O documento discute a situação política e social na China e novas formas de luta de classes em outros países. Em três frases:
1) Na China, greves selvagens frequentemente ocorrem sem sindicatos independentes devido à repressão, mas há sinais de coordenação entre trabalhadores.
2) Movimentos como Occupy e os Indignados representam novas formas de luta de classes através de ações diretas como ocupações contra despejos e austeridade.
3) Essas novas formas de protesto questionam a democracia representativa e
Exposição mandalas óbidos 2010 seminário cinema na escola
Dois apontamentos sobre o presente em movimento charles reeve
1. Dois apontamentos sobre o presente em movimento
1. A crise social e política na China
• A china tornou-se uma potência comercial no capitalismo mundializado.
Alguns explicam, simplesmente, a sua força pela não-conversão da sua
moeda e pelo seu regime repressivo. No entanto, as lutas operárias
desenvolvem-se, ou pelo menos, ouvimos falar mais delas. Na ausência
de sindicalismo independente, tratar-se-á sempre de greves selvagens ou
a situação será mais complexa ? Tratar-se-á sempre de lutas limitadas a
uma única empresa ou haverá formas de coordenação, ou simplesmente
de expansão para outros ramos ou cidades?
Breve ponto da situação… Pode haver sindicalismo independente e greves
selvagens. Uma greve é selvagem relativamente à estratégia da burocracia
sindical, mesmo sendo independente dos partidos. E, um sindicato
independente, que funciona segundo o princípio da negociação e da co-gestão, é
oposto a qualquer acção autónoma dos assalariados podendo incomodar a sua
natureza «responsável» e «realista». A greve selvagem é uma acção que revela
que os interesses dos trabalhadores não coincidem necessariamente com os
objectivos do sindicato, instituição negociadora do preço da força de trabalho.
Inversamente, houve na história do movimento sindical, nos Estados Unidos e
na África do Sul por exemplo, greves selvagens com objectivos reaccionários, e
por vezes até racistas.
Na China, é claro que a situação é complexa. O sindicato único (ACFTU, All
China Federation of Trade Unions) está ligado ao partido comunista e
desempenhou totalmente o seu papel de polícia da classe operária durante e
depois do maoísmo. Desde a «abertura» (ao capitalismo privado) tornou-se
numa gigantesca máquina de gestão da força de trabalho ao serviço das
empresas, inclusive das empresas privadas estrangeiras em Zonas Económicas
Especiais. Encontra-se totalmente descredibilizado junto dos trabalhadores. É
percebido simultaneamente como polícia e como um apêndice da direcção das
empresas. Há alguns anos, a burocracia do Partido Comunista esforçou-se para
devolver ao sindicato único um semblante de credibilidade. Assim, por exemplo,
campanhas demagógicas foram lançadas para «organizar» os mingong, isto é,
para introduzir um certo controlo do partido nessas comunidades operárias
marginalizadas, imigrantes do interior sem papéis, dentro do próprio país. Tudo
isto ficou sem efeito, nem consequências e a imagem da ACFTU junto dos
trabalhadores não mudou. Por vezes, o poder central pressiona para que as
instâncias da ACFTU se posicionem contra tal ou tal outra direcção de empresa
com capitais estrangeiros. Depois, nas lutas recentes, vimos novamente os paus
mandados do sindicato atacar os grevistas e os piquetes defendendo essas
mesmas empresas. Isto prova que esta organização permanece, por natureza,
fundamentalmente reaccionária e do lado do poder, de todos os poderes.
Curiosamente, algumas organizações de espírito sindicalista independente, tal
como o China Labour Bulletin (1) continuam contra a corrente, indo ao
encontro do que eles próprios analisam, a falar de uma possível transformação
do sindicato único num «verdadeiro sindicato» de tipo ocidental. Apoiam-se na
atitude de alguns burocratas locais e regionais (principalmente no sul, no
Tradução: Ana da Palma 1
2. Guangdong) que tentam desempenhar um papel negociador para aliviar a
situação explosiva existente. Os militantes dessas organizações independentes
(tal como o China Labour Bulletin) estão impregnados da visão tradicional do
movimento operário. Para eles, a organização «natural» dos trabalhadores é o
sindicato e apenas o sindicato pode exprimir a consciência operária que, sem a
ajuda dos «políticos», não pode ultrapassar a consciência corporativista.
Conhecemos a lengalenga. Ficaram pelos valores e princípios do velho
movimento operário que se retrai à ideia social-democrata de outrora.
Na China, não há sindicalismo independente e não haverá enquanto a forma
política do partido-estado durará. Dada a força do movimento grevista desde há
vários anos, a ausência de organizações criadas a partir da base testemunha do
grau de repressão do poder. E, todas as greves são, por definição, selvagens,
posto que devem realizar-se fora da autorização e do controlo da ACFTU.
Porém, qualquer movimento, qualquer luta, implicam uma organização, um
princípio de luta operária. Na China, deparamo-nos com organizações efémeras,
comités de greve informais, animados pelos (as) trabalhadores (as) mais
militantes. Estas organizações desaparecem sempre após a luta.
Frequentemente, estes trabalhadores mais activos e corajosos pagam com o
corpo, são detidos, desaparecem no universo prisional. Parece que, há um certo
tempo, o poder é mais tolerante, menos feroz na repressão. Estas organizações
informais não são reconhecidas, mas são menos reprimidas. Esta mudança de
atitude é devida à profunda e complexa crise da classe política chinesa e das
suas divisões internas. Uma das facetas desta crise é a fractura existente entre os
poderes locais e o poder central, este último chegando a apoiar por vezes os
grevistas para melhor enfraquecer os potentados locais. Por sua vez, os grevistas
tentam aproveitar-se destas divisões e antagonismos para obter satisfação. E, o
sindicato único, atravessado pelas divisões das fracções do poder político,
encontra-se ainda mais paralisado.
A última tentativa de criação de uma estrutura operária permanente, de espírito
sindicalista e independente do partido comunista, data de 1989, durante a
primavera de Pequim, com a constituição da União Autónoma dos Operários. O
massacre de Tiananmen, a 4 de Junho, atingiu particularmente os seus
militantes (2). Hoje em dia, existe uma rede de ONG, frequentemente criadas
em Hong Kong, que preenchem o vazio e desempenham um papel sindical,
evitando com precaução qualquer confronto político com o poder (3).
Até muito recentemente, as lutas operárias permaneciam restringidas a
empresas ou regiões. Contudo devemos relativizar este isolamento e reconhecer
que a situação está a mudar. Isolamento não significa separação. Existe uma
unificação que se concretiza através de reivindicações comuns, pela consciência
de partilhar o enorme descontentamento social, por pertencer à sociedade dos
explorados, por se opor à máfia do poder e dos capitalistas vermelhos. O papel
das novas tecnologias, da blogosfera em particular, é primordial (4). Teríamos a
tentação de dizer que, hoje em dia, as informações circulam mais depressa na
China do que nas sociedades de «livre informação» como as nossas, onde em
virtude de tudo poder dizer e tudo poder saber, não dizemos nada e nada
sabemos. Onde a informação é submetida ao consenso daquilo que «importa»,
aquilo que é considerado como «informação». Na China, pelas redes das novas
tecnologias, uma importante luta, um motim popular, umas manifestações
contra uma fábrica poluente são rapidamente partilhados por milhares de
Tradução: Ana da Palma 2
3. trabalhadores.
As «formas de coordenação» são raras e, sobretudo, permanecem totalmente
clandestinas. Contudo, hoje em dia, podemos constatar uma nova tendência
nestas lutas: a sua expansão. Há algum tempo que as lutas saem rapidamente
das empresas e atacam os sítios do poder local, câmaras, sede do partido,
polícia, tribunais.
Constatamos, também, uma expansão das lutas que se generalizam nas zonas
industriais. A solidariedade de classe aumenta e os trabalhadores deslocam-se
para apoiar os que lutam noutras partes. A presença dos mingong, comunidades
de trabalhadores sem direitos, violentamente explorados, desempenham um
papel importante nesta expansão. É um processo em curso vivido muito
conscientemente e que é muito político no sentido em que ultrapassa
rapidamente as reivindicações imediatas e enfrenta os órgãos de repressão e de
decisão da classe dirigente. É político, também, no sentido em que estas lutas
são portadoras de um desejo de uma sociedade diferente, de uma sociedade não
igualitária, não repressiva, não controlada pela máfia do partido. Na verdade, o
projecto democrático parlamentar de tipo ocidental, defendido por correntes
dissidentes pode enraizar-se. É inevitável e é lógico. Também é possível que se
possa impor, selando qualquer perspectiva de emancipação social. Em última
instância, tudo depende da dimensão dos movimentos sociais e do seu
radicalismo.
(1) Hong-Kong, [www.clb.org.hk].
(2) Charles Reeve e Hsi Hsuan-wou, Bureaucratie, bagnes et business,
Insomniaque, Paris, 1997.
(3) Pun Ngai, Avis au consommateur, Insomniaque, Paris, 2011.
(4) Charles Reeve e Hsi Hsuan-wou, Les mots qui font peur, Insomniaque,
Paris,2012.
2. Novos movimentos, novas formas da luta de classes
• Na tua opinião, as actuais mobilizações contra as medidas de
«austeridade» - sob diversas formas tal como o movimento «Occupy»
nos Estados unidos ou os «indignados» noutros países constituem uma
nova forma de luta de classes?
De forma mais abrangente, como analisar as reacções dos trabalhadores
diante das consequências da crise capitalista que, por toda a parte, as
classes dirigentes nos infligem?
Podemos começar pelo fim. Em Espanha, em 2011, os bancos expulsaram das
suas casas, evidentemente com a ajuda da polícia, entre 160 a 200 pessoas por
mês. Estes números continuam a aumentar; ao mesmo tempo, o número de
despejos impedidos pelas mobilizações colectivas foi da ordem de um por dia.
Se a discrepância é enorme, existe, no entanto, um forte movimento de oposição
às expulsões. Este articula-se doravante com o desenvolvimento de acções de
trabalhadores na rua com a intenção de ocupar - «libertar», como dizem os que
Tradução: Ana da Palma 3
4. ocupam os espaços – imóveis vazios pertencendo a bancos e a sociedades
imobiliárias. Grandes propriedades agrícolas (pertencendo à agro-indústria ou a
instituições estatais) também começam a ser ocupadas pelos assalariados
agrícolas e por desempregados, sobretudo na Andaluzia e na província de
Córdoba. Acções de expropriação de bens alimentares são levadas a cabo em
grandes supermercados por colectivos de desempregados. Estas acções directas
exemplificam as novas formas de acção levadas a cabo por trabalhadores que
sofrem directamente dos efeitos das políticas de austeridade. Na Europa, o caso
espanhol é, sem dúvida, aquele onde as lutas se radicalizam mais. E, esta
radicalização, a popularidade destas acções, não podem estar separadas do
impacto dos movimentos dos Indignados, em Espanha o movimento 15M. Nos
Estados Unidos, onde o movimento Occupy foi esmagado por uma forte
repressão do Estado federal e das autoridades locais, os grupos locais que
continuam a reivindicar-se do movimento Occupy, envolvem-se igualmente na
luta contra as expulsões nos bairros populares. Estas lutas caracterizam-se pelo
fato de que saem do quadro puramente quantitativo da reivindicação imediata.
Vão ao encontro do legalismo e colocam a questão da necessária re-apropriação
das condições de vida por aqueles e aquelas que fazem funcionar a sociedade.
Os movimentos dos Indignados fizeram o seu caminho, com diferenças e
contradições, segundo as condições específicas de cada sociedade. Estão
repletos de contradições e ambiguidades, mas são diferentes daqueles que
vivemos anteriormente. Nos sítios onde a sua dinâmica foi mais forte, onde o
movimento conseguiu ocupar duravelmente o espaço público, em Espanha e nos
Estados Unidos, as divergências acabaram por tomar uma forma organizada,
entre reformistas e radicais. Progressivamente, esta última tendência, oposta ao
eleitoralismo e à negociação, investiu a sua energia e a sua criatividade em
acções directas, como o apoio a greves e ocupações de habitações vazias, acções
contra as expulsões, contra os bancos. Destacam-se das formas de acção
precedentes, integram os impasses e as derrotas do passado mais recente,
discutem os princípios do compromisso e das tácticas negociadoras. Muito
críticos da classe política e da corrupção que lhe é associada, questionam – de
forma mais ou menos extrema – os próprios fundamentos da democracia
representativa e até da sua existência. Procuram novos caminhos, interrogam-se
acerca da prioridade do afrontamento físico com os mercenários do Estado e são
particularmente sensíveis à necessidade de alargar o movimento. Duvidam dos
projectos de ordenamento do presente, rejeitam a lógica do produtivismo
capitalista actual e colocam em cima da mesa a necessidade de uma sociedade
diferente (1). Estas preocupações são claramente antinómicas com a actividade
consensual e normativa das instituições partidárias e sindicalistas tradicionais.
A energia criadora libertada por estes movimentos permitiu a sua abrangência
social, por vezes mais além do que se podia prever. Um exemplo recente: o
grande movimento estudantil que acaba de abanar a sociedade do Quebeque,
quando tinha começado com simples reivindicações corporativistas (2).
Entre as ideias apoiadas por estes movimentos, a da ocupação parece ter
encontrado eco. Assim como a proposta de que os interessados devem agir
directamente, por eles próprios, para eles próprios, para resolver os seus
problemas. A insistência na organização de base foi um elemento motor destes
movimentos, pela constituição de colectivos não hierárquicos, desconfiados das
Tradução: Ana da Palma 4
5. manipulações políticas e insubmissos aos carismas dos chefes. Hoje em dia,
quando a mais consensual imprensa se interessa de forma paternalista nos
Indignados, é para lastimar que se tenham afastado da vida política tradicional
e que tenham recusado de nomearem chefes, carências que, evidentemente, são
apontadas como sendo a principal causa do seu fracasso.
Nos Estados Unidos o impacto do movimento Occupy e das suas ideias foi
enorme e ainda é demasiado cedo para analisar as suas dimensões e
repercussões (3). Se, ao inicio, tocou principalmente jovens trabalhadores-
estudantes precários, que constituem doravante uma fracção crescente da
«classe operária» em termos sociológicos, o movimento atraiu rapidamente - tal
como em Espanha – a grande massa dos estropiados do capitalismo
contemporâneo, excluídos, sem-abrigo e outros itinerantes da vida. Em várias
grandes cidades, constituíam, já para o fim, uma parte importante dos
acampamentos de rua. Mas Occupy também cativou os sectores mais
combativos do movimento operário e interpelou os sindicalistas de base. Isto é
muito significativo quanto ao estado de confusão em que se encontram os
trabalhadores conscientes do impasse do sindicalismo diante da crise e da
violência do ataque capitalista.
O lema « We are the 99% », além do seu sentido simplista e redutor, atacou a
expressão ideológica de «classe média», categoria em que se integra qualquer
assalariado, trabalhador, com um nível de consumo (a crédito claro) médio.
Também desvendou a tendência actual do capitalismo, a concentração da
riqueza e do poder numa ínfima parte da sociedade. Assim, depois de Occupy,
os conceitos de exploração, de classe, de sociedade de classe voltaram à
superfície no discurso público. Num vasto território-continente, como no caso
dos Estados Unidos, onde os conflitos, as greves, as mobilizações eram cada vez
mais separados uns dos outros, a palavra Occupy constitui doravante uma
referência unificadora em qualquer luta local, sectorial.
A ocupação da rua não é a ocupação do local de trabalho. Mas, nos Estados
Unidos e em Espanha, o espírito de Occupy e do 15M contaminou claramente o
«mundo assalariado». Encontra eco em todos os trabalhadores conscientes pelo
facto de que a luta sindical do passado já não tem por onde pegar o
derrubamento, ou até o abrandamento, do movimento do capitalismo e as
decisões agressivas dos capitalistas. O único objectivo que faz sentido, no
quadro do desabamento actual dos sectores industriais, é de criar uma relação
de força através da luta, de obter o máximo de dinheiro da classe capitalista, de
fazer pagar bem caro a sua pele. A luta dos operários de Continental (em
França, em 2011) foi exemplar. Obstinar-se em tornar fiável esta ou aqueloutra
empresa, tal ou tal outro sector, apenas adormece as vítimas. A ideia da
«autogestão» de uma empresa isolada parece ainda mais irrisória diante da
actual mundialização do capitalismo. Veremos qual será a forma e o conteúdo
da luta ainda por vir na indústria automóvel em França, onde despedimentos
massivos são esperados (na Peugeot em particular). Veremos se poderá unificar
outras lutas, outros sectores onde a classe capitalista vai atacar. Num primeiro
momento, governo e sindicatos limitam-se a um discurso de «reestruturação»,
enquanto o sector automóvel está submetido a uma concorrência mundializada
em mercados saturados. Os militantes da esquerda sindical (a última tarefa
Tradução: Ana da Palma 5
6. histórica dos trotskistas !) fazem o que sabem fazer e que sempre fizeram: criar
um comité de luta, aceder às contas da empresa e reivindicar a proibição dos
despedimentos. Além disto, não têm nada a dizer – ou proíbem-se de o dizer
por questões de táctica – acerca do sentido social, humano e ecológico da
produção automóvel e acerca do como e do porquê salvar semelhante lógica,
uma produção que esgota os homens e as sociedades.
Claro que podemos criticar os movimentos dos Indignados, sublinhar as suas
contradições e ambiguidades. Mas como comparar estes movimentos, que em
alguns meses abalaram as sociedades modernas, com o estado áfono das lutas
operárias ? De onde, actualmente, não emana a mínima proposta alternativa, a
mínima ideia de um mundo diferente, sem ser as resistência e o desejo de um
regresso ao passado próximo, o mesmo que deu luz ao actual desastre. Serão os
movimentos dos Indignados «uma nova forma de luta de classe» ? Constituem
seguramente uma forma de luta relacionada com o período actual de luta de
classes. Despertam a sociedade e os explorados mais conscientes para os perigos
do movimento do capitalismo, para a necessidade de ultrapassar a clássica
litania da reivindicação imediata para se colocar perguntas sobre o futuro da
sociedade. O movimento operário está velho e não pode ofertar nem oposição,
nem alternativa aos ataques capitalistas em curso. Está moribundo e não vale a
pena tentar reanimá-lo. Um novo movimento deve se construir a partir das lutas
de aquelas e aqueles que se distanciam dos velhos princípios e formas de acção.
Terá o seu tempo. Os movimentos Occupy e 15M, entre outros, traçaram o
caminho, mostraram formas de fazer. Falta fazer o trabalho da toupeira. Trata-
se apenas de um «até logo» e as formas e os conteúdos destes movimentos
reaparecerão transformados, noutro sítio e mais tarde, noutros movimentos
com novas dinâmicas.
(1) Grupo Etcétera, « A propos du caminar indignado », Barcelone, mars 2012.
(2) Panelas em ebulição « La grève étudiante québécoise générale et illimitée :
quelques limites en perspective », [http://dndf.org/?p=11532].
(3) Charles Reeve, « Occupy, cette agaçante interruption du « business as
usual », [http://www.article11.info/?Occupy-cette-agacante-
interruption#a_titre].
Charles Reeve,
15 de Agosto de 2012
[19 700 ca]
Tradução: Ana da Palma 6