2. O cientificismo e materialismo que predominava na
sociedade européia na Segunda metade do século XIX,
não agradava os simbolistas.
O simbolismo reagia contra tudo que representava o
materialismo e racionalismo. Ao contrário, pregavam o
subjetivismo, o misticismo e a sugestão sensorial.
Tanto o Simbolismo quanto o Parnasianismo se
preocupavam com a linguagem, talvez porque esses dois
movimentos tenham nascido na França, na revista
“Parnasse Contemporain” em 1866.
O simbolismo buscou uma linguagem que pudesse
“sugerir” a realidade, em vez de retratá-la de maneira
tão óbvia como faziam os realistas. Para “sugerir” a
realidade, os simbolistas usavam símbolos,
imagens, metáforas, sinestesias*, recursos sonoros e
cromáticos (cor).
3. O precursor do simbolismo foi o poeta
francês Charles Baudelaire (1821 – 1867). Sua poesia
buscava abordar temas como miséria, prostituição,
bêbados, freqüentadores desocupados das tavernas,
etc. Pode parecer estranho para muitos, mas ele via
poesia em todos esses assuntos.
Baudelaire deixou muitos seguidores pelo mundo
afora.
OBS: Sinestesia é o cruzamento de campos sensoriais
diferentes.
- Ex: Um perfume que evoca uma cor (olfato + visão)
- Um som que evoca uma imagem. (audição + visão)
4. CARACTERÍSTICAS
- Misticismo, religiosidade
- Desejo de transcendência e integração com o
cosmos
- Interesse pelo inconsciente e subconsciente
- Subjetivismo
- Pessimismo
- Interesse pelo noturno, pelo mistério e pela
morte
- Retomada de elementos da tradição romântica
- Atração pela morte e elementos decadentes da
condição humana
5. SIMBOLISMO NO BRASIL (final do século
XIX)
Na Europa, o simbolismo teve muito mais
destaque do que o Parnasianismo. Aqui no
Brasil, não foi assim. O Parnasianismo foi
bastante valorizado pelas camadas cultas da
sociedade até os primeiros anos do século XX,
chamando muito mais atenção do que o
Simbolismo. Mesmo assim, o Simbolismo nos
deixou obras e escritores muito significativos.
O marco inicial desse movimento no Brasil foi
em 1893, com a publicação dos livros “Missal” e
“Broquéis” de Cruz e Sousa.
6. CARACTERÍSTICAS
- Valorização dos sentimentos individuais
- Isolamento da sociedade
- Conteúdo relacionado com o espiritual, o
místico e o subconsciente
- Concepção mística da vida
- Ênfase na imaginação e fantasia
- Comparação da poesia com a música
- Enfoque espiritualista da mulher
envolvendo-a em um clima de sonho
7. AUTORES E OBRAS
- CRUZ E SOUSA (1861 – 1898)
Filho de ex-escravos, Cruz e Sousa sofreu
muito com o preconceito racial.
Considerado um dos mais importantes poetas
da nossa literatura brasileira é o mais
importante poeta simbolista.
Seus livros “Missal” e “Broquéis” (únicos
publicados em vida), marcam o início desse
estilo literário no Brasil.
8. Características de suas obras
- Preocupação formal
- Temas ligados aos mistérios da vida
- Temas voltados para os marginalizados e
miseráveis
- Linguagem rica, utilizando a sonoridade das
palavras para obter bons efeitos – fônicos e
musicalidade.
9. Obras
Cruz e Sousa foi apelidado “Dante Negro” e
escreveu belos poemas:
“Vida obscura”
“Triunfo Supremo”
“Sorriso Interior”
“Monja Negra”
Escreveu também alguns livros:
“Tropos e Fantasias”
“Evocações”
“Faróis”
”Últimos Sonetos”
10. ALPHONSUS DE GUIMARAENS (1870 –
1921)
Nasceu em Ouro Preto (Minas Gerais) e foi
um dos grandes representantes do
Simbolismo nacional.
Sua poesia é voltada para o tema da morte da
mulher amada. Ao explorar esse tema ele se
aproxima dos escritoresultra-românticos que
exploravam a literatura gótica e macabra. Sua
obra possui uma atmosfera mística e
melancólica.
11. Obras
“Câmara Ardente”
“Dona Mística”
“Kiriale”
“Pastoral aos crentes do amor e da morte”
Na edição completa de sua obra, feita em 1960
por Alphonsus de Guimaraens Filho, foram
incluídos os inéditos: “Escada de Jacó”,
“Pulvis”, “Nova Primavera” (tradução) e
“Salmos da Noite”.
12. Mais claro e fino do que as finas pratas
o som da tua voz deliciava…
Na dolência velada das sonatas
como um perfume a tudo perfumava.
Era um som feito luz, eram volatas
em lânguida espiral que iluminava,
brancas sonoridades de cascatas…
Tanta harmonia melancolizava.
Filtros sutis de melodias, de ondas
de cantos volutuosos como rondas
de silfos leves, sensuais, lascivos…
Como que anseios invisíveis, mudos,
da brancura das sedas e veludos,
das virgindades, dos pudores vivos.
Cruz e Sousa