O documento discute as estratégias de leitura que os leitores podem usar para facilitar a compreensão, como ler em voz alta, identificar elementos-chave do texto e fazer resumos ou perguntas sobre o que foi lido. Segundo o texto, estratégias flexíveis são necessárias dependendo do texto e do leitor.
1. Definindo a textualidade
Chama-se textualidade ao conjunto de
características que fazem com que um texto seja
um texto e não apenas uma sequência de frases.
2. Os critérios da textualidade
Segundo Beaugrande/Dresler (1981), existem
sete critérios da textualidade, que podem
assim ser observados:
a) Orientados pelo texto: coesão e coerência
b) Aspecto psicológico: intencionalidade e
aceitabilidade
c) Aspecto computacional: informatividade
d) Aspecto sociodiscursivo: situacionalidade e
intertextualidade
3. COESÃO
“Os processos de coesão dão conta da
estruturação da sequência (superficial) do
texto (seja por recursos conectivos ou
referenciais); não são simplesmente princípios
sintáticos. Constituem os padrões formais
para transmitir conhecimentos e sentidos.”
(MARCUSCHI, 2009, p. 99)
4. COERÊNCIA
“ Para Beaugrande (1980: 19), a coerência subsume
os procedimentos pelos quais os elementos do
conhecimento são ativados, tais como a conexão
conceitual. A coerência representa a análise do
esforço para a continuidade da experiência
humana. Isto significa que há uma distinção
bastante clara entre a coesão como a
continuidade baseada na forma e a coerência
como a continuidade baseada no sentido.”
(MARCUSCHI, 2009, p. 119)
5. INTENCIONALIDADE
“O critério da intencionalidade, centrado
basicamente no produtor do texto, considera
a intenção do autor como fator relevante para
a textualização.” (MARCUSCHI, 2009, p. 126)
6. ACEITABILIDADE
“A aceitabilidade se dá na medida direta das
pretensões do próprio autor, que sugere ao
seu leitor alternativas estilísticas ou
gramaticais que buscam efeitos especiais.”
(MARCUSCHI, 2009, p. 128)
7. SITUACIONALIDADE
“[...] refere-se ao fato de relacionarmos o evento
textual à situação (social, cultural, ambiente
etc.) em que ele ocorre (cf.
Beaugrande, 1997:15). A situacionalidade não
só serve para interpretar e relacionar o texto
ao seu contexto interpretativo, mas também
para orientar a própria produção.”
(MARCUSCHI, 2009, p. 128)
8. INTERTEXTUALIDADE
“[...] subsume as relações entre um dado. Texto
e os outros textos relevantes encontrados em
experiências anteriores, com ou sem
mediação.” (MARCUSCHI, 2009, p. 128)
9. INFORMATIVIDADE
“O essencial desse princípio é postular que num
texto deve ser possível distinguir entre o que
ele quer transmitir e o que é possível extrair
dele, e o que não é pretendido. Ser
informativo significa, pois, ser capaz de dirimir
incertezas.” (MARCUSCHI, 2009, p. 128)
10.
11. Estratégias de leitura são técnicas ou métodos
que os leitores usam para adquirir a
informação, ou ainda procedimentos ou
atividades escolhidas para facilitar o processo de
compreensão em leitura. São planos flexíveis
adaptados às diferentes situações que variam de
acordo com o texto a ser lido e a abordagem
elaborada previamente pelo leitor para facilitar
a sua compreensão.
12. As estratégias de leitura dizem respeito às
formas utilizadas pelo leitor para facilitar a
compreensão dos dados informativos de um
texto. Assim, os procedimentos adotados por
cada um se diferenciam, uma vez que nem
todos assimilam conhecimento da mesma
forma.
13. Algumas pessoas encontram dificuldades
em ler, pois acham cansativo, monótono e difícil.
Isso ocorre porque, na maioria das vezes, o
indivíduo ainda não encontrou um meio
estratégico para promover sua leitura de
maneira prática.
14. Leitura em voz alta – enquanto lê em voz alta, a
concentração é facilitada, já que a leitura
silenciosa pode sofrer interferências de
pensamentos alheios ao assunto tratado no
texto.
Exposição de pensamentos – é quando o leitor
expõe, verbaliza o que está pensando a respeito
do que lê. Esta prática desperta o interesse da
pessoa por aquela leitura sem que perceba.
15. Identificação dos fatores chaves – o ledor identifica
os elementos mais importantes da narrativa: os
verbos, as personagens, as características e
qualidades principais. Qual o objetivo do texto? E
para qual tipo de leitor? Qual o posicionamento do
autor: a favor ou contra? Perguntas como estas são
feitas e respondidas pelo próprio leitor depois de
analisadas novamente no texto.
16. Representação visual dos acontecimentos – à
medida que lê, o indivíduo faz reproduções
mentais acerca dos fatos. Dessa forma, o
conteúdo é internalizado através das imagens
obtidas através da leitura.
17. Antecipação das informações – diz respeito ao
conhecimento prévio que o leitor possui a
respeito do que lê. Assim, enquanto faz a leitura
vai se lembrando do que já sabe sobre o tema
abordado e presumindo o que virá a seguir. Este
método causa tranquilidade e conforto.
18. Questionário – fazer perguntas sobre o texto
torna a leitura fácil para algumas pessoas. Trata-
se de elaborar um questionário sobre a leitura, o
qual é respondido pelo próprio leitor, claro.
Porém, há a possibilidade do mesmo tecer uma
pergunta ao lado de cada parágrafo que julgar
mais importante. Assim, quando ler a pergunta
que fez, saberá do que se trata o parágrafo em
questão.
19. Resumo – fazer uma síntese do texto à medida
que lê. A cada período mais importante, o leitor
escreve uma oração que o resume em um papel
ou então no próprio livro, ao lado do parágrafo
(faça isso, caso o livro seja seu).