O documento discute como a leitura e a pesca, assim como pertencer a uma comunidade de leitores, proporcionam um sentimento de pertencimento. A fluidez no discurso de uma comunidade é um sinal de que se faz parte dela. Dominar a metalinguagem da literatura ajuda os alunos a se sentirem participantes ativos na comunidade de leitores.
1. O leitor é um pescador
COLOMER, Teresa. Andar entre livros. A leitura literária na escola.
São Paulo: Global, 2007, p. 51.
2. Sensação de pertencimento
O pescador se sente parte de uma
comunidade de pescadores.
↓
“(...) pesca e leitura – longe de ser atos de
pura técnica e/ou de pura intimidade
individualista – estão cheias de
sociabilidade”.
3. Primeiro propósito do ensino das
Práticas de Linguagem no
âmbito da Literatura no Ensino
Fundamental II:
↓
Oferecer oportunidades, na aula e
fora dela, para que os alunos
sejam participantes ativos de uma
comunidade de leitores de
Literatura e desenvolvam uma
postura estética frente à obra
literária.
4. O pescador conhece histórias de pescadores, sabe
os nomes dos diferentes tipos de anzol, usa
palavras adequadas para se referir a termos
técnicos da pesca...
↓
Pelo discurso se reconhece o pescador.
↓
O discurso é um dos recursos de que dispõem as
comunidades para realizar uma atividade mental
conjunta, e “a fluidez no discurso de uma
comunidade é um dos sinais evidentes de que se
pertence a ela”.*
*MERCER, Neil: Palabras y mentes. Como usamos el lenguaje para
pensar juntos. Barcelona. Paidós, p. 141.
5. Fazer emergir significados implícitos
e dar palavras para falar sobre livros
é uma parte essencial do trabalho
escolar.
↓
Dominar a metalinguagem para
sentir-se parte da comunidade de
leitores.
“Se fala sobre suas leituras, o aluno
aprende mais e mais rapidamente”.*
COLOMER, Teresa. (2001): “La lectura de ficción enseña a leer”.
6. Como formar leitores?
“Não existe uma fórmula mágica. Não há um método
nem uma técnica que inevitavelmente tenham êxito.
Não há nenhum segredo. (...) Há apenas uma lista de
ingredientes, algumas instruções básicas, que, se
seguidas no dia a dia tendem a produzir um resultado
desejado. Para mudar a metáfora, podemos dizer que há
um meio ambiente, uma ecologia cultural na qual as
pessoas tendem a crescer como leitores saudáveis e
comprometidos. Apenas tendem, porque estamos
lidando com seres humanos e nada que tenha a ver com
os seres humanos é infalível”.
CHAMBERS, A. (1996): “Como formar lectores”. Conferência pronunciada no 25°
Congresso Mundial do IBBY em Groningen, Holanda.
7. (...) No caso da poesia as coisas não são
tão precisas. Lilia Lardone (1996) sugere
algumas ideias: "O universo poético, síntese do
mundo oferecida na versão original e única de
um autor, está vinculado a certas qualidades:
brevidade, intensidade, unidade temática,
harmonia, tensão entre tema e imagem...".
Para que um professor possa selecionar e
usufruir poesia com seus alunos, deve lê-la
com frequência para que eles possam ir
encontrando seus próprios gostos quanto a
autores, temas, construção de imagens e para
que ampliem seu universo de leitura.
Fonte: Material elaborado por Ana Isabel Siro para o seminário intitulado
Situações didáticas e intervenção docente com textos, promovido pelo
Centro de Formação da Escola da Vila em janeiro de 2000.
8. Também é importante ressaltar que a poesia vai
muito além da sua linguagem literal. Acontece a
qualquer leitor de, muitas vezes, se sentir comovido
com um poema que não compreende totalmente. É
fundamental dar oportunidade às crianças para que
possam enfrentar textos dessa natureza. Vejamos o
que nos recomenda Ray Bradbury (1995) : "Leia um
poema todos os dias. A poesia é boa porque exercita
músculos que se usam pouco. Expande os sentidos e
os mantém em condições ótimas. Conserva a
consciência do nariz, do olho, do ouvido, a língua e a
mão. E, sobretudo, a poesia é metáfora condensada.
Como as flores de papel japonesas, às vezes as
metáforas se abrem em formas gigantescas. Nos
livros de poesia há ideias por toda parte...
Fonte: Material elaborado por Ana Isabel Siro para o seminário
intitulado Situações didáticas e intervenção docente com textos,
promovido pelo Centro de Formação em janeiro de 2000.
9. Que poemas? Qualquer um que arrepie, emocione.
Não se esforce demais. Faça-o com calma. Com os
alunos pode-se alcançar um T.S.Eliot, caminhar
junto a ele e inclusive adiantar-se-lhe em seu
caminho a outros campos. Diz que não entende
Dylan Thomas? Bom, mas suas glândulas sim, o
entendem, e todos os seus filhos não nascidos.
Leia-o com os olhos, como poderia ler a um cavalo
livre que galopa por um prado verde e interminável
num dia de vento..." (p.38)
Fonte: Material elaborado por Ana Isabel Siro para o
seminário intitulado Situações didáticas e intervenção
docente com textos, promovido pelo Centro de Formação em
janeiro de 2000.
10. Que poemas? Qualquer um que arrepie, emocione.
Não se esforce demais. Faça-o com calma. Com os
alunos pode-se alcançar um T.S.Eliot, caminhar
junto a ele e inclusive adiantar-se-lhe em seu
caminho a outros campos. Diz que não entende
Dylan Thomas? Bom, mas suas glândulas sim, o
entendem, e todos os seus filhos não nascidos.
Leia-o com os olhos, como poderia ler a um cavalo
livre que galopa por um prado verde e interminável
num dia de vento..." (p.38)
Fonte: Material elaborado por Ana Isabel Siro para o
seminário intitulado Situações didáticas e intervenção
docente com textos, promovido pelo Centro de Formação em
janeiro de 2000.