1) A acumulação primitiva de capital na Inglaterra envolveu a expropriação dos camponeses e a proibição de sindicatos, forçando os trabalhadores a venderem sua força de trabalho por salários baixos.
2) Os arrendatários se enriqueceram com a inflação e preços mais altos, enquanto os salários eram controlados. Isso criou as condições para a afirmação de um novo modo de produção capitalista.
3) A expropriação dos camponeses e a concentração dos meios de produção nas
3. INGLATERRA A PARTIR DO SÉC. XV E
PRINCIPALMENTE A PARTIR DE ISABEL I:
• Estabelecimento de salário máximo pelo Estado (mas não o mínimo!)
• Proibição de sindicatos (de 1349 até 1825)
• ―Finalmente, em 1813, as leis sobre a regulação de salários foram
abolidas. Eram uma anomalia ridícula, desde que o capitalista passou
a regular a fábrica por meio de sua legislação privada, deixando o
imposto dos pobres completar o salário do trabalhador rural até o
mínimo indispensável‖ (p. 361).
4. FRANÇA REVOLUCIONÁRIA:
• Em um decreto de 14 de junho de 1791, a burguesia
―declarou toda coalizão de trabalhadores como um
‗atentado à liberdade e à declaração dos direitos
humanos‘‖ (p. 362).
5. MAS... E OS CAPITALISTAS? QUAL SERIA SUA
GÊNESE?
• Já sabemos de onde vieram os proletários ―livres como os pássaros ‖. No entanto, ―a
expropriação do povo do campo cria, diretamente, apenas grandes proprietários
fundiários.‖
• ―Na Inglaterra, a primeira forma de arrendatário é o bailiff, ele mesmo um servo.‖
• ―Durante a segunda metade do século XIV, ele é substituído por um arrendatário a
quem o landlord fornece sementes, gado e instrumentos agrícolas. Sua situação não
é muito diferente da do camponês. Apenas explora mais trabalho assalariado.‖
• ―Torna-se logo metayer, meio arrendatário. Ele aplica uma parte do capital agrícola, o
landlord a outra. Ambos dividem o produto global em proporção contratualmente
determinada. Essa forma desaparece rapidamente na Inglaterra, para dar lugar ao
arrendatário propriamente dito, o qual valoriza seu próprio capital pelo emprego de
trabalhadores assalariados e paga uma parte do mais-produto em dinheiro ou in
natura, ao landlord como renda da terra.
7. A REVOLUÇÃO AGRÍCOLA (SÉC. XV-XVI)
• Os arrendatários se enriquecem, ao
contrário dos camponeses.
• A invasão das terras comunais permite aos
arrendatários aumentar seus rebanhos e
ainda sua produção de adubo.
• No séc. XVI, os prazos contratuais de
arrendamento eram muito longos (às
vezes, de 99 anos). Dessa forma, ―A
contínua queda em valor dos metais nobres
e, portanto, do dinheiro, trouxe ao
arrendatário frutos de ouro‖ (p. 364).
8. A REVOLUÇÃO AGRÍCOLA (SÉC. XV-XVI)
• Assim, a inflação corroía
os custos do
arrendamento e os
salários (controlados a
ferro e fogo pelo Estado)
ao mesmo tempo em que
aumentava os preços
dos produtos dos
arrendatários.
9. A REVOLUÇÃO AGRÍCOLA (SÉC. XV-XVI)
• ―Apesar do número reduzido de seus
cultivadores, o solo proporcionava [...] tanta
ou mais produção, porque a revolução nas
relações de propriedade fundiária foi
acompanhada por métodos melhorados de
cultura, maior cooperação, concentração dos
meios de produção etc., e porque os
assalariados agrícolas não apenas foram
obrigados a trabalhar mais
intensamente, mas também o campo de
produção, sobre o qual trabalhavam para si
mesmos, se contraía mais e mais‖
11. UMA ―NOVA ALMA SOCIAL‖: CAMPOS
REUNIDOS, MANUFATURAS REUNIDAS
• ―Suponha-se, por exemplo, que parte dos camponeses da Westfalia, que no
tempo de Frederico II fiavam todos linho, ainda que não seda, fosse
expropriada à força e expulsa da base fundiária, sendo a outra parte
restante, porém, transformada em jornaleiros de grandes arrendatários. Ao
mesmo tempo, erguem-se grandes fiações e tecelagens de linho, nas quais os
―liberados‖ trabalham agora por salários. O linho tem exatamente o mesmo
aspecto que antes. Nenhuma de suas fibras foi mudada; mas uma nova
alma social penetrou-lhe no corpo. Ele constitui agora parte do capital
constante dos senhores da manufatura.
12. UMA ―NOVA ALMA SOCIAL‖: CAMPOS
REUNIDOS, MANUFATURAS REUNIDAS
• ―Antes, repartido entre inumeráveis pequenos
produtores, que o cultivavam e fiavam em pequenas porções
com suas famílias, está agora concentrado nas mãos de um
capitalista, que faz outros fiar e tecer para ele. O trabalho
extra despendido na fiação do linho realizava-se antes como
receita extra de inumeráveis famílias camponesas [...]. Ele
realiza-se agora no lucro de alguns poucos capitalistas.‖
13. UMA ―NOVA ALMA SOCIAL‖: CAMPOS
REUNIDOS, MANUFATURAS REUNIDAS
• ―Os fusos e teares, antes disseminados pelo interior, estão
agora concentrados em algumas grandes casernas de
trabalho, tal como os trabalhadores e como a matéria-prima.
E os fusos, os teares e a matéria-prima, de meios de
existência independente para fiandeiros e
tecelões, transformam-se, de agora em diante, em meios de
comandá-los e de extrair deles trabalho não-pago‖ (p. 366.
Grifo meu).
14. ENGENDRAM-SE AS CONDIÇÕES PARA A
AFIRMAÇÃO DE UM NOVO MODO DE PRODUÇÃO
• ―Antes, a família camponesa
produzia e processava os
Criação meios de subsistência e as
do
mercado matérias-primas que
interno depois, em sua maior parte, ela
Liberação mesma consumia. Essas
dos meios
de trabalho matérias-primas e esses meios
para o
capital de subsistência tornaram-se
industrial
Expropriação agora mercadorias; o grande
dos arrendatário as vende e nas
camponeses manufaturas encontra ele seu
mercado‖.
15. ENGENDRAM-SE AS CONDIÇÕES PARA A
AFIRMAÇÃO DE UM NOVO MODO DE PRODUÇÃO
• ―Fio, pano, tecidos grosseiros de lã, coisas
cujas matérias-primas encontravam-se ao
Criação alcance de toda família camponesa e que
do eram fiadas e tecidas por ela para seu
mercado autoconsumo —transformam-se agora em
interno artigos de manufatura, cujos mercados são
Liberação constituídos justamente pelos distritos
dos meios rurais.
de trabalho
para o
capital • A numerosa clientela dispersa, até aqui
industrial condicionada por uma porção de
Expropriação produtores pequenos, trabalhando por
dos conta própria, concentra-se agora num
camponeses grande mercado abastecido pelo capital
industrial.‖ (p. 367).
16. ENGENDRAM-SE AS CONDIÇÕES PARA A
AFIRMAÇÃO DE UM NOVO MODO DE PRODUÇÃO
• ―Entretanto, o período manufatureiro propriamente dito não leva a
nenhuma reestruturação radical. Recordemos que a manufatura só
se apodera da produção nacional de forma muito fragmentária e
sempre se baseia sobre os ofícios urbanos e sobre a pequena
indústria doméstica rural como fundamento amplo. Quando a
manufatura destrói uma forma dessa indústria doméstica, em ramos
específicos de negócio e em determinados pontos, provoca o
surgimento da mesma em outros, porque precisa dela, até certo
grau, para o processamento da matéria-prima‖ (368)
• Somente a grande indústria poderá completar ―a separação entre a
agricultura e a indústria rural doméstica‖.
17. GÊNESE DO CAPITALISTA INDUSTRIAL
Sistema
Dívida
tributário pública
Protecionismo
Meios da acumulação primitiva na
Inglaterra (séc. XVII)
18. GÊNESE DO CAPITALISTA INDUSTRIAL
• ―A dívida pública torna-se uma das mais enérgicas alavancas da acumulação
primitiva. Tal como o toque de uma varinha mágica, ela dota o dinheiro
improdutivo de força criadora e o transforma, desse modo, em capital, sem que
tenha necessidade para tanto de se expor ao esforço e perigo inseparáveis da
aplicação industrial e mesmo usurária.
• Os credores do Estado, na realidade, não dão nada, pois a soma
emprestada é convertida em títulos da dívida, facilmente transferíveis, que
continuam a funcionar em suas mãos como se fossem a mesma
quantidade de dinheiro sonante‖ (p. 373).
19. GÊNESE DO CAPITALISTA INDUSTRIAL
• A incrível violência
praticada pelos europeus
na América, África e
Europa fez parte do
processo de acumulação
primitiva.
• ―A violência é a parteira
de toda velha sociedade
que está prenhe de uma
nova. Ela mesma é uma
potência econômica‖
(Marx, O Capital, v. II, p. 370).
20. GÊNESE DO CAPITALISTA INDUSTRIAL
Expropriação dos trabalhadores e
transformação de suas condições de
trabalho em capital (p. 380-381).
centralização do capital ou
expropriação de muitos
capitalistas por poucos
Desenvolvimento crescente da forma cooperativa do processo de
trabalho (trabalho social combinado), aplicação técnica consciente
da ciência, exploração planejada da terra, entrelaçamento de todos
os povos na rede do mercado mundial