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Direitos
             cobertos por um véu
                                 Jovens contam como as mulheres são tratadas
                   Divulgação




                                 e seu papel na sociedade em países do Oriente




                                E
                                             m tempos de globalização, ainda vemos discussões acirradas sobre
                                             padrões de comportamento. Modos de vida aceitos pelo ocidente são
                                             rejeitados pelo oriente e vice-versa, ao invés de serem entendidos co-
                                             mo variantes de um mundo culturalmente heterogêneo. No caso do
                                             tratamento da mulher não poderia ser diferente. Em países do oriente,
                                influências religiosas ajudam a delinear traços de uma identidade feminina marca-
                                da pela submissão ao masculino. À mulher é destinada uma posição hierarquica-
                                mente inferior ao homem, que atua sempre como dominante na sociedade.
                                        Mas, de que forma os ocidentais enxergam estas diferenças em países com
                                legislação e religião mais restritos? O que justifica estes padrões comportamentais
                                e valores que regem estas mulheres e as fazem diferentes? Conversamos com jo-
                                vens brasileiros que já viveram em países orientais conhecidos por sua forte influ-
                                ência religiosa e com jovens nativos desses locais para conhecer um pouco das
                                diferenças sobre a posição da mulher na sociedade.




Março/2010                                                                                          Revista Expansão |   41
[ EspEcial mulhEr ]




               Entre usar e respeitar
            A primeira imagem que nos vem à cabeça quando pen-
     samos em países como Irã ou Afeganistão é provavelmente a
     de mulheres cobertas com lenços, em roupas conhecidas como
     burca (veste que cobre todo o corpo) ou hijab (lenço que escon-
     de apenas o cabelo das mulheres e deixa seu rosto à mostra).
     O uso dessas vestimentas causa polêmica ao redor do mundo,
     pois muitos ocidentais pensam que elas simbolizam a desigual-
     dade sexual e o aprisionamento das mulheres, enquanto os mu-
     çulmanos –religião dominante em muitos países orientais – afir-
     mam que os trajes preservam a dignidade da mulher e não as
     degradam de forma alguma.
                                             A estudante de arquite-
                                     tura iraniana Mina Zarfsaz rela-
                                     ta que desde, a revolução que
                                     ocorreu no Irã, país localizado
                                     no Oriente Médio, em 1979, não
                                     existe mais separação entre go-
                                     verno e religão e que as leis fa-
                                                                                             Cobrir os cabelos e esconder o corpo são atitudes vistas
                                     voráveis às mulheres que exis-                          como submissão e repressão à liberdade feminina
                                     tiam anteriormente foram alte-
                                     radas. Alguns meses depois da
                                                                                                     A relações públicas Ju-
                                     revolução foi anunciado que to-
                                                                                             liana Marques, do Paraná, há
             Mina Zarfsaz            das as mulheres deveriam tra-
                                                                                             quatro meses no Egito, observa
                                     jar o hijab em público, enquan-
                                                                                             que o país é bastante religioso,
     to os homens estão livres para vestir o que quiserem. Mina re-
                                                                                             mas acredita que muitos sigam
     side atualmente na Europa e não veste o véu por opção própria
                                                                                             os hábitos somente por obriga-
     quando está longe do Irã.
                                                                                             ção. “Teoricamente as mulheres
                                                                                             usam burca para seguir a reli-
                                                                         Fotos: Divulgação




                                                                                             gião e demonstrar respeito, co-
                                                                                             mo um modo diferente de en-
                                                                                             tenderem que devem ser sub-
                                                                                             missas.” Mas um amigo egípcio              Juliana Marques
                                                                                             lhe falou que muitas mulheres
                                                                                             usam os trajes, mas não os respeitam. “Eles são uma fachada
                                                                                             para o que elas realmente fazem ou gostariam de fazer. Por isso
                                                                                             aqui é quase como qualquer outro lugar do mundo, só que algu-
                                                                                             mas coisas estão escondidas por baixo dos panos”, explica.
                                                                                                                                     O paranaense Rafha-
                                                                                                                              el Bueno Dalto morou por um
                                                                                                                              ano na Malásia, país no sudes-
                                                                                                                              te asiático. Ele conta que o lo-
                                                                                                                              cal é um grande pólo turísti-
                                                                                                                              co, mas que nas praias não se
                                                                                                                              usa trajes de banho: todos en-
                                                                                                                              tram no mar com roupas. Lá, ao
                                                                                                                              contrário de outros países mu-
                                                                                                                              çulmanos, as vestimentas usa-
                                                                                                                              das pelas mulheres são colori-
                                                                                                   Rafhael Bueno Dalto
                                                                                                                              das. “Elas usam véu na cabeça
                                                                                                                              e uma túnica que cobre o cor-
                                                                                             po todo, mas é bonito porque demonstra que para respeitar a
                                                                                             religião você pode ser vestir de maneira alegre, ao invés de se
                                                                                             cobrir totalmente de preto”, lembra.


42   | Revista Expansão                                                                                                                                    Março/2010
Estrangeiras                                                                                          COMPLETA MENTE SAUDÁVEL
                                                                                                                         No dia 8 de março, também
                                               Pouco frágeis                                                             Dia Internacional da Mulher,
                                             A jornalista Bárbara Teles, de Minas Gerais,                           completamos três anos de atendimento
                                      mora na Líbia, país no norte da África, desde ja-                              à comunidade e à essência feminina
                                      neiro de 2009. Ela não se sente à vontade para
                                      andar a pé sozinha pelas ruas. “Não que algo físi-
                                      co possa me acontecer, mas me sinto incomoda-
                                      da com a forma como as pessoas me olham por
                                      eu estar de calça jeans e cabelos soltos.” Bárbara
                                      poderia passar despercebida se cobrisse o cabe-
                                      lo, mas prefere não adotar essa opção. Ela expli-
                                      ca que as líbias têm uma imagem da mulher oci-
             Bárbara Teles            dental similar àquela vendida em filmes e revis-
                                      tas, de certa forma vulgar. “Mas tenho visto que
      as mulheres libanesas pouco têm de frágil e que de certo modo nascem saben-
      do que precisarão ser fortes, independentemente do horizonte para o qual têm
      permissão para olhar.”                                                                                          Saúde e bem-estar em busca
                                                                                                                      de melhor qualidade de vida
                                                                                               Fotos: Divulgação
                                                                                                                       Cada vez mais cedo temos que nos preocupar
                                                                                                                   com a saúde e melhorar nossa qualidade de vida.
                                                                                                                   Você já começou a cuidar da sua forma física? A
                                                                                                                   prática de exercícios físicos é muito importante.
                                                                                                                   Alie uma boa alimentação à prática contínua de
                                                                                                                   uma atividade física. Assim, você estará investin-
                                                                                                                   do em uma vida mais longa e saudável.
                                                                                                                       A Vic Center oferece opções tentadoras que
                                                                                                                   farão você sair da rotina.
                                                                                                                      Vão aí algumas dicas de atividades aquáticas
                                                                                                                   super dinâmicas.


                                                                                                                      Confira também nossos serviços estéticos.

                                                                                                                   - Hidrobike
                                                                                                                   - Hidrojump
                                                                                                                   - Hidroginástica
                                                                                                                   - Natação

       O uso da burca divide opiniões, enquanto alguns acreditam que ela simboliza a repres-                       - Nado Sincronizado
        são sexual, outros a vêem como ferramenta de preservação da dignidade da mulher                            - Hidroterapia
                                                                                                                   - Massagem Ayurvédica,
                                                                                                                     shirodhara, swedana
              Renan Caixeiro Almeida, também jorna-                                                                  e drenagem
      lista de Minas Gerais, está há dois meses no Egi-                                                            - Salão de beleza
      to, trabalhando em uma empresa de consultoria.                                                               - Tratamento Facial
      Ele já percebeu que os homens egípcios são tra-                                                              - Design de sobrancelhas
      dicionalistas e respeitosos com as muçulmanas,
      mas não tanto quando se trata de estrangeiras.
      “Eles não têm vergonha de elogiar, dizer que são                                                                 Aguardamos você para uma aula experimental
                                                                                                                   ou uma avaliação estética gratuitamente.
      bonitas e flertar.” Mas, avisa que não é recomen-
      dado às mulheres usarem camisetas e roupas
      que exponham partes do corpo como ombros
      ou pernas, mesmo no verão. “O que ouvi aqui é
      que isso não é bem visto e as mulheres podem
      até ser insultadas”, explica.                              Renan Caixeiro Almeida


Março/2010                                                                                                                                  Revista Expansão |   43
[ EspEcial mulhEr ]




                                 A segregação
             A iraniana Mina explica que a separação entre os sexos
     em seu país foi instituída de tal forma que em diversos locais,                                                           Aqui, as casas são
     desde salas de aula até ônibus, são segregados por gêneros.                                                        construídas de modo que
     Na Líbia, as mulheres não socializam com os homens, nem em                                                           há uma sala para eles e
     ambiente particular. “Aqui, as casas são construídas de modo
                                                                                                                                  outra para elas.
     que há uma sala para eles e outra para elas”, revela Bárbara. Ela
     conta que quando estão na rua, olham para o chão para evitar
     contato visual com os homens e andam sempre como se esti-
     vessem com pressa.
             A estudante de Design

                                                                         Fotos: Divulgação
     de Moda Gisele Pelisoli saiu de
     Porto Alegre no início de 2009
     para ensinar inglês para crian-
     ças na Índia. Ela já passou por
     dificuldades por ser mulher, es-
     pecialmente devido ao precon-
     ceito. “As mulheres devem estar
     cedo em casa, entre oito e nove
     horas da noite. Não é bom que
     uma mulher seja vista à noite
     sem a família.” Gisele explica             Gisele Pelisoli
     que existem casas noturnas e
     festas, mas que em geral somente mulheres casadas frequen-
     tam, sempre com seus maridos.




                                                                                             Em alguns países do Oriente, ainda que tenham alto grau de
                                                                                             instrução, elas não têm os mesmos direitos que os homens




                                                                                                    Trabalho
                                                                                                     No Irã, de acordo com Mina, as mulheres podem ser elei-
                                                                                             tas para cargos do governo e quase 70% dos estudantes de ci-
                                                                                             ência e engenharia são mulheres, mas elas, mesmo com alto
                                                                                             grau de educação, não têm os mesmos direitos que os homens.
                                                                                             O testemunho de uma mulher no tribunal tem a metade do va-
                                                                                             lor do de um homem e muitas leis não permitem alguns direi-
                                                                                             tos básicos às mulheres. Elas não podem lutar contra essas leis
                                                                                             porque ações assim seriam consideradas contrárias à base de
                                                                                             um governo religioso.
                                                                                                     Na Líbia, Bárbara conta que existe inserção de mulheres
                                                                                             no mercado de trabalho, mas que não é muito comum, visto que
                                                                                             cabe a elas cuidar da casa e da família. Quando solteiras, fica a
                                                                                             critério do pai se podem ter uma profissão, e quando casadas, é
                                                                                             decisão do marido se vão ter alguma atividade além da domésti-
                                                                                             ca. Bárbara trabalha em uma grande empresa de construção civil
                                                                                             na Líbia e afirma que em seu ambiente de trabalho existe uma
     No Irã, as mulheres até podem trabalhar mas não é muito comum,                          hierarquia: um homem dificilmente aceitaria ser gerenciado por
     visto que a prioridade deve ser cuidar da casa e da família                             uma mulher, principalmente se for uma mulher local.


44   | Revista Expansão                                                                                                                                    Março/2010
Fotos: Divulgação

         A maternidade é algo para o qual as mulheres são quase
            que exclusivamente preparadas desde muito cedo


             Relacionamento
             Na Índia, a portoalegrense Gisele aprendeu que
      as meninas são criadas para casar, e que a idade máxi-
      ma para o matrimônio é 25 anos – se a mulher não tem
      alguém em vista, a família encontra um homem e faz um
      casamento arranjado, ainda muito comum naquele pa-
      ís. Quando se casam, as mulheres se mudam para a ca-
      sa da família do noivo, e a nova família pode fazer o que
      quiser com a vida da menina, desde mudar o jeito de ela
      se vestir, o cabelo ou mandar parar de trabalhar. “Aqui as
      mulheres são submissas. Muitas vezes quando converso
      com um homem e discordo de alguma coisa, percebo o
      choque deles ao serem contrariados”, observa.
             Para os curiosos sobre a poligamia, Bárbara conta
      que na Líbia o homem pode ter até quatro esposas, des-
      de que ele trate todas de modo igualitário e justo e que
      a primeira esposa concorde com o fato de ele ter outras.
      Mas poucos são os homens que têm duas mulheres, o
      país ainda está blindado contra a crise. “As gerações que
      praticavam poligamia quase estagnaram na década de
      60 e 70 devido à mudança econômica, então ter mais de
      uma mulher ficou fora de moda.”
             O iraniano Sina
      Farahmand conta que
      as mulheres, tradicional-
      mente, são símbolos de
      excelentes donas de ca-
      sa em seu país. Mas seu
      comportamento é dife-
      rente de acordo com a
      idade e grupo social, e
      existe um grande movi-
      mento do tradicionalis-
      mo para o modernismo.               Sina Farahmand
      “Novas gerações bus-
      cam ser mais independentes, querem continuar seus es-
      tudos, trabalhar. As meninas têm a mente mais aberta,
      algumas delas até têm namorados, o que antes era con-
      siderado muito estranho”, conta.


Março/2010                                                                             Revista Expansão |   45
[ EspEcial mulhEr ]




      A rainha na direção




                                                                                                                                                   Poliana Lopes/Divulgação
                          A
                                         s mulheres lutaram durante o
                                                                                    A soberana de Feliz demonstra
                                         século passado para conquistar
                                         direitos e independência, e pe-            feminilidade e determinação no
                                         lo caminho deixaram um mundo               comando do caminhão da família
                                         transformado. Hoje, com mais
                          poder do que nunca em suas mãos, abrem
                          portas da sociedade para entrar também em                   Soberana
                          empregos majoritariamente masculinos. Para                   Em maio de 2009, um                                         Digo Glaeser/Divulgação
                          provar que elas conseguem – e sem perder a           dos sonhos de Fernanda tornou-
                          graça e a elegância – a rainha de Feliz, Fernan-     se realidade e sua rotina mudou
                          da Winter, 20 anos, assume parte dos negócios        completamente: foi eleita rainha
                          da família e a direção de um caminhão.               de Feliz. Ela é soberana até 2011,
                                  Fernanda vai a Porto Alegre diariamente      e durante esse período tem mui-
                          na cabine de um caminhão, dirigindo o veículo        to trabalho para fazer, receben-
                          que leva os hortifrutigranjeiros da família para a   do convidados e divulgando fes-
                          Ceasa. Simpática e muito falante, ela conta que      tas do município – neste ano, se-
                          dirigir é o que mais ama fazer na vida. “Com         rão o Festival Nacional do Cho-
                          dez anos já dirigia um carro no terreno da mi-       pp, em abril, e a Fenamor, em
                          nha casa e com 15 já conduzia um caminhão”.          novembro.
                                  Há um ano, desde que tem a carteira                  A jovem mantém a hu-
                          de motorista, sua rotina envolve as idas para        mildade e simplicidade, mesmo
                          a capital pela manhã e retorno à noite. “Meu         com a importante posição que
                          pai volta comigo até a Unisinos, onde eu fico        assumiu. “Sendo rainha ou não,
                          para minhas aulas de Administração de Em-            o que vale é a pessoa que tu és”, reflete. E desse modo ela segue
                          presas e ele segue dirigindo nosso caminhão          com suas ambições, com os sonhos de quem quer ter seu pró-
                          para casa”. Mas quando estão todos juntos,           prio negócio e com o trabalho e estudos – e ainda sobra tempo
                          quem tem a preferência para dirigir? “Ah, eu,        para divulgar a cidade e cuidar da vaidade, com a delicadeza de
                          é claro”, revela, com humor.                         uma rainha e a força e firmeza na direção de um caminhão.


46   | Revista Expansão                                                                                                                      Março/2010
Março/2010   Revista Expansão |   47
[ EspEcial mulhEr ]




                          A DOCE
                          voz feminina
                          C
                                          om canções que falam so-
                                                                                A portoalegrense Vivi Fields
                                          bre relacionamentos, uni-
                                          verso feminino, sonhos                prova que as mulheres
                                          e conquistas, a portoale-             marcam presença na música
                                          grense Vivi Fields, 35 anos,
                          apresenta sua voz doce e marcante e




                                                                                                                                                Igor Sperotto/Divulgação
                          mostra por que as mulheres entraram
                          no mundo da música para ficar. Fã da
                          cantora canadense Alanis Morissete, Vi-
                          vi conta que ela é sua maior inspiração
                          para cantar. “Todas as músicas da Alanis
                          são composições próprias e suas obras
                          são como uma autobiografia. Ela mesma
                          faz a produção dos seus CDs e do palco
                          de seus shows.”
                                   Vivi lembra que quando começou
                          a tocar em bares, restaurantes e casas
                          noturnas, há mais de dez anos, não ha-
                          via muitas mulheres na música, mas afir-
                          ma que hoje essa realidade mudou, em-            A cantora se prepara para lançar CD com composições próprias
                          bora a maioria dos músicos ativos ainda
                          sejam homens. “Atualmente as mulheres
                          interpretam suas próprias canções, não                  Apresentações
                          são mais somente intérpretes de outros                   Vivi é filha de um músico tradicionalista e cresceu em um am-
                          compositores.”                                   biente musical. Ela toca violão e gaita de boca e iniciou sua carreira
                                   Após muitos anos fazendo covers         profissional como cantora em 1995, aos 21 anos, apesar de já cantar
                          de outros músicos – especialmente mu-            em uma paróquia em Porto Alegre desde os 13 anos. Ela se formou
                          lheres, como Madonna, Shakira, Janis             em Letras na Unisinos e trabalhava no hospital da Ulbra, mas há
                          Joplin, Joss Stone, Marisa Monte, Rita           quatro anos decidiu largar tudo para dedicar-se somente à música.
                          Lee e, claro, sua favorita Alanis Morissete              Atualmente, trabalha em vários projetos musicais parale-
                          – Vivi Fields está pronta para gravar seu        los, entre eles o Vivi Fields e Banda, a banda Yellowstone, perfor-
                          álbum com composições próprias, em in-           mances em dupla e solo. Todas as quartas-feiras e sábados toca
                          glês e português, que deve ser lançado           no café Santo de Casa, na Casa de Cultura Mário Quintana, e às
                          ainda este ano. “Pode-se esperar do meu          quintas-feiras no Entreato Pub, ambos em Porto Alegre. Outros
                          CD músicas pop rock com pitadas de folk          locais que contam duas vezes por mês com sua presença são o
                          e estilo soft rock. Minhas composições           Riversides Shikki Café, o Barbazul, o bar Opinião, o Cult Pub e o
                          são um retrato do que sempre ouvi.” Su-          Abbey Road, todos também na capital.
                          as canções são suaves e leves como sua                   Suas apresentações costumam ter grande receptividade e
                          voz. “É muito importante a interpretação         identificação com o público. “Como toco em lugares fixos algu-
                          de uma música composta pelo próprio              mas pessoas vão especificamente para assistir ao show. Recebo
                          artista, assim ele revela também um pou-         um enorme carinho dos que admiram o meu trabalho, isso é o ali-
                          co do seu eu, na sua própria poesia”, reflete.   mento do artista”, conclui.


48   | Revista Expansão                                                                                                                       Março/2010
Março/2010   Revista Expansão |   49
[ Estética & bElEza ]




                                                        Pixel Imagem Digital/Divulgação




                                       Neste visual,
                             cria-se uma atmosfera
                                angelical, como nos
                             personagens de filmes
                                de contos de fadas.
                                Uma criatura pura e
                                  imaculada, apesar
                                  da aparência frágil
                                tem um forte poder
                              de sedução. Os cílios
                                 de plumas brancas
                                   lembram as asas
                                 dos anjos. Modelo:
                                  Shelega Bock (Joy
                              Model Management)


50   | Revista Expansão                           Março/2010

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Mulheres no Oriente

  • 1. Direitos cobertos por um véu Jovens contam como as mulheres são tratadas Divulgação e seu papel na sociedade em países do Oriente E m tempos de globalização, ainda vemos discussões acirradas sobre padrões de comportamento. Modos de vida aceitos pelo ocidente são rejeitados pelo oriente e vice-versa, ao invés de serem entendidos co- mo variantes de um mundo culturalmente heterogêneo. No caso do tratamento da mulher não poderia ser diferente. Em países do oriente, influências religiosas ajudam a delinear traços de uma identidade feminina marca- da pela submissão ao masculino. À mulher é destinada uma posição hierarquica- mente inferior ao homem, que atua sempre como dominante na sociedade. Mas, de que forma os ocidentais enxergam estas diferenças em países com legislação e religião mais restritos? O que justifica estes padrões comportamentais e valores que regem estas mulheres e as fazem diferentes? Conversamos com jo- vens brasileiros que já viveram em países orientais conhecidos por sua forte influ- ência religiosa e com jovens nativos desses locais para conhecer um pouco das diferenças sobre a posição da mulher na sociedade. Março/2010 Revista Expansão | 41
  • 2. [ EspEcial mulhEr ] Entre usar e respeitar A primeira imagem que nos vem à cabeça quando pen- samos em países como Irã ou Afeganistão é provavelmente a de mulheres cobertas com lenços, em roupas conhecidas como burca (veste que cobre todo o corpo) ou hijab (lenço que escon- de apenas o cabelo das mulheres e deixa seu rosto à mostra). O uso dessas vestimentas causa polêmica ao redor do mundo, pois muitos ocidentais pensam que elas simbolizam a desigual- dade sexual e o aprisionamento das mulheres, enquanto os mu- çulmanos –religião dominante em muitos países orientais – afir- mam que os trajes preservam a dignidade da mulher e não as degradam de forma alguma. A estudante de arquite- tura iraniana Mina Zarfsaz rela- ta que desde, a revolução que ocorreu no Irã, país localizado no Oriente Médio, em 1979, não existe mais separação entre go- verno e religão e que as leis fa- Cobrir os cabelos e esconder o corpo são atitudes vistas voráveis às mulheres que exis- como submissão e repressão à liberdade feminina tiam anteriormente foram alte- radas. Alguns meses depois da A relações públicas Ju- revolução foi anunciado que to- liana Marques, do Paraná, há Mina Zarfsaz das as mulheres deveriam tra- quatro meses no Egito, observa jar o hijab em público, enquan- que o país é bastante religioso, to os homens estão livres para vestir o que quiserem. Mina re- mas acredita que muitos sigam side atualmente na Europa e não veste o véu por opção própria os hábitos somente por obriga- quando está longe do Irã. ção. “Teoricamente as mulheres usam burca para seguir a reli- Fotos: Divulgação gião e demonstrar respeito, co- mo um modo diferente de en- tenderem que devem ser sub- missas.” Mas um amigo egípcio Juliana Marques lhe falou que muitas mulheres usam os trajes, mas não os respeitam. “Eles são uma fachada para o que elas realmente fazem ou gostariam de fazer. Por isso aqui é quase como qualquer outro lugar do mundo, só que algu- mas coisas estão escondidas por baixo dos panos”, explica. O paranaense Rafha- el Bueno Dalto morou por um ano na Malásia, país no sudes- te asiático. Ele conta que o lo- cal é um grande pólo turísti- co, mas que nas praias não se usa trajes de banho: todos en- tram no mar com roupas. Lá, ao contrário de outros países mu- çulmanos, as vestimentas usa- das pelas mulheres são colori- Rafhael Bueno Dalto das. “Elas usam véu na cabeça e uma túnica que cobre o cor- po todo, mas é bonito porque demonstra que para respeitar a religião você pode ser vestir de maneira alegre, ao invés de se cobrir totalmente de preto”, lembra. 42 | Revista Expansão Março/2010
  • 3. Estrangeiras COMPLETA MENTE SAUDÁVEL No dia 8 de março, também Pouco frágeis Dia Internacional da Mulher, A jornalista Bárbara Teles, de Minas Gerais, completamos três anos de atendimento mora na Líbia, país no norte da África, desde ja- à comunidade e à essência feminina neiro de 2009. Ela não se sente à vontade para andar a pé sozinha pelas ruas. “Não que algo físi- co possa me acontecer, mas me sinto incomoda- da com a forma como as pessoas me olham por eu estar de calça jeans e cabelos soltos.” Bárbara poderia passar despercebida se cobrisse o cabe- lo, mas prefere não adotar essa opção. Ela expli- ca que as líbias têm uma imagem da mulher oci- Bárbara Teles dental similar àquela vendida em filmes e revis- tas, de certa forma vulgar. “Mas tenho visto que as mulheres libanesas pouco têm de frágil e que de certo modo nascem saben- do que precisarão ser fortes, independentemente do horizonte para o qual têm permissão para olhar.” Saúde e bem-estar em busca de melhor qualidade de vida Fotos: Divulgação Cada vez mais cedo temos que nos preocupar com a saúde e melhorar nossa qualidade de vida. Você já começou a cuidar da sua forma física? A prática de exercícios físicos é muito importante. Alie uma boa alimentação à prática contínua de uma atividade física. Assim, você estará investin- do em uma vida mais longa e saudável. A Vic Center oferece opções tentadoras que farão você sair da rotina. Vão aí algumas dicas de atividades aquáticas super dinâmicas. Confira também nossos serviços estéticos. - Hidrobike - Hidrojump - Hidroginástica - Natação O uso da burca divide opiniões, enquanto alguns acreditam que ela simboliza a repres- - Nado Sincronizado são sexual, outros a vêem como ferramenta de preservação da dignidade da mulher - Hidroterapia - Massagem Ayurvédica, shirodhara, swedana Renan Caixeiro Almeida, também jorna- e drenagem lista de Minas Gerais, está há dois meses no Egi- - Salão de beleza to, trabalhando em uma empresa de consultoria. - Tratamento Facial Ele já percebeu que os homens egípcios são tra- - Design de sobrancelhas dicionalistas e respeitosos com as muçulmanas, mas não tanto quando se trata de estrangeiras. “Eles não têm vergonha de elogiar, dizer que são Aguardamos você para uma aula experimental ou uma avaliação estética gratuitamente. bonitas e flertar.” Mas, avisa que não é recomen- dado às mulheres usarem camisetas e roupas que exponham partes do corpo como ombros ou pernas, mesmo no verão. “O que ouvi aqui é que isso não é bem visto e as mulheres podem até ser insultadas”, explica. Renan Caixeiro Almeida Março/2010 Revista Expansão | 43
  • 4. [ EspEcial mulhEr ] A segregação A iraniana Mina explica que a separação entre os sexos em seu país foi instituída de tal forma que em diversos locais, Aqui, as casas são desde salas de aula até ônibus, são segregados por gêneros. construídas de modo que Na Líbia, as mulheres não socializam com os homens, nem em há uma sala para eles e ambiente particular. “Aqui, as casas são construídas de modo outra para elas. que há uma sala para eles e outra para elas”, revela Bárbara. Ela conta que quando estão na rua, olham para o chão para evitar contato visual com os homens e andam sempre como se esti- vessem com pressa. A estudante de Design Fotos: Divulgação de Moda Gisele Pelisoli saiu de Porto Alegre no início de 2009 para ensinar inglês para crian- ças na Índia. Ela já passou por dificuldades por ser mulher, es- pecialmente devido ao precon- ceito. “As mulheres devem estar cedo em casa, entre oito e nove horas da noite. Não é bom que uma mulher seja vista à noite sem a família.” Gisele explica Gisele Pelisoli que existem casas noturnas e festas, mas que em geral somente mulheres casadas frequen- tam, sempre com seus maridos. Em alguns países do Oriente, ainda que tenham alto grau de instrução, elas não têm os mesmos direitos que os homens Trabalho No Irã, de acordo com Mina, as mulheres podem ser elei- tas para cargos do governo e quase 70% dos estudantes de ci- ência e engenharia são mulheres, mas elas, mesmo com alto grau de educação, não têm os mesmos direitos que os homens. O testemunho de uma mulher no tribunal tem a metade do va- lor do de um homem e muitas leis não permitem alguns direi- tos básicos às mulheres. Elas não podem lutar contra essas leis porque ações assim seriam consideradas contrárias à base de um governo religioso. Na Líbia, Bárbara conta que existe inserção de mulheres no mercado de trabalho, mas que não é muito comum, visto que cabe a elas cuidar da casa e da família. Quando solteiras, fica a critério do pai se podem ter uma profissão, e quando casadas, é decisão do marido se vão ter alguma atividade além da domésti- ca. Bárbara trabalha em uma grande empresa de construção civil na Líbia e afirma que em seu ambiente de trabalho existe uma No Irã, as mulheres até podem trabalhar mas não é muito comum, hierarquia: um homem dificilmente aceitaria ser gerenciado por visto que a prioridade deve ser cuidar da casa e da família uma mulher, principalmente se for uma mulher local. 44 | Revista Expansão Março/2010
  • 5. Fotos: Divulgação A maternidade é algo para o qual as mulheres são quase que exclusivamente preparadas desde muito cedo Relacionamento Na Índia, a portoalegrense Gisele aprendeu que as meninas são criadas para casar, e que a idade máxi- ma para o matrimônio é 25 anos – se a mulher não tem alguém em vista, a família encontra um homem e faz um casamento arranjado, ainda muito comum naquele pa- ís. Quando se casam, as mulheres se mudam para a ca- sa da família do noivo, e a nova família pode fazer o que quiser com a vida da menina, desde mudar o jeito de ela se vestir, o cabelo ou mandar parar de trabalhar. “Aqui as mulheres são submissas. Muitas vezes quando converso com um homem e discordo de alguma coisa, percebo o choque deles ao serem contrariados”, observa. Para os curiosos sobre a poligamia, Bárbara conta que na Líbia o homem pode ter até quatro esposas, des- de que ele trate todas de modo igualitário e justo e que a primeira esposa concorde com o fato de ele ter outras. Mas poucos são os homens que têm duas mulheres, o país ainda está blindado contra a crise. “As gerações que praticavam poligamia quase estagnaram na década de 60 e 70 devido à mudança econômica, então ter mais de uma mulher ficou fora de moda.” O iraniano Sina Farahmand conta que as mulheres, tradicional- mente, são símbolos de excelentes donas de ca- sa em seu país. Mas seu comportamento é dife- rente de acordo com a idade e grupo social, e existe um grande movi- mento do tradicionalis- mo para o modernismo. Sina Farahmand “Novas gerações bus- cam ser mais independentes, querem continuar seus es- tudos, trabalhar. As meninas têm a mente mais aberta, algumas delas até têm namorados, o que antes era con- siderado muito estranho”, conta. Março/2010 Revista Expansão | 45
  • 6. [ EspEcial mulhEr ] A rainha na direção Poliana Lopes/Divulgação A s mulheres lutaram durante o A soberana de Feliz demonstra século passado para conquistar direitos e independência, e pe- feminilidade e determinação no lo caminho deixaram um mundo comando do caminhão da família transformado. Hoje, com mais poder do que nunca em suas mãos, abrem portas da sociedade para entrar também em Soberana empregos majoritariamente masculinos. Para Em maio de 2009, um Digo Glaeser/Divulgação provar que elas conseguem – e sem perder a dos sonhos de Fernanda tornou- graça e a elegância – a rainha de Feliz, Fernan- se realidade e sua rotina mudou da Winter, 20 anos, assume parte dos negócios completamente: foi eleita rainha da família e a direção de um caminhão. de Feliz. Ela é soberana até 2011, Fernanda vai a Porto Alegre diariamente e durante esse período tem mui- na cabine de um caminhão, dirigindo o veículo to trabalho para fazer, receben- que leva os hortifrutigranjeiros da família para a do convidados e divulgando fes- Ceasa. Simpática e muito falante, ela conta que tas do município – neste ano, se- dirigir é o que mais ama fazer na vida. “Com rão o Festival Nacional do Cho- dez anos já dirigia um carro no terreno da mi- pp, em abril, e a Fenamor, em nha casa e com 15 já conduzia um caminhão”. novembro. Há um ano, desde que tem a carteira A jovem mantém a hu- de motorista, sua rotina envolve as idas para mildade e simplicidade, mesmo a capital pela manhã e retorno à noite. “Meu com a importante posição que pai volta comigo até a Unisinos, onde eu fico assumiu. “Sendo rainha ou não, para minhas aulas de Administração de Em- o que vale é a pessoa que tu és”, reflete. E desse modo ela segue presas e ele segue dirigindo nosso caminhão com suas ambições, com os sonhos de quem quer ter seu pró- para casa”. Mas quando estão todos juntos, prio negócio e com o trabalho e estudos – e ainda sobra tempo quem tem a preferência para dirigir? “Ah, eu, para divulgar a cidade e cuidar da vaidade, com a delicadeza de é claro”, revela, com humor. uma rainha e a força e firmeza na direção de um caminhão. 46 | Revista Expansão Março/2010
  • 7. Março/2010 Revista Expansão | 47
  • 8. [ EspEcial mulhEr ] A DOCE voz feminina C om canções que falam so- A portoalegrense Vivi Fields bre relacionamentos, uni- verso feminino, sonhos prova que as mulheres e conquistas, a portoale- marcam presença na música grense Vivi Fields, 35 anos, apresenta sua voz doce e marcante e Igor Sperotto/Divulgação mostra por que as mulheres entraram no mundo da música para ficar. Fã da cantora canadense Alanis Morissete, Vi- vi conta que ela é sua maior inspiração para cantar. “Todas as músicas da Alanis são composições próprias e suas obras são como uma autobiografia. Ela mesma faz a produção dos seus CDs e do palco de seus shows.” Vivi lembra que quando começou a tocar em bares, restaurantes e casas noturnas, há mais de dez anos, não ha- via muitas mulheres na música, mas afir- ma que hoje essa realidade mudou, em- A cantora se prepara para lançar CD com composições próprias bora a maioria dos músicos ativos ainda sejam homens. “Atualmente as mulheres interpretam suas próprias canções, não Apresentações são mais somente intérpretes de outros Vivi é filha de um músico tradicionalista e cresceu em um am- compositores.” biente musical. Ela toca violão e gaita de boca e iniciou sua carreira Após muitos anos fazendo covers profissional como cantora em 1995, aos 21 anos, apesar de já cantar de outros músicos – especialmente mu- em uma paróquia em Porto Alegre desde os 13 anos. Ela se formou lheres, como Madonna, Shakira, Janis em Letras na Unisinos e trabalhava no hospital da Ulbra, mas há Joplin, Joss Stone, Marisa Monte, Rita quatro anos decidiu largar tudo para dedicar-se somente à música. Lee e, claro, sua favorita Alanis Morissete Atualmente, trabalha em vários projetos musicais parale- – Vivi Fields está pronta para gravar seu los, entre eles o Vivi Fields e Banda, a banda Yellowstone, perfor- álbum com composições próprias, em in- mances em dupla e solo. Todas as quartas-feiras e sábados toca glês e português, que deve ser lançado no café Santo de Casa, na Casa de Cultura Mário Quintana, e às ainda este ano. “Pode-se esperar do meu quintas-feiras no Entreato Pub, ambos em Porto Alegre. Outros CD músicas pop rock com pitadas de folk locais que contam duas vezes por mês com sua presença são o e estilo soft rock. Minhas composições Riversides Shikki Café, o Barbazul, o bar Opinião, o Cult Pub e o são um retrato do que sempre ouvi.” Su- Abbey Road, todos também na capital. as canções são suaves e leves como sua Suas apresentações costumam ter grande receptividade e voz. “É muito importante a interpretação identificação com o público. “Como toco em lugares fixos algu- de uma música composta pelo próprio mas pessoas vão especificamente para assistir ao show. Recebo artista, assim ele revela também um pou- um enorme carinho dos que admiram o meu trabalho, isso é o ali- co do seu eu, na sua própria poesia”, reflete. mento do artista”, conclui. 48 | Revista Expansão Março/2010
  • 9. Março/2010 Revista Expansão | 49
  • 10. [ Estética & bElEza ] Pixel Imagem Digital/Divulgação Neste visual, cria-se uma atmosfera angelical, como nos personagens de filmes de contos de fadas. Uma criatura pura e imaculada, apesar da aparência frágil tem um forte poder de sedução. Os cílios de plumas brancas lembram as asas dos anjos. Modelo: Shelega Bock (Joy Model Management) 50 | Revista Expansão Março/2010