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CIRCUITOS ELECTRÓNICOS




  FONTES de ALIMENTAÇÃO

    FONTES de CORRENTE

       OSCILADORES

     TEMPORIZADORES


       António M. S. Francisco
       Actualizado Março de 2006
Circuitos electrónicos


ÍNDICE




1. Fontes de Alimentação .................................................................................................... 2
    1.1. Fontes de alimentação sem transformador ................................................................ 2
    1.2. Fonte de alimentação com transístor regulador série ................................................ 5
    1.3. Fontes de alimentação com integrados reguladores da série 78XX ........................ 10
    1.4. Fonte de alimentação variável .................................................................................. 11


2. Fontes de Corrente ........................................................................................................12
    2.1. Regulação com transístor ......................................................................................... 12
    2.2. Regulação com díodo Zener sem comando ............................................................. 12
    2.2. Regulação com díodo Zener com comando ............................................................. 13


3. Osciladores ..................................................................................................................... 13
    3.1. Oscilador a transístores ............................................................................................ 14
         3.1.1. Pisca-pisca ..................................................................................................... 14
         3.1.2. Besouro .......................................................................................................... 15
    3.2. Osciladores com ICs................................................................................................. 15
         3.2.1. Oscilador com o IC 741 .................................................................................. 15
         3.2.2. Oscilador com o IC 555 .................................................................................. 16
         3.2.3. Osciladores com portas lógicas ...................................................................... 17


4. Temporizadores.............................................................................................................. 19
    4.1. Temporizador com o IC 555 ..................................................................................... 19
    4.2. Temporizadores com portas lógicas ......................................................................... 19
    4.3. Temporizador com flip-flop tipo D ............................................................................. 20




INTERNET:

Outras publicações do autor em:

        http://amsfrancisco.planetaclix.pt
        http://automatos.planetaclix.pt
        http://motores.planetaclix.pt




António Francisco                                                                                                                         1
Circuitos electrónicos


1. FONTES DE TENSÃO
As fontes de tensão, também designadas por fonte de alimentação, quando alimentadas a
partir da rede, obedecem à seguinte estrutura:

    Rede ⇒ Redução de tensão ⇒ Rectificação ⇒ Filtragem ⇒ Regulação
    230Vac          Transformador          Díodos        Condensador           Díodo Zener,
                    ou condensador                       electrolítico         Transístores,
                    de plástico                                                ou ICs


1.1. FONTES DE ALIMENTAÇÃO SEM TRANSFORMADOR
Desde que as correntes a fornecer pelas alimentações sejam da ordem das poucas dezenas
de mA, as fontes podem ser realizadas sem se utilizarem transformadores.
Contudo, neste tipo de alimentações o potencial da rede está presente nos terminais da
fonte, com perigo de choque eléctrico para o utilizador, daí terem de ser tomadas as devidas
precauções de isolamento e manuseamento das montagens.
Tal como nas fontes que utilizam transformador, a primeira situação a resolver é reduzir os
230V da rede para um valor muito mais baixo; 6, 9, 12V ou outro.
A solução, adoptada neste tipo de fontes, consiste em utilizar a oposição à corrente
alternada, provocada pela reactância capacitiva (Xc) de um condensador, para se conseguir
a queda de tensão (q.d.t.) necessária à redução da tensão.
                                                 1
                                          Xc =
                                               2πfC

Deste modo evita-se a utilização de um transformador que é o elemento mais caro da
montagem. Como a potência activa dissipada pelo condensador é nula, não existem perdas.

Circuito 1

                                                                    +



               230Vac                                          Vo



                                                                    -

Circuito 2


                                                                         +



             230Vac                                                 Vo



                                                                         -

António Francisco                                                                                2
Circuitos electrónicos


  • Nos circuitos 1 e 2 é realizada a rectificação de meia onda.
  • No circuito 1 com a carga desligada a totalidade da corrente AC passa pelo Zener.
  • No circuito 2 com a carga desligada passa pelo Zener metade da corrente total, a outra
    metade passa por D2.
  • Entre o circuito 1 e 2 a diferença principal está nas características do díodo Zener, ele
    está sujeito a um maior esforço no circuito 1.


Exemplo:
Cálculo do valor dos componentes para uma alimentação de 12VDC com uma intensidade
de corrente de saída (Io) de 30mA.


Cálculo de C1
O condensador C1 é o elemento fundamental do circuito, a corrente de saída da fonte
depende, essencialmente, do valor da sua reactância capacitiva.
Como a q.d.t. em R1, R2, e nos díodos, face à q.d.t. em C1, é muito pequena pode-se
desprezar.
Realizando o circuito rectificação de meia onda, podemos considerar a corrente total no
condensador (Ic) igual a duas vezes a corrente de saída (2xIo); soma da alternância positiva
com a alternância negativa.

Assim:
                                Vi
         Vi = Xc.Ic ⇒    Xc =
                                Ic
         Fazendo Ic=2xIo, o valor de Xc será:
                 230V  =3833Ω
         Xc =
                2x30mA

                         1          1            1
         Sendo: Xc =         ⇒ C=       =                =0,83μF
                        2πfC      2πfXc   2x3,14x50x3833

                                     C1 = 1μF, 400V (série E12)

A tensão de trabalho do condensador (VR) terá de ser 400V, visto o condensador estar
sujeito a uma tensão de pico de 2 x230 = 325V.


Outros componentes
R1 - Resistência que se destina a limitar a corrente de pico que atravessa o díodo Zener no
     caso de, no momento da ligação, a tensão da rede passar por um valor elevado.
     (Um condensador no momento da aplicação de tensão representa um curto-circuito.
     Assim, se se ligar a alimentação no preciso momento em que a tensão é máxima,
     ( 2 x230), a totalidade dessa tensão, se não se utilizasse a resistência R1, seria
     aplicada aos terminais do Zener o que o inutilizava).

                                      R1 = 47Ω a 100Ω, ≥2W
R2 - Resistência que se destina a descarregar o condensador C1 quando se desliga os 230V
     da rede.
                                    R2 = 220kΩ, 1/2 W



António Francisco                                                                          3
Circuitos electrónicos


D1 e D2 - Díodos rectificadores de silício
                                      D1=D2 = 1N 4004
  Díodos de tensão directa VR=400V, corrente directa IF=1A e corrente directa repetitiva de
  pico IFRM= 50A.
  Estes díodos possuem características que ultrapassam em muito as necessárias para o
  circuito. No entanto, são estes os díodos normalmente utilizados devido ao seu baixo
  custo.

Dz - Díodo Zener que se destina a regular a tensão de saída.
 • No circuito 1, caso se desligue a carga, a totalidade da corrente (alternância positiva e
   alternância negativa) atravessa o díodo. Nesta situação, a potência máxima a que o
   Zener está sujeito vale:
                               Ptot=VzxIc=12x60mA=0,72W

  Como o díodo, para garantir a sua fiabilidade, deve possuir pelo menos o dobro da
  potência calculada, o Zener a utilizar deve ter as seguintes características:
                                       Dz = 12V / 1,5W


 • No circuito 2 com a carga desligada, passa pelo Zener metade da corrente total, a que
   corresponde a uma alternância. A corrente da outra alternância passa pelo díodo D2. Daí,
   a potência máxima a que ele está sujeito valer:

                                           Ic
                              Ptot = Vzx      = 12x30mA = 0,36W
                                            2

  Pelas razões apontadas para o circuito 1, o díodo Zener, neste caso, terá as seguintes
  características:
                                    Dz = 12V, 1W


C2 - Condensador electrolítico que se destina a realizar a filtragem. O seu valor deve estar
     compreendido entre 100 e 470μF e possuir uma tensão de trabalho (VR) superior ao
     valor de Vz.



Nota:
Para se obter uma fonte de alimentação que forneça a mesma corrente, mas com tensão de
saída diferente, terá de se substituir, nos circuitos, o díodo Zener por outro com a tensão Vz
pretendida.



Atenção!

A tensão fornecida por estas fontes está ao potencial da rede, pelo que se devem
tomar as devidas precauções de isolamento e manuseamento nos circuitos com ela
alimentados.




António Francisco                                                                           4
Circuitos electrónicos


1.2. FONTE DE ALIMENTAÇÃO COM TRANSÍSTOR REGULADOR SÉRIE



 230Vac             VS                                                         +

                                                VR1                     VBE

                                    Vi                                        VO

                                                                 VZ


                                                                               –
Funcionamento:
Pela analise da malha de saída do circuito verificamos que a tensão de saída (Vo) é igual a:
                                       Vo = Vz - VBE

Como a tensão Vz e VBE são valores praticamente constantes, a tensão de saída Vo varia
muito pouco. Deste modo, quer varie a corrente fornecida pela fonte ou a tensão de entrada
Vi, a tensão de saída (dentro de determinados limites) mantém-se praticamente constante.


EXEMPLO:
Determinar os valores dos componentes para uma fonte de 12V, 400mA

Em primeiro lugar há que escolher a tensão Vz do díodo Zener para a tensão de saída
pretendida.
Como se pretende Vo=12V, o díodo Zener que possibilita o valor mais próximo é o que
possui Vz=13V, uma vez que a tensão VBE ≅0,7V.
                              Vo = Vz - VBE = 13 - 0,7 = 12,3V
A fonte, em vez de possuir uma tensão de saída de 12V, terá de possui uma tensão de
12,3V.
Neste tipo de fonte para que seja possível uma boa regulação do par transístor de
saída-díodo Zener é necessário que a tensão de entrada Vi seja superior, em pelo menos
3V, em relação à tensão de saída Vo.
Contudo, não é conveniente aumentar muito a tensão de entrada, através do aumento do
valor da tensão do secundário do transformador, porque isso aumenta e muito a dissipação
de potência no transístor.


Cálculo de C1
A tensão Vi possui ripple, que é tanto mais acentuado quanto maior for a corrente fornecida
pela fonte e menor o valor da capacidade C1. Portanto, este condensador tem que
assegurar, através do valor da sua capacidade, que a tensão Vi seja sempre superior em,
pelo menos 3V, à tensão Vo.
O valor da capacidade de C1 depende da finalidade da fonte. Se a carga a alimentar é
influenciada pelo ripple, este valor terá de ser pequeno, tipicamente 10% do valor da tensão
de saída.
Se o ripple não afecta grandemente a carga, este valor pode atingir os 40%.
O valor da tensão de ondulação (ripple) pico a pico numa rectificação de ½ onda pode ser
calculada a partir da seguinte expressão:


António Francisco                                                                          5
Circuitos electrónicos


                                                        I
                                              VRpp =
                                                       fC

e numa rectificação de onda completa a partir de:
                                                        I
                                              VRpp =
                                                       2fC

Se considerarmos para esta fonte um valor de ripple de 15% da tensão de saída temos:
                                        VRpp = 12x15%=1,8V

Como:
                           I       0,4
                C1 =           =           =2222μF ⇒ 2000μF (série E12)
                        2 fVRpp 2 x50 x1,8


Cálculo de Tr1
Sendo a rectificação realizada por uma montagem em ponte, a corrente em cada alternância
passa por dois díodos rectificadores, daí existir uma q.d.t. de 2x0,7V. A esta q.d.t. há ainda
que somar a q.d.t. devida ao ripple.




O valor máxima da tensão (pico) no secundário do transformador (Vsmáx) será de:
                                      Vsmáx = Vimin + VRpp + 2VF

Para garantir uma boa regulação do par díodo Zener-transístor é necessário que a tensão Vi
seja superior em pelo menos 3V à tensão Vo. Assim:
                                      Vi ≥ 3+Vo ≥ 3+12,3 ≥ 15,3
Deste modo, opta-se pelo valor da tensão de entrada mínima de:
                                              Vimin=16V

Como:                  Vsmáx = Vimin + VRpp + 2VF
                       Vsmáx = 16 + 1,8 + 2x0,7
                       Vsmáx = 19,2V

Com Vsmáx = 19,2V, a tensão eficaz no secundário do transformador vale:
              VS max
    VsRMS =            =13,5V,   como Io=400mA (dado do problema)
                 2

António Francisco                                                                           6
Circuitos electrónicos


a potência do transformador será de:

    P = VxI = 13,5x0,4=5,4VA

Tendo em conta as perdas e as potências fabricadas, opta-se por um transformador com as
seguintes características:
                                 Tensão 230/13,5V; Potência 6VA

Cálculo de D1...D4

Estes díodos têm de possuir tensão inversa (VR) e corrente directa (IF) superiores aos
seguintes valores:
                VR >Vsmáx        VR >19,2V
                IF >Io           IF >400mA

Além disso, os díodos têm de ser capazes de suportar o pico de corrente que acontece no
momento da ligação (o condensador electrolítico de filtragem comporta-se como um
curto-circuito nesse momento se estiver descarregado).

Neste caso, analisando o catálogo do fabricante, podem ser escolhidos quaisquer díodos da
série:
                                         1N 400X

Cálculo de R1

R1 terá de possuir um valor que garanta a passagem da corrente de Zener mínima
(Izmin=5mA) e um valor de corrente de base IB que, tendo em conta o ganho do transístor,
possibilite um Ic de 400mA.

Assim, se o transístor escolhido tiver um ganho mínimo de 40, o valor de IBmáx será de:

                                   Ic          400
                        IBmáx=             =       =10mA
                                 hFE min        40

A corrente total através de R1 terá o valor de:

                    IR1= IBmáx + Izmin
                       =10+5
                       =15mA
                                                  Vi - Vz
Sendo:              Vi = R1 IR1 + Vz ⇒ R1 =
                                                    IR1

Mesmo na condição mais desfavorável temos que garantir IR1=15mA. Esta situação
acontece para o valor mínimo de Vi ou seja 16V. Assim:
                           16 - 13
                    R1 =           = 200Ω ⇒ 180Ω (série E12)
                           15mA

Potência dissipada em R1

    P=RxI2 = 180x0,0152=0,04W
                                               R1=180Ω, 1/4W



António Francisco                                                                          7
Circuitos electrónicos


Escolha de T1 no catálogo

T1 é um transístor tipo NPN que, para ser escolhido no catálogo, são necessárias as
seguintes características:
                                    VCEmáx
                                    Icmax
                                    Ptot
                                    hFE

Cálculo de VCEmáx

VCEmáx acontece quando a carga está ligada e T1 está ao corte (IB=0). O seu valor é igual a
Vimax.

            Vimax = Vimin+ VRpp=16+1,8V=17,8V

                                         VCEmáx=17,8V

Cálculo de ICmáx

Valor fornecido no problema, ou seja:

                                         ICmáx=400mA

Cálculo de Ptot

A potência total dissipada pelo transístor vale:

                                          Ptot= VCEx IC

Esta potência pode-se determinar para o transístor a conduzir à máxima corrente de Ic
(400mA). Nesta condição VCE vale:
       VCE = Vi-Vo = 16-12,3 = 3,7V

       Ptot = 3,7x0,4=1,48W
                                          Ptot=1,48W

Cálculo de hFE

O valor de hFE foi escolhido quando do cálculo de IB.


Assim, para o transístor foram encontrados os seguintes valores:

                                   VCEmáx=17,8V
                                   Icmax=400mA
                                   Ptot=1,48W
                                   hFEmim=40
Pela análise do catálogo, e tendo em conta as características e o preço, uma das opções
possíveis é o transístor NPN com o código BD 135, cujos valores são os seguintes:
                                      VCEmáx=45V
                                      Icmax=1A
                                      Ptot=8W
                                      hFEmim=40


António Francisco                                                                        8
Circuitos electrónicos


Nota: Mesmo possuindo este transístor uma potência muito superior à necessária é
      aconselhável, devido ao seu aquecimento, montá-lo num dissipador de calor.

Cálculo da Ptot do díodo Zener
                                         Ptot=Vz x Iz
O díodo Zener possui uma tensão Vz de 13V, sendo o valor de Iz determinado para a
condição mais desfavorável para o díodo. Esta condição acontece quando a carga está
desligada. Neste caso, toda a corrente IR1 passa pelo díodo Zener. Assim, IZ tem o valor
máximo de:
                           Vi max - Vz 17,8 − 13
                  IZ max =            =          = 26,6mA
                               R1        180

                    Ptot=13x26,6mA=0,345W

O Zener escolhido terá as seguintes características:
                                     Vz=13V, Ptot=1W

Cálculo da tensão de trabalho de C1

A tensão de trabalho de C1 deve ser superior à tensão de pico a que o condensador está
sujeito, ou seja superior a Vimax.

                    Vimax =17,8V ⇒ VR(C1) = 25V

Cálculo de C2

O condensador electrolítico C2 destina-se a estabilizar a tensão Zener de modo que, a
tensão de saída varie o menos possível. O seu valor típico está compreendido entre 100μF
e 470μF, e, no caso desta montagem, a tensão de trabalho deve ser superior a Vz.

Cálculo do valor do fusível

O fusível destina-se a proteger a montagem, sendo o seu valor determinado a partir da
potência de saída da fonte. Esta vale:
     P=VoxIo=12,3x0,4=4,9W

Sendo a tensão de entrada de 230V e desprezando as perdas no transformador, a potência
no secundário, neste caso, será igual à do primário. Nestas condições:
                                                         4,9
                Pprim.=Psec. ⇒ 230xIfuse=4,9 ⇒ Ifuse =
                                                         230
                              Ifuse=21mA ⇒ 20mA




António Francisco                                                                      9
Circuitos electrónicos


1.3. FONTES COM INTEGRADOS REGULADORES DA SÉRIE 78XX

Os reguladores de tensão integrados da série 78XX possuem três terminais, são muito
robustos, de muito fácil montagem e simplificam consideravelmente a realização de fontes
de alimentação convencionais. Um único componente (IC) substitui toda uma montagem
mais ou menos complexa.


                                                E        S               +        78XX

                                                     M


                                               Vi                            Vo




                                                                         -
Fabricam-se reguladores para vários valores de tensão; “XX” indica o valor de tensão que o
integrado fornece.
Para que estes integrados funcionem correctamente é necessário que à sua entrada a
tensão seja pelo menos superior em 3V ao valor “XX”, não podendo essa tensão de entrada,
na maioria dos casos, ultrapassar os 35V.
Devido à simplicidade e baixo custo, é esta a solução normalmente utilizada quando se
pretendem realizar fontes de alimentação fixas que forneçam intensidades de corrente até
1A.
Como estes integrados possuem protecção contra curto-circuitos, sobrecargas e limitação
interna da temperatura, caso se deseje uma alimentação que forneça correntes próximas da
máxima (1A), o regulador terá de ser montado num dissipador de calor adequado, caso
contrário, as protecções actuam e ele reduz automaticamente a tensão de saída. Esta
tensão mantém-se baixa enquanto a temperatura no IC estiver acima do seu valor máximo
de funcionamento.
A potência dissipada (PD) pelos integrados reguladores calcula-se multiplicando a diferença
entre a tensão de entrada e a tensão de saída do integrado pela corrente máxima que a
fonte vai fornecer, PD=(Vi-Vo)xIo.


Função dos componentes
D1...D4 - Díodos rectificadores que terão de possuir características que lhes permitam
            suportar a máxima tensão inversa do secundário do transformador, a máxima
            corrente fornecida pela fonte e a corrente de pico no momento da ligação.
C1 - Condensador electrolítico que se destina a realizar a filtragem.
      Como regra prática podemos considerar por cada Ampère de corrente de saída, para
      fontes não criticas, o valor da capacidade de filtragem de 2200μF.
C2 - Condensador de plástico ou cerâmica, com valor típico 100nF, que se destina a realizar
      a filtragem das altas frequências.
C3 - Condensador com valor compreendido entre 0,1μF e alguns μF. Destina a realizar o
      desacoplamento de alta frequência.
      Este condensador é normalmente necessário nas alimentações de circuitos digitais
      devido às variações bruscas dos estados lógicos. Ele serve como reservatório de
      energia quando da mudança de estados (variações brusca da carga), ou seja, fornece
      energia durante o tempo que o IC regulador de tensão se adapta à nova situação.


António Francisco                                                                        10
Circuitos electrónicos


1.4. FONTE de ALIMENTAÇÃO VARIÁVEL




                                             E            S              +
                                                                                  LM 317T
                                                     Aj


                                                                             Vo




                                                                         -


A fonte deste circuito possui óptimas performances uma vez que é realizada com base num
IC específico para este tipo de aplicação, o regulador de tensão LM 317T.
Este integrado, quando colocado num dissipador de calor adequado, fornece correntes de
saída até 2A e tensões a partir de 1,25V.

O valor da tensão de saída (Vo) é obtido através do divisor de tensão formado pelas
resistências R1 e R2, e calculado a partir da seguinte expressão:

                                                     R2
                                    Vo =1,25 x (1+      )
                                                     R1

Se a resistência R2 for substituída por um potenciómetro, a tensão de saída varia desde
1,25V até ao máximo valor fornecido pela fonte.



As informações fornecidas para as fontes realizadas com os ICs 78XX também são válidas
para as fontes realizadas com o IC LM 317T.



Lista de material

                    R1= 220Ω, 1/4W
                    R2= Potenciómetro linear de 2,2kΩ
                    C1≥ 2200μF, electrolítico
                    C2= 100nF, plástico ou cerâmica
                    C3= C4= 10μF, electrolíticos
                    D1...D4 - Díodos 1N 5401 ou equivalentes
                    IC1= Regulador de tensão LM 317T




António Francisco                                                                           11
Circuitos electrónicos


2. FONTES de CORRENTE
2.1. REGULAÇÃO COM TRANSÍSTOR




A corrente que atravessa a resistência RE e consequentemente a que passa no LED (saída)
vale:
                                                VBE 0,7
                                  IC1 ≅ IE1 =       =
                                                 RE   RE
Ou seja, a corrente é praticamente constante (a tensão VBE tem o valor de
aproximadamente 0,7V).
A resistência R1 pode ter valor entre 10 KΩ e 22KΩ. Esta resistência destina-se a fornecer a
corrente IC de T2 e a corrente de base de T1, o seu valor não é crítico.

2.2. REGULAÇÃO COM DÍODO ZENER

     Sem comando




António Francisco                                                                        12
Circuitos electrónicos


Nesta montagem a corrente de saída, a que passa no LED e na resistência RE, vale:

                                               VZ − VBE
                                   IE ≅ IC =
                                                  RE

Esta corrente também é praticamente constante uma vez que a tensão VZ e VBE também o
são.
A resistência R1 destina-se a polarizar correctamente o díodo Zener e a fornecer a corrente
de base de T1.


     Com comando (0→1)




Aplicado um nível de tensão positivo na entrada (RB), Q1 entra em condução, o díodo D1 é
polarizado por RC e regula a sua tensão Zener.
Tal como no circuito anterior, a corrente que atravessa o LED vale:

                                               VZ − VBE
                                   IE ≅ IC =
                                                  RE

Desligada a tensão da entrada, Q1 deixa de conduzir e consequentemente Q2. Deste modo,
deixa de passar corrente no LED.
A resistência RC terá de possuir um valor que permita polarizar correctamente o díodo
Zener e garanta que a corrente IB2 seja a necessária para IC2 (IC2=hFExIB2).


3. OSCILADORES
Os osciladores, também designados por multivibradores astáveis, são circuitos cuja saída
não tem um estado estável, muda ciclicamente (0-1-0-1-0-1.......).
Os osciladores são muito utilizados em electrónica e podem ser obtidos a partir de circuitos
com: transístores, portas lógicas, amplificadores operacionais ou ICs específicos.
O valor da frequência de oscilação é determinado normalmente a partir do valor de uma
resistência e de um condensador.



António Francisco                                                                        13
Circuitos electrónicos


3 1. OSCILADORES A TRANSÍSTORES

3.1.1. Pisca pisca




Funcionamento

Neste circuito os transístores funcionam em comutação; quando T1 está ao corte T2 está
saturado e vice-versa, fazendo com que os leds acendam alternadamente.
Quando T1 satura acende L1 e descarrega C1, o que provoca que T2 seja colocado ao
corte e se apague L2. De seguida, C1 começa a carregar através de RB2 e quando a tensão
no terminal ”-” de C1 atinge o valor de aproximadamente 0,7V, o transístor T2 entra em
condução, vai para a zona de saturação e L2 acende-se.
Saturado T2, C2 é por ele descarregado e T1 colocado ao corte apagando-se L1. Depois,
C2 começa a carregar-se através de RB1 e quando a tensão no seu terminal ”-” atinge o
valor de aproximadamente 0,7V, T1 entra outra vez em condução, repetindo-se o processo.

As resistências RB1 e RB2 devem possuir um valor que permita saturar os respectivos
transístores.
Se RB1=RB2=R e C1=C2=C o oscilador será simétrico, gera uma onda quadrada cujo período
vale:
                                     T=1,4RC


EXEMPLO: Realização de um oscilador com um período T=1s.

Cálculo de RC1 e RC2
                      Vcc=VF+RC1IC1+VCEsat          Vcc=12V (tensão da alimentação)
                                                    VF=2V (q.d.t. nos leds)
                                                    IC1=IC2=IF=10mA (corrente nos leds)
                                                    VCEsat=0V
                    Vcc − VF − VCEsat 12 − 2 − 0
       RC1=RC2 =                     =           = 1kΩ
                           IF           10mA

                                     RC1=RC2=1kΩ, 1/4W

Se os transístores escolhidos forem os BC 337-25, as suas características são:


António Francisco                                                                         14
Circuitos electrónicos


                                            VCEmáx=45V
                                            ICmáx=500mA
                                            Ptot=0,8W
                                            hFEmin=160

Como os transístores vão trabalhar ao corte e saturação, o valor de IB será zero ou:

                Ic                     IF           10
          IB=         ⇒ IB1 =IB2 =             =       = 0,06mA (valor máximo de IB)
                hFE                  hFE min       160

Cálculo de RB1 e RB2
       Vcc=RB1IB1+VBE
                 Vcc − VBE 12 − 0,7
       RB1=RB2 =          =         = 188kΩ ⇒ 180kΩ (série E12)
                    IB1     0,06mA

                                               RB1=RB2=180kΩ

Cálculo de C1 e C2
       T=1,4RB1C1
                  T       1
       C1=C2 =      =          =3,9µF ⇒ 4,7µF (série E12)
               14RB1 1,4 x180k
                ,

                                            C1=C2=4,7μF / 16V

Com os valores indicados; RB1=RB2=180kΩ e C1=C2=4,7µF, o oscilador tem o período de:
                                T=1,4RC=1,4x180kx4,7µ=1,18s



3.1.2. Besouro




3.2. OSCILADORES COM ICs

3.2.1. Oscilador com o IC 741



António Francisco                                                                                  15
Circuitos electrónicos




                                                                             741
                                   3   7
                                           6

                                   2   4




O período da oscilação depende do valor de R1 e C1. Com R2=R3=R4 o valor do período é
dado por:
                                      T=1,4R1C1

As resistências R3 e R4 são necessárias para criar uma massa fictícia na entrada “+” do IC,
uma vez que o amplificador não é alimentado com tensão simétrica. Estas resistências têm
de ser iguais.
Com os valores indicados no esquema, o oscilador tem um período de 1seg.



3.2.2. Oscilador com o IC 555




A oscilação à saída (terminal 3) tem o valor alto durante o tempo
                                       t1=0,693(R1+R2)C1
e o valor baixo durante o tempo:
                                           t0=0,693R2C1



António Francisco                                                                       16
Circuitos electrónicos


Sendo o período da oscilação dado por:

                              T=t0+t1 = 0,693(R1+2R2)C1

Ao quociente entre o tempo no estado alto e o período dá-se o nome de factor de ciclo “D”
(duty cycle).
                                               t1
                                          D=
                                               T

Se R2>>R1 a forma de onda será quadrada e neste caso o período vale:

                                         T=1,4R1C1
E o factor de ciclo vale:
                                   D=1/2=0,5 ⇒ 50%

A alteração do valor da frequência de oscilação é obtida por variação da resistência do
potenciómetro ou por alteração do valor de C1. O valor de R1 deve ser R1 ≥ 1kΩ.



3.2.3. Oscilador com portas lógicas (MOS)

3.2.3.1. Sem comando
Uma vez ligada a alimentação do IC, a saída gera uma onda quadrada.

a) Com inversores




b) Com inversor Schmitt trigger




3.2.3.2. Com comando
Neste caso, existe um terminal (in) que conforme o estado ”0” ou ”1” bloqueia ou não a
oscilação do oscilador.




António Francisco                                                                      17
Circuitos electrónicos


a) Com Nors



                                                           in



                                                           out




Se a entrada estiver a ”1” o oscilador está bloqueado, quando a entrada vai a ”0” o oscilador
começa a oscilar.


b) Com Nands



                                                               in



                                                               out




Se a entrada estiver a ”0” o oscilador está bloqueado, quando a entrada vai a ”1” o oscilador
começa a oscilar.


c) Com Nand Schmitt trigger



                                                          in


                                                          out




Se a entrada estiver a ”1” o oscilador está bloqueado, quando a entrada vai a ”0” o oscilador
começa a oscilar.

Notas:
• A resistência R’ pode ser ou não utilizada nas várias montagens. Ela destina-se a tornar a
  frequência de oscilação independente da tensão de alimentação do IC, caso se utilize, o
  seu valor deve ser: R’ >> R
• Nas montagens anteriores o período da oscilação sem a resistência R’ e no caso de se
  utilizarem portas MOS vale: T ≅ 1,6RC
• Com a resistência R’≅10R o período vale: T ≅ 2,2RC
• Em todas as montagens o condensador ”C” é despolarizado. Se se necessitar de um
  condensador de alguns “µF” esse valor pode ser obtido a partir de dois condensadores
  electrolíticos iguais ligados em anti-série:




António Francisco                                                                         18
Circuitos electrónicos


4. TEMPORIZADORES
Os temporizadores, também designados por multivibradores monoestáveis, são circuitos
cuja saída muda de estado apenas durante um tempo pré-estabelecido.
Estes circuitos têm de possuir uma entrada para possibilitar o seu disparo (mudança de
estado da saída).
Tal como nos osciladores, o tempo que a saída muda de estado, isto é, a temporização do
temporizador, depende da capacidade de um condensador e do valor de uma resistência.

4.1. TEMPORIZADOR COM O IC 555




                                                             in



                                                                             T≅1,1RC




                                                                  out




Aplicando na entrada (in) um impulso “1→0”, a saída (out) vai a “1” durante um tempo que
vale:
                                       T=1,1RC


4.2. TEMPORIZADORES COM PORTAS LÓGICAS (MOS)

a) Com Nors



                                                            in


                                                                        T≅0,7RC


                                  1
                                                            out




Aplicado à entrada um impulso “0→1”, a saída vai a “1” durante o tempo:

                                        T ≅ 0,7RC




António Francisco                                                                                    19
Circuitos electrónicos


b) Com Nands



                                                                in


                                                                          T≅0,7RC

                                    0
                                                                 out




Aplicado à entrada um impulso “1→0”, a saída vai a “0” durante o tempo:

                                          T ≅ 0,7RC


4.3. TEMPORIZADOR COM FLIP-FLOP TIPO D



                         SD
                                                          in

                    CP
                         CD
                                                                       T≅0,7RC




                                                          out




                                1


                                        R1=1MΩ

• A saída pode ser retirada do terminal Q ou Q’, os sinais são complementares.

• Caso não se coloque o díodo D1 o temporizador pode ser redisparado durante a
  temporização.

• A temporização deste temporizador é determinada pela seguinte expressão:

                                          T ≅ 0,7RC



Atenção!
Em todos as montagens atrás referidas e sempre que se trate de ICs de tecnologia MOS
(série 4000 e 74HC) não se podem deixar as entradas não utilizadas no “ar”. Isso provoca a
instabilização do circuito. As entradas não ligadas podem assumir o valor “0” ou “1”.
Assim, as entradas não utilizadas têm de ser ligadas directamente ou através de
resistências ao “+” ou “-” da alimentação, ou a saídas de outras portas lógicas.




António Francisco                                                                             20

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Circuitos elétricos: fontes de alimentação, osciladores e temporizadores

  • 1. CIRCUITOS ELECTRÓNICOS FONTES de ALIMENTAÇÃO FONTES de CORRENTE OSCILADORES TEMPORIZADORES António M. S. Francisco Actualizado Março de 2006
  • 2. Circuitos electrónicos ÍNDICE 1. Fontes de Alimentação .................................................................................................... 2 1.1. Fontes de alimentação sem transformador ................................................................ 2 1.2. Fonte de alimentação com transístor regulador série ................................................ 5 1.3. Fontes de alimentação com integrados reguladores da série 78XX ........................ 10 1.4. Fonte de alimentação variável .................................................................................. 11 2. Fontes de Corrente ........................................................................................................12 2.1. Regulação com transístor ......................................................................................... 12 2.2. Regulação com díodo Zener sem comando ............................................................. 12 2.2. Regulação com díodo Zener com comando ............................................................. 13 3. Osciladores ..................................................................................................................... 13 3.1. Oscilador a transístores ............................................................................................ 14 3.1.1. Pisca-pisca ..................................................................................................... 14 3.1.2. Besouro .......................................................................................................... 15 3.2. Osciladores com ICs................................................................................................. 15 3.2.1. Oscilador com o IC 741 .................................................................................. 15 3.2.2. Oscilador com o IC 555 .................................................................................. 16 3.2.3. Osciladores com portas lógicas ...................................................................... 17 4. Temporizadores.............................................................................................................. 19 4.1. Temporizador com o IC 555 ..................................................................................... 19 4.2. Temporizadores com portas lógicas ......................................................................... 19 4.3. Temporizador com flip-flop tipo D ............................................................................. 20 INTERNET: Outras publicações do autor em: http://amsfrancisco.planetaclix.pt http://automatos.planetaclix.pt http://motores.planetaclix.pt António Francisco 1
  • 3. Circuitos electrónicos 1. FONTES DE TENSÃO As fontes de tensão, também designadas por fonte de alimentação, quando alimentadas a partir da rede, obedecem à seguinte estrutura: Rede ⇒ Redução de tensão ⇒ Rectificação ⇒ Filtragem ⇒ Regulação 230Vac Transformador Díodos Condensador Díodo Zener, ou condensador electrolítico Transístores, de plástico ou ICs 1.1. FONTES DE ALIMENTAÇÃO SEM TRANSFORMADOR Desde que as correntes a fornecer pelas alimentações sejam da ordem das poucas dezenas de mA, as fontes podem ser realizadas sem se utilizarem transformadores. Contudo, neste tipo de alimentações o potencial da rede está presente nos terminais da fonte, com perigo de choque eléctrico para o utilizador, daí terem de ser tomadas as devidas precauções de isolamento e manuseamento das montagens. Tal como nas fontes que utilizam transformador, a primeira situação a resolver é reduzir os 230V da rede para um valor muito mais baixo; 6, 9, 12V ou outro. A solução, adoptada neste tipo de fontes, consiste em utilizar a oposição à corrente alternada, provocada pela reactância capacitiva (Xc) de um condensador, para se conseguir a queda de tensão (q.d.t.) necessária à redução da tensão. 1 Xc = 2πfC Deste modo evita-se a utilização de um transformador que é o elemento mais caro da montagem. Como a potência activa dissipada pelo condensador é nula, não existem perdas. Circuito 1 + 230Vac Vo - Circuito 2 + 230Vac Vo - António Francisco 2
  • 4. Circuitos electrónicos • Nos circuitos 1 e 2 é realizada a rectificação de meia onda. • No circuito 1 com a carga desligada a totalidade da corrente AC passa pelo Zener. • No circuito 2 com a carga desligada passa pelo Zener metade da corrente total, a outra metade passa por D2. • Entre o circuito 1 e 2 a diferença principal está nas características do díodo Zener, ele está sujeito a um maior esforço no circuito 1. Exemplo: Cálculo do valor dos componentes para uma alimentação de 12VDC com uma intensidade de corrente de saída (Io) de 30mA. Cálculo de C1 O condensador C1 é o elemento fundamental do circuito, a corrente de saída da fonte depende, essencialmente, do valor da sua reactância capacitiva. Como a q.d.t. em R1, R2, e nos díodos, face à q.d.t. em C1, é muito pequena pode-se desprezar. Realizando o circuito rectificação de meia onda, podemos considerar a corrente total no condensador (Ic) igual a duas vezes a corrente de saída (2xIo); soma da alternância positiva com a alternância negativa. Assim: Vi Vi = Xc.Ic ⇒ Xc = Ic Fazendo Ic=2xIo, o valor de Xc será: 230V =3833Ω Xc = 2x30mA 1 1 1 Sendo: Xc = ⇒ C= = =0,83μF 2πfC 2πfXc 2x3,14x50x3833 C1 = 1μF, 400V (série E12) A tensão de trabalho do condensador (VR) terá de ser 400V, visto o condensador estar sujeito a uma tensão de pico de 2 x230 = 325V. Outros componentes R1 - Resistência que se destina a limitar a corrente de pico que atravessa o díodo Zener no caso de, no momento da ligação, a tensão da rede passar por um valor elevado. (Um condensador no momento da aplicação de tensão representa um curto-circuito. Assim, se se ligar a alimentação no preciso momento em que a tensão é máxima, ( 2 x230), a totalidade dessa tensão, se não se utilizasse a resistência R1, seria aplicada aos terminais do Zener o que o inutilizava). R1 = 47Ω a 100Ω, ≥2W R2 - Resistência que se destina a descarregar o condensador C1 quando se desliga os 230V da rede. R2 = 220kΩ, 1/2 W António Francisco 3
  • 5. Circuitos electrónicos D1 e D2 - Díodos rectificadores de silício D1=D2 = 1N 4004 Díodos de tensão directa VR=400V, corrente directa IF=1A e corrente directa repetitiva de pico IFRM= 50A. Estes díodos possuem características que ultrapassam em muito as necessárias para o circuito. No entanto, são estes os díodos normalmente utilizados devido ao seu baixo custo. Dz - Díodo Zener que se destina a regular a tensão de saída. • No circuito 1, caso se desligue a carga, a totalidade da corrente (alternância positiva e alternância negativa) atravessa o díodo. Nesta situação, a potência máxima a que o Zener está sujeito vale: Ptot=VzxIc=12x60mA=0,72W Como o díodo, para garantir a sua fiabilidade, deve possuir pelo menos o dobro da potência calculada, o Zener a utilizar deve ter as seguintes características: Dz = 12V / 1,5W • No circuito 2 com a carga desligada, passa pelo Zener metade da corrente total, a que corresponde a uma alternância. A corrente da outra alternância passa pelo díodo D2. Daí, a potência máxima a que ele está sujeito valer: Ic Ptot = Vzx = 12x30mA = 0,36W 2 Pelas razões apontadas para o circuito 1, o díodo Zener, neste caso, terá as seguintes características: Dz = 12V, 1W C2 - Condensador electrolítico que se destina a realizar a filtragem. O seu valor deve estar compreendido entre 100 e 470μF e possuir uma tensão de trabalho (VR) superior ao valor de Vz. Nota: Para se obter uma fonte de alimentação que forneça a mesma corrente, mas com tensão de saída diferente, terá de se substituir, nos circuitos, o díodo Zener por outro com a tensão Vz pretendida. Atenção! A tensão fornecida por estas fontes está ao potencial da rede, pelo que se devem tomar as devidas precauções de isolamento e manuseamento nos circuitos com ela alimentados. António Francisco 4
  • 6. Circuitos electrónicos 1.2. FONTE DE ALIMENTAÇÃO COM TRANSÍSTOR REGULADOR SÉRIE 230Vac VS + VR1 VBE Vi VO VZ – Funcionamento: Pela analise da malha de saída do circuito verificamos que a tensão de saída (Vo) é igual a: Vo = Vz - VBE Como a tensão Vz e VBE são valores praticamente constantes, a tensão de saída Vo varia muito pouco. Deste modo, quer varie a corrente fornecida pela fonte ou a tensão de entrada Vi, a tensão de saída (dentro de determinados limites) mantém-se praticamente constante. EXEMPLO: Determinar os valores dos componentes para uma fonte de 12V, 400mA Em primeiro lugar há que escolher a tensão Vz do díodo Zener para a tensão de saída pretendida. Como se pretende Vo=12V, o díodo Zener que possibilita o valor mais próximo é o que possui Vz=13V, uma vez que a tensão VBE ≅0,7V. Vo = Vz - VBE = 13 - 0,7 = 12,3V A fonte, em vez de possuir uma tensão de saída de 12V, terá de possui uma tensão de 12,3V. Neste tipo de fonte para que seja possível uma boa regulação do par transístor de saída-díodo Zener é necessário que a tensão de entrada Vi seja superior, em pelo menos 3V, em relação à tensão de saída Vo. Contudo, não é conveniente aumentar muito a tensão de entrada, através do aumento do valor da tensão do secundário do transformador, porque isso aumenta e muito a dissipação de potência no transístor. Cálculo de C1 A tensão Vi possui ripple, que é tanto mais acentuado quanto maior for a corrente fornecida pela fonte e menor o valor da capacidade C1. Portanto, este condensador tem que assegurar, através do valor da sua capacidade, que a tensão Vi seja sempre superior em, pelo menos 3V, à tensão Vo. O valor da capacidade de C1 depende da finalidade da fonte. Se a carga a alimentar é influenciada pelo ripple, este valor terá de ser pequeno, tipicamente 10% do valor da tensão de saída. Se o ripple não afecta grandemente a carga, este valor pode atingir os 40%. O valor da tensão de ondulação (ripple) pico a pico numa rectificação de ½ onda pode ser calculada a partir da seguinte expressão: António Francisco 5
  • 7. Circuitos electrónicos I VRpp = fC e numa rectificação de onda completa a partir de: I VRpp = 2fC Se considerarmos para esta fonte um valor de ripple de 15% da tensão de saída temos: VRpp = 12x15%=1,8V Como: I 0,4 C1 = = =2222μF ⇒ 2000μF (série E12) 2 fVRpp 2 x50 x1,8 Cálculo de Tr1 Sendo a rectificação realizada por uma montagem em ponte, a corrente em cada alternância passa por dois díodos rectificadores, daí existir uma q.d.t. de 2x0,7V. A esta q.d.t. há ainda que somar a q.d.t. devida ao ripple. O valor máxima da tensão (pico) no secundário do transformador (Vsmáx) será de: Vsmáx = Vimin + VRpp + 2VF Para garantir uma boa regulação do par díodo Zener-transístor é necessário que a tensão Vi seja superior em pelo menos 3V à tensão Vo. Assim: Vi ≥ 3+Vo ≥ 3+12,3 ≥ 15,3 Deste modo, opta-se pelo valor da tensão de entrada mínima de: Vimin=16V Como: Vsmáx = Vimin + VRpp + 2VF Vsmáx = 16 + 1,8 + 2x0,7 Vsmáx = 19,2V Com Vsmáx = 19,2V, a tensão eficaz no secundário do transformador vale: VS max VsRMS = =13,5V, como Io=400mA (dado do problema) 2 António Francisco 6
  • 8. Circuitos electrónicos a potência do transformador será de: P = VxI = 13,5x0,4=5,4VA Tendo em conta as perdas e as potências fabricadas, opta-se por um transformador com as seguintes características: Tensão 230/13,5V; Potência 6VA Cálculo de D1...D4 Estes díodos têm de possuir tensão inversa (VR) e corrente directa (IF) superiores aos seguintes valores: VR >Vsmáx VR >19,2V IF >Io IF >400mA Além disso, os díodos têm de ser capazes de suportar o pico de corrente que acontece no momento da ligação (o condensador electrolítico de filtragem comporta-se como um curto-circuito nesse momento se estiver descarregado). Neste caso, analisando o catálogo do fabricante, podem ser escolhidos quaisquer díodos da série: 1N 400X Cálculo de R1 R1 terá de possuir um valor que garanta a passagem da corrente de Zener mínima (Izmin=5mA) e um valor de corrente de base IB que, tendo em conta o ganho do transístor, possibilite um Ic de 400mA. Assim, se o transístor escolhido tiver um ganho mínimo de 40, o valor de IBmáx será de: Ic 400 IBmáx= = =10mA hFE min 40 A corrente total através de R1 terá o valor de: IR1= IBmáx + Izmin =10+5 =15mA Vi - Vz Sendo: Vi = R1 IR1 + Vz ⇒ R1 = IR1 Mesmo na condição mais desfavorável temos que garantir IR1=15mA. Esta situação acontece para o valor mínimo de Vi ou seja 16V. Assim: 16 - 13 R1 = = 200Ω ⇒ 180Ω (série E12) 15mA Potência dissipada em R1 P=RxI2 = 180x0,0152=0,04W R1=180Ω, 1/4W António Francisco 7
  • 9. Circuitos electrónicos Escolha de T1 no catálogo T1 é um transístor tipo NPN que, para ser escolhido no catálogo, são necessárias as seguintes características: VCEmáx Icmax Ptot hFE Cálculo de VCEmáx VCEmáx acontece quando a carga está ligada e T1 está ao corte (IB=0). O seu valor é igual a Vimax. Vimax = Vimin+ VRpp=16+1,8V=17,8V VCEmáx=17,8V Cálculo de ICmáx Valor fornecido no problema, ou seja: ICmáx=400mA Cálculo de Ptot A potência total dissipada pelo transístor vale: Ptot= VCEx IC Esta potência pode-se determinar para o transístor a conduzir à máxima corrente de Ic (400mA). Nesta condição VCE vale: VCE = Vi-Vo = 16-12,3 = 3,7V Ptot = 3,7x0,4=1,48W Ptot=1,48W Cálculo de hFE O valor de hFE foi escolhido quando do cálculo de IB. Assim, para o transístor foram encontrados os seguintes valores: VCEmáx=17,8V Icmax=400mA Ptot=1,48W hFEmim=40 Pela análise do catálogo, e tendo em conta as características e o preço, uma das opções possíveis é o transístor NPN com o código BD 135, cujos valores são os seguintes: VCEmáx=45V Icmax=1A Ptot=8W hFEmim=40 António Francisco 8
  • 10. Circuitos electrónicos Nota: Mesmo possuindo este transístor uma potência muito superior à necessária é aconselhável, devido ao seu aquecimento, montá-lo num dissipador de calor. Cálculo da Ptot do díodo Zener Ptot=Vz x Iz O díodo Zener possui uma tensão Vz de 13V, sendo o valor de Iz determinado para a condição mais desfavorável para o díodo. Esta condição acontece quando a carga está desligada. Neste caso, toda a corrente IR1 passa pelo díodo Zener. Assim, IZ tem o valor máximo de: Vi max - Vz 17,8 − 13 IZ max = = = 26,6mA R1 180 Ptot=13x26,6mA=0,345W O Zener escolhido terá as seguintes características: Vz=13V, Ptot=1W Cálculo da tensão de trabalho de C1 A tensão de trabalho de C1 deve ser superior à tensão de pico a que o condensador está sujeito, ou seja superior a Vimax. Vimax =17,8V ⇒ VR(C1) = 25V Cálculo de C2 O condensador electrolítico C2 destina-se a estabilizar a tensão Zener de modo que, a tensão de saída varie o menos possível. O seu valor típico está compreendido entre 100μF e 470μF, e, no caso desta montagem, a tensão de trabalho deve ser superior a Vz. Cálculo do valor do fusível O fusível destina-se a proteger a montagem, sendo o seu valor determinado a partir da potência de saída da fonte. Esta vale: P=VoxIo=12,3x0,4=4,9W Sendo a tensão de entrada de 230V e desprezando as perdas no transformador, a potência no secundário, neste caso, será igual à do primário. Nestas condições: 4,9 Pprim.=Psec. ⇒ 230xIfuse=4,9 ⇒ Ifuse = 230 Ifuse=21mA ⇒ 20mA António Francisco 9
  • 11. Circuitos electrónicos 1.3. FONTES COM INTEGRADOS REGULADORES DA SÉRIE 78XX Os reguladores de tensão integrados da série 78XX possuem três terminais, são muito robustos, de muito fácil montagem e simplificam consideravelmente a realização de fontes de alimentação convencionais. Um único componente (IC) substitui toda uma montagem mais ou menos complexa. E S + 78XX M Vi Vo - Fabricam-se reguladores para vários valores de tensão; “XX” indica o valor de tensão que o integrado fornece. Para que estes integrados funcionem correctamente é necessário que à sua entrada a tensão seja pelo menos superior em 3V ao valor “XX”, não podendo essa tensão de entrada, na maioria dos casos, ultrapassar os 35V. Devido à simplicidade e baixo custo, é esta a solução normalmente utilizada quando se pretendem realizar fontes de alimentação fixas que forneçam intensidades de corrente até 1A. Como estes integrados possuem protecção contra curto-circuitos, sobrecargas e limitação interna da temperatura, caso se deseje uma alimentação que forneça correntes próximas da máxima (1A), o regulador terá de ser montado num dissipador de calor adequado, caso contrário, as protecções actuam e ele reduz automaticamente a tensão de saída. Esta tensão mantém-se baixa enquanto a temperatura no IC estiver acima do seu valor máximo de funcionamento. A potência dissipada (PD) pelos integrados reguladores calcula-se multiplicando a diferença entre a tensão de entrada e a tensão de saída do integrado pela corrente máxima que a fonte vai fornecer, PD=(Vi-Vo)xIo. Função dos componentes D1...D4 - Díodos rectificadores que terão de possuir características que lhes permitam suportar a máxima tensão inversa do secundário do transformador, a máxima corrente fornecida pela fonte e a corrente de pico no momento da ligação. C1 - Condensador electrolítico que se destina a realizar a filtragem. Como regra prática podemos considerar por cada Ampère de corrente de saída, para fontes não criticas, o valor da capacidade de filtragem de 2200μF. C2 - Condensador de plástico ou cerâmica, com valor típico 100nF, que se destina a realizar a filtragem das altas frequências. C3 - Condensador com valor compreendido entre 0,1μF e alguns μF. Destina a realizar o desacoplamento de alta frequência. Este condensador é normalmente necessário nas alimentações de circuitos digitais devido às variações bruscas dos estados lógicos. Ele serve como reservatório de energia quando da mudança de estados (variações brusca da carga), ou seja, fornece energia durante o tempo que o IC regulador de tensão se adapta à nova situação. António Francisco 10
  • 12. Circuitos electrónicos 1.4. FONTE de ALIMENTAÇÃO VARIÁVEL E S + LM 317T Aj Vo - A fonte deste circuito possui óptimas performances uma vez que é realizada com base num IC específico para este tipo de aplicação, o regulador de tensão LM 317T. Este integrado, quando colocado num dissipador de calor adequado, fornece correntes de saída até 2A e tensões a partir de 1,25V. O valor da tensão de saída (Vo) é obtido através do divisor de tensão formado pelas resistências R1 e R2, e calculado a partir da seguinte expressão: R2 Vo =1,25 x (1+ ) R1 Se a resistência R2 for substituída por um potenciómetro, a tensão de saída varia desde 1,25V até ao máximo valor fornecido pela fonte. As informações fornecidas para as fontes realizadas com os ICs 78XX também são válidas para as fontes realizadas com o IC LM 317T. Lista de material R1= 220Ω, 1/4W R2= Potenciómetro linear de 2,2kΩ C1≥ 2200μF, electrolítico C2= 100nF, plástico ou cerâmica C3= C4= 10μF, electrolíticos D1...D4 - Díodos 1N 5401 ou equivalentes IC1= Regulador de tensão LM 317T António Francisco 11
  • 13. Circuitos electrónicos 2. FONTES de CORRENTE 2.1. REGULAÇÃO COM TRANSÍSTOR A corrente que atravessa a resistência RE e consequentemente a que passa no LED (saída) vale: VBE 0,7 IC1 ≅ IE1 = = RE RE Ou seja, a corrente é praticamente constante (a tensão VBE tem o valor de aproximadamente 0,7V). A resistência R1 pode ter valor entre 10 KΩ e 22KΩ. Esta resistência destina-se a fornecer a corrente IC de T2 e a corrente de base de T1, o seu valor não é crítico. 2.2. REGULAÇÃO COM DÍODO ZENER Sem comando António Francisco 12
  • 14. Circuitos electrónicos Nesta montagem a corrente de saída, a que passa no LED e na resistência RE, vale: VZ − VBE IE ≅ IC = RE Esta corrente também é praticamente constante uma vez que a tensão VZ e VBE também o são. A resistência R1 destina-se a polarizar correctamente o díodo Zener e a fornecer a corrente de base de T1. Com comando (0→1) Aplicado um nível de tensão positivo na entrada (RB), Q1 entra em condução, o díodo D1 é polarizado por RC e regula a sua tensão Zener. Tal como no circuito anterior, a corrente que atravessa o LED vale: VZ − VBE IE ≅ IC = RE Desligada a tensão da entrada, Q1 deixa de conduzir e consequentemente Q2. Deste modo, deixa de passar corrente no LED. A resistência RC terá de possuir um valor que permita polarizar correctamente o díodo Zener e garanta que a corrente IB2 seja a necessária para IC2 (IC2=hFExIB2). 3. OSCILADORES Os osciladores, também designados por multivibradores astáveis, são circuitos cuja saída não tem um estado estável, muda ciclicamente (0-1-0-1-0-1.......). Os osciladores são muito utilizados em electrónica e podem ser obtidos a partir de circuitos com: transístores, portas lógicas, amplificadores operacionais ou ICs específicos. O valor da frequência de oscilação é determinado normalmente a partir do valor de uma resistência e de um condensador. António Francisco 13
  • 15. Circuitos electrónicos 3 1. OSCILADORES A TRANSÍSTORES 3.1.1. Pisca pisca Funcionamento Neste circuito os transístores funcionam em comutação; quando T1 está ao corte T2 está saturado e vice-versa, fazendo com que os leds acendam alternadamente. Quando T1 satura acende L1 e descarrega C1, o que provoca que T2 seja colocado ao corte e se apague L2. De seguida, C1 começa a carregar através de RB2 e quando a tensão no terminal ”-” de C1 atinge o valor de aproximadamente 0,7V, o transístor T2 entra em condução, vai para a zona de saturação e L2 acende-se. Saturado T2, C2 é por ele descarregado e T1 colocado ao corte apagando-se L1. Depois, C2 começa a carregar-se através de RB1 e quando a tensão no seu terminal ”-” atinge o valor de aproximadamente 0,7V, T1 entra outra vez em condução, repetindo-se o processo. As resistências RB1 e RB2 devem possuir um valor que permita saturar os respectivos transístores. Se RB1=RB2=R e C1=C2=C o oscilador será simétrico, gera uma onda quadrada cujo período vale: T=1,4RC EXEMPLO: Realização de um oscilador com um período T=1s. Cálculo de RC1 e RC2 Vcc=VF+RC1IC1+VCEsat Vcc=12V (tensão da alimentação) VF=2V (q.d.t. nos leds) IC1=IC2=IF=10mA (corrente nos leds) VCEsat=0V Vcc − VF − VCEsat 12 − 2 − 0 RC1=RC2 = = = 1kΩ IF 10mA RC1=RC2=1kΩ, 1/4W Se os transístores escolhidos forem os BC 337-25, as suas características são: António Francisco 14
  • 16. Circuitos electrónicos VCEmáx=45V ICmáx=500mA Ptot=0,8W hFEmin=160 Como os transístores vão trabalhar ao corte e saturação, o valor de IB será zero ou: Ic IF 10 IB= ⇒ IB1 =IB2 = = = 0,06mA (valor máximo de IB) hFE hFE min 160 Cálculo de RB1 e RB2 Vcc=RB1IB1+VBE Vcc − VBE 12 − 0,7 RB1=RB2 = = = 188kΩ ⇒ 180kΩ (série E12) IB1 0,06mA RB1=RB2=180kΩ Cálculo de C1 e C2 T=1,4RB1C1 T 1 C1=C2 = = =3,9µF ⇒ 4,7µF (série E12) 14RB1 1,4 x180k , C1=C2=4,7μF / 16V Com os valores indicados; RB1=RB2=180kΩ e C1=C2=4,7µF, o oscilador tem o período de: T=1,4RC=1,4x180kx4,7µ=1,18s 3.1.2. Besouro 3.2. OSCILADORES COM ICs 3.2.1. Oscilador com o IC 741 António Francisco 15
  • 17. Circuitos electrónicos 741 3 7 6 2 4 O período da oscilação depende do valor de R1 e C1. Com R2=R3=R4 o valor do período é dado por: T=1,4R1C1 As resistências R3 e R4 são necessárias para criar uma massa fictícia na entrada “+” do IC, uma vez que o amplificador não é alimentado com tensão simétrica. Estas resistências têm de ser iguais. Com os valores indicados no esquema, o oscilador tem um período de 1seg. 3.2.2. Oscilador com o IC 555 A oscilação à saída (terminal 3) tem o valor alto durante o tempo t1=0,693(R1+R2)C1 e o valor baixo durante o tempo: t0=0,693R2C1 António Francisco 16
  • 18. Circuitos electrónicos Sendo o período da oscilação dado por: T=t0+t1 = 0,693(R1+2R2)C1 Ao quociente entre o tempo no estado alto e o período dá-se o nome de factor de ciclo “D” (duty cycle). t1 D= T Se R2>>R1 a forma de onda será quadrada e neste caso o período vale: T=1,4R1C1 E o factor de ciclo vale: D=1/2=0,5 ⇒ 50% A alteração do valor da frequência de oscilação é obtida por variação da resistência do potenciómetro ou por alteração do valor de C1. O valor de R1 deve ser R1 ≥ 1kΩ. 3.2.3. Oscilador com portas lógicas (MOS) 3.2.3.1. Sem comando Uma vez ligada a alimentação do IC, a saída gera uma onda quadrada. a) Com inversores b) Com inversor Schmitt trigger 3.2.3.2. Com comando Neste caso, existe um terminal (in) que conforme o estado ”0” ou ”1” bloqueia ou não a oscilação do oscilador. António Francisco 17
  • 19. Circuitos electrónicos a) Com Nors in out Se a entrada estiver a ”1” o oscilador está bloqueado, quando a entrada vai a ”0” o oscilador começa a oscilar. b) Com Nands in out Se a entrada estiver a ”0” o oscilador está bloqueado, quando a entrada vai a ”1” o oscilador começa a oscilar. c) Com Nand Schmitt trigger in out Se a entrada estiver a ”1” o oscilador está bloqueado, quando a entrada vai a ”0” o oscilador começa a oscilar. Notas: • A resistência R’ pode ser ou não utilizada nas várias montagens. Ela destina-se a tornar a frequência de oscilação independente da tensão de alimentação do IC, caso se utilize, o seu valor deve ser: R’ >> R • Nas montagens anteriores o período da oscilação sem a resistência R’ e no caso de se utilizarem portas MOS vale: T ≅ 1,6RC • Com a resistência R’≅10R o período vale: T ≅ 2,2RC • Em todas as montagens o condensador ”C” é despolarizado. Se se necessitar de um condensador de alguns “µF” esse valor pode ser obtido a partir de dois condensadores electrolíticos iguais ligados em anti-série: António Francisco 18
  • 20. Circuitos electrónicos 4. TEMPORIZADORES Os temporizadores, também designados por multivibradores monoestáveis, são circuitos cuja saída muda de estado apenas durante um tempo pré-estabelecido. Estes circuitos têm de possuir uma entrada para possibilitar o seu disparo (mudança de estado da saída). Tal como nos osciladores, o tempo que a saída muda de estado, isto é, a temporização do temporizador, depende da capacidade de um condensador e do valor de uma resistência. 4.1. TEMPORIZADOR COM O IC 555 in T≅1,1RC out Aplicando na entrada (in) um impulso “1→0”, a saída (out) vai a “1” durante um tempo que vale: T=1,1RC 4.2. TEMPORIZADORES COM PORTAS LÓGICAS (MOS) a) Com Nors in T≅0,7RC 1 out Aplicado à entrada um impulso “0→1”, a saída vai a “1” durante o tempo: T ≅ 0,7RC António Francisco 19
  • 21. Circuitos electrónicos b) Com Nands in T≅0,7RC 0 out Aplicado à entrada um impulso “1→0”, a saída vai a “0” durante o tempo: T ≅ 0,7RC 4.3. TEMPORIZADOR COM FLIP-FLOP TIPO D SD in CP CD T≅0,7RC out 1 R1=1MΩ • A saída pode ser retirada do terminal Q ou Q’, os sinais são complementares. • Caso não se coloque o díodo D1 o temporizador pode ser redisparado durante a temporização. • A temporização deste temporizador é determinada pela seguinte expressão: T ≅ 0,7RC Atenção! Em todos as montagens atrás referidas e sempre que se trate de ICs de tecnologia MOS (série 4000 e 74HC) não se podem deixar as entradas não utilizadas no “ar”. Isso provoca a instabilização do circuito. As entradas não ligadas podem assumir o valor “0” ou “1”. Assim, as entradas não utilizadas têm de ser ligadas directamente ou através de resistências ao “+” ou “-” da alimentação, ou a saídas de outras portas lógicas. António Francisco 20