Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Educação Especial
1. Surdez: A(s) linguagem(ns) como Sistemas de Representação e Organização Mental Priscila Augusta Lima Therezinha Vieira
2. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1999, p. 8), dedine a deficiência auditiva como: (...) Perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala por intermédio do ouvido. Manifesta-se como: surdez leve/moderada: perda auditiva de até 70 decibéis, que dificulta, mas não impede o indivíduo de se expressar oralmente, bem como de perceber a voz humana, com ou sem a utilização de um aparelho auditivo. Surdez severa/profunda: perda acima de 70 decibéis que impede o indivíduo de entender, com ou sem aparelho auditivo, a voz humana, bem como de adquirir, naturalmente, o código da língua oral.
3. Etiologia da surdez • Não há diagnóstico exato • Hereditárias 30 à 50% • Congênitas • Surdez adquirida
4. Surdes,Cognição e Linguagem • Os estudos, psicogenéticos, conduzidos por esse teórico e seus colaboradores, mostram que essas crianças apresentam um pequeno “atraso” nos períodos pre-operatório e operatório-concreto. • No caso de surdez pré lingüística a aquisição de informações pelo sistema auditivo mostra-se prejudicada desde a fase inicial de aquisição da linguagem oral,que ocorre,para a maioria das crianças,por volta dos 18 meses. •Para os profundamente surdos,a situação e mais grave,pois implica a perda da linguagem. Nesse caso,se for dado ênfase só a linguagem oral, haverá muita dificudade de se desenvolver a fala e a escrita.
5. • A inteligência ou capacidade cognitiva é considerada normal nessas crianças.O que ocorre é um problema na aquisição de informações pelo sistema auditivo e a falta de desenvolvimento da linguagem,em casos de surdez pré lingüística,ou seja,manifestada antes do desenvolvimento da linguagem. • Vygotsky(1991)mostra a necessidade de interação com outras pessoas da cultura e de internalização do significados da cultura,por meio dessas interações.Surgem,então algumas idagações: -Nas interações com as pessoas surdas,quais elementos que fornecemos para construção de seu mundo simbólico,aqueles enfaticamente baseado no universo do ouvinte? - Esses elementos dificultam a construção simbólica? - São traduções inadequadas do universo do ouvinte?
6. - Exige-se do surdo um trânsito permanente da fronteira de um mundo que se constrói por meio de sua experiência visual, tátil, sinestésica, olfativa, gustativa, para outra permanentemente traduzir, o que é o mundo do ouvinte? • Sacks(1998) analisa, mediante a apresentação de casos, que a organização do espaço perceptivo,nas primeiras relações espaciais,é uma função do hemisfério direito do cérebro se esse hemisfério ficar comprometido, o sujeito surdo não conseguirá atingir a representação do espaço, mas, ao falar sobre esse espaço, seu espaço lingüístico seu espaço sintático, função do mesmo hemisfério direito, não sofrerá alterações na enunciação.
7. • O mundo humano das excitações sonoras .é determinado por fatores histórico-sociais. Dois sistemas podem representar esse mundo: o musical e o de códigos sonoros da língua. • Esse autor destaca a importância da cognição visual em surdos que, sem pistas auditivas, aprendem a ler os mais sutis indícios visuais. • A língua caracteriza um povo, cada povo cria sua própria língua.Assim como os povos de origem portuguesa falam o português e outros, o inglês, o francês, o alemão etc., os surdos brasileiros usam urna língua específica de sinais para se comunicarem, a Língua Brasileira de Sinais.(Libras).
8. A Educação escolar e as Pessoas surdas • No Brasil, a educação dás pessoas surdas começou formal- mente com a criação, em 1857, do Instituto Imperial dos Surdos Mudos, hoje Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES), órgão vinculado ao MEC. • O acesso das pessoas surdas ao ensino ainda é precário, não apresentando, portanto, bons resultados, pois há muita retenção nas séries iniciais, e faltam serviços de Educação Especial nas escolas comuns. • No Brasil, o sistema oficial criou, em 2005,0 primeiro curso de graduação bilíngüe para deficientes auditivos,ministrado em português e Libras e aberto a surdos e ouvintes.
9. EDUCAÇÃO ESCOLAR INCLUSIVAPARA PESSOAS COM SURDEZ •Estudar a educação escolar das pessoas com surdez, mas reporta não só as questões referentes aos seus limites e possibilidades, mas os preconceitos nas atitudes da sociedade. • Muitos alunos com surdez, podem ser prejudicados pela a falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio-afetivo, lingüístico e político-cultural e ter perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem.
10. • Conforme Dorziat (1998), o aperfeiçoamento da escola comum em fazer de todos os alunos e primordial. • Considerando a necessidade do desenvolvimento da capacidade representativa e lingüística dos alunos com surdez. A escola comum deve viabilizar sua escolarização em um turno e o atendimento educacional especializado em outro, contemplando ensino da língua de libras, ensino em libras e a língua portuguesa Professor explicando um conteúdo curricular de Libras, por meio de imagens
11.
12. • Existe um desafio frente a aprendizagem da língua portuguesa onde a mesma é difícil de ser assimilada pelo o aluno com surdez. • A língua dos sinais é certamente, o principal meio de comunicação entre as pessoas com surdez. • O trabalho pedagógico com os alunos com surdez nas escolas comuns, deve ser desenvolvido em um ambiente bilíngüe.
13. O atendimento educacional especializado para os alunos com surdez: uma proposta inclusiva • O trabalho pedagógico com os alunos com surdez nas escolas comuns, deve ser desenvolvido em um ambiente bilíngüe, ou seja, em um espaço em que se utilize a língua de sinais e a língua portuguesa. Um período adicional de horas diárias de estudo é indicado para a execução do atendimento educacional especializado. Nele destacam-se três momentos didáticos pedagógicos: • Momento do Atendimento Educacional Especializado em Libras na escola comum. • Momento do Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras na escola comum. • Momento do Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa.
14. Momento Didático-Pedagógico: O Atendimento Educacional Especializado em Libras na Escola Comum • Este ocorre diariamente, em horário contrário ao das aulas, na sala de aula comum. • A organização didática desse espaço de ensino implica o uso de muitas imagens visuais e de todo tipo de referências que possam colaborar para o aprendizado dos conteúdos curriculares em estudo. • Os materiais e os recursos para esse fim precisam estar presentes na sala de Atendimento Educacional Especializado.
15. • O planejamento do Atendimento Educacional Especializado em Libras é feito pelo professor especializado, juntamente com os professores de Língua Portuguesa, pois o conteúdo deste trabalho é semelhante ao desenvolvido na sala de aula comum.
16. Professor ministrando aula em Língua de Sinais dos conteúdos curriculares oficiais Professor explicando termos científicos do contexto em estudo e dos conteúdos curriculares oficiais em Língua de Sinais
17. Maquetes sobre o conteúdo em estudo Alunos com surdez no Atendimento Educacional Especializado em Libras Recursos pedagógicos para o estudo do sistema de numeração decimal e operações matemáticas Maquete sobre a antiguidade oriental clássica
18. Caderno de estudo do aluno com surdez Caixas de fotos e gravuras usadas na sala de Atendimento Educacional Especializado
19. Momento Didático-Pedagógico: O Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras • Este constitui outro momento didático-pedagógico para os alunos com surdez incluídos na escola comum. O atendimento inicia com o diagnóstico do aluno e ocorre diariamente, em horário contrário ao das aulas, na sala de aula comum. Este trabalhado é realizado pelo professor e/ou instrutor de Libras (preferencialmente surdo), de acordo com o estágio de desenvolvimento da Língua de Sinais em que o aluno se encontra.
20. Criação de sinais para termos científicos. Professores estudando os termos científicos Professores analisando conceitos dos termos científicos em Língua de Sinais
21. Sinal criado para expressar a idéia do termo papiro Sinal criado para expressar a idéia do termo civilização
22. Professores criando o sinal do termo científico Professores expressando e desenhando os sinais
23. Caderno de registro de Língua de Sinais. Colagem de gravura realizada por aluno com surdez demonstrando a sua compreensão do termo representado em Libras Desenho realizado por aluno com surdez, demonstrando a compreensão do termo representado pelo sinal em Libras
25. Momento Didático-Pedagógico: O Atendimento Educacional Especializado para o Ensino de Língua Portuguesa Professora de Língua Portuguesa, explorando termos específicos do conteúdo em Língua Portuguesa
26. Professora de Língua Portuguesa explorando gravuras com legendas em Língua Portuguesa escrita Professora de Língua Portuguesa revisando os conceitos curriculares em Língua Portuguesa escrita
27. Professora de Língua Portuguesa ensinando a Língua Portuguesa escrita para os alunos com surdez Aluno com surdez elaborando frases sobre o conteúdo estudado
28.
29. As diferentes Linguagens entre Surdos e ouvintes em Família • As famílias com bebês portadores de deficiência auditiva e pais ouvintes são mais comuns do que as famílias com bebês e pais portadores de deficiência auditiva. • As crianças que passam a dominar melhor habilidades de linguagem oral, são chamadas de surdos oralizados. • Os que apresentam menores habilidades são chamados não-oralizados.
30. • Mariali defende o processo de oralização, integração e contato com ouvintes. O que lhe auxiliou muito. • Atualmente, critica-se muito a educação para o desenvolvimento da linguagem oral desacompanhada da aprendizagem da língua de sinais, principalmente para os casos de surdez pré-linguística. Professores surdos relatam situações em que seus alunos surdos, que tiveram acesso a língua de sinais, apresentam um desenvolvimento e desempenho social superiores àqueles alunos que foram “oralizados” antes de aprenderem sinais.
31. • A educação das pessoas surdas apresenta um histórico de ênfase na aprendizagem da linguagem oral em diminuição da língua de sinais, o que levou muitas famílias e escolas a proibirem as crianças de se comunicarem por meio de sinais. • A discriminação de que eram vítimas fez com que os surdos passassem a se agrupar e a utilizar, entre seus pares, apenas a língua de sinais (BUENO, 1993). • Os educadores que defendiam o aprendizado exclusivo da linguagem oral desconsideravam a aprendizagem da língua de sinais como meio de comunicação inicial da criança e o fato de que, mesmo para a criança que fala, o gesto pode ter uma função importante na comunicação e na construção dos seus referenciais internos.
32. • Portanto, é a mãe quem primeiro dá significado para o gesto do bebê, que só mais tarde dele se apropriará, transformando o agarrar em apontar (VYGOTSKY, 1984) • O reconhecimento legal da Libras – Língua Brasileira de Sinais – efetivou-se por meio da lei n. 10.436, promulgada em 24 de abril de 2002.
33. • A língua de sinais: - Linguagem viso-espacial (os gestos são traçados no espaço para serem vistos) - Tem parâmetros próprios. - Enfatiza-se a esfera visual e a expressividade corporal
34. A Língua portuguesa e a Representação da Língua de Sinais • A língua de sinais tem uma organização de escrita própria, diferente do português falado. Se um surdo vai dizer, por exemplo: “Eu vou a uma festa”, sinaliza primeiro “Festa, eu ir”. • Para Costa (1998), a aprendizagem da escrita apresenta tanto elementos da língua de sinais quanto do português escrito. • Antes do domínio pleno, sua escrita apresenta tanto elementos da língua de sinais quanto do português escrito.
35. • Dominar o português escrito é uma tarefa especialmente difícil para a pessoa com surdez. • Condições favoráveis à produção escrita dos surdos: - A aceitação da surdez, respeitando-o em sua diferença. - Acesso a bons textos escritos pelo aluno. - Competências específicas do professor, como o entendimento de que o surdo aprende a realidade pelo canal visual. • Problemas específicos na escola regular que permeiam a comunicação professor-aluno: 1º - O professor não saber uma língua de sinais. 2º - Falta de professor intérprete.
36. • Para que haja inclusão, os problemas de comunicação precisam ser contornados. A presença do professor que sabe a língua de sinais ou intérprete é essencial. • Cabe a escola, ao proceder a inclusão, refletir sobre argumentos que são usados a favor e contra ela, verificar quais são as condições que tem a oferecer, viabilizando a presença de professores-intérpretes.