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1170-(2)                                                       Diário da República, 1.ª série — N.º 69 — 9 de Abril de 2010

      MINISTÉRIOS DA SAÚDE E DA EDUCAÇÃO                           Assim:
                                                                   Ao abrigo do disposto no artigo 12.º da Lei n.º 60/2009,
                 Portaria n.º 196-A/2010                        de 6 de Agosto, manda o Governo, pela Ministra da Saúde
                                                                e pela Ministra da Educação, o seguinte:
                       de 9 de Abril
                                                                                         Artigo 1.º
   As matérias respeitantes à educação para a saúde
e educação sexual têm merecido, em tempos mais re-                                         Objecto
centes, particular atenção por parte da sociedade por-             A presente portaria procede à regulamentação da Lei
tuguesa.                                                        n.º 60/2009, de 6 de Agosto, que estabelece a educação
   Assim, já em 1999, veio a ser publicada a Lei n.º 120/99,    sexual nos estabelecimentos do ensino básico e do en-
de 11 de Agosto, que reforça as garantias do direito à saúde    sino secundário e define as respectivas orientações cur-
reprodutiva. Esta lei foi regulamentada pelo Decreto-Lei        riculares adequadas para os diferentes níveis de ensino.
n.º 259/2000, de 17 de Outubro, que perspectiva a escola
como entidade competente para integrar estratégias de                                    Artigo 2.º
promoção da saúde sexual, tanto no desenvolvimento do
currículo como na organização de actividades de enriqueci-                              Modalidades
mento curricular, favorecendo a articulação escola-família         1 — Para a prossecução das finalidades da educação
(artigo 1.º deste último diploma).                              sexual previstas no artigo 2.º da Lei n.º 60/2009, de 6 de
   A referida legislação incluiu a educação sexual nos          Agosto, a educação sexual é aplicada nos ensinos básico
currículos do ensino básico e secundário integrada na           e secundário, no âmbito da educação para a saúde, nos
área da educação para a saúde, área da qual fazem parte,        termos fixados em despacho do membro do Governo res-
igualmente, a educação alimentar, a actividade física, a        ponsável pela área da educação que regulamenta o âmbito
prevenção de consumos nocivos e a prevenção da violência        das áreas curriculares não disciplinares.
em meio escolar.                                                   2 — No ensino profissional, a educação sexual integra-
   O conceito actual de educação para a saúde tem sub-          -se igualmente na área da educação para a saúde, sendo
jacente a ideia de que a informação permite identificar         atribuída ao director de escola a competência para, em
comportamentos de risco, reconhecer os benefícios dos           concertação com o professor coordenador da área da edu-
comportamentos adequados e suscitar comportamentos              cação para a saúde e os directores de turma, definir quais
de prevenção.                                                   os temas que devem ser abordados nas áreas curriculares
   A educação para a saúde tem, pois, como objectivos           disciplinares, sem prejuízo da actuação dos gabinetes de
centrais a informação e a consciencialização de cada pes-       informação e apoio ao aluno previstos no artigo 10.º da
soa acerca da sua própria saúde e a aquisição de com-           Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto.
petências que a habilitem para uma progressiva auto-               3 — Os conteúdos da educação sexual são desenvol-
-responsabilização.                                             vidos no quadro das áreas curriculares não disciplinares
   A educação sexual foi integrada por lei na educação          e devem respeitar a transversalidade inerente às várias
para a saúde precisamente por obedecer ao mesmo con-            disciplinas, integrando-se igualmente nas áreas curriculares
ceito de abordagem com vista à promoção da saúde física,        disciplinares.
psicológica e social.                                                                    Artigo 3.º
   Mais recentemente, o Governo, através do despacho
                                                                                   Conteúdos curriculares
n.º 25 995/2005 (2.ª série), de 16 de Dezembro, determinou
a obrigatoriedade de as escolas incluírem no seu projecto          1 — As orientações curriculares respeitantes aos con-
educativo a área da educação para a saúde, combinando a         teúdos da educação sexual devem respeitar os objectivos
transversalidade disciplinar com inclusão temática na área      mínimos constantes do quadro anexo à presente portaria,
curricular não disciplinar.                                     da qual faz parte integrante.
   Na sequência e reconhecendo que a educação sexual é             2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, os
uma das dimensões da educação para a saúde, a Assem-            conteúdos da educação sexual são ministrados nas áreas cur-
bleia da República fez aprovar em 2009, através da Lei          riculares não disciplinares, designadamente em formação
n.º 60/2009, de 6 de Agosto, um conjunto de princípios e        cívica e completados pelas áreas curriculares disciplinares.
regras, em matéria de educação sexual, prevendo, desde             3 — A gestão curricular da educação sexual enqua-
logo, a organização funcional da educação sexual nas es-        drada na área de formação cívica deve ser estabelecida
colas.                                                          pelo professor coordenador da educação para a saúde, em
   Neste contexto, consagram-se as bases gerais do re-          articulação com os directores de turma.
gime de aplicação da educação sexual em meio escolar,
conferindo-lhe o estatuto e obrigatoriedade, com uma carga                               Artigo 4.º
horária adaptada e repartida por cada nível de ensino,
                                                                          Elaboração do projecto educativo da escola
especificada por cada turma e distribuída de forma equili-
brada pelos diversos períodos do ano lectivo e, por último,        1 — Os termos em que se concretiza a inclusão da edu-
estabelecendo-se ainda que a educação sexual deva ser           cação sexual nos projectos educativos dos agrupamentos
desenvolvida pela escola e pela família, numa parceria que      de escolas e das escolas não agrupadas são definidos pelo
permita respeitar o pluralismo das concepções existentes        respectivo conselho pedagógico e dependem de parecer
na sociedade portuguesa.                                        do conselho geral, no qual têm assento os professores da
   Pela presente portaria procede-se à regulamentação da        escola, representantes dos pais e, nos agrupamentos de
Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto, nas matérias e nos termos      escolas e escolas não agrupadas onde seja leccionado o
nela previstos.                                                 ensino secundário, representantes dos estudantes.
Diário da República, 1.ª série — N.º 69 — 9 de Abril de 2010                                                         1170-(3)

   2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o                                   Artigo 8.º
conselho pedagógico deve assegurar que os pais e encar-                                  Formação
regados de educação sejam ouvidos em todas as fases de
organização da educação sexual no respectivo agrupamento          A formação a que se referem os n.os 4 e 6 do artigo 8.º da
de escolas ou escola não agrupada.                             Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto, é assegurada pela Direcção-
                                                               -Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular do
                        Artigo 5.º                             Ministério da Educação, que desenvolverá para o efeito
                       Carga horária                           as acções e os projectos necessários à sua concretização,
                                                               estabelecendo parcerias com a Direcção-Geral da Saúde,
   1 — A carga horária dedicada à educação sexual é adap-      as instituições do ensino superior e o Instituto Português da
tada a cada nível de ensino e a cada turma.                    Juventude, I. P., bem como as organizações devidamente
   2 — De acordo com os limites definidos no artigo 5.º da     credenciadas.
Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto, a carga horária não pode                                Artigo 9.º
ser inferior a seis horas para os 1.º e 2.º ciclos do ensino
básico, nem inferior a doze horas para o 3.º ciclo do ensino                             Parcerias
básico e secundário, distribuídas de forma equilibrada pelos      1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 9.º da Lei
diversos períodos do ano lectivo.                              n.º 60/2009, de 6 de Agosto, a Direcção-Geral de Inova-
   3 — São ainda imputados à educação sexual tempos            ção e de Desenvolvimento Curricular pode estabelecer
lectivos de disciplinas e de iniciativas e acções extracur-    com outras entidades devidamente credenciadas na área
riculares que se relacionem com esta área.                     da educação para a saúde e educação sexual acordos de
                                                               parceria, visando o desenvolvimento das acções de forma-
                        Artigo 6.º                             ção previstas no artigo 8.º
                      Pessoal docente                             2 — A educação para a saúde e a educação sexual é
                                                               apoiada ao nível local pela unidade de saúde pública com-
   1 — Ao desempenho do cargo de professor coordenador         petente no âmbito da actividade de saúde escolar.
da educação para a saúde, na qual se inclui a educação
sexual, é aplicável o disposto no n.º 2 do artigo 80.º do                               Artigo 10.º
Estatuto da Carreira Docente, aprovado pelo Decreto-Lei
                                                                          Gabinetes de informação e apoio ao aluno
n.º 139-A/90, de 28 de Abril, na sua redacção actual.
   2 — O exercício da função de professor coordenador             1 — Para a concretização do previsto no artigo 10.º
de educação para a saúde confere direito a uma redução da      da Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto, cabe ao director de
componente lectiva nos termos que vierem a ser definidos       escola, ouvida a equipa de educação para a saúde, definir
por despacho do membro do Governo responsável pela             a organização bem como as normas de funcionamento
área da educação.                                              dos gabinetes de informação e apoio ao aluno previstos
   3 — As acções de formação realizadas por docentes           naquele preceito legal.
no âmbito da educação para a saúde e educação sexual              2 — Para efeito do disposto no número anterior e em es-
são consideradas, para todos os efeitos, como efectuadas       pecial do estabelecido no n.º 3 do mencionado artigo 10.º da
na área correspondente ao seu grupo de recrutamento.           Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto, os gabinetes de informa-
                                                               ção e apoio ao aluno são, igualmente, articulados com os
                        Artigo 7.º                             gabinetes de saúde juvenil e unidades móveis, ao dispor das
                        Organização                            escolas pelo Instituto Português da Juventude, I. P., e nos
                                                               termos previstos na Portaria n.º 655/2008, de 25 de Julho.
   1 — Cada agrupamento de escolas e escola não agru-             3 — Os serviços competentes do Ministério da Edu-
pada designa através do director de escola respectivo um       cação asseguram o apoio técnico e o enquadramento de
professor coordenador da educação para a saúde, na qual se     referência para a organização dos gabinetes de informação
inclui a educação sexual, de entre os docentes que reúnam,     e apoio ao aluno.
sucessivamente, os seguintes requisitos:
                                                                  A Ministra da Saúde, Ana Maria Teodoro Jorge, em
   a) Formação creditada na área da educação para a saúde      7 de Abril de 2010. — A Ministra da Educação, Maria
e educação sexual e experiência adquirida nesta área não       Isabel Girão de Melo Veiga Vilar, em 1 de Abril de 2010.
inferior a três anos;
   b) Formação creditada na área da educação para a saúde                              QUADRO ANEXO
e educação sexual;                                                         (a que se refere o n.º 1 do artigo 3.º)
   c) Experiência adquirida na área da educação para a
saúde não inferior a um ano;                                     Os objectivos mínimos da área de educação sexual de-
   d) Directores de turma.                                     vem contemplar os seguintes conteúdos que podem ser
                                                               abordados nas áreas disciplinares ou nas áreas curriculares
   2 — Cada agrupamento de escolas e escola não agru-          não disciplinares.
pada constitui uma equipa de educação para a saúde, na                           1.º ciclo (1.º ao 4.º anos)
qual se inclui a educação sexual, com uma dimensão pro-
porcional ao número de turmas existentes, a definir pelo         Noção de corpo;
director de escola respectivo, coordenada pelo professor         O corpo em harmonia com a Natureza e o seu ambiente
coordenador da educação para a saúde e educação sexual.        social e cultural;
   3 — O director de escola designa os elementos que             Noção de família;
integram a equipa referida no número anterior preferen-          Diferenças entre rapazes e raparigas;
cialmente de entre os directores de turma do agrupamento         Protecção do corpo e noção dos limites, dizendo não às
ou de entre os professores de escolas do 1.º ciclo.            aproximações abusivas.
1170-(4)                                                       Diário da República, 1.ª série — N.º 69 — 9 de Abril de 2010

                             2.º ano                            da imunodeficiência humana — HPV2/vírus do papiloma
   Para além das rubricas incluídas nos programas de meio       humano — e suas consequências) bem como os méto-
físico, o professor deve esclarecer os alunos sobre questões    dos de prevenção. Saber como se protege o seu próprio
e dúvidas que surjam naturalmente, respondendo de forma         corpo, prevenindo a violência e o abuso físico e sexual e
simples e clara.                                                comportamentos sexuais de risco, dizendo não a pressões
                         3.º e 4.º anos
                                                                emocionais e sexuais;
                                                                   Conhecimento das taxas e tendências de maternidade
   Para além das rubricas incluídas nos programas de meio       e da paternidade na adolescência e compreensão do res-
físico, o professor poderá desenvolver temas que levem os       pectivo significado;
alunos a compreender a necessidade de proteger o próprio           Conhecimento das taxas e tendências das interrupções
corpo, de se defender de eventuais aproximações abusi-          voluntárias de gravidez, suas sequelas e respectivo sig-
vas, aconselhando que, caso se deparem com dúvidas ou           nificado;
problemas de identidade de género, se sintam no direito            Compreensão da noção de parentalidade no quadro de
de pedir ajuda às pessoas em quem confiam na família            uma saúde sexual e reprodutiva saudável e responsável;
ou na escola.                                                      Prevenção dos maus tratos e das aproximações abusivas.
                   2.º ciclo (5.º e 6.º anos)                                          Ensino secundário
   Puberdade — aspectos biológicos e emocionais;                  Compreensão ética da sexualidade humana.
   O corpo em transformação;
   Caracteres sexuais secundários;                                 Sem prejuízo dos conteúdos já enunciados no 3.º ciclo,
   Normalidade, importância e frequência das suas varian-       sempre que se entenda necessário, devem retomar-se te-
tes biopsicológicas;                                            mas previamente abordados, pois a experiência demonstra
   Diversidade e respeito;                                      vantagens de se voltar a abordá-los com alunos que, nesta
   Sexualidade e género;                                        fase de estudos, poderão eventualmente já ter iniciado a
   Reprodução humana e crescimento; contracepção e              vida sexual activa. A abordagem deve ser acompanhada
planeamento familiar;                                           por uma reflexão sobre atitudes e comportamentos dos
   Compreensão do ciclo menstrual e ovulatório;                 adolescentes na actualidade:
   Prevenção dos maus tratos e das aproximações abusivas;
   Dimensão ética da sexualidade humana.                           Compreensão e determinação do ciclo menstrual em
                                                                geral, com particular atenção à identificação, quando pos-
                  3.º ciclo (7.º ao 9.º anos)                   sível, do período ovulatório, em função das características
                                                                dos ciclos menstruais.
   Dimensão ética da sexualidade humana:                           Informação estatística, por exemplo sobre:
   Compreensão da sexualidade como uma das componen-
tes mais sensíveis da pessoa, no contexto de um projecto           Idade de início das relações sexuais, em Portugal e na UE;
de vida que integre valores (por exemplo: afectos, ternura,        Taxas de gravidez e aborto em Portugal;
crescimento e maturidade emocional, capacidade de lidar            Métodos contraceptivos disponíveis e utilizados; segu-
com frustrações, compromissos, abstinência voluntária) e        rança proporcionada por diferentes métodos; motivos que
uma dimensão ética;                                             impedem o uso de métodos adequados;
   Compreensão da fisiologia geral da reprodução humana;           Consequências físicas, psicológicas e sociais da ma-
   Compreensão do ciclo menstrual e ovulatório;                 ternidade e da paternidade de gravidez na adolescência
   Compreensão do uso e acessibilidade dos métodos              e do aborto;
contraceptivos e, sumariamente, dos seus mecanismos de             Doenças e infecções sexualmente transmissíveis (como
acção e tolerância (efeitos secundários);                       infecção por VIH e HPV) e suas consequências;
   Compreensão da epidemiologia das principais IST em              Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis;
Portugal e no mundo (incluindo infecção por VIH/vírus              Prevenção dos maus tratos e das aproximações abusivas.




I SÉRIE                                                                        Preço deste número (IVA incluído 5 %)
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               Depósito legal n.º 8814/85   ISSN 0870-9963     Correio electrónico: dre@incm.pt • Tel.: 21 781 0870 • Fax: 21 394 5750

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MINISTÉRIOS DA SAÚDE E DA EDUCAÇÃO

  • 1. 1170-(2) Diário da República, 1.ª série — N.º 69 — 9 de Abril de 2010 MINISTÉRIOS DA SAÚDE E DA EDUCAÇÃO Assim: Ao abrigo do disposto no artigo 12.º da Lei n.º 60/2009, Portaria n.º 196-A/2010 de 6 de Agosto, manda o Governo, pela Ministra da Saúde e pela Ministra da Educação, o seguinte: de 9 de Abril Artigo 1.º As matérias respeitantes à educação para a saúde e educação sexual têm merecido, em tempos mais re- Objecto centes, particular atenção por parte da sociedade por- A presente portaria procede à regulamentação da Lei tuguesa. n.º 60/2009, de 6 de Agosto, que estabelece a educação Assim, já em 1999, veio a ser publicada a Lei n.º 120/99, sexual nos estabelecimentos do ensino básico e do en- de 11 de Agosto, que reforça as garantias do direito à saúde sino secundário e define as respectivas orientações cur- reprodutiva. Esta lei foi regulamentada pelo Decreto-Lei riculares adequadas para os diferentes níveis de ensino. n.º 259/2000, de 17 de Outubro, que perspectiva a escola como entidade competente para integrar estratégias de Artigo 2.º promoção da saúde sexual, tanto no desenvolvimento do currículo como na organização de actividades de enriqueci- Modalidades mento curricular, favorecendo a articulação escola-família 1 — Para a prossecução das finalidades da educação (artigo 1.º deste último diploma). sexual previstas no artigo 2.º da Lei n.º 60/2009, de 6 de A referida legislação incluiu a educação sexual nos Agosto, a educação sexual é aplicada nos ensinos básico currículos do ensino básico e secundário integrada na e secundário, no âmbito da educação para a saúde, nos área da educação para a saúde, área da qual fazem parte, termos fixados em despacho do membro do Governo res- igualmente, a educação alimentar, a actividade física, a ponsável pela área da educação que regulamenta o âmbito prevenção de consumos nocivos e a prevenção da violência das áreas curriculares não disciplinares. em meio escolar. 2 — No ensino profissional, a educação sexual integra- O conceito actual de educação para a saúde tem sub- -se igualmente na área da educação para a saúde, sendo jacente a ideia de que a informação permite identificar atribuída ao director de escola a competência para, em comportamentos de risco, reconhecer os benefícios dos concertação com o professor coordenador da área da edu- comportamentos adequados e suscitar comportamentos cação para a saúde e os directores de turma, definir quais de prevenção. os temas que devem ser abordados nas áreas curriculares A educação para a saúde tem, pois, como objectivos disciplinares, sem prejuízo da actuação dos gabinetes de centrais a informação e a consciencialização de cada pes- informação e apoio ao aluno previstos no artigo 10.º da soa acerca da sua própria saúde e a aquisição de com- Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto. petências que a habilitem para uma progressiva auto- 3 — Os conteúdos da educação sexual são desenvol- -responsabilização. vidos no quadro das áreas curriculares não disciplinares A educação sexual foi integrada por lei na educação e devem respeitar a transversalidade inerente às várias para a saúde precisamente por obedecer ao mesmo con- disciplinas, integrando-se igualmente nas áreas curriculares ceito de abordagem com vista à promoção da saúde física, disciplinares. psicológica e social. Artigo 3.º Mais recentemente, o Governo, através do despacho Conteúdos curriculares n.º 25 995/2005 (2.ª série), de 16 de Dezembro, determinou a obrigatoriedade de as escolas incluírem no seu projecto 1 — As orientações curriculares respeitantes aos con- educativo a área da educação para a saúde, combinando a teúdos da educação sexual devem respeitar os objectivos transversalidade disciplinar com inclusão temática na área mínimos constantes do quadro anexo à presente portaria, curricular não disciplinar. da qual faz parte integrante. Na sequência e reconhecendo que a educação sexual é 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, os uma das dimensões da educação para a saúde, a Assem- conteúdos da educação sexual são ministrados nas áreas cur- bleia da República fez aprovar em 2009, através da Lei riculares não disciplinares, designadamente em formação n.º 60/2009, de 6 de Agosto, um conjunto de princípios e cívica e completados pelas áreas curriculares disciplinares. regras, em matéria de educação sexual, prevendo, desde 3 — A gestão curricular da educação sexual enqua- logo, a organização funcional da educação sexual nas es- drada na área de formação cívica deve ser estabelecida colas. pelo professor coordenador da educação para a saúde, em Neste contexto, consagram-se as bases gerais do re- articulação com os directores de turma. gime de aplicação da educação sexual em meio escolar, conferindo-lhe o estatuto e obrigatoriedade, com uma carga Artigo 4.º horária adaptada e repartida por cada nível de ensino, Elaboração do projecto educativo da escola especificada por cada turma e distribuída de forma equili- brada pelos diversos períodos do ano lectivo e, por último, 1 — Os termos em que se concretiza a inclusão da edu- estabelecendo-se ainda que a educação sexual deva ser cação sexual nos projectos educativos dos agrupamentos desenvolvida pela escola e pela família, numa parceria que de escolas e das escolas não agrupadas são definidos pelo permita respeitar o pluralismo das concepções existentes respectivo conselho pedagógico e dependem de parecer na sociedade portuguesa. do conselho geral, no qual têm assento os professores da Pela presente portaria procede-se à regulamentação da escola, representantes dos pais e, nos agrupamentos de Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto, nas matérias e nos termos escolas e escolas não agrupadas onde seja leccionado o nela previstos. ensino secundário, representantes dos estudantes.
  • 2. Diário da República, 1.ª série — N.º 69 — 9 de Abril de 2010 1170-(3) 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o Artigo 8.º conselho pedagógico deve assegurar que os pais e encar- Formação regados de educação sejam ouvidos em todas as fases de organização da educação sexual no respectivo agrupamento A formação a que se referem os n.os 4 e 6 do artigo 8.º da de escolas ou escola não agrupada. Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto, é assegurada pela Direcção- -Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular do Artigo 5.º Ministério da Educação, que desenvolverá para o efeito Carga horária as acções e os projectos necessários à sua concretização, estabelecendo parcerias com a Direcção-Geral da Saúde, 1 — A carga horária dedicada à educação sexual é adap- as instituições do ensino superior e o Instituto Português da tada a cada nível de ensino e a cada turma. Juventude, I. P., bem como as organizações devidamente 2 — De acordo com os limites definidos no artigo 5.º da credenciadas. Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto, a carga horária não pode Artigo 9.º ser inferior a seis horas para os 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, nem inferior a doze horas para o 3.º ciclo do ensino Parcerias básico e secundário, distribuídas de forma equilibrada pelos 1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 9.º da Lei diversos períodos do ano lectivo. n.º 60/2009, de 6 de Agosto, a Direcção-Geral de Inova- 3 — São ainda imputados à educação sexual tempos ção e de Desenvolvimento Curricular pode estabelecer lectivos de disciplinas e de iniciativas e acções extracur- com outras entidades devidamente credenciadas na área riculares que se relacionem com esta área. da educação para a saúde e educação sexual acordos de parceria, visando o desenvolvimento das acções de forma- Artigo 6.º ção previstas no artigo 8.º Pessoal docente 2 — A educação para a saúde e a educação sexual é apoiada ao nível local pela unidade de saúde pública com- 1 — Ao desempenho do cargo de professor coordenador petente no âmbito da actividade de saúde escolar. da educação para a saúde, na qual se inclui a educação sexual, é aplicável o disposto no n.º 2 do artigo 80.º do Artigo 10.º Estatuto da Carreira Docente, aprovado pelo Decreto-Lei Gabinetes de informação e apoio ao aluno n.º 139-A/90, de 28 de Abril, na sua redacção actual. 2 — O exercício da função de professor coordenador 1 — Para a concretização do previsto no artigo 10.º de educação para a saúde confere direito a uma redução da da Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto, cabe ao director de componente lectiva nos termos que vierem a ser definidos escola, ouvida a equipa de educação para a saúde, definir por despacho do membro do Governo responsável pela a organização bem como as normas de funcionamento área da educação. dos gabinetes de informação e apoio ao aluno previstos 3 — As acções de formação realizadas por docentes naquele preceito legal. no âmbito da educação para a saúde e educação sexual 2 — Para efeito do disposto no número anterior e em es- são consideradas, para todos os efeitos, como efectuadas pecial do estabelecido no n.º 3 do mencionado artigo 10.º da na área correspondente ao seu grupo de recrutamento. Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto, os gabinetes de informa- ção e apoio ao aluno são, igualmente, articulados com os Artigo 7.º gabinetes de saúde juvenil e unidades móveis, ao dispor das Organização escolas pelo Instituto Português da Juventude, I. P., e nos termos previstos na Portaria n.º 655/2008, de 25 de Julho. 1 — Cada agrupamento de escolas e escola não agru- 3 — Os serviços competentes do Ministério da Edu- pada designa através do director de escola respectivo um cação asseguram o apoio técnico e o enquadramento de professor coordenador da educação para a saúde, na qual se referência para a organização dos gabinetes de informação inclui a educação sexual, de entre os docentes que reúnam, e apoio ao aluno. sucessivamente, os seguintes requisitos: A Ministra da Saúde, Ana Maria Teodoro Jorge, em a) Formação creditada na área da educação para a saúde 7 de Abril de 2010. — A Ministra da Educação, Maria e educação sexual e experiência adquirida nesta área não Isabel Girão de Melo Veiga Vilar, em 1 de Abril de 2010. inferior a três anos; b) Formação creditada na área da educação para a saúde QUADRO ANEXO e educação sexual; (a que se refere o n.º 1 do artigo 3.º) c) Experiência adquirida na área da educação para a saúde não inferior a um ano; Os objectivos mínimos da área de educação sexual de- d) Directores de turma. vem contemplar os seguintes conteúdos que podem ser abordados nas áreas disciplinares ou nas áreas curriculares 2 — Cada agrupamento de escolas e escola não agru- não disciplinares. pada constitui uma equipa de educação para a saúde, na 1.º ciclo (1.º ao 4.º anos) qual se inclui a educação sexual, com uma dimensão pro- porcional ao número de turmas existentes, a definir pelo Noção de corpo; director de escola respectivo, coordenada pelo professor O corpo em harmonia com a Natureza e o seu ambiente coordenador da educação para a saúde e educação sexual. social e cultural; 3 — O director de escola designa os elementos que Noção de família; integram a equipa referida no número anterior preferen- Diferenças entre rapazes e raparigas; cialmente de entre os directores de turma do agrupamento Protecção do corpo e noção dos limites, dizendo não às ou de entre os professores de escolas do 1.º ciclo. aproximações abusivas.
  • 3. 1170-(4) Diário da República, 1.ª série — N.º 69 — 9 de Abril de 2010 2.º ano da imunodeficiência humana — HPV2/vírus do papiloma Para além das rubricas incluídas nos programas de meio humano — e suas consequências) bem como os méto- físico, o professor deve esclarecer os alunos sobre questões dos de prevenção. Saber como se protege o seu próprio e dúvidas que surjam naturalmente, respondendo de forma corpo, prevenindo a violência e o abuso físico e sexual e simples e clara. comportamentos sexuais de risco, dizendo não a pressões 3.º e 4.º anos emocionais e sexuais; Conhecimento das taxas e tendências de maternidade Para além das rubricas incluídas nos programas de meio e da paternidade na adolescência e compreensão do res- físico, o professor poderá desenvolver temas que levem os pectivo significado; alunos a compreender a necessidade de proteger o próprio Conhecimento das taxas e tendências das interrupções corpo, de se defender de eventuais aproximações abusi- voluntárias de gravidez, suas sequelas e respectivo sig- vas, aconselhando que, caso se deparem com dúvidas ou nificado; problemas de identidade de género, se sintam no direito Compreensão da noção de parentalidade no quadro de de pedir ajuda às pessoas em quem confiam na família uma saúde sexual e reprodutiva saudável e responsável; ou na escola. Prevenção dos maus tratos e das aproximações abusivas. 2.º ciclo (5.º e 6.º anos) Ensino secundário Puberdade — aspectos biológicos e emocionais; Compreensão ética da sexualidade humana. O corpo em transformação; Caracteres sexuais secundários; Sem prejuízo dos conteúdos já enunciados no 3.º ciclo, Normalidade, importância e frequência das suas varian- sempre que se entenda necessário, devem retomar-se te- tes biopsicológicas; mas previamente abordados, pois a experiência demonstra Diversidade e respeito; vantagens de se voltar a abordá-los com alunos que, nesta Sexualidade e género; fase de estudos, poderão eventualmente já ter iniciado a Reprodução humana e crescimento; contracepção e vida sexual activa. A abordagem deve ser acompanhada planeamento familiar; por uma reflexão sobre atitudes e comportamentos dos Compreensão do ciclo menstrual e ovulatório; adolescentes na actualidade: Prevenção dos maus tratos e das aproximações abusivas; Dimensão ética da sexualidade humana. Compreensão e determinação do ciclo menstrual em geral, com particular atenção à identificação, quando pos- 3.º ciclo (7.º ao 9.º anos) sível, do período ovulatório, em função das características dos ciclos menstruais. Dimensão ética da sexualidade humana: Informação estatística, por exemplo sobre: Compreensão da sexualidade como uma das componen- tes mais sensíveis da pessoa, no contexto de um projecto Idade de início das relações sexuais, em Portugal e na UE; de vida que integre valores (por exemplo: afectos, ternura, Taxas de gravidez e aborto em Portugal; crescimento e maturidade emocional, capacidade de lidar Métodos contraceptivos disponíveis e utilizados; segu- com frustrações, compromissos, abstinência voluntária) e rança proporcionada por diferentes métodos; motivos que uma dimensão ética; impedem o uso de métodos adequados; Compreensão da fisiologia geral da reprodução humana; Consequências físicas, psicológicas e sociais da ma- Compreensão do ciclo menstrual e ovulatório; ternidade e da paternidade de gravidez na adolescência Compreensão do uso e acessibilidade dos métodos e do aborto; contraceptivos e, sumariamente, dos seus mecanismos de Doenças e infecções sexualmente transmissíveis (como acção e tolerância (efeitos secundários); infecção por VIH e HPV) e suas consequências; Compreensão da epidemiologia das principais IST em Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis; Portugal e no mundo (incluindo infecção por VIH/vírus Prevenção dos maus tratos e das aproximações abusivas. I SÉRIE Preço deste número (IVA incluído 5 %) € 0,40 Diário da República Electrónico: Endereço Internet: http://dre.pt Depósito legal n.º 8814/85 ISSN 0870-9963 Correio electrónico: dre@incm.pt • Tel.: 21 781 0870 • Fax: 21 394 5750 Toda a correspondência sobre assinaturas deverá ser dirigida para a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, S. A. Unidade de Publicações Oficiais, Marketing e Vendas, Avenida Dr. António José de Almeida, 1000-042 Lisboa