3. ::: A república começa com os militares... ::: - Nos primeiro momentos da República houve consenso de que os militares deveriam exercer o poder político; - Temia-se o contragolpe monárquico , pois as instituições republicanas eram frágeis; - Por isso, a necessidade de um governo forte, sob controle militar; - Ocorreu a chamada República da Espada (1889 – 1894): Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.
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5. ::: A república começa com os militares... ::: - Instaurado o regime, o consenso entre os cafeicultores sobre o exército rompeu-se, pois São Paulo desejava o controle político da República; - Novamente as oligarquias rurais do Brasil articulavam-se para dominar o cenário político e afastar o povo dos espaços de poder;
6. ::: Projetos republicanos ::: - Projeto republicano liberal: cafeicultores paulistas; descentralização política, autonomia dos Estados e república federativa; - Enfatizava a necessidade de liberdades individuais, um sistema livre de competição econômica, a separação dos poderes, eleições e a separação entre Estado e Igreja; - Tinha inspiração no sistema norte-americano ;
7. ::: Projetos republicanos ::: - Projeto republicano jacobino: setores da população urbana, incluída a baixa classe média; - Defendia a liberdade pública de reunião, participação popular na administração pública, regime fundado na liberdade e vontade geral; - Os radicais eram xenófobos, anti-lusitanos. O grupo era resistente a medidas que tivessem alcance social; - Tinha inspiração na Primeira República Francesa , de Danton e Robespierre;
8. ::: Projetos republicanos ::: - Projeto republicano positivista: grande aceitação em setores do exército brasileiro; - Visava a promoção do progresso, sempre dentro de um espírito ordeiro, não revolucionário, por isso o papel do Estado (ditadura republicana – governo forte, centralizado); - Cabia ao Estado, por meio da racionalidade científica, zelar pela ordem, proteger os cidadãos e garantir seus direitos de forma quase tutelar; - Tinha como inspiração o filósofo francês Auguste Comte (1789 – 1857);
9. ::: Governo Provisório - Deodoro da Fonseca (1889 – 1891) ::: - O presidente assumira cercado de oficiais positivistas, entre eles Benjamin Constant ; - Oposição da Marinha, ainda fortemente monarquista; - Excessivo autoritarismo de Deodoro da Fonseca, tinha dificuldades nas articulações com setores civis; - Extinção das instituições imperiais, como a Constituição de 1824; convocação de eleições para assembleia constituinte; banimento da família imperial; separação entre Igreja e Estado; a “grande naturalização” (cidadania brasileira a todos os estrangeiros).
10. ::: Governo Provisório - Deodoro da Fonseca (1889 – 1891) ::: - Rui Barbosa, Ministro da Fazenda : emissão de papel-moeda, concedendo a alguns bancos o privilégio de emitir; - Facilitou a criação de sociedades anônimas, de capital aberto, com negociação nas bolsas de valores; - Regime de taxas alfandegárias para dificultar a entrada de produtos estrangeiros; - Resultado dessa política: violento processo inflacionário e febre especulativa ( crise do Encilhamento ).
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12. ::: Governo Provisório - Deodoro da Fonseca (1889 – 1891) ::: - Constituição de 1891 : - O Brasil tornava-se uma república federativa, com um governo central e 20 Estados membros, gozando de autonomia jurídica, administrativa e fiscal; - Divisão dos três poderes , independentes entre si; - Voto universal masculino , não-secreto, estavam excluídas as mulheres, analfabetos, mendigos, menores de 21 anos, padres e soldados; - Dispositivos transitórios: eleição indireta do primeiro presidente da república (Deodoro da Fonseca);
13. :: Governo Constitucional - Deodoro da Fonseca (1891) :: - O novo governo constitucional era criticado pelos setores civis, principalmente a desastrosa política econômica; - Na eleição indireta foram eleitos: Deodoro da Fonseca (presidente) e, da outra chapa, Floriano Peixoto (vice); - A crise política e econômica aumento a insatisfação e Deodoro decretou estado de sítio, fechou o Congresso e prendeu vários opositores; - A reação foi forte, com vários Estados dispostos a entrar numa guerra civil. Além disso, estoura uma greve dos trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil, contrária ao golpe.
14. ::: Governo Floriano Peixoto (1891 – 1894) ::: - A marinha rebelou-se contra Deodoro, que sob intensa pressão, renunciou; - Floriano Peixoto conciliou os interesses de republicanos jacobinos e dos positivistas; - Também recebeu o apoio dos cafeicultores, pois era considerado fiador da ordem e defensor do regime. Seu autoritarismo era considerado “moderado” e necessário; - Paternalismo: medidas populares, como construção de casas e suspensão de impostos sobre a carne, tornaram Floriano querido pelos setores populares da capital federal (Rio de Janeiro) e um estranho para o resto do país.
15. ::: Governo Floriano Peixoto (1891 – 1894) ::: - Nascia um jeito de fazer política no Brasil: o paternalismo combinado com à sujeição agradecida, um estilo governamental; - Protecionismo e linhas de crédito a indústria, através do Banco do Brasil. Contudo essa política esbarrou na crise econômica e na falta de dinheiro; - Presença do nacionalismo nos discursos de Floriano, agradando os republicanos radicais; - O discurso nacionalista criava a falsa concepção da unidade da nação brasileira, escamoteando as desigualdades e as divisões sociais.
16. ::: Governo Floriano Peixoto (1891 – 1894) ::: - Revoltas: :: 1892: treze generais do exército assinaram um manifesto pedindo o afastamento do presidente e a realização de eleições (Floriano era vice de Deodoro, que estava no início do mandato); ::: Revolução Federalista (RS) : luta entre Júlio de Castilhos (positivista e apoiador de Floriano) e Silveira Martins (Partido Federalista) – o conflito regional ganhou expressão nacional; ::: Revolta da Armada (RJ): consequência da revolta anterior; os revoltosos dirigiram os canhões para o Rio de Janeiro, exigindo a renúncia de Floriano, que resistiu; as batalhas seguiram, sendo capital bombardeada; o conflito generalizou-se pelas regiões sudeste e sul; Floriano venceu.
17. ::: Transição para o poder civil (1894 – 1898) ::: - Eleição de Prudente de Morais, encerrando o período chamado de República da Espada; - Perdiam força o republicanismo radical e o positivismo republicano – faltava base social para esses dois projetos; - O projeto vitorioso foi dos republicanos liberais , cafeicultores paulistas; - Tratava-se de perpetuar a injustiça social e os privilégios de poucos; - A própria ideia de um sistema de livre competição era absurda num país marcado por desigualdades sociais.
18. ::: Governo Prudente Moraes (1894 – 1898) ::: - Período de intranquilidade e presença dos militares na política; - Anistiou os revoltosos da Revolução Federalista; - Reduziu as taxas alfandegárias do período de Rui Barbosa, atendendo aos interesses dos cafeicultores; - Sua política econômica contrariava os nacionalistas e a modernização do país; - Guerra de Canudos (1896 – 97) .
19. ::: Governo Prudente Moraes (1894 – 1898) ::: - Guerra de Canudos (1896 – 1897): ::: Causas: a injusta situação fundiária do país e ao total abandono em que se encontravam as populações humildes; concentração de terras; predomínio do latifúndio improdutivo; seca prolongada; ::: Alternativas da população sertaneja: emigração; banditismo social (cangaço); misticismo religioso (messianismo); ::: Líder messiânico: carismático; portador de um discurso capaz de mobilizar a população; promessas de salvação eterna; Antônio Conselheiro ;
20. ::: Governo Prudente Moraes (1894 – 1898) ::: - Guerra de Canudos (1896 – 1897): ::: Conselheiro e seus seguidores fundam uma comunidade livre; ::: Conselheiro criticava a república, identificando-a com o demônio. As realizações republicanas eram vistas como a manifestação do Anticristo; ::: Sebastianismo: Conselheiro apelava para um salvador, o rei português D. Sebastião, morto no norte da África, numa batalha contra os mouros; ::: O Arraial de Canudos é derrotado em 1897, após inúmeras batalhas.
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25. ::: Apogeu da Ordem Oligárquica (1898 – 1914)::: - As oligarquias exerceram o poder de forma direta, principalmente os fazendeiros do café, e sem intermediários; - Os cafeicultores utilizaram maciços recursos do Estado para evitar a crise do café, mas não conseguiram; - Por volta de 1900, a queda nos preços internacional do café abalou fortemente a economia do país; - A crise impossibilitou o pagamento da dívida externa; - Grave inflação e déficits crônicos na receita governamental;
26. ::: Apogeu da Ordem Oligárquica (1898 – 1914)::: - Funding-loan (Campos Sales): acordo entre o governo brasileiro e os bancos credores; Estabelecia: ::: empréstimos para pagamento dos juros da dívida externa; ::: prazo de dez anos para início do pagamento da nova dívida; ::: penhora de toda a receita da alfândega do Rio de Janeiro e se necessário das estradas de ferro e do abastecimento de água; ::: obrigação do governo, perante os bancos, de sanear a moeda brasileira, combatendo a inflação.
27. ::: Apogeu da Ordem Oligárquica (1898 – 1914)::: - Em 1914, o presidente Hermes da Fonseca foi obrigado a negociar um novo funding-loan , em condições semelhantes; - O combate a inflação com cortes de gastos, redução de taxas alfandegárias e redução da emissão de papel moeda levou o país a uma recessão, reduzindo a atividade econômica; - Convênio de Taubaté: plano de intervenção estatal na economia do café. Estabelecia: ::: Criação de estoques reguladores; ::: Compra do café pelos governos estaduais de SP, MG e RJ;
28. ::: Apogeu da Ordem Oligárquica (1898 – 1914)::: - Consequências do Convênio de Taubaté: ::: Endividamento externo dos governos estaduais mencionados; ::: Prejuízos aos cofres públicos, pois o café deveria ser queimado quando o valor internacional estivesse baixo; ::: A política de controle do preço do café, por parte do Brasil, fez com que outros países também buscassem produzi-lo; ::: A compra governamental do café estimulava a superprodução, pois os cafeicultores teriam a compra do produto garantida pelo governo;
29. ::: Apogeu da Ordem Oligárquica (1898 – 1914)::: - Borracha: o preço do produto atingiu seu ápice em 1910, quando a borracha foi responsável por 40% do valor das exportações brasileira; - A borracha foi um surto econômico; - Questão do Acre: seringueiros brasileiros invadem o território boliviano. Após escaramuças, os lados assinam um acordo (Tratado de Petrópolis), com o Brasil anexando o território do Acre;
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32. ::: A contestação a ordem oligárquica - As lutas sociais ::: - Revolta da Vacina (1904): ::: A capital Rio de Janeiro foi reconstruída, sendo modernizada; ::: Vastos contingentes populacionais foram expulsos de suas habitações no processo de reforma; ::: A crise econômica ampliava a situação de miséria da população; ::: Uma vacinação obrigatória (que obrigava as pessoas a mostrarem parte do corpo – moral rigorosa) foi o estopim da revolta; ::: Durante uma semana, a capital foi o campo de batalha entre os populares e as forças da polícia e do exército.
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34. ::: A contestação a ordem oligárquica - As lutas sociais ::: - Revolta da Chibata (1910) ::: Sobrevivência de um velho regimento disciplinas na Marinha, que previa castigos físicos e utilização da chibata; ::: O oficialato da Marinha era branco e oriundo da oligarquia brasileira – descendentes dos antigos escravocratas; a marujada era em sua maioria negra e mestiça, descendente dos antigos escravos; ::: Más condições de alojamento, má alimentação de baixos soldos dos marujos; ::: Sob o comando de João Cândido, marujo negro e analfabeto, os marujos se sublevaram e ameaçaram bombardear a capital;
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39. ::: A contestação a ordem oligárquica - As lutas sociais ::: - Revolta do Contestado (1914) ::: Isolamento e abandono da população que vivia na área situada entre os Estados de Paraná e de Santa Catarina, num território “contestado” pelos dois governos estaduais; ::: Desenvolvimento de comunidades místicas em torno de líderes messiânicos (“monge” José Maria); ::: Desapropriação de terras e doação para a empresa Southern Brazil Lumber & Colonization Company , que construiu uma estrada de ferro entre São Paulo e o Rio Grande do Sul; ::: A questão social e o messianismo produziram um movimento armado que foi duramente reprimido pela oligarquia brasileira.
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41. ::: Mecanismos políticos do Poder Oligárquico ::: - Política do café-com-leite: SP e MG detinham o poder político e econômico. SP era o maior produtor de café e MG o maior colégio eleitoral. A aliança garantia o controle do governo federal pelas duas oligarquias; - Política dos governos ou dos Estados: acordo entre o Executivo federal e os governadores estaduais, que apoiariam o presidente da República em troca da autonomia dos Estados; - Os governadores fariam de tudo para eleger uma bancada de deputados e senadores que iriam apoiar o presidente; em troca, o presidente não realiza intervenções nos Estados; - Uso da Comissão Verificadora de Poderes – o presidente garantia que os opositores não fossem empossados (era a degola);
42. ::: Mecanismos políticos do Poder Oligárquico ::: - Voto de Cabresto: o voto não era secreto ; o controle e a fraude ficava a cargo dos coronéis (coronelismo); os eleitores eram “convencidos” por meio da violência; o coronel controlava seu “curral eleitoral”; - Clientelismo: controle sobre as populações mais pobres; sem serviços públicos à disposição, a população recebia a “proteção” e favorecimento dos coronéis; o “cliente” deve obediência ao coronel; - Coronelismo: detentores do poder econômico, pois controlavam a lavoura para exportação, os coronéis tinham também prestígio social e poder político nas suas localidades;
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44. ::: Abalos na Ordem Oligárquica ::: - Primeiro abalo na política café-com-leite: SP e MG rompem a aliança nas eleições de 1910; o Marechal Hermes da Fonseca recebe o apoio dos mineiros, gaúchos e demais Estados; SP e BA apresentaram a candidatura de Rui Barbosa; - Campanha Civilista: Rui Barbosa percorria o país fazendo discursos, comícios, inaugurando a moderna política no país; contudo, Hermes da Fonseca foi eleito presidente; - Política das Salvações: no poder, Hermes da Fonseca interviu nos Estados oposicionistas e, mais tarde, também nos Estados de aliados, como o senador gaúcho Pinheiro Machado; - As intensas disputas entre as oligarquias regionais produziram insatisfações que imobilizaram o país; além disso, novos grupos sociais surgiam na república;
45. ::: Bibliografia ::: - www.google.com.br/imagens - VICENTINO, C. História do Ensino Médio: história geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2008.