O documento fornece orientações sobre como navegar no curso online "Conhecendo o Novo Acordo Ortográfico". Inclui informações sobre os recursos disponíveis, como o fórum, avaliações e certificação. Também explica o programa do curso, composto por módulos e unidades, e fornece recomendações para obter o máximo proveito do curso.
1. Introdução
Prezada aluna, prezado aluno,
Seja bem-vinda, seja bem-vindo ao
curso CONHECENDO O NOVO
ACORDO ORTOGRÁFICO!
Veja, a seguir, algumas orientações para otimizar a
utilização dos recursos didáticos e técnicos do nosso curso.
Guia do Estudante
GUIA DO ESTUDANTE
O material didático, elaborado conforme os preceitos da Educação a Distância, é autoinstrucional. A
própria aluna ou aluno determina seu ritmo de estudo.
Navegador
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dificuldades na utilização de alguns aplicativos.
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Aqui você visualiza três campos (“Comunicação”, “Apoio” e “Avaliação”), onde utilizará os seguintes
itens ao longo do curso:
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Glossário
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2. Avaliação
Avaliações
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as abas “CURSO” e “DADOS”, mais abaixo.
Na “AGENDA”, você lerá os avisos, chamadas e comentários da Coordenação do curso.
Acessando “DADOS”, você tem a opção de inserir sua foto e de trocar sua senha, a qualquer momento.
Na aba “CURSO”, clique em “acessar curso”. É a sua porta de entrada em nossa sala de aula virtual.
Explore o ambiente do curso e suas funcionalidades.
página 02
Duração do curso
Este curso dura sessenta dias, contados a partir do momento em que, tendo enviado seu cadastro e
recebido sua senha de acesso, você finalizou seu processo de matrícula no presente curso.
Você poderá checar a data máxima para conclusão do curso logo na primeira página, no mesmo campo
em que você visualiza o ícone “acessar curso”.
Se você não conseguir cumprir esse prazo, sua matrícula será automaticamente cancelada, o que a/o
impedirá por três meses de se inscrever para outro curso oferecido pelo Instituto Legislativo
Brasileiro – ILB.
Portanto, fique atenta/o a esse prazo.
Não desista no meio do curso! Faça um esforço para chegar até o final. Conte com a ajuda da
Coordenação, quando tiver dificuldades.
Coordenação
A Coordenação vai ajudar você em todos os assuntos referentes à utilização da plataforma e seus
recursos e à dinâmica do curso. Contate-a/o pelo correio eletrônico, enviando sua mensagem para
ilbead@senado.gov.br.
Programa
O programa compõe-se de módulos e unidades, com informações e exercícios objetivos e de múltipla
escolha.
MÓDULO I – CONTEXTO DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
UNIDADE 1: O Acordo Ortográfico
3. UNIDADE 2: A presença da Língua Portuguesa no mundo
UNIDADE 3: Como fica o nosso dicionário?
UNIDADE 4: Breve histórico do Acordo Ortográfico
MÓDULO II – MUDANÇAS TRAZIDAS PELO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
UNIDADE 1: Regras de acentuação gráfica
UNIDADE 2: Emprego do hífen
UNIDADE 3: Composição do alfabeto
UNIDADE 4: Eliminação do trema
página 03
Fórum Temático entre Alunos / Críticas, Sugestões e Elogios
Utilize este Fórum sempre que quiser trocar ideias com seus colegas. Ele foi criado para esse fim.
Acesse-o clicando em “FÓRUM”, no campo da “COMUNICAÇÃO”, no menu lateral à esquerda.
Se, no entanto, você não estiver conseguindo acessar a plataforma ou quiser se dirigir particularmente
à Coordenação, recorra, então, ao correio eletrônico, escrevendo para ilbead@senado.gov.br.
Quando postar mensagens pelo correio eletrônico, lembre-se sempre de identificar o seu curso no
campo “ASSUNTO” da mensagem e assinar seu nome completo no final dela.
Avaliações
Após finalizar cada uma das quatro unidades do Módulo II, acesse os exercícios de fixação de
aprendizagem.
Clique em “Avaliações”, no menu lateral à esquerda, e abra a atividade correspondente.
Resolva o exercício e salve. A correção aparecerá automaticamente, juntamente com uma nota,
apenas para seu conhecimento. Quando quiser rever a correção, clique em “Ver’.
Após resolver todos os exercícios de fixação e já tiver segurança de que apreendeu todo o conteúdo do
curso, acesse, então, a Avaliação Final. O sistema só permite um acesso.
Depois de salvar a sua resposta, ela não poderá ser refeita. Portanto, responda às questões apenas
quando tiver certeza da resposta!
A nota da Avaliação Final será o único instrumento válido para a certificação do curso.
IMPORTANTE: Uma vez aberta a avaliação, não fique mais de três minutos sem trabalhar
na plataforma. O sistema bloqueia o acesso automaticamente, e você perde o seu trabalho.
Certificação Eletrônica
A Avaliação Final vale 100 pontos. Para conseguir aprovação, você deverá obter no mínimo 70
pontos.
Nesse caso, você fará jus ao CERTIFICADO e à DECLARAÇÃO, com o conteúdo programático.
Você poderá extraí-los por meio do ícone “EMITIR CERTIFICADO”, que surgirá sessenta dias após a
efetivação da matrícula.
Caso não tenha obtido o desempenho exigido, não desista. Você poderá se inscrever novamente neste
ou em outro curso do Instituto Legislativo Brasileiro após três meses.
4. O ILB não fornece autenticação digital ou quaisquer outras comprovações além do CERTIFICADO e da
DECLARAÇÃO.
Suporte técnico
O Núcleo Web do Instituto Legislativo Brasileiro – ILB oferece apoio para a solução de problemas de
acesso ao ambiente virtual de aprendizagem e orientações para a utilização dos recursos e
ferramentas de Educação a Distância - EaD.
Acesse-o pelo email ilbead@senado.gov.br.
Não se esqueça de identificar a mensagem, informando seu nome completo e o curso em que está
inscrito.
Telefone: (00+55) (61) 3303-1475
Horários de atendimento ao aluno virtual: 10h às 12h e 15h às 17h (dias úteis)
Recomendações
Agora que você já conhece todos os recursos disponíveis na plataforma do curso, aqui vão algumas
sugestões para que você obtenha o máximo de aproveitamento possível:
assegure-se de que terá disponibilidade para se dedicar ao estudo, pois o prazo para conclusão
do curso é limitado – dois meses;
administre bem seu tempo;
consulte regularmente a “AGENDA” na primeira página;
responda aos exercícios de fixação e à Avaliação Final.
Esperamos que este curso atenda à sua expectativa de enriquecimento e de aperfeiçoamento
profissional e pessoal e lhe proporcione momentos prazerosos no contato com seus colegas e a
Coordenação.
Felicidades!
Coordenação de Educação a Distância
Instituto Legislativo Brasileiro
Senado Federal
Apresentação
APRESENTAÇÃO
O curso CONHECENDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO tem por objetivo apresentar ao
aluno o contexto histórico do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa e de sua implantação na
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, bem como esclarecer os motivos que ensejaram a
assinatura desse tratado.
Além disso, o aluno aprenderá as modificações ortográficas introduzidas e se familiarizará com
elas, aplicando-as em exercícios de fixação objetivos e autoinstrucionais.
Ao longo do curso, o aluno será incentivado também a adquirir a prática da consulta e da
pesquisa, podendo recorrer, para esse fim, à farta documentação e material de estudo disponibilizados
na plataforma do curso.
5. Módulo I - Contexto do Novo Acordo Ortográfico
MÓDULO I
CONTEXTO DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
UNIDADE 1: O Acordo Ortográfico
UNIDADE 2: A presença da língua portuguesa no mundo
UNIDADE 3: Como fica o nosso dicionário?
UNIDADE 4: Breve histórico do Acordo Ortográfico
UNIDADE 1: O Acordo Ortográfico
UNIDADE 1: O Acordo Ortográfico
Desde 1º de janeiro de 2009, estão em vigor no Brasil as regras do novo Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa.
Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
tem o objetivo primordial de unificar a Ortografia nos países que têm o português como língua oficial.
Ao fazê-lo, pretende garantir maior status à língua portuguesa no plano internacional,
facilitando o intercâmbio cultural, comercial e jurídico-institucional entre os países da CPLP –
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Assim, incrementando o prestígio internacional do português, habilita-o a ingressar no rol dos
idiomas oficiais utilizados na Organização das Nações Unidas (ONU).
Tais medidas, entretanto, não têm aplicabilidade imediata. O decreto legislativo assinado pelo
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevê um período de transição para a aplicação das novas regras:
de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012.
Nesse período, as duas grafias são reconhecidas como oficiais.
No entanto, a partir de 1º de janeiro de 2013, a Ortografia oficial vigente será aquela
assentada nas bases do Acordo Ortográfico.
UNIDADE 2: A presença da língua portuguesa no mundo
UNIDADE 2: A presença da língua portuguesa no mundo
6. Estima-se
que mais de 240
milhões de pessoas
falem português, o
que faz da nossa a
quinta língua mais
falada no mundo e a
terceira no
Ocidente. Ainda
assim, o português
ostentava (ou
ostenta) o título de
ser o único idioma
no mundo a ter duas
ortografias oficiais,
a do Brasil e a de
Portugal.
Para saber mais sobre a história da língua portuguesa, assista aos vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=sQaEFXIuy4c&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=bYd9HrqsbyI&feature=related
1) Fonte: Centro de Língua Portuguesa – Instituto Camões (Portugal)
Países e regiões onde se fala português
Ocorre que, do ponto de vista das relações internacionais, a dupla grafia oficial implica flagrantes
desvantagens ao País, pois dificulta a afirmação do idioma no âmbito das Nações Unidas, bem como
limita a possibilidade de compartilhamento, entre países lusófonos, de conteúdos no plano cultural,
comercial e político.
Com vistas a mudar essa realidade,
um dos propósitos fundamentais do
Acordo, como vimos, é congregar
em torno do mesmo sistema
ortográfico, todos os Estados
signatários (as chamadas partes), a
saber: Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste.
Ressalte-se que as partes, na
formulação do Acordo, mesmo
buscando o consenso entre as
ortografias brasileira e portuguesa,
optaram, em alguns casos, por
manter duas redações oficiais
7. UNIDADE 3: Como fica o nosso dicionário?
UNIDADE 3: Como fica o nosso dicionário?
Do ponto de vista do léxico da língua portuguesa, estima-se que o número de palavras cuja
ortografia foi alterada com a celebração do Acordo, segundo dados da Academia de Ciências de Lisboa,
é de pouco mais de duas mil num universo de cerca de 110.000. Com isso, unifica-se a ortografia de
aproximadamente 98% do total de palavras da língua portuguesa.
No caso brasileiro, calcula-se que as modificações atingiram aproximadamente 0,5% das
palavras. Já no caso do português de Portugal, a estimativa é de que 1,6% dos vocábulos foi alterado
com a entrada em vigor do novo Acordo.
Observamos que, nesse levantamento, não foram contabilizadas, à época, as alterações
decorrentes das novas regras de uso do hífen, bem como aquelas resultantes da supressão do trema.
UNIDADE 4: Breve histórico do Acordo Ortográfico
UNIDADE 4: Breve histórico do Acordo Ortográfico
Pelo quadro abaixo, pode-se acompanhar, no tempo, como evoluiu o processo de unificação da
Ortografia da língua portuguesa.
BREVE HISTÓRICO DO ACORDO ORTOGRÁFICO
1904 O foneticista Gonçalves Viana (1840-1914) publica, em
Lisboa, a maior obra sobre Ortografia da língua portuguesa,
a Ortografia Nacional, que foi adotada pelo governo
português como oficial em 1911. Nela, o estudioso
apresenta proposta de simplificar a ortografia:
• eliminação dos fonemas gregos /th/ (theatro), /ph/
(philosofia), /ch/ (com som de < k >, como em chimica), /rh/
(rheumatismo) e /y/ (lyrio);
• eliminação das consoantes dobradas, com exceção de < rr >
e < ss >: ‘cabello’ (=cabelo); ‘communicar’ (=comunicar);
‘ecclesiastico’ (=eclesiástico); ‘sâbbado’ (=sábado).
• eliminação das consoantes nulas, quando não influenciam
na pronúncia da vogal que as precede: ‘licção’ (=lição);
‘dacta’ (=data); ‘posthumo’ (=póstumo); ‘innundar’
(=inundar); ‘chrystal’ (=cristal);
• regularização da acentuação gráfica.
8. BREVE HISTÓRICO DO ACORDO ORTOGRÁFICO
1907 A partir de uma proposta do jornalista, professor, político e
escritor Medeiros e Albuquerque, a Academia Brasileira de
Letras (ABL) elabora projeto de reformulação ortográfica com
base nas propostas de Gonçalves Viana.
1911 Portugal oficializa, com pequenas modificações, o sistema de
Gonçalves Viana.
1915 A ABL aprova a proposta do professor, filólogo e poeta Silva
Ramos, que ajusta a reforma ortográfica brasileira aos padrões
da reforma portuguesa de 1911.
1919 A ABL volta atrás e revoga o projeto de 1907, ou seja, não
há mais reforma.
1931 A Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de
Letras assinam acordo para unir as ortografias dos dois
países.
1933 O governo brasileiro oficializa o acordo de 1931.
1934 A Constituição brasileira revoga o acordo de 1931 e
estabelece a volta das regras ortográficas de 1891, ou seja,
‘ortografia’ voltaria a ser grafada ‘orthographia’. Protestos
generalizados, porém, fazem com que essa ortografia seja
considerada optativa.
1943 Convenção Luso-Brasileira retoma, com pequenas
modificações, o acordo de 1931.
1945 As modificações introduzidas pelo novo Acordo, ao
priorizarem a ortografia lusitana, foram de tal monta que
provocaram intensos protestos de parte dos brasileiros,
culminando com a revogação do Acordo em 1955,
restabelecendo-se o sistema ortográfico, instituído no Brasil
em 1943.
Divergências na interpretação de regras resultam no
Acordo Ortográfico Luso-Brasileiro. Em Portugal, as normas
vigoram, mas o Brasil mantém a ortografia de 1943.
Como consequência passaram a existir duas normas
ortográficas oficiais para a língua portuguesa: uma brasileira
(1943) e uma lusitana (1945).
Decreto do governo altera algumas regras da ortografia de
1971 1943:
• abolição do trema nos hiatos átonos: ‘saüdade’
(=saudade), ‘vaïdade’ (=vaidade);
• supressão do acento circunflexo diferencial nas letras < e
> e < o > da sílaba tônica das palavras homógrafas, com
exceção de ‘pôde’ em oposição a ‘pode’; ‘almôço’ (=almoço),
‘êle’ (=ele), ‘enderêço’ (=endereço), ‘gôsto’ (=gosto);
• eliminação dos acentos circunflexos e graves que
marcavam a sílaba subtônica nos vocábulos derivados com o
sufixo < -mente > ou iniciados por < z >: ‘bebêzinho’
(=bebezinho), ‘vovôzinho’ (=vovozinho), ‘sòmente’
(=somente), ‘sòzinho’ (=sozinho), ‘ùltimamente’
(=ultimamente).
página 02
1975 As colônias portuguesas na África (São Tomé e Príncipe,
Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola e Moçambique)
9. tornam-se independentes.
1986 São finalmente redigidas as Bases Analíticas da Ortografia
Simplificada de 1945, renegociadas em 1975 e consolidadas
em 1986.
Iniciam-se, assim, as discussões de que resultaram as bases
do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entre
Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e São Tomé e Príncipe.
1991 Surge outra versão do documento anterior (1986): o Acordo
de Ortografia Simplificado entre Brasil e Portugal para a
Lusofonia, conhecido como Acordo Ortográfico de 1995,
aprovado oficialmente em 1995 pelos dois principais países
envolvidos (Brasil e Portugal).
1995 Brasil e Portugal aprovam oficialmente o documento de
1990, que passa a ser reconhecido como Acordo Ortográfico
de 1995.
1998 Em Cabo Verde, foi assinado um Protocolo Modificado ao
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, mas apenas
Brasil, Portugal e Cabo Verde o aprovaram.
No Primeiro Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico
da Língua Portuguesa, fica estabelecido que todos os
membros da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) devem ratificar as normas propostas
no Acordo Ortográfico de 1995, para que este seja
implantado.
2002 Timor-Leste torna-se independente e passa a fazer parte da
CPLP.
2004 Com a aprovação do Segundo Protocolo Modificativo ao
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, fica determinado
que basta a ratificação por três membros para que o acordo
entre em vigor.
No mesmo ano, o Brasil ratifica o acordo.
2005 Cabo Verde ratifica o Acordo.
2006 São Tomé e Príncipe ratifica o documento, possibilitando a
entrada em vigor do acordo.
2008 Portugal aprova o Acordo Ortográfico.
2008 O Decreto Presidencial nº 6.586, de 29 de setembro de
2008, determina a implementação do Acordo Ortográfico a
partir de 1º de janeiro de 2009 no Brasil, estabelecendo
período de transição de 1o de janeiro de 2009 a 31 de
dezembro de 2012.
Módulo II - Mudanças Trazidas Pelo Novo Acordo Ortográfico
MÓDULO II
MUDANÇAS TRAZIDAS PELO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
UNIDADE 1:
REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA
10. UNIDADE 2:
NO EMPREGO DO HÍFEN
UNIDADE 3:
NA COMPOSIÇÃO DO ALFABETO
UNIDADE 4:
NA ELIMINAÇÃO DO TREMA
Com a entrada em vigor do novo Acordo Ortográfico, muitos podem pensar: “de que valeu o
esforço para entender por que ‘infraestrutura’ se escrevia com hífen e anti-imperialista, sem ele?”
Entretanto, esteja a favor do acordo ou contrário a ele, ninguém está livre de uma revisão
ortográfica.
O acordo, porém, visa unificar a ortografia e não a pronúncia e o significado das palavras.
As tiras abaixo são um bom exemplo disso. A primeira saiu em um jornal português; a segunda,
num jornal brasileiro.
Unidade 1 - Regras da Acentuação Gráfica
Unidade 1 - Regras da Acentuação Gráfica
11. Pela fala expressamos a melodia da língua. É um
processo quase intuitivo, que praticamos quando
expiramos com maior ou menor força.
Na escrita, utilizamos recursos gráficos para
“ensinar” ao leitor a cantar essa melodia, ora
apontando a sílaba tônica, ora indicando se o som
vocálico é aberto ou fechado com o uso dos sinais
diacríticos. Por isso é que se diz que a palavra
“acento” encontra sua etimologia, ou seja, a origem
da sua formação na expressão latina ad cantum
(=para o canto).
Sinal diacrítico é um signo
gráfico que se associa a uma
letra para lhe dar uma
característica fonética
diferente daquela que a letra possui isoladamente. Exemplo clássico de sinal
diacrítico é a cedilha, que diferencia a pronúncia do < c > de ‘caco’ do < c > de
‘caço’ (do verbo ‘caçar’). Além dela, existem o acento agudo (‘lá’), o til (‘lã’), o
acento circunflexo (‘lâmpada’) e o acento grave (‘àquela’).
Então, se aplicamos acentos gráficos para “ajudar a cantar” a melodia da língua, quais as regras
formuladas pelo Novo Acordo Ortográfico no particular?
No que interessa aos brasileiros, a acentuação gráfica, que é tratada nas Bases VIII, IX, X e XI
do Acordo, é o tema em que se verifica o maior índice de alterações, se considerada a quantidade de
palavras que tiveram a grafia modificada.
De modo geral, as modificações se concentram:
. nas palavras paroxítonas (‘heroico’, ‘ideia’),
. naquelas em que ocorre hiato (‘feiura’, ‘voo’) e
. nas homógrafas, ou seja, que têm a mesma grafia (‘pelo’, ‘pera’).
Essas modificações têm sempre o objetivo de eliminar os acentos gráficos até então presentes
nesses grupos de palavras, e não de acrescentá-los.
1ª Regra
1ª REGRA:
Elimina-se o acento agudo das palavras paroxítonas cuja sílaba tônica seja formada pelos
ditongos abertos < ei > e < oi >.
Como era antes Como deve ser agora
12. alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia
apóio (verbo apoiar) apoio
asteróide asteroide
assembléia assembleia
bóia boia
clarabóia claraboia
colméia colmeia
Coréia Coreia
Galiléia Galileia
geléia geleia
hebréia hebreia
heróico heroico
idéia ideia
intróito introito
jibóia jiboia
jóia joia
odisséia odisseia
onomatopéia onomatopeia
paranóico paranoico
platéia plateia
protéico proteico
tramóia tramoia
Atenção!
O acento PERMANECE:
1. Nas palavras oxítonas, mesmo que ocorram os ditongos abertos < ei > e < oi >, como em:
‘hotéis’, ‘heróis’, ‘papéis’, ‘troféu’, ‘troféus’;
2. Nas paroxítonas terminadas em < r >, como em: ‘blêizer’, ‘contêiner’, ‘destróier’, ‘gêiser’;
3. Nos monossílabos tônicos: ‘dói’, ‘méis’, ‘réis’, ‘sóis’.
2ª Regra
2ª REGRA:
Elimina-se o acento agudo de palavra paroxítona formada pelas vogais < i > e < u > precedidas
de ditongo.
Como era antes Como deve ser agora
baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
boiúna boiuna
cauíla cauila
feiúra feiura
maoísmo maoismo
Sauípe Sauipe
taoísmo taoismo
13. Mais uma vez atenção!
O acento permanece nas palavras oxítonas onde o < i > ou o < u > estiverem em posição final,
após ditongo, mesmo que seguidos de < s >, como em: ‘tuiuiú’, ‘tuiuiús’, ‘Piauí’.
3ª Regra
3ª REGRA:
Elimina-se o acento circunflexo nos seguintes casos:
1. Nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos ‘crer’, ‘dar’,
‘ler’, ‘ver’ e seus derivados.
Como era antes Como deve ser agora
crêem (verbo crer) creem
dêem (verbo dar) deem
descrêem (do verbo descrer) descreem
lêem (verbo ler) leem
relêem (do verbo reler) releem
vêem (verbo ver) veem
2. Na vogal tônica fechada do hiato < oo > em palavras paroxítonas, seguidas ou não de < s >.
Como era antes Como deve ser agora
abençôo (verbo abençoar) abençoo
dôo (verbo doar) doo
enjôo (verbo ou subst.) enjoo
magôo (verbo magoar) magoo
perdôo (verbo perdoar) perdoo
povôo (verbo povoar) povoo
vôo (verbo ou subst.) voo
zôo zoo
4ª Regra
4ª REGRA:
Elimina-se o acento agudo na vogal < u > das formas verbais que contenham < qu > e < gu >
rizotônicos, ou seja, quando o < u > presente nessas sequências é tônico e faz parte da raiz do verbo.
Em tempo: para melhor compreendermos os enunciados
seguintes, vale recordar:
14. * As formas verbais regulares podem ser decompostas em três
elementos: raiz, vogal temática e desinências. Assim, em
‘amaremos’, por exemplo, tem-se o radical < am >; a vogal
temática < a >; e duas desinências: a desinência < mos >, que
indica a pessoa do verbo (no caso, a 1ª pessoa) e o número (no
caso, plural); e a desinência < re >, que anuncia o modo
(indicativo) e o tempo (futuro de presente).
* Quando a tonicidade da forma verbal flexionada recai sobre a
raiz ou radical, dizemos que é rizotônica; quando não, dizemos
que é arrizotônica. É o caso do exemplo dado acima. A forma
‘amaremos’ tem a tonicidade marcada na sílaba < re >,
portanto recai fora da raiz do verbo (< am >) e é, então,
arrizotônica.
Para saber mais, consulte o link: http://educacao.uol.com.br/portugues
/verbo-2.jhtm
Na prática, além de perderem o trema quando o < u > é átono, verbos como ‘arguir’ e
‘redarguir’ e suas flexões não mais recebem o acento agudo, ainda que mantida a tonicidade no < u >.
ARGUIR arguo, arguis, argui, arguímos, arguís,
arguem
REDARGUIR redarguo, redarguis, redargui, redarguímos,
redarguís, redarguem
Atenção!
Quando no hiato < ui >a tonicidade recair sobre o < i >, este deve ser acentuado, como no
exemplo: “Eu arguí todas as testemunas do caso”. Ainda: ‘arguíste’, ‘arguímos’, ‘arguís’.
Em alguns verbos, o emprego do acento é determinado pela pronúncia, como em ‘aguar’,
‘apaniguar’, ‘apaziguar’, ‘apropinquar’, ‘averiguar’, ‘desaguar’, ‘enxaguar’, ‘obliquar’ e ‘delinquir’.
Nesses casos, admite-se que sejam grafados de duas formas, de acordo com a pronúncia.
1. Nas formas rizotônicas, ou seja, quando a tonicidade recai sobre o radical (aquele elemento
que aparece em todas as formas flexionadas de verbos regulares), acentuam-se o < a > e o < i > do
radical.
Veja, por exemplo, a conjugação dos verbos ‘aguar’ e ‘averiguar’, em que a tonicidade recai
sobre os radicais < ag > de ‘aguar’ e < averig > de ‘averiguar’:
AGUAR AVERIGUAR
(eu) águo (que eu) águe (eu) averíguo (que eu)
averígue
(tu) águas (que tu) águes (tu) averíguas (que tu)
averígues
(ele) água (que ele) águe (ele) averígua (que ele)
averígue
(nós) aguamos (que nós) (nós) (que nós)
(*) aguemos averiguamos averiguemos
(vós) aguais (que vós) agueis (vós) averiguais (que vós)
averigueis
(eles) águam (que eles) (eles) averíguam (que eles)
águem averíguem
15. (*) Observe que, nas formas destacadas, a sílaba tônica recai fora do radical < ag > de ‘aguar’ e fora
do radical < averig > de ‘averiguar’. Portanto, não são acentuadas. Veja o caso seguinte.
2. Já se a tonicidade da pronúncia recai fora do radical (arrizotônica), não se utiliza o acento.
Nos exemplos abaixo, a tonicidade não recai nem sobre o radical < ag > de ‘aguar’, nem sobre o
radical < averig > de ‘averiguar’.
Veja o quadro abaixo:
AGUAR AVERIGUAR
(eu) aguo (que eu) ague (eu) averiguo (que eu)
averigue
(tu) aguas (que tu) agues (tu) averiguas (que tu)
averigues
(ele) agua (que ele) ague (ele) averigua (que ele)
averigue
(nós) aguamos (que nós) (nós) (que nós)
aguemos averiguamos averiguemos
(vós) aguais (que vós) agueis (vós) averiguais (que vós)
averigueis
(eles) aguam (que eles) (eles) averiguam (que eles)
aguem averiguem
Assim, se a tonicidade recair sobre o < u >, este não receberá acento gráfico, como nas formas
‘enxague’, ‘oblique’; porém, se a tonicidade recair sobre as vogais < a > ou < i > da sílaba anterior,
estas, obrigatoriamente, receberão acento gráfico (‘enxágue’, ‘oblíque’).
Atenção!
No Brasil, a pronúncia mais corrente é a exposta no primeiro quadro, aquela com < a > e < i >
tônicos.
5ª Regra
5ª REGRA:
Quando palavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia, verifica-se o fenômeno da
homografia.
As palavras homógrafas podem também ser homófonas, ou seja, terem o mesmo som,
apresentarem os mesmos traços fonéticos. Para a Ortografia isso representava um complicador, daí a
criação de ACENTOS DIFERENCIAIS – agudo ou circunflexo –, a fim de que, mesmo se tomadas
isoladamente, fora de contexto, essas palavras contivessem “marcas” que indicassem a qual campo
semântico pertenciam.
Entretanto, com a entrada em vigor do Novo Acordo, a regra geral é no sentido de que não
mais se distinguem palavras homógrafas.
Como era antes Como deve ser agora
pára (verbo parar) / para para (verbo e preposição)
(preposição)
péla (verbo pelar) / pela pela (preposição, verbo e
(preposição) / péla (substantivo) substantivo)
16. pólo (substantivo) / pôlo polo (substantivos e preposição)
(substantivo) / polo (preposição
antiga)
pélo (verbo pelar) / pêlo pelo (verbo, substantivo e
(substantivo) / pelo (preposição) preposição)
pêro (substantivo) / pero pero (substantivo e conjunção
(conjunção antiga) antiga)
pêra (substantivo) / pera pera (substantivo e preposição
(preposição antiga) antiga)
Apenas algumas palavras permanecem acentuadas para se distinguir pelo acento gráfico:
- ‘pôr’ (verbo) para diferenciar de ‘por’ (preposição);
- ‘pôde’ (verbo na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) para diferenciar
de ‘pode’ (3ª pessoa do singular do presente do indicativo); e
- os verbos ‘ter’ e ‘vir’, bem como seus derivados (‘manter’, ‘deter’, ‘reter’, ‘conter’, ‘convir’,
‘intervir’, ‘advir’ etc.) para diferenciar as formas da 3ª pessoa no singular (presente do
indicativo) das formas da 3ª pessoa no plural (presente do indicativo).
6ª Regra
6ª REGRA:
CASOS FACULTATIVOS
O Acordo recebeu assim a duplicidade articulatória de algumas palavras geralmente
provenientes do francês, que, como reporta, “nas pronúncias cultas, ora é registrada como aberta, ora
como fechada”, admitindo, pois, tanto o acento agudo como o acento circunflexo:
1) Algumas palavras oxítonas terminadas em < e > tônico admitem tanto o acento agudo quanto o
acento circunflexo.
É facultativo
bebê bebé
bidê bidé
canapê canapé
caratê caraté
crochê croché
guichê guiché
nenê nené
purê puré
rapê rapé
2) Torna-se facultativo o emprego do acento circunflexo nas palavras oxítonas ‘judô’ e ‘metrô’;
3) É facultado, para fins de diferenciação, o uso do acento agudo nas formas verbais paroxítonas do
pretérito perfeito do indicativo, na 1ª pessoa do plural, quando coincidirem com a forma verbal
correspondente do presente do indicativo.
Presente do Pretérito perfeito do Aceita-se a grafia
Indicativo Indicativo para representar o
pretérito perfeito
amamos amamos amámos
17. cantamos cantamos cantámos
dançamos dançamos dançámos
louvamos louvamos louvámos
Atenção!
É facultativo o uso do acento da palavra ‘fôrma’ (substantivo) para diferenciar da palavra ‘forma’
(substantivo e verbo ‘formar’).
Veja, a seguir, um quadro resumido das novas regras de acentuação gráfica:
QUADRO RESUMIDO
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
EXEMPLOS
REGRA NOVA Atenção!
Como era Como fica
Não se andróide, androide, O acento
acentuam mais estóico, geléia, estoico, geleia, permanece:
os ditongos heróico, idéia, heroico, ideia, 1) Nas palavras
abertos < ei > e platéia plateia oxítonas, mesmo
< oi > das que ocorram os
palavras
ditongos abertos
paroxítonas.
< ei > e < oi >,
como em:
‘hotéis’, ‘heróis’,
‘papéis’, ‘troféu’,
‘troféus’;
2) Nas
paroxítonas
terminadas em <
r >, como
‘blêizer’,
‘contêiner’,
‘destróier’,
‘gêiser’;
3) Nos
monossílabos
tônicos: ‘dói’,
‘méis’, ‘réis’,
‘sóis’.
baiúca bocaiúva, baiuca, bocaiuva, O acento
Não se cauíla, feiúra cauila, feiura permanece:
acentuam mais 1) nas palavras
o<i>eo<u oxítonas em que
> tônicos o<i>eo<u>
quando vierem aparecem em
depois de posição final,
ditongos em seguidos ou não
palavras de < s >, tal
paroxítonas. como em ‘Piauí’ e
‘tuiuiús’;
2) nas
paroxítonas em
que o < i > e o <
u > não vêm
depois de
ditongo, como
acontece em
18. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
EXEMPLOS
REGRA NOVA Atenção!
Como era Como fica
‘juíza’, ‘uísque’,
‘ruína’ e ‘saúva’.
Não se abençôo, crêem, abençoo, creem,
acentuam mais enjôo, lêem, enjoo, leem,
as palavras perdôo, vêem perdoo, veem
terminadas em
< eem > e < oo
>.
Não se acentua apazigúe, argúi, apazigue, argui,
mais o < u > averigúe, obliqúe averigue, oblique
tônico precedido
de < g > ou < q
> na
conjugação de
verbos como
arguir,
redarguir,
apaziguar,
obliquar e
averiguar.
Não se usa mais “Ela pára o “Ela para o Permanecem os
o acento carro”; carro”: seguintes
diferencial em: “Foi ao mercado “Foi ao mercado acentos:
‘pára/para’, comprar pêra”; comprar pera”; 1) o que
‘péla/pela’, “Viajaram ao “Viajaram ao diferencia ‘pode’
‘pêlo/pelo’, pólo Norte”; polo Norte”; (verbo ‘poder’,
‘pólo/polo/pôlo’, “O cachorro “O cachorro 3ª pessoa do
‘péra/pêra’. estava com o estava com o Presente do
pêlo macio” pelo macio”. Indicativo) de
‘pôde’ (verbo
‘poder’, 3ª
pessoa do
Pretérito Perfeito
do Indicativo);
2) o que
diferencia ‘por’
(preposição) de
‘pôr’ (verbo);
3) o que
diferencia o
singular do
plural na 3ª
pessoa do
Presente do
Indicativo dos
verbos ‘ter’ e ‘vir’
e seus derivados,
tais como
‘manter’, ‘reter’,
‘deter’, ‘conter’,
‘convir’,
‘intervir’, ‘advir’
etc:
ele mantém/ eles
mantêm; ele
detém/eles
detêm; ele
intervém/eles
intervêm.
Devido à duplicidade articulatória ‘bebê ou bebé’; São facultativos:
observada em certas regiões, ‘bidê ou bidé’, 1) o acento
admite-se tanto o acento agudo ‘caratê ou circunflexo nas
19. como o acento circunflexo em caraté’; ‘guichê palavras oxítonas
algumas palavras oxítonas ou guiché’; ‘nenê ‘judô’ e ‘metrô’;
terminadas em < e > tônico. ou nené’ e
2) o acento
circunflexo para
diferenciar as
palavras ‘forma’
(substantivo e
verbo ‘formar’) e
‘fôrma’
(substantivo).
Para fins de diferenciação, é ‘amamos ou
facultativo o uso do acento agudo amámos’;
nas formas verbais paroxítonas ‘cantamos ou
do pretérito perfeito do indicativo, cantámos’;
na 1ª pessoa do plural, quando ‘louvamos ou
coincidirem com a forma verbal louvámos’
correspondente do presente do
indicativo.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
MÓDULO II – UNIDADE 1
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Para você fixar o que aprendeu, oferecemos-lhe exercícios referentes à
Unidade 1 do Módulo II, que você poderá acessar em “Avaliações”, no menu
lateral à esquerda.
Além desses, você encontrará mais três blocos de exercícios de
fixação após cada uma das próximas unidades.
Tente resolver todos eles e depois os refaça. É a melhor forma de se
preparar para a Avaliação Final.
Complemente o seu estudo, consultando o material de estudo que
disponibilizamos em GLOSSÁRIO, DICIONÁRIOS, WEBIBLIOTECA e LINKS RELACIONADOS no menu à
esquerda.
Unidade 2 - O Emprego do Hífen
MÓDULO II – UNIDADE 2
EMPREGO DO HÍFEN
O termo deriva do grego hýphen (juntos,
juntamente). O vocábulo chegou ao português
pelo latim tardio hyphen, que, frise-se, manteve
20. o < h > na grafia, muito embora essa letra já
não fosse pronunciada.
O hífen, como garante a sua origem, existe para
unir e não para “separar”. Ainda quando
“separa”, para evitar a criação de uma sílaba
indesejada e, assim, indicar uma melhor
pronúncia, como em ‘mal-humorado’,
‘pan-hospitalar’, ‘sub-reino’, a sua simples
presença preserva a “unidade semântica e
sintagmática” do vocábulo, expressão usada no
Novo Acordo Ortográfico.
Eis os casos em que, segundo o novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa, emprega-se o hífen:
EMPREGA-SE O HÍFEN:
1) Nas palavras compostas que designam nomes de plantas e animais, estejam ou não ligados por
preposição ou qualquer outro elemento.
abóbora-menina fava-de-santo-inácio cobra-d’água
bênção-de-deus andorinha-grande lesma-de-conchinha
bem-me-quer cobra-capelo bem-te-vi
couve-flor formiga-branca tartaruga-marinha
erva-do-chá andorinha-do-mar
ervilha-de-cheiro
Observação: tendo em vista que, nesses casos, ora se utilizava o hífen, ora não, o
Acordo uniformizou a grafia.
2) O Acordo define que o hífen só será usado em palavras formadas por prefixos ou falsos prefixos,
como nos seguintes casos:
2.1 Quando o segundo elemento começa por < h >.
anti-higiênico pré-história
arqui-hipérbole extra-humano
contra-harmônico semi-hospitalar
circum-hospitalar geo-história
pan-helenismo sub-hepático
eletro-higrômetro neo-helênico
mini-hospital super-homem
21. Observação: Não se usa o hífen em formações que contenham os prefixos < des > e < in > e
nas quais o segundo elemento perdeu o < h > inicial: ‘desumano’, ‘desumidificar’, ‘inábil’,
‘inumano’ etc.
página 02
Exceção: ‘subumano’, em que ‘humano perde o < h >.
2.2 Quando a vogal final do prefixo ou falso prefixo coincidir com a vogal inicial do segundo elemento
da composição.
anti-ibérico
micro-ondas
auto-observação
micro-organismo
contra-almirante
semi-intensivo
infra-axilar
supra-auricular
2.3 Nos compostos formados pelos prefixos ‘ex’, ‘sota’, ‘soto’, ‘vice’ e ‘vizo’.
ex-almirante sota-piloto soto-mestre vice-reitor vizo-rei
ex-hospedeira vice-presidente
ex-diretor
ex-primeiro-
ministro-
ministro
2.4 Em palavras formadas pelos prefixos ‘circum’ ou ‘pan’ seguidos de palavras iniciadas em vogal, <
m > ou < n >.
circum-escolar pan-mágico
circum-navegação pan-africano
pan-americano
pan-negritude
22. 2.5 Quando os prefixos ‘hiper’, ‘inter’ e ‘super’ formar compostos com palavras iniciadas por < r >.
hiper-realista inter-racial super-resistente
hiper-requintado inter-regional super-revista
hiper-resistente inter-relação
3) Para ligar duas ou mais palavras que formam encadeamentos vocabulares do tipo:
- divisas: ‘Liberdade-Igualdade-Fraternidade’;
- trajetos e percursos: ‘ponte Rio-Niterói’, ‘trecho São Paulo-
Santos’;
- em que se opõem relações e noções: ‘professor-aluno’, ‘ensino-
aprendizagem
4) Nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas,
como < açu >, < guaçu > e < mirim >, e quando a vogal final do primeiro elemento é acentuada
graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos:
amoré-guaçu
anajá-mirim
andá-açu
capim-açu
Ceará-mirim
tamanduá-mirim
5) Nos compostos formados com os advérbios ‘bem’ e ‘mal’ quando estes formam, com o elemento que
se segue, uma unidade sintagmática e semântica e tal elemento começa por vogal ou < h >.
bem-aventurado mal-afortunado
bem-estar mal-estar
bem-humorado mal-humorado
bem-criado
bem-ditoso
bem-falante
bem-mandado
bem-nascido
bem-soante
Observações:
- Em muitos compostos, o advérbio ‘bem’ aparece aglutinado com o segundo elemento, quer este
tenha ou não vida à parte: ‘benfazejo’, ‘benfeito’, ‘benfeitor’, ‘benquerença’ etc.
- No entanto, o advérbio ‘bem’, ao contrário de ‘mal’, pode não se aglutinar com palavras
iniciadas por consoante.
página 03
Casos em que não se emprega o hífen.
23. NÃO SE EMPREGA O HÍFEN:
1) Nos compostos formados por prefixo ou falso prefixo terminado em vogal em combinação com
palavra iniciada por < r > ou < s >, que, nesses casos, são dobrados.
COMO ERA COMO DEVE SER
ante-sala antessala
auto-retrato autorretrato
anti-social antissocial
contra-senso contrassenso
ultra-sonografia ultrassonografia
supra-renal suprarrenal
Observação: A medida uniformiza várias exceções antes existentes.
2) Nos compostos, quando a vogal final do prefixo ou falso prefixo é diferente da vogal inicial da
palavra com a qual se combinam.
COMO ERA COMO DEVE SER
anti-aéreo antiaéreo
anti-americanismo antiamericanismo
auto-afirmação autoafirmação
auto-ajuda autoajuda
infra-estrutura infraestrutura
neo-impressionista neoimpressionista
3) Nos compostos que, devido ao uso, perderam a noção de composição.
COMO ERA COMO DEVE SER
manda-chuva mandachuva
pára-quedas paraquedas
pára-quedista paraquedista
pára-lama paralama
pára-choque parachoque
pára-vento paravento
4) Nos compostos que apresentam elementos de ligação.
pé de moleque
pé de vento
pai de todos
dia a dia
fim de semana
cor de vinho
ponto e vírgula
camisa de força
cara de pau
olho de sogra.
Observação: Incluem-se nesse caso os compostos que formam uma oração, como: ‘maria vai
com as outras’, ‘leva e traz’, ‘diz que diz que’, ‘deus me livre’, ‘deus nos acuda’, ‘cor de burro
quando foge’, ‘bicho de sete cabeças’, ‘faz de conta’.
24. Exceções (7): ‘água-de-colônia’, ‘arco-da-velha’, ‘cor-de-rosa’, ‘mais-que-perfeito’, ‘pé-de-meia’,
‘ao deus-dará’, ‘à queima-roupa’.
página 04
5) Nas formações com o prefixo < co > este se une diretamente ao segundo elemento, mesmo quando este se
inicia por < o > ou < h >.
coobrigação
coedição
coeducar
cofundador
coabitação
coerdeiro
corréu
corresponsável
coocorrência.
Observação: Dobra-se o < r > inicial do segundo elemento.
6) Nos vocábulos formados pelos < pre > e < re >, mesmo diante de palavras começadas por < e >.
preexistente
preelaborar
reescrever
reedição.
Observação: Como o acento do prefixo < pré > é praticamente imperceptível em algumas
palavras, como ‘predeterminado’ e ‘preexistente’, na dúvida é sempre bom consultar o dicionário.
Não se usa o hífen na formação de locuções com o advérbio ‘não’.
(acordo de) não agressão
(reservado para) não fumantes
Observação: O Acordo Ortográfico aboliu o hífen das formas em que a palavra ‘não’ tem valor
prefixal: ‘não agressão’, ‘não engajado’, ‘não fumante’, ‘não violência’, ‘não participação’, ‘não
governamental’ etc.
Divisão silábica e translineação
Na divisão silábica quando da translineação de uma palavra composta ou de uma combinação de
palavras em que há um hífen ou mais, se a partição coincidir com o final de um dos elementos ou
membros, deve-se, por clareza gráfica, repetir o hífen no início da linha imediata:
Exemplos:
“O comandante da polícia é um ex-
-capitão do Exército”
25. “Quanto ao Paulo, ao João e ao Pedro, convocá-
-los-emos na próxima semana.”
Ou
“Quanto ao Paulo, ao João e ao Pedro, convocá-los-
-emos na próxima semana.”
O carro do presidente era seguido de perto pelo do vice-
-presidente.”
página 05
QUADRO-RESUMO
NÃO SE USA O HÍFEN:
REGRA EXEMPLOS OBSERVAÇÕES
Em palavras pé de moleque, pé de Incluem-se nesse
compostas que vento, pai de todos, caso os compostos
apresentam dia a dia, fim de que formam uma
elementos de semana, cor de oração. Ex.: Maria
ligação. vinho, ponto e vai com as outras,
vírgula, camisa de leva e traz, diz que
força, cara de pau, diz que, deus me
olho de sogra. livre, deus nos
acuda, cor de burro
quando foge, bicho
de sete cabeças, faz
de conta.
* Exceções (7):
água-de-colônia,
arco-da-velha,
cor-de-rosa,
mais-que-perfeito,
pé-de-meia, ao
deus-dará, à
queima-roupa.
Se o prefixo autoajuda,
terminar com letra autoestrada,
diferente daquela autoescola,
com que se inicia a antiaéreo,
outra palavra. intermunicipal,
supersônico,
superinteressante,
agroindustrial,
aeroespacial,
semicírculo.
Se o prefixo contrarrelógio,
terminar por vogal minissaia,
e a outra palavra antirracismo,
começar por < r > ultrassom, semirreta.
ou < s >,
dobram-se essas
26. NÃO SE USA O HÍFEN:
REGRA EXEMPLOS OBSERVAÇÕES
letras.
Quando o prefixo < coobrigação,
co- > juntar-se coedição, coeducar,
com o segundo cofundador,
elemento, mesmo coabitação,
quando este se coerdeiro, corréu,
inicia por < o > ou corresponsável,
< h >. coocorrência.
Com os prefixos < preexistente, Como o acento do
pre- > e < re- >, preelaborar, prefixo é
mesmo diante de reescrever, reedição. praticamente
palavras começadas imperceptível em
por < e >. algumas palavras,
como
‘predeterminado’ e
‘preexistente’, na
dúvida é sempre
bom consultar o
dicionário.
Na formação de (acordo de) não O acordo ortográfico
compostos agressão aboliu o hífen das
começados por (reservado para) não formas em que a
‘não’. fumantes. palavra "não" tem
valor prefixal: ‘não
agressão’, ‘não
engajado’, ‘não
fumante’, ‘não
violência’, ‘não
participação’, ‘não
governamental’ etc.
página 06
USA-SE O HÍFEN:
REGRA EXEMPLOS OBSERVAÇÕES
Com os prefixos < circum-navegação,
circum- > e < pan- pan-africano;
>, quando o
segundo elemento
começa por vogal, <
h >, < m > ou < n
>.
Com os prefixos < hiper-realista e
hiper- >, < inter- > super-resistente
e < super- >,
quando o segundo
elemento começa
por < r >.
27. USA-SE O HÍFEN:
REGRA EXEMPLOS OBSERVAÇÕES
Quando o prefixo micro-ondas,
terminar com a anti-inflacionário,
mesma letra com sub-bibliotecário,
que se inicia a outra inter-regional, infra-
palavra. axilar
Nas palavras guarda-chuva, Não se usa o hífen
compostas que não arco-íris, boa-fé, em certas palavras
apresentam segunda-feira, que perderam a
elementos de mesa-redonda, noção de
ligação. vaga-lume, composição, como
joão-ninguém, ‘girassol’,
porta-malas, porta- ‘madressilva’,
bandeira, pão-duro, ‘mandachuva’,
bate-boca. ‘pontapé’,
‘paraquedas’,
‘paraquedista’,
‘paraquedismo’.
Em palavras reco-reco,
onomatopeicas (isto blá-blá-blá,
é, que representam zum-zum, tico-tico,
ruídos ou sons tique-taque, cri-cri,
naturais) que são glu-glu, rom-rom,
compostas, mas não pingue-pongue,
apresentam zigue-zague, bi-bi,
elementos de fom-fom, tim-tim
ligação. (tim-tim por
tim-tim).
Nos compostos entre queda-d'água,
cujos elementos há gota-d'água,
o emprego do copo-d'água.
apóstrofo.
Nas palavras belo-horizontino
compostas derivadas (Belo Horizonte);
de topônimos porto-alegrense
(nomes de lugares) (Porto Alegre);
que apresentam ou mato-grossense-
não elementos de do-sul (Mato Grosso
ligação. do Sul);
rio-grandense-
do-norte (Rio
Grande do Norte)
Nos compostos que bem-te-vi, peixe- Não se usa o hífen,
designam espécies espada, peixe- quando os
animais e botânicas do-paraíso, compostos que
(nomes de plantas, mico-leão-dourado, designam espécies
flores, frutos, raízes, andorinha-da-serra, botânicas e
sementes), tenham lebre-da-patagônia, zoológicas são
ou não elementos erva-doce, ervilha- empregados fora de
de ligação. de-cheiro, pimenta- seu sentido original.
do-reino, peroba- Observe a diferença
do-campo, cravo- de sentido entre os
da-índia. pares: 1) arroz-
do-campo (certo tipo
de erva) e arroz de
festa (alguém que
está sempre
presente em festas).
28. USA-SE O HÍFEN:
REGRA EXEMPLOS OBSERVAÇÕES
2) bico-de-papagaio
(espécie de planta
ornamental) e bico
de papagaio
(deformação nas
vértebras).
3) olho-de-boi
(espécie de peixe) e
olho de boi (selo
postal).
Diante de palavra anti-higiênico,
começada por < h sub-hepático, super- Exceção: ‘subumano’
>. homem, sobre-
humano.
Com o prefixo < sub-base,
sub- >, usa-se o sub-bibliotecário,
hífen também diante sub-região,
de palavra sub-reitor,
começada por < b > sub-regional.
e < r >.
Com os prefixos < ex-aluno, sem-terra, A dúvida, nesse caso,
ex- >, < sem- >, < além-mar, é sempre comum.
além- >, < aquém- aquém-mar, recém- Como o acento nos
>, < recém- >, < casado, prefixos < pré- >, <
pós- >, < pré- >, < pós-graduação, pós- > e < pró- > é
pró- >, < vice- >. pré-vestibular, praticamente
pró-europeu, imperceptível na
vice-rei. fala, em algumas
palavras, como
‘predeterminado’ e
‘preexistente’,
muitos não sabem se
o hífen deve ou não
ser usado. Assim,
também aqui é
sempre bom
consultar o
dicionário.
Com o prefixo < mal-assombrado, * Nos outros casos,
mal- >, quando a mal-entendido, escreve-se sem
palavra seguinte mal-estar, hífen: malcriado,
começar por vogal, mal-humorado, malcomportado,
< h > ou < l >. mal-limpo. malcheiroso,
malfeito,
malsucedido,
malvisto.
* Quando mal
significa doença,
usa-se o hífen se a
palavra não tiver
elemento de ligação.
Ex.: mal-francês. Se
houver elemento de
ligação, escreve-se
sem hífen. Ex.: mal
de lázaro, mal de
29. sete dias.
Com < bem- >, de bem-aventurado, * Mas há vários
modo geral, nos bem-intencionado, casos em que bem se
compostos. bem-humorado, liga sem hífen à
bem-merecido, palavra seguinte.
bem-nascido, Ex.: benfazejo,
bem-falante, benfeito, benfeitor,
bem-vindo, benquisto.
bem-visto,
bem-disposto.
Regra de ouro:
Para não correr o risco de errar, quando não se souber se a palavra perdeu a noção de
composição, é aconselhável consultar o dicionário, que determina qual é a grafia consagrada pelo
uso. Exemplos disso são as palavras malmequer (sem hífen) e bem-me-quer (consagrada com
hífen).
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
MÓDULO II – UNIDADE 2
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Recomendamos que você exercite o que aprendeu, respondendo aos
exercícios de fixação referentes à Unidade 2 do Módulo II, disponíveis
em “Avaliações”, no menu lateral à esquerda.
Dessa forma, você estará se preparando para a Avaliação Final.
Consulte o material de estudo que disponibilizamos em
GLOSSÁRIO, DICIONÁRIOS, WEBIBLIOTECA e LINKS RELACIONADOS
no menu à esquerda.
Atividade complementar:
JOGO DO HÍFEN
Para jogar, acesse o link abaixo:
http://educarparacrescer.abril.com.br/regras-hifen/index.shtml
Observação:
Consulte também o link http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23!
Unidade 3 - Composição do Alfabeto
MÓDULO II – UNIDADE 3
30. COMPOSIÇÃO DO ALFABETO
Uma inovação que o
texto de unificação ortográfica
de 1990 apresenta, logo na
Base I, é a apresentação do
alfabeto, acompanhado das
designações que usualmente
são dadas às diferentes letras.
No alfabeto português
passam a figurar também as
letras < k >, < w > e < y >,
pelas seguintes razões:
a) Os dicionários da língua já
registram estas letras,
apresentando um razoável
número de palavras do léxico
português iniciado por elas;
b) Na aprendizagem do
alfabeto é necessário fixar qual
a ordem que elas ocupam; e
c) Nos países africanos de língua oficial portuguesa existem muitas palavras que são grafadas
com elas.
Apesar da inclusão no alfabeto das letras < k >, < w > e < y >, mantiveram-se as regras já
fixadas anteriormente quanto ao seu uso restritivo, uma vez que existem outros grafemas com o
mesmo valor fonético daquelas.
Ocorre que se, de fato, fossem abolidas as restrições quanto ao uso das letras < k >, < w > e <
y >, provavelmente seria introduzido no sistema ortográfico português mais um fator de perturbação,
ou seja, a possibilidade de representar, indiscriminadamente, por aquelas letras fonemas que são
transcritos por outras.
O alfabeto passa a ter 26 letras com a reintrodução das letras < k >, < w > e < y >,
largamente utilizadas na escrita de símbolos de unidades de medida, como km (quilômetro) e W
(watt), e em palavras de origem estrangeira, como show, windsurf e playboy.
página 02
A Base I do Acordo Ortográfico trata do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus
derivados:
1) O alfabeto da língua portuguesa é formado por vinte e seis letras, cada uma delas com uma forma
minúscula e outra maiúscula:
31. Observação:
a) Além dessas letras, usam-se o < ç > (cê cedilhado) e os seguintes dígrafos: < rr > (erre
duplo), < ss > (esse duplo), < ch > (cê-agá), < lh > (ele-agá), < nh > (ene-agá), < gu >
(guê-u) e < qu > (quê-u).
b) Os nomes das letras acima sugeridos podem ser designados de outras formas.
2) As letras < k >, < w > e < y > usam-se nos seguintes casos especiais:
a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados: Franklin, frankliniano;
Kant, kantistno; Darwin, darwinismo: Wagner, wagneriano, Byron, byroniano; Taylor,
taylorista;
b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados: Kwanza; Kuwait, kuwaitiano;
Malawi, malawiano;
c) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso
internacional: TWA, KLM; K (de kalium – potássio), W (West – oeste); kg (quilograma); km
(quilômetro); kW (kilowatt); yd (yard – jarda); Watt.
3) Em congruência com o número anterior, mantém-se nos vocábulos derivados eruditamente de
nomes próprios estrangeiros quaisquer combinações gráficas ou sinais diacríticos não peculiares à
nossa escrita que figurem nesses nomes: comtista, de Comte; garrettiano, de Garrett; jeffersônia, de
Jefferson; mülleriano, de Müller; shakesperiano, de Shakespeare.
Os vocábulos autorizados registrarão grafias alternativas admissíveis, em casos de divulgação
de certas palavras de tal tipo de origem (a exemplo de fúcsia/ fúchsia e derivados, bungavília/
bunganvílea/bougainvíllea).
4) Os dígrafos finais de origem hebraica (< ch >, < ph > e < th >) podem conservar-se em formas
onomásticas da tradição bíblica, como ‘Baruch’, ‘Loth’, ‘Moloch’, ‘Ziph’, ou então simplificar-se: ‘Baruc’,
‘Lot’, ‘Moloc’, ‘Zif’.
Se qualquer um destes dígrafos, em formas do mesmo tipo, é invariavelmente mudo,
elimina-se, como em ‘José’ e ‘Nazaré’, em vez de ‘Joseph’ e ‘Nazareth’; e se algum deles, por
força do uso, permite adaptação, substitui-se, recebendo uma adição vocálica: ‘Judite’, em vez
de ‘Judith’.
5) As consoantes finais grafadas (< b >, < c >, < d >, < g > e < h >) mantêm-se, quer sejam mudas,
quer proferidas, nas formas onomásticas em que o uso as consagrou, nomeadamente antropônimos e
topônimos da tradição bíblica: ‘Jacob’, ‘Job’, ‘Moab’, ‘Isaac’; ‘David’, ‘Gad’; ‘Gog’, ‘Magog’, ‘Bensabat’,
‘Josafat’.
Integram-se também nessa forma: ‘Cid’, em que o < d > é sempre pronunciado; ‘Madrid’ e
‘Valhadolid’, em que o < d > ora é pronunciado, ora não; e ‘Calcem’ ou ‘Calicut’, em que o < t >
se encontra nas mesmas condições. Nada impede, entretanto, que os antropônimos em apreço
sejam usados sem a consoante final ‘Jó’, ‘Davi’ e ‘Jacó’.
32. 6) Recomenda-se que os topônimos de línguas estrangeiras se substituam, tanto quanto possível, por
formas vernáculas, quando estas sejam antigas e ainda vivas em português ou quando entrem, ou
possam entrar, no uso corrente.
Exemplos: Anvers, substituído por Antuérpia; Cherbourg, por Cherburgo; Garonne, por Garona;
Genève, por Genebra; Justland, por Jutlândia; Milano, por Milão; München, por Muniche;
Torino, por Turim; Zürich, por Zurique etc.
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Emprego de maiúsculas e minúsculas
Se compararmos as disposições do Novo Acordo com o que está definido no atual Formulário
Ortográfico Brasileiro (1943), observaremos que se implementou uma simplificação quanto ao
emprego das letras maiúsculas.
Uso restrito:
Aos antropônimos reais ou fictícios: Maria, José, Dom Quixote, Sancho Pança;
Aos topônimos reais ou fictícios: Belo Horizonte, Pará, Rio de Janeiro, Lumpalândia,
Herzoslováquia;
Aos nomes de instituições (pessoas jurídicas): Universidade de Brasília, Instituto Nacional
da Seguridade Social, Ministério da Educação;
Aos nomes de seres mitológicos ou antropomorfizados: Júpiter, Netuno, Minerva; Saci
Pererê;
Aos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Carnaval, Ano Novo;
Às designações dos pontos cardeais e colaterais quando se referem a grandes regiões do
Brasil e do mundo: Nordeste, Sudeste, Oriente, Ocidente;
Às siglas: CPF, IPI, AGU, FAO, ONU;
Às iniciais de abreviaturas: ‘Sr.’, ‘Gen.’, ‘V. Exª’; e
Aos títulos de periódicos: Diário do Povo, Veja, Estadão, Folha de S. Paulo.
Uso facultativo:
Nas citações bibliográficas, com exceção do primeiro vocábulo e daqueles obrigatoriamente
grafados com letras maiúsculas: O Primo Basílio ou O primo Basílio; Casa-grande e
Senzala ou Casa-grande e senzala, Memórias Póstumas de Braz Cubas ou Memórias
póstumas de Braz Cubas.
Nos pontos cardeais e colaterais ordinários, mas não nas suas abreviaturas: norte, sul,
leste, mas SW, SE, N etc.
Nos axiônimos (formas de tratamento e reverência) e hagiônimos (nomes sagrados e que
designam crenças religiosas): Senhor Pedro ou senhor Pedro; Doutora Marta ou doutora
Marta; Governador Agnelo ou governador Agnelo; Magnífico Senhor Reitor ou magnífico
senhor reitor; Santa Cecília ou santa Cecília; Papa Bento XVI ou papa Bento XVI.
Nos nomes que designam domínios do saber ou disciplinas: Medicina ou medicina,
Matemática ou matemática, Arte Renascentista ou arte renascentista.
Nas categorizações de logradouros públicos, templos e edifícios: Rua/rua Teodoro Sampaio,
Igreja/igreja de Santa Efigênia, Edifício/edifício Copasa etc.
Observação: no particular, nem o Acordo Ortográfico em vigor, nem o Formulário Ortográfico
Brasileiro foram suficientemente explícitos ao tentarem estabelecer normas e critérios para o emprego
das iniciais maiúsculas.
Tanto é assim que o Acordo lança, ao final do tema, a seguinte observação:
“Obs.: As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não obstam a que obras
especializadas observem regras próprias, provindas de códigos ou normalizações
específicas (terminologias antropológica, geológica, biológica, botânica, zoológica etc.),
promanadas de entidades científicas ou normalizadoras reconhecidas
internacionalmente”.
33. Ainda assim, vale observar certas tendências.
- O emprego de maiúsculas em excesso, assim como dos negritos, dos sublinhados ou dos
destaques, deve ser evitado, pois “polui" o texto.
- A tendência é, pois, a seguinte:
a) mais formalidade, mais deferência, mais ênfase: maiúsculas;
b) mais modernidade, menos “poluição" gráfica, mais simplicidade: minúsculas.
Atenção!
- A mídia é uma fonte inesgotável de criação de tendências, formulando, para cada caso,
normas próprias.
- Nunca se pode, no entanto, esquecer a regra taxativa que preceitua o emprego obrigatório de
inicial maiúscula nos substantivos próprios de qualquer natureza.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
MÓDULO II – UNIDADE 3
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Vamos fixar o que você aprendeu?
Acesse os exercícios de fixação referentes à Unidade 3 do Módulo II,
que disponibilizamos para você em “Avaliações”, no menu lateral à
esquerda.
Leia também o material de estudo que oferecemos em GLOSSÁRIO,
DICIONÁRIOS, WEBIBLIOTECA e LINKS RELACIONADOS no menu à
esquerda.
Unidade 4 - Eliminação do Trema
MÓDULO II – UNIDADE 4
ELIMINAÇÃO DO TREMA
Objeto da Base XIV, o TREMA, ou sinal de diérese
(divisão de duas vogais adjacentes em duas sílabas), é
inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou
34. aportuguesadas, permanecendo, contudo, em nomes
próprios estrangeiros e derivações: ‘Hübner’, ‘hüberiano’,
‘Müller’, ‘mülleriano’.
Empregado em diversas línguas, o trema ocorre
para:
a) indicar alteração do som regular ou ordinário de
uma vogal;
b) indicar, em encontros vocálicos, que a vogal átona
não formava ditongo com a anterior;
c) dar identidade própria a determinada letra;
d) assinalar a independência de uma vogal em
relação a uma vogal anterior.
No português, o trema é o diacrítico que se emprega
sobre a letra < u >, quando átona, para indicar que ela
deveria ser pronunciada nos grupos < gue >, < gui >, <
que >, < qui >.
Histórico do trema
O trema foi extinto da língua portuguesa pela segunda vez!
Sim; até 1971, ainda que pouco difundido, era facultado o uso do trema para indicar hiatos
átonos. Dessa forma, podíamos encontrar o trema sobre o < u > e até sobre o < i > em palavras como
‘païsinho’ e ‘paraïbano’, para indicar a pronúncia do hiato pa-i-si-nho (diminutivo de país) e pa-ra-
i-ba-no.
Como recurso poético, para estender a métrica da palavra ‘saudade’, era possível encontrar a
grafia ‘saüdade’, (sa-u-da-de).
Entretanto, justamente por ser de emprego facultativo e ainda porque em todas as línguas
impera o princípio do menor esforço (gráfico e oral), o uso do trema na representação de hiatos
átonos, de tão raro, acabou caindo no esquecimento. Com a reforma ortográfica de 1971, acabou-se
por extinguir o uso do trema nesses casos.
Entretanto, a partir da década de 70, maus articulistas e outros não muito dedicados autores
generalizaram o equívoco de que, com a reforma recém-implantada, o trema havia sido abolido
definitivamente da língua pátria, como de resto já ocorrera em Portugal desde 1945.
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Pronúncia das palavras afetadas
Mesmo com o fim do trema, não haverá modificação na pronúncia das palavras.
O novo acordo garante o direito de se manter a grafia original com o trema nos casos de nomes
próprios, de empresas e de marcas com registro público.
35. Observações:
a) Embora o trema não seja mais usado, a pronúncia das palavras que recebiam o trema não
mudará, ou seja, deveremos continuar pronunciando a letra < u >.
b) Não esqueça que jamais houve trema quando a letra < u > estava seguida de “o” ou “a”,
como em ambíguo, longínquo, averiguar, adequado...
c) Se a letra < u >, antes de < e > ou < i >, fosse pronunciada e tônica, devíamos usar acento
agudo em vez do trema, tal como em “que ele averigúe”, “que eles apazigúem”, “ele argúi”, “eles
argúem” etc. Este acento também foi abolido, como vimos anteriormente.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
MÓDULO II – UNIDADE 4
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Teste os conhecimentos adquiridos respondendo aos exercícios de
fixação referentes à Unidade 4 do Módulo II, disponíveis em “Avaliações”,
no menu lateral à esquerda.
Mais uma vez recomendamos consultar o material de estudo que
disponibilizamos em GLOSSÁRIO, DICIONÁRIOS, WEBIBLIOTECA e LINKS
RELACIONADOS no menu à esquerda.
Atividade Complementar:
JOGO DA ORTOGRAFIA
Para jogar, acesse o link:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/objetos_de_aprendizagem/PORTUGUES/game.swf
Créditos
36. CRÉDITOS
Conteudista
Cláudio Augusto Vizioli
Coordenação
Carlos Escosteguy
Núcleo pedagógico
Carlos Escosteguy
Claudia Pohl
Jenifer de Freitas
Lucas Machado
Marcelo Larroyed (Diretor)
Marcia L. N. Egg
Polliana Alves
Simone Dourado
Tatiana Beust
Valéria Maia e Souza
Vinícius Henrique B. dos Santos
William Robespierre Athanazio
Núcleo web
Alessandra Brandão
Bruno Carvalho
Carlos Inocente
Francisco Wenke
Ítalo Fernandes
Renerson Ian
Sônia Mendes
Núcleo administrativo
Luciano Marques
Maxlano Cardoso