SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  14
Afeganistão A vida das mulheres no Afeganistão
Introdução Decidi elaborar este tema porque acho que é importante compararmos a nossa vida em Portugal, com a vida das mulheres no Afeganistão, pois as condições de vida destes dois países são muitos diferentes. Gostaria também de compreender esta frase que é muito comum sobre a vida daquela população: Afeganistão, um inferno para as mulheres.
AfeganistãoUm inferno para as mulheres Nascer no Afeganistão não é um bom começo de vida para ninguém. No país que é um dos cinco mais pobres do mundo e o segundo mais corrupto, 70% da população sofre de desnutrição e a expectativa de vida é a mesma de um adulto na Inglaterra da Idade Média: 43 anos.
As arcaicidades de origem tribal, acrescidas de três décadas de guerra, deixaram o Afeganistão num tal estado de atraso que Cabul, a capital, só recentemente recebeu seu primeiro semáforo – que poucos viram funcionando, já que ele está quebrado dia sim e o outro também. Na tentativa de controlar o trânsito, policiais gesticulam inutilmente em meio às vias sem faixas, por onde carros velhos trazidos do Japão ziguezagueiam entre mendigos, mutilados e crianças, que vendem de frutas a galinhas.
     No caminho do aeroporto para o centro da cidade, as barreiras de soldados armados com anacrônicos (antiquados)  fuzis Kalashnikov e os muros de concreto erguidos diante das embaixadas lembram a todo instante que a desgraça está à espreita. Só nos dois primeiros meses do ano, a capital do Afeganistão foi alvo de duas séries de atentados cometidos por homens - bomba, nas quais 21 pessoas morreram
     O país foi apontado, no último relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), como o lugar mais perigoso do mundo para gerar uma criança. Mas pior do que vir à luz é nascer mulher no Afeganistão. Nove anos depois da queda do regime do Talibã, as afegãs continuam pagando a parte mais pesada da conta do fundamentalismo religioso.
     Nas ruas, a maioria ainda usa a burca, a roupa que cobre o corpo feminino dos pés à cabeça e que era uniforme compulsório no tempo da milícia talibã. Embora as escolas para mulheres não sejam mais proibidas, as estudantes representam uma porcentagem ínfima da população feminina e mais da metade das afegãs ainda se casa antes dos 16 anos de idade – salvo raríssimas exceções, com homens escolhidos por sua família. Sob o totalitarismo medieval do Talibã, as que saíam às ruas desacompanhadas do marido ou de um parente do sexo masculino eram castigadas a chibatadas.
    Para elas, qualquer lugar onde haja aglomeração masculina é considerado impróprio, o que inclui mercados, feiras, cinemas e parques. A segregação sexista faz com que até nos saguões dos aeroportos e nas festas de casamento exista um "sector feminino" – só no primeiro caso não formalmente delimitado. Nas bodas em que as mulheres comparecem maquiadas e com belos vestidos, quase sempre há dois salões – um para eles e outro para elas.      Poucas se arriscam a desafiar    as proibições sociais.
    A aplicação de castigos físicos a mulheres de "mau comportamento" continua a ser vista como um dever e um direito da família. Uma pesquisa feita em 2008 com 4 700 afegãs mostrou que 87% já tinham sido vítimas de espancamentos ou abusos sexuais e psicológicos – em 82% dos casos, infligidos por parentes. A interpretação radical e misógina dos princípios do Islão é a principal causa da tragédia das mulheres afegãs.
    A prática da auto imolação é um dos sinais mais cruéis de sua magnitude. Entre 2008 e 2009, ao menos oitenta afegãs tentaram o suicídio ateando fogo ao corpo. Na província de Herat, a oeste de Cabul, a incidência desse tipo de episódio é tão alta que o principal hospital da região montou uma unidade para atender exclusivamente a casos assim.
Visita ao Afeganistão Quando um jornalista visitou o lugar para fazer uma reportagem, havia três mulheres internadas por queimaduras autoinfligidas. Todas tinham menos de 26 anos e eram analfabetas. No Afeganistão, apenas 15% das mulheres com mais de 15 anos sabem ler e escrever. Rahime, de 25 anos, deu entrada no hospital com 35% do corpo queimado. Ela disse que tentou se imolar porque "estava cansada de viver". Contou que se casou aos 10 anos de idade e, desde então, engravidou seis vezes (sofreu três abortos espontâneos).
A mãe estava com ela no hospital. Indagada sobre as razões que a fizeram permitir que a filha se casasse tão cedo, explicou que, na verdade, não a deu em casamento, mas foi obrigada a vendê-la. O marido era lavrador numa plantação de ópio e não conseguia sustentar a família, de oito filhos. "Ficávamos três ou quatro noites sem ter o que comer", afirmou ela. Rahime foi entregue a um comerciante da região em troca de 200 000 afeganes, o equivalente a 4 300 dólares, divididos em dez pagamentos. O comerciante, hoje seu marido, é "bem mais velho" do que ela, mas nem a jovem nem a mãe souberam precisar quanto.
Conclusão Com este trabalho fiquei a compreender melhor como vivem as mulheres no Afeganistão, e resumi que são muito discriminadas, a maioria são analfabetas e por vezes são vendidas para exploração e por isso preferem deixar de viver. As mulheres do Afeganistão, e não só, têm vidas muito trágicas e raramente acabam com finais felizes.
Mulheres no afeganistão

Contenu connexe

Tendances

Orgulho e Preconceito de Jane Austen
Orgulho e Preconceito de Jane AustenOrgulho e Preconceito de Jane Austen
Orgulho e Preconceito de Jane AustenRita Silva
 
Trabalho infantil
Trabalho infantilTrabalho infantil
Trabalho infantilbryner97
 
Estrutura mensagem
Estrutura mensagemEstrutura mensagem
Estrutura mensagemameliapadrao
 
Sermão de santo antónio aos peixes
Sermão de santo antónio aos peixesSermão de santo antónio aos peixes
Sermão de santo antónio aos peixesvermar2010
 
Mercantilismo
MercantilismoMercantilismo
Mercantilismocattonia
 
Gramática 11º ano
Gramática 11º anoGramática 11º ano
Gramática 11º anoLuis Antonio
 
A mulher na sociedade.
A mulher na sociedade.A mulher na sociedade.
A mulher na sociedade.interatividade
 
Telmo- Frei Luís de Sousa
Telmo- Frei Luís de SousaTelmo- Frei Luís de Sousa
Telmo- Frei Luís de Sousananasimao
 
Descolonização
DescolonizaçãoDescolonização
DescolonizaçãoMaria Gomes
 
Frei Luis de Sousa - Estrutura Clássica
Frei Luis de Sousa - Estrutura ClássicaFrei Luis de Sousa - Estrutura Clássica
Frei Luis de Sousa - Estrutura Clássicanelsonalves70
 
Os Maias Episódios da Vida Romântica
Os Maias   Episódios da Vida RomânticaOs Maias   Episódios da Vida Romântica
Os Maias Episódios da Vida RomânticaPatrícia Pereira
 
Psicologia B - As mulheres nas diferentes sociedades do Mundo
Psicologia B - As mulheres nas diferentes sociedades do Mundo Psicologia B - As mulheres nas diferentes sociedades do Mundo
Psicologia B - As mulheres nas diferentes sociedades do Mundo FilipaFonseca
 
Oposição e Política
Oposição e PolíticaOposição e Política
Oposição e PolíticaJoão Lima
 

Tendances (20)

Orgulho e Preconceito de Jane Austen
Orgulho e Preconceito de Jane AustenOrgulho e Preconceito de Jane Austen
Orgulho e Preconceito de Jane Austen
 
Trabalho infantil
Trabalho infantilTrabalho infantil
Trabalho infantil
 
Estrutura mensagem
Estrutura mensagemEstrutura mensagem
Estrutura mensagem
 
Sermão de santo antónio aos peixes
Sermão de santo antónio aos peixesSermão de santo antónio aos peixes
Sermão de santo antónio aos peixes
 
Revolução americana
Revolução americanaRevolução americana
Revolução americana
 
Livro mia couto
Livro mia coutoLivro mia couto
Livro mia couto
 
Mercantilismo
MercantilismoMercantilismo
Mercantilismo
 
A pobreza em portugal
A pobreza em portugalA pobreza em portugal
A pobreza em portugal
 
Gramática 11º ano
Gramática 11º anoGramática 11º ano
Gramática 11º ano
 
A mulher na sociedade.
A mulher na sociedade.A mulher na sociedade.
A mulher na sociedade.
 
Telmo- Frei Luís de Sousa
Telmo- Frei Luís de SousaTelmo- Frei Luís de Sousa
Telmo- Frei Luís de Sousa
 
Afeganistão
AfeganistãoAfeganistão
Afeganistão
 
Salazar
SalazarSalazar
Salazar
 
Descolonização
DescolonizaçãoDescolonização
Descolonização
 
Frei Luis de Sousa - Estrutura Clássica
Frei Luis de Sousa - Estrutura ClássicaFrei Luis de Sousa - Estrutura Clássica
Frei Luis de Sousa - Estrutura Clássica
 
Os Maias Episódios da Vida Romântica
Os Maias   Episódios da Vida RomânticaOs Maias   Episódios da Vida Romântica
Os Maias Episódios da Vida Romântica
 
Psicologia B - As mulheres nas diferentes sociedades do Mundo
Psicologia B - As mulheres nas diferentes sociedades do Mundo Psicologia B - As mulheres nas diferentes sociedades do Mundo
Psicologia B - As mulheres nas diferentes sociedades do Mundo
 
Oposição e Política
Oposição e PolíticaOposição e Política
Oposição e Política
 
O diário de anne frank
O diário de anne frankO diário de anne frank
O diário de anne frank
 
Mercantilismo
MercantilismoMercantilismo
Mercantilismo
 

En vedette

Afeganistão: Cultura e Ideologia
Afeganistão: Cultura e IdeologiaAfeganistão: Cultura e Ideologia
Afeganistão: Cultura e Ideologiaandre barbosa
 
Invasão dos EUA no Afeganistão
Invasão dos EUA no AfeganistãoInvasão dos EUA no Afeganistão
Invasão dos EUA no AfeganistãoIsabela Mendonça
 
Cozinha viva receitas terrapia
Cozinha viva receitas terrapiaCozinha viva receitas terrapia
Cozinha viva receitas terrapiamucamaba
 
Afeganistão faces de uma civilização
Afeganistão faces de uma civilizaçãoAfeganistão faces de uma civilização
Afeganistão faces de uma civilizaçãoJosé Roberto Cordeiro
 
Revolução Islâmica
Revolução IslâmicaRevolução Islâmica
Revolução IslâmicaHanna Aguiar
 
Revolução Islâmica
Revolução IslâmicaRevolução Islâmica
Revolução IslâmicaHanna Aguiar
 
Mulheres no Oriente
Mulheres no OrienteMulheres no Oriente
Mulheres no Orienteaimarjf
 
O papel das mulheres no estado novo
O papel das mulheres no estado novoO papel das mulheres no estado novo
O papel das mulheres no estado novo010693
 
Mulheres no mundo muçulmano
Mulheres no mundo muçulmanoMulheres no mundo muçulmano
Mulheres no mundo muçulmanoKevinkr9
 
Guerra Fria - revolução iraniana
Guerra Fria -   revolução iranianaGuerra Fria -   revolução iraniana
Guerra Fria - revolução iranianaElvisJohnR
 
Tabela de Tipos de Receitas Port-344/98
Tabela de Tipos de Receitas Port-344/98Tabela de Tipos de Receitas Port-344/98
Tabela de Tipos de Receitas Port-344/98Farmacêutico Digital
 
60 Receitas dia das Mães
60 Receitas dia das Mães60 Receitas dia das Mães
60 Receitas dia das MãesMesh.up
 
Livro receitas veganas (lembrancinha) - aniversário Jónsi
Livro receitas veganas (lembrancinha) - aniversário JónsiLivro receitas veganas (lembrancinha) - aniversário Jónsi
Livro receitas veganas (lembrancinha) - aniversário Jónsibiacamarabr
 
Os direitos das mulher como direitos humanos
Os direitos das mulher como direitos humanosOs direitos das mulher como direitos humanos
Os direitos das mulher como direitos humanosVanessa Ribeiro
 
Livro De Receitas Manual PãEs 06
Livro De Receitas Manual PãEs 06Livro De Receitas Manual PãEs 06
Livro De Receitas Manual PãEs 06Culinaria Fabula
 

En vedette (20)

Afeganistão: Cultura e Ideologia
Afeganistão: Cultura e IdeologiaAfeganistão: Cultura e Ideologia
Afeganistão: Cultura e Ideologia
 
Invasão dos EUA no Afeganistão
Invasão dos EUA no AfeganistãoInvasão dos EUA no Afeganistão
Invasão dos EUA no Afeganistão
 
Afeganistao
AfeganistaoAfeganistao
Afeganistao
 
Magyar101.l01
Magyar101.l01Magyar101.l01
Magyar101.l01
 
Cozinha viva receitas terrapia
Cozinha viva receitas terrapiaCozinha viva receitas terrapia
Cozinha viva receitas terrapia
 
Afeganistão faces de uma civilização
Afeganistão faces de uma civilizaçãoAfeganistão faces de uma civilização
Afeganistão faces de uma civilização
 
Revolução Islâmica
Revolução IslâmicaRevolução Islâmica
Revolução Islâmica
 
Revolução Islâmica
Revolução IslâmicaRevolução Islâmica
Revolução Islâmica
 
Afeganistão
AfeganistãoAfeganistão
Afeganistão
 
Irã
IrãIrã
Irã
 
Mulheres no Oriente
Mulheres no OrienteMulheres no Oriente
Mulheres no Oriente
 
O papel das mulheres no estado novo
O papel das mulheres no estado novoO papel das mulheres no estado novo
O papel das mulheres no estado novo
 
Mulheres no mundo muçulmano
Mulheres no mundo muçulmanoMulheres no mundo muçulmano
Mulheres no mundo muçulmano
 
Guerra Fria - revolução iraniana
Guerra Fria -   revolução iranianaGuerra Fria -   revolução iraniana
Guerra Fria - revolução iraniana
 
Afeganistao
AfeganistaoAfeganistao
Afeganistao
 
Tabela de Tipos de Receitas Port-344/98
Tabela de Tipos de Receitas Port-344/98Tabela de Tipos de Receitas Port-344/98
Tabela de Tipos de Receitas Port-344/98
 
60 Receitas dia das Mães
60 Receitas dia das Mães60 Receitas dia das Mães
60 Receitas dia das Mães
 
Livro receitas veganas (lembrancinha) - aniversário Jónsi
Livro receitas veganas (lembrancinha) - aniversário JónsiLivro receitas veganas (lembrancinha) - aniversário Jónsi
Livro receitas veganas (lembrancinha) - aniversário Jónsi
 
Os direitos das mulher como direitos humanos
Os direitos das mulher como direitos humanosOs direitos das mulher como direitos humanos
Os direitos das mulher como direitos humanos
 
Livro De Receitas Manual PãEs 06
Livro De Receitas Manual PãEs 06Livro De Receitas Manual PãEs 06
Livro De Receitas Manual PãEs 06
 

Plus de anocas_rita

Planetas e pequenos corpos do sistema solar
Planetas e pequenos corpos do sistema solarPlanetas e pequenos corpos do sistema solar
Planetas e pequenos corpos do sistema solaranocas_rita
 
The triumph of english
The triumph of englishThe triumph of english
The triumph of englishanocas_rita
 
Gerard dipardieu
Gerard dipardieuGerard dipardieu
Gerard dipardieuanocas_rita
 
Fluxo de energia
Fluxo de energia Fluxo de energia
Fluxo de energia anocas_rita
 
Ciencias 8ºano - 3º teste
Ciencias   8ºano - 3º testeCiencias   8ºano - 3º teste
Ciencias 8ºano - 3º testeanocas_rita
 
Saude e bem estar
Saude e bem estarSaude e bem estar
Saude e bem estaranocas_rita
 
Acne na adolescência
Acne na adolescênciaAcne na adolescência
Acne na adolescênciaanocas_rita
 
Evolução Musical
Evolução MusicalEvolução Musical
Evolução Musicalanocas_rita
 
Ser poeta - Florbela Espanca
Ser poeta - Florbela EspancaSer poeta - Florbela Espanca
Ser poeta - Florbela Espancaanocas_rita
 
Fisica e Quimica 7º Ano - Materiais
Fisica e Quimica 7º Ano - MateriaisFisica e Quimica 7º Ano - Materiais
Fisica e Quimica 7º Ano - Materiaisanocas_rita
 
Diferentes culturas do mundo
Diferentes culturas do mundoDiferentes culturas do mundo
Diferentes culturas do mundoanocas_rita
 
Ciencias 8ºano - 3º teste
Ciencias   8ºano - 3º testeCiencias   8ºano - 3º teste
Ciencias 8ºano - 3º testeanocas_rita
 

Plus de anocas_rita (15)

Planetas e pequenos corpos do sistema solar
Planetas e pequenos corpos do sistema solarPlanetas e pequenos corpos do sistema solar
Planetas e pequenos corpos do sistema solar
 
The triumph of english
The triumph of englishThe triumph of english
The triumph of english
 
O hinduísmo
O hinduísmoO hinduísmo
O hinduísmo
 
Gerard dipardieu
Gerard dipardieuGerard dipardieu
Gerard dipardieu
 
Fluxo de energia
Fluxo de energia Fluxo de energia
Fluxo de energia
 
Ciencias 8ºano - 3º teste
Ciencias   8ºano - 3º testeCiencias   8ºano - 3º teste
Ciencias 8ºano - 3º teste
 
Saude e bem estar
Saude e bem estarSaude e bem estar
Saude e bem estar
 
Acne na adolescência
Acne na adolescênciaAcne na adolescência
Acne na adolescência
 
Evolução Musical
Evolução MusicalEvolução Musical
Evolução Musical
 
Ser poeta - Florbela Espanca
Ser poeta - Florbela EspancaSer poeta - Florbela Espanca
Ser poeta - Florbela Espanca
 
Fisica e Quimica 7º Ano - Materiais
Fisica e Quimica 7º Ano - MateriaisFisica e Quimica 7º Ano - Materiais
Fisica e Quimica 7º Ano - Materiais
 
Peso e massa
Peso e massaPeso e massa
Peso e massa
 
Inglês
InglêsInglês
Inglês
 
Diferentes culturas do mundo
Diferentes culturas do mundoDiferentes culturas do mundo
Diferentes culturas do mundo
 
Ciencias 8ºano - 3º teste
Ciencias   8ºano - 3º testeCiencias   8ºano - 3º teste
Ciencias 8ºano - 3º teste
 

Mulheres no afeganistão

  • 1. Afeganistão A vida das mulheres no Afeganistão
  • 2. Introdução Decidi elaborar este tema porque acho que é importante compararmos a nossa vida em Portugal, com a vida das mulheres no Afeganistão, pois as condições de vida destes dois países são muitos diferentes. Gostaria também de compreender esta frase que é muito comum sobre a vida daquela população: Afeganistão, um inferno para as mulheres.
  • 3. AfeganistãoUm inferno para as mulheres Nascer no Afeganistão não é um bom começo de vida para ninguém. No país que é um dos cinco mais pobres do mundo e o segundo mais corrupto, 70% da população sofre de desnutrição e a expectativa de vida é a mesma de um adulto na Inglaterra da Idade Média: 43 anos.
  • 4. As arcaicidades de origem tribal, acrescidas de três décadas de guerra, deixaram o Afeganistão num tal estado de atraso que Cabul, a capital, só recentemente recebeu seu primeiro semáforo – que poucos viram funcionando, já que ele está quebrado dia sim e o outro também. Na tentativa de controlar o trânsito, policiais gesticulam inutilmente em meio às vias sem faixas, por onde carros velhos trazidos do Japão ziguezagueiam entre mendigos, mutilados e crianças, que vendem de frutas a galinhas.
  • 5. No caminho do aeroporto para o centro da cidade, as barreiras de soldados armados com anacrônicos (antiquados) fuzis Kalashnikov e os muros de concreto erguidos diante das embaixadas lembram a todo instante que a desgraça está à espreita. Só nos dois primeiros meses do ano, a capital do Afeganistão foi alvo de duas séries de atentados cometidos por homens - bomba, nas quais 21 pessoas morreram
  • 6. O país foi apontado, no último relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), como o lugar mais perigoso do mundo para gerar uma criança. Mas pior do que vir à luz é nascer mulher no Afeganistão. Nove anos depois da queda do regime do Talibã, as afegãs continuam pagando a parte mais pesada da conta do fundamentalismo religioso.
  • 7. Nas ruas, a maioria ainda usa a burca, a roupa que cobre o corpo feminino dos pés à cabeça e que era uniforme compulsório no tempo da milícia talibã. Embora as escolas para mulheres não sejam mais proibidas, as estudantes representam uma porcentagem ínfima da população feminina e mais da metade das afegãs ainda se casa antes dos 16 anos de idade – salvo raríssimas exceções, com homens escolhidos por sua família. Sob o totalitarismo medieval do Talibã, as que saíam às ruas desacompanhadas do marido ou de um parente do sexo masculino eram castigadas a chibatadas.
  • 8. Para elas, qualquer lugar onde haja aglomeração masculina é considerado impróprio, o que inclui mercados, feiras, cinemas e parques. A segregação sexista faz com que até nos saguões dos aeroportos e nas festas de casamento exista um "sector feminino" – só no primeiro caso não formalmente delimitado. Nas bodas em que as mulheres comparecem maquiadas e com belos vestidos, quase sempre há dois salões – um para eles e outro para elas. Poucas se arriscam a desafiar as proibições sociais.
  • 9. A aplicação de castigos físicos a mulheres de "mau comportamento" continua a ser vista como um dever e um direito da família. Uma pesquisa feita em 2008 com 4 700 afegãs mostrou que 87% já tinham sido vítimas de espancamentos ou abusos sexuais e psicológicos – em 82% dos casos, infligidos por parentes. A interpretação radical e misógina dos princípios do Islão é a principal causa da tragédia das mulheres afegãs.
  • 10. A prática da auto imolação é um dos sinais mais cruéis de sua magnitude. Entre 2008 e 2009, ao menos oitenta afegãs tentaram o suicídio ateando fogo ao corpo. Na província de Herat, a oeste de Cabul, a incidência desse tipo de episódio é tão alta que o principal hospital da região montou uma unidade para atender exclusivamente a casos assim.
  • 11. Visita ao Afeganistão Quando um jornalista visitou o lugar para fazer uma reportagem, havia três mulheres internadas por queimaduras autoinfligidas. Todas tinham menos de 26 anos e eram analfabetas. No Afeganistão, apenas 15% das mulheres com mais de 15 anos sabem ler e escrever. Rahime, de 25 anos, deu entrada no hospital com 35% do corpo queimado. Ela disse que tentou se imolar porque "estava cansada de viver". Contou que se casou aos 10 anos de idade e, desde então, engravidou seis vezes (sofreu três abortos espontâneos).
  • 12. A mãe estava com ela no hospital. Indagada sobre as razões que a fizeram permitir que a filha se casasse tão cedo, explicou que, na verdade, não a deu em casamento, mas foi obrigada a vendê-la. O marido era lavrador numa plantação de ópio e não conseguia sustentar a família, de oito filhos. "Ficávamos três ou quatro noites sem ter o que comer", afirmou ela. Rahime foi entregue a um comerciante da região em troca de 200 000 afeganes, o equivalente a 4 300 dólares, divididos em dez pagamentos. O comerciante, hoje seu marido, é "bem mais velho" do que ela, mas nem a jovem nem a mãe souberam precisar quanto.
  • 13. Conclusão Com este trabalho fiquei a compreender melhor como vivem as mulheres no Afeganistão, e resumi que são muito discriminadas, a maioria são analfabetas e por vezes são vendidas para exploração e por isso preferem deixar de viver. As mulheres do Afeganistão, e não só, têm vidas muito trágicas e raramente acabam com finais felizes.