SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  9
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá Texto com características de fábula: personificação de seres irracionais ou  inanimados e moralizações frequentes.
Esta obra não segue uma estrutura rígida. O próprio autor faz declarações, quando altera a estrutura: " E aqui termina o capítulo inicial e voltamos à história, lá adiante, onde a deixámos por erro de estrutura ou por moderna sabedoria literária .” A parte que se mantém é o desenlace, como iremos ver.  ESTRUTURA
A história de amor do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá eu a escrevi em 1948, em Paris, onde então residia com minha mulher e meu filho João Jorge, quando este completou um ano de idade, presente de aniversário; para que um dia ele a lesse. Colocado junto aos pertences da criança, o texto se perdeu e somente em 1976, João, bulindo em velhos guardados, o reencontrou, dele tomando finalmente conhecimento.  Nunca pensei em publicá-lo. Mas tendo sido dado a ler a Carybé por João Jorge, o mestre baiano, por gosto e amizade, sobre as páginas datilografadas desenhou as mais belas ilustrações, tão belas que todos as desejam admirar. Diante do que, não tive mais condições para recusar-me à publicação por tantos reclamada: se o texto não paga a pena, em troca não tem preço que possa pagar as aquarelas de Carybé.  O texto é editado como o escrevi em Paris, há quase trinta anos. Se fosse bulir nele, teria de reestruturá-lo por completo, fazendo-o perder sua única qualidade: a de ter sido escrito simplesmente pelo prazer de escrevê-lo, sem nenhuma obrigação de público e de editor.  Londres, agosto de 1976  J.A.
Partes mais importantes do conto   ●  Um  primeiro texto  explica a origem da história:  - escreveu-a em Paris, em I 948;  - presente do primeiro aniversário do filho;  - as belas ilustrações de Carybé, que a leu, decidem-no a publicá-la vinte e oito anos depois;  - a propósito faz considerações: "se o  texto não paga a pena,  as  aquarelas não têm preço";   - mantém o original de há quase trinta anos; tocar-lhe seria obrigá-lo a uma reestruturação contrária à intenção que o originou:  "escrevê-lo  sem  nenhuma intenção de público  e  de editor".   Estás, pois, perante uma  analepse.
Esta história é um presente para meu filho João Jorge, em seu primeiro aniversário. Paris, 25 de novembro de 1948.  Ao concordar, em agosto de 1976, com a publicação desta velha fábula, ao nome de meu filho João Jorge, a melhor pessoa que eu conheço, quero acrescentar nesta página de dedicatória os de meu afilhado Nicolas Bay, dito Nikili e Niki, tão belo quanto inteligente, e os dos meus netos Bruno, Mariana, Maria João Pinóquio Leão e Cecília, que não a podem ainda ler e por isso mesmo; como não a podia ler João quando eu a escrevi. Os nomes dos netos e o nome da avó, dona Zélia, que sempre obtém o que quer quando assim decide.  Quero dedicá-la ademais a alguém que não conheço pessoalmente; imagino seja homem e não mulher mas em verdade não sei. Trata-se de leitor que há muitos anos, talvez uns vinte, me envia a cada dois ou três meses, regularmente, álbuns de recortes sobre as mais diferentes matérias, tudo quanto lhe pareça de interesse a meu ofício de romancista. Assina-se com diversos nomes e se atribui variadas profissões; um de seus múltiplos pseudônimos é Jarbas Carvalhal, do clã dos Carvalhal. Além de mim, conquistou ele outros admiradores: Mirabeau Sampaio é seu fã incondicional e quanto a João Jorge, desde menino devora os grossos álbuns de recortes. Dedicando este livro, iluminado por Carybé, ao amigo numeroso e anônimo, quero nele simbolizar meus leitores brasileiros e estrangeiros, de tantos países e idiomas, agradecendo-lhes a fiel estima, honra e orgulho de minha vida de escritor. Londres, agosto de 1976.
Partes mais importantes do conto (cont.) ●   Segue-se uma  dedicatória:   - ao filho;  - aos familiares;  - a Um leitor desconhecido com diversos nomes e profissões -  amigo numeroso  e  anónimo;   - aos leitores brasileiros e estrangeiros.
●  Aparece, depois, uma trova (e filosofia) de Estêvão da Escuna, poeta popular. Se classificarmos a obra de fábula, observa o sentido moral da trova. Corresponderá, pois, a uma lição de moral.  Partes mais importantes do conto (cont.) O mundo só vai prestar  Para nele se viver  No dia que a gente ver Um gato maltês casar  Com uma alegre andorinha Saindo os dois a voar  O noivo e sua noivinha  Dom Gato e dona Andorinha.  ( Trova e filosofia de Estêvão da Escuna,  poeta popular estabelecido no Mercado das Sete Portas, na Bahia .)
Era uma vez antigamente, mas muito antigamente, nas profundas do passado quando os bichos falavam, os cachorros eram amarrados com lingüiça, alfaiates casavam com princesas e as crianças chegavam no bico das cegonhas. Hoje meninos e meninas já nascem sabendo tudo, aprendem no ventre materno, onde se fazem psicoanalisar para escolher cada qual o complexo preferido, a angústia, a solidão, a violência. Aconteceu naquele então uma história de amor.
TE M PO   NO  PASSADO   - os bichos falavam;   - os cachorros eram amarrados com linguiça;   - os alfaiates casavam-se com princesas;  - as crianças chegavam no bico das cegonhas.  O tempo PASSADO justifica a  história  de  amor.   NO  PRESENTE   - crianças já nascem sabendo tudo  - no ventre das mães escolhem a  angústia,  a solidão, a  violência.

Contenu connexe

Tendances

«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado (1).pptx
«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado (1).pptx«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado (1).pptx
«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado (1).pptxGiselaAlves15
 
Gato malhado e andorinha sinhã
Gato malhado e andorinha sinhãGato malhado e andorinha sinhã
Gato malhado e andorinha sinhãFlavio Mendes
 
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá - A estação do verão
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá - A estação do verãoO Gato Malhado e a Andorinha Sinhá - A estação do verão
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá - A estação do verãoMargarida Santos
 
O gato-malhado-e-a-andorinha-sinha
O gato-malhado-e-a-andorinha-sinhaO gato-malhado-e-a-andorinha-sinha
O gato-malhado-e-a-andorinha-sinhaanarsantos8
 
«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado.pptx
«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado.pptx«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado.pptx
«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado.pptxElisabete Laginha
 
O meu pé de laranja lima
O meu pé de laranja limaO meu pé de laranja lima
O meu pé de laranja limaMargarida Lobo
 
Apresentação Sobre o Livro A lua de joana
Apresentação Sobre o Livro A lua de joanaApresentação Sobre o Livro A lua de joana
Apresentação Sobre o Livro A lua de joanaEduduardo Oliveira
 
O tesouro - Eça de Queirós
O tesouro - Eça de QueirósO tesouro - Eça de Queirós
O tesouro - Eça de QueirósDanielaMateus7
 
O cavaleiro da dinamarca categorias da narrativa
O cavaleiro da dinamarca  categorias da narrativaO cavaleiro da dinamarca  categorias da narrativa
O cavaleiro da dinamarca categorias da narrativafercariagomes
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do infernoVanda Marques
 
Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"Maria João C. Conde
 
A Saga de Sophia de Mello Breyner Andresen
A Saga de Sophia de Mello Breyner Andresen A Saga de Sophia de Mello Breyner Andresen
A Saga de Sophia de Mello Breyner Andresen becre-palmeiras
 

Tendances (20)

«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado (1).pptx
«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado (1).pptx«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado (1).pptx
«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado (1).pptx
 
Gato malhado e andorinha sinhã
Gato malhado e andorinha sinhãGato malhado e andorinha sinhã
Gato malhado e andorinha sinhã
 
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá - A estação do verão
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá - A estação do verãoO Gato Malhado e a Andorinha Sinhá - A estação do verão
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá - A estação do verão
 
A estação do inverno
A estação do invernoA estação do inverno
A estação do inverno
 
O gato-malhado-e-a-andorinha-sinha
O gato-malhado-e-a-andorinha-sinhaO gato-malhado-e-a-andorinha-sinha
O gato-malhado-e-a-andorinha-sinha
 
«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado.pptx
«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado.pptx«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado.pptx
«O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá», de Jorge Amado.pptx
 
O meu pé de laranja lima
O meu pé de laranja limaO meu pé de laranja lima
O meu pé de laranja lima
 
Maria moises de Camilo Castelo Branco
Maria moises de Camilo Castelo BrancoMaria moises de Camilo Castelo Branco
Maria moises de Camilo Castelo Branco
 
Apresentação Sobre o Livro A lua de joana
Apresentação Sobre o Livro A lua de joanaApresentação Sobre o Livro A lua de joana
Apresentação Sobre o Livro A lua de joana
 
O tesouro - Eça de Queirós
O tesouro - Eça de QueirósO tesouro - Eça de Queirós
O tesouro - Eça de Queirós
 
Conto a Saga 2
Conto a Saga 2Conto a Saga 2
Conto a Saga 2
 
O cavaleiro da dinamarca categorias da narrativa
O cavaleiro da dinamarca  categorias da narrativaO cavaleiro da dinamarca  categorias da narrativa
O cavaleiro da dinamarca categorias da narrativa
 
Viagens na minha terra
Viagens na minha terraViagens na minha terra
Viagens na minha terra
 
Fi gato malhado
Fi gato malhadoFi gato malhado
Fi gato malhado
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do inferno
 
Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"
 
História de uma gaivota e do gato que a essinou a voar
História de uma gaivota e do gato que a essinou a voarHistória de uma gaivota e do gato que a essinou a voar
História de uma gaivota e do gato que a essinou a voar
 
Gato malhado perguntas
Gato malhado perguntasGato malhado perguntas
Gato malhado perguntas
 
A Saga de Sophia de Mello Breyner Andresen
A Saga de Sophia de Mello Breyner Andresen A Saga de Sophia de Mello Breyner Andresen
A Saga de Sophia de Mello Breyner Andresen
 
A Aia
A AiaA Aia
A Aia
 

Similaire à Estrutura Gato Malhado Andorinha Sinha

Similaire à Estrutura Gato Malhado Andorinha Sinha (20)

Saramago - Merecida Homenagem
Saramago - Merecida HomenagemSaramago - Merecida Homenagem
Saramago - Merecida Homenagem
 
Saramago
SaramagoSaramago
Saramago
 
Saramago
SaramagoSaramago
Saramago
 
Saramago - Vida e Obra
Saramago - Vida e ObraSaramago - Vida e Obra
Saramago - Vida e Obra
 
Acredite em você
Acredite em vocêAcredite em você
Acredite em você
 
Saramago vida obra
Saramago vida obraSaramago vida obra
Saramago vida obra
 
Saramago
SaramagoSaramago
Saramago
 
Saramago (1)
Saramago (1)Saramago (1)
Saramago (1)
 
Saramago
SaramagoSaramago
Saramago
 
José saramago homenagem
José saramago  homenagemJosé saramago  homenagem
José saramago homenagem
 
Homenagem a Saramago
Homenagem a SaramagoHomenagem a Saramago
Homenagem a Saramago
 
Saramago
SaramagoSaramago
Saramago
 
Saramago
SaramagoSaramago
Saramago
 
Saramago, uma vida, uma obra
Saramago, uma vida, uma obraSaramago, uma vida, uma obra
Saramago, uma vida, uma obra
 
Saramago
SaramagoSaramago
Saramago
 
Saramago
SaramagoSaramago
Saramago
 
Saramago
SaramagoSaramago
Saramago
 
Saramago
SaramagoSaramago
Saramago
 
Saramago
SaramagoSaramago
Saramago
 
Leituras 5ano
Leituras 5anoLeituras 5ano
Leituras 5ano
 

Plus de armindaalmeida

Introdução texto poético
Introdução texto poéticoIntrodução texto poético
Introdução texto poéticoarmindaalmeida
 
A estrela vergílio_ferreira
A estrela vergílio_ferreiraA estrela vergílio_ferreira
A estrela vergílio_ferreiraarmindaalmeida
 
Categoriasdanarrativa i
Categoriasdanarrativa iCategoriasdanarrativa i
Categoriasdanarrativa iarmindaalmeida
 
Fi literatura oral_tradicional
Fi literatura oral_tradicionalFi literatura oral_tradicional
Fi literatura oral_tradicionalarmindaalmeida
 
Literaturaoraletradicionaltipologia
LiteraturaoraletradicionaltipologiaLiteraturaoraletradicionaltipologia
Literaturaoraletradicionaltipologiaarmindaalmeida
 
Sintese funcoes sintaticas
Sintese funcoes sintaticasSintese funcoes sintaticas
Sintese funcoes sintaticasarmindaalmeida
 
Frase grupos constituintes
Frase grupos constituintesFrase grupos constituintes
Frase grupos constituintesarmindaalmeida
 
Frase classificacao oracoes
Frase classificacao oracoesFrase classificacao oracoes
Frase classificacao oracoesarmindaalmeida
 
Insdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoInsdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoarmindaalmeida
 
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlaceInesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlacearmindaalmeida
 
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlaceInesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlacearmindaalmeida
 
Insdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoInsdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoarmindaalmeida
 
Processos morfologicos formação_palavras
Processos morfologicos formação_palavrasProcessos morfologicos formação_palavras
Processos morfologicos formação_palavrasarmindaalmeida
 
Idade Media Renascimento
Idade Media RenascimentoIdade Media Renascimento
Idade Media Renascimentoarmindaalmeida
 

Plus de armindaalmeida (20)

Descrição aa
Descrição aaDescrição aa
Descrição aa
 
Conto igagc
Conto igagcConto igagc
Conto igagc
 
Introdução texto poético
Introdução texto poéticoIntrodução texto poético
Introdução texto poético
 
A estrela vergílio_ferreira
A estrela vergílio_ferreiraA estrela vergílio_ferreira
A estrela vergílio_ferreira
 
Gigante adamastor
Gigante adamastorGigante adamastor
Gigante adamastor
 
Categoriasdanarrativa i
Categoriasdanarrativa iCategoriasdanarrativa i
Categoriasdanarrativa i
 
Fi literatura oral_tradicional
Fi literatura oral_tradicionalFi literatura oral_tradicional
Fi literatura oral_tradicional
 
Conto popular aa
Conto popular aaConto popular aa
Conto popular aa
 
Literaturaoraletradicionaltipologia
LiteraturaoraletradicionaltipologiaLiteraturaoraletradicionaltipologia
Literaturaoraletradicionaltipologia
 
Sintese funcoes sintaticas
Sintese funcoes sintaticasSintese funcoes sintaticas
Sintese funcoes sintaticas
 
Frase grupos constituintes
Frase grupos constituintesFrase grupos constituintes
Frase grupos constituintes
 
Frase classificacao oracoes
Frase classificacao oracoesFrase classificacao oracoes
Frase classificacao oracoes
 
Classes palavras
Classes palavrasClasses palavras
Classes palavras
 
Insdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoInsdecastro apresentao
Insdecastro apresentao
 
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlaceInesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
 
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlaceInesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
 
Insdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoInsdecastro apresentao
Insdecastro apresentao
 
Processos morfologicos formação_palavras
Processos morfologicos formação_palavrasProcessos morfologicos formação_palavras
Processos morfologicos formação_palavras
 
A Publicidade
A PublicidadeA Publicidade
A Publicidade
 
Idade Media Renascimento
Idade Media RenascimentoIdade Media Renascimento
Idade Media Renascimento
 

Dernier

PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
praticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médiopraticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médiorosenilrucks
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxReinaldoMuller1
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffNarlaAquino
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfRavenaSales1
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 

Dernier (20)

PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
praticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médiopraticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médio
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 

Estrutura Gato Malhado Andorinha Sinha

  • 1. O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá Texto com características de fábula: personificação de seres irracionais ou inanimados e moralizações frequentes.
  • 2. Esta obra não segue uma estrutura rígida. O próprio autor faz declarações, quando altera a estrutura: " E aqui termina o capítulo inicial e voltamos à história, lá adiante, onde a deixámos por erro de estrutura ou por moderna sabedoria literária .” A parte que se mantém é o desenlace, como iremos ver. ESTRUTURA
  • 3. A história de amor do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá eu a escrevi em 1948, em Paris, onde então residia com minha mulher e meu filho João Jorge, quando este completou um ano de idade, presente de aniversário; para que um dia ele a lesse. Colocado junto aos pertences da criança, o texto se perdeu e somente em 1976, João, bulindo em velhos guardados, o reencontrou, dele tomando finalmente conhecimento. Nunca pensei em publicá-lo. Mas tendo sido dado a ler a Carybé por João Jorge, o mestre baiano, por gosto e amizade, sobre as páginas datilografadas desenhou as mais belas ilustrações, tão belas que todos as desejam admirar. Diante do que, não tive mais condições para recusar-me à publicação por tantos reclamada: se o texto não paga a pena, em troca não tem preço que possa pagar as aquarelas de Carybé. O texto é editado como o escrevi em Paris, há quase trinta anos. Se fosse bulir nele, teria de reestruturá-lo por completo, fazendo-o perder sua única qualidade: a de ter sido escrito simplesmente pelo prazer de escrevê-lo, sem nenhuma obrigação de público e de editor. Londres, agosto de 1976 J.A.
  • 4. Partes mais importantes do conto ● Um primeiro texto explica a origem da história: - escreveu-a em Paris, em I 948; - presente do primeiro aniversário do filho; - as belas ilustrações de Carybé, que a leu, decidem-no a publicá-la vinte e oito anos depois; - a propósito faz considerações: "se o texto não paga a pena, as aquarelas não têm preço"; - mantém o original de há quase trinta anos; tocar-lhe seria obrigá-lo a uma reestruturação contrária à intenção que o originou: "escrevê-lo sem nenhuma intenção de público e de editor". Estás, pois, perante uma analepse.
  • 5. Esta história é um presente para meu filho João Jorge, em seu primeiro aniversário. Paris, 25 de novembro de 1948. Ao concordar, em agosto de 1976, com a publicação desta velha fábula, ao nome de meu filho João Jorge, a melhor pessoa que eu conheço, quero acrescentar nesta página de dedicatória os de meu afilhado Nicolas Bay, dito Nikili e Niki, tão belo quanto inteligente, e os dos meus netos Bruno, Mariana, Maria João Pinóquio Leão e Cecília, que não a podem ainda ler e por isso mesmo; como não a podia ler João quando eu a escrevi. Os nomes dos netos e o nome da avó, dona Zélia, que sempre obtém o que quer quando assim decide. Quero dedicá-la ademais a alguém que não conheço pessoalmente; imagino seja homem e não mulher mas em verdade não sei. Trata-se de leitor que há muitos anos, talvez uns vinte, me envia a cada dois ou três meses, regularmente, álbuns de recortes sobre as mais diferentes matérias, tudo quanto lhe pareça de interesse a meu ofício de romancista. Assina-se com diversos nomes e se atribui variadas profissões; um de seus múltiplos pseudônimos é Jarbas Carvalhal, do clã dos Carvalhal. Além de mim, conquistou ele outros admiradores: Mirabeau Sampaio é seu fã incondicional e quanto a João Jorge, desde menino devora os grossos álbuns de recortes. Dedicando este livro, iluminado por Carybé, ao amigo numeroso e anônimo, quero nele simbolizar meus leitores brasileiros e estrangeiros, de tantos países e idiomas, agradecendo-lhes a fiel estima, honra e orgulho de minha vida de escritor. Londres, agosto de 1976.
  • 6. Partes mais importantes do conto (cont.) ● Segue-se uma dedicatória: - ao filho; - aos familiares; - a Um leitor desconhecido com diversos nomes e profissões - amigo numeroso e anónimo; - aos leitores brasileiros e estrangeiros.
  • 7. ● Aparece, depois, uma trova (e filosofia) de Estêvão da Escuna, poeta popular. Se classificarmos a obra de fábula, observa o sentido moral da trova. Corresponderá, pois, a uma lição de moral. Partes mais importantes do conto (cont.) O mundo só vai prestar Para nele se viver No dia que a gente ver Um gato maltês casar Com uma alegre andorinha Saindo os dois a voar O noivo e sua noivinha Dom Gato e dona Andorinha. ( Trova e filosofia de Estêvão da Escuna, poeta popular estabelecido no Mercado das Sete Portas, na Bahia .)
  • 8. Era uma vez antigamente, mas muito antigamente, nas profundas do passado quando os bichos falavam, os cachorros eram amarrados com lingüiça, alfaiates casavam com princesas e as crianças chegavam no bico das cegonhas. Hoje meninos e meninas já nascem sabendo tudo, aprendem no ventre materno, onde se fazem psicoanalisar para escolher cada qual o complexo preferido, a angústia, a solidão, a violência. Aconteceu naquele então uma história de amor.
  • 9. TE M PO NO PASSADO - os bichos falavam; - os cachorros eram amarrados com linguiça; - os alfaiates casavam-se com princesas; - as crianças chegavam no bico das cegonhas. O tempo PASSADO justifica a história de amor. NO PRESENTE - crianças já nascem sabendo tudo - no ventre das mães escolhem a angústia, a solidão, a violência.