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Clínica Psicanalítica:
                manejo e subjetivações na contemporaneidade




                                                Tema:
                  Adolescência e transgressão: a devastação do sintoma

           Mantendo o debate com o tema anterior: Adolescência   e transgressão: o supereu
                                             imperativo
                                               Alexandre Simões
ALEXANDRE
   SIMÕES
 ® Todos os
  direitos de
                             Coordenação
     autor
 reservados.
Transgressões: não seriam
uma linha tênue entre o apagar-se
       e o apresentar-se ?
Para tal, recorremos ao conceito de
          Supereu
Chegamos a
                    localizar a
                problematização do
                Supereu em Freud
                   e em Lacan,



bem como o ponto de interseção entre as
          duas perspectivas
Fundamentalmente
 demarcamos o Supereu em sua
perspectiva clínica: como um gozo
 que   consome o sujeito, tal
 qual uma vela é consumida pela chama
A isto, devemos
sempre acrescentar


 que este gozo atravessa o
     sujeito como um
imperativo; daí, seu caráter
        compulsivo
Vejamos, na sequência, duas
breves cenas clínicas que nos
  apresentam a injunção do
          Supereu




         O gozo é do Outro
  Jacques Lacan, em 1975, no Seminário ... ou pire
Fragmento clínico 1:
 Um rapaz, prestes a completar seus 18 anos de
idade, me procurou em companhia de seus pais.
  Este jovem estava cursando o terceiro ano do
Ensino Fundamental e, há aproximadamente um
ano, vinha se envolvendo ininterruptamente com
    um conjunto de situações que em muito
            preocupavam seus pais.

 No momento em que ele chegou à análise, ele
 próprio - em alguma medida - já começava
   também a se inquietar com o que vinha
                 ocorrendo.
A  s marcas da intensidade e da repetição estavam bem
          presentes em meio aos acontecimentos que, em linhas
           gerais, giravam ao redor do uso abusivo de álcool e a
        participação em reuniões e festas cotidianas que findavam
        por alterar inteiramente o ciclo de vigília e sono (tornando
       impraticável a frequência às aulas no último ano do Ensino
                                  Médio).

        A este modo compulsivo de se encontrar com aquilo que
        claramente se figurava como excesso, havia também a
         constante demarcação, por parte do jovem paciente, da
             impotência dos pais em lidar com tal situação.

      Desta forma, a cada situação marcada pela
  desmedida, a palavra dos pais só entrava em cena
para indicar (tanto para os próprios pais quanto para
  o filho) a total precariedade da função coibidora e
 limitadora que um dia ela pôde ter desempenhado.
Não é a lei que barra o acesso do
         sujeito ao gozo

       Jacques Lacan, em 1966, nos Escritos
O que especialmente conduziu este jovem à análise foi
     um acontecimento bastante específico: ele estava em
    uma festa que já se prolongava por várias horas, junto
    de colegas da escola, e após a ingestão de uma grande
    quantidade de vodka, ele não mais se deu conta do que
                          se passava.

     Ao acordar, em um canto da sala, percebeu - ainda
    bastante obnubilado - que ele havia passado algum
    tempo “apagado” e, subitamente, percebeu que havia
     perdido o controle dos esfíncteres. Deu-se conta, em
    meio a vômitos, salivas, suores e o corpo largado como
       dejeto que naquele momento ele estava também
                 envolvido por urina e fezes.
  De forma bem especial, o jovem se dizia bastante
tocado (no caso, surgiu o pathos do constrangimento
  e da vergonha) não bem com o ocorrido, mas sim
              com o olhar dos outros;
Este chamado ao gozo não se restringia a esta apresentação
       pública de um corpo vazado, por assim dizer.


  A isto iam se somando agressões físicas entre o paciente e
  seus pais, mais notavelmente entre o paciente e seu pai.

  Este pai, há alguns anos, era tido como um homem bem
  sucedido financeiramente mas que, atuando no ramo das
  construtoras, veio a falir desastrosamente. Portava
  atualmente um diagnóstico de transtorno afetivo bipolar
  que, junto da vigorosa medicação e do início de um
  Parkinson, o incapacitavam para o trabalho.

 Era atualmente um pai do qual o filho exigia que algo lhe fosse dado
 (a exigência era inversamente proporcional à falência do pai), sendo
   insuportável para este filho a encarnação ininterrupta, dentro de
                     casa, de um pai em declínio.
não teríamos um Supereu implacável




   especialmente na adolescência?
Fragmento clínico 2:
 Uma jovem, próxima de seus 15 anos de idade,
      foi levada a mim - um tanto quanto a
contragosto - pela mãe, bastante aflita diante de
       sua impotência face aos constantes
 desentendimentos com a filha e as recorrentes
                  atuações desta.

Na primeira sessão, mãe e filha são ouvidas por
  mim em conjunto. Em um dado momento da
sessão, a jovem diz para a mãe, em um tom bem
  inamistoso: “Você vai continuar dizendo tudo
 para ele?. Se você continuar a falar de mim, eu
                  vou embora!”
Vendo que a mãe prosseguia na descrição dos impasses
instalados entre as duas, a filha bruscamente se retirou do
                       consultório.




Um tanto quanto atônita, a mãe parecia não saber muito bem o que
 fazer, naquele momento (e isto veio a se mostrar como emblemático
 quanto a todos os entraves postos entre mãe e filha): disse-lhe para
   prosseguir com a tarefa que, caso contrário, ficaria inconclusa:


    dizer sobre aquilo que estava marcado pelo
           desencontro entre mãe e filha.
Há aproximadamente 2 anos, a mãe não mais
   conseguia reconhecer na filha a bela e
 companheira criança de tempos passados.




          Ao ver da mãe, a filha queria
   insistentemente a sua ruína. A mãe já se
  encontrava separada do pai de sua filha e,
  sozinha a maior parte do tempo, tentava a
         duras penas dar conta da filha.
Em meio a agressões mútuas (verbais e
                     físicas), a jovem indicava claramente uma
                           impossibilidade em ser freada:




    Decidiu, por si mesma, abandonar os estudos. Paralelamente,
sempre indicava para a mãe que estava indo a alguns lugares quando,
  na verdade, encontrava-se em outros, com outras companhias. Na
   ausência de uma lei apaziguadora não restava para a filha outro
caminho a não ser as constantes atuações e apelar para a Polícia: ela
                  denunciou a mãe por maus tratos.
Não é a lei que barra o acesso do
         sujeito ao gozo

       Jacques Lacan, em 1966, nos Escritos
É o prazer que oferece ao gozo
         seus limites
                                      Jacques Lacan, em 1966

      Jacques Lacan, em 1966, nos Escritos
A Clínica Psicanalítica pode,
atualmente, oferecer outras vias
a estes sujeitos?



                Como operar com o
               gozo que se impõe ao
                  nosso tempo?
Prosseguiremos com o tema:

18/06: Neurose obsessiva e transtorno afetivo bipolar




                       Até lá!
             Acesso a este conteúdo:
           www.alexandresimoes.com.br


                                                           ALEXANDRE
                                                             SIMÕES
                                                        ® Todos os direitos
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Adolescência, transgressão e o Supereu imperativo

  • 1. Clínica Psicanalítica: manejo e subjetivações na contemporaneidade Tema: Adolescência e transgressão: a devastação do sintoma Mantendo o debate com o tema anterior: Adolescência e transgressão: o supereu imperativo Alexandre Simões ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de Coordenação autor reservados.
  • 2. Transgressões: não seriam uma linha tênue entre o apagar-se e o apresentar-se ?
  • 3. Para tal, recorremos ao conceito de Supereu
  • 4. Chegamos a localizar a problematização do Supereu em Freud e em Lacan, bem como o ponto de interseção entre as duas perspectivas
  • 5. Fundamentalmente demarcamos o Supereu em sua perspectiva clínica: como um gozo que consome o sujeito, tal qual uma vela é consumida pela chama
  • 6. A isto, devemos sempre acrescentar que este gozo atravessa o sujeito como um imperativo; daí, seu caráter compulsivo
  • 7. Vejamos, na sequência, duas breves cenas clínicas que nos apresentam a injunção do Supereu O gozo é do Outro Jacques Lacan, em 1975, no Seminário ... ou pire
  • 8. Fragmento clínico 1: Um rapaz, prestes a completar seus 18 anos de idade, me procurou em companhia de seus pais. Este jovem estava cursando o terceiro ano do Ensino Fundamental e, há aproximadamente um ano, vinha se envolvendo ininterruptamente com um conjunto de situações que em muito preocupavam seus pais. No momento em que ele chegou à análise, ele próprio - em alguma medida - já começava também a se inquietar com o que vinha ocorrendo.
  • 9. A s marcas da intensidade e da repetição estavam bem presentes em meio aos acontecimentos que, em linhas gerais, giravam ao redor do uso abusivo de álcool e a participação em reuniões e festas cotidianas que findavam por alterar inteiramente o ciclo de vigília e sono (tornando impraticável a frequência às aulas no último ano do Ensino Médio). A este modo compulsivo de se encontrar com aquilo que claramente se figurava como excesso, havia também a constante demarcação, por parte do jovem paciente, da impotência dos pais em lidar com tal situação. Desta forma, a cada situação marcada pela desmedida, a palavra dos pais só entrava em cena para indicar (tanto para os próprios pais quanto para o filho) a total precariedade da função coibidora e limitadora que um dia ela pôde ter desempenhado.
  • 10. Não é a lei que barra o acesso do sujeito ao gozo Jacques Lacan, em 1966, nos Escritos
  • 11. O que especialmente conduziu este jovem à análise foi um acontecimento bastante específico: ele estava em uma festa que já se prolongava por várias horas, junto de colegas da escola, e após a ingestão de uma grande quantidade de vodka, ele não mais se deu conta do que se passava. Ao acordar, em um canto da sala, percebeu - ainda bastante obnubilado - que ele havia passado algum tempo “apagado” e, subitamente, percebeu que havia perdido o controle dos esfíncteres. Deu-se conta, em meio a vômitos, salivas, suores e o corpo largado como dejeto que naquele momento ele estava também envolvido por urina e fezes. De forma bem especial, o jovem se dizia bastante tocado (no caso, surgiu o pathos do constrangimento e da vergonha) não bem com o ocorrido, mas sim com o olhar dos outros;
  • 12. Este chamado ao gozo não se restringia a esta apresentação pública de um corpo vazado, por assim dizer. A isto iam se somando agressões físicas entre o paciente e seus pais, mais notavelmente entre o paciente e seu pai. Este pai, há alguns anos, era tido como um homem bem sucedido financeiramente mas que, atuando no ramo das construtoras, veio a falir desastrosamente. Portava atualmente um diagnóstico de transtorno afetivo bipolar que, junto da vigorosa medicação e do início de um Parkinson, o incapacitavam para o trabalho. Era atualmente um pai do qual o filho exigia que algo lhe fosse dado (a exigência era inversamente proporcional à falência do pai), sendo insuportável para este filho a encarnação ininterrupta, dentro de casa, de um pai em declínio.
  • 13. não teríamos um Supereu implacável especialmente na adolescência?
  • 14. Fragmento clínico 2: Uma jovem, próxima de seus 15 anos de idade, foi levada a mim - um tanto quanto a contragosto - pela mãe, bastante aflita diante de sua impotência face aos constantes desentendimentos com a filha e as recorrentes atuações desta. Na primeira sessão, mãe e filha são ouvidas por mim em conjunto. Em um dado momento da sessão, a jovem diz para a mãe, em um tom bem inamistoso: “Você vai continuar dizendo tudo para ele?. Se você continuar a falar de mim, eu vou embora!”
  • 15. Vendo que a mãe prosseguia na descrição dos impasses instalados entre as duas, a filha bruscamente se retirou do consultório. Um tanto quanto atônita, a mãe parecia não saber muito bem o que fazer, naquele momento (e isto veio a se mostrar como emblemático quanto a todos os entraves postos entre mãe e filha): disse-lhe para prosseguir com a tarefa que, caso contrário, ficaria inconclusa: dizer sobre aquilo que estava marcado pelo desencontro entre mãe e filha.
  • 16. Há aproximadamente 2 anos, a mãe não mais conseguia reconhecer na filha a bela e companheira criança de tempos passados. Ao ver da mãe, a filha queria insistentemente a sua ruína. A mãe já se encontrava separada do pai de sua filha e, sozinha a maior parte do tempo, tentava a duras penas dar conta da filha.
  • 17. Em meio a agressões mútuas (verbais e físicas), a jovem indicava claramente uma impossibilidade em ser freada: Decidiu, por si mesma, abandonar os estudos. Paralelamente, sempre indicava para a mãe que estava indo a alguns lugares quando, na verdade, encontrava-se em outros, com outras companhias. Na ausência de uma lei apaziguadora não restava para a filha outro caminho a não ser as constantes atuações e apelar para a Polícia: ela denunciou a mãe por maus tratos.
  • 18. Não é a lei que barra o acesso do sujeito ao gozo Jacques Lacan, em 1966, nos Escritos
  • 19. É o prazer que oferece ao gozo seus limites Jacques Lacan, em 1966 Jacques Lacan, em 1966, nos Escritos
  • 20. A Clínica Psicanalítica pode, atualmente, oferecer outras vias a estes sujeitos? Como operar com o gozo que se impõe ao nosso tempo?
  • 21. Prosseguiremos com o tema: 18/06: Neurose obsessiva e transtorno afetivo bipolar Até lá! Acesso a este conteúdo: www.alexandresimoes.com.br ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.