O relatório descreve as atividades realizadas pelo Programa Socioambientar para a Cidadania no primeiro semestre de 2014, incluindo oficinas sobre autoconhecimento, família e comunidade para adolescentes em situação de vulnerabilidade social. As atividades incluíram discussões, saídas de campo e visitas para promover o protagonismo juvenil e conscientização sobre direitos, deveres e participação cívica.
2. Mês 1 e 2: Março e Abril de 2014
O resgate da identidade individual, bem como dos valores
pessoais, é essencial para a construção de uma sociedade sadia.
Eventos como a desestruturação familiar e a baixa auto-
estima impedem que personalidade e inteligência desenvolvam-se
por completo, impedindo o bom desenvolvimento da sociedade e
dos indivíduos que a constroem. Uma vez que estamos trabalhando
com adolescentes em situação de vulnerabilidade social, tratar tais
assuntos foi a primeira etapa, para criar a consciência de “quem
eu sou e de que forma eu influencio a sociedade com minhas
ações”, a começar pela família, e à seguir para as demais esferas
de interação social.
Através de dinâmicas de apresentação pessoal, sensibilização e fortalecimento
dos laços de grupo, foi possível perceber ao final do primeiro mês (março),
uma sensível melhora em aspectos como a união do grupo e empatia com
as formadoras. É natural que o processo aconteça de maneira gradual, que os
resultados cresçam ao decorrer do ano, através da convivência e conseqüente
criação de vínculos entre todos os atores do projeto.
Foram realizadas rodas de diálogo sobre família, onde os adolescentes puderam
compartilhar seu modelo de família, e avaliar as questões que poderiam ser
melhoradas.
Diversas outras atividades foram propostas; como a pesquisa da origem
familiar através de construção de árvore genealógica e observações de
modelos familiares para descobrir em quais tipos de família estão inseridos: se
consangüínea, adotiva, homo afetiva, matrimonial, se advinda de união estável,
entre outras; desafio de escrever cartas amorosas para os entes familiares.
Objetivo 1:
Realização de oficinas sobre autoconhecimento, relacionamento com a família,
comunidade e sociedade com adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
3. Mês 1 e 2: Março e Abril de 2014
No segundo mês de execução do projeto intensificamos as
atividades relacionadas às comunidades nas quais os adolescentes
atendidos estão inseridos. Estimulamos os adolescentes a lançarem
um olhar mais crítico aos locais em que vivem e convivem, a fim
de refletirmos sobre o que é bom e o que não é, e o que pode ser
melhorado com a nossa participação.
A saída de campo ao entorno do Parque Dom Bosco foi essencial e um
grande passo na construção do presente objetivo. Divididos em grupos,
os educandos puderam observar elementos como a presença de
resíduos sólidos, ambientes naturais e infra-estrutura.
Ao realizarem o registro escrito e fotográfico (para posterior exposição
fotográfica) os adolescentes fizeram uma roda de diálogo onde
compartilharam suas impressões sobre o bairro, através da leitura de
paisagem coletiva.
Tal atividade contribuiu com a construção de pensamento crítico em
relação ao local onde vivemos, e nossa responsabilidade perante as
problemáticas sociais e ambientais.
4. Meses 3 a 7: Março a Julho de 2014
Objetivo 2:
Desenvolvimento de oficinas participativas e reflexivas sobre o Estatuto da Criança
e do Adolescente, Cidadania, Democracia Participativa e sociedade, com
adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
O estímulo ao
protagonismo dos adolescentes
iniciou no primeiro mês de
execução do projeto, ao
apresentar os trabalhos
produzidos nas oficinas e ao
expor opiniões e dúvidas nas
rodas de diálogo. Dessa forma
se inicia o protagonismo infanto
juvenil; primeiro em sala de
aula, para que depois sejam
protagonistas em outros espaços
sociais e no exercício dos direitos
e deveres.
Quando os educandos
têm acesso aos seus direitos e
deveres, quando manuseiam e
descobrem os textos presentes
na CF/88, quando conhecem
exemplos de cidadãos que
participam das decisões
políticas, passam a se perceber
como sujeitos de Direito e
descobrem que podem ser
protagonistas na história de
suas próprias vidas e dos locais
em que vivem.
Um tema especial
chamou a atenção no
mês de maio: o ativismo
socioambiental. Os
adolescentes conheceram
diversos exemplos de ativistas
brasileiros, de várias áreas,
que lutaram ou lutam para
que os direitos fundamentais
sejam preservados.
A exibição do filme “Uma
história de amor e fúria”, animação
brasileira que conta a saga de um
homem que vive durante 600 anos
no Brasil e luta pelos direitos de
grupos de minoria como indígenas,
escravos e famílias em situação de
vulnerabilidade social, econômica
e ambiental, fez com que os
educandos refletissem sobre a
importância da participação
popular no passado, presente e
futuro do país.
5. Meses 3 a 7: Março a Julho de 2014
Um momento que merece destaque no tocante ao protagonismo do público atendido foi a
realização da exposição fotográfica “Fiscal Socioambiental”.
Além de realizarem os registros fotográficos, os adolescentes foram responsáveis pela
organização da exposição, bem como acompanhar a visitação das demais turmas do Parque
Dom Bosco. Um momento especial onde todos foram protagonistas, cada qual na área e momento
em que mais se sentiu a vontade.
6. Meses 3 a 7: Março a Julho de 2014
Noúltimoencontrodo1ºsemestreasturmasdaSocioambientar
visitaram a Câmara de Vereadores de Itajaí. A Teoria dos Três
Poderes, que vinha sendo trabalhada nas oficinas, ganhou um
aspecto prático e mais real para os adolescentes.
Através de um bate papo descontraído com um dos
vereadores em exercício, os adolescentes compreenderam quais
as funções do vereador, e fizeram perguntas sobre a rotina de um
representante do Poder Legislativo.
A atividade vivencial enriquece os temas desenvolvidos em
sala e também promove a conscientização do próprio adolescente
enquanto um ator social e político, bem como seu direito de transitar
pela Casa do Povo.
7. O primeiro mês de execução apresentou às formadoras
algumas dificuldades como o desinteresse com relação aos temas
e comportamento. O estranhamento é natural pois os adolescentes
são convidados a utilizar reflexões e a agir, afastando-os da condição
de inércia intelectual.
A princípio sensíveis, os laços fortaleceram-se ao decorrer
do semestre, tanto na relação dos adolescentes entre si, como na
forma de lidar com as educadoras. O desconforto inicial tornou-se
uma relação de confiança, através dos trabalhos em grupo e das
dinâmicas.
Ao quarto mês de execução do projeto os educandos já se
mostravam mais abertos e interessados nas atividades.
O sistema político do país, os objetivos, fundamentos, direitos
e garantias fundamentais já começaram a ser trabalhados. Tais
diálogos foram valiosos para que os adolescentes questionem de
forma crítica os problemas socioambientais do país, e sintam-
se responsáveis pelo diagnóstico, e pela solução dos desafios
encontrados.
Considerações Finais
8.
9. Apoio Institucional
Parque Dom Bosco - Itajaí
Equipe do programa Socio Ambientar para a CidadaniaExpediente
Programa Socio Ambientar para a Cidadania
Sabrina Schneider
Função: Coordenadora
Pedagógica e Formadora
Área de Formação: Direito
Isabela David
Função: Formadora
Área de Formação: Ciências
Biológicas e Ensino de Ciências
Aghata Gonsalves
Função: Coordenadora
Administrativa
Área de Formação:
Administração Pública
Apoio Financeiro: Apoio Institucional:
As oficinas são realizadas sempre às terças-feiras e contam
com 48 educandos participantes. As idades variam entre 12 e 13
anos. Eles realizam atividades de informática na Instituição parceira
(Parque Dom Bosco) no período de contra turno escolar.
São adolescentes que estão passando por um período de transição;
a maioria é de classe média-baixa e encontra-se em situação de
vulnerabilidade social.
O objetivo geral do Programa é Promover a participação de
adolescentes nas decisões políticas do município de Itajaí, através
da participação e reflexão nos espaços dos Conselhos Municipais da
Criança e do Adolescente e do Conselho Municipal da Educação.
EmAgostoinicia-seasegundametadedoprograma.Oobjetivo
agora é proporcionar a participação dos adolescentes nas reuniões
do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
e do Conselho Municipal da Educação de Itajaí. Paralelo à essas
vivências, vamos intermediar a reflexão dos adolescentes em sala,
sobre os assuntos tratados nas reuniões municipais.
10. O Programa Socioambientar para a Cidadania, relatado
nesta newsletter é uma realização da Associação SocioAmbientar.
“A Associação SocioAmbientar tem por finalidade(s) a promoção
gratuita da educação, observando-se a forma complementar
de participação das organizações de que trata esta lei; defesa,
preservação e conservação do meio ambiente e promoção
do desenvolvimento sustentável; promoção do voluntariado;
promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos,
da democracia, do esporte e saúde, da cultura e de outros valores
universais; estudos e pesquisas técnico-científicos, desenvolvimento
de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações
e conhecimentos que digam respeito às atividades acima”.
(Estatuto Social da Associação SocioAmbientar).
MISSÃO: Promover transformação socioambiental por meio da
educação não formal a crianças e adolescentes, sobre os temas
cidadania e meio ambiente.
VISÃO: Tornar-se referência no terceiro setor, deixando às futuras
gerações um legado de comprometimento socioambiental.
VALORES: Respeito – Integração – Humildade – Compaixão –
Solidariedade – Transparência – Ética – Cooperação – Equilíbrio.
ASSOCIAÇÃO
r
Associação SocioAmbientar
CNPJ: 15.470.028/0001-60
Rua Julio Kumm, 515 – Praia Brava – Itajaí/SC
Elaboração deste documento: Bolívar Hetzer Salerno
acesse: www.socioambientar.org