O documento discute as transformações na produção, distribuição e consumo de bens culturais causadas pela digitalização e internet. A cultura passou de um processo colaborativo oral para um produto fechado com a impressão, mas a internet permitiu que todos produzam conteúdo. Isso desafia as leis de direitos autorais, levando a propostas como o copyleft e licenças Creative Commons para uma cultura compartilhada.
2. Mundo tornou-se digital. Revolução midiática
provocou profundas transformações na forma de
produzir, distribuir e consumir bens culturais.
Tradição oral: liberdade dos narradores para
criar e incorporar novos fragmentos narrativos
às histórias contadas.
3. Não existia a idéia de uma obra com um inicio
meio e fim, como algo fechado. O ato de contar
histórias era um processo colaborativo e em
constante transformação.
Século XV: Invenção da imprensa por Gutenberg.
A escrita passa a ser o meio cultural de
distribuição por excelência.
4. Mito romântico do gênio criador.
Roland Barthes e Michel Foucalt. “A morte do
autor” (1968) e “O que é o autor?” (1969):
questionamento da idéia tradicional de autoria.
Ambiguidade da aplicação de “propiedade” a uma
idéia ou expressão. “As leis convertem o
intangível em propiedade.” Lessig
5. A digitalização da cultura põe em crise as leis
tradicionais de propriedade intelectual, ao
dissociar a sua relação com o suporte físico.
Web 2.0: liberação do pólo de emissão das
mensagens. Publicar: “tornar público”.
Cultura upload / Cultura participativa : todos
podemos ser produtores de conteúdos culturais.
6. Ciberespaço: Espaço para democratização da
circulação da cultura.
Autor de conteúdos na rede é também produtor e
distribuidor. Estas transformações alteram a
lógica do consumo de produtos culturais tal como
os conhecíamos até agora.
7. Necessidade de a industria cultural propor que
as práticas comuns da Internet ( remix e
reprodução, por exemplo) entrem em sintonia com os
direitos de autor e seus interesses.
Pensar uma nova forma de negócio.
8. A cultura digital recupera algumas características
comuns da cultura oral: processos de colaboração e
cooperação.
Copyleft: alternativa ao sistema convencional de
proteção legal das obras. Mudança de paradigma no
modelo de acesso aos bens culturais e do sistema
econômico.
Do modelo clássico que promove “todos os direitos
reservados” ao novo modelo que defende por “alguns
direitos reservados”.
9. Licenças Creative Commons.
“Conhecimento é poder”: só pode ser verdade se este
conhecimento é compartilhado e posto em circulação.
Poderíamos considerar Internet como um território
realmente livre se a distribuição dos conteúdos está
ainda sujeita a licenças que criminalizam o ato de
compartilhar livremente os conteudos culturais?
10. Vivemos desde sempre na cultura do copyleft.
Múltiplas influências que sofremos ao longo da vida.
Tudo faz parte de nossa identidade cultural e esta
apropriação criativa sempre esteve presente em nossa
cultura.
Leis antigas x novas circunstâncias.
Ciência: exemplo de cultura copyleft.
Nascimento lento de um novo tipo de ética social.
Ato de compartilhar o conhecimento e a cultura em rede
é considerado algo algo cada vez mais comum e
socialmente bem valorizado.
11. "Quem somos nós, quem é cada um de nós senão uma
combinatória de experiências, de informações, de
leituras, de imaginações? Cada vida é uma enciclopédia,
uma biblioteca, um inventário de objetos, uma
amostragem de estilos, onde tudo pode ser completamente
remexido e reordenado de todas as maneiras possíveis."
I
Ítalo Calvino
In: Seis propostas para o próximo milênio
12. Grata!
anacarolinascoelho@gmail.com
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