SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  7
Télécharger pour lire hors ligne
A dissolução da Ordem da Estrela
Discurso pronunciado por Jiddu Krishnamurti em 27 de julho de 1929,
Ommen, Holanda, publicado no periódico A Estrela e no Boletim Ano II No.
8 e 9 Agosto e Setembro de 1929.




Vamos discutir, esta manhã, a dissolução da Ordem da Estrela. Muitas
pessoas ficarão contentíssimas, outras tristes. Não é um assunto nem para
regozijo nem para tristeza, porque é inevitável, como vou expor.

Deveis, talvez, lembrar-vos da história em que se diz que o diabo e um
amigo caminhavam por uma rua e, em dado momento, viram um homem a
sua frente que apanhou algo do chão, contemplou-o e meteu-o no bolso. O
amigo perguntou ao demônio: “O que é que esse homem apanhou?” “Um
pedaço da Verdade”, disse o diabo; “Então, isto é um mau negócio para
você”, retrucou o amigo. “Oh, não, absolutamente”, retrucou o demônio,
“eu vou ajudar a organizá-lo.”

Eu sustento que a Verdade é uma terra sem caminhos e dela não podereis
vos aproximar por nenhum caminho, por nenhuma religião, por nenhuma
seita. É este o meu ponto de vista e à ele adiro de modo absolutamente
incondicional. A Verdade, sendo sem limites, incondicionada, inacessível por
qualquer caminho, qualquer que ele seja, não pode ser organizada: nem
instituição alguma deve ser formada para guiar ou coagir as pessoas a
seguirem por um caminho particular qualquer. Se entendeis isto,
primeiramente, então vereis como é impossível organizar uma crença. Uma
crença é uma questão puramente individual e não podeis nem deveis
organizá-la. Se o fizerdes, ela se tornará morta, se cristalizará, tornar-se-á
um credo, uma seita, uma religião para ser imposta aos outros. É isto que
cada qual, no mundo inteiro, está tentando fazer. A Verdade é reduzida e
tornada um brinquedo para aqueles que são fracos e para aqueles que se
encontram momentaneamente descontentes.

A Verdade não pode ser trazida para baixo, mas o indivíduo necessita fazer
o esforço para elevar-se até ela. Não podeis trazer o cimo da montanha
para o vale. Se quiserdes atingir o cimo da montanha, tendes que passar
através do vale, subir gradativamente, sem vos atemorizardes com os
perigosos precipícios. Tendes que subir para a Verdade, ela não pode ser
trazida para baixo ou organizada para vós. O interesse em idéias é
sustentado principalmente pelas instituições, porém as instituições somente
despertam o interesse superficial. O interesse que não nascer do amor à
Verdade, pelo seu próprio valor, e que, ao contrário, surgir de uma
instituição, não tem nenhum valor. A instituição torna-se uma moldura na
qual os membros podem adaptar-se convenientemente. Eles não mais se
esforçam por alcançar a Verdade ou o cume da montanha, porém, pelo
contrário, cavam para si um nicho conveniente, no qual se colocam ou
deixam que a instituição os coloque, e consideram que, por esse modo, a
instituição os levará à Verdade.

Assim, esta é a primeira das razões, sob meu ponto de vista, pelas quais a
Ordem da Estrela deve ser dissolvida. A despeito disto, vós, provavelmente,
vireis a formar outras ordens, continuareis a pertencer a outras instituições
que busquem a Verdade. Eu não quero pertencer a instituição alguma de
natureza espiritual, entendei isto, eu vos peço. Eu utilizaria uma instituição
que me conduzisse a Londres, por exemplo; este é um tipo de instituição
inteiramente diferente, puramente mecânica, semelhante a um poste de
telégrafo. Farei uso de um automóvel ou de um vapor para viajar, pois são
apenas mecanismos físicos que nada têm a ver com a espiritualidade.
Asseguro, mais uma vez, que nenhuma instituição pode conduzir o homem
à Espiritualidade.

Se uma instituição for criada com esse propósito, se torna uma muleta,
uma debilidade, uma prisão, que necessariamente deixa o indivíduo inválido
e o impede de crescer, de estabelecer a sua singularidade, que está na

                                      2
descoberta por si próprio da absoluta e incondicionada Verdade. Assim,
pois, dado o fato de ser eu o Chefe da Ordem, resolvi dissolvê-la. Ninguém
me persuadiu a tomar esta decisão.

Isto não é um ato magnífico; é porque eu não quero seguidores e digo-o
francamente. A partir do momento que segues a alguém, cessas de seguir a
Verdade. Não me preocupa se prestais atenção ou não ao que eu digo.
Pretendo fazer certa coisa no mundo e vou fazê-la com inabalável
concentração. Somente me preocupo com uma coisa que é essencial:
libertar o homem. Desejo libertá-lo de todas as gaiolas, de todos os
temores, e não fundar novas religiões, novas seitas, nem estabelecer novas
teorias, novas filosofias. Então, naturalmente, perguntar-me-eis porque
percorro o mundo falando continuamente. Dir-vos-ei porque razão faço isto:
não é porque eu queira fazer proselitismo nem por desejar um grupo
separado de discípulos especiais.

(Como os homens gostam de ser diferentes de seus semelhantes, por mais
ridículas, absurdas e triviais que sejam estas diferenças! Pois eu não quero
encorajar esse absurdo). Não tenho discípulos, não tenho apóstolos, seja na
terra ou seja nos reinos da espiritualidade.

Não é também a ilusão do dinheiro nem o desejo de viver uma vida
confortável que me atrai. Se quisesse viver uma vida cômoda não viria para
um Acampamento ou viver num país úmido! Falo francamente, pois desejo
que isto fique bem estabelecido de uma vez por todas. Não quero que se
perpetuem, ano após ano, estas discussões infantis.

Um repórter de jornal que me entrevistou considerou um ato grandioso
dissolver uma instituição na qual existem milhares de membros. Para ele
era um grande ato, e disse: “O que fareis depois, como haveis de viver?
Não tereis mais seguidores, o povo não vos escutará”. Se somente houver
cinco pessoas que escutem e que VIVAM, que tenham suas faces voltadas
para o Eterno, isto será suficiente. De que me serve possuir milhares de
seguidores que não compreendam, que estejam inteiramente tomados por
preconceitos, que não queiram o que é novo, porém, que ao contrário,
pretendem torcer o que é novo para adaptá-lo às suas estagnantes e
estéreis personalidades? Se falo assim, firmemente, por favor, não me
entendais mal; não é por falta de compaixão. Se fordes a um cirurgião para
ser operados, não é bondade de sua parte operar-vos, ainda que vos cause
dor? Assim, de maneira semelhante, se falo diretamente, não é por falta de
real afeto – ao contrário.

Como disse, tenho somente um propósito: o de tornar o homem livre,
impeli-lo para a liberdade, ajudá-lo a romper com todas as limitações, pois
somente isto lhe dará felicidade real, lhe dará a realização incondicionada
do eu. Porque sou livre, não-condicionado, integral – não uma parte, não
relativo, mas sim a Verdade inteira que é eterna – desejo que aqueles que
buscam entender-me sejam livres; que não me sigam, que não façam de
mim uma gaiola sob a forma de uma religião ou uma seita. Ao contrário, ser
livres de todo o medo: do medo da religião, do medo da Salvação, do medo
da espiritualidade, do medo do amor, do medo da morte, do medo da
própria vida. Assim como um artista pinta um quadro, por encontrar deleite

                                     3
na pintura, pelo fato de ser isso a sua auto-expressão, a sua glória, o seu
bem estar, do mesmo modo eu faço isto que estou fazendo, e não porque
deseje algo, seja de quem for.

Vós estais acostumados à autoridade, ou a atmosfera da autoridade que
pensais vos há de conduzir à espiritualidade. Pensais e esperais que uma
outra pessoa possa, por seus extraordinários poderes – um milagre –
transportar-vos para esse reino da eterna liberdade que é Felicidade. Todo o
vosso ponto de vista sobre a vida encontra-se baseado na autoridade.

Tendes me escutado durante três anos, sem que mudança alguma se tenha
operado em vós, exceto em muito poucos. Agora, analisai o que vos estou
dizendo, sede críticos, afim de poderdes compreender completa e
fundamentalmente.

Quando buscais uma autoridade para vos conduzir à espiritualidade,
manifesta-se em vós, automaticamente, a tendência a constituir uma
organização ao redor dessa autoridade. Pelo fato da criação dessa
instituição, que pensais, ajudará essa autoridade a vos levar à
espiritualidade, sois colhidos em uma gaiola.

Se vos falo francamente, por favor lembrai-vos que não o faço por
aspereza, nem por crueldade, nem pelo entusiasmo do meu propósito,
porém porque necessito que entendais o que vos estou dizendo. É por esta
razão que aqui estais e seria um desperdício de tempo, se não vos
explicasse clara e decisivamente, o meu ponto de vista.

Durante dezoito anos vos haveis estado preparando para este
acontecimento, para a Vinda do Instrutor do Mundo. Durante dezoito anos
vos haveis organizado, tendes aguardado alguém que viesse dar um novo
deleite aos vossos corações e mentes, que transformasse a vossa vida
inteira, que vos proporcionasse um novo entendimento; por alguém que vos
elevasse a um novo plano de vida, que vos desse um novo encorajamento,
que vos tornasse livres e vede agora o que acontece! Considerai, raciocinai
por vós mesmos e julgai de que modo esta crença vos tornou diferentes –
não pela diferença superficial de ser o portador de um distintivo, o que seria
trivial e absurdo. De que modo uma tal crença varreu em vós tudo na vida
que não é essencial? Esta é a única maneira de julgar: de que modo sois
mais livres, mais plenos, mais perigosos para todas as sociedades baseadas
no falso e no não essencial? De que modo os membros desta organização
da Estrela, se tornaram diferentes?

Como disse tende vos estado preparando durante dezoito anos para mim.
Não me importo se acreditais ou não, que eu seja o Instrutor do Mundo.
Isto é de muito pouca importância. Dado o fato de pertencerdes a Ordem da
Estrela, haveis dado vossa simpatia, vossa energia ao reconhecimento de
ser Krishnamurti o Instrutor do Mundo e o haveis feito parcial ou
plenamente; plenamente por parte daqueles que realmente estão
buscando; parcialmente, aqueles que se acham satisfeitos em suas meias
verdades.




                                      4
Haveis vos estado preparando durante dezoito anos, e vede quantas
dificuldades surgem no caminho do vosso entendimento, quantas
complicações, quantas coisas triviais. Vossos preconceitos, vossos medos,
vossas autoridades, vossas igrejas novas e antigas – todas essas coisas,
sustento, constituem uma barreira ao entendimento. Não posso ser mais
claro do que estou sendo. Não quero que concordeis comigo, não quero que
me sigam, quero que compreendais o que estou dizendo.

Este entendimento é necessário porque vossa crença não vos transformou,
somente vos complicou, e isto pelo fato de não quererdes defrontar as
coisas como elas são. Vós quereis ter vossos deuses pessoais – novos
deuses em lugar dos velhos, novas religiões em vez das antigas, novas
fórmulas substituindo as antigas – todas igualmente sem valor, todas elas
barreiras, todas ela limitações, todas elas muletas. Em vez das antigas
distinções espirituais, tendes novas variações espirituais, em lugar dos
antigos cultos, tendes cultos novos. Todos vós dependeis, para vossa
espiritualidade de uma outra pessoa, dependeis de outro para vossa
felicidade e de outro dependeis para vossa iluminação; e apesar de vos
haverdes estado preparando para mim durante dezoito anos, quando vos
digo que todas estas coisas são desnecessárias, quando vos digo que
necessitais deixá-las de lado e olhar para dentro de vós mesmos, buscando
a iluminação, a glória, a purificação e a incorruptibilidade do eu, nem um de
vós o quer fazer. Talvez haja uns poucos que o queiram, porém, bem
poucos.

Então, por que ter uma organização?

Por que ter pessoas falsas e hipócritas seguindo-me, a mim que sou a
corporificação da Verdade? Por favor, lembrai-vos, que nada estou dizendo
de áspero ou desprovido de bondade, porém chegamos a uma situação em
que precisamos fazer face às coisas tais quais elas são. Disse no ano
passado que não condescenderia. Poucos me escutaram. Este ano tornei
isto absolutamente claro. Não sei quantos milhares de pessoas, por todo o
mundo – membros da Ordem – têm estado se preparando para mim,
durante dezoito anos, e no entanto, não querem agora escutar,
incondicional e totalmente, aquilo que eu digo.

Então, por que ter uma organização?

Como disse anteriormente, meu propósito é tornar os homens
incondicionalmente livres, pois sustento que a única espiritualidade é a
incorruptibilidade do si mesmo que é eterno, que é a harmonia entre a
razão e o amor. Esta é a absoluta, e a incondicionada Verdade que é a
própria Vida. Quero, portanto, tornar o homem livre, faze-lo regozijar-se
como o pássaro nos céus límpidos, aliviado, independente, cheio do êxtase
de sua liberdade. E eu, para quem vos haveis estado preparando no
decorrer de dezoito anos, agora vos digo que vos deveis libertar de todas
essas coisas; deveis ficar livres de todas as vossas complicações, de vossos
emaranhados. Para que ter uma organização para cinco ou dez pessoas no
mundo que compreendem, que estão esforçando-se e que puseram de lado
todas as coisas triviais? E não pode haver uma instituição para auxiliar as


                                      5
pessoas débeis a encontrar a Verdade, porque a Verdade está em todos,
não está longe, não está perto: está eternamente ali.

As organizações não vos podem libertar; nem o culto organizado nem a
imolação de si próprio por uma causa, podem tornar-vos livres; nem vos
constituirdes em uma corporação, nem o vos lançardes à realização de
obras vos libertará. Você usa uma máquina de escrever para escrever
cartas, mas você não a põe em um altar e lhe rende culto. Porém, é isso
que acontece convosco, quando fazeis das organizações a vossa principal
preocupação. “Quantos membros há nela?” Esta é a primeira pergunta que
me fazem todos os repórteres. “Quantos seguidores tendes? Pelo número
deles ajuizaremos se o que dizeis é falso ou verdadeiro”. Não sei quantos
há. Não me preocupo com isso. Como disse, ainda que apenas haja um
homem tornado livre, isto será o bastante.

Uma vez mais, alimentais a idéia falsa de que somente certas pessoas
possuem a chave para o Reino da Felicidade. Ninguém a tem. Ninguém tem
a autoridade para ter essa chave. Essa chave é vosso próprio ser, e
somente no desenvolvimento, na purificação e na incorruptibilidade desse
ser é que está o Reino da Eternidade.

Assim, haveis de verificar quão absurdo é o conjunto, a estrutura que
haveis criado buscando auxílio externo, dependendo dos outros para vosso
conforto, para vossa felicidade e para vossa força. Estas coisas somente
podem ser encontradas dentro de vós próprios.

Então, por que ter uma organização?

Estais acostumados a que vos digam o quanto avançastes, qual o vosso
status espiritual. Que infantil! Quem, senão vós próprios pode dizer se vós
sois bonito ou feio por dentro? Quem, senão vós próprios pode dizer se vós
sois incorruptível? Vós não sois sérios nestas questões.

Então, por que ter uma organização?

Porém, aqueles que realmente desejarem compreender, que estão
buscando encontrar aquilo que é eterno, que não tem começo nem fim,
caminharão juntos com maior intensidade, serão um perigo para tudo que
não seja essencial, para todas as irrealidades e sombras. E se concentrarão,
se tornarão a chama, pelo fato de compreenderem. Tal é o corpo que
devemos criar e esse é o meu propósito. Em virtude deste entendimento
real haverá verdadeira amizade. E devido a essa verdadeira amizade – que
pareceis não conhecer – dar-se-á a cooperação real da parte de cada um. E
isto, não por causa da autoridade, não por amor da salvação, não pela
imolação por uma causa, mas em virtude de realmente compreenderdes e
daí serdes capazes de viver no eterno. E isto é algo muito maior do que
todo prazer, que todo sacrifício.

Assim, essas são algumas das razões pelas quais, após cuidadosa consideração
por dois anos, tomei esta resolução. Não é um impulso momentâneo. Nenhuma
pessoa me persuadiu a isso – não me deixo persuadir em tais coisas. Durante


                                      6
dois anos tenho estado pensando a este respeito, lentamente, cuidadosamente,
pacientemente, e agora resolvi dissolver a Ordem, pelo fato de ser seu Chefe.
Vocês podem formar outras organizações e esperar por outra pessoa. Nada tenho
que ver com isso, nem com o criar de novas gaiolas ou de novas decorações para
essas gaiolas. Minha única preocupação é tornar os homens absoluta e
incondicionalmente livres.




                                      7

Contenu connexe

Tendances

A abelhinha faz zum zum crianças
A abelhinha faz zum zum   criançasA abelhinha faz zum zum   crianças
A abelhinha faz zum zum criançasSamuel Oliveira
 
Cordel em Homenagem às Mães: Mãe só tem uma
Cordel em Homenagem às Mães: Mãe só tem umaCordel em Homenagem às Mães: Mãe só tem uma
Cordel em Homenagem às Mães: Mãe só tem umaAna Melo
 
História infantil- A Amizade
História infantil- A AmizadeHistória infantil- A Amizade
História infantil- A Amizadefprc
 
Adivinhas com animais
Adivinhas com animaisAdivinhas com animais
Adivinhas com animaisJosé Martins
 
Calea magului deepak chopra
Calea magului deepak chopraCalea magului deepak chopra
Calea magului deepak chopraFlori Flori
 
A verdadeira história dos três porquinhos
A verdadeira  história dos três porquinhosA verdadeira  história dos três porquinhos
A verdadeira história dos três porquinhostlfleite
 
A pequena-folha-amarela[1]
A pequena-folha-amarela[1]A pequena-folha-amarela[1]
A pequena-folha-amarela[1]teresa_ramos
 
Zaqueu encontra Jesus
Zaqueu encontra Jesus Zaqueu encontra Jesus
Zaqueu encontra Jesus Freekidstories
 
85 de-secrete-ale-oamenilor-fericiti
85 de-secrete-ale-oamenilor-fericiti85 de-secrete-ale-oamenilor-fericiti
85 de-secrete-ale-oamenilor-fericitiClaudiu Nemeş
 
samira-nao-quer-ir-a-escola.pdf
samira-nao-quer-ir-a-escola.pdfsamira-nao-quer-ir-a-escola.pdf
samira-nao-quer-ir-a-escola.pdfWanessaSilva75
 
O marimbondo zangado - Eunice Braido
O marimbondo zangado - Eunice BraidoO marimbondo zangado - Eunice Braido
O marimbondo zangado - Eunice Braidopratesclaudio
 
HISTÓRIA_ DESCOBRINDO OS MEIOS DE TRANSPORTES.pdf
HISTÓRIA_ DESCOBRINDO OS MEIOS DE TRANSPORTES.pdfHISTÓRIA_ DESCOBRINDO OS MEIOS DE TRANSPORTES.pdf
HISTÓRIA_ DESCOBRINDO OS MEIOS DE TRANSPORTES.pdfmariaapneves
 
Flor da honestidade - história evangelização infantil
Flor da honestidade - história evangelização infantilFlor da honestidade - história evangelização infantil
Flor da honestidade - história evangelização infantilmarjoriestavismeyer
 
Chapeuzinho de palha e o primeiro livro_ Livro ampliado para baixa visão
Chapeuzinho de palha e o primeiro livro_ Livro ampliado para baixa visãoChapeuzinho de palha e o primeiro livro_ Livro ampliado para baixa visão
Chapeuzinho de palha e o primeiro livro_ Livro ampliado para baixa visãoIsa ...
 

Tendances (20)

A abelhinha faz zum zum crianças
A abelhinha faz zum zum   criançasA abelhinha faz zum zum   crianças
A abelhinha faz zum zum crianças
 
A casa da mosca fosca
A casa da mosca foscaA casa da mosca fosca
A casa da mosca fosca
 
Cordel em Homenagem às Mães: Mãe só tem uma
Cordel em Homenagem às Mães: Mãe só tem umaCordel em Homenagem às Mães: Mãe só tem uma
Cordel em Homenagem às Mães: Mãe só tem uma
 
História infantil- A Amizade
História infantil- A AmizadeHistória infantil- A Amizade
História infantil- A Amizade
 
Adivinhas com animais
Adivinhas com animaisAdivinhas com animais
Adivinhas com animais
 
A lagarta comilona
A lagarta comilonaA lagarta comilona
A lagarta comilona
 
SACI PERERÊ
SACI PERERÊSACI PERERÊ
SACI PERERÊ
 
O Livro da Gratidão
O Livro da GratidãoO Livro da Gratidão
O Livro da Gratidão
 
Calea magului deepak chopra
Calea magului deepak chopraCalea magului deepak chopra
Calea magului deepak chopra
 
A verdadeira história dos três porquinhos
A verdadeira  história dos três porquinhosA verdadeira  história dos três porquinhos
A verdadeira história dos três porquinhos
 
A pequena-folha-amarela[1]
A pequena-folha-amarela[1]A pequena-folha-amarela[1]
A pequena-folha-amarela[1]
 
Zaqueu encontra Jesus
Zaqueu encontra Jesus Zaqueu encontra Jesus
Zaqueu encontra Jesus
 
Pê de Pai
Pê de  PaiPê de  Pai
Pê de Pai
 
O patinho feio adaptação patrícia amorim
O patinho feio adaptação patrícia amorimO patinho feio adaptação patrícia amorim
O patinho feio adaptação patrícia amorim
 
85 de-secrete-ale-oamenilor-fericiti
85 de-secrete-ale-oamenilor-fericiti85 de-secrete-ale-oamenilor-fericiti
85 de-secrete-ale-oamenilor-fericiti
 
samira-nao-quer-ir-a-escola.pdf
samira-nao-quer-ir-a-escola.pdfsamira-nao-quer-ir-a-escola.pdf
samira-nao-quer-ir-a-escola.pdf
 
O marimbondo zangado - Eunice Braido
O marimbondo zangado - Eunice BraidoO marimbondo zangado - Eunice Braido
O marimbondo zangado - Eunice Braido
 
HISTÓRIA_ DESCOBRINDO OS MEIOS DE TRANSPORTES.pdf
HISTÓRIA_ DESCOBRINDO OS MEIOS DE TRANSPORTES.pdfHISTÓRIA_ DESCOBRINDO OS MEIOS DE TRANSPORTES.pdf
HISTÓRIA_ DESCOBRINDO OS MEIOS DE TRANSPORTES.pdf
 
Flor da honestidade - história evangelização infantil
Flor da honestidade - história evangelização infantilFlor da honestidade - história evangelização infantil
Flor da honestidade - história evangelização infantil
 
Chapeuzinho de palha e o primeiro livro_ Livro ampliado para baixa visão
Chapeuzinho de palha e o primeiro livro_ Livro ampliado para baixa visãoChapeuzinho de palha e o primeiro livro_ Livro ampliado para baixa visão
Chapeuzinho de palha e o primeiro livro_ Livro ampliado para baixa visão
 

En vedette

George Orwell - Lutando na Espanha e Recordando a Guerra Civil
George Orwell - Lutando na Espanha e Recordando a Guerra CivilGeorge Orwell - Lutando na Espanha e Recordando a Guerra Civil
George Orwell - Lutando na Espanha e Recordando a Guerra CivilWesley Guedes
 
EDGARD LEUENROTH. Anarquismo - Roteiro de Libertação Social
EDGARD LEUENROTH. Anarquismo - Roteiro de Libertação SocialEDGARD LEUENROTH. Anarquismo - Roteiro de Libertação Social
EDGARD LEUENROTH. Anarquismo - Roteiro de Libertação SocialWesley Guedes
 
Proudhon filosofia-da-miseria
Proudhon filosofia-da-miseriaProudhon filosofia-da-miseria
Proudhon filosofia-da-miseriamoratonoise
 
Development of engineering geology in western united states
Development of engineering geology in western united statesDevelopment of engineering geology in western united states
Development of engineering geology in western united statesguest915770d
 

En vedette (6)

George Orwell - Lutando na Espanha e Recordando a Guerra Civil
George Orwell - Lutando na Espanha e Recordando a Guerra CivilGeorge Orwell - Lutando na Espanha e Recordando a Guerra Civil
George Orwell - Lutando na Espanha e Recordando a Guerra Civil
 
EDGARD LEUENROTH. Anarquismo - Roteiro de Libertação Social
EDGARD LEUENROTH. Anarquismo - Roteiro de Libertação SocialEDGARD LEUENROTH. Anarquismo - Roteiro de Libertação Social
EDGARD LEUENROTH. Anarquismo - Roteiro de Libertação Social
 
Black bloc
Black blocBlack bloc
Black bloc
 
Proudhon filosofia-da-miseria
Proudhon filosofia-da-miseriaProudhon filosofia-da-miseria
Proudhon filosofia-da-miseria
 
Development of engineering geology in western united states
Development of engineering geology in western united statesDevelopment of engineering geology in western united states
Development of engineering geology in western united states
 
O furúnculo
O furúnculoO furúnculo
O furúnculo
 

Similaire à A dissolução inevitável da Ordem da Estrela

CapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original LivroCapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original Livrojmeirelles
 
CapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original LivroCapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original Livrojmeirelles
 
CapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original LivroCapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original Livrojmeirelles
 
CapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original LivroCapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original Livrojmeirelles
 
A libertação dos condicionamentos jiddu krishnamurti
A libertação dos condicionamentos  jiddu krishnamurtiA libertação dos condicionamentos  jiddu krishnamurti
A libertação dos condicionamentos jiddu krishnamurtiAna Cristina Maia
 
A força das ideias richard simonetti
A força das ideias   richard simonettiA força das ideias   richard simonetti
A força das ideias richard simonettiHelio Cruz
 
Jiddu Krishnamurti - Liberte-se do Passado.pdf
Jiddu Krishnamurti - Liberte-se do Passado.pdfJiddu Krishnamurti - Liberte-se do Passado.pdf
Jiddu Krishnamurti - Liberte-se do Passado.pdfHubertoRohden2
 
Jiddu Krishnamurti - O Despertar da Sensibilidade.pdf
Jiddu Krishnamurti - O Despertar da Sensibilidade.pdfJiddu Krishnamurti - O Despertar da Sensibilidade.pdf
Jiddu Krishnamurti - O Despertar da Sensibilidade.pdfHubertoRohden2
 
Chico xavie finalr
Chico xavie finalrChico xavie finalr
Chico xavie finalrjmeirelles
 
Chico xavie finalr
Chico xavie finalrChico xavie finalr
Chico xavie finalrjmeirelles
 
Jiddu Krishnamurti -Sobre a Aprendizagem e o Conhecimento.pdf
Jiddu Krishnamurti -Sobre a Aprendizagem e o Conhecimento.pdfJiddu Krishnamurti -Sobre a Aprendizagem e o Conhecimento.pdf
Jiddu Krishnamurti -Sobre a Aprendizagem e o Conhecimento.pdfHubertoRohden2
 
Jiddu Krishnamurti - A Libertação dos Condicionamentos.pdf
Jiddu Krishnamurti - A Libertação dos Condicionamentos.pdfJiddu Krishnamurti - A Libertação dos Condicionamentos.pdf
Jiddu Krishnamurti - A Libertação dos Condicionamentos.pdfHubertoRohden2
 
André Luiz - Conduta Espírita - Psicografia de Waldo Vieira.pdf
André Luiz - Conduta Espírita - Psicografia de Waldo Vieira.pdfAndré Luiz - Conduta Espírita - Psicografia de Waldo Vieira.pdf
André Luiz - Conduta Espírita - Psicografia de Waldo Vieira.pdfVIEIRA RESENDE
 
A pressão intensa do sofrimento daquela noite forçou minha consciência a pôr ...
A pressão intensa do sofrimento daquela noite forçou minha consciência a pôr ...A pressão intensa do sofrimento daquela noite forçou minha consciência a pôr ...
A pressão intensa do sofrimento daquela noite forçou minha consciência a pôr ...9876vf
 
Cap 15 Fora da caridade não há salvação
Cap 15 Fora da caridade não há salvaçãoCap 15 Fora da caridade não há salvação
Cap 15 Fora da caridade não há salvaçãogmo1973
 
Osho - Vá Com Calma Volume 4.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 4.pdfOsho - Vá Com Calma Volume 4.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 4.pdfHubertoRohden2
 

Similaire à A dissolução inevitável da Ordem da Estrela (20)

SANNYAS: ENTRANDO NO FLUXO
SANNYAS: ENTRANDO NO FLUXOSANNYAS: ENTRANDO NO FLUXO
SANNYAS: ENTRANDO NO FLUXO
 
Krishnamurti
KrishnamurtiKrishnamurti
Krishnamurti
 
CapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original LivroCapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original Livro
 
CapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original LivroCapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original Livro
 
CapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original LivroCapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original Livro
 
CapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original LivroCapíTulo 2 Original Livro
CapíTulo 2 Original Livro
 
A libertação dos condicionamentos jiddu krishnamurti
A libertação dos condicionamentos  jiddu krishnamurtiA libertação dos condicionamentos  jiddu krishnamurti
A libertação dos condicionamentos jiddu krishnamurti
 
A força das ideias richard simonetti
A força das ideias   richard simonettiA força das ideias   richard simonetti
A força das ideias richard simonetti
 
Jiddu Krishnamurti - Liberte-se do Passado.pdf
Jiddu Krishnamurti - Liberte-se do Passado.pdfJiddu Krishnamurti - Liberte-se do Passado.pdf
Jiddu Krishnamurti - Liberte-se do Passado.pdf
 
Jiddu Krishnamurti - O Despertar da Sensibilidade.pdf
Jiddu Krishnamurti - O Despertar da Sensibilidade.pdfJiddu Krishnamurti - O Despertar da Sensibilidade.pdf
Jiddu Krishnamurti - O Despertar da Sensibilidade.pdf
 
Chico xavie finalr
Chico xavie finalrChico xavie finalr
Chico xavie finalr
 
Chico xavie finalr
Chico xavie finalrChico xavie finalr
Chico xavie finalr
 
Jiddu Krishnamurti -Sobre a Aprendizagem e o Conhecimento.pdf
Jiddu Krishnamurti -Sobre a Aprendizagem e o Conhecimento.pdfJiddu Krishnamurti -Sobre a Aprendizagem e o Conhecimento.pdf
Jiddu Krishnamurti -Sobre a Aprendizagem e o Conhecimento.pdf
 
Jiddu Krishnamurti - A Libertação dos Condicionamentos.pdf
Jiddu Krishnamurti - A Libertação dos Condicionamentos.pdfJiddu Krishnamurti - A Libertação dos Condicionamentos.pdf
Jiddu Krishnamurti - A Libertação dos Condicionamentos.pdf
 
Fronteira católica agosto de 2016
Fronteira católica   agosto de 2016Fronteira católica   agosto de 2016
Fronteira católica agosto de 2016
 
André Luiz - Conduta Espírita - Psicografia de Waldo Vieira.pdf
André Luiz - Conduta Espírita - Psicografia de Waldo Vieira.pdfAndré Luiz - Conduta Espírita - Psicografia de Waldo Vieira.pdf
André Luiz - Conduta Espírita - Psicografia de Waldo Vieira.pdf
 
A pressão intensa do sofrimento daquela noite forçou minha consciência a pôr ...
A pressão intensa do sofrimento daquela noite forçou minha consciência a pôr ...A pressão intensa do sofrimento daquela noite forçou minha consciência a pôr ...
A pressão intensa do sofrimento daquela noite forçou minha consciência a pôr ...
 
O outro vem antes do eu
O outro vem antes do euO outro vem antes do eu
O outro vem antes do eu
 
Cap 15 Fora da caridade não há salvação
Cap 15 Fora da caridade não há salvaçãoCap 15 Fora da caridade não há salvação
Cap 15 Fora da caridade não há salvação
 
Osho - Vá Com Calma Volume 4.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 4.pdfOsho - Vá Com Calma Volume 4.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 4.pdf
 

Plus de augustodefranco .

Franco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democracia
Franco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democraciaFranco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democracia
Franco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democraciaaugustodefranco .
 
Franco, Augusto (2018) Os diferentes adversários da democracia no brasil
Franco, Augusto (2018) Os diferentes adversários da democracia no brasilFranco, Augusto (2018) Os diferentes adversários da democracia no brasil
Franco, Augusto (2018) Os diferentes adversários da democracia no brasilaugustodefranco .
 
A democracia sob ataque terá de ser reinventada
A democracia sob ataque terá de ser reinventadaA democracia sob ataque terá de ser reinventada
A democracia sob ataque terá de ser reinventadaaugustodefranco .
 
Algumas notas sobre os desafios de empreender em rede
Algumas notas sobre os desafios de empreender em redeAlgumas notas sobre os desafios de empreender em rede
Algumas notas sobre os desafios de empreender em redeaugustodefranco .
 
APRENDIZAGEM OU DERIVA ONTOGENICA
APRENDIZAGEM OU DERIVA ONTOGENICA APRENDIZAGEM OU DERIVA ONTOGENICA
APRENDIZAGEM OU DERIVA ONTOGENICA augustodefranco .
 
CONDORCET, Marquês de (1792). Relatório de projeto de decreto sobre a organiz...
CONDORCET, Marquês de (1792). Relatório de projeto de decreto sobre a organiz...CONDORCET, Marquês de (1792). Relatório de projeto de decreto sobre a organiz...
CONDORCET, Marquês de (1792). Relatório de projeto de decreto sobre a organiz...augustodefranco .
 
NIETZSCHE, Friederich (1888). Os "melhoradores" da humanidade, Parte 2 e O qu...
NIETZSCHE, Friederich (1888). Os "melhoradores" da humanidade, Parte 2 e O qu...NIETZSCHE, Friederich (1888). Os "melhoradores" da humanidade, Parte 2 e O qu...
NIETZSCHE, Friederich (1888). Os "melhoradores" da humanidade, Parte 2 e O qu...augustodefranco .
 
100 DIAS DE VERÃO BOOK DO PROGRAMA
100 DIAS DE VERÃO BOOK DO PROGRAMA100 DIAS DE VERÃO BOOK DO PROGRAMA
100 DIAS DE VERÃO BOOK DO PROGRAMAaugustodefranco .
 
Nunca a humanidade dependeu tanto da rede social
Nunca a humanidade dependeu tanto da rede socialNunca a humanidade dependeu tanto da rede social
Nunca a humanidade dependeu tanto da rede socialaugustodefranco .
 
Um sistema estatal de participação social?
Um sistema estatal de participação social?Um sistema estatal de participação social?
Um sistema estatal de participação social?augustodefranco .
 
Quando as eleições conspiram contra a democracia
Quando as eleições conspiram contra a democraciaQuando as eleições conspiram contra a democracia
Quando as eleições conspiram contra a democraciaaugustodefranco .
 
Democracia cooperativa: escritos políticos escolhidos de John Dewey
Democracia cooperativa: escritos políticos escolhidos de John DeweyDemocracia cooperativa: escritos políticos escolhidos de John Dewey
Democracia cooperativa: escritos políticos escolhidos de John Deweyaugustodefranco .
 
RELATÓRIO DO HUMAN RIGHTS WATCH SOBRE A VENEZUELA
RELATÓRIO DO HUMAN RIGHTS WATCH SOBRE A VENEZUELARELATÓRIO DO HUMAN RIGHTS WATCH SOBRE A VENEZUELA
RELATÓRIO DO HUMAN RIGHTS WATCH SOBRE A VENEZUELAaugustodefranco .
 
Diálogo democrático: um manual para practicantes
Diálogo democrático: um manual para practicantesDiálogo democrático: um manual para practicantes
Diálogo democrático: um manual para practicantesaugustodefranco .
 

Plus de augustodefranco . (20)

Franco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democracia
Franco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democraciaFranco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democracia
Franco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democracia
 
Franco, Augusto (2018) Os diferentes adversários da democracia no brasil
Franco, Augusto (2018) Os diferentes adversários da democracia no brasilFranco, Augusto (2018) Os diferentes adversários da democracia no brasil
Franco, Augusto (2018) Os diferentes adversários da democracia no brasil
 
Hiérarchie
Hiérarchie Hiérarchie
Hiérarchie
 
A democracia sob ataque terá de ser reinventada
A democracia sob ataque terá de ser reinventadaA democracia sob ataque terá de ser reinventada
A democracia sob ataque terá de ser reinventada
 
JERARQUIA
JERARQUIAJERARQUIA
JERARQUIA
 
Algumas notas sobre os desafios de empreender em rede
Algumas notas sobre os desafios de empreender em redeAlgumas notas sobre os desafios de empreender em rede
Algumas notas sobre os desafios de empreender em rede
 
AS EMPRESAS DIANTE DA CRISE
AS EMPRESAS DIANTE DA CRISEAS EMPRESAS DIANTE DA CRISE
AS EMPRESAS DIANTE DA CRISE
 
APRENDIZAGEM OU DERIVA ONTOGENICA
APRENDIZAGEM OU DERIVA ONTOGENICA APRENDIZAGEM OU DERIVA ONTOGENICA
APRENDIZAGEM OU DERIVA ONTOGENICA
 
CONDORCET, Marquês de (1792). Relatório de projeto de decreto sobre a organiz...
CONDORCET, Marquês de (1792). Relatório de projeto de decreto sobre a organiz...CONDORCET, Marquês de (1792). Relatório de projeto de decreto sobre a organiz...
CONDORCET, Marquês de (1792). Relatório de projeto de decreto sobre a organiz...
 
NIETZSCHE, Friederich (1888). Os "melhoradores" da humanidade, Parte 2 e O qu...
NIETZSCHE, Friederich (1888). Os "melhoradores" da humanidade, Parte 2 e O qu...NIETZSCHE, Friederich (1888). Os "melhoradores" da humanidade, Parte 2 e O qu...
NIETZSCHE, Friederich (1888). Os "melhoradores" da humanidade, Parte 2 e O qu...
 
100 DIAS DE VERÃO BOOK DO PROGRAMA
100 DIAS DE VERÃO BOOK DO PROGRAMA100 DIAS DE VERÃO BOOK DO PROGRAMA
100 DIAS DE VERÃO BOOK DO PROGRAMA
 
Nunca a humanidade dependeu tanto da rede social
Nunca a humanidade dependeu tanto da rede socialNunca a humanidade dependeu tanto da rede social
Nunca a humanidade dependeu tanto da rede social
 
Um sistema estatal de participação social?
Um sistema estatal de participação social?Um sistema estatal de participação social?
Um sistema estatal de participação social?
 
Quando as eleições conspiram contra a democracia
Quando as eleições conspiram contra a democraciaQuando as eleições conspiram contra a democracia
Quando as eleições conspiram contra a democracia
 
100 DIAS DE VERÃO
100 DIAS DE VERÃO100 DIAS DE VERÃO
100 DIAS DE VERÃO
 
Democracia cooperativa: escritos políticos escolhidos de John Dewey
Democracia cooperativa: escritos políticos escolhidos de John DeweyDemocracia cooperativa: escritos políticos escolhidos de John Dewey
Democracia cooperativa: escritos políticos escolhidos de John Dewey
 
MULTIVERSIDADE NA ESCOLA
MULTIVERSIDADE NA ESCOLAMULTIVERSIDADE NA ESCOLA
MULTIVERSIDADE NA ESCOLA
 
DEMOCRACIA E REDES SOCIAIS
DEMOCRACIA E REDES SOCIAISDEMOCRACIA E REDES SOCIAIS
DEMOCRACIA E REDES SOCIAIS
 
RELATÓRIO DO HUMAN RIGHTS WATCH SOBRE A VENEZUELA
RELATÓRIO DO HUMAN RIGHTS WATCH SOBRE A VENEZUELARELATÓRIO DO HUMAN RIGHTS WATCH SOBRE A VENEZUELA
RELATÓRIO DO HUMAN RIGHTS WATCH SOBRE A VENEZUELA
 
Diálogo democrático: um manual para practicantes
Diálogo democrático: um manual para practicantesDiálogo democrático: um manual para practicantes
Diálogo democrático: um manual para practicantes
 

A dissolução inevitável da Ordem da Estrela

  • 1. A dissolução da Ordem da Estrela Discurso pronunciado por Jiddu Krishnamurti em 27 de julho de 1929, Ommen, Holanda, publicado no periódico A Estrela e no Boletim Ano II No. 8 e 9 Agosto e Setembro de 1929. Vamos discutir, esta manhã, a dissolução da Ordem da Estrela. Muitas pessoas ficarão contentíssimas, outras tristes. Não é um assunto nem para regozijo nem para tristeza, porque é inevitável, como vou expor. Deveis, talvez, lembrar-vos da história em que se diz que o diabo e um amigo caminhavam por uma rua e, em dado momento, viram um homem a
  • 2. sua frente que apanhou algo do chão, contemplou-o e meteu-o no bolso. O amigo perguntou ao demônio: “O que é que esse homem apanhou?” “Um pedaço da Verdade”, disse o diabo; “Então, isto é um mau negócio para você”, retrucou o amigo. “Oh, não, absolutamente”, retrucou o demônio, “eu vou ajudar a organizá-lo.” Eu sustento que a Verdade é uma terra sem caminhos e dela não podereis vos aproximar por nenhum caminho, por nenhuma religião, por nenhuma seita. É este o meu ponto de vista e à ele adiro de modo absolutamente incondicional. A Verdade, sendo sem limites, incondicionada, inacessível por qualquer caminho, qualquer que ele seja, não pode ser organizada: nem instituição alguma deve ser formada para guiar ou coagir as pessoas a seguirem por um caminho particular qualquer. Se entendeis isto, primeiramente, então vereis como é impossível organizar uma crença. Uma crença é uma questão puramente individual e não podeis nem deveis organizá-la. Se o fizerdes, ela se tornará morta, se cristalizará, tornar-se-á um credo, uma seita, uma religião para ser imposta aos outros. É isto que cada qual, no mundo inteiro, está tentando fazer. A Verdade é reduzida e tornada um brinquedo para aqueles que são fracos e para aqueles que se encontram momentaneamente descontentes. A Verdade não pode ser trazida para baixo, mas o indivíduo necessita fazer o esforço para elevar-se até ela. Não podeis trazer o cimo da montanha para o vale. Se quiserdes atingir o cimo da montanha, tendes que passar através do vale, subir gradativamente, sem vos atemorizardes com os perigosos precipícios. Tendes que subir para a Verdade, ela não pode ser trazida para baixo ou organizada para vós. O interesse em idéias é sustentado principalmente pelas instituições, porém as instituições somente despertam o interesse superficial. O interesse que não nascer do amor à Verdade, pelo seu próprio valor, e que, ao contrário, surgir de uma instituição, não tem nenhum valor. A instituição torna-se uma moldura na qual os membros podem adaptar-se convenientemente. Eles não mais se esforçam por alcançar a Verdade ou o cume da montanha, porém, pelo contrário, cavam para si um nicho conveniente, no qual se colocam ou deixam que a instituição os coloque, e consideram que, por esse modo, a instituição os levará à Verdade. Assim, esta é a primeira das razões, sob meu ponto de vista, pelas quais a Ordem da Estrela deve ser dissolvida. A despeito disto, vós, provavelmente, vireis a formar outras ordens, continuareis a pertencer a outras instituições que busquem a Verdade. Eu não quero pertencer a instituição alguma de natureza espiritual, entendei isto, eu vos peço. Eu utilizaria uma instituição que me conduzisse a Londres, por exemplo; este é um tipo de instituição inteiramente diferente, puramente mecânica, semelhante a um poste de telégrafo. Farei uso de um automóvel ou de um vapor para viajar, pois são apenas mecanismos físicos que nada têm a ver com a espiritualidade. Asseguro, mais uma vez, que nenhuma instituição pode conduzir o homem à Espiritualidade. Se uma instituição for criada com esse propósito, se torna uma muleta, uma debilidade, uma prisão, que necessariamente deixa o indivíduo inválido e o impede de crescer, de estabelecer a sua singularidade, que está na 2
  • 3. descoberta por si próprio da absoluta e incondicionada Verdade. Assim, pois, dado o fato de ser eu o Chefe da Ordem, resolvi dissolvê-la. Ninguém me persuadiu a tomar esta decisão. Isto não é um ato magnífico; é porque eu não quero seguidores e digo-o francamente. A partir do momento que segues a alguém, cessas de seguir a Verdade. Não me preocupa se prestais atenção ou não ao que eu digo. Pretendo fazer certa coisa no mundo e vou fazê-la com inabalável concentração. Somente me preocupo com uma coisa que é essencial: libertar o homem. Desejo libertá-lo de todas as gaiolas, de todos os temores, e não fundar novas religiões, novas seitas, nem estabelecer novas teorias, novas filosofias. Então, naturalmente, perguntar-me-eis porque percorro o mundo falando continuamente. Dir-vos-ei porque razão faço isto: não é porque eu queira fazer proselitismo nem por desejar um grupo separado de discípulos especiais. (Como os homens gostam de ser diferentes de seus semelhantes, por mais ridículas, absurdas e triviais que sejam estas diferenças! Pois eu não quero encorajar esse absurdo). Não tenho discípulos, não tenho apóstolos, seja na terra ou seja nos reinos da espiritualidade. Não é também a ilusão do dinheiro nem o desejo de viver uma vida confortável que me atrai. Se quisesse viver uma vida cômoda não viria para um Acampamento ou viver num país úmido! Falo francamente, pois desejo que isto fique bem estabelecido de uma vez por todas. Não quero que se perpetuem, ano após ano, estas discussões infantis. Um repórter de jornal que me entrevistou considerou um ato grandioso dissolver uma instituição na qual existem milhares de membros. Para ele era um grande ato, e disse: “O que fareis depois, como haveis de viver? Não tereis mais seguidores, o povo não vos escutará”. Se somente houver cinco pessoas que escutem e que VIVAM, que tenham suas faces voltadas para o Eterno, isto será suficiente. De que me serve possuir milhares de seguidores que não compreendam, que estejam inteiramente tomados por preconceitos, que não queiram o que é novo, porém, que ao contrário, pretendem torcer o que é novo para adaptá-lo às suas estagnantes e estéreis personalidades? Se falo assim, firmemente, por favor, não me entendais mal; não é por falta de compaixão. Se fordes a um cirurgião para ser operados, não é bondade de sua parte operar-vos, ainda que vos cause dor? Assim, de maneira semelhante, se falo diretamente, não é por falta de real afeto – ao contrário. Como disse, tenho somente um propósito: o de tornar o homem livre, impeli-lo para a liberdade, ajudá-lo a romper com todas as limitações, pois somente isto lhe dará felicidade real, lhe dará a realização incondicionada do eu. Porque sou livre, não-condicionado, integral – não uma parte, não relativo, mas sim a Verdade inteira que é eterna – desejo que aqueles que buscam entender-me sejam livres; que não me sigam, que não façam de mim uma gaiola sob a forma de uma religião ou uma seita. Ao contrário, ser livres de todo o medo: do medo da religião, do medo da Salvação, do medo da espiritualidade, do medo do amor, do medo da morte, do medo da própria vida. Assim como um artista pinta um quadro, por encontrar deleite 3
  • 4. na pintura, pelo fato de ser isso a sua auto-expressão, a sua glória, o seu bem estar, do mesmo modo eu faço isto que estou fazendo, e não porque deseje algo, seja de quem for. Vós estais acostumados à autoridade, ou a atmosfera da autoridade que pensais vos há de conduzir à espiritualidade. Pensais e esperais que uma outra pessoa possa, por seus extraordinários poderes – um milagre – transportar-vos para esse reino da eterna liberdade que é Felicidade. Todo o vosso ponto de vista sobre a vida encontra-se baseado na autoridade. Tendes me escutado durante três anos, sem que mudança alguma se tenha operado em vós, exceto em muito poucos. Agora, analisai o que vos estou dizendo, sede críticos, afim de poderdes compreender completa e fundamentalmente. Quando buscais uma autoridade para vos conduzir à espiritualidade, manifesta-se em vós, automaticamente, a tendência a constituir uma organização ao redor dessa autoridade. Pelo fato da criação dessa instituição, que pensais, ajudará essa autoridade a vos levar à espiritualidade, sois colhidos em uma gaiola. Se vos falo francamente, por favor lembrai-vos que não o faço por aspereza, nem por crueldade, nem pelo entusiasmo do meu propósito, porém porque necessito que entendais o que vos estou dizendo. É por esta razão que aqui estais e seria um desperdício de tempo, se não vos explicasse clara e decisivamente, o meu ponto de vista. Durante dezoito anos vos haveis estado preparando para este acontecimento, para a Vinda do Instrutor do Mundo. Durante dezoito anos vos haveis organizado, tendes aguardado alguém que viesse dar um novo deleite aos vossos corações e mentes, que transformasse a vossa vida inteira, que vos proporcionasse um novo entendimento; por alguém que vos elevasse a um novo plano de vida, que vos desse um novo encorajamento, que vos tornasse livres e vede agora o que acontece! Considerai, raciocinai por vós mesmos e julgai de que modo esta crença vos tornou diferentes – não pela diferença superficial de ser o portador de um distintivo, o que seria trivial e absurdo. De que modo uma tal crença varreu em vós tudo na vida que não é essencial? Esta é a única maneira de julgar: de que modo sois mais livres, mais plenos, mais perigosos para todas as sociedades baseadas no falso e no não essencial? De que modo os membros desta organização da Estrela, se tornaram diferentes? Como disse tende vos estado preparando durante dezoito anos para mim. Não me importo se acreditais ou não, que eu seja o Instrutor do Mundo. Isto é de muito pouca importância. Dado o fato de pertencerdes a Ordem da Estrela, haveis dado vossa simpatia, vossa energia ao reconhecimento de ser Krishnamurti o Instrutor do Mundo e o haveis feito parcial ou plenamente; plenamente por parte daqueles que realmente estão buscando; parcialmente, aqueles que se acham satisfeitos em suas meias verdades. 4
  • 5. Haveis vos estado preparando durante dezoito anos, e vede quantas dificuldades surgem no caminho do vosso entendimento, quantas complicações, quantas coisas triviais. Vossos preconceitos, vossos medos, vossas autoridades, vossas igrejas novas e antigas – todas essas coisas, sustento, constituem uma barreira ao entendimento. Não posso ser mais claro do que estou sendo. Não quero que concordeis comigo, não quero que me sigam, quero que compreendais o que estou dizendo. Este entendimento é necessário porque vossa crença não vos transformou, somente vos complicou, e isto pelo fato de não quererdes defrontar as coisas como elas são. Vós quereis ter vossos deuses pessoais – novos deuses em lugar dos velhos, novas religiões em vez das antigas, novas fórmulas substituindo as antigas – todas igualmente sem valor, todas elas barreiras, todas ela limitações, todas elas muletas. Em vez das antigas distinções espirituais, tendes novas variações espirituais, em lugar dos antigos cultos, tendes cultos novos. Todos vós dependeis, para vossa espiritualidade de uma outra pessoa, dependeis de outro para vossa felicidade e de outro dependeis para vossa iluminação; e apesar de vos haverdes estado preparando para mim durante dezoito anos, quando vos digo que todas estas coisas são desnecessárias, quando vos digo que necessitais deixá-las de lado e olhar para dentro de vós mesmos, buscando a iluminação, a glória, a purificação e a incorruptibilidade do eu, nem um de vós o quer fazer. Talvez haja uns poucos que o queiram, porém, bem poucos. Então, por que ter uma organização? Por que ter pessoas falsas e hipócritas seguindo-me, a mim que sou a corporificação da Verdade? Por favor, lembrai-vos, que nada estou dizendo de áspero ou desprovido de bondade, porém chegamos a uma situação em que precisamos fazer face às coisas tais quais elas são. Disse no ano passado que não condescenderia. Poucos me escutaram. Este ano tornei isto absolutamente claro. Não sei quantos milhares de pessoas, por todo o mundo – membros da Ordem – têm estado se preparando para mim, durante dezoito anos, e no entanto, não querem agora escutar, incondicional e totalmente, aquilo que eu digo. Então, por que ter uma organização? Como disse anteriormente, meu propósito é tornar os homens incondicionalmente livres, pois sustento que a única espiritualidade é a incorruptibilidade do si mesmo que é eterno, que é a harmonia entre a razão e o amor. Esta é a absoluta, e a incondicionada Verdade que é a própria Vida. Quero, portanto, tornar o homem livre, faze-lo regozijar-se como o pássaro nos céus límpidos, aliviado, independente, cheio do êxtase de sua liberdade. E eu, para quem vos haveis estado preparando no decorrer de dezoito anos, agora vos digo que vos deveis libertar de todas essas coisas; deveis ficar livres de todas as vossas complicações, de vossos emaranhados. Para que ter uma organização para cinco ou dez pessoas no mundo que compreendem, que estão esforçando-se e que puseram de lado todas as coisas triviais? E não pode haver uma instituição para auxiliar as 5
  • 6. pessoas débeis a encontrar a Verdade, porque a Verdade está em todos, não está longe, não está perto: está eternamente ali. As organizações não vos podem libertar; nem o culto organizado nem a imolação de si próprio por uma causa, podem tornar-vos livres; nem vos constituirdes em uma corporação, nem o vos lançardes à realização de obras vos libertará. Você usa uma máquina de escrever para escrever cartas, mas você não a põe em um altar e lhe rende culto. Porém, é isso que acontece convosco, quando fazeis das organizações a vossa principal preocupação. “Quantos membros há nela?” Esta é a primeira pergunta que me fazem todos os repórteres. “Quantos seguidores tendes? Pelo número deles ajuizaremos se o que dizeis é falso ou verdadeiro”. Não sei quantos há. Não me preocupo com isso. Como disse, ainda que apenas haja um homem tornado livre, isto será o bastante. Uma vez mais, alimentais a idéia falsa de que somente certas pessoas possuem a chave para o Reino da Felicidade. Ninguém a tem. Ninguém tem a autoridade para ter essa chave. Essa chave é vosso próprio ser, e somente no desenvolvimento, na purificação e na incorruptibilidade desse ser é que está o Reino da Eternidade. Assim, haveis de verificar quão absurdo é o conjunto, a estrutura que haveis criado buscando auxílio externo, dependendo dos outros para vosso conforto, para vossa felicidade e para vossa força. Estas coisas somente podem ser encontradas dentro de vós próprios. Então, por que ter uma organização? Estais acostumados a que vos digam o quanto avançastes, qual o vosso status espiritual. Que infantil! Quem, senão vós próprios pode dizer se vós sois bonito ou feio por dentro? Quem, senão vós próprios pode dizer se vós sois incorruptível? Vós não sois sérios nestas questões. Então, por que ter uma organização? Porém, aqueles que realmente desejarem compreender, que estão buscando encontrar aquilo que é eterno, que não tem começo nem fim, caminharão juntos com maior intensidade, serão um perigo para tudo que não seja essencial, para todas as irrealidades e sombras. E se concentrarão, se tornarão a chama, pelo fato de compreenderem. Tal é o corpo que devemos criar e esse é o meu propósito. Em virtude deste entendimento real haverá verdadeira amizade. E devido a essa verdadeira amizade – que pareceis não conhecer – dar-se-á a cooperação real da parte de cada um. E isto, não por causa da autoridade, não por amor da salvação, não pela imolação por uma causa, mas em virtude de realmente compreenderdes e daí serdes capazes de viver no eterno. E isto é algo muito maior do que todo prazer, que todo sacrifício. Assim, essas são algumas das razões pelas quais, após cuidadosa consideração por dois anos, tomei esta resolução. Não é um impulso momentâneo. Nenhuma pessoa me persuadiu a isso – não me deixo persuadir em tais coisas. Durante 6
  • 7. dois anos tenho estado pensando a este respeito, lentamente, cuidadosamente, pacientemente, e agora resolvi dissolver a Ordem, pelo fato de ser seu Chefe. Vocês podem formar outras organizações e esperar por outra pessoa. Nada tenho que ver com isso, nem com o criar de novas gaiolas ou de novas decorações para essas gaiolas. Minha única preocupação é tornar os homens absoluta e incondicionalmente livres. 7