SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  7
Télécharger pour lire hors ligne
Tratamento fisioterápico na terceira idade
Biasoli, M.C.
RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007
62
Revisão
Tratamento fisioterápico na terceira idade
The physiotherapy treatment of musculoskeletal disorders
in the elderly population
Unitermos: fisioterapia, disfunções do aparelho locomotor, terceira idade.
Uniterms: physiotherapy, musculoskeletal disorders, elderly.
Maria Cristina Biasoli
Fisioterapeuta graduada pela FMUSP, pós-graduada pela Irmandade
da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Especialização em Medi-
cina Osteopática pela “Michigan State University” (MSU-USA), em Ree-
ducação Postural Global, em Ginástica Holísticas, em Osteopatia (Fran-
ça), em Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FMUSP) e Hidrote-
rapia (EUA). Colaboradora do Serviço de Reumatologia do Hospital do
Servidor Público Estadual de São Paulo “Francisco Morato de Oliveira”
(HSPE-FMO/SP).
© Copyright Moreira Jr. Editora. Todos os direitos reservados.
Resumo
A aplicação da fisioterapia e suas modalidades atin-
gem uma gama acentuada de disfunções músculo-esque-
léticas freqüentemente presentes em pacientes da tercei-
ra idade, sejam elas disfunções de diferentes clínicas.
Neste artigo serão abordadas as modalidades fisioterápi-
cas e suas indicações específicas para disfunções mús-
culo-esqueléticas causadas pela deteriorização que o en-
velhecimento acarreta.
Introdução
A aplicabilidade da fisioterapia e suas modalidades atin-
gem uma gama acentuada de disfunções músculo-esque-
léticas freqüentemente presentes em pacientes da terceira
idade, sejam elas disfunções ortopédicas, reumáticas, neu-
rológicas, cardiovasculares e/ou geriátricas. Determinadas
disfunções, como a osteoartrose(1)
, a osteoporose(2)
e o
Parkinson, apresentam maior incidência na população aci-
ma de 70 anos (a primeira apresentando incidência de 85%
na população em geral; e a segunda apresentando incidên-
cia de 50% na população branca feminina).
Tais disfunções são cada vez mais freqüentes em nos-
so meio, devido ao aumento da expectativa de vida. Presu-
me-se que em 2025 o Brasil venha tornar-se a sexta maior
população de idosos no mundo e a faixa etária acima de 80
anos(3)
é a que terá maior crescimento. Nestes casos, o tra-
tamento através de programas multidisciplinares vem sen-
do precocemente preconizado.
A Reabilitação física / equipe multidisciplinar
A reabilitação física tem como objetivo principal a me-
lhoria da amplitude do movimento (ADM), da força muscu-
lar, da mobilidade articular, das atividades da vida diária
(AVDs), da vida profissional (AVPs), além da melhora da
auto-imagem e educação do paciente.
A equipe de reabilitação deve ser formada idealmente
por médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoau-
diólogo, nutricionista, enfermeira e assistente social.
Modalidades da fisioterapia
A fisioterapia é considerada uma intervenção não far-
macológica que envolve várias técnicas de terapias físicas
locais ou globais, assim como todas as suas modalidades
específicas, detalhadas no Quadro 1.
A escolha da modalidade a ser utilizada depende basi-
camente da fase e disfunção apresentadas pelo paciente
avaliado. Os tratamentos podem ser divididos em nível de
intensidade em tratamentos passivos e ativos.
Os tratamentos passivos englobam os métodos de con-
dução (calor e frio), a eletroterapia, massagem, relaxamen-
to, alongamento e órteses imobilizadores (coletes, colares,
tipóias etc.), assim como as orientações gerais e específi-
cas e a ergonomia.
Os tratamentos ativos englobam a cinesioterapia, as
técnicas especiais e orientações das AVDs e AVPs, as ati-
vidades esportivas, as órteses funcionais e auxiliares (ca-
deiras de rodas, bengalas, muletas, andadores etc.).
I - Tratamentos passivos
a) Métodos de condução (calor e frio)
Os métodos de condução apresentam vários benefíci-
os, como alívio da dor, redução do edema, aumento da
extensibilidade do colágeno, diminuição do espasmo mus-
cular, melhora da contratilidade muscular.
O calor apresenta maior utilidade para o alívio da dor,
relaxamento muscular, reparo dos tecidos, aumento de fluxo
Tratamento fisioterápico na terceira idade
Biasoli, M.C.
RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007
63
sangüíneo e da extensibilidade do colágeno. As técnicas de
aplicação são: cera (parafina), coxins e compressas térmi-
cas (hidrocolater), banhos de imersão quente e contraste.
Já o frio, por sua vez, apresenta maior efetividade na
redução do sangramento e edema, alívio da dor, redução
do espasmo e espasticidade muscular e melhora da força
muscular. As técnicas de aplicação são banhos de imersão
frio, compressas geladas, toalhas geladas, sprays evapora-
dores e massagem com gelo(4)
.
b) Eletroterapia
A eletroterapia é a utilização da corrente elétrica com
fins terapêuticos, como aquecimento profundo e superfici-
al; efeitos mecânicos nos tecidos combatendo a fibrose; di-
fusão de substâncias através da membrana celular;aumento
da vasodilatação, metabolismo e nutrição tecidual; diminui-
ção da excitabilidade motora; e aumento do limiar de exci-
tabilidade nervosa.
Podemos classificar a eletroterapia em agentes eletro-
magnéticos (diatermia por microondas, por ondas curtas,
laserterapia, radiação infravermelho e ultravioleta), ultra-som
e correntes de baixa freqüência (estimulação elétrica neu-
romuscular e muscular, estimulação nervosa elétrica trans-
cutânea - TENS, terapia interferencial)(5)
.
Quadro 1 - Técnicas de terapias físicas locais ou globais
I. Tratamentos passivos
a) Calor e frio (métodos de condução):
Calor • Cera (parafina)
• Coxins e compressas térmicas (hidrocolater)
• Toalhas quentes
• Banhos de imersão quente (turbilhão)
• Banhos de contraste
Frio • Banhos de imersão frio
• Massagem com gelo
• Compressas geladas
• Toalhas geladas
• Sprays evaporadores
b) Eletroterapia
Agentes eletromagnéticos • Diatermia por microondas
• Diatermia por ondas curtas
• Laserterapia de baixa freqüência
• Radiação infravermelha
• Terapia por radiação ultravioleta
Ultra-som
Correntes de baixa freqüência • Estimulação elétrica neuromuscular e muscular
• Estimulação nervosa elétrica transcutânea (TENS)
• Terapia interferencial
c) Massagem (Clássica / Shiatsu / Ayurvédica / Reflexa / MTC / Rolfing)
d) Relaxamento
e) Alongamento
II. Tratamentos ativos
a) Cinesioterapia: • Exercícios isométricos (estáticos)
• Exercícios isotônicos (dinâmicos): concêntrico / excêntrico
• Exercícios isocinétricos (dinâmicos)
b) Técnicas especiais • RPG
• Osteopatia
• Ginástica holística
• Facilitação neuromuscular proprioceptiva (Kabat / FNP)
• Bobath / treino de marcha, reações de equilíbrio e proteção
• Hidroterapia
III. Órteses / imobilizações / orientações gerais e específicas nas AVDs e AVPs / ergonomia
Tratamento fisioterápico na terceira idade
Biasoli, M.C.
RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007
64
c) Massagem
Massagem (do grego, significa “amassar ou ato de pres-
sionar”) apresenta seus efeitos mecânicos (movimentação
da linfa e do sangue venoso; drenagem de edemas e he-
matomas; mobilização de fibras musculares, tendões, bai-
nhas, tecidos subcutâneos, tecidos cicatriciais e aderênci-
as) e efeitos fisiológicos (aumento da circulação sangüínea
e linfática, em conseqüência melhora do fluxo de nutrien-
tes; remoção dos produtos catabólicos e metabólicos; esti-
mulação do processo de cicatrização e extensibilidade do
tecido conjuntivo; resolução do edema e hematoma crôni-
co; alívio da dor; facilitação da atividade muscular; aumento
dos movimentos articulares; e relaxamento local e geral).
Existem várias técnicas de massagem, como massagem
do tecido conjuntivo, técnicas dos pontos deflagradores,
técnicas de liberação miofascial, rolfing, reflexologia, per-
cussão pontual etc.(6)
.
d) Relaxamento
O relaxamento é um método de recondicionamento
psicofisiológico que abrange inúmeras técnicas como: exer-
cícios ideoplásticos, método de L. Michaux, descontração
ativa de J. Faust, regulação ativa do tônus de B. Stokvis,
relaxamento carátero – analítico de W. Reich, treinamento
autógeno de J.H.Schultz, exercícios piscotônicos, calatonia,
Tai-chi-chuan e imagens e relaxamento(7)
.
e) Alongamento
O alongamento é a desembricação dos filamentos de
actina dos filamentos de miosina nos sarcômicos que ocor-
rem de uma forma lenta e progressiva. A falta de alonga-
mento leva ao encurtamento e retrações e, conseqüente-
mente, à maioria dos desequilíbrios estáticos, sobretudo
por sua evolução e fixação(8)
.
II. Tratamentos ativos
a) Cinesioterapia(9)
Os exercícios de fortalecimento para o sistema muscu-
lar representam um papel essencial na fisioterapia e na re-
abilitação.Podemos classificá-los quanto à intensidade em:
exercícios passivos, ativos e ativos-resistidos. Quanto ao
tipo de contração, classificamos da seguinte forma: exercí-
cios isométricos, exercícios isotônicos (concêntricos e ex-
cêntricos) e exercícios isocinéticos.
Exercícios isométricos
Os exercícios que causam contração de músculos indi-
viduais ou de grupos musculares, mas não causam movi-
mentos nas articulações adjacentes a eles, são chamados
exercícios isométricos. Nenhum trabalho é feito no sentido
físico neste tipo de exercício muscular (trabalho muscular
estático). O treinamento isométrico é capaz de aumentar a
força muscular sem o movimento articular e sem trabalho
muscular dinâmico, que é de grande importância para a fi-
sioterapia na recuperação imediata de lesões ou quadros
inflamatórios e também para manutenção da força muscu-
lar durante um período de imobilização.
Exercícios isotônicos
Em contraposição ao exercício isométrico, o exercício iso-
tônico envolve trabalho no sentido físico. Também chamado
de trabalho muscular dinâmico, o exercício isotônico envolve
contrações longas, mas se distingue pela alternância rítmica
entre contração e relaxamento. Quando o músculo é tracio-
nado, a sua origem se aproxima ou se afasta de sua inser-
ção, levando a um trabalho muscular dinâmico. Dividimos os
exercícios isotônicos em concêntricos e excêntricos.
O exercício isotônico concêntrico é realizado quando o
músculo desenvolve tensão suficiente para superar uma re-
sistência, de modo que se encurte visivelmente e mova uma
parte do corpo vencendo uma determinada resistência.
O exercício isotônico excêntrico acontece quando uma
dada resistência é maior que a tensão do músculo, de manei-
ra que este se alongue. Embora desenvolva tensão, o mús-
culo é superado pela resistência.
Exercícios isocinéticos
No exercício isocinético a pressão permanece constan-
te durante todo o movimento. Uma máquina regula a quan-
tidade de resistência e a sua velocidade. Essa máquina ra-
pidamente melhora a força muscular e também funciona
como coadjuvante no desenvolvimento dos exercícios. No
tratamento fisioterapêutico o exercício isocinético é indica-
do para a fase de transição desde a obtenção da força mus-
cular normal até que se atinja a força muscular total do pa-
ciente (SYBEX/UNEX).
b) Técnicas especiais
Dentro das técnicas especiais podemos incluir o RPG
(reeducação postural global), a osteopatia (medicina
manipulativa), a ginástica holística, a facilitação neuromus-
cular proprioceptiva (FNP/KABAT) e a hidroterapia.
RPG (reeducação postural global)
Derivada do aprendizado biopsicomotor de Françoise
Mézières, pioneira da observação global do aparelho lo-
comotor, o RPG abrange o trabalho das cadeias muscula-
res e do “campo fechado”. A partir de tais estudos F. Sou-
chard adequou os tratamentos cinesioterápicos dos distúr-
bios osteomioarticulares, não só posturais mas também
estruturais(10)
(Figura 1).
Osteopatia (medicina manipulativa)
É uma terapia manipulativa utilizada para aumentar a
mobilidade e reduzir o quadro doloroso do corpo e articula-
ções, restaurando a capacidade funcional máxima dentro
de uma postura balanceada(11)
.
Tratamento fisioterápico na terceira idade
Biasoli, M.C.
RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007
65
Ginástica holística (antiginástica)
Trabalha os movimentos do corpo seguindo os princípi-
os de coordenação motora (princípios Mezeristas), alonga-
mento, colocação articular, despertar da consciência cor-
poral e auto-suficiência do indivíduo na realização de tal
trabalho(12)
.
Facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP)
Também conhecido como método de movimentos com-
plexos, a FNP também se baseia num trabalho de fortaleci-
mento neuromuscular auto-induzido. Nesse processo as
reações do mecanismo neuromuscular são melhorados,
refinados e acelerados através de estimulação dos proprio-
ceptores. A utilização de movimentos complexos é baseada
nos princípios da estimulação máxima do aparelho neuro-
muscular com o auxílio adicional de movimentos diagonais e
espirais associados a flexão, adução, abdução, rotação ex-
terna e interna. Os receptores musculares e articulares são
elementos importantes na estimulação do sistema motor(13)
.
Bobath / treino de marcha /reações de equilíbrio e proteção
Técnica desenvolvida por dr. Karel e Bertha Bobath tra-
ta as desordens motoras causadas por doenças e lesões
do sistema nervoso, utilizando respostas posturais automá-
ticas presentes nas idades iniciais, que induzem aos movi-
mentos ativos e minimizam os padrões e posturas
desordenadas presentes nestes pacientes.Tal técnica tam-
bém abrange o treino de marcha, reações de equilíbrio e
proteção(14)
.
Hidroterapia(15)
A hidroterapia pode ser usada como um complemento
ou na substituição da fisioterapia terrestre. A combinação
das duas modalidades é preferida, desde que possa ser
tolerada pelo paciente. O objetivo final sempre visa a pro-
gressão de exercícios para manter e melhorar a capacida-
de física e as atividades da vida diária dos pacientes. Como
os exercícios aquáticos podem ser facilmente modificados
para acomodar as condições do paciente, a hidroterapia pode
ser usada em períodos de transição. Esses períodos ocor-
rem quando os pacientes não toleram a fisioterapia terrestre,
quando eles não sustentam total ou parcialmente o peso do
corpo, quando estão em preparação para procedimentos ci-
rúrgicos ou ainda não retornaram às atividades habituais.
A hidroterapia é integrada por várias técnicas de trata-
mento, entretanto, movimentos funcionais são enfatizados
usando padrões sinérgicos, estabilização articular e corre-
ção postural. As técnicas de exercícios utilizadas em com-
binação e adaptadas ao paciente seriam: técnicas passi-
vas; ativas e ativas-resistivas que utilizam exercícios
isométricos; exercícios isotônicos (excêntricos e concêntri-
cos) e estabilização postural.
Os métodos usados para a realização dessas técnicas
são:
Método dos anéis de Band Ragaz
É uma técnica de tratamento horizontal, desenvolvida
nas águas termais de Bad Ragaz, na Suíça, em 1930, na
qual o paciente é suportado por meio de anéis de flutuação
colocados em torno do pescoço, na região pélvica e embai-
xo dos joelhos e tornozelos. Assemelha-se à técnica de fa-
cilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), adaptada para
o meio aquático, na qual são realizados movimentos coor-
denados de empurrar e puxar que atuam sobre as estrutu-
ras articulares e terminações nervosas sensitivas para faci-
litar o reflexo de estiramento e as contrações musculares.
Método Halliwick
O método Halliwick foi desenvolvido em 1949, na Halli-
wick School for Girls, em Southgate, Londres. MC Millian,
que foi o criador do método, desenvolveu inicialmente uma
atividade recreativa que visava dar independência individu-
al na água, para pacientes com incapacidade e treiná-los a
nadar. Com o passar dos anos foi aperfeiçoando seu méto-
do original e adotou técnicas adicionais que foram estabe-
lecidas a partir dos seguintes princípios: adaptação ambi-
ental, restauração do equilíbrio, inibição e facilitação.
Método Watsu
É um método também denominado de Water-Shiatsu
(Hidro-Shiatsu), criado em 1980, por Harold Dull. Associan-
do alongamento e movimentos de Shiatsu Zen, o autor adap-
tou a técnica às piscinas mornas em uma cidade da
Califórnia.
Deep running
Propõe a movimentação de pernas e braços com o pa-
ciente flutuando através de cinturão pélvico, sem encostar
os pés no chão da piscina, promovendo a simulação de
Figura 1
Tratamento fisioterápico na terceira idade
Biasoli, M.C.
RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007
66
marcha ou corrida com resistência da água eliminando o
impacto articular. Ajuda no fortalecimento e no condiciona-
mento cardiovascular(16)
.
III. Órteses, imobilização, orientações gerais e específi-
cas nas AVDs e AVPs e ergonomia
Este item abrange a utilização de equipamentos que
auxiliam na reabilitação do paciente durante o tratamento
ou na minimização das seqüelas por perda da função tem-
porária ou definitiva (bengalas, muletas, cadeiras de rodas,
imobilizadores como coletes, tipóias, tutores longos e cur-
tos etc.).
As orientações gerais e específicas nas AVDs e AVPs,
assim como o estudo ergonômico do ambiente de atuação
são de extrema importância para recuperação ou readap-
tação da vida diária e profissional do paciente.
A fisioterapia e suas modalidades específicas
para as disfunções do aparelho locomotor nas
diferentes clínicas
Disfunções clínicas reumatológicas(17)
O tratamento de disfunções da coluna vertebral, secun-
dárias às doenças reumáticas em geral são causadas por
subluxações das facetas articulares, prolapsos discais e
alterações posturais.Todos os processos degenerativos le-
vam a modificação da descarga de peso sobre a coluna e,
conseqüentemente, deformação da superfície óssea e o
aparecimento de osteófitos. Nestes casos a hidroterapia é
indicada para minimização dos efeitos da gravidade, do ris-
co potencial de lesão do anel fibroso discal e de sobrecar-
gas vertebrais, proporcionando a diminuição da dor duran-
te os exercícios ativos e o aumento da mobilidade e da for-
ça muscular do tronco. Já a fisioterapia terrestre proporcio-
na um trabalho visando a analgesia através da eletroterapia
e massagem, assim como da biomecânica postural e dos
desequilíbrios musculares estáticos (RPG).
Osteoartrite/osteoartrose
A osteoartrite é um processo induzido nas articulações
por influências mecânicas, metabólicas e genéticas, cau-
sando perda de cartilagem e hipertrofia óssea. A perda
progressiva da cartilagem articular e a recuperação inade-
quada levam a formação de osteófitos durante a remodela-
ção óssea subcondral. Com a instalação lenta e progressi-
va da doença, os sintomas de dor articular, rigidez, limita-
ção de movimentos, crepitação, edema e graus variáveis
de inflamação surgem de maneira insidiosa, assim como
desequilíbrios posturais compensatórios atingindo outras
articulações e músculos. Portanto, o objetivo no tratamento
da osteoartrite visa o alívio da dor e espasmo musculares,
o fortalecimento dos músculos periarticulares, a mobiliza-
ção de outras articulações envolvidas, o aumento da ampli-
tude de movimento das articulações afetadas e melhora do
padrão da marcha. Os pacientes com alterações degenera-
tivas das articulações das mãos, pés, coluna, quadril e/ou
joelhos freqüentemente são encaminhados à hidroterapia
devido aos benefícios da flutuação como: auxílio ao movi-
mento, sustentação da articulação para possibilitar o movi-
mento livre e, finalmente, a resistência ao movimento. As
modalidades terrestres indicadas são desde a eletroterapia,
cinesioterapia, FNP, RPG e treino de marcha, assim como
a utilização de órteses para alívio da dor e sobrecarga arti-
cular.
Osteoporose
A osteoporose é uma enfermidade crônica, multifatori-
al, relacionada à perda progressiva de massa óssea, geral-
mente de progressão assintomática até a ocorrência de fra-
turas. É um estado de insuficiência ou de falência óssea
que surge com o envelhecimento, principalmente em mu-
lheres a partir da sexta década.
Os principais fatores de risco são: história familiar, hipo-
estrogenismo, nuliparidade, sedentarismo, imobilização pro-
longada, baixa massa muscular em mulheres brancas ou
asiáticas, dieta pobre em cálcio, tabagismo, uso crônico de
corticosteróides, anticonvulsivantes, heparina e outros.
Na vigência de uma osteoporose mais grave, com múl-
tiplas fraturas e dor óssea, a reabilitação aquática oferece
métodos com técnicas mais suaves, destinadas a aliviar a
dor, aumentar a amplitude de movimento e proporcionar
eventual fortalecimento. Após a fase aguda do quadro, ou
seja, quando os locais de fraturas ou trincas estiverem bem
consolidados, os movimentos mais vigorosos e exercícios
mais intensos gerados pela resistência das técnicas terres-
tres podem ser iniciados, assim como uma combinação de
exercícios de sustentação parcial e completa de peso que
provêm esforços mecânicos necessários para estimular a
formação de massa óssea e minimizar a progressão da
doença (cinesioterapia e Kabat). O treino de marcha e equi-
líbrio também é de extrema importância para a redução do
risco de quedas (18)
.
Artrite reumatóide
A artrite reumatóide (AR) é uma doença auto-imune de
etiologia desconhecida, caracterizada por poliartrite simé-
trica, que leva à deformidade e à destruição das articulações
em virtude da erosão óssea e da cartilagem. Em geral a AR
acomete duas vezes mais as mulheres que os homens, atin-
gindo grandes e pequenas articulações em associação com
manifestações sistêmicas como: rigidez matinal, fadiga, per-
da de peso e incapacidade para a realização de suas ativi-
dades tanto na vida diária como profissional.
Os objetivos da fisioterapia nesta doença seriam: alívio
da dor e de espasmo muscular, manutenção ou restaura-
ção da força muscular em torno das articulações doloro-
sas, redução de deformidades e aumento da amplitude de
Tratamento fisioterápico na terceira idade
Biasoli, M.C.
RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007
67
movimentação em todas as articulações afetadas, restau-
ração da confiança e reeducação da função perdida(19)
. As
modalidades indicadas são: eletroterapia, FNP, hidrotera-
pia, cinesioterapia e treino de marcha e a utilização de órte-
ses para prevenir deformidades articulares.
Disfunções clínicas neurológicas
a) Síndrome parkinsoniana(20)
James Parkinson foi o primeiro a descrever as princi-
pais manifestações desta síndrome caracterizada por tre-
mor, rigidez e perda de reflexos posturais. A patologia quí-
mica é determinada pela deficiência da dopamina do corpo
estriato associada a diversas doenças e condições do sis-
tema nervoso.
O trabalho fisioterápico se inicia com alongamento, re-
laxamento e diminuição do tônus da musculatura postural,
podendo ser utilizadas técnicas especiais como: RPG, mas-
sagem e hidroterapia. O treinamento de marcha e equilíbrio
pode ser realizado através do Bobath.Orientações das AVDs
e AVPs também são indicadas para manter e/ou recuperar
a independência do paciente. A fisioterapia nesses casos
deve ser feita freqüentemente, por período indeterminado.
b) Doenças vasculares cerebrais, isquêmicas e hemor-
rágicas (21)
A isquemia cerebral, causada por trombose e/ou em-
bolismo cerebral, produz sintomas clínicos devido ao infarto
cerebral. Os acidentes vasculares recidivantes apresentam
alto risco de mortalidade e para os sobreviventes a incapa-
cidade e a dependência são os resultados mais comuns. Já
nas doenças hemorrágicas o sangramento a partir da arté-
ria rota é a fonte usual do problema. O tratamento dessas
disfunções apresenta três objetivos: preservar a vida, redu-
zir a incapacidade e evitar a recidiva. Os indivíduos que se
recuperam de seqüelas causadas por tais problemas de-
vem iniciar o programa de reabilitação imediatamente após
a instalação temporária ou provisória do quadro motor. O
tratamento fisioterápico pode iniciar-se com técnicas neu-
rológicos como Bobath e Kabat, assim como treino de
marcha, equilíbrio, AVDs, AVPs e utilização de órteses, con-
forme a progressão do tratamento. Precocidade do início
da fisioterapia previne a formação de contraturas deformi-
dades e a instalação de padrões motores e posturais de-
sordenados, estimulando assim a recuperação da movimen-
tação normal.
c) Lesões mecânicas das raízes nervosas e da medula
espinhal(22)
As lesões mecânicas das raízes nervosas podem ser
divididas em dois grupos que denominamos de síndromes
radiculares e mielopatias. Estas compressões causam dor,
parestesias, perdas sensoriais, paresias flácidas ou espás-
ticas, fraquezas, atrofias e alterações reflexas que variam
de acordo com a distribuição radicular anatômico no pri-
meiro caso (s. radiculares) e da velocidade de compressão,
de extensão transversal e longitudinal da lesão, do papel
funcional do nível comprimido da medula espinhal e da causa
da compressão no segundo caso (mielopatias).
O trabalho da fisioterapia tem como objetivo, nos qua-
dros mais leves (não cirúrgicos), o alívio da dor, através da
eletroterapia e massagem e o trabalho dos desequilíbrios
posturais e biomecânicos que é realizado a partir do RPG,
ginástica holística e eletroterapia. Já nos quadros mais se-
veros, que, apesar da cirurgia descompressiva, restaram
seqüelas em membros superiores e inferiores, as técnicas
fisioterápicas mais abrangentes são o Bobath e a hidrote-
rapia que estimulam a movimentação ativa normal e inibem
os padrões de movimentos e posturas desordenados que
se possam instalar. O Kabat é indicado em casos de forta-
lecimento muscular.A independência para as AVDs e AVPs,
assim como a utilização de órteses também é orientada.
Disfunções clínicas ortopédicas(23,24)
Na ortopedia podemos dividir o tratamento das disfun-
ções em dois grupos que são: os tratamentos cirúrgicos e
os não cirúrgicos. Em ambos teremos a atuação efetiva da
fisioterapia.
Nos tratamentos cirúrgicos que são a osteotomia, a
artrodese, a artroplastia, o enxerto ósseo, a artroscopia, o
enxerto tendinoso e as transferências musculares, o início
da fisioterapia é imediato (já no primeiro dia de pós-operató-
rio), através da crioterapia, dos exercícios isométricos e da
utilização de órteses imobilizadoras. Dependendo do tipo de
cirurgia outras modalidades são adicionadas.A eletroterapia,
os exercícios isotônicos e isocinéticos, a hidroterapia e o Kabat
podem ser acrescentados gradativamente, assim como a
carga dos exercícios e o treino de marcha e equilíbrio.
Iremos abordar didaticamente as disfunções ortopédicas
em que o tratamento é conservador, através de regiões.
Na região do ombro (ruptura parcial do manguito rotador
ou do tendão longo do bíceps; síndrome do ombro doloro-
so; tenosinovite do tendão longo do bíceps; bursites etc.)
poderemos utilizar a eletroterapia, cinesioterapia, alonga-
mento, ginástica holísticas, Kabat, RPG e a hidroterapia com
fins analgésicos, desinflamatórios, melhora da ADM (am-
plitude de movimento), recuperação da força muscular,
recoordenação do movimento e reposicionamento articular
(postura do ombro).
Na região do braço e cotovelo as lesões mais freqüentes
são: corpos livres articulares, bursite do olécrano, cotovelo
de “tenista” etc. Na região do antebraço punho e mão temos
as tenosinovites por atrito, cisto sinovial, contratura de
Dupuytren e compressão do nervo mediano no túnel carpiano.
Os objetivos da fisioterapia nesta região são semelhantes ao
da região do ombro, apenas acrescentando a parafina na
região das mãos e atividades finas para os dedos.
Na região do quadril temos as bursites trocanterianas.
Tratamento fisioterápico na terceira idade
Biasoli, M.C.
RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007
68
Na região do joelho temos, lesões do menisco, corpos le-
ves intra-articulares e cisto poplíteo (Baker). Na região das
pernas, tornozelos e pés temos as tendinites ligamentares
do tornozelo (tendão de Aquiles), pés cavos, pés planos,
tarsalgias, metatalsargias, calcanhar doloroso, dor no
antepé, calosidade, cistos, “Hallux Valgus”, artelhos em
martelo e/ou cavalgado, fascite plantar etc.
As órteses imobilizadores ou de reposicionamento são
muito utilizados como: imobilizadores de joelho, tala para
punho, tala dinâmica para extensor do dedo, tipóia, espaldeira,
estabilizador de tornozelo, amortecedor para calcanhar, pal-
milhas.Para a região dos pés a indicação de tênis (“Cushioned
Shoes” / “Stability Shoes”) e sapatos apropriados é muito
importante para a melhora das disfunções podais.
Disfunções clínicas cardiovasculares(25)
Principal causa de morte do século XX, a cardiopatia
tem sido alvo de muitos estudos científicos para aprimorar
o seu diagnósticos, tratamento e prevenção, principalmen-
te no que se refere a substâncias farmacológicas,
bioengenharia e procedimento cirúrgico. Na parte preventi-
va, tanto a diminuição da morbidade quanto da mortalidade
estão sendo alcançadas através das mudanças de hábito,
principalmente quando se trata das atividades físicas e de
lazer. Desde a década de 1960, quando ocorreu a implan-
tação e desenvolvimento de programa de reabilitação car-
díaca, houve diminuição dos fatores de risco da doença e
diminuição de uso de farmacoterápicos.
Esses programas incluem desde atividades cautelosas
de caminhadas até o treinamento resistido com pesos, exer-
cícios globais para o todo o corpo, assim como o treina-
mento aquático, redirecionando a atitude, as crenças e o
comportamento do paciente cardíaco.
Disfunções clínicas geriátricas
As chances de envelhecer com sucesso vêm aumen-
tando nos diferentes estágios de desenvolvimento (intra-
uterino, infância, adolescência, idade adulta), ocorrendo
conseqüências positivas que podem ser mantidas na idade
avançada. As doenças nesta fase têm associação com a
deteriorização das funções fisiológicas e alterações mais
complexas(26)
.
As condições crônicas que se tornam mais comuns com
o aumento da idade (envelhecimento) para o aparelho
locomotor são:
a. Disfunções reumatológicas (osteoartrite, osteoporose e
artrite reumatóide);
b. Disfunções neurológicas (Parkinson, AVC, lesões me-
cânicas das raízes nervosas e da medula espinhal);
c. Disfunções ortopédicas (cirúrgicas, não cirúrgicas sín-
drome do ombro doloroso, lesão do menisco e cisto de
Baker, fasciíte plantar etc.);
d. Disfunções cardiovasculares (coronariopatias e infarto
do miocárdio).
A aplicabilidade, assim como a modalidade fisioterápi-
ca para esta área que engloba as demais já foram descritas
anteriormente.
Summary
The physiotherapy application and its systems modali-
ties are involved in a wide range of musculoskeletal disor-
ders are frequently presents in elderly people, in the most
different clinics disorders. This article shows the physio-
therapy systems and its particular indications in the muscu-
loskeletal disorders that happen in elderly degeneration sys-
tems.
Referências bibliográficas
1. Felson DT. Epidemiology of Rheumatic Diseases. In: Osteoarthritis. Rheum
Dis Clin North Am. 1990; 16:499-512.
2. Damowski, J. Estudo epidemiológico brasileiro: resultados preliminares.
Revista Brasileira de Reumatologia 2006; 46(2):12.
3. Biasoli, MC; Machado, CMC. Hidroterapia: aplicabilidades clínicas. Revista
Brasileira de Medicina, 2006; 63(5):234.
4. Kitchen, S; Bazim, S. Eletroterapia de Clayton. 10ª edição. São Paulo, Ed.
Manole 1998, p.123-138.
5. Kitchen, S; Bazim, S. Eletroterapia de Clayton. 10ª edição. São Paulo, Ed.
Manole 1998, p.139-304.
6. Domenico, G; Wood EC. Técnica de Massagem de Beard. São Paulo: Editora
Manole 1998.
7. Sandor, P. Técnica de Relaxamento. São Paulo. Editor Vetor, 1974.
8. Anderson, B. Alongue-se. São Paulo: Summus, 1983.
9. Eitner, D; Kipriam, W; Meissner, L; Ork, H. Fisioterapia nos Esportes. São
Paulo: Manole. 1984.
10. Souchard, PHE. O Strectching Global Ativo. 1ª Edição. São Paulo: Editora
Manole . 1996.
11. Groenman, PE. Principles of Manual Medicine. Baltimore: Willians& Wilkins,
1996.
12. Piret, S; Mézieres, MM. A Coordenação Motora. São Paulo: Summus, 1992.
13. Knott, M;Voss, DE. Facilitación Neuromuscular Proprioceptiva. Buenos Aires:
Editora Panamericana, 1974.
14. Bobath, K. Uma base Neurofisiológica para o tratamento da Paralisia Cere-
bral. 2ª edição. São Paulo: Ed Manole, 1984.
15. McNeal R. Reabilitação aquática de pacientes com doenças reumáticas. In:
Ruoti RG, Morris DM, Coles AJ. Reabilitação Aquática.Brasil. Manole.200.
p215-232.
16. Damowski, J. Estudo epidemiológico brasileiro: resultados preliminares.
Revista Brasileira de Reumatologia 2006; 46(2):1.
17. Biasoli, MC; Machado, CMC. Hidroterapia: técnicas e aplicabilidades às
disfunções reumatológicas. Temas de Reumatologia Clínica 2006; 7(3):85-
86.
18. Scharla, S. Reabilitação depois de fraturas induzidas por osteoporose.
Colocando seu paciente rapidamente em pé. MMW Forstchrmes 2002;
144(21):34-6, 38.
19. Hall, J; Skewington, SM; Maddison, PJ.; Chapmam, K. Triagem randomizada
e controlada de hidroterapia na artrite reumatóide. Arthritis Care Res 1996;
9(3):206-15.
20. Beeson, PB; Mcdermott, W. Tratado de Medicina Interna.14ª edição. Brasil,
Ed. Interamericana 1977; 1(10):821-826.
21. Beeson, PB; Mcdermott, W. Tratado de Medicina Interna. 14ª edição. Brasil,
Ed. Interamericana.1977; 1(11):834-852.
22. Beeson, P.B.;Mcdermott,W..Tratado de Medicina Interna. 14ª edição. Brasil,
Ed. Interamericna, 1977; 1(21):994-995.
23. Adms, J.C. Manual de Ortopedia. 8ª edição. Brasil.Artes Médicas, 1978.
24. Eitner, D; Kipriam, W; Meissner, L; Ork, H. Fisioterapia nos Esportes. São
Paulo: Manole, 1984.
25. Biasoli, MC; Machado, CMC. Hidroterapia: aplicabilidades clínicas. Revista
Brasileira de Medicina 2006; 63(5):234.
26. Biasoli, MC; Machado, CMC. Hidroterapia: aplicabilidades clínicas. Revista
Brasileira de Medicina 2006; 63(5):237.

Contenu connexe

Tendances

Reeducação Dinâmica Muscular no Tratamento da Lombalgia
Reeducação Dinâmica Muscular no Tratamento da LombalgiaReeducação Dinâmica Muscular no Tratamento da Lombalgia
Reeducação Dinâmica Muscular no Tratamento da LombalgiaDra. Welker Fisioterapeuta
 
Slideshre cinesioterapia fisioterapia do trabalho e ergonomia fevereiro 2013
 Slideshre cinesioterapia   fisioterapia do trabalho e ergonomia fevereiro 2013 Slideshre cinesioterapia   fisioterapia do trabalho e ergonomia fevereiro 2013
Slideshre cinesioterapia fisioterapia do trabalho e ergonomia fevereiro 2013Fabio Mazzola
 
O Efeito da manipulação miofascial sobre o limiar doloroso em atletas durant...
O Efeito da manipulação miofascial sobre o  limiar doloroso em atletas durant...O Efeito da manipulação miofascial sobre o  limiar doloroso em atletas durant...
O Efeito da manipulação miofascial sobre o limiar doloroso em atletas durant...Fernando Farias
 
Trançados Musculares - Aula 04 - Kiran Gorki Queiroz
Trançados Musculares - Aula 04 - Kiran Gorki QueirozTrançados Musculares - Aula 04 - Kiran Gorki Queiroz
Trançados Musculares - Aula 04 - Kiran Gorki QueirozKiran Gorki Queiroz
 
Lombalgia_no_desporto
Lombalgia_no_desportoLombalgia_no_desporto
Lombalgia_no_desportodanilorlsa
 
ATIVAÇÃO DA REGIÃO DO CORE PRÉ-TREINAMENTO PLIOMÉTRICO EM JOGADORES DE FUTEBO...
ATIVAÇÃO DA REGIÃO DO CORE PRÉ-TREINAMENTO PLIOMÉTRICO EM JOGADORES DE FUTEBO...ATIVAÇÃO DA REGIÃO DO CORE PRÉ-TREINAMENTO PLIOMÉTRICO EM JOGADORES DE FUTEBO...
ATIVAÇÃO DA REGIÃO DO CORE PRÉ-TREINAMENTO PLIOMÉTRICO EM JOGADORES DE FUTEBO...Fernando Farias
 
Palestra fibromialgia
Palestra fibromialgiaPalestra fibromialgia
Palestra fibromialgiaFábio Dias
 
Trançados Musculares - Aula 02 -Adely Couto & Renata Muniz
Trançados Musculares - Aula 02 -Adely Couto & Renata MunizTrançados Musculares - Aula 02 -Adely Couto & Renata Muniz
Trançados Musculares - Aula 02 -Adely Couto & Renata MunizKiran Gorki Queiroz
 
Painel pronto
Painel prontoPainel pronto
Painel prontobonigeo
 
Propriocepção no esporte: uma revisão sobre a prevenção e recuperação de lesõ...
Propriocepção no esporte: uma revisão sobre a prevenção e recuperação de lesõ...Propriocepção no esporte: uma revisão sobre a prevenção e recuperação de lesõ...
Propriocepção no esporte: uma revisão sobre a prevenção e recuperação de lesõ...Fernando Farias
 
Osteporose revisão
Osteporose revisãoOsteporose revisão
Osteporose revisãoNatan Pires
 
CORE - Métodos de treinamento da estabilização central
CORE - Métodos de treinamento da estabilização centralCORE - Métodos de treinamento da estabilização central
CORE - Métodos de treinamento da estabilização centralFernando Farias
 
Rehabilitation of meniscal tears
Rehabilitation of meniscal tearsRehabilitation of meniscal tears
Rehabilitation of meniscal tearspascoapinheiro
 
Cinesioterapia Classica e suas ações nas disfunções motoras
Cinesioterapia Classica e suas ações nas disfunções motorasCinesioterapia Classica e suas ações nas disfunções motoras
Cinesioterapia Classica e suas ações nas disfunções motorasEdesio Clasen Willemann
 
Introduçao exercicios terapeuticos_2012_menor
Introduçao exercicios terapeuticos_2012_menorIntroduçao exercicios terapeuticos_2012_menor
Introduçao exercicios terapeuticos_2012_menorKarina Santaella
 
126373742 sacco-2005-biomecanica-na-reestruturacao-postural
126373742 sacco-2005-biomecanica-na-reestruturacao-postural126373742 sacco-2005-biomecanica-na-reestruturacao-postural
126373742 sacco-2005-biomecanica-na-reestruturacao-posturalCleber Kanofre
 

Tendances (19)

Reeducação Dinâmica Muscular no Tratamento da Lombalgia
Reeducação Dinâmica Muscular no Tratamento da LombalgiaReeducação Dinâmica Muscular no Tratamento da Lombalgia
Reeducação Dinâmica Muscular no Tratamento da Lombalgia
 
Slideshre cinesioterapia fisioterapia do trabalho e ergonomia fevereiro 2013
 Slideshre cinesioterapia   fisioterapia do trabalho e ergonomia fevereiro 2013 Slideshre cinesioterapia   fisioterapia do trabalho e ergonomia fevereiro 2013
Slideshre cinesioterapia fisioterapia do trabalho e ergonomia fevereiro 2013
 
O Efeito da manipulação miofascial sobre o limiar doloroso em atletas durant...
O Efeito da manipulação miofascial sobre o  limiar doloroso em atletas durant...O Efeito da manipulação miofascial sobre o  limiar doloroso em atletas durant...
O Efeito da manipulação miofascial sobre o limiar doloroso em atletas durant...
 
Trançados Musculares - Aula 04 - Kiran Gorki Queiroz
Trançados Musculares - Aula 04 - Kiran Gorki QueirozTrançados Musculares - Aula 04 - Kiran Gorki Queiroz
Trançados Musculares - Aula 04 - Kiran Gorki Queiroz
 
Lombalgia_no_desporto
Lombalgia_no_desportoLombalgia_no_desporto
Lombalgia_no_desporto
 
ATIVAÇÃO DA REGIÃO DO CORE PRÉ-TREINAMENTO PLIOMÉTRICO EM JOGADORES DE FUTEBO...
ATIVAÇÃO DA REGIÃO DO CORE PRÉ-TREINAMENTO PLIOMÉTRICO EM JOGADORES DE FUTEBO...ATIVAÇÃO DA REGIÃO DO CORE PRÉ-TREINAMENTO PLIOMÉTRICO EM JOGADORES DE FUTEBO...
ATIVAÇÃO DA REGIÃO DO CORE PRÉ-TREINAMENTO PLIOMÉTRICO EM JOGADORES DE FUTEBO...
 
Palestra fibromialgia
Palestra fibromialgiaPalestra fibromialgia
Palestra fibromialgia
 
A importância da propriocepção no esporte
A importância da propriocepção no esporteA importância da propriocepção no esporte
A importância da propriocepção no esporte
 
Trançados Musculares - Aula 02 -Adely Couto & Renata Muniz
Trançados Musculares - Aula 02 -Adely Couto & Renata MunizTrançados Musculares - Aula 02 -Adely Couto & Renata Muniz
Trançados Musculares - Aula 02 -Adely Couto & Renata Muniz
 
Painel pronto
Painel prontoPainel pronto
Painel pronto
 
Propriocepção no esporte: uma revisão sobre a prevenção e recuperação de lesõ...
Propriocepção no esporte: uma revisão sobre a prevenção e recuperação de lesõ...Propriocepção no esporte: uma revisão sobre a prevenção e recuperação de lesõ...
Propriocepção no esporte: uma revisão sobre a prevenção e recuperação de lesõ...
 
Efeito metodo pilates
Efeito metodo pilatesEfeito metodo pilates
Efeito metodo pilates
 
Osteporose revisão
Osteporose revisãoOsteporose revisão
Osteporose revisão
 
CORE - Métodos de treinamento da estabilização central
CORE - Métodos de treinamento da estabilização centralCORE - Métodos de treinamento da estabilização central
CORE - Métodos de treinamento da estabilização central
 
Rehabilitation of meniscal tears
Rehabilitation of meniscal tearsRehabilitation of meniscal tears
Rehabilitation of meniscal tears
 
Cinesioterapia Classica e suas ações nas disfunções motoras
Cinesioterapia Classica e suas ações nas disfunções motorasCinesioterapia Classica e suas ações nas disfunções motoras
Cinesioterapia Classica e suas ações nas disfunções motoras
 
Introduçao exercicios terapeuticos_2012_menor
Introduçao exercicios terapeuticos_2012_menorIntroduçao exercicios terapeuticos_2012_menor
Introduçao exercicios terapeuticos_2012_menor
 
Correlação entre Flexibilidade e Dor Lombar
Correlação entre Flexibilidade e Dor LombarCorrelação entre Flexibilidade e Dor Lombar
Correlação entre Flexibilidade e Dor Lombar
 
126373742 sacco-2005-biomecanica-na-reestruturacao-postural
126373742 sacco-2005-biomecanica-na-reestruturacao-postural126373742 sacco-2005-biomecanica-na-reestruturacao-postural
126373742 sacco-2005-biomecanica-na-reestruturacao-postural
 

En vedette

En vedette (7)

Artrite reumatoide (ar)
Artrite reumatoide (ar)Artrite reumatoide (ar)
Artrite reumatoide (ar)
 
Apresentação Miastenia
Apresentação MiasteniaApresentação Miastenia
Apresentação Miastenia
 
Miastenia Grave
Miastenia GraveMiastenia Grave
Miastenia Grave
 
Exercícios resistidos
Exercícios resistidosExercícios resistidos
Exercícios resistidos
 
Artrite ReumatóIde
Artrite ReumatóIdeArtrite ReumatóIde
Artrite ReumatóIde
 
Esclerose múltipla
Esclerose múltiplaEsclerose múltipla
Esclerose múltipla
 
ARTRITE REUMATÓIDE
ARTRITE REUMATÓIDEARTRITE REUMATÓIDE
ARTRITE REUMATÓIDE
 

Similaire à Tratamento Fisioterapico

Reabilitação Física X Toxina Botulínica
Reabilitação Física X Toxina BotulínicaReabilitação Física X Toxina Botulínica
Reabilitação Física X Toxina Botulínicaadonems
 
Cartilha- Cinesioterapia para pessoas idosas (5).pdf
Cartilha- Cinesioterapia para pessoas idosas (5).pdfCartilha- Cinesioterapia para pessoas idosas (5).pdf
Cartilha- Cinesioterapia para pessoas idosas (5).pdfbeeatrizsilvaa567
 
Fisioterapia traumato ortopédica
Fisioterapia traumato ortopédica Fisioterapia traumato ortopédica
Fisioterapia traumato ortopédica Brasil Telecom/OI
 
Abordagem corporal para idosos
Abordagem corporal para idososAbordagem corporal para idosos
Abordagem corporal para idososPaulino Costa
 
Abordagem corporal para idosos
Abordagem corporal para idososAbordagem corporal para idosos
Abordagem corporal para idososPaulino Costa
 
aula 2 multifaces da ginástica de academia na atualidade - Copia.pptx
aula 2 multifaces da ginástica de academia na atualidade - Copia.pptxaula 2 multifaces da ginástica de academia na atualidade - Copia.pptx
aula 2 multifaces da ginástica de academia na atualidade - Copia.pptxTavaresJana
 
Práticas Corporais Alternativas - Massagem
Práticas Corporais Alternativas - MassagemPráticas Corporais Alternativas - Massagem
Práticas Corporais Alternativas - MassagemAndria Araujo
 
Fundamentos em Cinesiologia Sistemica
Fundamentos em Cinesiologia SistemicaFundamentos em Cinesiologia Sistemica
Fundamentos em Cinesiologia Sistemicaannedecio
 
Reabilitação aquática débora marques
Reabilitação aquática débora marquesReabilitação aquática débora marques
Reabilitação aquática débora marquesDebora_Marques
 
ASPECTOS NEUROMECÂNICOS DO EXERCÍCIO AGACHAMENTO
ASPECTOS NEUROMECÂNICOS DO EXERCÍCIO AGACHAMENTOASPECTOS NEUROMECÂNICOS DO EXERCÍCIO AGACHAMENTO
ASPECTOS NEUROMECÂNICOS DO EXERCÍCIO AGACHAMENTOmarcelosilveirazero1
 
212 -o_tratamento_da_cefaleia_de_origem_tensional_atrav_ys_da_tycnica_e_pont...
212  -o_tratamento_da_cefaleia_de_origem_tensional_atrav_ys_da_tycnica_e_pont...212  -o_tratamento_da_cefaleia_de_origem_tensional_atrav_ys_da_tycnica_e_pont...
212 -o_tratamento_da_cefaleia_de_origem_tensional_atrav_ys_da_tycnica_e_pont...josselina mjosselina
 

Similaire à Tratamento Fisioterapico (20)

E.D.F
E.D.FE.D.F
E.D.F
 
Reabilitação Física X Toxina Botulínica
Reabilitação Física X Toxina BotulínicaReabilitação Física X Toxina Botulínica
Reabilitação Física X Toxina Botulínica
 
Centro de fisioterapia
Centro de fisioterapiaCentro de fisioterapia
Centro de fisioterapia
 
Divulgação eneft 2013
Divulgação eneft 2013Divulgação eneft 2013
Divulgação eneft 2013
 
Cartilha- Cinesioterapia para pessoas idosas (5).pdf
Cartilha- Cinesioterapia para pessoas idosas (5).pdfCartilha- Cinesioterapia para pessoas idosas (5).pdf
Cartilha- Cinesioterapia para pessoas idosas (5).pdf
 
Força
ForçaForça
Força
 
Reabilitaçao para dor crônica
Reabilitaçao para dor crônicaReabilitaçao para dor crônica
Reabilitaçao para dor crônica
 
Fisioterapia traumato ortopédica
Fisioterapia traumato ortopédica Fisioterapia traumato ortopédica
Fisioterapia traumato ortopédica
 
Abordagem corporal para idosos
Abordagem corporal para idososAbordagem corporal para idosos
Abordagem corporal para idosos
 
Abordagem corporal para idosos
Abordagem corporal para idososAbordagem corporal para idosos
Abordagem corporal para idosos
 
aula 2 multifaces da ginástica de academia na atualidade - Copia.pptx
aula 2 multifaces da ginástica de academia na atualidade - Copia.pptxaula 2 multifaces da ginástica de academia na atualidade - Copia.pptx
aula 2 multifaces da ginástica de academia na atualidade - Copia.pptx
 
Poster dor e acupuntura
Poster dor e acupunturaPoster dor e acupuntura
Poster dor e acupuntura
 
Práticas Corporais Alternativas - Massagem
Práticas Corporais Alternativas - MassagemPráticas Corporais Alternativas - Massagem
Práticas Corporais Alternativas - Massagem
 
Fundamentos em Cinesiologia Sistemica
Fundamentos em Cinesiologia SistemicaFundamentos em Cinesiologia Sistemica
Fundamentos em Cinesiologia Sistemica
 
Reabilitação aquática débora marques
Reabilitação aquática débora marquesReabilitação aquática débora marques
Reabilitação aquática débora marques
 
124596584 curso-de-do
124596584 curso-de-do124596584 curso-de-do
124596584 curso-de-do
 
Aula Inaugural.pptx
Aula Inaugural.pptxAula Inaugural.pptx
Aula Inaugural.pptx
 
124596584 curso-de-do
124596584 curso-de-do124596584 curso-de-do
124596584 curso-de-do
 
ASPECTOS NEUROMECÂNICOS DO EXERCÍCIO AGACHAMENTO
ASPECTOS NEUROMECÂNICOS DO EXERCÍCIO AGACHAMENTOASPECTOS NEUROMECÂNICOS DO EXERCÍCIO AGACHAMENTO
ASPECTOS NEUROMECÂNICOS DO EXERCÍCIO AGACHAMENTO
 
212 -o_tratamento_da_cefaleia_de_origem_tensional_atrav_ys_da_tycnica_e_pont...
212  -o_tratamento_da_cefaleia_de_origem_tensional_atrav_ys_da_tycnica_e_pont...212  -o_tratamento_da_cefaleia_de_origem_tensional_atrav_ys_da_tycnica_e_pont...
212 -o_tratamento_da_cefaleia_de_origem_tensional_atrav_ys_da_tycnica_e_pont...
 

Plus de Acquanews

Universidade De Massachusetts Lowell
Universidade De Massachusetts LowellUniversidade De Massachusetts Lowell
Universidade De Massachusetts LowellAcquanews
 
Tratamento Fisioterapeutico Em Hidroterapia Dicrecionado Ao Condicionamento F...
Tratamento Fisioterapeutico Em Hidroterapia Dicrecionado Ao Condicionamento F...Tratamento Fisioterapeutico Em Hidroterapia Dicrecionado Ao Condicionamento F...
Tratamento Fisioterapeutico Em Hidroterapia Dicrecionado Ao Condicionamento F...Acquanews
 
Traducao Dor Miofacial
Traducao Dor MiofacialTraducao Dor Miofacial
Traducao Dor MiofacialAcquanews
 
T=Cnicas Y Ter=Pias Thermae
T=Cnicas Y Ter=Pias ThermaeT=Cnicas Y Ter=Pias Thermae
T=Cnicas Y Ter=Pias ThermaeAcquanews
 
Step By Step Guidelines For Establishing A National Halliwick Association
Step By Step Guidelines For Establishing A National Halliwick AssociationStep By Step Guidelines For Establishing A National Halliwick Association
Step By Step Guidelines For Establishing A National Halliwick AssociationAcquanews
 
Recomendaciones Piscina
Recomendaciones PiscinaRecomendaciones Piscina
Recomendaciones PiscinaAcquanews
 
O Beneficio Da Hidroterapia Para Gestantes Com Apresentacao De Dor Lombar
O Beneficio Da Hidroterapia Para Gestantes Com Apresentacao De Dor LombarO Beneficio Da Hidroterapia Para Gestantes Com Apresentacao De Dor Lombar
O Beneficio Da Hidroterapia Para Gestantes Com Apresentacao De Dor LombarAcquanews
 
Nova Lei Estagio
Nova Lei EstagioNova Lei Estagio
Nova Lei EstagioAcquanews
 
Estudo Einstein
Estudo EinsteinEstudo Einstein
Estudo EinsteinAcquanews
 
Estudo De Caso Protocolo Para Fortalecimento De Musculatura De Tronco Com Met...
Estudo De Caso Protocolo Para Fortalecimento De Musculatura De Tronco Com Met...Estudo De Caso Protocolo Para Fortalecimento De Musculatura De Tronco Com Met...
Estudo De Caso Protocolo Para Fortalecimento De Musculatura De Tronco Com Met...Acquanews
 
Estudo De Caso Piscina Terap
Estudo De Caso Piscina TerapEstudo De Caso Piscina Terap
Estudo De Caso Piscina TerapAcquanews
 
Congresso Aquatico
Congresso AquaticoCongresso Aquatico
Congresso AquaticoAcquanews
 

Plus de Acquanews (20)

Watsu 2
Watsu 2Watsu 2
Watsu 2
 
Universidade De Massachusetts Lowell
Universidade De Massachusetts LowellUniversidade De Massachusetts Lowell
Universidade De Massachusetts Lowell
 
Tratamento Fisioterapeutico Em Hidroterapia Dicrecionado Ao Condicionamento F...
Tratamento Fisioterapeutico Em Hidroterapia Dicrecionado Ao Condicionamento F...Tratamento Fisioterapeutico Em Hidroterapia Dicrecionado Ao Condicionamento F...
Tratamento Fisioterapeutico Em Hidroterapia Dicrecionado Ao Condicionamento F...
 
Traducao Dor Miofacial
Traducao Dor MiofacialTraducao Dor Miofacial
Traducao Dor Miofacial
 
T=Cnicas Y Ter=Pias Thermae
T=Cnicas Y Ter=Pias ThermaeT=Cnicas Y Ter=Pias Thermae
T=Cnicas Y Ter=Pias Thermae
 
Step By Step Guidelines For Establishing A National Halliwick Association
Step By Step Guidelines For Establishing A National Halliwick AssociationStep By Step Guidelines For Establishing A National Halliwick Association
Step By Step Guidelines For Establishing A National Halliwick Association
 
Spalist
SpalistSpalist
Spalist
 
Recomendaciones Piscina
Recomendaciones PiscinaRecomendaciones Piscina
Recomendaciones Piscina
 
Pr Amburgey
Pr AmburgeyPr Amburgey
Pr Amburgey
 
Obesos
ObesosObesos
Obesos
 
O Beneficio Da Hidroterapia Para Gestantes Com Apresentacao De Dor Lombar
O Beneficio Da Hidroterapia Para Gestantes Com Apresentacao De Dor LombarO Beneficio Da Hidroterapia Para Gestantes Com Apresentacao De Dor Lombar
O Beneficio Da Hidroterapia Para Gestantes Com Apresentacao De Dor Lombar
 
Nova Lei Estagio
Nova Lei EstagioNova Lei Estagio
Nova Lei Estagio
 
Inic0000767ok
Inic0000767okInic0000767ok
Inic0000767ok
 
Ic4 22 Ok
Ic4 22 OkIc4 22 Ok
Ic4 22 Ok
 
Estudo Einstein
Estudo EinsteinEstudo Einstein
Estudo Einstein
 
Estudo De Caso Protocolo Para Fortalecimento De Musculatura De Tronco Com Met...
Estudo De Caso Protocolo Para Fortalecimento De Musculatura De Tronco Com Met...Estudo De Caso Protocolo Para Fortalecimento De Musculatura De Tronco Com Met...
Estudo De Caso Protocolo Para Fortalecimento De Musculatura De Tronco Com Met...
 
Estudo De Caso Piscina Terap
Estudo De Caso Piscina TerapEstudo De Caso Piscina Terap
Estudo De Caso Piscina Terap
 
Efica Fisiot
Efica FisiotEfica Fisiot
Efica Fisiot
 
Congresso Aquatico
Congresso AquaticoCongresso Aquatico
Congresso Aquatico
 
Efeitos
EfeitosEfeitos
Efeitos
 

Tratamento Fisioterapico

  • 1. Tratamento fisioterápico na terceira idade Biasoli, M.C. RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007 62 Revisão Tratamento fisioterápico na terceira idade The physiotherapy treatment of musculoskeletal disorders in the elderly population Unitermos: fisioterapia, disfunções do aparelho locomotor, terceira idade. Uniterms: physiotherapy, musculoskeletal disorders, elderly. Maria Cristina Biasoli Fisioterapeuta graduada pela FMUSP, pós-graduada pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Especialização em Medi- cina Osteopática pela “Michigan State University” (MSU-USA), em Ree- ducação Postural Global, em Ginástica Holísticas, em Osteopatia (Fran- ça), em Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FMUSP) e Hidrote- rapia (EUA). Colaboradora do Serviço de Reumatologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo “Francisco Morato de Oliveira” (HSPE-FMO/SP). © Copyright Moreira Jr. Editora. Todos os direitos reservados. Resumo A aplicação da fisioterapia e suas modalidades atin- gem uma gama acentuada de disfunções músculo-esque- léticas freqüentemente presentes em pacientes da tercei- ra idade, sejam elas disfunções de diferentes clínicas. Neste artigo serão abordadas as modalidades fisioterápi- cas e suas indicações específicas para disfunções mús- culo-esqueléticas causadas pela deteriorização que o en- velhecimento acarreta. Introdução A aplicabilidade da fisioterapia e suas modalidades atin- gem uma gama acentuada de disfunções músculo-esque- léticas freqüentemente presentes em pacientes da terceira idade, sejam elas disfunções ortopédicas, reumáticas, neu- rológicas, cardiovasculares e/ou geriátricas. Determinadas disfunções, como a osteoartrose(1) , a osteoporose(2) e o Parkinson, apresentam maior incidência na população aci- ma de 70 anos (a primeira apresentando incidência de 85% na população em geral; e a segunda apresentando incidên- cia de 50% na população branca feminina). Tais disfunções são cada vez mais freqüentes em nos- so meio, devido ao aumento da expectativa de vida. Presu- me-se que em 2025 o Brasil venha tornar-se a sexta maior população de idosos no mundo e a faixa etária acima de 80 anos(3) é a que terá maior crescimento. Nestes casos, o tra- tamento através de programas multidisciplinares vem sen- do precocemente preconizado. A Reabilitação física / equipe multidisciplinar A reabilitação física tem como objetivo principal a me- lhoria da amplitude do movimento (ADM), da força muscu- lar, da mobilidade articular, das atividades da vida diária (AVDs), da vida profissional (AVPs), além da melhora da auto-imagem e educação do paciente. A equipe de reabilitação deve ser formada idealmente por médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoau- diólogo, nutricionista, enfermeira e assistente social. Modalidades da fisioterapia A fisioterapia é considerada uma intervenção não far- macológica que envolve várias técnicas de terapias físicas locais ou globais, assim como todas as suas modalidades específicas, detalhadas no Quadro 1. A escolha da modalidade a ser utilizada depende basi- camente da fase e disfunção apresentadas pelo paciente avaliado. Os tratamentos podem ser divididos em nível de intensidade em tratamentos passivos e ativos. Os tratamentos passivos englobam os métodos de con- dução (calor e frio), a eletroterapia, massagem, relaxamen- to, alongamento e órteses imobilizadores (coletes, colares, tipóias etc.), assim como as orientações gerais e específi- cas e a ergonomia. Os tratamentos ativos englobam a cinesioterapia, as técnicas especiais e orientações das AVDs e AVPs, as ati- vidades esportivas, as órteses funcionais e auxiliares (ca- deiras de rodas, bengalas, muletas, andadores etc.). I - Tratamentos passivos a) Métodos de condução (calor e frio) Os métodos de condução apresentam vários benefíci- os, como alívio da dor, redução do edema, aumento da extensibilidade do colágeno, diminuição do espasmo mus- cular, melhora da contratilidade muscular. O calor apresenta maior utilidade para o alívio da dor, relaxamento muscular, reparo dos tecidos, aumento de fluxo
  • 2. Tratamento fisioterápico na terceira idade Biasoli, M.C. RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007 63 sangüíneo e da extensibilidade do colágeno. As técnicas de aplicação são: cera (parafina), coxins e compressas térmi- cas (hidrocolater), banhos de imersão quente e contraste. Já o frio, por sua vez, apresenta maior efetividade na redução do sangramento e edema, alívio da dor, redução do espasmo e espasticidade muscular e melhora da força muscular. As técnicas de aplicação são banhos de imersão frio, compressas geladas, toalhas geladas, sprays evapora- dores e massagem com gelo(4) . b) Eletroterapia A eletroterapia é a utilização da corrente elétrica com fins terapêuticos, como aquecimento profundo e superfici- al; efeitos mecânicos nos tecidos combatendo a fibrose; di- fusão de substâncias através da membrana celular;aumento da vasodilatação, metabolismo e nutrição tecidual; diminui- ção da excitabilidade motora; e aumento do limiar de exci- tabilidade nervosa. Podemos classificar a eletroterapia em agentes eletro- magnéticos (diatermia por microondas, por ondas curtas, laserterapia, radiação infravermelho e ultravioleta), ultra-som e correntes de baixa freqüência (estimulação elétrica neu- romuscular e muscular, estimulação nervosa elétrica trans- cutânea - TENS, terapia interferencial)(5) . Quadro 1 - Técnicas de terapias físicas locais ou globais I. Tratamentos passivos a) Calor e frio (métodos de condução): Calor • Cera (parafina) • Coxins e compressas térmicas (hidrocolater) • Toalhas quentes • Banhos de imersão quente (turbilhão) • Banhos de contraste Frio • Banhos de imersão frio • Massagem com gelo • Compressas geladas • Toalhas geladas • Sprays evaporadores b) Eletroterapia Agentes eletromagnéticos • Diatermia por microondas • Diatermia por ondas curtas • Laserterapia de baixa freqüência • Radiação infravermelha • Terapia por radiação ultravioleta Ultra-som Correntes de baixa freqüência • Estimulação elétrica neuromuscular e muscular • Estimulação nervosa elétrica transcutânea (TENS) • Terapia interferencial c) Massagem (Clássica / Shiatsu / Ayurvédica / Reflexa / MTC / Rolfing) d) Relaxamento e) Alongamento II. Tratamentos ativos a) Cinesioterapia: • Exercícios isométricos (estáticos) • Exercícios isotônicos (dinâmicos): concêntrico / excêntrico • Exercícios isocinétricos (dinâmicos) b) Técnicas especiais • RPG • Osteopatia • Ginástica holística • Facilitação neuromuscular proprioceptiva (Kabat / FNP) • Bobath / treino de marcha, reações de equilíbrio e proteção • Hidroterapia III. Órteses / imobilizações / orientações gerais e específicas nas AVDs e AVPs / ergonomia
  • 3. Tratamento fisioterápico na terceira idade Biasoli, M.C. RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007 64 c) Massagem Massagem (do grego, significa “amassar ou ato de pres- sionar”) apresenta seus efeitos mecânicos (movimentação da linfa e do sangue venoso; drenagem de edemas e he- matomas; mobilização de fibras musculares, tendões, bai- nhas, tecidos subcutâneos, tecidos cicatriciais e aderênci- as) e efeitos fisiológicos (aumento da circulação sangüínea e linfática, em conseqüência melhora do fluxo de nutrien- tes; remoção dos produtos catabólicos e metabólicos; esti- mulação do processo de cicatrização e extensibilidade do tecido conjuntivo; resolução do edema e hematoma crôni- co; alívio da dor; facilitação da atividade muscular; aumento dos movimentos articulares; e relaxamento local e geral). Existem várias técnicas de massagem, como massagem do tecido conjuntivo, técnicas dos pontos deflagradores, técnicas de liberação miofascial, rolfing, reflexologia, per- cussão pontual etc.(6) . d) Relaxamento O relaxamento é um método de recondicionamento psicofisiológico que abrange inúmeras técnicas como: exer- cícios ideoplásticos, método de L. Michaux, descontração ativa de J. Faust, regulação ativa do tônus de B. Stokvis, relaxamento carátero – analítico de W. Reich, treinamento autógeno de J.H.Schultz, exercícios piscotônicos, calatonia, Tai-chi-chuan e imagens e relaxamento(7) . e) Alongamento O alongamento é a desembricação dos filamentos de actina dos filamentos de miosina nos sarcômicos que ocor- rem de uma forma lenta e progressiva. A falta de alonga- mento leva ao encurtamento e retrações e, conseqüente- mente, à maioria dos desequilíbrios estáticos, sobretudo por sua evolução e fixação(8) . II. Tratamentos ativos a) Cinesioterapia(9) Os exercícios de fortalecimento para o sistema muscu- lar representam um papel essencial na fisioterapia e na re- abilitação.Podemos classificá-los quanto à intensidade em: exercícios passivos, ativos e ativos-resistidos. Quanto ao tipo de contração, classificamos da seguinte forma: exercí- cios isométricos, exercícios isotônicos (concêntricos e ex- cêntricos) e exercícios isocinéticos. Exercícios isométricos Os exercícios que causam contração de músculos indi- viduais ou de grupos musculares, mas não causam movi- mentos nas articulações adjacentes a eles, são chamados exercícios isométricos. Nenhum trabalho é feito no sentido físico neste tipo de exercício muscular (trabalho muscular estático). O treinamento isométrico é capaz de aumentar a força muscular sem o movimento articular e sem trabalho muscular dinâmico, que é de grande importância para a fi- sioterapia na recuperação imediata de lesões ou quadros inflamatórios e também para manutenção da força muscu- lar durante um período de imobilização. Exercícios isotônicos Em contraposição ao exercício isométrico, o exercício iso- tônico envolve trabalho no sentido físico. Também chamado de trabalho muscular dinâmico, o exercício isotônico envolve contrações longas, mas se distingue pela alternância rítmica entre contração e relaxamento. Quando o músculo é tracio- nado, a sua origem se aproxima ou se afasta de sua inser- ção, levando a um trabalho muscular dinâmico. Dividimos os exercícios isotônicos em concêntricos e excêntricos. O exercício isotônico concêntrico é realizado quando o músculo desenvolve tensão suficiente para superar uma re- sistência, de modo que se encurte visivelmente e mova uma parte do corpo vencendo uma determinada resistência. O exercício isotônico excêntrico acontece quando uma dada resistência é maior que a tensão do músculo, de manei- ra que este se alongue. Embora desenvolva tensão, o mús- culo é superado pela resistência. Exercícios isocinéticos No exercício isocinético a pressão permanece constan- te durante todo o movimento. Uma máquina regula a quan- tidade de resistência e a sua velocidade. Essa máquina ra- pidamente melhora a força muscular e também funciona como coadjuvante no desenvolvimento dos exercícios. No tratamento fisioterapêutico o exercício isocinético é indica- do para a fase de transição desde a obtenção da força mus- cular normal até que se atinja a força muscular total do pa- ciente (SYBEX/UNEX). b) Técnicas especiais Dentro das técnicas especiais podemos incluir o RPG (reeducação postural global), a osteopatia (medicina manipulativa), a ginástica holística, a facilitação neuromus- cular proprioceptiva (FNP/KABAT) e a hidroterapia. RPG (reeducação postural global) Derivada do aprendizado biopsicomotor de Françoise Mézières, pioneira da observação global do aparelho lo- comotor, o RPG abrange o trabalho das cadeias muscula- res e do “campo fechado”. A partir de tais estudos F. Sou- chard adequou os tratamentos cinesioterápicos dos distúr- bios osteomioarticulares, não só posturais mas também estruturais(10) (Figura 1). Osteopatia (medicina manipulativa) É uma terapia manipulativa utilizada para aumentar a mobilidade e reduzir o quadro doloroso do corpo e articula- ções, restaurando a capacidade funcional máxima dentro de uma postura balanceada(11) .
  • 4. Tratamento fisioterápico na terceira idade Biasoli, M.C. RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007 65 Ginástica holística (antiginástica) Trabalha os movimentos do corpo seguindo os princípi- os de coordenação motora (princípios Mezeristas), alonga- mento, colocação articular, despertar da consciência cor- poral e auto-suficiência do indivíduo na realização de tal trabalho(12) . Facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) Também conhecido como método de movimentos com- plexos, a FNP também se baseia num trabalho de fortaleci- mento neuromuscular auto-induzido. Nesse processo as reações do mecanismo neuromuscular são melhorados, refinados e acelerados através de estimulação dos proprio- ceptores. A utilização de movimentos complexos é baseada nos princípios da estimulação máxima do aparelho neuro- muscular com o auxílio adicional de movimentos diagonais e espirais associados a flexão, adução, abdução, rotação ex- terna e interna. Os receptores musculares e articulares são elementos importantes na estimulação do sistema motor(13) . Bobath / treino de marcha /reações de equilíbrio e proteção Técnica desenvolvida por dr. Karel e Bertha Bobath tra- ta as desordens motoras causadas por doenças e lesões do sistema nervoso, utilizando respostas posturais automá- ticas presentes nas idades iniciais, que induzem aos movi- mentos ativos e minimizam os padrões e posturas desordenadas presentes nestes pacientes.Tal técnica tam- bém abrange o treino de marcha, reações de equilíbrio e proteção(14) . Hidroterapia(15) A hidroterapia pode ser usada como um complemento ou na substituição da fisioterapia terrestre. A combinação das duas modalidades é preferida, desde que possa ser tolerada pelo paciente. O objetivo final sempre visa a pro- gressão de exercícios para manter e melhorar a capacida- de física e as atividades da vida diária dos pacientes. Como os exercícios aquáticos podem ser facilmente modificados para acomodar as condições do paciente, a hidroterapia pode ser usada em períodos de transição. Esses períodos ocor- rem quando os pacientes não toleram a fisioterapia terrestre, quando eles não sustentam total ou parcialmente o peso do corpo, quando estão em preparação para procedimentos ci- rúrgicos ou ainda não retornaram às atividades habituais. A hidroterapia é integrada por várias técnicas de trata- mento, entretanto, movimentos funcionais são enfatizados usando padrões sinérgicos, estabilização articular e corre- ção postural. As técnicas de exercícios utilizadas em com- binação e adaptadas ao paciente seriam: técnicas passi- vas; ativas e ativas-resistivas que utilizam exercícios isométricos; exercícios isotônicos (excêntricos e concêntri- cos) e estabilização postural. Os métodos usados para a realização dessas técnicas são: Método dos anéis de Band Ragaz É uma técnica de tratamento horizontal, desenvolvida nas águas termais de Bad Ragaz, na Suíça, em 1930, na qual o paciente é suportado por meio de anéis de flutuação colocados em torno do pescoço, na região pélvica e embai- xo dos joelhos e tornozelos. Assemelha-se à técnica de fa- cilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), adaptada para o meio aquático, na qual são realizados movimentos coor- denados de empurrar e puxar que atuam sobre as estrutu- ras articulares e terminações nervosas sensitivas para faci- litar o reflexo de estiramento e as contrações musculares. Método Halliwick O método Halliwick foi desenvolvido em 1949, na Halli- wick School for Girls, em Southgate, Londres. MC Millian, que foi o criador do método, desenvolveu inicialmente uma atividade recreativa que visava dar independência individu- al na água, para pacientes com incapacidade e treiná-los a nadar. Com o passar dos anos foi aperfeiçoando seu méto- do original e adotou técnicas adicionais que foram estabe- lecidas a partir dos seguintes princípios: adaptação ambi- ental, restauração do equilíbrio, inibição e facilitação. Método Watsu É um método também denominado de Water-Shiatsu (Hidro-Shiatsu), criado em 1980, por Harold Dull. Associan- do alongamento e movimentos de Shiatsu Zen, o autor adap- tou a técnica às piscinas mornas em uma cidade da Califórnia. Deep running Propõe a movimentação de pernas e braços com o pa- ciente flutuando através de cinturão pélvico, sem encostar os pés no chão da piscina, promovendo a simulação de Figura 1
  • 5. Tratamento fisioterápico na terceira idade Biasoli, M.C. RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007 66 marcha ou corrida com resistência da água eliminando o impacto articular. Ajuda no fortalecimento e no condiciona- mento cardiovascular(16) . III. Órteses, imobilização, orientações gerais e específi- cas nas AVDs e AVPs e ergonomia Este item abrange a utilização de equipamentos que auxiliam na reabilitação do paciente durante o tratamento ou na minimização das seqüelas por perda da função tem- porária ou definitiva (bengalas, muletas, cadeiras de rodas, imobilizadores como coletes, tipóias, tutores longos e cur- tos etc.). As orientações gerais e específicas nas AVDs e AVPs, assim como o estudo ergonômico do ambiente de atuação são de extrema importância para recuperação ou readap- tação da vida diária e profissional do paciente. A fisioterapia e suas modalidades específicas para as disfunções do aparelho locomotor nas diferentes clínicas Disfunções clínicas reumatológicas(17) O tratamento de disfunções da coluna vertebral, secun- dárias às doenças reumáticas em geral são causadas por subluxações das facetas articulares, prolapsos discais e alterações posturais.Todos os processos degenerativos le- vam a modificação da descarga de peso sobre a coluna e, conseqüentemente, deformação da superfície óssea e o aparecimento de osteófitos. Nestes casos a hidroterapia é indicada para minimização dos efeitos da gravidade, do ris- co potencial de lesão do anel fibroso discal e de sobrecar- gas vertebrais, proporcionando a diminuição da dor duran- te os exercícios ativos e o aumento da mobilidade e da for- ça muscular do tronco. Já a fisioterapia terrestre proporcio- na um trabalho visando a analgesia através da eletroterapia e massagem, assim como da biomecânica postural e dos desequilíbrios musculares estáticos (RPG). Osteoartrite/osteoartrose A osteoartrite é um processo induzido nas articulações por influências mecânicas, metabólicas e genéticas, cau- sando perda de cartilagem e hipertrofia óssea. A perda progressiva da cartilagem articular e a recuperação inade- quada levam a formação de osteófitos durante a remodela- ção óssea subcondral. Com a instalação lenta e progressi- va da doença, os sintomas de dor articular, rigidez, limita- ção de movimentos, crepitação, edema e graus variáveis de inflamação surgem de maneira insidiosa, assim como desequilíbrios posturais compensatórios atingindo outras articulações e músculos. Portanto, o objetivo no tratamento da osteoartrite visa o alívio da dor e espasmo musculares, o fortalecimento dos músculos periarticulares, a mobiliza- ção de outras articulações envolvidas, o aumento da ampli- tude de movimento das articulações afetadas e melhora do padrão da marcha. Os pacientes com alterações degenera- tivas das articulações das mãos, pés, coluna, quadril e/ou joelhos freqüentemente são encaminhados à hidroterapia devido aos benefícios da flutuação como: auxílio ao movi- mento, sustentação da articulação para possibilitar o movi- mento livre e, finalmente, a resistência ao movimento. As modalidades terrestres indicadas são desde a eletroterapia, cinesioterapia, FNP, RPG e treino de marcha, assim como a utilização de órteses para alívio da dor e sobrecarga arti- cular. Osteoporose A osteoporose é uma enfermidade crônica, multifatori- al, relacionada à perda progressiva de massa óssea, geral- mente de progressão assintomática até a ocorrência de fra- turas. É um estado de insuficiência ou de falência óssea que surge com o envelhecimento, principalmente em mu- lheres a partir da sexta década. Os principais fatores de risco são: história familiar, hipo- estrogenismo, nuliparidade, sedentarismo, imobilização pro- longada, baixa massa muscular em mulheres brancas ou asiáticas, dieta pobre em cálcio, tabagismo, uso crônico de corticosteróides, anticonvulsivantes, heparina e outros. Na vigência de uma osteoporose mais grave, com múl- tiplas fraturas e dor óssea, a reabilitação aquática oferece métodos com técnicas mais suaves, destinadas a aliviar a dor, aumentar a amplitude de movimento e proporcionar eventual fortalecimento. Após a fase aguda do quadro, ou seja, quando os locais de fraturas ou trincas estiverem bem consolidados, os movimentos mais vigorosos e exercícios mais intensos gerados pela resistência das técnicas terres- tres podem ser iniciados, assim como uma combinação de exercícios de sustentação parcial e completa de peso que provêm esforços mecânicos necessários para estimular a formação de massa óssea e minimizar a progressão da doença (cinesioterapia e Kabat). O treino de marcha e equi- líbrio também é de extrema importância para a redução do risco de quedas (18) . Artrite reumatóide A artrite reumatóide (AR) é uma doença auto-imune de etiologia desconhecida, caracterizada por poliartrite simé- trica, que leva à deformidade e à destruição das articulações em virtude da erosão óssea e da cartilagem. Em geral a AR acomete duas vezes mais as mulheres que os homens, atin- gindo grandes e pequenas articulações em associação com manifestações sistêmicas como: rigidez matinal, fadiga, per- da de peso e incapacidade para a realização de suas ativi- dades tanto na vida diária como profissional. Os objetivos da fisioterapia nesta doença seriam: alívio da dor e de espasmo muscular, manutenção ou restaura- ção da força muscular em torno das articulações doloro- sas, redução de deformidades e aumento da amplitude de
  • 6. Tratamento fisioterápico na terceira idade Biasoli, M.C. RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007 67 movimentação em todas as articulações afetadas, restau- ração da confiança e reeducação da função perdida(19) . As modalidades indicadas são: eletroterapia, FNP, hidrotera- pia, cinesioterapia e treino de marcha e a utilização de órte- ses para prevenir deformidades articulares. Disfunções clínicas neurológicas a) Síndrome parkinsoniana(20) James Parkinson foi o primeiro a descrever as princi- pais manifestações desta síndrome caracterizada por tre- mor, rigidez e perda de reflexos posturais. A patologia quí- mica é determinada pela deficiência da dopamina do corpo estriato associada a diversas doenças e condições do sis- tema nervoso. O trabalho fisioterápico se inicia com alongamento, re- laxamento e diminuição do tônus da musculatura postural, podendo ser utilizadas técnicas especiais como: RPG, mas- sagem e hidroterapia. O treinamento de marcha e equilíbrio pode ser realizado através do Bobath.Orientações das AVDs e AVPs também são indicadas para manter e/ou recuperar a independência do paciente. A fisioterapia nesses casos deve ser feita freqüentemente, por período indeterminado. b) Doenças vasculares cerebrais, isquêmicas e hemor- rágicas (21) A isquemia cerebral, causada por trombose e/ou em- bolismo cerebral, produz sintomas clínicos devido ao infarto cerebral. Os acidentes vasculares recidivantes apresentam alto risco de mortalidade e para os sobreviventes a incapa- cidade e a dependência são os resultados mais comuns. Já nas doenças hemorrágicas o sangramento a partir da arté- ria rota é a fonte usual do problema. O tratamento dessas disfunções apresenta três objetivos: preservar a vida, redu- zir a incapacidade e evitar a recidiva. Os indivíduos que se recuperam de seqüelas causadas por tais problemas de- vem iniciar o programa de reabilitação imediatamente após a instalação temporária ou provisória do quadro motor. O tratamento fisioterápico pode iniciar-se com técnicas neu- rológicos como Bobath e Kabat, assim como treino de marcha, equilíbrio, AVDs, AVPs e utilização de órteses, con- forme a progressão do tratamento. Precocidade do início da fisioterapia previne a formação de contraturas deformi- dades e a instalação de padrões motores e posturais de- sordenados, estimulando assim a recuperação da movimen- tação normal. c) Lesões mecânicas das raízes nervosas e da medula espinhal(22) As lesões mecânicas das raízes nervosas podem ser divididas em dois grupos que denominamos de síndromes radiculares e mielopatias. Estas compressões causam dor, parestesias, perdas sensoriais, paresias flácidas ou espás- ticas, fraquezas, atrofias e alterações reflexas que variam de acordo com a distribuição radicular anatômico no pri- meiro caso (s. radiculares) e da velocidade de compressão, de extensão transversal e longitudinal da lesão, do papel funcional do nível comprimido da medula espinhal e da causa da compressão no segundo caso (mielopatias). O trabalho da fisioterapia tem como objetivo, nos qua- dros mais leves (não cirúrgicos), o alívio da dor, através da eletroterapia e massagem e o trabalho dos desequilíbrios posturais e biomecânicos que é realizado a partir do RPG, ginástica holística e eletroterapia. Já nos quadros mais se- veros, que, apesar da cirurgia descompressiva, restaram seqüelas em membros superiores e inferiores, as técnicas fisioterápicas mais abrangentes são o Bobath e a hidrote- rapia que estimulam a movimentação ativa normal e inibem os padrões de movimentos e posturas desordenados que se possam instalar. O Kabat é indicado em casos de forta- lecimento muscular.A independência para as AVDs e AVPs, assim como a utilização de órteses também é orientada. Disfunções clínicas ortopédicas(23,24) Na ortopedia podemos dividir o tratamento das disfun- ções em dois grupos que são: os tratamentos cirúrgicos e os não cirúrgicos. Em ambos teremos a atuação efetiva da fisioterapia. Nos tratamentos cirúrgicos que são a osteotomia, a artrodese, a artroplastia, o enxerto ósseo, a artroscopia, o enxerto tendinoso e as transferências musculares, o início da fisioterapia é imediato (já no primeiro dia de pós-operató- rio), através da crioterapia, dos exercícios isométricos e da utilização de órteses imobilizadoras. Dependendo do tipo de cirurgia outras modalidades são adicionadas.A eletroterapia, os exercícios isotônicos e isocinéticos, a hidroterapia e o Kabat podem ser acrescentados gradativamente, assim como a carga dos exercícios e o treino de marcha e equilíbrio. Iremos abordar didaticamente as disfunções ortopédicas em que o tratamento é conservador, através de regiões. Na região do ombro (ruptura parcial do manguito rotador ou do tendão longo do bíceps; síndrome do ombro doloro- so; tenosinovite do tendão longo do bíceps; bursites etc.) poderemos utilizar a eletroterapia, cinesioterapia, alonga- mento, ginástica holísticas, Kabat, RPG e a hidroterapia com fins analgésicos, desinflamatórios, melhora da ADM (am- plitude de movimento), recuperação da força muscular, recoordenação do movimento e reposicionamento articular (postura do ombro). Na região do braço e cotovelo as lesões mais freqüentes são: corpos livres articulares, bursite do olécrano, cotovelo de “tenista” etc. Na região do antebraço punho e mão temos as tenosinovites por atrito, cisto sinovial, contratura de Dupuytren e compressão do nervo mediano no túnel carpiano. Os objetivos da fisioterapia nesta região são semelhantes ao da região do ombro, apenas acrescentando a parafina na região das mãos e atividades finas para os dedos. Na região do quadril temos as bursites trocanterianas.
  • 7. Tratamento fisioterápico na terceira idade Biasoli, M.C. RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007 68 Na região do joelho temos, lesões do menisco, corpos le- ves intra-articulares e cisto poplíteo (Baker). Na região das pernas, tornozelos e pés temos as tendinites ligamentares do tornozelo (tendão de Aquiles), pés cavos, pés planos, tarsalgias, metatalsargias, calcanhar doloroso, dor no antepé, calosidade, cistos, “Hallux Valgus”, artelhos em martelo e/ou cavalgado, fascite plantar etc. As órteses imobilizadores ou de reposicionamento são muito utilizados como: imobilizadores de joelho, tala para punho, tala dinâmica para extensor do dedo, tipóia, espaldeira, estabilizador de tornozelo, amortecedor para calcanhar, pal- milhas.Para a região dos pés a indicação de tênis (“Cushioned Shoes” / “Stability Shoes”) e sapatos apropriados é muito importante para a melhora das disfunções podais. Disfunções clínicas cardiovasculares(25) Principal causa de morte do século XX, a cardiopatia tem sido alvo de muitos estudos científicos para aprimorar o seu diagnósticos, tratamento e prevenção, principalmen- te no que se refere a substâncias farmacológicas, bioengenharia e procedimento cirúrgico. Na parte preventi- va, tanto a diminuição da morbidade quanto da mortalidade estão sendo alcançadas através das mudanças de hábito, principalmente quando se trata das atividades físicas e de lazer. Desde a década de 1960, quando ocorreu a implan- tação e desenvolvimento de programa de reabilitação car- díaca, houve diminuição dos fatores de risco da doença e diminuição de uso de farmacoterápicos. Esses programas incluem desde atividades cautelosas de caminhadas até o treinamento resistido com pesos, exer- cícios globais para o todo o corpo, assim como o treina- mento aquático, redirecionando a atitude, as crenças e o comportamento do paciente cardíaco. Disfunções clínicas geriátricas As chances de envelhecer com sucesso vêm aumen- tando nos diferentes estágios de desenvolvimento (intra- uterino, infância, adolescência, idade adulta), ocorrendo conseqüências positivas que podem ser mantidas na idade avançada. As doenças nesta fase têm associação com a deteriorização das funções fisiológicas e alterações mais complexas(26) . As condições crônicas que se tornam mais comuns com o aumento da idade (envelhecimento) para o aparelho locomotor são: a. Disfunções reumatológicas (osteoartrite, osteoporose e artrite reumatóide); b. Disfunções neurológicas (Parkinson, AVC, lesões me- cânicas das raízes nervosas e da medula espinhal); c. Disfunções ortopédicas (cirúrgicas, não cirúrgicas sín- drome do ombro doloroso, lesão do menisco e cisto de Baker, fasciíte plantar etc.); d. Disfunções cardiovasculares (coronariopatias e infarto do miocárdio). A aplicabilidade, assim como a modalidade fisioterápi- ca para esta área que engloba as demais já foram descritas anteriormente. Summary The physiotherapy application and its systems modali- ties are involved in a wide range of musculoskeletal disor- ders are frequently presents in elderly people, in the most different clinics disorders. This article shows the physio- therapy systems and its particular indications in the muscu- loskeletal disorders that happen in elderly degeneration sys- tems. Referências bibliográficas 1. Felson DT. Epidemiology of Rheumatic Diseases. In: Osteoarthritis. Rheum Dis Clin North Am. 1990; 16:499-512. 2. Damowski, J. Estudo epidemiológico brasileiro: resultados preliminares. Revista Brasileira de Reumatologia 2006; 46(2):12. 3. Biasoli, MC; Machado, CMC. Hidroterapia: aplicabilidades clínicas. Revista Brasileira de Medicina, 2006; 63(5):234. 4. Kitchen, S; Bazim, S. Eletroterapia de Clayton. 10ª edição. São Paulo, Ed. Manole 1998, p.123-138. 5. Kitchen, S; Bazim, S. Eletroterapia de Clayton. 10ª edição. São Paulo, Ed. Manole 1998, p.139-304. 6. Domenico, G; Wood EC. Técnica de Massagem de Beard. São Paulo: Editora Manole 1998. 7. Sandor, P. Técnica de Relaxamento. São Paulo. Editor Vetor, 1974. 8. Anderson, B. Alongue-se. São Paulo: Summus, 1983. 9. Eitner, D; Kipriam, W; Meissner, L; Ork, H. Fisioterapia nos Esportes. São Paulo: Manole. 1984. 10. Souchard, PHE. O Strectching Global Ativo. 1ª Edição. São Paulo: Editora Manole . 1996. 11. Groenman, PE. Principles of Manual Medicine. Baltimore: Willians& Wilkins, 1996. 12. Piret, S; Mézieres, MM. A Coordenação Motora. São Paulo: Summus, 1992. 13. Knott, M;Voss, DE. Facilitación Neuromuscular Proprioceptiva. Buenos Aires: Editora Panamericana, 1974. 14. Bobath, K. Uma base Neurofisiológica para o tratamento da Paralisia Cere- bral. 2ª edição. São Paulo: Ed Manole, 1984. 15. McNeal R. Reabilitação aquática de pacientes com doenças reumáticas. In: Ruoti RG, Morris DM, Coles AJ. Reabilitação Aquática.Brasil. Manole.200. p215-232. 16. Damowski, J. Estudo epidemiológico brasileiro: resultados preliminares. Revista Brasileira de Reumatologia 2006; 46(2):1. 17. Biasoli, MC; Machado, CMC. Hidroterapia: técnicas e aplicabilidades às disfunções reumatológicas. Temas de Reumatologia Clínica 2006; 7(3):85- 86. 18. Scharla, S. Reabilitação depois de fraturas induzidas por osteoporose. Colocando seu paciente rapidamente em pé. MMW Forstchrmes 2002; 144(21):34-6, 38. 19. Hall, J; Skewington, SM; Maddison, PJ.; Chapmam, K. Triagem randomizada e controlada de hidroterapia na artrite reumatóide. Arthritis Care Res 1996; 9(3):206-15. 20. Beeson, PB; Mcdermott, W. Tratado de Medicina Interna.14ª edição. Brasil, Ed. Interamericana 1977; 1(10):821-826. 21. Beeson, PB; Mcdermott, W. Tratado de Medicina Interna. 14ª edição. Brasil, Ed. Interamericana.1977; 1(11):834-852. 22. Beeson, P.B.;Mcdermott,W..Tratado de Medicina Interna. 14ª edição. Brasil, Ed. Interamericna, 1977; 1(21):994-995. 23. Adms, J.C. Manual de Ortopedia. 8ª edição. Brasil.Artes Médicas, 1978. 24. Eitner, D; Kipriam, W; Meissner, L; Ork, H. Fisioterapia nos Esportes. São Paulo: Manole, 1984. 25. Biasoli, MC; Machado, CMC. Hidroterapia: aplicabilidades clínicas. Revista Brasileira de Medicina 2006; 63(5):234. 26. Biasoli, MC; Machado, CMC. Hidroterapia: aplicabilidades clínicas. Revista Brasileira de Medicina 2006; 63(5):237.