2. As pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita, realizadas por
Emilia Ferreiro e Ana Teberosky no fim dos anos 1970 e publicadas
no Brasil em 1984, mostraram que as crianças constroem diferentes
ideias sobre a escrita, resolvem problemas e elaboram
conceituações. Aí entra o que pode ser considerado uma palavra,
com quantas letras ela é escrita e em qual ordem as letras devem ser
colocadas.
"Essas hipóteses se desenvolvem quando a criança interage com o
material escrito e com leitores e escritores que dão informações e
interpretam esse material”
(Regina Câmara, membro da equipe responsável pela elaboração do
material do Programa Ler e Escrever e formadora de professores)
3. Diagnosticar o que os alunos sabem, quais hipóteses têm sobre
a língua escrita e qual o caminho que vão percorrer até
compreender o sistema e estar alfabetizados permite ao
professor organizar intervenções adequadas à diversidade de
saberes da turma. O desafio é propor atividades que não sejam
tão fáceis a ponto de não darem nada a aprender, nem tão
difíceis que se torne impossível para as crianças realizá-las.
4. Ferreiro e Teberosky observaram que, na tentativa de
compreender o funcionamento da escrita, as crianças elaboram
verdadeiras "teorias" explicativas que assim se desenvolvem: a
pré-silábica, a silábica, a silábico-alfabética e a alfabética. São
as chamadas hipóteses. As conclusões desse estudo são
importantes do ponto de vista da prática pedagógica, pois
revelam que os pequenos já começaram a pensar sobre a
escrita antes mesmo de ingressar na escola e que não
dependem da autorização do professor para iniciar esse
processo.
"Todos eles precisam de oportunidades para pôr em jogo o que sabem para se
aproximar pouco a pouco desse objeto importante da cultura.”
(Regina Câmara)
5. 1. Pré-silábico, sem variações quantitativas ou qualitativas
dentro da palavra e entre as palavras. O aluno diferencia
desenhos (que não podem ser lidos) de “escritos” (que podem
ser lidos), mesmo que sejam compostos por grafismos,
símbolos ou letras. A leitura que realiza do escrito é sempre
global, com o dedo deslizando por todo o registro escrito.
6. 2. Pré-silábico com exigência mínima de letras ou
símbolos, com variação de caracteres dentro da
palavra, mas não entre as palavras. A leitura do
escrito é global, com o dedo deslizando por todo o
registro escrito.
7. 3. Pré-silábico com exigência mínima de letras ou símbolos,
com variação de caracteres dentro da palavra e entre as
palavras (variação qualitativa intrafigural e interfigural).
No critério intrafigural, a criança preocupa-se com a
quantidade mínima de letras a serem usadas nas
palavras. No critério interfigural a preocupação dá-se
com a variação interna que existe na seqüência de
grafismos das palavras. A criança trata de respeitar
duas exigências: a quantidade de grafias e a variedade
de grafias. Sendo estas exigências puramente internas,
isto é, são as expressões das idéias infantis sobre a
escrita
Neste nível, o aluno considera que coisas diferentes
devem ser escritas de forma diferente. A leitura do
escrito continua global, com o dedo deslizando por
todo o registro escrito.
8.
9. 1. Silábico com letras não pertinentes ou sem valor sonoro
convencional. Cada letra ou símbolo corresponde a uma sílaba
falada, mas o que se escreve ainda não tem correspondência com o
som convencional daquela sílaba. A leitura é silabada.
10. 2. Silábico com vogais pertinentes ou com valor sonoro
convencional de vogais. Cada letra corresponde a uma
sílaba falada e o que se escreve tem correspondência
com o som convencional daquela sílaba, representada
pela vogal. A leitura é silabada.
3. Silábico com consoantes pertinentes ou com valor
sonoro convencional de consoantes. Cada letra
corresponde a uma sílaba falada e o que se escreve tem
correspondência com o som convencional daquela
sílaba, representada pela consoante. A leitura é silabada.
11. 4. Silábico com vogais e consoantes pertinentes. Cada
letra corresponde a uma sílaba falada e o que se escreve
tem correspondência com o som convencional daquela
sílaba, representada ora pela vogal, ora pela consoante. A
leitura é silabada.
12.
13. Corresponde a um período de transição no qual a criança trabalha
simultaneamente com duas hipóteses: a silábica e a alfabética. Ora
ela escreve atribuindo a cada sílaba uma letra, ora representando as
unidades sonoras menores, os fonemas.
1. Alfabético inicial :
Neste estágio, o aluno já compreendeu o sistema de escrita,
entendendo que cada um dos caracteres da palavra
corresponde a um valor sonoro menor do que a sílaba. Agora,
falta-lhe dominar as convenções ortográfica
14.
15. 2. Alfabético:
Neste estágio, o aluno já compreendeu o sistema de escrita,
entendendo que cada um dos caracteres da palavra corresponde a
um valor sonoro menor do que a sílaba e também domina as
convenções ortográficas.
16. O professor deve realizar a primeira sondagem no início do período
letivo e, depois, ao fim de cada bimestre, mantendo um registro
criterioso do processo de evolução das hipóteses de escrita das
crianças. Ao mesmo tempo, é fundamental uma observação cotidiana e
atenta do percurso dos alunos. "A atividade de sondagem representa
uma espécie de retrato do processo naquele momento. E como esse
processo é dinâmico e na maioria das vezes evolui muito rapidamente,
pode acontecer de, apenas alguns dias depois da sondagem, um ou
vários alunos terem dado um salto", ressalta Regina. "As sondagens
bimestrais são importantes também por representarem dispositivos de
acompanhamento das aprendizagens para os pais, bem como um
retrato da qualidade do ensino para as redes, que podem ajustar seus
programas de formação continuada de professores em regiões onde os
resultados mostram que os estudantes não estão evoluindo da maneira
desejada."
17. PRÉ-SILÁBICOS:
-Trabalho intenso com os nomes das crianças, destacando as
letras iniciais
-– Atividades variadas com fichas, crachás e alfabeto móvel.
- Contato com farto e variado material escrito: revistas, jornais,
cartazes, livros, jogos, rótulos, embalagens, textos do professor
e dos alunos, músicas, poesias, parlendas, entre outros.
- Observação de atos de leitura e escrita.
- Audição de leitura com e sem imagem – notícias,
propagandas, histórias, cartas, bilhetes etc.
- Hora de leitura – livros, revistas e jornais à escolha da
criança.
- Atividades de escrita espontânea – listas, relatórios,
autoditado.
- Atividades para distinção de letras e numerais.
18. SILÁBICOS:
- Escrita e recebimento de cartas, recados, sugestões, avisos e
outros;
-Elaboração de textos coletivos;
-Transcrição de contos e brincadeiras, histórias inventadas
pelas crianças, acontecimentos atuais, ocorrências;
-Reconto e reescrita de histórias;
-Leitura de poesias, músicas, parlendas, histórias e outros
textos significativos e previamente memorizados;
-Dicionário ilustrado com desenhos ou gravuras e escrita
dos respectivos nomes do jeito de criança;
-Autoditado, listas, escritas espontâneas diversas;
19. SILÁBICO-ALFABÉTICOS:
-Jogos e atividades variadas com alfa-beto móvel e silabas
móveis;
-Caça-palavras;
-Cruzadinhas;
-Jogos de memória, bingo, dominós diversos;
-Leitura e interpretação oral de diferen-tes textos, poesias,
músicas, parlendas, textos do aluno e do professor, notícias,
reportagens, bulas de remédio etc.;
-Produção de textos coletivos;
-Montagem e escrita de pequenas estru-turas lingüísticas;
- Adivinhações, trava-línguas, quadrinhas, anedotas;
-Jornal falado;
20. ALFABÉTICOS:
- Remontagem do texto com fichas de frases ou
palavras;
- Produção de um desenho para ilustrar o texto;
- Separar frases em palavras;
-Cópia do texto estando marcados apenas os espaços
(atividade mimeografada);
- Completar lacunas de palavras;
- Escolher palavras do texto e elaborar pequenas
frases;
- Ditar palavras do texto para um colega e vice-versa;
22. Atividades para todo o grupo:
•Assistir o filme “ A loja mágica de brinquedos”;
•Alfabeto dos brinquedos;
•Dia do brinquedo (descrição oral);
•Confecção de brinquedos a partir de sucata;
•Autoditado;
•Texto coletivo;
•Gráfico do brinquedo favorito;
•Entrevista;
23. •Jogo da memória ( parear cartões com nomes iguais);
•Separar e agrupar letras iguais;
•Atividade com alfabeto móvel;
•Pescaria de nomes;
•Etiquetar brinquedos;
•Álbum dos brinquedos;
•Cruzadinha;
•Jogos e atividades orais que permitam à criança brincar e
recriar com a linguagem (rimas, acrósticos, entre outros);
trabalhos manuais – recortes, dobraduras, pinturas,
encaixes – propiciam às crianças novas formas de
expressão e o uso, em sua linguagem, de novas palavras;
24. •Sugerir a escrita de textos a partir de outro texto já
conhecido pelos alunos;
•Leitura global ou parcial;
•Marcar, no texto, nomes próprios e comuns, rimas,
palavras no singular e no plural etc.;
•Produção textual individual.
25. O referencial teórico utilizado nesta apresentação foi
retirado do site da revista Nova Escola.
As atividades foram pesquisadas diversos sites.