Este documento apresenta uma proposta pedagógica para o Ensino Médio no Rio Grande do Sul, abordando o diagnóstico atual, as prioridades e as diferentes modalidades do Ensino Médio, com foco no Ensino Médio Politécnico e na Educação Profissional integrada. A proposta defende uma concepção de educação baseada no trabalho e no desenvolvimento do pensamento crítico dos estudantes.
2. PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA O
ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO E
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
INTEGRADA AO ENSINO MÉDIO
2011-2014
3. 1.1-ANÁLISE DIAGNÓSTICA DO ENSINO MÉDIO
A escolaridade líquida idade-série : 53,1%
A defasagem idade-série : 30,5%
Ainda no Ens. Fundamental 108.995
Índices de abandono 13%
Índice de reprovação 21,7%
Matrículas: 354.509
turno da manhã 184.255
turno da tarde 53.598
turno da noite 115.666
279.570 até 17 anos 78,9%
74.939 superior a 17 anos 21,1%
84.000 jovens fora da escola 14,7%
4. 1.053 escolas – 793 ensino médio
104 curso normal,
151 cursos profissionalizantes
24.763 professores
2.016 atuam no curso normal,
2.037 no ensino profissional
22.747 somente no Ensino Médio.
Infraestrutura das escolas: demandas
construção ou reforma de quadra de esportes (139)
laboratório de ciências (103);
laboratório de informática (87);
biblioteca (9);
cozinha (9);
acessibilidade (320)
5. currículo fragmentado, dissociado da realidade sócio-
histórica, do tempo social, cultural, econômico e dos
avanços tecnológicos da informação e da comunicação.
estes fatores apresentam uma realidade que exige
novas formas de organização do Ensino Médio.
Prioridades:
1. valorização do magistério – questão salarial, carreira e
formação inicial e continuada;
2. recuperação da rede física das escolas,
3. reconstrução curricular: áreas de conhecimento
dialogando com o mundo do trabalho, interagindo com
as novas tecnologias, superando a imobilidade da uma
gradeação curricular, a seletividade, a exclusão,
priorizando o protagonismo do jovem, que construa uma
efetiva identidade para o Ensino Médio.
6. 1.2 DIAGNÓSTICO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Distribuição dos cursos nas regiões, tendo como referência
os COREDES e os APLs
Baixa incidência de cursos que dialoguem com as novas
tecnologias
Dados FEE apontam crescimento da indústria em 2010, não
há reflexo na oferta e pedido de cursos novos
Cursos com maiores matrículas: SECRETARIADO,
INFORMÁTICA, ELETROTÉCNICA, CONTABILIDADE,
AGROPECUÁRIA E ADMINISTRAÇÃO
CONTABILIDADE: 50% matrículas da EP
7. MATRÍCULAS 2010
151 ESCOLAS QUE OFERTAM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
- 78 Escolas com cursos subsequentes
- 73 escolas com cursos concomitantes
-226 cursos: 119 na forma subsequente
107 na forma concomitante
-2.037 professores Censo de 2010:
23. 876 matrículas nos cursos subsequentes
6. 646 matrículas nos cursos concomitantes
MODELO DECRETO 2208/97
REPROVAÇÃO e EVASÃO EM 2010: 33%
ESCOLAS DE ED. PROFISSIONAL EM 2010: 44% REPROVAÇÃO
8. MATRÍCULA 2011- Dados da PROCERGS
16. 941 vagas ofertadas
34. 329 candidatos
18. 204 Matrícula inicial (considerar MPD)
16. 819 Matrícula real – final 1º semestre 2011
Evasão: 1385 matrículas- onde estão estes alunos?
Falta de identidade da EP:
cursos que não dialogam com as cadeias produtivas
Índice de reprovação e evasão altos
Falta de um projeto pedagógico articulado com a
comunidade escolar
9. 1.3 TRAJETÓRIA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
PERSPECTIVA FORMAÇÃO INTEGRAL – perdeu espaço na
constituinte de 1988 e na LDB
-DECRETO 2.208/97 – separação entre EM e EP
-PROEP: investiu 500 milhões- 40% na rede estadual e federal e
60% em projetos do segmento comunitário, iniciativa privada e
Sistema S
- 2003 Mobilização de pesquisadores, intelectuais e educadores
-Educação unitária e universal- educação politécnica
-Saviani: domínio dos conhecimentos científicos das diferentes
técnicas que caracterizam o processo de trabalho produtivo
moderno
10. Articulação educação geral com eixos estruturantes: base
futura educação tecnológica ou politécnica
Formação profissional para jovens trabalhadores: acesso a
forma digna subsistência
Decreto 5.154/2004 e Lei 11.741/2008 – revogação Decreto
2.208/97
Articulação da EP com EM na forma integrada e
subsequente
Tarefa SEDUC: desenvolver um projeto educacional que
atenda às necessidades do mercado, com o indivíduo na
centralidade, a partir de uma proposta de formação integral.
11. 2- ENSINO MÉDIO ETAPA FINAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA
A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando,
assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da
cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e em
estudos posteriores (BRASIL, Lei nº 9.394/1996, Art. 22).
I – a consolidação e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no
ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando,
para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com
flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamentos
posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
formação ética e desenvolvimento da autonomia intelectual e
pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos
processos produtivos, relacionando teoria e prática, no ensino de
cada disciplina (BRASIL, Lei nº 9.394/1996, Art. 35).
12. O Ensino Médio deve ter uma base unitária sobre a qual
podem se assentar possibilidades diversas como preparação
geral para o trabalho ou facultativamente, para profissões
técnicas; na ciência e na tecnologia, como iniciação científica
e tecnológica; na cultura como ampliação da formação
cultural (CNE/CEB, Resolução nº 04/2010, Art. 26, § 1º).
Articulação entre as áreas de conhecimento e seus
componentes curriculares com as dimensões Ciência,
Cultura, Tecnologia e Trabalho;
Incorporação dos fundamentos científicos as atividades
profissionais que as sustentam.
Contextualização - Antes de aprender algum oficio nos seus
aspectos práticos e imediatos, é fundamental a mediação
política para sua contextualização como fenômeno histórico
e suas perspectivas futuras.
13. Ensino Médio Politécnico,
Ensino Médio Curso Normal,
Educação Profissional Integrada ao Ensino
Médio(Concomitância Interna);
Concomitância Externa;
Subsequente;
nas Modalidades: educação de jovens e adultos, educação
especial, educação indígena, educação do campo e
educação de quilombolas
14. 2.1 ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO
Tem em sua concepção a base na dimensão politécnica;
aprofundamento da articulação das áreas de conhecimentos e suas
tecnologias, com os eixos Cultura, Ciência, Tecnologia e Trabalho;
a apropriação e a construção de conhecimento embasa e promove a
inserção social da cidadania.
2.2 ENSINO MÉDIO – CURSO NORMAL
Tem em sua concepção a dimensão profissionalizante na formação
de professores para a educação infantil e anos iniciais do ensino
fundamental;
compreensão do que é aprender, de como se aprende e onde se
aprende,
construção de conhecimento decorre da relação com o outro e com o
objeto a ser conhecido;
entendimento da infância em seu processo social e histórico e da
criança na situação de sujeito de direitos.
15. 2.3 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA AO ENSINO MÉDIO
- LDB: Art. 36-B e 36-C Articulação entre ensino médio e
educação técnica de nível médio
- Articulada com EM: Integrada, Concomitante ou Subsequente
- Reestruturação da EP: ampliação das possibilidades de inclusão
no mundo do trabalho
- Currículo: contemple formação humana e científico-tecnológica
para romper com a dualidade formação geral X preparação
trabalho
- EP: espaço de aquisição de princípios que regem a vida social e
produção contemporâneas
- Processos mediados pela microeletrônica: domínio do método
científico para acompanhar a dinâmica da produção
16. 3 TRABALHO COMO PRINCÍPIO
EDUCATIVO
O trabalho como ação dos seres humanos construindo sua
sobrevivência, é responsável pela formação humana e pela
constituição da sociedade.
Pelo trabalho – o homem produz conhecimento, desenvolve e
consolida a concepção de mundo, conforma as consciências,
viabiliza a convivência, transforma a natureza, constrói a
sociedade e faz história.
O trabalho, como princípio educativo, implica em compreender
a formação de dirigentes e trabalhadores, formas de
organização e gestão da vida social e produtiva em cada
época.
As formas tayloristas/fordistas como organização da
sociedade, utilizam a pedagogia da memorização, da
repetição, de conhecimentos fragmentados.
17. Com a microeletrônica, trabalho e vida social se modificam,
pela dinamicidade e pela instabilidade a partir dos avanços na
ciência e da tecnologia.
Pensar substitui o fazer – o raciocínio lógico formal, o domínio
das formas de comunicação, flexibilidade para mudar,
capacidade de aprender permanentemente e resistência ao
estresse.
Mudanças no mundo do trabalho - novas demandas para a
educação, um novo princípio educativo e o trabalho psicofísico
passa a trabalho intelectual.
Esse novo princípio educativo é fundamental na escola, sua
função precípua é ensinar a compreender e a transformar a
realidade a partir do domínio da teoria e do método científico.
18. Se o saber fazer podia se aprender na prática, com pouca
escolaridade, o trabalho intelectualizado demanda uma
formação escolar sólida de qualidade, em especial para os
trabalhadores para quem a escola é o único espaço possível
de relação intencional com o conhecimento sistematizado.
O mundo do trabalho, em decorrência das novas tecnologias
de base microeletrônica, amplia o desemprego, a precarização
e a intensificação de trabalho.
Para a escola - um novo desafio: desenvolver consciências
críticas capazes de compreender a nova realidade e organizar-
se para construir a possibilidade histórica de emancipação
humana.
19. 3.1 POLITECNIA
O princípio educativo do trabalho retoma a concepção de
politecnia, compreendida como domínio intelectual da
técnica.
O Ensino Médio Politécnico, não profissionaliza, mas está
enraizado no mundo do trabalho e das relações sociais,
promovendo a formação científico-tecnológica e sócio-
histórica, pelo protagonismo do aluno.
supõe novas formas de seleção e organização dos
conteúdos a partir da prática social, contemplando o diálogo
entre as áreas de conhecimento;
supõe a primazia da qualidade da relação com o
conhecimento, sobre a quantidade de conteúdos apropriados
de forma mecânica;
supõe a primazia do significado social do conhecimento
sobre os critérios formais inerentes à lógica disciplinar.
20. A politecnia implica na integração dos conteúdos de
formação geral e de formação profissional;
O ponto de partida para essa construção são os
processos de trabalho objetos da formação;
Superar a lógica disciplinar e a superposição de
conteúdos gerais e específicos, para que sejam
empregadas novas formas de seleção e organização
dos conhecimentos .
21. 3.2 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO E DE CURRÍCULO
[...] um processo humano, histórico, incessante, de busca de
compreensão, de organização, de transformação do mundo
vivido e sempre provisório; a produção do conhecimento tem
origem na prática do homem e nos seus processos de
transformação da natureza (SMED, 1999, p. 34).
o currículo é concebido como o conjunto das relações
desafiadoras das capacidades de todos, que se propõe a
resgatar o sentido da escola como espaço de desenvolvimento
e aprendizagem, dando sentido para o mundo real, concreto,
percebido pelos alunos e alunas. Conteúdos são organizados a
partir da realidade vivida pelos alunos e alunas e da
necessidade de compreensão desta realidade, do
entendimento do mundo.
22. Epistemológica
A base epistemológica refere-se à compreensão do modo de
produção do conhecimento, que se dá pela relação entre
sujeito e objeto em circunstâncias históricas determinadas; em
decorrência desta relação, o homem é produto das
circunstâncias, ao mesmo tempo em que as transforma. A
transformação social é fruto da coincidência entre
transformação das consciências e das circunstâncias. Em
decorrência, não há aprendizagem sem protagonismo do
aluno, que constrói significados pela ação.
Filosófica
A escola será compreendida e respeitada em suas
especificidades temporais e espaciais, ou seja, históricas; o
currículo será organizado para atender, consideradas essas
especificidades, as características próprias dos educandos em
seus aspectos cognitivos, afetivos e psicomotores, e o trabalho
pedagógico será flexível para assegurar o sucesso do aluno;
23. Sócio-antropológica
O currículo deverá considerar os significados
socioculturais de cada prática, no conjunto das
condições de existência em que ocorrem; esta
dimensão fornece os sistemas simbólicos que
articulam as relações entre o sujeito que aprende e
os objetos de aprendizagem;
Sociopedagógica
O currículo deverá considerar a relação entre
desenvolvimento e aprendizagem; promover o
desenvolvimento intelectual na relação com o mundo;
compreender a escola como espaço de trabalho
cooperativo e coletivo.
24. 4 PRINCÍPIOS ORIENTADORES
4.1 RELAÇÃO PARTE-TOTALIDADE NA PROPOSTA CURRICULAR
A compreensão de fatos e realidades amplas e complexas, a
partir da escolha de conteúdos curriculares, demanda uma
relação constante entre a parte e a totalidade.
Totalidade significa um todo estruturado e dialético, do qual ou
no qual um fato ou conjunto de fatos pode ser racionalmente
compreendido pela determinação das relações que os
constituem (KOSIK, 1978).
A contemporaneidade do conhecimento que possibilita
compreender a realidade e sua construção histórica.
A articulação das partes compõe a realidade. Constitui-se
como processo de transitar entre conhecimentos científicos e
dados de realidade, viabilizando a construção de novos
conhecimentos, responsáveis pela superação de dificuldades .
25. 4.2 RECONHECIMENTO DE SABERES
As práticas sociais como origem e foco do processo de conhecimento da
realidade, o diálogo como mediação de saberes e de contradições e a
transformação da realidade pela ação dos próprios sujeitos.
O reconhecimento que o saber popular como ponto de partida para a
produção do conhecimento científico.
Reconhecimento que a compreensão da realidade supõe a superação do
senso comum mediante a democratização do acesso ao conhecimento
sistematizado.
O conhecimento científico universalmente sistematizado deve estabelecer
diálogo com indivíduos, grupos e suas realidades, para a superar o senso
comum, se constituir com significado que motive a sua apropriação
A escola é o espaço do diálogo dos diferentes saberes, reconhecendo seu
poder de transformar a realidade, mas também os seus limites, que refletem
as desigualdades de acesso ao conhecimento e à cultura.
A prática pedagógica comprometida, enfrentando as desigualdades define o
caráter político da educação. Isto significa colocar a práxis pedagógica nos
espaço das lutas sociais pela emancipação do ser humano.
26. 4.3 TEORIA-PRÁTICA
A relação teoria prática é um processo contínuo de fazer,
teorizar e refazer.
A teoria constituída por ideias, hipóteses que levam a
representações abstratas, constrói os conceitos que somente
serão consubstanciados na prática.
A teoria separada da prática social vira palavra vazia e sem
significado.
A prática, exclusivamente considerada, é mera atividade,
execução de tarefas, reduzida a um fazer repetitivo que pode
se traduzir em automação, ação destituída de reflexão.
A prática que não se sustenta no conhecimento torna-se
imobilista e conservadora.
O diálogo entre teoria e prática é o fundamento da
transformação da realidade, consciente de sua condição
sócio-histórica, e de suas determinações sociais.
27. 4.4 INTERDISCIPLINARIDADE
Disciplina: uma divisão didática do conhecimento que se caracteriza
por ter objeto, linguagem e metodologia específicos. A fragmentação
do conhecimento acompanha o preceito que o todo, dividido em
partes, tem como objetivo facilitar a aprendizagem. O tratamento
disciplinar do conhecimento, quando única estratégia de organização
do conhecimento, tem se mostrado insuficiente para a solução de
problemas reais e concretos.
O relacionamento das áreas de conhecimento e dos saberes para a
resolução de problemas advém do resgate de visões
epistemológicas e práticas de pesquisa que trabalham o objeto do
conhecimento como totalidade, com interferência de múltiplos
fatores, pressupostos estabelecidos a partir dos avanços científicos e
tecnológicos contemporâneos.
A compreensão que os problemas não são resolvidos apenas à luz
de uma única disciplina ou área do saber desmistifica a ideia, ainda
predominante, da supremacia de uma área de conhecimento sobre
outra.
28. A interdisciplinaridade se origina no diálogo das disciplinas;
A comunicação é instrumento de interação com o objetivo de
desvelar a realidade.
A interdisciplinaridade é um processo que exige uma atitude
de interesse em conhecer, um compromisso com o aluno e
ousadia para tentar o novo em técnicas e procedimentos.
A interdisciplinaridade articula o estudo da realidade e
produção de conhecimento com vistas à transformação.
Possibilidade de solução de problemas, pois carrega de
significado o conhecimento para a mudança da realidade.
Viabiliza o estudo de temáticas transversalizadas, aliando
teoria e prática, por meio de ações pedagógicas integradoras.
Tem como objetivo, numa visão dialética, integrar as áreas de
conhecimento e o mundo do trabalho.
29. 4. 5 AVALIAÇÃO EMANCIPATÓRIA
Opção por práticas democráticas;
Práticas e decisões democráticas se legitimam na
participação e se qualificam na reunião de iguais e diferentes,
na organização de coletivos, na intermediação e superação
de conflitos e na convivência com o contraditório.
Eixo fundamental do processo de aprendizagem;
Parte da realidade;
Sinaliza os avanços do aluno em suas aprendizagens;
Aponta os meios para superação das dificuldades;
Oportuniza reflexão e revisão das práticas da escola.
Permite rever a prática da avaliação como classificação,
seleção e exclusão, com mudança de paradigma.
30. 4.6 PESQUISA
Novas gerações tem a curiosidade por conhecer e transformar
o mundo.
A transformação de indivíduos em sujeitos autônomos,
demanda compreender-se no mundo e construir sua atuação
visando à transformação da realidade próxima e a mais
coletiva, considerando a sua necessidade e dos demais.
A pesquisa é o processo que garante a apropriação da
realidade, assim como projeta possibilidades de intervenção.
Alia o caráter social e o protagonismo dos sujeitos
pesquisadores críticos e reflexivos.
A pesquisa na prática pedagógica garante a construção de
novos conhecimentos, a partir da articulação e análise de seus
resultados com o acúmulo científico das áreas de
conhecimento, para dar conta da necessidade ou realidade a
ser transformada.
31. 5.1 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO
POLITÉCNICO
O Currículo do Curso de Ensino Médio Politécnico será desenvolvido em
três anos, com 2.400 horas, com a possibilidade de um acréscimo de 600
horas na carga horária, totalizando 3.000 horas. Este acréscimo, dividido
nos três anos, se traduzirá por possibilidades de estágios ou
aproveitamento de atividades em situações de emprego formal ou
informal, e seu conteúdo passa a compor os projetos desenvolvidos
nos seminários integrados como parte do currículo do curso.
1° ano 2° ano 3° ano TOTAL
Formação Geral 600h - 750h 400h - 500h 200h - 250h 1.200h-
1.500h
Parte Diversificada 200h - 250h 400h - 500h 600h - 750h 1.200h-
1.500h
TOTAL 800h - 1.000h 800h -1.000h 800h - 1.000h 2.400h- 3.000h
32. As proporções de distribuição das cargas horárias dos dois blocos,
formação geral e parte diversificada não são rígidas, permitindo
aproximações quando da elaboração e distribuição de carga horária
pelas áreas de conhecimento na matriz curricular que integra o
Projeto Político Pedagógico da Escola. Essa distribuição visa
assegurar um processo de ensino e aprendizagem contextualizado e
interdisciplinar.
Entende-se por formação geral (núcleo comum), um trabalho
interdisciplinar com as áreas de conhecimento com o objetivo de
articular o conhecimento universal sistematizado e contextualizado
com as novas tecnologias, com vistas à apropriação e integração
com o mundo do trabalho.
Entende-se por parte diversificada (humana – tecnológica –
politécnica), a articulação das áreas do conhecimento, a partir de
experiências e vivências, com o mundo do trabalho, a qual apresente
opções e possibilidades para posterior formação profissional nos
diversos setores da economia e do mundo do trabalho.
33. A articulação dos dois blocos do currículo, por meio de projetos
construídos nos seminários integrados, se dará pela
interlocução, nos dois sentidos, entre as áreas de
conhecimento e os eixos transversais, oportunizando
apropriação e possibilidades do mundo do trabalho.
Os Seminários Integrados constituem-se em espaços
planejados, integrados por professores e alunos, a serem
realizados desde o primeiro ano e em complexidade crescente.
Organizam o planejamento, a execução e a avaliação de todo
o projeto político-pedagógico, de forma coletiva, incentivando a
cooperação, a solidariedade e o protagonismo do jovem adulto.
A realização dos seminários integrados constará na carga
horária da parte diversificada, proporcionalmente distribuída do
primeiro ao terceiro ano, constituindo-se em espaços de
comunicação, socialização, planejamento e avaliação das
vivências e práticas do curso.
34. Na organização e realização dos seminários integrados, a equipe
diretiva como um todo e, especificamente, os serviços de supervisão
e orientação educacional, têm a responsabilidade de coordenação
geral dos trabalhos, garantindo a estrutura para o seu
funcionamento.
A coordenação dos trabalhos, que organiza a elaboração de
projetos, por dentro dos seminários integrados, será de
responsabilidade do coletivo dos professores, e entre eles será
deliberada e designada, considerando a necessária integração e
diálogo entre as áreas de conhecimento para a execução dos
mesmos. Além disso, o exercício da coordenação desses trabalhos,
sob a forma rotativa, oportunizará que todos se apropriem e
compartilhem do processo de construção coletiva da organização
curricular.
Além disso, deverá ser destinado um percentual da carga horária
dos professores – um de cada área do conhecimento, para ser
utilizado no acompanhamento do desenvolvimento dos projetos
produzidos nos seminários integrados.
35. O desenvolvimento de projetos que se traduzirem por práticas,
visitas, estágios e vivências poderão também ocorrer fora do
espaço escolar e fora do turno que o aluno frequenta. Para
tanto, deverá estar prevista a respectiva ação de
acompanhamento executada por um professor.
Os projetos serão elaborados a partir de pesquisa que explicite
uma necessidade e/ou uma situação problema, dentro dos
eixos temáticos transversais.
Na perspectiva de garantir a interdisciplinaridade, a distribuição
da carga horária da formação geral (base comum nacional), na
proporção que lhe cabe em cada ano do curso, contemplará,
equitativamente, os componentes curriculares das áreas do
conhecimento.
36. I – Áreas de Conhecimento
1- Linguagens e suas Tecnologias;
2- Matemática e suas Tecnologias;
3- Ciências Humanas e suas Tecnologias;
4- Ciências da Natureza e suas Tecnologias.
II – Eixos Temáticos Transversais para a Parte Diversificada
1- Acompanhamento Pedagógico;
2- Meio Ambiente;
3- Esporte e Lazer;
4- Direitos Humanos;
5- Cultura e Artes;
6- Cultura Digital;
7- Prevenção e Promoção da Saúde;
8- Comunicação e Uso de Mídias;
9- Investigação no Campo das Ciências da Natureza;
10- Educação Econômica e Áreas da Produção.
37. 5.2 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO CURSO
NORMAL
O Ensino Médio – Curso Normal visa oportunizar a formação de
professores a partir da compreensão do que é aprender, de como
se aprende e onde se aprende, considerando que construir
conhecimento decorre da relação com o outro e com o objeto a ser
conhecido. Ao mesmo tempo, possibilitar ao aluno ou à aluna o
entendimento da infância em seu processo social e histórico e da
criança na situação de sujeito de direitos.
O currículo do Ensino Médio – Curso Normal será desenvolvido
em três anos, com 3.000 horas, sendo que, do total, 400h
correspondem ao estágio obrigatório. Cada ano do curso está
organizado em blocos de áreas de conhecimento, enfoque ou
temáticas, cujo planejamento coletivo dos professores
desencadeará ações dos educandos na nova organização de
tempos e espaços, pequenos e grandes coletivos consagrados na
educação infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
38. No primeiro ano se caracterizará por uma relação teoria-prática, em
que a prática se dará na reflexão sobre o cotidiano da escola em
relação aos referenciais teóricos.
No segundo ano se caracterizará por uma relação teoria-prática-
teoria, em que se realizarão pequenas práticas de regência de
classe, tendo como preocupação a formação do professor
pesquisador.
No terceiro ano, o primeiro semestre se caracterizará por um
processo de reflexão-ação, em que a reflexão se dará sobre a ação
do aluno enquanto educador, ou seja, realizando pequenas práticas
pedagógicas; e, no segundo semestre, o estágio obrigatório se
caracterizará por uma nova ação teorizada, refletida do aluno-
professor.
No decorrer dos três anos a previsão de realização dos seminários
integrados deverá constar na carga horária, proporcionalmente
distribuída do primeiro ao terceiro ano, constituindo-se em espaços
de comunicação, socialização, planejamento e avaliação das
vivências e práticas pedagógicas do curso.
39. Na organização e realização dos seminários integrados, a equipe
diretiva como um todo e, especificamente, os serviços de supervisão
e orientação educacional, têm a responsabilidade de coordenação
geral dos trabalhos, garantindo a estrutura para o seu
funcionamento.
A coordenação dos trabalhos, que organiza a elaboração de
projetos, por dentro dos seminários integrados, será de
responsabilidade do coletivo dos professores, e entre eles será
deliberada e designada, considerando a necessária integração e
diálogo entre as áreas de conhecimento para a execução dos
mesmos. Além disso, o exercício da coordenação dos trabalhos, de
forma rotativa, oportunizará que todos se apropriem e compartilhem
do processo de construção coletiva da organização curricular.
Pelos projetos construídos nos seminários integrados se dará a
interlocução, nos dois sentidos, entre as áreas de conhecimento e os
enfoques ou temáticas, oportunizando apropriação e possibilidades
das práticas pedagógicas.
40. Além disso, deverá ser destinado um percentual da carga
horária dos professores para ser utilizado no
acompanhamento do desenvolvimento dos projetos
produzidos nos seminários integrados.
O desenvolvimento de projetos que se traduzirem por
práticas, visitas, estágios e vivências poderá ocorrer
também fora do espaço escolar e fora do turno que o aluno
frequenta. Para tanto, deverá estar prevista a respectiva
ação de acompanhamento executada por um professor.
Os projetos serão elaborados a partir de pesquisa que
explicite uma necessidade e/ou uma situação problema,
dentro dos enfoques ou temáticas.
Na perspectiva de garantir a interdisciplinaridade, a
distribuição da carga horária contemplará, equitativamente,
as áreas do conhecimento e os enfoques ou temáticas.
41. I – Áreas de Conhecimento: Base Comum Nacional
Linguagens e suas Tecnologias (conhecimentos expressivos/de comunicação;
Língua Portuguesa, Literatura, Artes, Língua Estrangeira Moderna, Educação
Física);
Matemática e suas Tecnologias (conhecimentos lógico-matemáticos);
Ciências da Natureza e suas Tecnologias (conhecimentos físicos, químicos e
biológicos);
Ciências Humanas e suas Tecnologias (conhecimentos filosóficos, geográficos e
sócio-históricos).
II – Parte Diversificada:Enfoque ou Temática
Educação e Conhecimento: base filosófica, psicopedagógica e sócio-antropológica
(Psicologia da Educação e da Aprendizagem, Sociologia da Educação, Filosofia da
Educação, História da Educação, Desenvolvimento Cognitivo, Desenvolvimento
Neuromotor, Antropologia, Educação Especial);
Conhecimento específico da Educação Infantil e do Ensino Fundamental: Literatura
Infantil, Arte-Educação – Cênicas, Plásticas e Música, Expressão Dramática,
Recreação e Jogos, Música, Nutrição, Puericultura, Enfermagem, Conhecimento
Lógico Matemático, Psicogênese da Leitura e da Escrita, Fundamentos da
Psicomotricidade, Desenvolvimento da Linguagem, Planejamento – Organização
do Ensino, Legislação, Estrutura e Funcionamento do Ensino, Didáticas e
Pesquisa.
42. O Curso Normal – Aproveitamento de Estudos – poderá ser
oferecido ao egresso do Ensino Médio. Deverá ter a
duração de 1.600 horas, já incluídas as 400h do estágio
profissional obrigatório. Nesse caso, o primeiro ano se
caracterizará por uma relação teórico-prática, em que a
prática se dará na reflexão crítica sobre o cotidiano da
instituição em relação a referenciais teóricos. O segundo
ano se caracterizará por um processo de ação-reflexão-
ação, em que a reflexão se dará sobre a ação do aluno
enquanto educador, e o estágio, por uma nova ação
teorizada refletida pelo aluno educador.
A operacionalização desta proposta, como matriz curricular
se efetivará a partir de um processo de construção coletiva,
que integrará Seduc (órgão central), Coordenadorias
Regionais de Educação, escolas e comunidades.
43. 5.3 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DA EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL
-Relação conhecimentos específicos com formação geral
-Desenvolvimento local com eixo organizador da metodologia
-Construção da Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio nas 73
escolas com cursos concomitantes
- Matriz curricular: ruptura com a hierarquia dos conteúdos
- Parecer CNE/CEB 39/2004: curso integrado proposta curricular única e
matrícula única
- Carga horária total entre 3.000 e 3.200 horas, num período entre 3 a 4
anos, considerando os perfis dos cursos
- Seminário Integrado: integração entre as diferentes áreas
- Estágio supervisionado: etapa de articulação entre conhecimento teórico
para responder às demandas do exercício da profissão
44. 6 METAS
6.1 METAS DO ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO E ENSINO
MÉDIO CURSO NORMAL
Para o acompanhamento da implantação da proposta de
reestruturação curricular do Ensino Médio, a Secretaria de
Estado da Educação estabelece as seguintes metas e
indicadores:
Universalização do acesso ao Ensino Médio Politécnico, com
qualidade social, até 2014;
Aumento gradativo da taxa de aprovação e permanência nas
escolas de Ensino Médio na medida da implantação da
reestruturação curricular, de 2012 a 2014;
Ressignificação do Ensino Médio Politécnico e Ensino Médio -
Curso Normal, através da reestruturação curricular, de 2012 a
2014;
45. Aprovação, pelo Conselho Estadual de Educação, de
Regimento Padrão para o Ensino Médio Politécnico, decorrente
da proposta de reestruturação curricular do Ensino Médio - até
dezembro de 2011;
Implantação gradativa da reestruturação curricular nas escolas
de Ensino Médio da rede estadual, iniciando em 2012 com o 1º
ano;
Formação continuada para os professores do Ensino Médio
com vistas à implantação e implementação da reestruturação
curricular, de 2012 a 2014;
Articulação de ações entre o Departamento Pedagógico e
Superintendência da Educação Profissional, com vistas à
implantação do Educação Profissional integrada ao Ensino
Médio nas escolas de Ensino Médio, de 2012 a 2014;
Desenvolvimento de projetos de Iniciação Científica nas
Escolas de Ensino Médio, envolvendo Professores e Alunos,
de 2012 a 2014.
46. 6.2 -METAS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE NÍVEL MÉDIO
( Reestruturação dos cursos)
Avaliar a oferta dos cursos para eliminar a defasagem até 2014
Redução dos índices de repetência e evasão
Ampliação das vagas em 50% até o fim de 2014
Implantação de cursos novos: realização de seminários, a
partir dos seguintes critérios;
APL(s)
COREDE(s)
Economia solidária
Agricultura familiar de base ecológica
Áreas de assentamento- MST
Projetos locais de desenvolvimento
Implantação PRONATEC- parceria com IF(s) e Sistema S