2. Um século de catástrofes
• Padre António Vieira atravessou quase
integralmente um século muito fustigado por
várias catástrofes e rasgado por grandes
inovações. (…)
3. Que catástrofes?
• a elevada taxa de mortalidade dos marinhos portugueses
nas viagens marítimas (não só os naufrágios, mas as
pragas e doenças como o escorbuto);
• a crescente emigração para outros territórios (Índia,
Brasil…);
• a política de D. Manuel I que ordena a expulsão dos Judeus;
• a conjuntura de pestes, fomes e mesmo guerras (ex.
Restauração…);
• os maus anos agrícolas e as técnicas rudimentares que
provocavam uma baixa produtividade agrícola;
• a crise do Império Colonial Português.
4. Supremacia das grandes potências
• Foi um período que nasceu assistindo a
uma certa supremacia do mundo ibérico e
que definhou dominado pela emergente
Holanda, porventura a grande potência
económica do tempo, pela França de Luís
XIV, e pela Inglaterra.
5. Época barroca
• No plano das artes foi o século do
Barroco, tendência que se infiltrou
nas artes plásticas, na música na
literatura, no vestuário, nos
comportamentos cortesãos, nas
formas de religiosidade e que se
pautou por ser mais sensitiva do
que racional, mais desmesurada do
que contida, mais metafórica do que
realista, mais ondulante do que
retilínea, mais colorida do que
acromática, mais espetacular do
que sóbria.
6. Avanços científicos
• Foi o tempo da emergência do espírito científico
e do método experimental, que provocaram
avanços importantes no conhecimento do
mundo físico em vários domínios, graças aos
trabalhos e reflexões de:
• Galileu, Bacon, Torricelli, Kepler, Descartes e,
mais tarde, Newton.
7. Situação política conturbada
• Em Portugal, o século foi muito agitado do ponto de
vista político. Até 1640 perpetuou-se o domínio filipino
da coroa portuguesa, situação herdada do século
anterior, na sequência do fracasso de Alcácer-Quibir,
que conduzira à conquista da coroa por parte de Filipe II
de Espanha, em 1580.
• No 1º de dezembro de 1640, um golpe palaciano que
provocou pouco sangue, repunha na mão de
portugueses os destinos da monarquia e D. João IV, o
primeiro rei da Casa de Bragança, assumiu o poder.
8. Dificuldades económicas
• A dominação castelhana da coroa havia ainda
legitimado ataques holandeses, franceses e ingleses, a
muitos dos territórios portugueses, no Oriente, África e
Brasil, ataques que se prolongaram alguns anos após a
Restauração, provocando um agravamento da
economia.
• A perseguição movida pela Inquisição aos cristãos-novos,
que neste século assumiu particular violência,
tinha como consequência a fuga de muitos deles para o
estrangeiro, transportando consigo avultados capitais.
9. Culturalmente
• O período não foi de grande brilho, tendo visto
empalidecer o fulgor que as Artes e Letras
haviam alcançado na época do Renascimento e
do Maneirismo, pese embora a pujança que a
arquitetura religiosa de traça barroca assumirá,
sobretudo na parte final do século, bem como a
vasta produção lírica muito consumida e
divulgada em algumas academias literárias
então nascentes.
10. A censura
• A censura, sobretudo a
inquisitorial, limitava a
abertura de Portugal às
correntes que no
estrangeiro faziam
triunfar o saber científico,
conhecimento aqui
divulgado por poucos e
habitualmente com
atraso.