1. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEMSITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
DE LEITURADE LEITURA
TEXTO
AVESTRUZ
AUTOR: MÁRIO PRATA
Cursista: Sônia Maria Galani
2. A PRÁTICA FUNDAMENTADA NAA PRÁTICA FUNDAMENTADA NA
TEORIATEORIA
ELABORAR QUESTÕES/ATIVIDADES PARA DIFERENTES ETAPAS DEELABORAR QUESTÕES/ATIVIDADES PARA DIFERENTES ETAPAS DE
UMA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM COM FOCO EM LEITURA, A PARTIRUMA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM COM FOCO EM LEITURA, A PARTIR
DAS SEGUINTES ESTRATÉGIAS:DAS SEGUINTES ESTRATÉGIAS:
Ativação de conhecimentos de mundo;
antecipação ou predição; checagem de hipóteses.
Localização de informações; comparação de
informações; generalizações.
Produção de inferências locais; produção de
inferências globais.
3. Recuperação do contexto de produção;
definição de finalidades e metas da
atividade de leitura.
Percepção das relações de
intertextualidade; percepção das relações
de interdiscursividade.
Percepção de outras linguagens;
elaboração de apreciações estéticas e/ou
afetivas; elaboração de apreciações
relativas a valores éticos e/ou políticos.
4. 5ª série/ 6ºano5ª série/ 6ºano
Objetivo: compreender o conceito do gênero textual
“crônica”,reconhecendo nessa tipologia textual
características de uma narrativa.
conteúdos e temas: traços característicos de
“crônica narrativa”; leitura oral.
Competências e habilidades: reconhecer traços
característicos do gênero “crônica narrativa”; fazer
distinção entre o gênero “crônica”, “poema” e “letra de
música”.
Estratégias: sondagem inicial; comparação entre
gêneros distintos.
Recursos: textos selecionados: crônica e poema.
Avaliação: debate sobre a apreciação e entendimento
do tema.
5. AVESTRUZAVESTRUZ
MÁRIO PRATAMÁRIO PRATA
O filho de uma grande amiga pediu, de presente
pelos seus 10 anos, um avestruz. Cismou, fazer o
quê? Moram em um apartamento em Higienópolis,
São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a
culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado da
casa, em Floripa, que o menino conheceu os
avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles.
Aquilo impressionou o garoto. Culpado, fui até o local
saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se
entregavam em domicílio. E fiquei a observar a ave.
Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz
foi um erro da natureza, Deus devia estar muito
cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado
primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a
um boi. Sabe quanto pesa um avestruz?
6. Entre 100 a 160 quilos. Fui logo avisando à minha
amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros --
2,70, para ser mais exato. Mas eu estava falando da
sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem
absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais
ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas
atrofiadas. Talvez até sabiamente, para evitar que
saíssem voando em bandos por aí, assustando as
demais aves normais. Outra coisa que faltou foram
dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada
pé. Sacanagem, Senhor! Depois olhou para sua obra e
não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que,
logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via
pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e
disse: *Struthio camelus australis*. Que é o nome
oficial da coisa.
7. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de
salsicha. Pois um animal daquele tamanho, deveria botar ovos
proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto.
E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos
e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na
menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz
com TPM é perigosíssima! Podem gerar de dez a trinta crias por
ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais
animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo
pela sala do apartamento. Ele insiste; quer que eu leve um
avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que
fazer.
Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela
frente, inclusive pedaços de ferro e madeira. Joguinhos
eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times
inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se
descuidar, um mouse de vez em quando cai bem. Parece que
convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por
cinco gaivotas e um urubu. Pedi para a minha amiga levar o
garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser
gigolô de avestruz.
PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/6° ano vol. 2.
Caderno aluno p. 9 Caderno do professor p.18
8. Mario PrataMario Prata
biografiabiografia
Mario Alberto Campos de Morais Prata é natural de Uberaba (MG), onde
nasceu no dia 11 de fevereiro de 1946. Foi criado em Lins, interior de São
Paulo. Com 10 anos de idade já escrevia "numa velha Remington no
laboratório de meu pai (...) crônicas horríveis, geralmente pregando a
liberdade e duvidando da existência de Deus". Nesse período de sua vida
era o redator do jornalzinho de sua classe na escola. Sendo vizinho de
frente do jornal A Gazeta de Lins, com 14 anos começou a escrever a
coluna social com o pseudônimo de Franco Abbiazzi. Passou, com o
tempo, a fazer de tudo no jornal, desde editoriais a reportagens
esportivas e artigos de peso. O escritor Sérgio Antunes, seu amigo nessa
época, disse que Mário era um molecote de "voz de taquara rachada e
aparelho nos dentes ". Além de escrever Mário se dedicava ao tênis e,
defendendo o Clube Atlético Linense, acabou sendo o campeão noroestino
infantil na década de 60. Lia tudo o que lhe caia nas mãos, em especial as
famosas revistas da época "O Cruzeiro" e "Manchete", que traziam em
suas páginas os melhores cronistas da época como Fernando Sabino,
Paulo Mendes Campos, Henrique Pongetti, Rubem Braga, Millôr Fernandes
e Stanislaw Ponte Preta, uma vez que em Lins, naquela época, "não
chegavam os grandes clássicos", como disse o autor. Daí a forte influência
que os citados cronistas tiveram em seu estilo.
9. Aos 16 anos recebe um convite de Roberto Filipelli, que foi depois diretor
da Globo em Londres, para fazer com ele o "Jornal do Lar ". Samuel
Wainer, vislumbrando seu grande talento, levou-o, nessa época, para
escrever no jornal "Última Hora". Mário comenta: "Meus pais chamavam
aquilo que eu escrevia de bobageiras e me previam um péssimo futuro.
Medicina, Engenharia, Direito ou Banco do Brasil (eles queriam). E nada de
estudar filosofia ou letras: coisa de veado". O autor acabou trabalhando 8
anos no Banco do Brasil, a exemplo de Jaguar e Stanislaw Ponte Preta —
dentre outros, como auxiliar de escrita.
Na década de 60, em plena revolução, inicia o curso de Economia na
U.S.P. Desse tempo relembra: "a gente se orgulhava: a gente era
comunista! (...) um dia o DOPS chegou lá e levou a gente. Todo mundo
preso, orgulhoso ". Apesar da opinião contrária dos familiares e dos
amigos, e movido pela vontade cada vez maior de ser escritor, resolveu
pedir demissão do Banco do Brasil e abandonar a faculdade de Economia.
A partir de então vem obtendo sucesso com inúmeros livros, novelas,
peças, roteiros, etc., tendo sido agraciado com diversos prêmios nacionais
e internacionais.
Sua estadia em Portugal, onde morou por 2 anos, deu origem a um de
seus grandes sucessos no Brasil, o livro Schifaizfavoire — um tipo de
dicionário do português falado pelos portugueses. Lá, nesse período,
realizou diversos trabalhos para a RTP (Rádio e Televisão Portuguesa).
Atualmente mora em São Paulo e diz que gosta de escrever de manhã e
"careta", uma herança adquirida nos tempos em que trabalhou no Banco
do Brasil.
Escreveu, semanalmente, na revista "Época" e no jornal "O Estado de São
Paulo" por vários anos.
10. AtivAção de conhecimento deAtivAção de conhecimento de
mundo; AntecipAção ou predição;mundo; AntecipAção ou predição;
checAgem de hipóteseschecAgem de hipóteses
Observando o título, o que você imagina
que irá ler?
Você tem animal de estimação?
Que animal?
Qual foi seu critério de escolha?
Você já viu um avestruz? Onde?
O que você sabe sobre ele?
11. LocaLização de informações;LocaLização de informações;
comparação de informações;comparação de informações;
generaLizaçõesgeneraLizações..
Qual é a idade do personagem que pediu
um avestruz para ser um animal de
estimação?
Onde a história se passa?
Qual é o desejo do menino?
Que situação despertou essa vontade
nele?
12. produção de inferências Locais;produção de inferências Locais;
produção de inferências gLobais.produção de inferências gLobais.
A personagem desistiu de ter um avestruz
como animal de estimação. Por que isso
aconteceu?
Que fatores externos influenciaram nessa
decisão?
13. recuperação do contexto de produção;recuperação do contexto de produção;
definição de finaLidades e metas dadefinição de finaLidades e metas da
atividade da Leituraatividade da Leitura
Apresente aos seus alunos a biografia do autor e também
as características do gênero “crônica”, em seguida faça
uma discussão oral sobre as seguintes informações:
Onde circulam esses textos ?
Quem será o provável público alvo?
Uma das características da crônica é a apresentação de um
fato cotidiano. Que elementos do texto confirmam isso?
14. percepção das reLações depercepção das reLações de
intertextuaLidade; percepção dasintertextuaLidade; percepção das
reLações de interdiscursividadereLações de interdiscursividade
Leia o poema a seguir e explique quais as
relações de semelhanças e diferenças que
você encontra entre esse texto e a crônica
“Avestruz”.
16. Palavras de um avestruz todoPalavras de um avestruz todo
grisgris
Arrancam-me as penas
E eu sofro sem dizer nada:
- Sou ave
Bem educada.
E, se quisesse,
Podia
Morder-lhes as mãos
morenas,
A esses
Que sem piedade
Me roubam as penas que me
cobrem;
E, no entanto,
Sem o mais breve gemido,
O meu corpo
Vai ficando
Desguarnecido ...
E elas,
Aquelas
Que se enfeitam, doidamente,
Com estas penas formosas
- Que são minhas!
Passam por mim, desdenhosas,
Em gargalhadas mesquinhas.
Sim; eu sofro sem dizer nada:
- Sou ave
Bem educada.
Mesmo que fosse pequena
E eu te visse pobre ou nua
- Ninguém ama a sua Pátria por ser
grande,
Mas sim por ser sua!
(António Botto)
17. António Tomás BottoAntónio Tomás Botto
(Concavada, Abrantes, 17 de Agosto de 1897 —
Rio de Janeiro, 16 de Março de 1959) foi um
poeta português.
A sua obra mais conhecida, e também a mais
polêmica, é o livro de poesia Canções que, pelo
seu caráter abertamente homossexual, causou
grande agitação nos meios religiosamente
conservadores da época. Foi amigo pessoal de
Fernando Pessoa que traduziu em 1930 as suas
Canções para o inglês, e com quem colaborou
numa Antologia de Poemas Portugueses
Modernos. Homossexual assumido (apesar de ser
18. casado com Carminda Silva), a sua obra
reflete muito da sua orientação sexual e no
seu conjunto será, provavelmente, o mais
distinto conjunto de poesia homoerótica de
língua portuguesa. Morreu atropelado em
1959 no Brasil, para onde se tinha exilado
para fugir às perseguições homófobas de que
foi vítima, na mais dolorosa miséria. Os seus
restos mortais foram trasladados para o
cemitério do Alto de São João, em Lisboa, em
1966.
19. PercePção de outras linguagens;PercePção de outras linguagens;
elaboração de aPreciações estéticaselaboração de aPreciações estéticas
e/ou afetivas; elaboração dee/ou afetivas; elaboração de
aPreciações relativas a valores éticosaPreciações relativas a valores éticos
e/ou Políticose/ou Políticos..
Vamos refletir um pouco sobre a imposição de
limites pelos pais em casa.
O que podemos aprender com o diferente, que é
apresentado no avestruz? Como podemos
aceitar, respeitar e conviver com as diferenças
existentes no mundo?
20. bibliografiabibliografia
www.releituras.com
PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/6° ano vol. 2.
Caderno aluno p. 9 Caderno do professor p.18
QUADROGIZ.BLOGPOST.COM.BR
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paula-ze-
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