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Uma publicação do Instituto Ambiental do Paraná




                 Curitiba, 2009
Roberto Requião de Mello e Silva
                             Governador do Estado




                          Lindsley da Silva Rasca Rodrigues
                                    Secretário




                   Vitor Hugo Ribeiro Burko - Diretor-Presidente
    João Batista Campos - Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas - DIBAP
    Márcia de Guadalupe Pires Tossulino - Departamento de Biodiversidade - DBIO
     Marcos Antonio Pinto - Departamento de Unidades de Conservação - DUC
                 Margit Hauer - Departamento Sócio-Ambiental-DSA




                            Erich Schaitza - Gerente Geral
                      Gracie Abad Maximiano - Gerente Técnica
             Márcia de Guadalupe Pires Tossulino - Implementadora - IAP

                        Instituto Ambiental do Paraná
     Rua Engenheiros Rebouças 1206 • CEP 80215-100 • Curitiba- Paraná - Brasil
                     Fone (41) 3123-3700 • Fax (41) 3333-6161
                           Força Verde 0800-6430304
                             website:www.pr.gov.br/iap



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Esta publicação visa mostrar à sociedade paranaense, em particular aos nossos estudantes, em linguagem
simples e fartas ilustrações, as principais espécies da rica fauna paranaense, suas características e sua
importância na natureza.

Uma rica fauna, é verdade. Das mais belas do Brasil. Mas constantemente ameaçada pela degradação
ambiental, pelo fogo, a caça, o tráfico e os atropelamentos de animais silvestres.

Não nos esqueçamos que cada uma das espécies da natureza desempenha função vital para o equilíbrio
do meio-ambiente. Os animais, por exemplo, espalham sementes, ajudando a plantar árvores; controlam
a população das espécies das quais se alimentam, evitando que sua proliferação comprometa o equilíbrio
dos ecossistemas.

A proteção da fauna é um dos objetivos centrais da ação vigorosa do Governo do Paraná no campo ambiental.
Para citar apenas um exemplo, nosso Estado foi o primeiro no Brasil a criar e implantar uma política pública
neste sentido, com o Sistema Estadual de Proteção à Fauna Silvestre (SISFAUNA). Trata-se de uma rede
da qual participam instituições públicas, universidades, centros de pesquisa, ONGs, entidades privadas e
proprietários de criadouros de fauna autorizados pelo Ibama. As ações integradas dessa rede buscam a
conservação da fauna através da educação ambiental, fiscalização e pesquisas, entre outras iniciativas.

Mas a proteção da fauna, assim como o conjunto da biodiversidade paranaense, não pode ser garantida
apenas pela ação governamental. Toda a sociedade, com apoio do Governo do Estado deve estar empenhada
nessa luta. Esta publicação pretende ajudar nossos conterrâneos a melhor conhecer os animais que todos
devemos defender. Porque só se protege aquilo que se conhece e respeita.

É assim que, aos poucos – mas com a solidez necessária – a consciência social paranaense vai assimilando
o imperativo da conservação ambiental, gerando as atitudes necessárias para a construção de um mundo
mais justo e saudável para todos.

Lindsley da Silva RASCA RODRIGUES                                  Vitor Hugo Ribeiro Burko
Secretário de Estado do Meio-Ambiente e Recursos Hídricos          Diretor Presidente do IAP


                                                                                                               3
Uma publicação do Instituto Ambiental do Paraná
                  © 2009 Governo do Paraná - IAP
    É permitida a reprodução para fins não-comerciais, desde que
                           citada a fonte.

                  ELABORAÇÃO DO TEXTO
                Dennis Nogarolli Marques Patrocínio

                      REVISÃO DO TEXTO
                         Luiz Manfredini
                      Mauro de Moura Britto

                   SUPERVISÃO EDITORIAL
                 Márcia Guadalupe Pires Tossulino
                       João Batista Campos

                             FOTOS
                            Zig Koch
                          Danielle Prim
                    Dennis Nogarolli Patrocínio                    Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná, 2009. 244p.: ilust. Bichos do Paraná
                        Magno V. Segalla                           Guia da Fauna Paranaense./ Dennis Nogarolli Marques Patrocínio.
                      Paulo Rogério Mangini
                                                                   ISBN 978-85-86426-25-4

                   CAPA E PROJETO GRÁFICO                          1.Fauna do Paraná - 2. Biodiversidade - 3. Ecologia - 4. Mamíferos - 5. Aves -
                         Izabel Portugal                           6. Répteis - 8. Anfíbios. I Patrocínio, Dennis Nogarolli Marques.

                                                                                     REPIDISCA
                         EDITORAÇÃO                                                    2407
                    Daphine de Oliveira Mattos                                          I59

                       COLABORADORES
                    Andressa Grothe Maiolino                                     Instituto Ambiental do Paraná - IAP
                    Claudiane Ferreira de Lima                                    Rua Engenheiros Rebouças, 1206
                      Fabiane Girardi Schmidt                                 CEP 80.215-100 – Curitiba – Paraná – Brasil
                    Ilma Elizabete Rodenbusch                                             Tel: (41) 3213-3700
                        Luiza Antonio Pinto
                  Manyla Pizzatto Rudey Crovador                                           IMPRESSO NO BRASIL
                           Tamara Molin                                                     PRINTED IN BRAZIL


4
Ao tratarmos da importância da fauna na natureza e da necessidade de
protegê-la, devemos partir da seguinte indagação: como preservar o que não
conhecemos? Aquilo quê não sabemos o valor? E mais: quais são os ecossistemas
que habitamos ou que alteramos para habitar? Quais os animais que habitam
esses ecossistemas? Como era originalmente a natureza do Paraná?

Nem todas essas perguntas possuem respostas completas. Mas, ao mesmo
tempo, dispomos de muitas informações que nos levam a concluir que são
necessários grandes esforços para conservar a natureza na forma como se
encontra hoje.

“Em muitas ocasiões na História a decadência das
civilizações foi acontecendo à medida que cada uma
destruiu seu ambiente e esgotou a base de recursos
das quais dependia. A ecologia, longe de ser uma
preocupação secundária, tem sido um dos grandes
determinantes do sucesso ou do fracasso das
sociedades humanas” (Fernandez , 2004).

Devemos conservar a natureza não só pensando na
sobrevivência da humanidade, mas também no valor
da natureza em si mesma. Muitas espécies ainda não
foram identificadas, mesmo assim devemos pensar em
sua proteção, pois possuem importância fundamental para o equilíbrio dinâmico
do ambiente.


                                                                                5
O equilíbrio dinâmico dos ecossistemas resulta da harmonia entre a produção
    e o consumo em determinados habitats. Em outras palavras: da relação entre
    o que é produzido em uma floresta e o que é consumido pela alimentação das
    populações. Este equilíbrio garante as condições de vida para todos os seres que
    dependem deste habitat. Mas não é assim tão simples. Conhecer as interações
    entre todos os organismos e as funções que cada um exerce na natureza, é algo
    complexo. Assim, pequenas mudanças, sejam climáticas, de fornecimento de
    energia, mortalidade ou extinção de algumas espécies, provocam alterações
    que dificilmente podem ser previstas.


    A inexistência de animais ou vegetais em determinados locais pode indicar
    que ali o ambiente está prejudicado, pois cada um exerce papel único para a
    estabilidade e harmonia do meio.

    “Não devemos deixar uma floresta cheia de árvores nos enganar que tudo
    esteja bem. Muitas dessas florestas são ‘mortos-vivos’ e, embora satélites que
    passam sobre nós possam reconfortantemente registrá-las como florestas, elas
    estão vazias de muito da riqueza faunística valorizada por humanos” (Redford,
    1992).

6
Os animais exercem funções vitais para o equilíbrio dos ecossistemas. Além
de regularem a cadeia alimentar, colaboram para a dispersão de sementes e a
polinização de flores, contribuindo para a manutenção das florestas e outros
ecossistemas, como campos, várzeas e mangues. Desta interação entre fauna
e flora resultam as condições de equilíbrio e de vida para muitos outros seres,
inclusive o ser humano.

Muitas espécies já foram extintas pela ação do homem. Mas, ao contrário do
                                         que muitos imaginam, não foi somente
                                         a partir da era moderna que isto
                                         ocorreu. Povos primitivos, conhecidos
                                         por suas práticas predatórias,
                                         extinguiram muitas espécies. Teorias
                                         demonstram a relação entre as
                                         extinções e a distribuição do homem
                                         primitivo pela Terra. A pressão
                                         exercida sobre determinadas espécies
                                         e o uso de ferramentas e armadilhas,
                                         provavelmente levaram à extinção de
                                         parte da fauna que existia.

                                        “Os povos que hoje dizemos que
                                        coexistem em harmonia com a
natureza, coexistem apenas com as espécies difíceis de extinguir, porque as
fáceis já foram exterminadas há muito tempo. Não estamos começando a
perder a natureza; já perdemos a grande parte” (Fernandez, 2004).

                                                                                  7
Mas a fauna e a flora dos dias de hoje ainda apresenta
                           grande diversidade, que deve ser preservada para
                           garantir o equilíbrio do planeta. Nas regiões tropicais
                           estão as áreas com maior diversidade biológica. O
                           avanço das fronteiras agrícolas sobre as florestas, para
    a produção de alimentos para uma população que cresce desordenadamente, é
    a maior de todas as pressões sobre a fauna e a flora da Terra.

    O desmatamento, além de ocasionar diretamente a perda das espécies vegetais,
    implica na alteração da dinâmica das florestas remanescentes e na dinâmica
    de muitas populações de animais, que tem estas áreas como habitat ou como
    caminhos que levam à outros locais. O desmatamento já está afetando o clima,
    que por sua vez vem ocasionando catástrofes cada
    vez mais freqüentes. Isto tem causado perda de vidas
    humanas, prejuízos econômicos e graves impactos
    sobre a natureza.

    Os animais estão distribuídos pelo planeta de
    acordo com suas características de adaptação a
    vários fatores como clima, altitude, latitude, relevo,
    florestas, campos, áreas úmidas, etc. Enfim, todos
    fatores do meio - biótico e abiótico- interferem
    na distribuição dos animais. Algumas espécies que
    só ocorrem em determinados locais (endêmicas)
    podem ser extintas apenas com alterações feitas em
    sua área de ocorrência.

8
Além disso, a globalização tem aumentado os impactos causados pela introdução
de espécies de plantas e animais exóticos em ambientes nativos. Após a perda
de habitat acarretada pelos desmatamentos, a introdução de espécies exóticas
é a segunda causa de perda de biodiversidade no mundo. Os animais exóticos
provocam o aumento de competição com animais nativos, afetando toda a
dinâmica de um ecossistema.

No Brasil, há experiências que trouxeram sérios impactos negativos à fauna
nativa: o caramujo africano, transmissor de várias doenças, o javali, que se
dispersou por várias regiões do Paraná e muitas outras espécies que têm sido
introduzidas sem critérios. De maneira geral, a introdução de espécies exóticas
resulta sempre em perda para a biodiversidade. Ao longo do tempo, vários
exemplos de extinções em todo planeta foram resultantes da introdução de
espécies exóticas.

A biodiversidade brasileira é reconhecidamente uma das mais ricas do planeta.
Sua importância foi claramente demonstrada por Mittermeier, em sua
obra Megadiversity (1998), quando aponta o Brasil em primeiro lugar na
diversidade de espécies de mamíferos e peixes de água doce, segundo em
espécies de anfíbios e borboletas e terceiro em espécies de aves.

Quanto à diversidade vegetal, o Brasil é um dos países mais ricos do
mundo, com mais de 50.000 espécies de plantas, ou seja, um quinto
do total mundial. A Floresta Atlântica é considerada estratégica pela sua
significativa diversidade florística. Com relação ao endemismo, está em segundo
lugar em número de mamíferos e anfíbios, e segundo em número de aves.

                                                                                  9
Paraná: símbolo de conservação
     O Paraná é heterogêneo e bastante diversificado quanto a sua composição. Está
     subdividido, territorialmente, em várias unidades naturais de paisagem: Floresta
     Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), Estepe Gramíneo-Lenhosa (Campos),
     Savana (Cerrado), Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), Floresta
     Estacional Semidecidual e Formações Pioneiras (mangues, várzeas, restingas).

     Originalmente, o Paraná possuía 83% de cobertura florestal, sendo os 17%
     restantes formações não florestais (campos
     e cerrados) e vegetação pioneira. Com a
     expansão das fronteiras agrícolas, a exploração
     madeireira e a intensa urbanização, dos 83%
     de cobertura florestal que existiam, restaram
     cerca de 11%. Como uma colcha de retalhos,
     as áreas de floresta que sobraram foram
     isoladas, formando ilhas de florestas em
     meio a extensas áreas de uso agropecuário
     (fragmentação de habitats). O trânsito de animais e a dispersão de plantas foram
     afetados. Com o passar do tempo, as conseqüências vão ficando evidentes:
     alterações climáticas, extinção de espécies e a perda da diversidade biológica.

     Estima-se que, de um número aproximado de 7.000 espécies vegetais
     existentes no Estado, cerca de 5.000 (70%) têm hoje seus ambientes alterados
     a ponto de colocar em risco os processos de interação e interdependência dos


10
ecossistemas. A Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do
Paraná relaciona 593 espécies consideradas em situação crítica (Paraná, 1995).

No estudo que resultou no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do
Paraná (Mikich, S.B & R.S.Bérnils. 2004), as espécies da fauna foram classificadas
em seis níveis de ameaça, segundo metodologia vigente, desenvolvida pela
União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
Este estudo contém um diagnóstico de 344 espécies da fauna paranaense. Deste
total, 163 espécies foram consideradas ameaçadas
de extinção, em categorias distintas (regionalmente
extinta, criticamente em perigo, em perigo e
vulnerável). Estas espécies têm proteção específica
da legislação estadual. Outras 43 espécies foram
classificadas como NT (quase ameaçadas) e 138
como DD (dados insuficientes).

Apesar das dificuldades, esforços têm sido
feitos para que as metas de conservação sejam
alcançadas. Com isso, espera-se não apenas a
redução dos impactos causados à biodiversidade
paranaense, mas também um incremento que
melhore as condições ambientais, essenciais à vida
no planeta.
Mariese Cargnin Muchailh
Engenheira Florestal, M.Sc.
Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas/IAP


                                                                                     11
O que pretendemos?

     O objetivo deste livro é informar à sociedade sobre as espécies que mais
     ocorrem no rico e heterogêneo território paranaense.

     A distribuição das espécies está de
     acordo com a classificação taxonômica
     dos animais.

     O sistema de classificação é o
     mesmo utilizado pelos cientistas
     para enquadrar os grupos baseado
     na evolução das espécies, grau de
     parentesco, semelhanças fisiológicas e
     morfológicas dos indivíduos adultos.

     Para isso devemos       compreender
     alguns conceitos:

          Espécie é a unidade básica
          de classificação dos seres
          vivos, formada por grupos de
          indivíduos muito semelhantes e
          que podem cruzar-se entre si,
          dando origem a descendentes
          férteis.

12
• Quando eles são muito parecidos, mas a semelhança é menor que na
     espécie, são reunidos em um grupo chamado gênero.

     • Os gêneros próximos formam as famílias; da reunião das famílias
     formam-se as classes.

     • As classes semelhantes vão constituir os filos, os quais formarão os
     reinos.


A descrição das espécies foi baseada no Guia para apoio à identificação da fauna
paranaense (Mangini & Vidolin, 2005), com ampliação de grupos taxonômicos
e adaptação da linguagem para o
público em geral.

A      nomenclatura   utilizada
para as espécies de aves está
em conformidade com o
Comitê Brasileiro de Registros
Ornitológicos - CBRO e com
o livro Ornitologia brasileira
(Sick, 1997). Os demais dados
foram obtidos de fontes
diversas, conforme referências
bibliográficas mencionadas ao
final.

                                                                                   13
Ordem Marsupialia
     Os marsupiais surgiram no início do período Cretáceo, na América do Norte e Europa Ocidental. A partir daí, espalharam-
     se para a América do Sul, África, Antártica e Austrália. A ordem marsupialia é caracterizada pela presença de um marsúpio,
     ou seja, uma bolsa localizada no ventre, responsável pelo desenvolvimento dos filhotes.

     Ordem Edentata
     As espécies dessa ordem evoluíram a partir dos insetívoros (animais que se alimentam de insetos) primitivos no período
     Cretáceo. Especializaram-se numa dieta de formigas e térmitas, abundantes nos trópicos. Disseminaram-se bastante na
     América do Sul, enquanto este continente estava isolado da América do Norte. Um edentato possui grandes garras, para
     penetrar em colônias de formigas. Depois de aberta a colônia, lambe os insetos com sua longa língua coberta por uma saliva
     muito pegajosa. No caso dos tamanduás, as formigas são engolidas inteiras e esmagadas em uma região do estômago.

     Ordem Carnivora
     Alguns mamíferos são carnívoros, ou seja, se alimentam de animais ou de parte deles. Por isso seus dentes são especializados
     para matar e cortar as presas. Suas pernas são adaptadas para permitir a velocidade necessária para alcançar suas presas.
     Grande parte dos carnívoros é semi-arborícola (possui a capacidade de subir em árvores) ou terrestre, mas algumas espécies
     desta ordem, como as focas e os leões marinhos, especializaram-se para explorar o mar.

     Ordem Perissodactyla
     O único representante dessa ordem no Brasil é a anta ou tapir. Os indivíduos dessa ordem apresentam dedos ímpares,
     desiguais e protegidos por um casco. Possuem hábitos alimentares herbívoros.

     Ordem Artiodactyla
     Os membros dessa ordem possuem dedos pares, simétricos, em número de dois ou quatro. A dentição das espécies é
     incompleta e os dentes se especializaram para arrancar e triturar partes de plantas. Na maioria das espécies da ordem
     Artiodactyla, os machos possuem chifres, como é o caso dos veados. Habitam diversos ecossistemas, desde florestas até
     campos e cerrado.




14
Ordem Lagomorpha
O único representante brasileiro da ordem Lagomorpha é o tapiti. O tapiti difere dos demais coelhos por não escavar
buracos e pelos seus filhotes nascerem cobertos de pelos, com os olhos abertos. Apesar de ser capaz de gerar muitos
filhotes, o tapiti não é uma espécie abundante, talvez devido a forte pressão predatória exercida sobre ele, como a caça e
a destruição das florestas.

Ordem Crocodylia
Possuem o coração com quatro cavidades, o corpo é revestido e protegido por placas dérmicas ou ósseas. Os membros da
ordem Crocodylia são os maiores répteis da atualidade. Vivem em lagos, rios, riachos e pântanos.

Ordem Squamata
Nos indivíduos que compõe a ordem Squamata, pode-se observar algumas características que lhes são comuns, como
o corpo inteiramente revestido por escamas, língua bifurcada e corpo geralmente alongado, como se vê nas serpentes e
lagartos.

Ordem Ophidia
As serpentes apresentam corpo alongado, sem membros e revestido por escamas. Os dentes são afilados e curvados
para trás. Para “sentir cheiros” as serpentes expõem sua língua bifurcada e capta moléculas do ambiente. Vivem em matas,
campos, desertos e lagos.

Ordem Chelonia
A ordem dos quelônios engloba as tartarugas marinhas, cágados e jabutis, todos com o corpo protegido por uma carapaça
no dorso e por uma placa sobre o ventre, chamada plastrão. As tartarugas são animais com hábitos marinhos, enquanto os
cágados possuem hábitos tanto aquáticos quanto terrestres; os jabutis vivem em ambiente terrestre.

Ordem Amphibia
Os anfíbios são animais de temperatura variável. São chamados anfíbios por poderem viver tanto na água quanto na terra.
O ovo dos anfíbios produz um ser vivo que somente atinge a maturidade após sofrer várias transformações em seu corpo.
Essas transformações recebem o nome de metamorfoses.



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A fauna paranaense e sua importância

  • 1. Uma publicação do Instituto Ambiental do Paraná Curitiba, 2009
  • 2. Roberto Requião de Mello e Silva Governador do Estado Lindsley da Silva Rasca Rodrigues Secretário Vitor Hugo Ribeiro Burko - Diretor-Presidente João Batista Campos - Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas - DIBAP Márcia de Guadalupe Pires Tossulino - Departamento de Biodiversidade - DBIO Marcos Antonio Pinto - Departamento de Unidades de Conservação - DUC Margit Hauer - Departamento Sócio-Ambiental-DSA Erich Schaitza - Gerente Geral Gracie Abad Maximiano - Gerente Técnica Márcia de Guadalupe Pires Tossulino - Implementadora - IAP Instituto Ambiental do Paraná Rua Engenheiros Rebouças 1206 • CEP 80215-100 • Curitiba- Paraná - Brasil Fone (41) 3123-3700 • Fax (41) 3333-6161 Força Verde 0800-6430304 website:www.pr.gov.br/iap 2
  • 3. Esta publicação visa mostrar à sociedade paranaense, em particular aos nossos estudantes, em linguagem simples e fartas ilustrações, as principais espécies da rica fauna paranaense, suas características e sua importância na natureza. Uma rica fauna, é verdade. Das mais belas do Brasil. Mas constantemente ameaçada pela degradação ambiental, pelo fogo, a caça, o tráfico e os atropelamentos de animais silvestres. Não nos esqueçamos que cada uma das espécies da natureza desempenha função vital para o equilíbrio do meio-ambiente. Os animais, por exemplo, espalham sementes, ajudando a plantar árvores; controlam a população das espécies das quais se alimentam, evitando que sua proliferação comprometa o equilíbrio dos ecossistemas. A proteção da fauna é um dos objetivos centrais da ação vigorosa do Governo do Paraná no campo ambiental. Para citar apenas um exemplo, nosso Estado foi o primeiro no Brasil a criar e implantar uma política pública neste sentido, com o Sistema Estadual de Proteção à Fauna Silvestre (SISFAUNA). Trata-se de uma rede da qual participam instituições públicas, universidades, centros de pesquisa, ONGs, entidades privadas e proprietários de criadouros de fauna autorizados pelo Ibama. As ações integradas dessa rede buscam a conservação da fauna através da educação ambiental, fiscalização e pesquisas, entre outras iniciativas. Mas a proteção da fauna, assim como o conjunto da biodiversidade paranaense, não pode ser garantida apenas pela ação governamental. Toda a sociedade, com apoio do Governo do Estado deve estar empenhada nessa luta. Esta publicação pretende ajudar nossos conterrâneos a melhor conhecer os animais que todos devemos defender. Porque só se protege aquilo que se conhece e respeita. É assim que, aos poucos – mas com a solidez necessária – a consciência social paranaense vai assimilando o imperativo da conservação ambiental, gerando as atitudes necessárias para a construção de um mundo mais justo e saudável para todos. Lindsley da Silva RASCA RODRIGUES Vitor Hugo Ribeiro Burko Secretário de Estado do Meio-Ambiente e Recursos Hídricos Diretor Presidente do IAP 3
  • 4. Uma publicação do Instituto Ambiental do Paraná © 2009 Governo do Paraná - IAP É permitida a reprodução para fins não-comerciais, desde que citada a fonte. ELABORAÇÃO DO TEXTO Dennis Nogarolli Marques Patrocínio REVISÃO DO TEXTO Luiz Manfredini Mauro de Moura Britto SUPERVISÃO EDITORIAL Márcia Guadalupe Pires Tossulino João Batista Campos FOTOS Zig Koch Danielle Prim Dennis Nogarolli Patrocínio Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná, 2009. 244p.: ilust. Bichos do Paraná Magno V. Segalla Guia da Fauna Paranaense./ Dennis Nogarolli Marques Patrocínio. Paulo Rogério Mangini ISBN 978-85-86426-25-4 CAPA E PROJETO GRÁFICO 1.Fauna do Paraná - 2. Biodiversidade - 3. Ecologia - 4. Mamíferos - 5. Aves - Izabel Portugal 6. Répteis - 8. Anfíbios. I Patrocínio, Dennis Nogarolli Marques. REPIDISCA EDITORAÇÃO 2407 Daphine de Oliveira Mattos I59 COLABORADORES Andressa Grothe Maiolino Instituto Ambiental do Paraná - IAP Claudiane Ferreira de Lima Rua Engenheiros Rebouças, 1206 Fabiane Girardi Schmidt CEP 80.215-100 – Curitiba – Paraná – Brasil Ilma Elizabete Rodenbusch Tel: (41) 3213-3700 Luiza Antonio Pinto Manyla Pizzatto Rudey Crovador IMPRESSO NO BRASIL Tamara Molin PRINTED IN BRAZIL 4
  • 5. Ao tratarmos da importância da fauna na natureza e da necessidade de protegê-la, devemos partir da seguinte indagação: como preservar o que não conhecemos? Aquilo quê não sabemos o valor? E mais: quais são os ecossistemas que habitamos ou que alteramos para habitar? Quais os animais que habitam esses ecossistemas? Como era originalmente a natureza do Paraná? Nem todas essas perguntas possuem respostas completas. Mas, ao mesmo tempo, dispomos de muitas informações que nos levam a concluir que são necessários grandes esforços para conservar a natureza na forma como se encontra hoje. “Em muitas ocasiões na História a decadência das civilizações foi acontecendo à medida que cada uma destruiu seu ambiente e esgotou a base de recursos das quais dependia. A ecologia, longe de ser uma preocupação secundária, tem sido um dos grandes determinantes do sucesso ou do fracasso das sociedades humanas” (Fernandez , 2004). Devemos conservar a natureza não só pensando na sobrevivência da humanidade, mas também no valor da natureza em si mesma. Muitas espécies ainda não foram identificadas, mesmo assim devemos pensar em sua proteção, pois possuem importância fundamental para o equilíbrio dinâmico do ambiente. 5
  • 6. O equilíbrio dinâmico dos ecossistemas resulta da harmonia entre a produção e o consumo em determinados habitats. Em outras palavras: da relação entre o que é produzido em uma floresta e o que é consumido pela alimentação das populações. Este equilíbrio garante as condições de vida para todos os seres que dependem deste habitat. Mas não é assim tão simples. Conhecer as interações entre todos os organismos e as funções que cada um exerce na natureza, é algo complexo. Assim, pequenas mudanças, sejam climáticas, de fornecimento de energia, mortalidade ou extinção de algumas espécies, provocam alterações que dificilmente podem ser previstas. A inexistência de animais ou vegetais em determinados locais pode indicar que ali o ambiente está prejudicado, pois cada um exerce papel único para a estabilidade e harmonia do meio. “Não devemos deixar uma floresta cheia de árvores nos enganar que tudo esteja bem. Muitas dessas florestas são ‘mortos-vivos’ e, embora satélites que passam sobre nós possam reconfortantemente registrá-las como florestas, elas estão vazias de muito da riqueza faunística valorizada por humanos” (Redford, 1992). 6
  • 7. Os animais exercem funções vitais para o equilíbrio dos ecossistemas. Além de regularem a cadeia alimentar, colaboram para a dispersão de sementes e a polinização de flores, contribuindo para a manutenção das florestas e outros ecossistemas, como campos, várzeas e mangues. Desta interação entre fauna e flora resultam as condições de equilíbrio e de vida para muitos outros seres, inclusive o ser humano. Muitas espécies já foram extintas pela ação do homem. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, não foi somente a partir da era moderna que isto ocorreu. Povos primitivos, conhecidos por suas práticas predatórias, extinguiram muitas espécies. Teorias demonstram a relação entre as extinções e a distribuição do homem primitivo pela Terra. A pressão exercida sobre determinadas espécies e o uso de ferramentas e armadilhas, provavelmente levaram à extinção de parte da fauna que existia. “Os povos que hoje dizemos que coexistem em harmonia com a natureza, coexistem apenas com as espécies difíceis de extinguir, porque as fáceis já foram exterminadas há muito tempo. Não estamos começando a perder a natureza; já perdemos a grande parte” (Fernandez, 2004). 7
  • 8. Mas a fauna e a flora dos dias de hoje ainda apresenta grande diversidade, que deve ser preservada para garantir o equilíbrio do planeta. Nas regiões tropicais estão as áreas com maior diversidade biológica. O avanço das fronteiras agrícolas sobre as florestas, para a produção de alimentos para uma população que cresce desordenadamente, é a maior de todas as pressões sobre a fauna e a flora da Terra. O desmatamento, além de ocasionar diretamente a perda das espécies vegetais, implica na alteração da dinâmica das florestas remanescentes e na dinâmica de muitas populações de animais, que tem estas áreas como habitat ou como caminhos que levam à outros locais. O desmatamento já está afetando o clima, que por sua vez vem ocasionando catástrofes cada vez mais freqüentes. Isto tem causado perda de vidas humanas, prejuízos econômicos e graves impactos sobre a natureza. Os animais estão distribuídos pelo planeta de acordo com suas características de adaptação a vários fatores como clima, altitude, latitude, relevo, florestas, campos, áreas úmidas, etc. Enfim, todos fatores do meio - biótico e abiótico- interferem na distribuição dos animais. Algumas espécies que só ocorrem em determinados locais (endêmicas) podem ser extintas apenas com alterações feitas em sua área de ocorrência. 8
  • 9. Além disso, a globalização tem aumentado os impactos causados pela introdução de espécies de plantas e animais exóticos em ambientes nativos. Após a perda de habitat acarretada pelos desmatamentos, a introdução de espécies exóticas é a segunda causa de perda de biodiversidade no mundo. Os animais exóticos provocam o aumento de competição com animais nativos, afetando toda a dinâmica de um ecossistema. No Brasil, há experiências que trouxeram sérios impactos negativos à fauna nativa: o caramujo africano, transmissor de várias doenças, o javali, que se dispersou por várias regiões do Paraná e muitas outras espécies que têm sido introduzidas sem critérios. De maneira geral, a introdução de espécies exóticas resulta sempre em perda para a biodiversidade. Ao longo do tempo, vários exemplos de extinções em todo planeta foram resultantes da introdução de espécies exóticas. A biodiversidade brasileira é reconhecidamente uma das mais ricas do planeta. Sua importância foi claramente demonstrada por Mittermeier, em sua obra Megadiversity (1998), quando aponta o Brasil em primeiro lugar na diversidade de espécies de mamíferos e peixes de água doce, segundo em espécies de anfíbios e borboletas e terceiro em espécies de aves. Quanto à diversidade vegetal, o Brasil é um dos países mais ricos do mundo, com mais de 50.000 espécies de plantas, ou seja, um quinto do total mundial. A Floresta Atlântica é considerada estratégica pela sua significativa diversidade florística. Com relação ao endemismo, está em segundo lugar em número de mamíferos e anfíbios, e segundo em número de aves. 9
  • 10. Paraná: símbolo de conservação O Paraná é heterogêneo e bastante diversificado quanto a sua composição. Está subdividido, territorialmente, em várias unidades naturais de paisagem: Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), Estepe Gramíneo-Lenhosa (Campos), Savana (Cerrado), Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), Floresta Estacional Semidecidual e Formações Pioneiras (mangues, várzeas, restingas). Originalmente, o Paraná possuía 83% de cobertura florestal, sendo os 17% restantes formações não florestais (campos e cerrados) e vegetação pioneira. Com a expansão das fronteiras agrícolas, a exploração madeireira e a intensa urbanização, dos 83% de cobertura florestal que existiam, restaram cerca de 11%. Como uma colcha de retalhos, as áreas de floresta que sobraram foram isoladas, formando ilhas de florestas em meio a extensas áreas de uso agropecuário (fragmentação de habitats). O trânsito de animais e a dispersão de plantas foram afetados. Com o passar do tempo, as conseqüências vão ficando evidentes: alterações climáticas, extinção de espécies e a perda da diversidade biológica. Estima-se que, de um número aproximado de 7.000 espécies vegetais existentes no Estado, cerca de 5.000 (70%) têm hoje seus ambientes alterados a ponto de colocar em risco os processos de interação e interdependência dos 10
  • 11. ecossistemas. A Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná relaciona 593 espécies consideradas em situação crítica (Paraná, 1995). No estudo que resultou no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná (Mikich, S.B & R.S.Bérnils. 2004), as espécies da fauna foram classificadas em seis níveis de ameaça, segundo metodologia vigente, desenvolvida pela União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês). Este estudo contém um diagnóstico de 344 espécies da fauna paranaense. Deste total, 163 espécies foram consideradas ameaçadas de extinção, em categorias distintas (regionalmente extinta, criticamente em perigo, em perigo e vulnerável). Estas espécies têm proteção específica da legislação estadual. Outras 43 espécies foram classificadas como NT (quase ameaçadas) e 138 como DD (dados insuficientes). Apesar das dificuldades, esforços têm sido feitos para que as metas de conservação sejam alcançadas. Com isso, espera-se não apenas a redução dos impactos causados à biodiversidade paranaense, mas também um incremento que melhore as condições ambientais, essenciais à vida no planeta. Mariese Cargnin Muchailh Engenheira Florestal, M.Sc. Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas/IAP 11
  • 12. O que pretendemos? O objetivo deste livro é informar à sociedade sobre as espécies que mais ocorrem no rico e heterogêneo território paranaense. A distribuição das espécies está de acordo com a classificação taxonômica dos animais. O sistema de classificação é o mesmo utilizado pelos cientistas para enquadrar os grupos baseado na evolução das espécies, grau de parentesco, semelhanças fisiológicas e morfológicas dos indivíduos adultos. Para isso devemos compreender alguns conceitos: Espécie é a unidade básica de classificação dos seres vivos, formada por grupos de indivíduos muito semelhantes e que podem cruzar-se entre si, dando origem a descendentes férteis. 12
  • 13. • Quando eles são muito parecidos, mas a semelhança é menor que na espécie, são reunidos em um grupo chamado gênero. • Os gêneros próximos formam as famílias; da reunião das famílias formam-se as classes. • As classes semelhantes vão constituir os filos, os quais formarão os reinos. A descrição das espécies foi baseada no Guia para apoio à identificação da fauna paranaense (Mangini & Vidolin, 2005), com ampliação de grupos taxonômicos e adaptação da linguagem para o público em geral. A nomenclatura utilizada para as espécies de aves está em conformidade com o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos - CBRO e com o livro Ornitologia brasileira (Sick, 1997). Os demais dados foram obtidos de fontes diversas, conforme referências bibliográficas mencionadas ao final. 13
  • 14. Ordem Marsupialia Os marsupiais surgiram no início do período Cretáceo, na América do Norte e Europa Ocidental. A partir daí, espalharam- se para a América do Sul, África, Antártica e Austrália. A ordem marsupialia é caracterizada pela presença de um marsúpio, ou seja, uma bolsa localizada no ventre, responsável pelo desenvolvimento dos filhotes. Ordem Edentata As espécies dessa ordem evoluíram a partir dos insetívoros (animais que se alimentam de insetos) primitivos no período Cretáceo. Especializaram-se numa dieta de formigas e térmitas, abundantes nos trópicos. Disseminaram-se bastante na América do Sul, enquanto este continente estava isolado da América do Norte. Um edentato possui grandes garras, para penetrar em colônias de formigas. Depois de aberta a colônia, lambe os insetos com sua longa língua coberta por uma saliva muito pegajosa. No caso dos tamanduás, as formigas são engolidas inteiras e esmagadas em uma região do estômago. Ordem Carnivora Alguns mamíferos são carnívoros, ou seja, se alimentam de animais ou de parte deles. Por isso seus dentes são especializados para matar e cortar as presas. Suas pernas são adaptadas para permitir a velocidade necessária para alcançar suas presas. Grande parte dos carnívoros é semi-arborícola (possui a capacidade de subir em árvores) ou terrestre, mas algumas espécies desta ordem, como as focas e os leões marinhos, especializaram-se para explorar o mar. Ordem Perissodactyla O único representante dessa ordem no Brasil é a anta ou tapir. Os indivíduos dessa ordem apresentam dedos ímpares, desiguais e protegidos por um casco. Possuem hábitos alimentares herbívoros. Ordem Artiodactyla Os membros dessa ordem possuem dedos pares, simétricos, em número de dois ou quatro. A dentição das espécies é incompleta e os dentes se especializaram para arrancar e triturar partes de plantas. Na maioria das espécies da ordem Artiodactyla, os machos possuem chifres, como é o caso dos veados. Habitam diversos ecossistemas, desde florestas até campos e cerrado. 14
  • 15. Ordem Lagomorpha O único representante brasileiro da ordem Lagomorpha é o tapiti. O tapiti difere dos demais coelhos por não escavar buracos e pelos seus filhotes nascerem cobertos de pelos, com os olhos abertos. Apesar de ser capaz de gerar muitos filhotes, o tapiti não é uma espécie abundante, talvez devido a forte pressão predatória exercida sobre ele, como a caça e a destruição das florestas. Ordem Crocodylia Possuem o coração com quatro cavidades, o corpo é revestido e protegido por placas dérmicas ou ósseas. Os membros da ordem Crocodylia são os maiores répteis da atualidade. Vivem em lagos, rios, riachos e pântanos. Ordem Squamata Nos indivíduos que compõe a ordem Squamata, pode-se observar algumas características que lhes são comuns, como o corpo inteiramente revestido por escamas, língua bifurcada e corpo geralmente alongado, como se vê nas serpentes e lagartos. Ordem Ophidia As serpentes apresentam corpo alongado, sem membros e revestido por escamas. Os dentes são afilados e curvados para trás. Para “sentir cheiros” as serpentes expõem sua língua bifurcada e capta moléculas do ambiente. Vivem em matas, campos, desertos e lagos. Ordem Chelonia A ordem dos quelônios engloba as tartarugas marinhas, cágados e jabutis, todos com o corpo protegido por uma carapaça no dorso e por uma placa sobre o ventre, chamada plastrão. As tartarugas são animais com hábitos marinhos, enquanto os cágados possuem hábitos tanto aquáticos quanto terrestres; os jabutis vivem em ambiente terrestre. Ordem Amphibia Os anfíbios são animais de temperatura variável. São chamados anfíbios por poderem viver tanto na água quanto na terra. O ovo dos anfíbios produz um ser vivo que somente atinge a maturidade após sofrer várias transformações em seu corpo. Essas transformações recebem o nome de metamorfoses. 15