1) O documento descreve a experiência de ensinar tecnologias de Qualidade de Serviço (QoS) na Internet, como MPLS e DiffServ, utilizando simulações no OPNET Modeler.
2) Três cenários foram simulados: Internet padrão, Internet com MPLS e Internet com MPLS e DiffServ.
3) Os resultados das simulações permitem que os alunos observem as vantagens e desvantagens de cada cenário para o suporte de QoS.
PROJETO NOVAGENESIS: A CRIAÇÃO DE UMA NOVA INTERNET
ENSINANDO QUALIDADE DE SERVIÇO NA INTERNET COM O OPNET MODELER
1. ENSINANDO QUALIDADE DE SERVIÇO NA INTERNET COM O OPNET
MODELER
Antonio M. Alberti1, Renan S. dos Santos2, Thiago F. Lopes3, Heyder F. A. Alves4, Carles F. C. Vallvé 5
Abstract In the past few years, many improvements have recursos existentes nas redes de comutação de pacotes
been done to bring Quality of Service (QoS) support to the baseadas em circuito virtual.
Internet. These improvements defined a new Internet QoS Levando-se em conta a atual tendência de que a Internet
framework, mainly composed by Differentiated Services se tornará uma rede convergente multimídia, capaz de
(DiffServ), Multi-Protocol Label Switching (MPLS) and suportar aplicações com garantias de QoS, o entendimento
Constraint Based Routing technologies. Taking in account de tais tecnologias e dos seus fundamentos, é peça chave na
the current trend that Internet will become a multimedia formação dos atuais profissionais da área. Assim, este artigo
convergent network, capable to support multimedia descreve a nossa experiência em ensinar estas tecnologias,
applications with QoS, the understanding of such framework utilizando um laboratório de simulação. Detalhes dos
is fundamental to the formation of today area professionals. experimentos realizados, resultados obtidos e análises feitas,
In this scenario, this paper describes our experience in são fornecidos. Através dos resultados dessas simulações, os
teaching Internet QoS in a simulation laboratory. Details of estudantes podem verificar as vantagens, desvantagens e
experiments, obtained results and performed analysis are principais aspectos relacionados com cada tecnologia.
provided. We used OPNET Modeler simulation environment
to simulate three scenarios: standard Internet, MPLS MPLS E DIFFSERV
Internet and DiffServ/MPLS Internet. Through simulations
O MPLS [1] baseia-se no conceito de Label Switching,
results, students can see the advantages and disadvantages
onde cada pacote recebe um label pequeno e fixo, que
of each scenario. The experiments are used in a graduate
informa aos nós de comutação, como os dados devem ser
telecommunication engineering course.
comutados nesta rede.
O MPLS foi desenvolvido originalmente para ser
Index Terms QoS, Internet, MPLS, DiffServ, OPNET.
utilizado em conjunto com redes ATM. Neste caso, o plano
INTRODUÇÃO de controle do ATM é dispensado, aproveitando-se somente
a comutação de células ATM, que é feita em hardware. Os
Com o desenvolvimento da Internet [1], serviços multimídia labels são os próprios identificadores de canal virtual (VCI –
vêm se tornando cada vez mais populares. Esses serviços Virtual Channel Identifier) e de caminho virtual (VPI –
geram tráfegos intensos na rede, que demandam por altas Virtual Path Identifier) do ATM [9].
taxas de transmissão e são sensíveis ao atraso e a variação de No MPLS existem dois tipos de roteadores: o LER
atraso, experimentados na rede. As redes IP [4], como a (Label Edge Routers) e o LSR (Label Switch Routers). Os
Internet, são redes não orientadas à conexão, baseadas em LERs estão localizados na borda da rede e a sua função
datagramas. Elas são estruturadas através de roteadores, o primária é classificar e escolher os labels adequados para
que permite flexibilidade de roteamento e robustez. cada fluxo de pacotes na entrada da rede e remover os
Entretanto, quando se trabalha com tráfego em tempo real labels, na saída da rede. Eles convertem pacotes IP em
interativo, os roteadores não conseguem oferecer garantias pacotes MPLS. Os LSRs estão localizados no núcleo da
de qualidade de serviço (QoS), uma vez que eles não rede e são comutadores de alta velocidade, cujo principal
reservam recursos, nem realizam o roteamento baseado nos objetivo é encaminhar pacotes rapidamente. Um label MPLS
requisitos de QoS (tipicamente). é um pequeno identificador de circuito virtual de tamanho
Como solução para esse problema, surgiram as redes fixo (20 bits), colocado no cabeçalho dos pacotes MPLS. O
orientadas à conexão, baseadas em circuitos virtuais, como cabeçalho MPLS possui também o campo EXP
as redes ATM (Asynchronous Transfer Mode) [9]. Estas (Experimental) que é usado para especificar as classes de
redes utilizam comutadores, ao invés de roteadores. Neste serviço em um LSP (Label Switching Path).
cenário, surgiu a tecnologia MPLS [1], Multiprotocol Label Quando um pacote chega em um LER de ingresso, este
Switching, que se propõem, de forma inteligente, a agregar analisa o conteúdo do datagrama IP e configura o cabeçalho
as vantagens do roteamento, com a eficiência e a reserva de adequado. Quando um pacote MPLS chega em um LSR, este
1 Antonio Marcos Alberti, , INATEL - Instituto Nacional de Telecomunicações, Av. João de Camargo, 510, 37540-000, Sta Rita do Sapucai, MG, Brasil,
alberti@inatel.br.
2 Renan Silveira dos Santos, INATEL, Av. João de Camargo, 510, 37540-000, Sta Rita do Sapucai, MG, Brasil, renan-santos@inatel.br.
3 Thiago Ferreira Lopes, INATEL, Av. João de Camargo, 510, 37540-000, Sta Rita do Sapucai, MG, Brasil, thiago-lopes@inatel.br.
4 Heyder Fernando A. Alves, INATEL, Av. João de Camargo, 510, 37540-000, Sta Rita do Sapucai, MG, Brasil, heyder@inatel.br.
5 Carles Fransesc Casanova Vallvé, INATEL, Av. João de Camargo, 510, 37540-000, Sta Rita do Sapucai, MG, Brasil, carles@inatel.br.
2. examina o cabeçalho do pacote MPLS. Em função deste terminais da rede configurem este campo, antes que o
cabeçalho e da interface em que o pacote chegou, o LSR tráfego atinja os roteadores.
consulta uma tabela de encaminhamento e determina qual é A principal forma de integração entre o MPLS e o
o label da interface de saída. Uma vez determinada a saída DiffServ se dá pela utilização do campo DSCP como regra
correta, o LSR substitui o label no cabeçalho do pacote para construção de FECs. Assim, o tráfego DiffServ é
MPLS e envia este pacote para o próximo LSR. Assim, um mapeado para dentro de uma FEC de um LSP MPLS. Para
LSP é um caminho definido através de uma seqüência de tanto, os LERs da rede devem possuir tabelas de
labels, entre dois LERs. Todos os pacotes pertencentes a um mapeamento PHB - EXP. Estas tabelas permitem o
LSP seguem o mesmo caminho pré-definido. mapeamento de uma classe DiffServ em uma classe MPLS
Para classificar os pacotes que pertencem a um LSP, de um determinado LSP. Desta forma, é possível se
utilizam-se as FECs (Forwarding Equivalence Class) [2][7]. implementar mecanismos de priorização de tráfego nos
Todos os pacotes pertencentes a uma FEC recebem o mesmo LSRs da rede baseados no campo EXP do MPLS e ToS do
tratamento. Várias FECs podem ser utilizadas para IP (DiffServ).
classificar o tráfego de um LSP. Em síntese, uma FEC
define um conjunto de regras para classificação do tráfego CENÁRIOS DE SIMULAÇÃO
que pertence a um determinado LSP.
Quando um LSP transporta tráfego classificado por Para realizar os experimentos de simulação, foi utilizada a
mais de uma FEC, o campo EXP é utilizado para identificar ferramenta OPNET Modeler [6]. Considerada uma das
à qual FEC pertence o pacote. Este LSP é chamado de E- principais ferramentas para o modelamento e simulação de
LSP (EXP-Inferred LSP) [7]. O campo EXP tem três bits, redes de comunicações, o OPNET Modeler permite projetar
portanto podem ser definidas até 8 FECs em um LSP. Para e estudar estas redes, incluindo seus dispositivos e
cada FEC de um LSP é associado um tronco (trunk). Este protocolos, com flexibilidade e escalabilidade. O OPNET
tronco é utilizado para definir como será o policiamento e o Modeler possui um módulo especifíco para a tecnologia
escalonamento dos pacotes pertencentes a cada FEC do LSP. MPLS [7]. O trabalho baseou-se nos manuais da ferramenta,
Assim, vários troncos, cada qual com o seu tráfego definido bem como na referência [8].
por uma FEC, podem compartilhar um mesmo LSP. O Três cenários de simulação foram selecionados, com o
MPLS, através da sua arquitetura, permite reservar recursos objetivo de avaliar uma metodologia para implantação e
na rede de comutação para um determinado tráfego IP, além engenharia de novos serviços em uma rede IP com QoS:
de fornecer subsídios para que seja feita uma engenharia de • Primeiro Cenário: Foi modelada uma rede IP sem
tráfego na rede. suporte à QoS (veja a FIGURA 1). Esta rede é composta
Para melhorar o suporte à QoS em uma rede multimídia por cinco roteadores centrais LSR (Campinas, Belo
IP, é preciso implementar, juntamente com o MPLS, o Horizonte, Vitória, Rio e São Paulo), cinco roteadores
Diffserv [3]. Os Serviços Diferenciados (Diffserv) propõe de borda LER (Cambuí, Savassi, Vila Velha,
uma estrutura de priorização de pacotes, na qual, eles são Copacabana, Moema) e um servidor (localizado em
classificados de acordo com o tipo de dados que levam. A Moema), que fornece os serviços para todos os clientes
classificação de tráfego é feita através do uso Differentiated da rede. Todos os enlaces são bi-direcionais e usam a
Service Code Point (DSCP). No DiffServ, o campo ToS tecnologia PPP_E1 [4], exceto os enlaces entre o
(Type of Service) dos pacotes IP é redefinido como campo LSR_SP e o servidor, que são do tipo PPP_E3. Foram
DS (1 byte). Este campo possui os 6 bits do DSCP, que são utilizadas cinco aplicações [4]: Banco de Dados
utilizados para definir a que classe de serviço (PHB - Per (Database), VoIP (Voice over IP), FTP (File Transfer
Hop Behaviour) pertence um determinado pacote IP. Protocol), HTTP (HyperText_Transfer_Protocol) e
Portanto, cada DSCP especifica um PHB. Videoconferência. As aplicações Videoconferência e
Todos os pacotes com o mesmo PHB são tratados da VoIP enviam datagramas com o campo ToS
mesma forma em um roteador da rede. O IETF definiu os configurado para EF, enquanto as aplicações Banco de
seguintes tipos de PHB [5]: Dados, FTP e HTTP, utilizam AF 11. Para configurar o
• EF - Expedicted Forwarding: Nível de maior tráfego nas estações dos clientes e no servidor é
prioridade. Voltado para tráfegos que exigem baixa necessário criar diferentes perfis. Duas configurações de
perda de pacotes, atraso e variação de atraso limitados. perfis foram definidas: perfil real time (RT) e non-real
time (NRT). O perfil real time é construído para as
• AF - Assured Forwarding: Nível de prioridade
aplicações em tempo real: Videoconferência e VoIP. O
intermediária. Voltado para tráfegos com diferentes
perfil non-real time é construído para as aplicações de
exigências de perda, mas que toleram atrasos.
tráfego armazenado: Banco de Dados, FTP e HTTP.
• Best Effort: Nível de prioridade baixa.
Configuraram-se os clientes que utilizam aplicações em
No DiffServ também é possível se classificar o tráfego
tempo real, com o perfil RT, e os clientes de tráfego
nos roteadores de borda da rede, a fim de configurar o
armazenado, com o perfil NRT.
campo ToS. Também é possível que o software nos
3. curso de Pós-Gradução em Engenharia de Redes e Sistemas
de Telecomunicações do Inatel. Assim sendo, o aluno que
executa estas experiências já teve contato com o OPNET
Modeler.
Primeira Experiência
Esta experiência tem dois objetivos principais: 1º) fazer com
que os estudantes relembrem os principais conceitos e
funcionalidades necessárias para se utilizar o OPNET
Modeler. 2º) montar o primeiro cenário. As principais
atividades realizadas nesta experiência são:
• Criação de um Novo Projeto: O aluno inicia a
construção do primeiro cenário a partir de um projeto
vazio. Isto servirá para que ele relembre como trabalhar
com o OPNET Modeler.
• Utilização da Palheta de Objetos: Nesta atividade, o
FIGURA 1. TOPOLOGIA DA REDE UTILIZADA NOS EXPERIMENTOS. aluno acrescenta novos objetos, não presentes na palheta
• Segundo Cenário: foi utilizada a mesma topologia do original de MPLS.
primeiro cenário, adicionando-se às configurações • Criação das Aplicações da Rede: Nesta atividade, o
necessárias para o suporte do MPLS. Foram criados oito aluno cria todas as aplicações da rede, configurando os
LSP’s manualmente, todos estáticos. A FIGURA 1 principais parâmetros de cada aplicação. O objetivo é
mostra os LSPs criados (em verde, rosa, laranja e azul). que o aluno entenda como as aplicações irão gerar
Duas FEC’s foram configuradas: uma para aplicações tráfego na rede. Ainda nesta atividade, pede-se que os
em tempo real (RT) e outra para as demais aplicações estudantes expliquem alguns dos parâmetros
(NRT). A FEC RT aceita tráfego com ToS igual a EF, configurados. Como resultado, tem-se a familiarização
enquanto a FEC NRT aceita tráfego com ToS igual a dos alunos com os parâmetros típicos das aplicações.
AF 11. Também foram criados dois troncos: RT Trunk e • Criação dos Perfis da Rede: Esta atividade é bastante
NRT Trunk. Feito isto, configurou-se a tabela de semelhante à anterior. Entretanto, agora são criados os
mapeamento de tráfego em cada LER. No atributo perfis de uso das aplicações, configuradas na atividade
Traffic Mapping Configuration, dependendo do terminal anterior. Pede-se que o aluno comente sobre os
ligado em cada interface do roteador, foi escolhida a parâmetros de cada um deles. Como resultado, tem-se a
FEC, o tronco e o LSP adequado. familiarização dos estudantes com os perfis de uso
típico de aplicações multimídia.
• Terceiro Cenário: Finalmente, foi criado um terceiro • Colocação dos Elementos de Rede: Uma vez definidas
cenário, utilizando-se DiffServ e o escalonador WFQ as aplicações e os perfis de uso destas aplicações, pede-
(Weighted Fair Queuing) [9], além das implementações se que os alunos posicionem os elementos de rede,
anteriores. Foi alterado o atributo WFQ Profiles, do conforme a FIGURA 1. Esta rede já possui roteadores
objeto QoS, mudando a propriedade Buffer Capacity MPLS, porém eles ainda não serão utilizados. Também
para 10000 bytes. Configurou-se também os nós da rede são configuradas as capacidades dos enlaces da rede.
para que eles utilizassem o WFQ, ao invés do FCFS Pede-se para que os estudantes expliquem o que
(First-Coming First-Served) [9]. Em cada roteador LER acontecerá nestes terminais. Ao final desta atividade, os
e LSR, no atributo IP/IP QoS Parameters/Interface participantes aprendem quais são os equipamentos e
Information foi acrescentado tantas linhas quanto o tipos de enlaces que podem ser utilizados para montar
número de interfaces do roteador. Em cada linha, foi uma rede multimídia IP com MPLS.
alterado somente o parâmetro QoS Scheme. Este • Configuração dos Serviços nos Terminais Fonte:
processo foi realizado em todos os roteadores da rede. Pede-se que os estudantes configurem os terminais RT
para suportar as aplicações em tempo real. O mesmo é
FAZENDO AS EXPERIÊNCIAS feito para os NRT. Este passo é bastante importante,
pois os alunos precisam relacionar o suporte ao serviço
Para cada cenário apresentado anteriormente, uma com os perfis configurados anteriormente.
experiência em laboratório de simulação foi desenvolvida. A • Configuração dos Serviços no Servidor: Pede-se que
seguir, descrevem-se as atividades planejadas, os objetivos a os alunos configurem o único servidor da rede, para que
serem atingidos e os resultados esperados em cada ele suporte todos os serviçso da rede.
experiência. Vale ressaltar, que estas experiências fazem • Configuração das Estatísticas: Pede-se que os
parte da disciplina TP 125 – Laboratório de Redes II, do participantes configurem estatísticas de saída pré-
4. selecionadas. Estas estatísticas serão alvo das atividades resultado, tem-se a familiarização dos estudantes com a
de análise, logo a seguir. configuração típica de roteadores para o suporte à QoS.
• Execução da Simulação: Pede-se que o aluno • Configuração das Estatísticas dos LSPs: Pede-se que
configure a duração da simulação para 5 minutos e os alunos configurem estatísticas de saída pré-
execute-a. selecionadas, relacionadas aos LSPs criados.
• Analise dos Resultados: Nesta etapa pede-se para os • Execução da Simulação: A simulação deve ser
estudantes a análise dos resultados obtidos. Dentre as executada por 5 minutos.
análises solicitadas estão: 1º) o atraso médio fim-a-fim • Analise dos Resultados: As mesmas análises
observado para as aplicações RT e NRT nos terminais solicitadas na primeira experiência são repetidas.
da rede. 2º) o tráfego médio enviado e recebido pelas Entretanto, pede-se aos estudantes que comparem os
aplicações RT e NRT. 3º) a utilização em alguns dos resultados obtidos nos dois cenários. Adicionalmente, é
enlaces da rede. Como resultado, os alunos aprendem solicitada a análise dos resultados obtidos para cada
onde estão as limitações da Internet atual (sem MPLS e LSP. Solicita-se, também, que o aluno análise as
DiffServ) no tratamento à aplicações multimídia. vantagens de se utilizar MPLS na rede. Como resultado,
os alunos aprendem como e onde a tecnologia MPLS
Segunda Experiência pode ser empregada para melhorar o Gerenciamento de
Esta experiência tem por objetivo montar o segundo cenário Tráfego na rede.
e analisar a tecnologia MPLS. As principais atividades Terceira Experiência
realizadas nesta experiência são:
• Duplicação do Primeiro Cenário: O segundo cenário é Esta experiência tem por objetivo montar o terceiro cenário e
construído a partir da duplicação do primeiro. Portanto, analisar a tecnologia DiffServ, que será utilizada para
possui os mesmos modelos e configurações. melhorar o suporte à QoS na rede. Aliado ao DiffServ tem-se
• Criação dos LSPs: Nesta etapa, são criados e o escalonamento WFQ. As principais atividades realizadas
configurados os LSPs. Ao final desta atividade, os nesta experiência são:
estudantes são questionados a respeito da finalidade dos • Duplicação do Segundo Cenário: O terceiro cenário é
LSPs. O objetivo é criar uma discussão e facilitar o construído a partir da duplicação do segundo. Assim
entendimento dos resultados desta experiência. Como sendo, todos os modelos e configurações deste cenário
resultado, os participantes aprendem quais são as são levados ao cenário 3.
características de um LSP e quais são as principais • Configuração do Perfil de Escalonamento: Nesta
decisões envolvidas na Engenharia de Tráfego MPLS. atividade, é configurado o perfil de escalonamento que
• Criação das FECs: Pede-se que os estudantes criem será utilizado nas interfaces dos roteadores da rede.
duas FECs, conforme visto na seção anterior. Utiliza-se o perfil WFQ. Além disto, define-se que o
Questiona-se sobre a utilidade das FECs. O esquema de pesos do escalonador será baseado no
entendimento e correta configuração das FEC é de suma campo DSCP do DiffServ. Pede-se que os estudantes
importância para o restante das atividades. Ao final expliquem quais são as vantagens do WFQ sobre o
desta atividade, os alunos aprendem quais são as FCFS. Ao final desta atividade, os participantes
características de uma FEC e quais são as principais aprendem quais são os parâmetros típicos de um
decisões envolvidas na classificação de tráfego Internet. escalonador WFQ, bem como o código DSCP pode ser
• Criação dos Troncos: Uma vez definidas as FECs, na utilizado para classificar tráfego no escalonador.
seqüência é necessária a definição dos troncos. Dois • Configuração dos LERs e LSRs: Uma vez
troncos são criados: RT e NRT. Os estudantes são configurado o perfil de escalonamento, este perfil é
questionados a respeito do que acontece caso o tráfego aplicado a todos os roteadores da rede.
submetido a um tronco ultrapasse a largura de banda • Execução da Simulação: A simulação deve ser
negociada. Os participantes aprendem quais são os executada por 5 minutos.
efeitos do policiamento de tráfego. • Analise dos Resultados: As mesmas análises
• Configuração dos LERs e LSRs: O próximo passo é solicitadas na primeira e segunda experiências são
configurar os LERs e LSRs da rede. É necessário repetidas. Entretanto, pede-se aos estudantes que
habilitar o MPLS nestes modelos de equipamentos. comparem os resultados obtidos nos três cenários.
Feito isso, é necessário configurar a Tabela de Também, é solicitada a análise dos resultados obtidos
Mapeamento de Tráfego em cada LER. Questiona-se a para cada LSP. Por fim, pede-se que o aluno análise as
razão por de trás desta configuração. Ela é necessária vantagens de se utilizar DiffServ na rede e compare com
para que os LERs e LSRs saibam como encaminhar o o cenário anterior. Como resultado, os alunos aprendem
tráfego através dos LSPs récem criados. Dependendo do como e onde as tecnologias DiffServ e WFQ podem ser
terminal ligado em cada interface do roteador, deve-se empregadas para melhorar o suporte à QoS na rede.
escolher a FEC, o tronco e o LSP adequados. Como
5. RESULTADOS DAS EXPERIÊNCIAS Pode-se observar que com a utilização do MPLS, ocorre
uma redução do atraso para ambas. Entretanto, o valor de
A FIGURA 2 e a FIGURA 3 mostram o atraso médio, fim-a- atraso ainda está bastante alto para uma aplicação em tempo
fim, na rede, para as aplicações de Voz e Videoconferência, real. Já com o uso do DiffServ e WFQ, o atraso é reduzido
respectivamente. drasticamente. A FIGURA 4 mostra o atraso, fim-a-fim, para
as aplicações HTTP, em média, na rede. Observa-se que
com o uso de MPLS e/ou DiffServ o atraso torna-se maior do
que em uma rede IP simples. Entretanto, este atraso pode ser
tolerado pelas aplicações non-real time.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos resultados obtidos, percebe-se que com o uso do
MPLS, é possível se fazer a engenharia de tráfego na rede
(organização do tráfego) e, com isto, melhorar as métricas de
desempenho. Com o uso do DiffServ, junto com o
escalonador WFQ e do mapeamento das classes de serviço
para MPLS, pode-se modificar o escalonamento e reserva de
recursos nas filas dos roteadores, estabelecendo-se níveis de
prioridades, o que melhora o desempenho da rede para
aplicações real time. Observa-se ainda, que a ferramenta
FIGURA 2. ATRASO: APLICAÇÕES DE VOZ. OPNET, junto com os cenários estudados, fornecem uma
base para que os estudantes estejam aptos a analisar, planejar
e implantar uma rede IP com suporte à QoS, bem como
avaliar o desempenho dos diversos serviços oferecidos.
Como melhorias ao trabalho, pretende-se incluir a alocação
dinâmica de LSPs usando LDP (Label Distribution
Protocol) e o roteamento com restrições.
REFERÊNCIAS
[1] Wang, Zheng, “Internet QoS Architectures and Mechanisms for
Quality of Service”, Morgan Kaufmann, 1st edition, 2001.
[2] Internet Engineering Task Force IETF. http://www.ietf.org.
[3] IETF, “Multiprotocol Label Switching Architecture”, RFC-3031,
2001.
[4] Tanenbaum, Andrew S., "Redes de Computadores", 4ª Edição, Editora
Érica.
[5] Blake S., Black D., Carlson M., Davies E., Wang Z., Weiss W. "An
FIGURA 3. ATRASO: APLICAÇÕES DE VIDEOCONFERÊNCIA.
Architecture for Differentiated Services", RFC 2475, December, 1998.
[6] OPNET Technologies, Inc., “OPNET Modeler Brochure”,
http://www.opnet.com/products/brochures/Modeler.pdf.
[7] OPNET Technologies, Inc., “Modeler Product Documentation 10.5:
MPLS Model User Guide”.
[8] OPNET Technologies, Inc., “OPNET Modeler Product
Documentation 10.5: Adding QoS Services to an MPLS-Enabled
Network”.
[9] Giroux, N., Ganti, S., “Quality of Service in ATM Networks: State-of-
Art Traffic Management”, Prentice Hall, 1998.
FIGURA 4. ATRASO: APLICAÇÕES HTTP.