2. Denomina-se consciência fonológica a
consciência das características formais da
linguagem. Esta habilidade compreende dois
níveis:
1. A consciência de que a língua
falada pode ser segmentada em
unidades distintas, ou seja, a
frase pode ser segmentada em
palavras; as palavras, em sílabas
e as sílabas, em fonemas.
2. A consciência de que essas mesmas
unidades repetem-se em diferentes
palavras faladas.
(Byrne e Fielding-Barnsley, 1989)
3. Diferentes pesquisas têm apontado o papel do
desenvolvimento da consciência fonológica para a aquisição
da leitura e escrita.
[...] Crianças com dificuldades em consciência
fonológica geralmente apresentam atraso na
aquisição da leitura e escrita, e procedimentos
para desenvolver a consciência fonológica
podem ajudar as crianças com dificuldades na
escrita a superá-los (Capovilla e Capovilla, 2000).
4. O que é consciência
fonológica?
Conjunto de habilidades que nos permitem
refletir sobre as partes sonoras das palavras.
Além de usar as palavras para nos
comunicar, podemos assumir diante delas uma
atitude metacognitiva, refletindo sobre sua
dimensão sonora.
(cf. BRADLEY; BRYANT, 1987; CARDOSO-MARTINS, 1991; FREITAS, 2004; GOMBERT, 1992).
5. As habilidades de consciência
fonológica se diferenciam:
1. Quanto ao tipo de operação que o
sujeito realiza em sua mente
(separar, contar, comparar quanto ao
tamanho ou quanto à semelhança
sonora etc.)
6. 2. Quanto ao tipo de segmento sonoro envolvido
(rimas, fonemas, sílabas, segmentos maiores que um
fonema e menores que uma sílaba, segmentos
compostos por mais de uma sílaba – como a
sequência final das palavras janela e panela).
3. Quanto à posição (início, meio, fim) em que aquelas
“partes sonoras” ocorrem no interior das palavras.
1º ano p. 19-25 e Educação do Campo p. 20-22
7. Assim, uma criança pequena pode, por
exemplo:
observar que a palavra janela tem 3 “pedaços”
(sílabas), que a palavra casa tem 2 “pedaços” e
que, portanto, a primeira palavra é maior;
identificar,
ao
lhe
mostrarmos
4
figuras
(gato, bode, galho e mola), que as palavras gato e galho
são as que “começam parecido”, porque começam com
/ga/;
falar cavalo, quando lhe pedimos que diga uma palavra
começada com o mesmo pedaço que aparece no início
da palavra casa;
8. • Identificar que no interior das palavras serpente e
camaleão há outras palavras (pente, leão e cama);
• identificar, ao lhe mostrarmos 4 figuras
(chupeta, galinha, panela, varinha), que as
palavras galinha e varinha terminam parecido, isto
é, rimam;
9. falar
palavras
como
caminhão
ou
macarrão, quando lhe pedimos que diga uma
palavra que rime com feijão;
identificar, ao lhe mostrarmos 4 figuras
(vestido, martelo, vampiro, coruja), que as
palavras vestido e vampiro são as que começam
parecido, porque começam “com o mesmo
sonzinho”.
10. • A importância das
consciência fonológica.
habilidades
de
• Como ocorre o desenvolvimento
consciência fonológica.
da
11. POR QUE OUVIR É
TÃO IMPORTANTE?
É ouvindo que uma criança aprende a falar.
Por isso, antes de ter qualquer compreensão
do princípio alfabético, a criança precisa
entender que os sons associados às letras
são precisamente os mesmos sons da fala.
13. A CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA DESENVOLVE-SE NAS CRIANÇAS
A PARTIR DO CONTATO
COM DIFERENTES FORMAS
LINGUÍSTICAS NO DIA A DIA.
Músicas ou cantigas de roda
Poesias
Parlendas
14. QUE ATIVIDADES PODEM SER
DESENVOLVIDAS?
• Jogos de escuta: estimulam a habilidade das
crianças de prestarem atenção aos sons de
forma seletiva;
• Jogos com rimas: introduz os sons das palavras
às crianças;
• Consciência das palavras e frases: desenvolve
a consciência das crianças de que a fala é
constituída por uma sequência de palavras.
15. As sub-habilidades da
consciência fonológica são:
•
•
•
•
Rimas e aliterações;
Consciência de palavras;
Consciência silábica;
Consciência fonêmica.
16. Rimas e Aliterações
o A rima representa a correspondência fonética entre
duas palavras a partir da vogal da sílaba tônica.
o Por exemplo: Para rimar com a palavra SAPATO, a
palavra deve terminar em ATO, pois a palavra é
paroxítona, mas para rimar com CAFÉ, a palavra precisa
terminar somente em É, visto que a palavra é oxítona.
o A equidade (semelhança) deve ser sonora e não
necessariamente gráfica, ou seja, as palavras OSSO e
PESCOÇO rimam, pois o som em que terminam é
igual, independente da forma ortográfica.
17. Consciência de palavras
• Representa a capacidade de segmentar a frase em palavras
e, além disso, perceber a relação entre elas e organizá-las numa
sequência que dê sentido.
• Esta habilidade tem influência mais precisa na produção de
textos e não no processo inicial de aquisição de escrita.
•
Contar o número de palavras numa frase, referindo-o
verbalmente ou batendo uma palma para cada palavra, é uma
atividade de consciência de palavras.
• Exemplo: Quantas palavras há na frase: “ O cachorro correu atrás
do gato?”
18. • Ao responder corretamente esta questão ou
batendo
uma
palma
para
cada
palavra, enquanto repete a frase, a criança
demonstra sua habilidade de consciência
sintática.
• Ordenar corretamente uma oração ouvida com
as palavras desordenadas também é uma
capacidade que depende desta habilidade.
• Esta habilidade implica numa capacidade de
análise e síntese auditiva da frase.
19. Consciência silábica
• A criança só avança para a fase silábica de escrita
quando se torna atenta às características sonoras da
palavra, especialmente quando ela chega ao nível do
conhecimento da sílaba. Zorzi (2003)
• Atividades como contar o número de sílaba; dizer
qual é a sílaba inicial, medial ou final de uma
determinada palavra; subtrair uma sílaba das
palavras, formando novos vocábulos, são
dependentes desta sub habilidade da consciência
fonológica.
20. Consciência fonológica
• Consiste na capacidade de analisar os fonemas que compõe as
palavras.
•
Do ponto de vista sonoro é a análise de
textos, frases, palavras, sílabas, sons, letras. É a estrutura básica
do que falamos.
• Atividades como:
- Dizer quais ou quantos fonemas formam uma palavra;
- Descobrir qual a palavra está sendo dita por outra pessoa
unindo os fonemas por ela emitidos;
- Formar um novo vocábulo subtraindo o fonema inicial da
palavra (por exemplo, omitindo o fonema K da palavra
CASA, forma-se a palavra ASA), são exemplos em que se utiliza
a consciência fonêmica.
21. A consciência fonológica associada ao
conhecimento
das
regras
de
correspondência entre grafemas e fonemas
permite à criança uma aquisição da escrita
com maior facilidade, uma vez que
possibilita a generalização e memorização
destas relações (som-letra).
22. “Pesquisas apontam que grande parte das
dificuldades das crianças na leitura e escrita está
relacionada com problemas na consciência
fonológica. Tais estudos, sugerem que crianças e
jovens com dificuldades de aprendizagem de
leitura e escrita devem participar de atividades
para desenvolver a consciência fonológica.”
Guimarães, 2003.
23. Referências Bibliográficas
CAPOVILLA, A.G.S. Leitura, escrita e consciência fonológica:
desenvolvimento, intercorrelações e intervenções. Tese de
Doutorado, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 1999.
CAPOVILLA, A. G. S. e CAPOVILLA, F.C. Problemas de Leitura e escrita.
Como identificar, preveni e remediar numa abordagem fônica. São
Paulo, Memnon, 2000.
GUIMARÃES, S.R.K. Dificuldades no Desenvolvimento da Lectoescrita:
O papel das Habilidades Metalingüísticas. In Psicologia: Teoria e
Pesquisa. Jan-Abr 2003, vol 19 n. 1. Pp. 33 – 45.
ZORZI, J. L. Aprendizagem e distúrbios da linguagem escrita: Questões
clínicas e educacionais. Porto Alegre: Artmed, 2003.