2. Estudo dos efeitos em longo
prazo
Mudança de enfoque:
Deixam de ser estudados os efeitos imediatos e inicia-
se o estudo dos efeitos em longo prazo
3. Estudo dos efeitos em longo
prazo
Os Meios de comunicação de Massa não alteram
diretamente o conjunto explícito de ideias e ações de
uma sociedade, mas afetam essas ideias, pois tendem a
influenciar a maneira como o indivíduo organiza a
imagem do ambiente social.
O objeto de estudo deixa de ser as pesquisas e análises
de campanha, centrando –se na cobertura global dos
meios
4. Mudanças metodológicas:
- Perdem forças as entrevistas feitas com o público
- O foco deixa de ser os efeitos e passa a ser o sistema de
estruturação dos conhecimentos
- Os efeitos notados não são mais temporais, mas
cumulativos
5. A comunicação de massa passa a ser vista como um
processo que inclui:
Acumulação - capacidade para criar e manter a
relevância de um tema por meio da repetição contínua
Consonância – o mesmo tema em vários meios de
comunicação de massa
Onipresença – as opiniões difundidas são amplamente
conhecidas
Relevância – a consonância traduz para o público que o
tema é relevante
6. A partir dos pontos vistos no slide anterior infere-se que
a opinião pública regula-se pela opinião reproduzida
pelos meios de comunicação de massa
7. Estudo dos efeitos em longo
prazo
Uma outra abordagem do Estudo dos Efeitos em Longo
Prazo diz respeito aos emissores e à forma como o
material noticioso é produzido. Um exemplo desses
estudos é o Newsmaking (Fazer Notícias).
8. Newsmaking (Fazer Notícias)
Investiga o modo como são produzidas as notícias
Sua base metodológica está na pesquisa participativa
(pesquisador no local)
O Newsmaking estuda os níveis mais baixos das
operações produtivas e a organização social e
profissional dos jornalistas
No entanto, ela despreza os componentes econômicos e
políticos
9. - Para os defensores dessa teoria, há uma
superabundância de fatos no cotidiano e nem todos
podem ser noticiados.
- Os jornalistas, então definem o que é notícia, ou seja,
na verdade a notícia não é o reflexo puro da realidade,
já que nem todos os fatos dessa realidade são
publicados.
Teoria do Newsmaking
10. - O sociólogo Gaye Tuchman, Mauro Wolf e Nelson Traquinas
estão entre os estudiosos dessa corrente.
- Eles sistematizaram a teoria do newsmaking levando em
consideração critérios como noticiabilidade (valores-notícia),
constrangimentos organizacionais, construção da audiência e
rotinas de produção.
Teoria do Newsmaking
11. Teoria do Newsmaking
- É importante destacar ainda que essa teoria
entende que a notícia é produzida em um
processo planejado como uma rotina
industrial. Tem procedimentos próprios e
limites organizacionais.
12. Teoria do Newsmaking
- Diante da imprevisibilidade dos acontecimentos, as
empresas jornalísticas precisam colocar ordem no
tempo e no espaço. Para isso estabelecem determinadas
PRÁTICAS UNIFICADAS NA PRODUÇÃO DE NOTÍCIAS. É
dessas práticas que se ocupa a teoria do newsmaking.
- Algumas dessas práticas:
*Critérios de noticiabilidade (os fatos que são noticiáveis
por atrair o leitor)
*Sistematização do trabalho jornalístico (divisão de tarefas
na redação, divisão em diferentes editorias e o processo
industrial em si, como o horário de fechamento).
13. Teoria do Newsmaking
CRITÉRIOS DE NOTICIABILIDADE:
“O conjunto de critérios e operações que fornecem a
aptidão de merecer um tratamento jornalístico, isto é,
possuir valor como notícia. Assim, os critérios de
noticiabilidade são o conjunto de valores-notícias que
determinaram se um acontecimento, ou assunto, é
susceptível de se tornar notícia, isto é, de ser julgado
como merecedor de ser transformado em matéria
noticiável e, por isso, possuindo ‘valor-notícia’”
(Traquina).
14. Valores-notícias
Traquina enumera doze valores-notícias:
1) a freqüência, ou seja, duração do acontecimento;
2) a amplitude do evento;
3) a clareza;
4) a significância;
5) a consonância;
6) o inesperado;
15. Valores-notícias
7) a continuidade, isto é, a continuação como notícia
do que já ganhou noticiabilidade;
8 ) a composição, isto é, a necessidade de manter um
equilíbrio nas notícias com uma diversidade de assuntos
abordados;
9) a referência a nações de elite;
10) a referência a pessoas de elite;
11) a personalização, isto é, a referência às pessoas
envolvidas;
12) a negatividade, ou seja, segundo a máxima “bad
news is good news
16. - Gaye Tuchman chega até a propor uma sistematização
dos tipos de notícias:
*Duras: factuais (perecíveis)
*Leves: não perdem a atualidade (Ex: uma exposição)
*Em desenvolvimento: que têm repercussão (Ex: um
sequestro em uma embaixada)
*Em sequência: fatos pré-programados (Ex: a votação de
uma matéria importante no Congresso agendada para
determinada data)
Teoria do Newsmaking
17. Teoria do Gatekeeper
-O termo “gatekeeper”, que quer dizer “porteiro”, não surge
aplicado ao jornalismo. Ele foi utilizado inicialmente na
psicologia para analisar problemas ligados à modificação dos
hábitos alimentares na sociedade (chegando à conclusão que
numa família havia sempre um “porteiro” que era quem
determinava o que seria consumido).
-A aplicação do termo no jornalismo foi feita em 1950, por
David Manning White. Ele estudou o fluxo de notícias em
diferentes jornais com objetivo de detectar os pontos que
funcionariam como “cancelas” para a informação.
18. Teoria do Gatekeeper
- White centrou seu estudo em um jornalista de
meia idade, morador de uma cidade com 100.000
habitantes nos EUA. A função desse jornalista,
nomeado por White como “Mr. Gates”, era definir o
que deveria ser ou notícia no jornal no qual ele
trabalhava.
19. Teoria do Gatekeeper
- White concluiu que as decisões de Mr.
Gates FORAM SUBJETIVAS E
ARBITRÁRIAS. Muitos fatos significativos
haviam sido desprezados. Das 1333
explicações para o “desprezo”, cerca de
800 referiram-se à falta de espaço para
aquele fato na edição do jornal. O fator
“tempo” também influenciou bastante.
Quanto mais tarde chegavam as notícias
no jornal, mais eram desprezadas.
20. Teoria do Gatekeeper
Constatações:
- Normas ocupacionais e organizacionais são mais fortes
que as preferências pessoais
- Os jornalistas tendem a seguir orientações ditadas pela
linha editorial do jornal
21. Teoria do Gatekeeper
- Dentre essas orientações, seis merecem destaque:
1) autoridade institucional
2) O sentimento de dever e estima para com os superiores
3) Aspirações à mobilidade profissional
4) Ausência de fidelidade ao grupo de contrapopostas
5) Caráter agradável do trabalho
6) A notícia como valor
22. Teoria do Gatekeeper
Os estudos constataram que existe uma série de normas
implícitas do grupo, que muitas vezes se sobrepõem às
normas do interesse público.
No momento da publicação, os jornalistas se preocupam
mais com a opinião de seus pares, ou da concorrência,
do que com a expectativa do público.
23. - A notícia não é definida pelo jornalista, mas pelos
objetivos de mercado da organização jornalística.
-SÓ É NOTÍCIA AQUILO QUE INTERESSA
COMERCIALMENTE O DONO DA ORGANIZAÇÃO
JORNALÍSTICA.
-Fatos que afetam os interesses comerciais do dono da
empresa jornalística nunca serão noticiados, por mais
importantes que sejam.
Teoria da Organização
24. - Influenciada pela teoria funcionalista da comunicação,
a teoria da organização, também chamada de
“organizacional”, enxerga o JORNALISMO COMO UM
NEGÓCIO que, como tal, busca o lucro acima de tudo.
Por isso, o setor mais importante da empresa jornalística
é o Comercial e ele interfere diretamente na produção da
notícia.
Teoria da Organização
25. Nesse quadro, o jornalista acaba socializado na
política editorial da organização através de uma lógica
de recompensas e punições. Em outras palavras, ele se
conforma com as normas editoriais, que passam a ser
mais importantes do que as crenças individuais.
Teoria da Organização
26. Teoria da Organização
- Essa conformação ocorre por meio de diferentes
fatores:
• Autoridade institucional e sanções: os chefes decidem
quem fará as reportagens mais importantes, têm poder
para mandar um texto ser reescrito e até de determinar
se ele será assinado ou não. Há pouco espaço para
contestação por parte dos jornalistas que estão no ponto
baixo da hierarquia.
• Aspirações de mobilidade social: os jornalistas percebem
que para crescer na empresa precisam atender os
interesses dos donos.
• Falta tempo para contestação: o ritmo de trabalho é tão
acelerado que para cumprir os prazos muitos jornalistas
desistem de contestar determinadas notícias.
27. Teoria da Organização
• Ausência de conflitos de grupo: sindicato e
outras entidades que representam os jornalistas
são mal vistos dentro das redações.
• Cultura de valorização do trabalho: o jornalista
tem que dar graças a Deus por estar empregado e
em uma empresa grande.
• Clima autoritário e punições: os jornalistas que
contrariam a norma são punidos. Só quem tem
status de colunista normalmente pode transgredir
as regras da política editorial.
28. Teoria do Agendamento (ou
Agenda-Setting)
É a hipóteses que investiga como os assuntos passam a
ser considerados interessantes ou não para serem
repassados ao público receptor.
Essa hipótese não pretende persuadir, mas apresenta ao
público aquilo que julga ser necessário discutir
Ela reforça a ideia de que o que é veiculado pelos meios
é o que realmente importante.
29. Teoria do Agendamento
O receptor tende a aceitar a representação apresentada
pela mídia como a única possível, sem contestação.
No entanto, fatores da produção da informação
provocam distorções (voluntárias e involuntárias) nas
representações difundidas pelos meios de comunicação
de massa
30. Teoria do Agendamento
A Teoria da Agenda toma como postulado o impacto
direto, mas não imediato, sobre os destinatários,
analisando-os em dois níveis:
1) A ordem do dia dos temas, assuntos e problemas
presentes nos meios de comunicação de massa
2) A hierarqia da importância e de prioridade segundo a
qual esses elementos estão dispostos na ordem do dia
31. Teoria do Agendamento
A Teoria da Agenda coloca em questão tambpem a
agenda interpessoal, ou os temas que o indivíduo
discute com os outros e a percepção que tem da opinião
pública
32. BIBIOGRAFIA
TEMER, Ana Carolina Rocha Pessoa e NERY, Vanda Cunha
Albieri. Para entender as Teorias da Cmunicação. 2. ed.
Revista e atualizada. Goiânia: EDFU, 2009.