O documento discute vários modelos e estratégias de leitura, incluindo modelos estruturalistas, de processamento de dados e interacionistas, além de abordagens sintético-analíticas, das hipóteses múltiplas e construtivistas. Também descreve técnicas de leitura seletiva como skimming e scanning e estratégias para tornar a leitura mais eficaz, como reconhecimento visual rápido e uso da visão periférica.
3. Modelos de leitura (1)
• Modelo estruturalista
– Associação de um significado a um estímulo visual -
processo de ‘recodificação sonora’
• Modelo de processamento de dados
– Tarefa cognitiva que se desenvolve por etapas ordenadas
– do estímulo sensorial à ‘resposta’ (realização fonética
com base nas características fonológicas)
4. Modelos de leitura (2)
• Modelo interacionista (Vygotsky, Luria)
– Atividade de reconhecimento e compreensão
• Deixa de se basear no reconhecimento da estrutura fonológica
para se centrar no reconhecimento global das ‘formas’ ou
unidades linguísticas (‘palavras’)
• Implica recurso ao contexto linguístico (ou cotexto) e mesmo ao
contexto situacional.
5. Modelos de leitura (3)
• Conceção sintético-analítica da leitura
– Processos indutivos ou ascendentes (bottom-up), através
dos quais se relaciona o que se vê (o que se conhece) com
o que é novo e se antecipam dados/sequências/sentidos.
– Processos dedutivos ou descendentes (top-down), através
dos quais se testam (confirmam/infirmam) as
antecipações e se globaliza a interpretação
6. Modelos de leitura (4)
• Modelo das hipóteses múltiplas
– Decorre de desenvolvimentos associados à conceção
sintético-analítica da leitura
• plano local (micro-estruturas linguísticas)
• plano global (macro-estrutura textual)
– Recurso a processos conscientes que ajudem/monitorizem
a interpretação
• (Estratégias cognitivas)
• Estratégias metacognitivas – que desautomatizam de forma
consciente as estratégias cognitivas
7. Modelos de leitura (5)
• Modelo construtivista
– Esquemas e subesquemas (cognitivos) – blocos de
conhecimentos estruturados que são ativados em
diferentes situações
– Ler corresponde a estabelecer o confronto entre os
esquemas propostos pelo texto e os esquemas de que
dispõe a pessoa que lê
• Modelo reconstrutor
– A interação comunicativa
– Ler corresponde a ‘recuperar’ os objetivos do autor – ie,
recuperar o modelo de produção
8. Tipos de leitura
• Leitura integral / leitura seletiva
• Leitura funcional
• Leitura analítica e crítica
• Leitura recreativa
9. Como lemos?
http://www.mes-exams.com/LR/lecture-rapide-2.htm
10. Como lemos?
• Durante a leitura, o olho não se desloca de
modo contínuo ao longo da linha de escrita.
• Constatação descrita pela primeira vez por
volta de 1878/79, por um oftalmologista
francês, Émile Javal (Luegi, 2006: 21)
11. Como lemos?
• De facto, o olho – que só pode ver quando
está imóvel – desloca-se por saltos sucessivos,
durante a leitura.
12. Como lemos?
• “As sacadas, ou seja, os saltos oculares que
ocorrem durante a leitura ou durante o
visionamento de imagens, são movimentos
muito rápidos, realizados da esquerda para a
direita (na leitura das escritas que se realizam
da esquerda para a direita e de cima para
baixo) (…)” Luegi, 2006: 22
14. Como lemos?
• Leitor lento: 2 palavras por fixação
• Leitor médio: 3 a 4 palavras por fixação
• Leitor rápido: 5 palavras ou mais por fixação
Que hábitos de leitura? Para que objetivos?
“Maus hábitos de leitura”: leitura palavra a palavra,
sílaba a sílaba – associada a uma redução do
campo de visão, que reduz a velocidade de leitura e
a compreensão do que se lê.
http://www.mes-exams.com/LR/lecture-rapide-2.htm
15. Como lemos?
• Sabe-se hoje que quer a duração das fixações
quer a amplitude das sacadas (ou localização
das fixações) varia
– de sujeito para sujeito
– em função da tarefa realizada
– em função da acuidade visual
16. Sacadas…
• “As sacadas, ou seja, os saltos oculares que
ocorrem durante a leitura ou durante o
visionamento de imagens, são movimentos
muito rápidos, realizados da esquerda para a
direita (na leitura das escritas que se realizam
da esquerda para a direita e de cima para
baixo) (…)” Luegi, 2006: 22
17. … direcção das sacadas…
• “Cerca de 15% dos movimentos sacádicos durante a
leitura são movimentos regressivos, ou seja, partem
da direita para a esquerda, para regiões anteriores
do texto, na mesma linha ou em algumas linhas
acima. Estes movimentos acontecem, sobretudo,
quando se registam dificuldades no processamento
da informação (…).”
Luegi, 2006: 25
18. …e tempo de fixação
• A duração de fixação de determinada palavra
pode ser influenciada pelo cotexto em que se
insere: quando uma palavra é previsível em
determinado cotexto, o seu tempo de fixação
é menor do que num cotexto em que seja
pouco previsível.
20. Leitura selectiva
• A leitura selectiva opõe-se à leitura integral e
consiste em seleccionar a informação.
• Compreende duas técnicas essenciais:
– Écrémage (ingl. Skimming) – selecção
– Repérage (ingl. Scanning) – localização
21. Leitura selectiva: skimming e scanning
• Skimming (ingl.) – écrémage (fr), selecção (port.)
– Consiste em identificar rapidamente as ideias principais, fazendo
uma leitura rápida.
– Recorre-se a cabeçalhos, títulos, sub-títulos e inter-títulos,
parágrafos introdutórios e conclusivos, numerações, etc.
– É útil quando se procura informação específica e quando se quer
perceber se um determinado texto é útil ou não para a tarefa a
realizar.
– Pode utilizar-se esta técnica com maior ou menor grau de
seletividade, de acordo com as necessidades e os textos em causa.
22. Leitura selectiva: skimming e scanning
• Scanning (ingl.) – repérage (fr.), localização (port.)
– Exige que o leitor saiba aquilo de que está à procura.
– Corresponde a uma leitura rápida, no intuito de localizar palavras-
chave (conceitos) – da “mesma” forma que se procura uma palavra
num dicionário.
– Presta-se atenção a aspectos semiogáficos – como negritos, itálicos,
mudanças de cor ou de tipo de letra – e a organizadores textuais –
como “por um lado…, por outro…”, “em primeiro lugar…, em
segundo lugar…, finalmente…”.
– Depois de se fazer o scanning, pode ser útil voltar atrás utilizando a
técnica de skimming.
25. Leitura em diagonal / Leitura ativa
• Estratégias para uma leitura ativa:
– facilitam a tarefa, ajudando à concentração, ajudam a memorizar e
interiorizar a informação e disponibilizam a mesma para ser
posteriormente retomada.
– Estratégias recomendadas:
• Técnicas de registo: sublinhados, “highlights”, anotações, etc.
• Identificação de palavras-chave
• Criação de glossários (que permitem e/ou facilitam o
esclarecimento dos conceitos);
• Elaboração de tabelas de conteúdos
• Redação de resumos – parciais, a vários níveis da organização do
texto (livro, artigo, etc.)
26. Para tornar a leitura (mais) eficaz
• Reconhecimento visual das palavras
• Utilizar a visão periférica e limitar o nº de fixações por linha.
• Adaptar a velocidade de leitura ao grau de dificuldade
• Na(s) primeira(s) leitura(s), identificar conceitos chave e
conceitos recorrentes, palavras de ligação, introduções e
conclusões.
• Localizar as passagens centrais do texto (reduzir a
velocidade antes, aumentar depois)
• Não perder de vista as questões para as quais se procura
resposta.