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Qual a essência do ser humano?
Fonte: Joe Baker /Images.com/ Corbis / LatinStock
Humanos e outros animais.
O ser humano pode ajustar-se a um número maior de
ambientes do que qualquer outra criatura, multiplicar-
se infinitamente mais depressa do que qualquer
mamífero superior, e derrotar o urso polar, a lebre, o
gavião     e     o    tigre,   em     seus     recursos
especiais. Pelo controle do fogo e pela habilidade de
fazer roupas e casas, o homem pode viver, e vive e
vice-versa, desde os polos da Terra até o equador. Nos
trens e automóveis que constrói, pode superar a mais
rápida lebre ou avestruz. Nos aviões e
foguetes pode subir mais alto do que a águia, e, com os
telescópios, ver mais longe do que o gavião. Com
armas de fogo pode derrubar animais que nenhum
tigre ousaria atacar.
Interior de um iglu - habitação construída com blocos deneve ou gelo - em uma cidade
no extremo norte do Canadá. Exemplo marcante da inventividade e adaptabilidade
humana. Fonte: Picture Contact /Alamy/Other Images. Fim da legenda.
Natureza x Cultura
Aprendemos em biologia que boa parte do
comportamento dos animais está vinculada a
reflexos e instintos (padrões inatos, não
aprendidos, de conduta), relacionados a
estruturas biológicas hereditárias. Assim, o
comportamento de um inseto é praticamente
igual ao de qualquer outro de sua espécie, hoje
e sempre. É o que observamos, por exemplo, na
atividade das abelhas nas colmeias ou das
aranhas tecendo suas teias.
No entanto, algumas espécies animais apresentam, além
dos modelos comportamentais considerados inatos,
algumas reações mais flexíveis, imprevisíveis ou
maleáveis, de acordo com as circunstâncias ambientais. É
o caso, por exemplo, de cães e gatos, nos quais
distinguimos muitas vezes o que se poderia chamar de
"personalidade". Em chimpanzés e gorilas, é possível
encontrar atos inteligentes e uma capacidade elementar
de raciocínio.
Agora, se colocamos o ser humano nessa comparação,
podemos dizer que existe uma grande diferença
entre seu comportamento e o dos animais em geral, no
que diz respeito a certas habilidades.
Para dar um só exemplo, mesmo o chimpanzé mais
evoluído possui apenas rudimentos daquilo que lhe
permitiria desenvolver a linguagem simbólica - como
qualquer humano saudável é capaz de fazer - e tudo o
que dela resulta: aprender, reelaborar o conteúdo
aprendido e promover o novo (invenção).

Isso quer dizer que a vida de cada animal é, em grande
medida, semelhante ao padrão básico vivido por sua
espécie. Por sua vez, o ser humano tem, individualmente
e como espécie, a capacidade de romper com boa parte
de seu passado, questionar o presente e criar a novidade
futura.
Na maioria dos mamíferos, mamar é um ato instintivo. Tanto filhotes de animais como
bebês, mesmo sendo "marinheiros de primeira viagem", não costumam ter dificuldade em
sugar o alimento do seio materno. Fonte: KenCavanagh/Photoresearches/ LatinStock. Fim
da legenda.
O ser humano tem uma massa encefálica maior do que a dos outros animais e um
sistema nervoso extenso e complexo. Essa pode ser, segundo alguns estudiosos, a
base biológica que nos permitiu certos "voos" mais altos, como o desenvolvimento da
linguagem         e      a      socialização      -       enfim,     a      criação
cultural. Fonte: Images.com/ Corbis / LatinStock
Não há dúvidas de que todo ser humano apresenta
também reflexos e instintos vinculados a estruturas
biológicas hereditárias próprias da nossa espécie.
Paralelamente, elementos genéticos limitam certas
mudanças, e fatores socioeconômicos dificultam a
realização    de    determinados   desenvolvimentos
humanos. Além disso, vários tipos de crenças,
ideologias e condicionamentos impedem as pessoas de
sequer desejar uma transformação em si mesmas ou à
sua volta
• Mesmo assim, podemos dizer que o ser
  humano não nasce pronto pelas "mãos da
  natureza", como parece ocorrer no reino
  animal. Como defendem alguns pensadores,
  a vida de cada indivíduo humano seria um
  "parto" constante, um processo permanente
  de nascimento e construção de si mesmo.
Síntese humana
Graças à grande plasticidade de seu sistema
nervoso(a capacidade de modelar-se e ser
modelado), o ser humano constitui-se em um
organismo cuja estrutura é capaz de
apresentar condutas inatas e aprendidas,
desenvolver      a     linguagem,   manifestar
consciência e socializar-se (cf.Maturana e
Varela, El árbol del conocimiento).
O ser humano revela-se, assim, um ser ao mesmo
tempo biológico e cultural.Mediante a cultura,
criou para si um "mundo novo", diferente do
cenário natural originalmente encontrado. Em
outras palavras, dentro da biosfera (a parte do
planeta que reúne condições para o
desenvolvimento          da        vida),        os
humanos foram construindo a antroposfera (a
parte do mundo que resulta do ajustamento da
natureza às necessidades humanas). Essa
antroposfera, criada pelas diferentes culturas, é a
morada do ser humano no mundo. Constitui o
cosmo humano, um espaço construído pelos
conhecimentos e realizações desenvolvidos e
compartilhados pelos diferentes grupos sociais
através da história .
O enigma sem fim (1928) - Salvador Dalí (Museo Nacional Reina Sofía, Madri,
Espanha). A existência humana parece ser um enigma indecifrável, ao mesmo
tempo fascinante e assustador. Fonte: Fondation Gala - Salvador Dalí/Licenciado
por AUTVIS, Brasil, 2010.
Linguagem e comunicação
De acordo com alguns estudos, o fator determinante da transição
natureza-cultura é a linguagem. Trata-se de uma corrente que
entende o ser humano fundamentalmente como um ser
linguístico. Para ilustrar essa concepção, o antropólogo
francês Claude Lévi-Strauss(1908-2009) faz o seguinte exercício de
imaginação:
Suponhamos         que        num       planeta      desconhecido
encontremos seres vivos que fabricam utensílios. Isso não nos dará
a certeza de que eles se incluem na ordem humana.
Imaginemos, agora, esbarrarmos com seres vivos que possuam
uma linguagem que, por mais diferente que seja da nossa, possa
ser traduzida para nossa linguagem - seres, portanto, com os quais
poderíamos nos comunicar. Estaríamos, então, na ordem da cultura
e não mais da natureza. (Citado em CUVILLIER, p. 2).
Assim, segundo esse antropólogo, o que teria distanciado
definitivamente o ser humano da ordem comum dos animais -
animais que somos também e nunca deixaremos de ser - e
permitido a sua entrada no universo da cultura seria o
desenvolvimento da linguagem e da comunicação.
Trabalho
Outra vertente interpretativa, fundada pelo filósofo
alemão Karl Marx (1818-1883), entende que é o
trabalho que possibilita a distinção entre ser humano e
animais, portanto, entre cultura e natureza. Segundo
essa perspectiva, seria a partir do trabalho - e
da forma como se dá o processo de produção da vida
material das comunidades humanas - que se
desenvolveriam todas as outras formas de manifestação
humana:
Pode-se considerar a consciência, a religião e tudo o
que se quiser como distinção entre os homens e os
animais; porém esta distinção só começa a efetivar-se
quando os homens iniciam a produção dos seus meios
de vida. (MARX e ENGELS, A ideologia alemã, p. 19).

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A essência humana: natureza, cultura, linguagem e trabalho

  • 1.
  • 2. Qual a essência do ser humano? Fonte: Joe Baker /Images.com/ Corbis / LatinStock
  • 3. Humanos e outros animais. O ser humano pode ajustar-se a um número maior de ambientes do que qualquer outra criatura, multiplicar- se infinitamente mais depressa do que qualquer mamífero superior, e derrotar o urso polar, a lebre, o gavião e o tigre, em seus recursos especiais. Pelo controle do fogo e pela habilidade de fazer roupas e casas, o homem pode viver, e vive e vice-versa, desde os polos da Terra até o equador. Nos trens e automóveis que constrói, pode superar a mais rápida lebre ou avestruz. Nos aviões e foguetes pode subir mais alto do que a águia, e, com os telescópios, ver mais longe do que o gavião. Com armas de fogo pode derrubar animais que nenhum tigre ousaria atacar.
  • 4. Interior de um iglu - habitação construída com blocos deneve ou gelo - em uma cidade no extremo norte do Canadá. Exemplo marcante da inventividade e adaptabilidade humana. Fonte: Picture Contact /Alamy/Other Images. Fim da legenda.
  • 5. Natureza x Cultura Aprendemos em biologia que boa parte do comportamento dos animais está vinculada a reflexos e instintos (padrões inatos, não aprendidos, de conduta), relacionados a estruturas biológicas hereditárias. Assim, o comportamento de um inseto é praticamente igual ao de qualquer outro de sua espécie, hoje e sempre. É o que observamos, por exemplo, na atividade das abelhas nas colmeias ou das aranhas tecendo suas teias.
  • 6. No entanto, algumas espécies animais apresentam, além dos modelos comportamentais considerados inatos, algumas reações mais flexíveis, imprevisíveis ou maleáveis, de acordo com as circunstâncias ambientais. É o caso, por exemplo, de cães e gatos, nos quais distinguimos muitas vezes o que se poderia chamar de "personalidade". Em chimpanzés e gorilas, é possível encontrar atos inteligentes e uma capacidade elementar de raciocínio. Agora, se colocamos o ser humano nessa comparação, podemos dizer que existe uma grande diferença entre seu comportamento e o dos animais em geral, no que diz respeito a certas habilidades.
  • 7. Para dar um só exemplo, mesmo o chimpanzé mais evoluído possui apenas rudimentos daquilo que lhe permitiria desenvolver a linguagem simbólica - como qualquer humano saudável é capaz de fazer - e tudo o que dela resulta: aprender, reelaborar o conteúdo aprendido e promover o novo (invenção). Isso quer dizer que a vida de cada animal é, em grande medida, semelhante ao padrão básico vivido por sua espécie. Por sua vez, o ser humano tem, individualmente e como espécie, a capacidade de romper com boa parte de seu passado, questionar o presente e criar a novidade futura.
  • 8. Na maioria dos mamíferos, mamar é um ato instintivo. Tanto filhotes de animais como bebês, mesmo sendo "marinheiros de primeira viagem", não costumam ter dificuldade em sugar o alimento do seio materno. Fonte: KenCavanagh/Photoresearches/ LatinStock. Fim da legenda.
  • 9. O ser humano tem uma massa encefálica maior do que a dos outros animais e um sistema nervoso extenso e complexo. Essa pode ser, segundo alguns estudiosos, a base biológica que nos permitiu certos "voos" mais altos, como o desenvolvimento da linguagem e a socialização - enfim, a criação cultural. Fonte: Images.com/ Corbis / LatinStock
  • 10. Não há dúvidas de que todo ser humano apresenta também reflexos e instintos vinculados a estruturas biológicas hereditárias próprias da nossa espécie. Paralelamente, elementos genéticos limitam certas mudanças, e fatores socioeconômicos dificultam a realização de determinados desenvolvimentos humanos. Além disso, vários tipos de crenças, ideologias e condicionamentos impedem as pessoas de sequer desejar uma transformação em si mesmas ou à sua volta
  • 11. • Mesmo assim, podemos dizer que o ser humano não nasce pronto pelas "mãos da natureza", como parece ocorrer no reino animal. Como defendem alguns pensadores, a vida de cada indivíduo humano seria um "parto" constante, um processo permanente de nascimento e construção de si mesmo.
  • 12. Síntese humana Graças à grande plasticidade de seu sistema nervoso(a capacidade de modelar-se e ser modelado), o ser humano constitui-se em um organismo cuja estrutura é capaz de apresentar condutas inatas e aprendidas, desenvolver a linguagem, manifestar consciência e socializar-se (cf.Maturana e Varela, El árbol del conocimiento).
  • 13. O ser humano revela-se, assim, um ser ao mesmo tempo biológico e cultural.Mediante a cultura, criou para si um "mundo novo", diferente do cenário natural originalmente encontrado. Em outras palavras, dentro da biosfera (a parte do planeta que reúne condições para o desenvolvimento da vida), os humanos foram construindo a antroposfera (a parte do mundo que resulta do ajustamento da natureza às necessidades humanas). Essa antroposfera, criada pelas diferentes culturas, é a morada do ser humano no mundo. Constitui o cosmo humano, um espaço construído pelos conhecimentos e realizações desenvolvidos e compartilhados pelos diferentes grupos sociais através da história .
  • 14. O enigma sem fim (1928) - Salvador Dalí (Museo Nacional Reina Sofía, Madri, Espanha). A existência humana parece ser um enigma indecifrável, ao mesmo tempo fascinante e assustador. Fonte: Fondation Gala - Salvador Dalí/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2010.
  • 15. Linguagem e comunicação De acordo com alguns estudos, o fator determinante da transição natureza-cultura é a linguagem. Trata-se de uma corrente que entende o ser humano fundamentalmente como um ser linguístico. Para ilustrar essa concepção, o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss(1908-2009) faz o seguinte exercício de imaginação: Suponhamos que num planeta desconhecido encontremos seres vivos que fabricam utensílios. Isso não nos dará a certeza de que eles se incluem na ordem humana. Imaginemos, agora, esbarrarmos com seres vivos que possuam uma linguagem que, por mais diferente que seja da nossa, possa ser traduzida para nossa linguagem - seres, portanto, com os quais poderíamos nos comunicar. Estaríamos, então, na ordem da cultura e não mais da natureza. (Citado em CUVILLIER, p. 2). Assim, segundo esse antropólogo, o que teria distanciado definitivamente o ser humano da ordem comum dos animais - animais que somos também e nunca deixaremos de ser - e permitido a sua entrada no universo da cultura seria o desenvolvimento da linguagem e da comunicação.
  • 16. Trabalho Outra vertente interpretativa, fundada pelo filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), entende que é o trabalho que possibilita a distinção entre ser humano e animais, portanto, entre cultura e natureza. Segundo essa perspectiva, seria a partir do trabalho - e da forma como se dá o processo de produção da vida material das comunidades humanas - que se desenvolveriam todas as outras formas de manifestação humana: Pode-se considerar a consciência, a religião e tudo o que se quiser como distinção entre os homens e os animais; porém esta distinção só começa a efetivar-se quando os homens iniciam a produção dos seus meios de vida. (MARX e ENGELS, A ideologia alemã, p. 19).