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O QUE ESPERAR NUMA TERAPIA
 -e alguns sinais de alerta-




 Ana Dias – Psicoterapia e Terapia de Casal I www.anadiaspsicologia.com
                 Traduzido e adaptado de Good Therapy
O QUE ESPERAR NUMA TERAPIA…

 Uma boa terapia ocorre num contexto de profissionalismo,
 transparência e respeito. O terapeuta e o cliente estão ligados um ao
 outro, mas os limites entre ambos são claros. O terapeuta transmite ao
 cliente competência e, simultaneamente, abertura e equilíbrio na
 forma como comunica com este.


 Uma boa terapia é, contudo, imperfeita – como em qualquer outra
 relação, surgem dificuldades, e a forma como são resolvidas pode até
 melhorar a qualidade da relação.




     www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
… E ALGUNS SINAIS DE ALERTA

  No contexto de uma terapia, algumas caraterísticas podem constituir sinais de
  alerta, e devem suscitar uma conversa com o terapeuta ou mesmo uma
  reavaliação da terapia. Diferentes sinais tem diferentes graus de gravidade:
  • Alguns relacionam-se com a frequência com que ocorrem. Ex: o terapeuta
     atrasa-se… ocasionalmente? ou sempre?
  • Outros relacionam-se com o contexto. Ex: o terapeuta conhece o cliente de
     outro contexto (ambos frequentam um mesmo local, etc)… não é desejável
     mas, em comunidades pequenas, é difícil de evitar.
  • Outros são muito graves, independentemente da frequência e do contexto.
     Ex: o terapeuta procura iniciar uma relação sexual com o cliente.




      www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
Profissionalismo

   O terapeuta respeita as marcações das sessões. Não se permite
   distrações durante as sessões. Prepara-se antecipadamente revendo
   apontamentos das sessões anteriores. Presta atenção e demonstra-o
   ativamente.


   Alguns sinais de alerta…
   O terapeuta falta, cancela ou atrasa-se frequentemente para as
   sessões. Atende o telefone ou consulta o e-mail durante as sessões.
   Não recorda o nome do cliente ou os temas abordados de uma sessão
   para a seguinte. Não presta atenção ou não demonstra que está a
   ouvir.




    www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
Transparência
   O terapeuta explica o processo terapêutico, de que forma o cliente
   pode beneficiar dele, e como o cliente saberá que está a fazer
   progressos.   Transmite   toda   a   informação    necessária   a   um
   consentimento informado e responde às questões que o cliente tenha
   sobre estes aspetos.

   Alguns sinais de alerta…
   O terapeuta não quer ou não consegue explicar de que forma pode
   ajudar o cliente, nem de que forma este vai saber que está a fazer
   progressos. Não lhe faculta a informação necessária a um
   consentimento informado. Oferece garantias ou faz promessas de que
   «tudo vai ficar bem».



    www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
Respeito
   O terapeuta trata o cliente como um igual. O cliente sente que o terapeuta
   acredita em si. O terapeuta é cuidadoso naquilo que diz e na forma como o diz.
   Avalia regularmente com o cliente os seus progressos em relação aos seus
   objetivos. Reconhece que não tem todas as respostas e que a ajuda que pode
   dar tem limites. Assume os erros que comete, agradece o feedback do cliente,
   e utiliza-os para melhorar o seu trabalho.


   Alguns sinais de alerta…
   O terapeuta trata o cliente como se este fosse inferior. Mostra-se crítico em
   relação aos problemas do cliente, aos seus comportamentos ou estilo de vida.
   Comporta-se de forma agressiva. Não se mostra interessado nos objetivos do
   cliente para a terapia. Age como se tivesse todas as respostas ou soluções,
   toma decisões pelo cliente, diz-lhe o que fazer e oferece frequentemente
   conselhos não solicitados. Não aceita feedback nem admite erros.



    www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
Limites
   O terapeuta fala sobre si próprio apenas quando essa revelação tenha valor
   terapêutico. O terapeuta poderá interagir com o cliente de forma amistosa, mas
   nunca descreve a relação entre ambos como sendo «de amizade». É claro para
   ambos que o único objetivo do terapeuta é ajudar o cliente. O terapeuta
   mantém a confidencialidade. O terapeuta nunca dirá nada que possa tornar
   possível a identificação de outros clientes.


   Alguns sinais de alerta…
   O terapeuta fala excessivamente sobre si próprio, sem objetivo terapêutico
   aparente. O terapeuta tenta ser amigo do cliente. O terapeuta solicita a ajuda
   do cliente para algo não relacionado com a terapia. O terapeuta toca no cliente
   (por exemplo, abraça-o) sem o seu consentimento, ou procura iniciar uma
   relação romântica ou sexual com este. O terapeuta revela informação que
   identifica o cliente sem a sua autorização ou mandato, ou revela-lhe a
   identidade de outros dos seus clientes.

    www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
Competência

   O   terapeuta    recebeu     formação     adequada,     e    mostra-se
   suficientemente competente e experiente para ajudar o cliente. O
   terapeuta é ativo na comunidade terapêutica e interage regularmente
   com outros terapeutas, o que contribui para que se mantenha
   atualizado. O terapeuta teve a experiência de terapia enquanto
   cliente, e compreende a terapia também dessa perspetiva.


   Alguns sinais de alerta…
   O terapeuta não possui a formação ou a experiência adequada para
   abordar o problema do cliente. O terapeuta não se encontra em
   contacto com outros terapeutas. O terapeuta nunca esteve em
   terapia enquanto cliente.


   www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
Abertura
   O terapeuta compreende e comunica ao cliente que existem muitas abordagens
   eficazes à terapia, e que nenhuma responde às necessidades de todos os
   clientes. Trabalha alternadamente na necessidade de gerir os sintomas no dia-
   a-dia, e na necessidade de os compreender. O terapeuta aborda de forma
   equilibrada emoções, sensações e pensamentos sem negligenciar nem diminuir
   nenhuma destas dimensões.


   Alguns sinais de alerta…
   O terapeuta acredita que apenas a sua abordagem à terapia é eficaz e
   ridiculariza outras abordagens. Intervém apenas ao nível da compreensão dos
   problemas (sem os procurar resolver) ou apenas ao nível da resolução dos
   problemas (sem os procurar compreender). Interessa-se apenas pelas emoções
   e sensações do cliente (ignorando os seus pensamentos) ou apenas pelos seus
   pensamentos (ignorando as suas emoções e sensações).


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Equilíbrio
    O terapeuta não fala nem demais nem de menos, usa termos que o cliente
    compreende e explica aqueles que poderão ser confusos. O terapeuta
    expressa emoções durante a sessão, de forma equilibrada e adequada. O
    terapeuta ajuda o cliente a trabalhar temas dolorosos de uma forma e
    num momento em que este sinta que é seguro fazê-lo.


    Alguns sinais de alerta…
    O terapeuta fala demais, não fala de todo, ou utiliza frequentemente
    termos técnicos complexos que deixam o cliente confuso. O terapeuta não
    é empático (parece frio) ou é demasiado empático (parece esmagado
    pelos problemas do cliente). O terapeuta «empurra» o cliente para falar
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O que esperar numa boa terapia

  • 1. O QUE ESPERAR NUMA TERAPIA -e alguns sinais de alerta- Ana Dias – Psicoterapia e Terapia de Casal I www.anadiaspsicologia.com Traduzido e adaptado de Good Therapy
  • 2. O QUE ESPERAR NUMA TERAPIA… Uma boa terapia ocorre num contexto de profissionalismo, transparência e respeito. O terapeuta e o cliente estão ligados um ao outro, mas os limites entre ambos são claros. O terapeuta transmite ao cliente competência e, simultaneamente, abertura e equilíbrio na forma como comunica com este. Uma boa terapia é, contudo, imperfeita – como em qualquer outra relação, surgem dificuldades, e a forma como são resolvidas pode até melhorar a qualidade da relação. www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
  • 3. … E ALGUNS SINAIS DE ALERTA No contexto de uma terapia, algumas caraterísticas podem constituir sinais de alerta, e devem suscitar uma conversa com o terapeuta ou mesmo uma reavaliação da terapia. Diferentes sinais tem diferentes graus de gravidade: • Alguns relacionam-se com a frequência com que ocorrem. Ex: o terapeuta atrasa-se… ocasionalmente? ou sempre? • Outros relacionam-se com o contexto. Ex: o terapeuta conhece o cliente de outro contexto (ambos frequentam um mesmo local, etc)… não é desejável mas, em comunidades pequenas, é difícil de evitar. • Outros são muito graves, independentemente da frequência e do contexto. Ex: o terapeuta procura iniciar uma relação sexual com o cliente. www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
  • 4. Profissionalismo O terapeuta respeita as marcações das sessões. Não se permite distrações durante as sessões. Prepara-se antecipadamente revendo apontamentos das sessões anteriores. Presta atenção e demonstra-o ativamente. Alguns sinais de alerta… O terapeuta falta, cancela ou atrasa-se frequentemente para as sessões. Atende o telefone ou consulta o e-mail durante as sessões. Não recorda o nome do cliente ou os temas abordados de uma sessão para a seguinte. Não presta atenção ou não demonstra que está a ouvir. www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
  • 5. Transparência O terapeuta explica o processo terapêutico, de que forma o cliente pode beneficiar dele, e como o cliente saberá que está a fazer progressos. Transmite toda a informação necessária a um consentimento informado e responde às questões que o cliente tenha sobre estes aspetos. Alguns sinais de alerta… O terapeuta não quer ou não consegue explicar de que forma pode ajudar o cliente, nem de que forma este vai saber que está a fazer progressos. Não lhe faculta a informação necessária a um consentimento informado. Oferece garantias ou faz promessas de que «tudo vai ficar bem». www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
  • 6. Respeito O terapeuta trata o cliente como um igual. O cliente sente que o terapeuta acredita em si. O terapeuta é cuidadoso naquilo que diz e na forma como o diz. Avalia regularmente com o cliente os seus progressos em relação aos seus objetivos. Reconhece que não tem todas as respostas e que a ajuda que pode dar tem limites. Assume os erros que comete, agradece o feedback do cliente, e utiliza-os para melhorar o seu trabalho. Alguns sinais de alerta… O terapeuta trata o cliente como se este fosse inferior. Mostra-se crítico em relação aos problemas do cliente, aos seus comportamentos ou estilo de vida. Comporta-se de forma agressiva. Não se mostra interessado nos objetivos do cliente para a terapia. Age como se tivesse todas as respostas ou soluções, toma decisões pelo cliente, diz-lhe o que fazer e oferece frequentemente conselhos não solicitados. Não aceita feedback nem admite erros. www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
  • 7. Limites O terapeuta fala sobre si próprio apenas quando essa revelação tenha valor terapêutico. O terapeuta poderá interagir com o cliente de forma amistosa, mas nunca descreve a relação entre ambos como sendo «de amizade». É claro para ambos que o único objetivo do terapeuta é ajudar o cliente. O terapeuta mantém a confidencialidade. O terapeuta nunca dirá nada que possa tornar possível a identificação de outros clientes. Alguns sinais de alerta… O terapeuta fala excessivamente sobre si próprio, sem objetivo terapêutico aparente. O terapeuta tenta ser amigo do cliente. O terapeuta solicita a ajuda do cliente para algo não relacionado com a terapia. O terapeuta toca no cliente (por exemplo, abraça-o) sem o seu consentimento, ou procura iniciar uma relação romântica ou sexual com este. O terapeuta revela informação que identifica o cliente sem a sua autorização ou mandato, ou revela-lhe a identidade de outros dos seus clientes. www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
  • 8. Competência O terapeuta recebeu formação adequada, e mostra-se suficientemente competente e experiente para ajudar o cliente. O terapeuta é ativo na comunidade terapêutica e interage regularmente com outros terapeutas, o que contribui para que se mantenha atualizado. O terapeuta teve a experiência de terapia enquanto cliente, e compreende a terapia também dessa perspetiva. Alguns sinais de alerta… O terapeuta não possui a formação ou a experiência adequada para abordar o problema do cliente. O terapeuta não se encontra em contacto com outros terapeutas. O terapeuta nunca esteve em terapia enquanto cliente. www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
  • 9. Abertura O terapeuta compreende e comunica ao cliente que existem muitas abordagens eficazes à terapia, e que nenhuma responde às necessidades de todos os clientes. Trabalha alternadamente na necessidade de gerir os sintomas no dia- a-dia, e na necessidade de os compreender. O terapeuta aborda de forma equilibrada emoções, sensações e pensamentos sem negligenciar nem diminuir nenhuma destas dimensões. Alguns sinais de alerta… O terapeuta acredita que apenas a sua abordagem à terapia é eficaz e ridiculariza outras abordagens. Intervém apenas ao nível da compreensão dos problemas (sem os procurar resolver) ou apenas ao nível da resolução dos problemas (sem os procurar compreender). Interessa-se apenas pelas emoções e sensações do cliente (ignorando os seus pensamentos) ou apenas pelos seus pensamentos (ignorando as suas emoções e sensações). www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy
  • 10. Equilíbrio O terapeuta não fala nem demais nem de menos, usa termos que o cliente compreende e explica aqueles que poderão ser confusos. O terapeuta expressa emoções durante a sessão, de forma equilibrada e adequada. O terapeuta ajuda o cliente a trabalhar temas dolorosos de uma forma e num momento em que este sinta que é seguro fazê-lo. Alguns sinais de alerta… O terapeuta fala demais, não fala de todo, ou utiliza frequentemente termos técnicos complexos que deixam o cliente confuso. O terapeuta não é empático (parece frio) ou é demasiado empático (parece esmagado pelos problemas do cliente). O terapeuta «empurra» o cliente para falar de temas muito dolorosos ou, pelo contrário, «foge» de abordar os temas muito dolorosos. www.anadiaspsicologia.com I Traduzido e adaptado de Good Therapy