HOSPITAL SÃO JOÃO DE DEUS (parte 1): A ESCUTA PSICANALÍTICA NO HOSPITAL GERAL
Curso Lacan e a Psicanálise- Aula 14: Seminário 10 (A angústia): o não-todo na clínica
1. Lacan e a Psicanálise:interlocuções com a contemporaneidade Tema: Seminário 10 (A angústia): o não-todo na clínica Coordenação Alexandre Simões ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
2. Em nosso último encontro ... ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
3. A “extração” do objeto a: Além do recurso à operação de divisão, Lacan também proporá o problema da extração do objeto. Ou seja, o objeto não é algo dado, porém, é efeito de uma operação, na qual alguma coisa haverá de ser extraída do sujeito.
4. Objeto a: aquilo que é extraído da intimidade (daí, a “ex-timidade”), tendo como consistência a experiência da queda: o objeto que cai. ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
5. Objeto a: Como objeto destacável; Caducidade do objeto; Sem imagem especular; Como objeto parcial: seio, fezes, olhar, voz; ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
6. Isto nos leva a considerar as relações do corpo com o objeto ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
7. A perspectiva de Lacan: o corpo afetado pelo inconsciente expõe o sujeito de um significante ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
8. O corpo é afetado pelo inconsciente na medida em que a dimensão do significante tem ressonância nele, isto é, um dizer faz eco nesse corpo e isso só é possível acontecer em uma materialidade sensível aosignificante Como o corpo é afetado pelo inconsciente ? ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
9. Esta afetação do corpo pela linguagem será teorizada por Jacques Lacan no ano seguinte ao Seminário 10: alienação (como operação fundante do sujeito) ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
10. A orientação clínica que Lacan nos oferece nesta circunstância leva-nos a considerar que a afetação do corpo pelo significante é concomitante a um esvaziamento da carne, a uma extração (-> a libra de carne) ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
11. O conceito lacaniano de gozo oferece-nos condições clínicas para lidar com este esvaziamento (e as figuras de seu retorno sobre o corpo)
12. Assim, somos levados a considerar que há um gozo alojado no corpo (este traz a marca da ressonância) ao lado de um gozo que habita alhures... ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
13. “... o objeto como causa de sua falta [falta do sujeito] é absolutamente estranho ao sujeito que nos fala.” (Seminário 10, p. 154) ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
14. Daí, em diversos momentos do Seminário 10, Lacan afirmar que o objeto a não é especular ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
15. Há uma incógnita no objeto ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
16. Angústia como um termo médio: gozo angústia desejo ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
17. É exatamente esta fronteira da angústia com o estranho, que conduz Lacan a propor uma fábula para nos indicar que o que se passa na angústia tem íntima relação com o desejo do Outro
18. A fábula do louva-a-deus gigante: ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
19. Vale lembrar uma característica do ato sexual do louva-a-deus: a fêmea, depois do cruzamento, devora o louva-a-deus macho. ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
20. Lacan nos leva a imaginar um encontro com um louva-a-deus gigantesco. Há um detalhe: neste encontro, estamos vestindo a roupa de um louva-a-deus: “Como eu não sabia a máscara que estava usando, é fácil vocês imaginarem que tinha certa razão para não estar tranquilo, dada a possibilidade de que essa máscara porventura não fosse imprópria para induzir minha parceira a algum erro sobre minha identidade. A coisa foi bem assinalada por eu haver acrescentado que não via minha própria imagem no espelho enigmático do globo ocular do inseto.” (Seminário 10, p. 14)
21. ANGÚSTIA: expõe clinicamente a apreensão do desejo do Outro como tal, uma vez que justamente ignoro minhas insígnias. Não sei o que sou como objeto para o Outro ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
22. "o inconsciente não é que o homem não sabe o que diz, mas que não sabe quem o diz”(Seminário 17, p. 66)
23. Prosseguiremos com o tema As subjetivações na contemporaneidade Até lá! Acesso a este conteúdo: www.alexandresimoes.com.br ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.