SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  10
O leitor é um pescador




COLOMER, Teresa. Andar entre livros. A leitura literária na escola.
São Paulo: Global, 2007, p. 51.
Sensação de pertencimento


O pescador se sente parte          de   uma
comunidade de pescadores.

                    ↓
“(...) pesca e leitura – longe de ser atos de
pura técnica e/ou de pura intimidade
individualista     –    estão    cheias    de
sociabilidade”.
Primeiro propósito do ensino das
Práticas de Linguagem          no
âmbito da Literatura no Ensino
Fundamental II:
               ↓
Oferecer oportunidades, na aula e
fora dela, para que os alunos
sejam participantes ativos de uma
comunidade de leitores de
Literatura e desenvolvam uma
postura estética frente à obra
literária.
O pescador conhece histórias de pescadores, sabe
os nomes dos diferentes tipos de anzol, usa
palavras adequadas para se referir a termos
técnicos da pesca...
                       ↓
Pelo discurso se reconhece o pescador.
                       ↓
O discurso é um dos recursos de que dispõem as
comunidades para realizar uma atividade mental
conjunta, e “a fluidez no discurso de uma
comunidade é um dos sinais evidentes de que se
pertence a ela”.*

 *MERCER, Neil: Palabras y mentes. Como usamos el lenguaje para
pensar juntos. Barcelona. Paidós, p. 141.
Fazer emergir significados implícitos
 e dar palavras para falar sobre livros
 é uma parte essencial do trabalho
 escolar.
                       ↓
    Dominar a metalinguagem para
 sentir-se parte da comunidade de
 leitores.

 “Se fala sobre suas leituras, o aluno
 aprende mais e mais rapidamente”.*

COLOMER, Teresa. (2001): “La lectura de ficción enseña a leer”.
Como formar leitores?

“Não existe uma fórmula mágica. Não há um método
nem uma técnica que inevitavelmente tenham êxito.
Não há nenhum segredo. (...) Há apenas uma lista de
ingredientes, algumas instruções básicas, que, se
seguidas no dia a dia tendem a produzir um resultado
desejado. Para mudar a metáfora, podemos dizer que há
um meio ambiente, uma ecologia cultural na qual as
pessoas tendem a crescer como leitores saudáveis e
comprometidos. Apenas tendem, porque estamos
lidando com seres humanos e nada que tenha a ver com
os seres humanos é infalível”.

CHAMBERS, A. (1996): “Como formar lectores”. Conferência pronunciada no 25°
Congresso Mundial do IBBY em Groningen, Holanda.
(...) No caso da poesia as coisas não são
tão precisas. Lilia Lardone (1996) sugere
algumas ideias: "O universo poético, síntese do
mundo oferecida na versão original e única de
um autor, está vinculado a certas qualidades:
brevidade, intensidade, unidade temática,
harmonia, tensão entre tema e imagem...".
      Para que um professor possa selecionar e
usufruir poesia com seus alunos, deve lê-la
com frequência para que eles possam ir
encontrando seus próprios gostos quanto a
autores, temas, construção de imagens e para
que ampliem seu universo de leitura.

Fonte: Material elaborado por Ana Isabel Siro para o seminário intitulado
Situações didáticas e intervenção docente com textos, promovido pelo
Centro de Formação da Escola da Vila em janeiro de 2000.
Também é importante ressaltar que a poesia vai
muito além da sua linguagem literal. Acontece a
qualquer leitor de, muitas vezes, se sentir comovido
com um poema que não compreende totalmente. É
fundamental dar oportunidade às crianças para que
possam enfrentar textos dessa natureza. Vejamos o
que nos recomenda Ray Bradbury (1995) : "Leia um
poema todos os dias. A poesia é boa porque exercita
músculos que se usam pouco. Expande os sentidos e
os mantém em condições ótimas. Conserva a
consciência do nariz, do olho, do ouvido, a língua e a
mão. E, sobretudo, a poesia é metáfora condensada.
Como as flores de papel japonesas, às vezes as
metáforas se abrem em formas gigantescas. Nos
livros de poesia há ideias por toda parte...

Fonte: Material elaborado por Ana Isabel Siro para o seminário
intitulado Situações didáticas e intervenção docente com textos,
promovido pelo Centro de Formação em janeiro de 2000.
Que poemas? Qualquer um que arrepie, emocione.
Não se esforce demais. Faça-o com calma. Com os
alunos pode-se alcançar um T.S.Eliot, caminhar
junto a ele e inclusive adiantar-se-lhe em seu
caminho a outros campos. Diz que não entende
Dylan Thomas? Bom, mas suas glândulas sim, o
entendem, e todos os seus filhos não nascidos.
Leia-o com os olhos, como poderia ler a um cavalo
livre que galopa por um prado verde e interminável
num dia de vento..." (p.38)



Fonte: Material elaborado por Ana Isabel Siro para o
seminário intitulado Situações didáticas e intervenção
docente com textos, promovido pelo Centro de Formação em
janeiro de 2000.
Que poemas? Qualquer um que arrepie, emocione.
Não se esforce demais. Faça-o com calma. Com os
alunos pode-se alcançar um T.S.Eliot, caminhar
junto a ele e inclusive adiantar-se-lhe em seu
caminho a outros campos. Diz que não entende
Dylan Thomas? Bom, mas suas glândulas sim, o
entendem, e todos os seus filhos não nascidos.
Leia-o com os olhos, como poderia ler a um cavalo
livre que galopa por um prado verde e interminável
num dia de vento..." (p.38)



Fonte: Material elaborado por Ana Isabel Siro para o
seminário intitulado Situações didáticas e intervenção
docente com textos, promovido pelo Centro de Formação em
janeiro de 2000.

Contenu connexe

Tendances

Dlp em acao 09 clubes_leitura
Dlp em acao 09 clubes_leituraDlp em acao 09 clubes_leitura
Dlp em acao 09 clubes_leituradlpemacao
 
Lingua portuguesa a pesquisa e o trabalho em sala de aula
Lingua portuguesa a pesquisa e o trabalho em sala de aulaLingua portuguesa a pesquisa e o trabalho em sala de aula
Lingua portuguesa a pesquisa e o trabalho em sala de auladlpemacao
 
Abordagem ao genero textual crônica
Abordagem ao genero textual crônicaAbordagem ao genero textual crônica
Abordagem ao genero textual crônicaAndreia Medeiros
 
Cinema e literatura na escola
Cinema e literatura na escola Cinema e literatura na escola
Cinema e literatura na escola Ida Maria Marins
 
Apresentação PCN
Apresentação PCNApresentação PCN
Apresentação PCNVal Valença
 
Minha biblioteca
Minha bibliotecaMinha biblioteca
Minha bibliotecaisapati
 
Texto, discurso, intertextualidade e interdiscursividade
Texto, discurso, intertextualidade e interdiscursividadeTexto, discurso, intertextualidade e interdiscursividade
Texto, discurso, intertextualidade e interdiscursividadeA vida
 
Sarau Literário 2013
Sarau Literário 2013Sarau Literário 2013
Sarau Literário 2013QUEDMA SILVA
 
Cinema e literatura na escola
Cinema e literatura na escola Cinema e literatura na escola
Cinema e literatura na escola Ida Maria Marins
 
Ironia e humor em textos variados 2
Ironia e humor em textos variados 2Ironia e humor em textos variados 2
Ironia e humor em textos variados 2Eudesia Carvalho
 
Guia de aprendizagem 2a unid
Guia de aprendizagem 2a unidGuia de aprendizagem 2a unid
Guia de aprendizagem 2a unidVal Valença
 
Sequência didática poemas
Sequência didática poemasSequência didática poemas
Sequência didática poemasDário Reis
 
Apresentação do TCC: Fernando Pessoa e Heterônimos
Apresentação do TCC: Fernando Pessoa e HeterônimosApresentação do TCC: Fernando Pessoa e Heterônimos
Apresentação do TCC: Fernando Pessoa e HeterônimosFelipe De Souza Costa
 

Tendances (20)

Poesias
PoesiasPoesias
Poesias
 
Dlp em acao 09 clubes_leitura
Dlp em acao 09 clubes_leituraDlp em acao 09 clubes_leitura
Dlp em acao 09 clubes_leitura
 
Lingua portuguesa a pesquisa e o trabalho em sala de aula
Lingua portuguesa a pesquisa e o trabalho em sala de aulaLingua portuguesa a pesquisa e o trabalho em sala de aula
Lingua portuguesa a pesquisa e o trabalho em sala de aula
 
Abordagem ao genero textual crônica
Abordagem ao genero textual crônicaAbordagem ao genero textual crônica
Abordagem ao genero textual crônica
 
Aula hipertexto
Aula hipertextoAula hipertexto
Aula hipertexto
 
Cinema e literatura na escola
Cinema e literatura na escola Cinema e literatura na escola
Cinema e literatura na escola
 
OT Sabores da Leitura 25fev
OT Sabores da Leitura 25fevOT Sabores da Leitura 25fev
OT Sabores da Leitura 25fev
 
Manual o-diario-de-anne-frank-em-quadrinhos
Manual o-diario-de-anne-frank-em-quadrinhosManual o-diario-de-anne-frank-em-quadrinhos
Manual o-diario-de-anne-frank-em-quadrinhos
 
Apresentação PCN
Apresentação PCNApresentação PCN
Apresentação PCN
 
Minha biblioteca
Minha bibliotecaMinha biblioteca
Minha biblioteca
 
Texto, discurso, intertextualidade e interdiscursividade
Texto, discurso, intertextualidade e interdiscursividadeTexto, discurso, intertextualidade e interdiscursividade
Texto, discurso, intertextualidade e interdiscursividade
 
Sarau Literário 2013
Sarau Literário 2013Sarau Literário 2013
Sarau Literário 2013
 
Gêneros textuais
Gêneros textuaisGêneros textuais
Gêneros textuais
 
Humor e ironia
Humor e ironiaHumor e ironia
Humor e ironia
 
Cinema e literatura na escola
Cinema e literatura na escola Cinema e literatura na escola
Cinema e literatura na escola
 
Ironia e humor em textos variados 2
Ironia e humor em textos variados 2Ironia e humor em textos variados 2
Ironia e humor em textos variados 2
 
Guia de aprendizagem 2a unid
Guia de aprendizagem 2a unidGuia de aprendizagem 2a unid
Guia de aprendizagem 2a unid
 
Sequência didática poemas
Sequência didática poemasSequência didática poemas
Sequência didática poemas
 
Apresentação do TCC: Fernando Pessoa e Heterônimos
Apresentação do TCC: Fernando Pessoa e HeterônimosApresentação do TCC: Fernando Pessoa e Heterônimos
Apresentação do TCC: Fernando Pessoa e Heterônimos
 
Pnaic unidade 6
Pnaic unidade 6Pnaic unidade 6
Pnaic unidade 6
 

En vedette

Diario de uma pescaria 2013
Diario de uma pescaria 2013Diario de uma pescaria 2013
Diario de uma pescaria 2013cnsmar
 
Catálogo Plust
Catálogo PlustCatálogo Plust
Catálogo PlustGibeller
 
Melhor gestão melhor ensino marcia
Melhor gestão  melhor ensino marciaMelhor gestão  melhor ensino marcia
Melhor gestão melhor ensino marciarosanaveiga
 
Folha Notícias Regionais® | Oeste Paulista - Edição 123
Folha Notícias Regionais® | Oeste Paulista - Edição 123Folha Notícias Regionais® | Oeste Paulista - Edição 123
Folha Notícias Regionais® | Oeste Paulista - Edição 123FolhaNR
 
O futuro do resseguro no brasil apresentação dr marcello gama
O futuro do resseguro no brasil   apresentação dr marcello gamaO futuro do resseguro no brasil   apresentação dr marcello gama
O futuro do resseguro no brasil apresentação dr marcello gamapaulooficinadotexto
 
Imóvel AC1 MA1 UC pp-
Imóvel AC1 MA1   UC    pp-Imóvel AC1 MA1   UC    pp-
Imóvel AC1 MA1 UC pp-istotal
 
Lessons learned boot camp 5
Lessons learned boot camp 5Lessons learned boot camp 5
Lessons learned boot camp 5WELink
 
Relação infinity line vs Loterias - alcance seu sonho - apresentação 2015
Relação infinity line vs Loterias - alcance seu sonho - apresentação 2015 Relação infinity line vs Loterias - alcance seu sonho - apresentação 2015
Relação infinity line vs Loterias - alcance seu sonho - apresentação 2015 Fabiola Souza
 
Three Days Grace - Never Too Late
Three Days Grace - Never Too LateThree Days Grace - Never Too Late
Three Days Grace - Never Too LateIsa Meiyo
 
Marketing Digital Para Contadores
Marketing Digital Para ContadoresMarketing Digital Para Contadores
Marketing Digital Para ContadoresNibo
 
Azulejos
AzulejosAzulejos
AzulejosCEF16
 
Tema 25 hepatitis ii
Tema 25 hepatitis iiTema 25 hepatitis ii
Tema 25 hepatitis iiCat Lunac
 
Trabalho de Campo: Uma Modalidade Pedagógica e Inclusiva
Trabalho de Campo: Uma Modalidade Pedagógica e InclusivaTrabalho de Campo: Uma Modalidade Pedagógica e Inclusiva
Trabalho de Campo: Uma Modalidade Pedagógica e InclusivaAlexandre Borgonovi
 
Planeación
PlaneaciónPlaneación
Planeacióndelser
 

En vedette (20)

Diario de uma pescaria 2013
Diario de uma pescaria 2013Diario de uma pescaria 2013
Diario de uma pescaria 2013
 
Catálogo Plust
Catálogo PlustCatálogo Plust
Catálogo Plust
 
Melhor gestão melhor ensino marcia
Melhor gestão  melhor ensino marciaMelhor gestão  melhor ensino marcia
Melhor gestão melhor ensino marcia
 
02 4
02 402 4
02 4
 
Importancia del cohete de agua
Importancia  del cohete de aguaImportancia  del cohete de agua
Importancia del cohete de agua
 
Folha Notícias Regionais® | Oeste Paulista - Edição 123
Folha Notícias Regionais® | Oeste Paulista - Edição 123Folha Notícias Regionais® | Oeste Paulista - Edição 123
Folha Notícias Regionais® | Oeste Paulista - Edição 123
 
O futuro do resseguro no brasil apresentação dr marcello gama
O futuro do resseguro no brasil   apresentação dr marcello gamaO futuro do resseguro no brasil   apresentação dr marcello gama
O futuro do resseguro no brasil apresentação dr marcello gama
 
Imóvel AC1 MA1 UC pp-
Imóvel AC1 MA1   UC    pp-Imóvel AC1 MA1   UC    pp-
Imóvel AC1 MA1 UC pp-
 
Lessons learned boot camp 5
Lessons learned boot camp 5Lessons learned boot camp 5
Lessons learned boot camp 5
 
Relação infinity line vs Loterias - alcance seu sonho - apresentação 2015
Relação infinity line vs Loterias - alcance seu sonho - apresentação 2015 Relação infinity line vs Loterias - alcance seu sonho - apresentação 2015
Relação infinity line vs Loterias - alcance seu sonho - apresentação 2015
 
Bola Atlântida 2014
Bola Atlântida 2014Bola Atlântida 2014
Bola Atlântida 2014
 
Areasnaturalesprotegidas
AreasnaturalesprotegidasAreasnaturalesprotegidas
Areasnaturalesprotegidas
 
Sos pt
Sos ptSos pt
Sos pt
 
Three Days Grace - Never Too Late
Three Days Grace - Never Too LateThree Days Grace - Never Too Late
Three Days Grace - Never Too Late
 
Marketing Digital Para Contadores
Marketing Digital Para ContadoresMarketing Digital Para Contadores
Marketing Digital Para Contadores
 
Azulejos
AzulejosAzulejos
Azulejos
 
Tema 25 hepatitis ii
Tema 25 hepatitis iiTema 25 hepatitis ii
Tema 25 hepatitis ii
 
Trabalho de Campo: Uma Modalidade Pedagógica e Inclusiva
Trabalho de Campo: Uma Modalidade Pedagógica e InclusivaTrabalho de Campo: Uma Modalidade Pedagógica e Inclusiva
Trabalho de Campo: Uma Modalidade Pedagógica e Inclusiva
 
Planeación
PlaneaciónPlaneación
Planeación
 
Presente para a mãe de um adolescente
Presente para a mãe de um adolescentePresente para a mãe de um adolescente
Presente para a mãe de um adolescente
 

Similaire à Pertencimento à comunidade de leitores

Literatura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLA
Literatura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLALiteratura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLA
Literatura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLAMagno Oliveira
 
Unidade 5 os diferentes textos em sala de alfabetização
Unidade 5 os diferentes textos em sala de alfabetizaçãoUnidade 5 os diferentes textos em sala de alfabetização
Unidade 5 os diferentes textos em sala de alfabetizaçãoNaysa Taboada
 
Projeto Pedagogico
Projeto PedagogicoProjeto Pedagogico
Projeto Pedagogicoeudeszinho
 
Alfabetização e letramento
Alfabetização e letramentoAlfabetização e letramento
Alfabetização e letramentoLuciane Faccio
 
Prática de leitura no PROETI
Prática de leitura no PROETIPrática de leitura no PROETI
Prática de leitura no PROETIJosiane Amaral
 
A produção de textos na escola
A produção de textos na escolaA produção de textos na escola
A produção de textos na escolaThayse Guimarães
 
Pratica 7 artigo ufam
Pratica 7 artigo   ufamPratica 7 artigo   ufam
Pratica 7 artigo ufamnatienyamorim
 
Tessituras literatura infantil
Tessituras   literatura infantilTessituras   literatura infantil
Tessituras literatura infantilAna Paula Cecato
 
Sala de leitura 2012 e.e. messias freire.primeiro bimestre
Sala de leitura   2012  e.e. messias freire.primeiro bimestreSala de leitura   2012  e.e. messias freire.primeiro bimestre
Sala de leitura 2012 e.e. messias freire.primeiro bimestreCirlei Santos
 
Projeto ensinoliteraturabrasileiramemorias
Projeto ensinoliteraturabrasileiramemoriasProjeto ensinoliteraturabrasileiramemorias
Projeto ensinoliteraturabrasileiramemoriasIlenice Trojahn
 
A leitura literária e a formação do
A leitura literária e a formação doA leitura literária e a formação do
A leitura literária e a formação doElis Silva
 
Literatura infantil-juvenil
Literatura infantil-juvenilLiteratura infantil-juvenil
Literatura infantil-juvenilSusanne Messias
 
Metodo leitura joao_deus_b
Metodo leitura joao_deus_bMetodo leitura joao_deus_b
Metodo leitura joao_deus_bSoledade Tavares
 
Como trabalhar literatura infantil
Como trabalhar literatura infantilComo trabalhar literatura infantil
Como trabalhar literatura infantilVanessa Ferraz
 

Similaire à Pertencimento à comunidade de leitores (20)

Literatura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLA
Literatura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLALiteratura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLA
Literatura Infanto Juvenil - LITERATUA INFANTIL NA ESCOLA
 
Ler e escrever em História
Ler e escrever em HistóriaLer e escrever em História
Ler e escrever em História
 
Tessituras
TessiturasTessituras
Tessituras
 
Unidade 5 os diferentes textos em sala de alfabetização
Unidade 5 os diferentes textos em sala de alfabetizaçãoUnidade 5 os diferentes textos em sala de alfabetização
Unidade 5 os diferentes textos em sala de alfabetização
 
Ana marg.bot.promoçãoleiturapais b
Ana marg.bot.promoçãoleiturapais bAna marg.bot.promoçãoleiturapais b
Ana marg.bot.promoçãoleiturapais b
 
Projeto Pedagogico
Projeto PedagogicoProjeto Pedagogico
Projeto Pedagogico
 
Alfabetização e letramento
Alfabetização e letramentoAlfabetização e letramento
Alfabetização e letramento
 
Prática de leitura no PROETI
Prática de leitura no PROETIPrática de leitura no PROETI
Prática de leitura no PROETI
 
A produção de textos na escola
A produção de textos na escolaA produção de textos na escola
A produção de textos na escola
 
Pratica 7 artigo ufam
Pratica 7 artigo   ufamPratica 7 artigo   ufam
Pratica 7 artigo ufam
 
Tessituras literatura infantil
Tessituras   literatura infantilTessituras   literatura infantil
Tessituras literatura infantil
 
Sala de leitura 2012 e.e. messias freire.primeiro bimestre
Sala de leitura   2012  e.e. messias freire.primeiro bimestreSala de leitura   2012  e.e. messias freire.primeiro bimestre
Sala de leitura 2012 e.e. messias freire.primeiro bimestre
 
Resumo Tp4 Unid. 16
Resumo Tp4   Unid. 16Resumo Tp4   Unid. 16
Resumo Tp4 Unid. 16
 
Projeto ensinoliteraturabrasileiramemorias
Projeto ensinoliteraturabrasileiramemoriasProjeto ensinoliteraturabrasileiramemorias
Projeto ensinoliteraturabrasileiramemorias
 
A leitura literária e a formação do
A leitura literária e a formação doA leitura literária e a formação do
A leitura literária e a formação do
 
Literatura infantil-juvenil
Literatura infantil-juvenilLiteratura infantil-juvenil
Literatura infantil-juvenil
 
"O que é leitura?"
"O que é leitura?""O que é leitura?"
"O que é leitura?"
 
Seminário Do E
Seminário Do  ESeminário Do  E
Seminário Do E
 
Metodo leitura joao_deus_b
Metodo leitura joao_deus_bMetodo leitura joao_deus_b
Metodo leitura joao_deus_b
 
Como trabalhar literatura infantil
Como trabalhar literatura infantilComo trabalhar literatura infantil
Como trabalhar literatura infantil
 

Pertencimento à comunidade de leitores

  • 1. O leitor é um pescador COLOMER, Teresa. Andar entre livros. A leitura literária na escola. São Paulo: Global, 2007, p. 51.
  • 2. Sensação de pertencimento O pescador se sente parte de uma comunidade de pescadores. ↓ “(...) pesca e leitura – longe de ser atos de pura técnica e/ou de pura intimidade individualista – estão cheias de sociabilidade”.
  • 3. Primeiro propósito do ensino das Práticas de Linguagem no âmbito da Literatura no Ensino Fundamental II: ↓ Oferecer oportunidades, na aula e fora dela, para que os alunos sejam participantes ativos de uma comunidade de leitores de Literatura e desenvolvam uma postura estética frente à obra literária.
  • 4. O pescador conhece histórias de pescadores, sabe os nomes dos diferentes tipos de anzol, usa palavras adequadas para se referir a termos técnicos da pesca... ↓ Pelo discurso se reconhece o pescador. ↓ O discurso é um dos recursos de que dispõem as comunidades para realizar uma atividade mental conjunta, e “a fluidez no discurso de uma comunidade é um dos sinais evidentes de que se pertence a ela”.* *MERCER, Neil: Palabras y mentes. Como usamos el lenguaje para pensar juntos. Barcelona. Paidós, p. 141.
  • 5. Fazer emergir significados implícitos e dar palavras para falar sobre livros é uma parte essencial do trabalho escolar. ↓ Dominar a metalinguagem para sentir-se parte da comunidade de leitores. “Se fala sobre suas leituras, o aluno aprende mais e mais rapidamente”.* COLOMER, Teresa. (2001): “La lectura de ficción enseña a leer”.
  • 6. Como formar leitores? “Não existe uma fórmula mágica. Não há um método nem uma técnica que inevitavelmente tenham êxito. Não há nenhum segredo. (...) Há apenas uma lista de ingredientes, algumas instruções básicas, que, se seguidas no dia a dia tendem a produzir um resultado desejado. Para mudar a metáfora, podemos dizer que há um meio ambiente, uma ecologia cultural na qual as pessoas tendem a crescer como leitores saudáveis e comprometidos. Apenas tendem, porque estamos lidando com seres humanos e nada que tenha a ver com os seres humanos é infalível”. CHAMBERS, A. (1996): “Como formar lectores”. Conferência pronunciada no 25° Congresso Mundial do IBBY em Groningen, Holanda.
  • 7. (...) No caso da poesia as coisas não são tão precisas. Lilia Lardone (1996) sugere algumas ideias: "O universo poético, síntese do mundo oferecida na versão original e única de um autor, está vinculado a certas qualidades: brevidade, intensidade, unidade temática, harmonia, tensão entre tema e imagem...". Para que um professor possa selecionar e usufruir poesia com seus alunos, deve lê-la com frequência para que eles possam ir encontrando seus próprios gostos quanto a autores, temas, construção de imagens e para que ampliem seu universo de leitura. Fonte: Material elaborado por Ana Isabel Siro para o seminário intitulado Situações didáticas e intervenção docente com textos, promovido pelo Centro de Formação da Escola da Vila em janeiro de 2000.
  • 8. Também é importante ressaltar que a poesia vai muito além da sua linguagem literal. Acontece a qualquer leitor de, muitas vezes, se sentir comovido com um poema que não compreende totalmente. É fundamental dar oportunidade às crianças para que possam enfrentar textos dessa natureza. Vejamos o que nos recomenda Ray Bradbury (1995) : "Leia um poema todos os dias. A poesia é boa porque exercita músculos que se usam pouco. Expande os sentidos e os mantém em condições ótimas. Conserva a consciência do nariz, do olho, do ouvido, a língua e a mão. E, sobretudo, a poesia é metáfora condensada. Como as flores de papel japonesas, às vezes as metáforas se abrem em formas gigantescas. Nos livros de poesia há ideias por toda parte... Fonte: Material elaborado por Ana Isabel Siro para o seminário intitulado Situações didáticas e intervenção docente com textos, promovido pelo Centro de Formação em janeiro de 2000.
  • 9. Que poemas? Qualquer um que arrepie, emocione. Não se esforce demais. Faça-o com calma. Com os alunos pode-se alcançar um T.S.Eliot, caminhar junto a ele e inclusive adiantar-se-lhe em seu caminho a outros campos. Diz que não entende Dylan Thomas? Bom, mas suas glândulas sim, o entendem, e todos os seus filhos não nascidos. Leia-o com os olhos, como poderia ler a um cavalo livre que galopa por um prado verde e interminável num dia de vento..." (p.38) Fonte: Material elaborado por Ana Isabel Siro para o seminário intitulado Situações didáticas e intervenção docente com textos, promovido pelo Centro de Formação em janeiro de 2000.
  • 10. Que poemas? Qualquer um que arrepie, emocione. Não se esforce demais. Faça-o com calma. Com os alunos pode-se alcançar um T.S.Eliot, caminhar junto a ele e inclusive adiantar-se-lhe em seu caminho a outros campos. Diz que não entende Dylan Thomas? Bom, mas suas glândulas sim, o entendem, e todos os seus filhos não nascidos. Leia-o com os olhos, como poderia ler a um cavalo livre que galopa por um prado verde e interminável num dia de vento..." (p.38) Fonte: Material elaborado por Ana Isabel Siro para o seminário intitulado Situações didáticas e intervenção docente com textos, promovido pelo Centro de Formação em janeiro de 2000.