O documento descreve a Filosofia Medieval na Europa entre os séculos V e XV, quando a Igreja Católica teve grande influência. Os principais temas filosóficos eram a relação entre razão e fé, a existência e natureza de Deus, e os limites do conhecimento humano. Filósofos como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino procuraram harmonizar a filosofia greco-romana com a doutrina cristã.
2. Filosofia Medieval é a forma como
denominamos a filosofia que aconteceu na Europa,
entre os séculos V e XV, no que historicamente é
conhecido como a idade média, por isso é chamado
de medieval, para fazer alusão a época em que ela
aconteceu.
Uma grande característica deste período é a
interferência da Igreja Católica em todas as áreas do
conhecimento, e por esse motivo tornou-se comum
encontrarmos tanto temas religiosos como os
próprios membros da igreja fazendo parte dos
filósofos que vieram a dar vida a este momento da
história da filosofia.
3. CARACTERÍSTICAS
Assim como a filosofia antiga, a filosofia
medieval possuía suas características próprias, o que
contribuía para que ela pudesse ser analisada não
apenas por uma época diferente, mas também por uma
forma de pensar mais analítica, que em sua grande
maioria, era ligada a um mesmo foco, a religiosidade. As
principais questões debatidas pelos filósofos medievais
eram:
O A relação entre a razão e a fé;
O A existência e a natureza de Deus;
O Fronteiras entre o conhecimento e a liberdade
humana;
O Individualização das substâncias divisíveis e
indivisíveis.
4. Em resumo, o que vemos é que os principais
temas estão relacionados a fé, o que prova o
argumento da intervenção da igreja neste período
da filosofia. Relacionar a fé, que é algo sem uma
explicação lógica ou científica com a razão, que
busca o entendimento das coisas, era uma forma
que a igreja tinha de tentar explicar o que até ali não
tinha explicação. A existência e a natureza de Deus,
para a filosofia, era algo complexo, pois se partirmos
do pressuposto de que a filosofia busca explicar as
coisas desde o seu início, buscando formas de
provar o que está sendo apresentado, agora era
uma obrigação filosófica explicar a existência de
Deus.
5. Neste período não era difícil encontrar
pensadores que defendessem a tese de que fé e religião
não deveriam estar subordinadas uma a outra, de que o
indivíduo não precisaria ter sua fé ligada diretamente as
racionalidades com as quais está acostumada a viver,
porém, um nome se destacou em meio aos filósofos
quanto a buscar uma forma racional de justificar as
crenças. Conhecido como Santo Agostinho, esse filósofo
cristão desenvolveu uma ideia de que todo homem
possui uma consciência moral e um livre arbítrio, que
todos temos a consciência do que é certo e errado, do
mesmo jeito que temos o direito de escolha, para fazer
ou não cada coisa, mesmo sabendo que acarretarão
consequências.
6. PERÍODO
É um período que se caracteriza pelo resultado dos
esforços dos apóstolos (João e Paulo) e dos primeiros Padres da
Igreja para conciliar a nova religião com o pensamento filosófico
mais corrente da época entre os gregos e os romanos. Não
obstante, tomou como tarefa a defesa da fé cristã, frente as
diversas críticas advindas de valores teóricos e morais dos
“antigos”. Os nomes mais salientes desse período são os de
Justino Mártir, Tertuliano, Clemente de Alexandria, Orígenes,
Gregório de Nazianzo, Basílio de Cesareia, Gregório de Nissa. Eles
representam a primeira tentativa de harmonizar determinados
princípios da Filosofia grega (particularmente do Epicurismo, do
Estoicismo e do pensamento de Platão) com a doutrina cristã. (...)
Eles não só estavam envolvidos com a tradição cultural
helênica como também conviviam com filósofos estóicos,
epicuristas, peripatéticos (sofistas), pitagóricos e neoplatônicos. E
não só conviviam, como também foram educados nesse ambiente
multiforme da Filosofia grega ainda antes de suas conversões"
(SPINELLI, Miguel. Helenização e Recriação de Sentidos.
7. O Filosofia Medieval (VIII d.C – XIV d.C)
Período bastante influenciado pelo
pensamento socrático e platônico (conhecido aqui
como neoplatonismo, vindo da filosofia de Plotino).
Ocupou-se em discutir e problematizar Questões
Universais. É nesse período que o pensamento
cristão firma-se como "Filosofia Cristã", que mais
tarde se torna [Teologia].
8. O Renascença (XIV d.C – XVI d.C)
É marcada pela descoberta de obras de
Platão desconhecidas na Idade Média e novas
obras de Aristóteles, ainda temos a recuperação
de trabalhos de grandes autores e artistas gregos
e romanos. São quatro as linhas de pensamento:
Neoplatonismo e Hermetismo; Pensamentos
florentinos e por fim o Antropocentrismo iniciático
(homem dono do seu destino).
Foi um período marcado por uma
efervescência teórica prática, alimentada
principalmente por descobertas marítimas e crises
politico-culturais que culminaram em profundas
críticas à Igreja Católica, que logo evoluíram para
Reforma Protestante (a Igreja Católica responde
com a Contra-Reforma e com a Inquisição).
9. FILÓSOFOS – SANTO AGOSTINHO
Santo Agostinho foi um grande retórico, um
grande filósofo e um grande santo da Igreja. Sua
obra, ao mesmo tempo vasta e profunda, exerceu e
exerce muita influência em toda a cultura ocidental.
Nasceu na região norte da África em 354 e
morreu em 430.
Viveu num monastério por um tempo. Em
395, passou a ser bispo, atuando em Hipona.
Escreveu diversos sermões importantes. Em “A
Cidade de Deus”, Santo Agostinho combate às
heresias e a paganismo. Na obra “Confissões” fez
uma descrição de sua vida antes da conversão ao
cristianismo.
10. Santo Agostinho analisava a vida levando em
consideração a psicologia e o conhecimento da
natureza. Porém, o conhecimento e as ideias eram de
origem divina.
Para o bispo, nada era mais importante do que a
fé em Jesus e em Deus. A Bíblia, por exemplo, deveria
ser analisada, levando-se em conta os conhecimentos
naturais de cada época. Defendia também a
predestinação, conceito teológico que afirma que a vida
de todas as pessoas é traçada anteriormente por Deus.
As obras de Santo Agostinho influenciaram
muito o pensamento teológico da Igreja Católica na
Idade Média.
Morreu em 28 de agosto de 420, durante um
ataque dos vândalos ao norte da África.
11. Santo Agostinho é considerado o santo
protetor dos teólogos, impressores e
cervejeiros. Seu dia é 28 de agosto, dia de sua
suposta morte.
Frase: "Se dois amigos pedirem para
você julgar uma disputa, não aceite, pois você
irá perder um amigo. Porém, se dois estranhos
pedirem a mesma coisa, aceite, pois você irá
ganhar um amigo”.
12.
13. SÃO TOMAS DE AQUINO
São Tomás de Aquino nasceu na cidade de
Roccasecca (Itália) em 1225. Foi um importante
teólogo, filósofo e padre dominicano do século XIII.
Foi declarado santo pelo papa João XXII em 18 de
julho de 1323. É considerado um dos principais
representantes da escolástica. Foi o fundador da
escola tomista de filosofia e teologia.
Tomás de Aquino buscou utilizar a filosofia
grecolatina clássica para compreender a revelação
religiosa do cristianismo.
Morreu na cidade de Fossanova (Itália) em 7
de março de 1274.
Frase: "O primeiro degrau para a sabedoria
é a humildade."
14.
15. RAZÃO E FÉ NO PENSAMENTO MEDIEVAL
A teologia (estudo de Deus) é a tentativa de
conciliar fé religiosa e pensamento racional.
Para santo Tomás de Aquino "Crer é imediatamente um
ato do entendimento, porque seu objeto é a verdade,
que propriamente pertence a este". "A fé é uma posse
antecipada do que se espera, um meio de demonstrar as
realidades que não se vêem"
Essa convicção se baseia não na evidência ou
raciocínio, mas num profundo sentimento íntimo de
certeza. A fé é sobretudo um estado de ser, no qual o
homem se envolve irresistivelmente com o objeto de sua
crença, convencendo-se da realidade invisível por meio
de uma experiência existencial profunda fé tem por
fundamento a própria palavra de Deus e não o
testemunho humano
16. É atribuído a um período medieval em que
se travava um confronto entre os adeptos da boa
nova, isto é, a religião cristã, e seus adversários
moralistas gregos e romanos, na tentativa de
imporem seus pontos de vistas. Para estes, o
mundo natural ou cosmos era a fonte da lei, da
ordem e da harmonia, entendendo com isso que o
homem faz parte de uma organização determinada
sem a qual ele não se reconhece e é através do
lógos que se dá tal reconhecimento. Já para os
cristãos, a verdade revelada é a fonte da
compreensão do que é o homem, qual é sua
origem e qual o seu destino, sendo ele semelhante
a Deus-pai, devendo-lhe obediência enquanto sua
liberdade consiste em seguir o testamento.
17. Fé e razão representa apenas um
momento localizado na história. A filosofia, tendo
como característica a radicalidade, a
insubordinação, a luta para superar pré-conceitos
e estabelecer conceitos cada vez mais racionais
através da história, mostra que, desde seu início,
esta relação tem seus momentos de
estranhamento e reconciliação. O pensamento
contra a fé cega que mantinha os homens na
ignorância das trevas e reclamava o direito à luz
natural da razão. A expressão máxima desse
movimento foi o Iluminismo que compreendia a
superação total das crenças e superstições
infundadas e prometia ao gênero humano dias
melhores a partir da evolução e do progresso.