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Curiosidades...




O “Gadus Morhua”


            -clicar para mudar de slide-
Exactamente... Trata-se do vulgar
bacalhau. Sendo eu um fanático
deste peixe, decidi compartilhar
com os amigos o que dele sabia.


O bacalhau cresce de forma rápida
e reproduz-se – entre Janeiro e Abril
- também rapidamente, já que cada
fêmea põe, por ano entre 4 a 6
milhões de ovos. Contudo, só cerca
de 1% sobrevive e chega à fase
adulta. Aos dois anos o bacalhau já
tem 50 cm. Vive perto de 20 anos
altura em que atinge 1,5m e chega a
pesar 50 Kg.

É um peixe estenoterno, o que significa que só pode viver a
determinadas temperaturas – frias – pelo que anda em constante
rodopio entre a Noruega, Terra Nova, Islândia, Canadá e Alaska.
Os primeiros comerciantes
deste peixe foram os Bascos,
  em redor do ano 1000. Já
     conhecedores do sal
  comercializavam o peixe
curado, salgado e seco, o que
era feito nas próprias rochas,
     ao ar livre, portanto.


Mas terão sido os Vikings os
    primeiros a usá-lo na
        alimentação.
  Desconhecedores do sal,
 secavam o peixe em tábuas
de madeira até que perdesse
 a quinta parte do seu peso.
Depois era cortado em cubos
 que eram guardados para a
        alimentação.
Os Portugueses são os maiores
   consumidores de bacalhau do mundo.
 Contudo, só a partir do século XV o peixe
    entra na dieta em Portugal, durante o
   período das Descobertas. Em 1497 os
primeiros exemplares são trazidos da Terra
                    Nova.



                                              Em 1508 o bacalhau já
                                               representava 10% da
                                             alimentação nacional. O
                                             Rei D. Manuel I, grande
                                             apreciador de bacalhau,
                                             criou um imposto sobre
                                             a pesca do bacalhau, o
                                               chamado “Dízimo da
                                                    pescaria”.
Este imposto destinava-se a
patrocinar expedições para a
     pesca do bacalhau.
      As primeiras frotas
pesqueiras de bacalhau eram
  pertença do Reino e só em
meados do século XIX, altura
  em que o imposto sobre a
   pescaria foi abolido, se
 autorizou a que particulares
   se dedicassem, de igual
    modo, a este negócio.
 As primeiras embarcações
 privadas eram à vela, feitas
de madeira e a pesca fazia-se
 à linha. Os homens do mar
  chegavam a trabalhar 20
        horas por dia.
O bacalhau foi uma revolução na
alimentação, já que na altura em
  que começou a ser usado os
 alimentos estragavam-se pelas
     precárias condições de
 conservação. A salga e a seca
do bacalhau, além de garantirem
    assim a sua conservação,
     apuravam o seu gosto.


A disputa entre os países foi tanta, que o peixe esteve
na origem de duas guerras, a primeira em 1532 entre a
Inglaterra e a Alemanha e, a segunda em 1585 entre a
                Inglaterra e a Espanha.
Actualmente Portugal importa cerca de 90% do
bacalhau que consome, grande parte dele já salgado e
                      seco.
O bacalhau salgado
   e seco é dos
  alimentos mais
 completos, já que
  conserva toda a
qualidade do peixe
      fresco.
 Rico em minerais
      vitaminas e
proteínas, apresenta
     uma taxa de
gorduras de apenas
1gr./ 100 gr. de peso.

  Para além do mais, comido da forma mais simples –
             cozido – é de fácil digestão.
Quando há necessidade de o
temperar à mesa, tal deve ser
 feito com azeite português,
   virgem, com um grau de
  acidez nunca inferior a 1º.




   Já Eça de Queiroz escrevia que um bom tinto “é um
  casamento feliz com o bacalhau pela acção do tipo de
   sabores frutados do vinho o que dá uma sensação
   gustativa indirecta da doçura que ameniza o gosto
              oposto salgado do bacalhau”
 O vinho alentejano, por mais encorpado, é o ideal para
                se acompanhar o peixe.
José Luis Gomes de Sá
                            Junior foi, a certa altura
                           cozinheiro no Restaurante
                           Lisbonense. Aí criou a sua
                          célebre receita, servida pela
                          primeira vez em 1914. Viria a
                                morrer em 1926.



 José Valentim, mais conhecido pelo Zé do Pipo, viveu
 no Porto onde era dono do restaurante com o mesmo
nome. A si se lhe deve a confecção do seu prato em que
 as postas de bacalhau eram cobertas por maionese e
           depois levadas ao forno a gratinar.
Nos últimos 20 anos, contudo,
    assistiu-se a uma pesca
excessiva do bacalhau, o que
   motivou que os cardumes
   fossem substancialmente
reduzidos. A modernização da
  indústria pesqueira não foi
      alheia a este facto.



 O bacalhau tornou-se assim uma espécie em via de
 extinção o que motivou já que a Comissão Europeia
   reduzisse drásticamente as quotas de pesca do
             mesmo, já a partir de 2006.

 Contudo, a Noruega, por não fazer parte da Europa
 comunitária, já disse que não aceitaria esta norma...
Portanto, se gostam de
    bacalhau apreciem-no
   enquanto ele ainda está
        disponível...




F I M

              pbl/novembro de 2005

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Bacalhau curiosidades históricas

  • 1. Curiosidades... O “Gadus Morhua” -clicar para mudar de slide-
  • 2. Exactamente... Trata-se do vulgar bacalhau. Sendo eu um fanático deste peixe, decidi compartilhar com os amigos o que dele sabia. O bacalhau cresce de forma rápida e reproduz-se – entre Janeiro e Abril - também rapidamente, já que cada fêmea põe, por ano entre 4 a 6 milhões de ovos. Contudo, só cerca de 1% sobrevive e chega à fase adulta. Aos dois anos o bacalhau já tem 50 cm. Vive perto de 20 anos altura em que atinge 1,5m e chega a pesar 50 Kg. É um peixe estenoterno, o que significa que só pode viver a determinadas temperaturas – frias – pelo que anda em constante rodopio entre a Noruega, Terra Nova, Islândia, Canadá e Alaska.
  • 3. Os primeiros comerciantes deste peixe foram os Bascos, em redor do ano 1000. Já conhecedores do sal comercializavam o peixe curado, salgado e seco, o que era feito nas próprias rochas, ao ar livre, portanto. Mas terão sido os Vikings os primeiros a usá-lo na alimentação. Desconhecedores do sal, secavam o peixe em tábuas de madeira até que perdesse a quinta parte do seu peso. Depois era cortado em cubos que eram guardados para a alimentação.
  • 4. Os Portugueses são os maiores consumidores de bacalhau do mundo. Contudo, só a partir do século XV o peixe entra na dieta em Portugal, durante o período das Descobertas. Em 1497 os primeiros exemplares são trazidos da Terra Nova. Em 1508 o bacalhau já representava 10% da alimentação nacional. O Rei D. Manuel I, grande apreciador de bacalhau, criou um imposto sobre a pesca do bacalhau, o chamado “Dízimo da pescaria”.
  • 5. Este imposto destinava-se a patrocinar expedições para a pesca do bacalhau. As primeiras frotas pesqueiras de bacalhau eram pertença do Reino e só em meados do século XIX, altura em que o imposto sobre a pescaria foi abolido, se autorizou a que particulares se dedicassem, de igual modo, a este negócio. As primeiras embarcações privadas eram à vela, feitas de madeira e a pesca fazia-se à linha. Os homens do mar chegavam a trabalhar 20 horas por dia.
  • 6. O bacalhau foi uma revolução na alimentação, já que na altura em que começou a ser usado os alimentos estragavam-se pelas precárias condições de conservação. A salga e a seca do bacalhau, além de garantirem assim a sua conservação, apuravam o seu gosto. A disputa entre os países foi tanta, que o peixe esteve na origem de duas guerras, a primeira em 1532 entre a Inglaterra e a Alemanha e, a segunda em 1585 entre a Inglaterra e a Espanha.
  • 7. Actualmente Portugal importa cerca de 90% do bacalhau que consome, grande parte dele já salgado e seco.
  • 8. O bacalhau salgado e seco é dos alimentos mais completos, já que conserva toda a qualidade do peixe fresco. Rico em minerais vitaminas e proteínas, apresenta uma taxa de gorduras de apenas 1gr./ 100 gr. de peso. Para além do mais, comido da forma mais simples – cozido – é de fácil digestão.
  • 9. Quando há necessidade de o temperar à mesa, tal deve ser feito com azeite português, virgem, com um grau de acidez nunca inferior a 1º. Já Eça de Queiroz escrevia que um bom tinto “é um casamento feliz com o bacalhau pela acção do tipo de sabores frutados do vinho o que dá uma sensação gustativa indirecta da doçura que ameniza o gosto oposto salgado do bacalhau” O vinho alentejano, por mais encorpado, é o ideal para se acompanhar o peixe.
  • 10. José Luis Gomes de Sá Junior foi, a certa altura cozinheiro no Restaurante Lisbonense. Aí criou a sua célebre receita, servida pela primeira vez em 1914. Viria a morrer em 1926. José Valentim, mais conhecido pelo Zé do Pipo, viveu no Porto onde era dono do restaurante com o mesmo nome. A si se lhe deve a confecção do seu prato em que as postas de bacalhau eram cobertas por maionese e depois levadas ao forno a gratinar.
  • 11. Nos últimos 20 anos, contudo, assistiu-se a uma pesca excessiva do bacalhau, o que motivou que os cardumes fossem substancialmente reduzidos. A modernização da indústria pesqueira não foi alheia a este facto. O bacalhau tornou-se assim uma espécie em via de extinção o que motivou já que a Comissão Europeia reduzisse drásticamente as quotas de pesca do mesmo, já a partir de 2006. Contudo, a Noruega, por não fazer parte da Europa comunitária, já disse que não aceitaria esta norma...
  • 12. Portanto, se gostam de bacalhau apreciem-no enquanto ele ainda está disponível... F I M pbl/novembro de 2005