O documento discute a visão de Platão sobre a alma humana, dividida em duas partes - a alma superior racional e a alma inferior irracional. A alma inferior é influenciada pelos desejos do corpo e pode perturbar o conhecimento verdadeiro, enquanto a alma superior busca o controle racional. O documento também descreve brevemente outras correntes filosóficas como o epicurismo, pirronismo e cinismo.
2. Os sofistas foram julgados como grandes mestres, eram
procurados por jovens bem-nascidos, dispostos a pagar
muito dinheiro para aprender o que os filósofos tinham a
lhes ensinar. O jovem buscava junto ao sofista a arte,
qualidade indispensável para se tornar um cidadão bem-
sucedido.
No regime democrático que vigorava em Atenas, o
exercício da função política dependia do bom uso da
palavra. E os sofistas foram mestres na arte de bem
falar.
Os sofistas negam a existência da verdade, ou pelo
menos a possibilidade de acesso a ela. Para eles, o que
existe são opiniões: boas e más, melhores e piores, mas
jamais falsas e verdadeiras. Na formulação clássica de
Protágoras, “o homem é a medida de todas as coisas”.
3. Durante muito tempo os filósofos ocidentais
explicaram o ser humano como composto de duas
partes diferentes e separadas: o corpo (material) e
a alma (espiritual e consciente).
Segundo Platão a alma teria vivido no mundo das
ideias, onde tudo conheceu por simples intuição, ou
seja, por conhecimento intelectual direto e
imediato, sem precisar usar os sentidos. Quando a
alma se une ao corpo, ela se degrada por se tornar
prisioneira dele. Passa então a se compor de duas
partes:
Alma superior (a alma intelectiva)
Alma inferior e irracional (a alma do corpo).
4. Esta, por sua vez, divide-se em duas partes:
A alma irascível, impulsiva, sede de coragem, localizada
no peito;
A alma concupiscível, centrada no ventre e sede do
desejo intenso de bens ou gozos materiais, inclusive o
apetite sexual.
Escravizada pelo sensível, a alma inferior conduz á
opinião e ao erro perturbando o conhecimento
verdadeiro. O corpo é também ocasião de corrupção e
decadência moral, caso a alma superior não saiba
controlar as paixões e os desejos. Portanto, todo esforço
humano consiste no domínio da alma superior sobre a
inferior.
5. O epicurismo, de Epicuro – propunha a ideia de que o ser
humano deve buscar o prazer da vida. No entanto,
distinguia, entre os prazeres, aqueles que são duradouros
e aqueles que acarretam dores e sofrimentos, pois o
prazer estaria vinculado a uma conduta virtuosa. Para
Epicuro, o supremo prazer seria de natureza intelectual
e obtida mediante o domínio das paixões. Os epicuristas
procuravam a ataraxia, termo grego que usavam para
designar o estado em que não havia dor, de quietude,
serenidade, imperturbabilidade da alma.
6. O pirronismo (ceticismo) de Pirro de Élida - segundo suas
teorias, nenhum conhecimento é seguro, tudo é incerto.
O pirronismo defendia que se deve contentar com as
aparências das coisas, desfrutar o imediato captado
pelos sentidos e viver feliz e em paz, em vez de se lançar
à busca de uma verdade plena, pois seria impossível ao
homem saber se as coisas são efetivamente como
aparecem. Assim, o pirronismo é considerado uma forma
de ceticismo, que professa a impossibilidade do
conhecimento, da obtenção da verdade absoluta;
7. O cinismo - o termo cinismo vem do grego kynos,
que significa "cão", e designa a corrente dos
filósofos que se propuseram a viver como os cães da
cidade, sem qualquer propriedade ou conforto.
Levavam ao extremo a filosofia de Sócrates,
segundo a qual o homem deve procurar conhecer a si
mesmo e desprezar todos os bens materiais. Por
isso Diógenes, o pensador mais destacado dessa
escola, é conhecido como o “Sócrates demente”, ou
o “Sócrates louco”, pois questionava os valores e as
tradições sociais e procurava viver estritamente
conforme os princípios que considerava moralmente
corretos.
8. O conhecimento científico é real porque lida com
ocorrências ou fatos, isto é, com toda "forma de
existência que se manifesta de algum modo".
Constitui um conhecimento aleatório, pois suas
preposições ou hipóteses têm a sua confiança ou
falsidade conhecida através da experimentação e não
apenas pela razão, como ocorre no conhecimento
filosófico.
9. É sistemático, já que se trata de um saber ordenado
logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e
não conhecimentos dispersos e desconexos. Possui a
característica de verificar, a tal ponto que as afirmações
(hipóteses) que não podem ser comprovadas não
pertencem ao âmbito da ciência. Constitui-se em
conhecimento falível, em virtude de não ser definitivo
absoluto ou final e, por este motivo, é aproximadamente
exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas
podem reformular o acervo de teoria existente.
10. O ideal da racionalidade está em atingir uma
sistematização coerente do conhecimento presente em
todas as suas leis e teorias. A ciência, no momento em
que sistematiza as diferentes teorias, procura uni-las
estabelecendo relações entre um e outro enunciado,
entre uma e outra lei, entre uma e outra teoria, entre um
e outro campo da ciência, de forma tal que se possa,
através dessa visão global, perceber as possíveis
inconsistências e corrigi-las.
11. Essa verificação da coerência lógica entre os enunciados,
ou entre teorias e leis, é um dos mecanismos que fornece
um dos padrões de aceitação ou rejeição de uma teoria
pela comunidade científica: os padrões da verdade
sintática. Os enunciados científicos devem ser isentos de
ambiguidade e de contradição lógica. É uma das condições
necessárias, embora não suficiente.