O documento descreve os principais conceitos e sistemas de contabilidade social, incluindo contas nacionais e matriz de relações intersetoriais. Ele também explica agregados econômicos como produto nacional, despesa nacional, renda nacional e formação de capital. Por fim, discute a aplicação dessas métricas em economias de dois, três e quatro setores.
3. Introdução
Contabilidade social: relativa à medição dos agregados econômicos nacionais, trata-se
do registro contábil da atividade produtiva de um país ao longo de um dado período de
tempo.
Sistemas de contabilidade social: sistema de contas nacionais e a matriz de relações
intersetoriais.
Sistema de contas nacionais: usa o método tradicional das partidas dobradas,
discriminando transações dos grandes agentes macroeconômicos, cada um
representado por uma conta específica. Mede-se nele as transações com bens e
serviços finais.
Matriz de relações intersetoriais: inclui transações intermediárias, permitindo analisar
também as relações econômicas entre os vários setores de atividade, fornecendo
informações completas ao exigir dados mais detalhados.
4. Princípios básicos das contas nacionais
• consideram-se apenas as transações com bens e serviços finais;
• mede-se apenas a produção corrente do próprio período;
• as transações se referem a um fluxo;
• a moeda é neutra;
• não são considerados os valores das transações puramente financeiras.
Economia a dois setores: famílias e empresas
O fluxo circular de renda: análise da ótica do produto e da despesa e da renda:
quantificação do fluxo para avaliar o desempenho da economia no período:
• ótica do produto: produção e vendas de bens/serviços finais na economia;
• ótica da renda: renda gerada no processo de produção que vem a ser a remuneração
dos fatores de produção.
5. Produto Nacional (PN): valor de todos os bens e serviços finais, medidos a preços de
mercado, produzidos num dado período de tempo.
Despesa Nacional (DN): gasto dos agentes econômicos com o produto nacional. Revela
quais são os setores compradores do produto nacional.
Renda Nacional (RN): soma dos rendimentos pagos aos fatores de produção no
período.
Valor adicionado: aquele adicionado ao produto em cada estágio de produção,
somando o valor adicionado em cada estágio de produção, chegaremos ao produto
final da economia.
valor adicionado = valor bruto da produção – compra de bens e serviços intermediários
6. Formação de capital: poupança, investimento e depreciação
Poupança agregada: é a parcela da renda nacional não consumida no período, que é
S=RN – C.
Investimento agregado: gasto com bens produzidos, mas não consumidos no período,
e que aumentam a capacidade produtiva da economia nos períodos seguintes.
Investimento total = investimentos em bens de capital + variação de estoques
Bens de capitais nas contas nacionais: formação bruta de capital fixo.
Investimento em ativos de segunda mão não entra como investimento agregado.
7. Depreciação: desgaste do equipamento de capital da economia num dado período.
investimento líquido = investimento bruto – depreciação
produto nacional líquido = produto nacional bruto – depreciação
Economia a três setores: agregados relacionados ao setor público: União, Estados e
Municípios.
Receita fiscal do governo:
• impostos indiretos: incidem sobre bens e serviços;
• impostos diretos: incidem sobre pessoas físicas e jurídicas;
• contribuições à previdência social;
• outras receitas: taxas, multas, pedágios, aluguéis.
8. Gastos do governo:
• gastos dos ministérios e autarquias, cujas receitas provêm de dotações
orçamentárias. O produto gerado pelo governo é médio por suas despesas correntes e
despesas de capital.
• gastos das empresas públicas e sociedades de economia mista: receita advêm da
venda de bens e serviços no mercado, são consideradas dentro do setor de produção
com empresas privados e não como governo.
• gastos com transferências e subsídios: considerados como transferências, não são
computados como parte da renda nacional, pois representam apenas uma
transferência financeira do setor público ao setor privado.
9. Superávit ou déficit público: quando a arrecadação supera o total dos gastos públicos
ou quando os gastos superam a arrecadação.
• superávit/déficit primário;
• superávit ou déficit total/nominal: juros nominais;
• superávit ou déficit operacional: juros reais.
Renda nacional a custo de fatores e produto nacional a preço de mercado: impostos
está incorporado no valor do produto, quando ele é essencial o governo pode subsidiar
o preço.
• custos de fatores: o que a empresa paga aos fatores de produção, salários, juros,
aluguéis e lucros;
• preço de mercado: preço final pago pela venda, adiciona ao custo de fatores de
produção os impostos indiretos e subtrai os subsídios.
PNL a preços de mercado = RNL a custo de fatores+
impostos diretos+subsídios
10. Renda pessoal disponível: mede quanto da renda gerada no processo econômico fica
em poder das família.
Renda pessoal disponível = RNLcf – lucros retidos – impostos retidos – contribuições
previdenciárias – outras receitas correntes do governo + transferências do governo às
famílias
Carga tributária bruta e líquida: total da arrecadação fiscal do governo.
Carga tributária líquida = carga tributária bruta – transferências e subsídios do governo
ao setor privado
Economia a quatro setores: agregados relacionados ao setor externo
11. Exportações e importações: compra pelos estrangeiros, de mercadorias produzidas por
empresas que pertencem ao nosso país; e despesas que fazemos com produtos
estrangeiros.
Produto interno bruto, produto nacional bruto e renda líquida do exterior
PIB – somatório de todos os bens e serviços produzidos dentro do território nacional
num dado período.
PNB = PIB + renda recebida no exterior – renda enviada ao exterior
PNB = PIB + Renda Líquida do Exterior (RLE).
12. PIB nominal e PIB real
PIB nominal: é medido a preços correntes do próprio ano.
PIB real: mede o crescimento do produto físico pressupondo que os preços foram
constantes no período.
O PIB como medida do bem-estar:
• não registra a economia informal;
• não considera os custos sociais derivados do crescimento econômico (poluição, piora
do meio ambiente, etc.);
• não considera diferenças na distribuição de renda entre os vários grupos da
sociedade.
PIB em dólares: usado para comparações internacionais, dólar PPP, criado pela ONU,
representa a paridade do poder de compra.