um dever a mais para com eles: o da
  piedade filial = juntar ao amor: respeito,
  estima,obediência                        e,
  condescendência...àquelas pessoas que se
  encontram no lugar dos pais.
AS MÃES DE TODOS NÓS
• Deus pune de maneira rigorosa a violação
  desse mandamento...respeitá-los, assisti-los
  nas      suas      necessidades...repouso    na
  velhice...solicitude...necessário e o supérfluo,
  amabilidades = juros do que receberam,
  pagamento de uma dívida sagrada.
• ... infeliz do que age ao contrário;...pais
  descuidados→ é a Deus que compete puni-los;
  é da caridade pagar o mal com o bem,
  perdoar as ofensas, amar até mesmo os
  inimigos... Quem dirá em relação aos pais!
AS MÃES DE TODOS NÓS



Confissão Materna (Luz no Lar – p. 154)
AS MÃES DE TODOS NÓS
Amigos espirituais dizem que devo falar às
mães, e obedeço...
Providência divina honrou-me com lar na terra
mas, dentro dele era eu a irritação em
movimento. Era cega de espírito, egoísta e
maledicente, reclamava até do próprio tempo e
de Deus...Ele não me atende!...Não oro
mais...Porque não morri, na hora do
nascimento?
De todas as mulheres, sou a mais infeliz. Era
uma fera humana.
AS MÃES DE TODOS NÓS
Esposo leal e amigo era espezinhado por mim.
No dia terrível da provação, às 7h., acordei meu
filho para as lides da escola e ele choramingou:
- Estou doente, mãezinha, hoje quero ficar com a
senhora, não posso sair, tenho dor de cabeça...
-Bradei:     Preguiçoso! Trate de levantar-se!
Doente com essa cara! Era só o que
faltava...Chega o que sofro!...
- Mãezinha, deixe que eu fique! Hoje só...
AS MÃES DE TODOS NÓS
- Levante-se, menino. Sentei-o à força e ordenei-lhe
que calçasse o sapato e, ele pediu suplicante:
- Mamãe, não me deixe ir!... Hoje só...
- Encolerizada calcei-o com violência e ouvi-o clamar
em altos gemidos:
- Ai! Ai, mãezinha!...um espinho, um espinho!...
Aleguei arbitrária:
 - Malandro, não me venha com mentiras! Escola ou
surra. Ele empalideceu e desmaiou... Retirei o sapato
e vi que um escorpião lhe descarregara todo o
veneno.
AS MÃES DE TODOS NÓS
   Ó Deus de infinita bondade, tu que foste
imensamente piedoso para confiar um anjo a
uma leoa, porque não eliminaste a leoa para que
o anjo conseguisse viver?!...
Meu filho morreu, não mais me reconheci “Ai, ai
mãezinha...” perdi o equilíbrio, minha cabeça
encaneceu, meu pensamento destrambelhou;
acusei-me até que o manicômio me asilasse, me
escondesse, piedoso, o agoniado transe da
morte.
AS MÃES DE TODOS NÓS
Desencarnada,         dementada,       atormentada,
arrependida, padecente... amparada por benditos
mensageiros tenho recebido consolo de vários
círculos consagrados à prece. Hoje graças ao
trabalho reeducativo que me espera, pedem para
eu repetir às irmãs, a quem Deus confiou as
alegrias do lar
-Mães que pisais no mundo, compadecei-vos de
vossos filhos!...Corrigi, amando! Ensinai, servindo!
À frente de qualquer dificuldade, conservai a
paciência e cultivai a oração!...Dulce
AS MÃES DE TODOS NÓS




Amor e vida (Alma e Vida – Maria Dolores – p.
                     107)
AS MÃES DE TODOS NÓS


Na sala extensa da delegacia,
Estavam de plantão
O chefe e um escrivão
Agindo atentamente.
AS MÃES DE TODOS NÓS


Diante deles se reconhecia
Um nobre advogado em companhia
De um filho adolescente
AS MÃES DE TODOS NÓS

Algo distantes, lado a lado,
Erguia-se um soldado,
Guardando a prisioneira, uma doente,
Triste e pobre mulher, maltratada e
  abatida
Que, conquanto sentada,
Parecia a visão da dor, ansiosa
  conformada,
AS MÃES DE TODOS NÓS
- Doutor, - falou o chefe vigilante,
Dirigindo a palavra ao visitante,
- Embora o furto confessado,
Não sei o que fazer da velha, aqui detida,
Todo o processo crime está formado,
Mas a infeliz não tem qualquer defesa...
Já nomeei um bacharel amigo
Que lhe proteja a causa
AS MÃES DE TODOS NÓS
De mulher sofredora, em extrema
  pobreza,
Mas a doença dela é de febre sem pausa,
Segundo o nosso médico em serviço,
É um caso grave de pneumonia...
Que fazer? Conservá-la na prisão?
Aguardar do juiz alguma decisão?
Recolhê-la em asilo hospitalar?
Ou guardá-la em custódia no seu lar?
AS MÃES DE TODOS NÓS
O causídico explode em tom severo
-Absolutamente, não a quero;
Trata-se aqui de ladra astuta e estranha
Que desde a meninice me acompanha...
Lavadeira na casa de meus pais,
Confesso que em meus tempos de menino
Ela foi ama generosa e boa,
AS MÃES DE TODOS NÓS

Ajudou-me e serviu-me em pequenino,
Algum tempo de amparo, cousa à-toa...
Mas foi sempre um trambolho em meu
  caminho.
Desorientada e analfabeta,
Sempre me pareceu a burrice completa...
AS MÃES DE TODOS NÓS

Minha mãe, há dez anos falecida,
Pediu-me, antes da morte, agasalhar-lhe a
  vida.
Tornei-a lavadeira em minha residência...
Infelizmente agora,
Furtou minha senhora
Em jóias no valor de alguns milhões!...
AS MÃES DE TODOS NÓS


Fale, pois, Excelência.
Como ampará-la com paciência,
Se esta velha se fez agora simples ladra?
Resguardá-la em meu lar? Isso não quadra.
AS MÃES DE TODOS NÓS


Ouvindo a acusação, a pobre estarrecida,
Caiu desfalecida...
AS MÃES DE TODOS NÓS
Enternecido o próprio delegado
Fitou o advogado,
Como a lhe perguntar de que modo agiria;
Ele apenas, porém, respondeu friamente:
- Que se lhe dê qualquer enfermaria...
Desmaio de gatuno é antigo expediente...
Depois, erguendo mais a voz:
- Pode espantar aos, tolos não a nós...
AS MÃES DE TODOS NÓS

Nada posso fazer,
Devo esperar meu pai que volta ainda hoje
De uma visita a Portugal.
Coloquem esta ladra no hospital,
A Polícia dispõe de ação segura e pronta,
A despesa será por minha conta.
AS MÃES DE TODOS NÓS

Pai e filho, no carro, a deslizar lá fora,
Eis que o rapaz revela, enquanto chora:
- Papai, ao ver a Tia Lina desmaiada,
(Lina era o nome da acusada),
Já não devo ocultar o erro que fiz,
AS MÃES DE TODOS NÓS
Num momento infeliz,
Roubei todas as jóias da Mãezinha,
Tenho-as todas em minha escrivaninha;
E Tia Lina me viu quando as furtei,
Sabe o erro que eu fiz
E porque se calou, realmente não sei...
AS MÃES DE TODOS NÓS

Pálido, o genitor espantado e abatido,
Colhe das mãos do filho o tesouro escondido...
Quer gritar, acusar, mas a hora é de ação;
O pai está à porta,
Regressando feliz da ditosa excursão.
AS MÃES DE TODOS NÓS

Depois das manifestações de amor de alegria,
Ambos se trancam numa sala;
O velho escuta a história e, ao registrá-la,
Tanto mais chora, quanto mais a ouvia...
AS MÃES DE TODOS NÓS
Em silenciando o filho, o distinto senhor,
Em poder disfarçar a profunda emoção,
Falou-lhe, coração a coração:
- Filho, de qualquer modo, és sempre, o nosso
  amor,
Eis chegado, no entanto, o instante justo,
Em que devo contar-te, mesmo a custo,
AS MÃES DE TODOS NÓS
Algo que foi passado...
Minha esposa depois de nosso enlace,
Precisava de alguém que lhe compartilhasse
Os cuidados do lar, a limpeza, o serviço...
Nossa querida Lina
Surgiu-nos certo dia...Era quase uma menina,
AS MÃES DE TODOS NÓS

No entanto, estava grávida e solteira.
Nela encontramos nobre companheira,
Dela nascente em nosso próprio lar,
Minha mulher beijou-te e a cantar...
Desde então, tua mãe – tua mãe verdadeira,
AS MÃES DE TODOS NÓS

Deu-se de todo, a nós, de espírito cativo,
Esqueceu-se por nós, nunca pode estudar,
Ela era o serviço, o apoio em nosso lar...
Nada nos reclamou, nem mesmo uma só
  vez,
Declarava-te o filho de nós três,
Nunca foste adotivo...
AS MÃES DE TODOS NÓS

Criança recém-nata, eras fraco e doente,
Lina te resguardou, constantemente.
Mãe, servidora, irmã e escrava pelo afeto
Agora, certamente,
Aceitou a prisão para salvar o neto...
AS MÃES DE TODOS NÓS
Sufocado o pranto, acompanhando o pai...
O advogado na delegacia
Apagou toda a queixa
Que já não mais vigoraria...
Perguntou por notícias da acusada,
Soube que Lina fora transportada
Para uma enfermaria de indigentes.
AS MÃES DE TODOS NÓS

Correm os dois, ansiosos e impacientes,
Querem Lina de volta, por sinal;
Mas sobre o leito humilde do hospital,
Acham-na muda e inerte...Esclarece a
 enfermeira
Que a doente chagara à hora derradeira...
AS MÃES DE TODOS NÓS


Põem-se os visitantes a chorar,
Mas Lina lhes dirige um último olhar...
E nesse último olhar que envolve os três
A verdade se fez...
AS MÃES DE TODOS NÓS

Descem-lhe grossas lágrimas na face
Qual se a pobre ao vertê-las,
Por elas encontrasse
Um caminho de luz para a luz das estrelas...
AS MÃES DE TODOS NÓS
O filho a soluçar, sem conforto e sem voz,
Reconheceu, por fim, de alma abatida,
Que a mais simples mulher, em renúncia na
 vida,
Pode ser nossa mãe, junto de nós...
AS MÃES DE TODOS NÓS


Carta a Minha Mãe ( H. Campos – Crônicas de Além
  Túmulo – p. 203)
AS MÃES DE TODOS NÓS

• H. de Campos – pobre, enfermo,
  desencarna e escreve à sua mãe.
• Lembra a viuvez dolorosa de sua mãe junto
  da máquina de costura e do seu “terço” de
  orações, sacrificando a mocidade e a saúde
  pelos filhos.
AS MÃES DE TODOS NÓS
• H. de Campos ajoelhou-se aos pés da mãe
  e repetiu a oração:
-“Meu senhor Jesus Cristo, se eu não tiver de
  ter uma boa sorte, levai-me deste mundo,
  dando-me uma boa morte.”
• Ele e sua irmã Midoca partiram e ela ficou
  no culto dos filhos para consolar o coração.
AS MÃES DE TODOS NÓS
• Coelho Neto dizia que as religiões são como
  as linguagens. Cada doutrina envia Deus, a
  seu modo, o voto de súplica ou adoração...
  Chega, porém, um dia, em que o homem
  acha melhor repousar na fé a que se
  habituou, nas suas meditações e nas suas
  lutas. Assim mamãe, a cruz se te afigura mais
  leve e caminhas. Esperar e sofrer têm sido os
  dois grandes motivos dos teus quase 75 anos
  de provações, de viuvez e de orfandade.
AS MÃES DE TODOS NÓS

• E eu, minha mãe, não estou mais aí para
  afagar-te as mãos trêmulas e os cabelos
  brancos que as dores santificaram. Não
  posso prover-te de pão e nem guardar-te
  da fúria da tempestade, mas, abraçando
  teu espírito, sou a força que adquires na
  oração, como se absorvesses um vinho
  misterioso e divino.
AS MÃES DE TODOS NÓS



• Se eu tivesse emancipação espiritual, teria
  preferido ficar, não obstante a minha
  cegueira...
AS MÃES DE TODOS NÓS
• Mas um dia, eu e Midoca seremos
  agasalhados nos teus braços cariciosos,
  como dois passarinhos ansiosos pela
  suavidade das suas asas maternas, e
  guardaremos as nossas lágrimas nos cofres
  de Deus, onde elas se cristalizam como as
  moedas fulgurantes e eternas do erário de
  todos os infelizes e desafortunados do
  mundo.
AS MÃES DE TODOS NÓS
E, fazendo nossas as palavras de Lya Luft,
 dizemos que a ‘mãe da gente” é o mais
 inevitável,   inefugível,    imprescindível,
 amável, às vezes exasperante e carente Ser,
 que seja qual for a nossa idade, país, etnia,
 classe social ou cultura, nos fará a mais
 dramática e pungente falta quando um dia
 nos dermos conta de que já não temos
 ninguém a quem chamar de “Mãe”.

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AS MÃES DE TODOS NÓS

  • 1. AS MÃES DE TODOS NÓS Rosalina Alves da Silva Malzone Associação Espírita Allan Kardec Reunião Pública do dia 13/05/2012
  • 2. AS MÃES DE TODOS NÓS • Sabes os mandamentos: Não cometas adultério; Não mates; Não furtes; Não digas falso testemunho; Não cometas fraudes; Honra a teu pai e tua mãe. (Marcos, X:19; Lucas XVIII:20; Mateus, XIX:19). • Honrarás teu pai e tua mãe, para teres uma vida dilatada sobre a Terra que Senhor teu Deus te há de dar. (Decálogo, Êxodo, XX:12).
  • 3. AS MÃES DE TODOS NÓS Piedade Filial • Mandamento: “Honra teu pai e a tua mãe, conseqüência da lei geral da caridade e do amor ao próximo, porque não se pode amar ao próximo sem amar aos pais. • Honra, um dever a mais para com eles: o da piedade filial = juntar ao amor: respeito, estima,obediência e, condescendência...àquelas pessoas que se encontram no lugar dos pais.
  • 4. AS MÃES DE TODOS NÓS • Deus pune de maneira rigorosa a violação desse mandamento...respeitá-los, assisti-los nas suas necessidades...repouso na velhice...solicitude...necessário e o supérfluo, amabilidades = juros do que receberam, pagamento de uma dívida sagrada. • ... infeliz do que age ao contrário;...pais descuidados→ é a Deus que compete puni-los; é da caridade pagar o mal com o bem, perdoar as ofensas, amar até mesmo os inimigos... Quem dirá em relação aos pais!
  • 5. AS MÃES DE TODOS NÓS Confissão Materna (Luz no Lar – p. 154)
  • 6. AS MÃES DE TODOS NÓS Amigos espirituais dizem que devo falar às mães, e obedeço... Providência divina honrou-me com lar na terra mas, dentro dele era eu a irritação em movimento. Era cega de espírito, egoísta e maledicente, reclamava até do próprio tempo e de Deus...Ele não me atende!...Não oro mais...Porque não morri, na hora do nascimento? De todas as mulheres, sou a mais infeliz. Era uma fera humana.
  • 7. AS MÃES DE TODOS NÓS Esposo leal e amigo era espezinhado por mim. No dia terrível da provação, às 7h., acordei meu filho para as lides da escola e ele choramingou: - Estou doente, mãezinha, hoje quero ficar com a senhora, não posso sair, tenho dor de cabeça... -Bradei: Preguiçoso! Trate de levantar-se! Doente com essa cara! Era só o que faltava...Chega o que sofro!... - Mãezinha, deixe que eu fique! Hoje só...
  • 8. AS MÃES DE TODOS NÓS - Levante-se, menino. Sentei-o à força e ordenei-lhe que calçasse o sapato e, ele pediu suplicante: - Mamãe, não me deixe ir!... Hoje só... - Encolerizada calcei-o com violência e ouvi-o clamar em altos gemidos: - Ai! Ai, mãezinha!...um espinho, um espinho!... Aleguei arbitrária: - Malandro, não me venha com mentiras! Escola ou surra. Ele empalideceu e desmaiou... Retirei o sapato e vi que um escorpião lhe descarregara todo o veneno.
  • 9. AS MÃES DE TODOS NÓS Ó Deus de infinita bondade, tu que foste imensamente piedoso para confiar um anjo a uma leoa, porque não eliminaste a leoa para que o anjo conseguisse viver?!... Meu filho morreu, não mais me reconheci “Ai, ai mãezinha...” perdi o equilíbrio, minha cabeça encaneceu, meu pensamento destrambelhou; acusei-me até que o manicômio me asilasse, me escondesse, piedoso, o agoniado transe da morte.
  • 10. AS MÃES DE TODOS NÓS Desencarnada, dementada, atormentada, arrependida, padecente... amparada por benditos mensageiros tenho recebido consolo de vários círculos consagrados à prece. Hoje graças ao trabalho reeducativo que me espera, pedem para eu repetir às irmãs, a quem Deus confiou as alegrias do lar -Mães que pisais no mundo, compadecei-vos de vossos filhos!...Corrigi, amando! Ensinai, servindo! À frente de qualquer dificuldade, conservai a paciência e cultivai a oração!...Dulce
  • 11. AS MÃES DE TODOS NÓS Amor e vida (Alma e Vida – Maria Dolores – p. 107)
  • 12. AS MÃES DE TODOS NÓS Na sala extensa da delegacia, Estavam de plantão O chefe e um escrivão Agindo atentamente.
  • 13. AS MÃES DE TODOS NÓS Diante deles se reconhecia Um nobre advogado em companhia De um filho adolescente
  • 14. AS MÃES DE TODOS NÓS Algo distantes, lado a lado, Erguia-se um soldado, Guardando a prisioneira, uma doente, Triste e pobre mulher, maltratada e abatida Que, conquanto sentada, Parecia a visão da dor, ansiosa conformada,
  • 15. AS MÃES DE TODOS NÓS - Doutor, - falou o chefe vigilante, Dirigindo a palavra ao visitante, - Embora o furto confessado, Não sei o que fazer da velha, aqui detida, Todo o processo crime está formado, Mas a infeliz não tem qualquer defesa... Já nomeei um bacharel amigo Que lhe proteja a causa
  • 16. AS MÃES DE TODOS NÓS De mulher sofredora, em extrema pobreza, Mas a doença dela é de febre sem pausa, Segundo o nosso médico em serviço, É um caso grave de pneumonia... Que fazer? Conservá-la na prisão? Aguardar do juiz alguma decisão? Recolhê-la em asilo hospitalar? Ou guardá-la em custódia no seu lar?
  • 17. AS MÃES DE TODOS NÓS O causídico explode em tom severo -Absolutamente, não a quero; Trata-se aqui de ladra astuta e estranha Que desde a meninice me acompanha... Lavadeira na casa de meus pais, Confesso que em meus tempos de menino Ela foi ama generosa e boa,
  • 18. AS MÃES DE TODOS NÓS Ajudou-me e serviu-me em pequenino, Algum tempo de amparo, cousa à-toa... Mas foi sempre um trambolho em meu caminho. Desorientada e analfabeta, Sempre me pareceu a burrice completa...
  • 19. AS MÃES DE TODOS NÓS Minha mãe, há dez anos falecida, Pediu-me, antes da morte, agasalhar-lhe a vida. Tornei-a lavadeira em minha residência... Infelizmente agora, Furtou minha senhora Em jóias no valor de alguns milhões!...
  • 20. AS MÃES DE TODOS NÓS Fale, pois, Excelência. Como ampará-la com paciência, Se esta velha se fez agora simples ladra? Resguardá-la em meu lar? Isso não quadra.
  • 21. AS MÃES DE TODOS NÓS Ouvindo a acusação, a pobre estarrecida, Caiu desfalecida...
  • 22. AS MÃES DE TODOS NÓS Enternecido o próprio delegado Fitou o advogado, Como a lhe perguntar de que modo agiria; Ele apenas, porém, respondeu friamente: - Que se lhe dê qualquer enfermaria... Desmaio de gatuno é antigo expediente... Depois, erguendo mais a voz: - Pode espantar aos, tolos não a nós...
  • 23. AS MÃES DE TODOS NÓS Nada posso fazer, Devo esperar meu pai que volta ainda hoje De uma visita a Portugal. Coloquem esta ladra no hospital, A Polícia dispõe de ação segura e pronta, A despesa será por minha conta.
  • 24. AS MÃES DE TODOS NÓS Pai e filho, no carro, a deslizar lá fora, Eis que o rapaz revela, enquanto chora: - Papai, ao ver a Tia Lina desmaiada, (Lina era o nome da acusada), Já não devo ocultar o erro que fiz,
  • 25. AS MÃES DE TODOS NÓS Num momento infeliz, Roubei todas as jóias da Mãezinha, Tenho-as todas em minha escrivaninha; E Tia Lina me viu quando as furtei, Sabe o erro que eu fiz E porque se calou, realmente não sei...
  • 26. AS MÃES DE TODOS NÓS Pálido, o genitor espantado e abatido, Colhe das mãos do filho o tesouro escondido... Quer gritar, acusar, mas a hora é de ação; O pai está à porta, Regressando feliz da ditosa excursão.
  • 27. AS MÃES DE TODOS NÓS Depois das manifestações de amor de alegria, Ambos se trancam numa sala; O velho escuta a história e, ao registrá-la, Tanto mais chora, quanto mais a ouvia...
  • 28. AS MÃES DE TODOS NÓS Em silenciando o filho, o distinto senhor, Em poder disfarçar a profunda emoção, Falou-lhe, coração a coração: - Filho, de qualquer modo, és sempre, o nosso amor, Eis chegado, no entanto, o instante justo, Em que devo contar-te, mesmo a custo,
  • 29. AS MÃES DE TODOS NÓS Algo que foi passado... Minha esposa depois de nosso enlace, Precisava de alguém que lhe compartilhasse Os cuidados do lar, a limpeza, o serviço... Nossa querida Lina Surgiu-nos certo dia...Era quase uma menina,
  • 30. AS MÃES DE TODOS NÓS No entanto, estava grávida e solteira. Nela encontramos nobre companheira, Dela nascente em nosso próprio lar, Minha mulher beijou-te e a cantar... Desde então, tua mãe – tua mãe verdadeira,
  • 31. AS MÃES DE TODOS NÓS Deu-se de todo, a nós, de espírito cativo, Esqueceu-se por nós, nunca pode estudar, Ela era o serviço, o apoio em nosso lar... Nada nos reclamou, nem mesmo uma só vez, Declarava-te o filho de nós três, Nunca foste adotivo...
  • 32. AS MÃES DE TODOS NÓS Criança recém-nata, eras fraco e doente, Lina te resguardou, constantemente. Mãe, servidora, irmã e escrava pelo afeto Agora, certamente, Aceitou a prisão para salvar o neto...
  • 33. AS MÃES DE TODOS NÓS Sufocado o pranto, acompanhando o pai... O advogado na delegacia Apagou toda a queixa Que já não mais vigoraria... Perguntou por notícias da acusada, Soube que Lina fora transportada Para uma enfermaria de indigentes.
  • 34. AS MÃES DE TODOS NÓS Correm os dois, ansiosos e impacientes, Querem Lina de volta, por sinal; Mas sobre o leito humilde do hospital, Acham-na muda e inerte...Esclarece a enfermeira Que a doente chagara à hora derradeira...
  • 35. AS MÃES DE TODOS NÓS Põem-se os visitantes a chorar, Mas Lina lhes dirige um último olhar... E nesse último olhar que envolve os três A verdade se fez...
  • 36. AS MÃES DE TODOS NÓS Descem-lhe grossas lágrimas na face Qual se a pobre ao vertê-las, Por elas encontrasse Um caminho de luz para a luz das estrelas...
  • 37. AS MÃES DE TODOS NÓS O filho a soluçar, sem conforto e sem voz, Reconheceu, por fim, de alma abatida, Que a mais simples mulher, em renúncia na vida, Pode ser nossa mãe, junto de nós...
  • 38. AS MÃES DE TODOS NÓS Carta a Minha Mãe ( H. Campos – Crônicas de Além Túmulo – p. 203)
  • 39. AS MÃES DE TODOS NÓS • H. de Campos – pobre, enfermo, desencarna e escreve à sua mãe. • Lembra a viuvez dolorosa de sua mãe junto da máquina de costura e do seu “terço” de orações, sacrificando a mocidade e a saúde pelos filhos.
  • 40. AS MÃES DE TODOS NÓS • H. de Campos ajoelhou-se aos pés da mãe e repetiu a oração: -“Meu senhor Jesus Cristo, se eu não tiver de ter uma boa sorte, levai-me deste mundo, dando-me uma boa morte.” • Ele e sua irmã Midoca partiram e ela ficou no culto dos filhos para consolar o coração.
  • 41. AS MÃES DE TODOS NÓS • Coelho Neto dizia que as religiões são como as linguagens. Cada doutrina envia Deus, a seu modo, o voto de súplica ou adoração... Chega, porém, um dia, em que o homem acha melhor repousar na fé a que se habituou, nas suas meditações e nas suas lutas. Assim mamãe, a cruz se te afigura mais leve e caminhas. Esperar e sofrer têm sido os dois grandes motivos dos teus quase 75 anos de provações, de viuvez e de orfandade.
  • 42. AS MÃES DE TODOS NÓS • E eu, minha mãe, não estou mais aí para afagar-te as mãos trêmulas e os cabelos brancos que as dores santificaram. Não posso prover-te de pão e nem guardar-te da fúria da tempestade, mas, abraçando teu espírito, sou a força que adquires na oração, como se absorvesses um vinho misterioso e divino.
  • 43. AS MÃES DE TODOS NÓS • Se eu tivesse emancipação espiritual, teria preferido ficar, não obstante a minha cegueira...
  • 44. AS MÃES DE TODOS NÓS • Mas um dia, eu e Midoca seremos agasalhados nos teus braços cariciosos, como dois passarinhos ansiosos pela suavidade das suas asas maternas, e guardaremos as nossas lágrimas nos cofres de Deus, onde elas se cristalizam como as moedas fulgurantes e eternas do erário de todos os infelizes e desafortunados do mundo.
  • 45. AS MÃES DE TODOS NÓS E, fazendo nossas as palavras de Lya Luft, dizemos que a ‘mãe da gente” é o mais inevitável, inefugível, imprescindível, amável, às vezes exasperante e carente Ser, que seja qual for a nossa idade, país, etnia, classe social ou cultura, nos fará a mais dramática e pungente falta quando um dia nos dermos conta de que já não temos ninguém a quem chamar de “Mãe”.