O documento discute a história da sociologia como ciência. Começa explicando que a sociologia é uma das ciências sociais que tem como objeto de estudo os fenômenos sociais. Depois, descreve que no final do século XVIII, as revoluções industrial e francesa levaram pensadores como Auguste Comte a questionarem a estrutura social e a propor uma abordagem científica para compreender a sociedade, marcando o surgimento da sociologia. Por fim, contextualiza o desenvolvimento da sociologia no contexto das transformações sociais e econômicas da ép
1. O Que é Sociologia
Prof. Aldenei Barros
E. E. Prof.ª Sebastiana Braga
2. História da Sociologia
A sociologia como saber humano situa-se no grupo das
ciências sociais. Por ciências sociais entende-se o
conjunto de matérias que têm como objeto de estudo os
fenômenos sociais vistos de uma perspectiva científica.
Juntamente com a sociologia, encontram-se outras
ciências sociais como a economia, a demografia, a
antropologia cultural, a ciência política, a psicologia
social e a história. A sociologia tem como objeto de
estudo a dimensão social do ser humano, tanto no seu
aspecto estático (associações, grupos, instituições)
como dinâmico (conflitos, tensões e transformações).
3. Uma Ciência Jovem
Nos finais do séc. XVIII, as mudanças derivadas
da Revolução Francesa e da Revolução
Industrial representaram um grande avanço em
terrenos como a filosofia da história, a filosofia
política e as teorias biológicas. Tais mudanças
sociais e econômicas interessaram a um grande
número de pensadores, que, em virtude das
novas realidades que afloravam, começaram a
questionar-se acerca do fundamento da
coesão, da riqueza e da estrutura social.
4. Auguste Comte: o aparecimento da
sociologia
O primeiro pensador que propôs uma resposta
para essas perguntas e tentou compreender
cientificamente a sociedade foi Auguste Comte.
Essa tarefa era, para ele, condição indispensável
para poder reorganizar a sociedade sobre bases
científicas. Por outro lado, essa reorganização era,
segundo o seu ponto de vista, totalmente
necessária, face a fenômenos sociais tão
importantes como o aumento do proletariado
urbano e a consolidação da burguesia, que exigiam
uma nova ordem social.
5. Roteiro de Viagem
A aventura intelectual que o autor propõe tem
o seguinte roteiro: na segunda parte do livro,
“assistiremos” ao filme Tempos Modernos, de
Charles Chaplin, e sob sua inspiração
discutiremos conceitos formulados pela
sociologia a partir da metade do século XIX; na
terceira, daremos um mergulho em nosso
próprio ambiente, munidos das lentes que a
sociologia nos oferece para observamos nossa
sociedade.
7. Revolução Científica (séculos XVI e XVII).
O processo conhecido como Revolução Científica se originou
no Renascimento (com Da Vinci, Copérnico e outros) e
prosseguiu pelos séculos seguintes, sem que seja possível
estabelecer uma data para o seu encerramento.
O que marca a Revolução Científica é o uso da razão como
meio de alcançar o conhecimento.
O fundamento da ciência moderna consiste na afirmação da
necessidade de observar os fatos e os fenômenos e
demonstrar as explicações propostas para eles.
Fica excluída qualquer possibilidade de especulação sem um
experimento que comprove sua plausibilidade.
A ciência moderna se caracteriza como um saber não
dogmático, crítico, aberto, reformulável, suscetível de
correções ou refutações.
É um saber universal que utiliza provas (experiências) para
que se possam testar resultados.
8. A Sociedade Medieval
A sociedade medieval era composta basicamente de três ordens: o clero, a
nobreza e os camponeses.
O clero surgiu com a cristianização e o fortalecimento da Igreja na Europa.
A nobreza era formada essencialmente por guerreiros, vassalos de nobres
mais poderosos, seus suseranos, aos quais deviam fidelidade; em troca, estes
lhes deviam proteção e retribuição, em geral concedida sob a forma de uma
terra, chamada feudo, cuja posse se tornava hereditária.
Por seu lado, os camponeses eram servos dos nobres senhores feudais.
Um aspecto importante é que na sociedade medieval praticamente não havia
mobilidade social.
Por isso, a sociedade medieval pode ser chamada de estamental - trata-se de
um tipo de estratificação social em que as diferentes camadas, ou
estamentos, não chegam a ser tão rígidas quanto as castas, nem tão flexíveis
quanto as classes sociais.
Na Idade Média havia ainda um outro tipo de imobilidade: a maioria das
pessoas nascia e morria no mesmo lugar.
9. As Cidades e o Comércio
Como mostra o historiador Jacques Le Goff em seu livro
Mercadores e banqueiros da Idade Média, os comerciantes
cristãos viviam então um grande dilema, divididos entre o
desejo de ver seus negócios florescerem e o medo de ofender
a Deus.
Queriam enriquecer, mas também merecer o Reino dos Céus.
De toda forma, a atividade comercial se expandiu, a ponto de
se poder falar em uma Revolução Comercial a partir do século
XII.
No século XIII já havia na Europa uma intensa movimentação
de comerciantes trazendo mercadorias de diferentes lugares
para feiras que atraíam grande número de pessoas.
10. O Século das Luzes e as grandes
revoluções modernas.
Avancemos agora até o século XVII: se é verdade que àquela
altura os efeitos da Revolução Comercial já se faziam sentir, as
cidades já estavam bem mais desenvolvidas, a Revolução
Científica seguia seu curso, as fronteiras do mundo conhecido
eram bem mais extensas, também é certo que nem tudo o
que existia antes havia "desaparecido".
A maioria das pessoas continuava a viver no campo, a Igreja
continuava a defender seus princípios e suas interdições, e as
monarquias absolutas sustentavam a ideia de que os homens
nasciam desiguais - ou seja, de que a sociedade estava presa a
uma estrutura hierárquica rigidamente definida.
Já na última década do século, porém, percebeu-se que um
novo "Renascimento" estava começando.
O movimento intelectual que se iniciou então, e desabrochou
no século seguinte, foi chamado de Iluminismo, e é
considerado pelos estudiosos o primeiro grande passo na
construção de uma cultura burguesa.
11. O que é o Iluminismo?
O Iluminismo é a saída do homem do estado de tutela, pelo qual ele
próprio é responsável.
O estado de tutela é a incapacidade de utilizar o próprio entendimento
sem a condução de outrem.
Cada um é responsável por esse estado de tutela quando a causa se
refere não a uma insuficiência do entendimento, mas à insuficiência da
resolução e da coragem para usá-lo sem ser conduzido por outrem.
Sapere aude!
(Expressão latina que significa "tenha coragem de saber, de
aprender") Tenha a coragem de usar seu próprio entendimento.
Essa é a divisa do Iluminismo.
12. A vez da indústria
Sabe-se que a expressão Revolução Industrial foi aplicada às inovações
técnicas que alteraram os métodos de trabalho tradicionais e, a partir
das últimas décadas do século XVIII, propiciaram um grande
enriquecimento econômico.
Existe também consenso quanto ao fato de que a Inglaterra foi o
primeiro país a entrar na era industrial.
No entanto, a Revolução Industrial não foi um episódio precisamente
datado, com princípio, meio e fim.
Muitas vezes a industrialização foi um processo lento.
A essência da Revolução Industrial está, na verdade, na ideia de que a
mudança é a norma.
A validade desse princípio pode ser facilmente percebida até hoje:
inventa-se algo, e em pouco tempo uma nova técnica ou um novo
instrumento mais eficiente torna o anterior obsoleto.
13. Capitalismo
Sistema econômico surgido na Europa nos séculos XVI e XVII, o
capitalismo recebeu da Revolução Industrial um estímulo fundamental
para seu desenvolvimento.
Suas bases fundamentais são a propriedade privada e a existência de
um mercado com transações monetárias.
Isso significa, por exemplo, que no sistema capitalista as fábricas, lojas,
escolas, hospitais podem pertencer a empresários, e não ao Estado.
Além disso, a produção e a distribuição das riquezas são determinadas
pelo mercado, o que significa que, em tese, os preços são definidos
pelo jogo da oferta e da procura.
maneira geral, podemos resumir o funcionamento desse sistema da
seguinte forma: o proprietário da empresa (o capitalista) compra a
força de trabalho de terceiros (os proletários) para produzir bens que,
uma vez comercializados, lhe permitem recuperar o capital investido e
obter um excedente (lucro).