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II   Aves do Litoral Norte
     da Bahia
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IV     Aves do Litoral Norte
       da Bahia




     Todos os direitos reservados. Proibido a venda e
     reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer
     meio ou processo de duplicação, copia, digitalização
     e afins.

     A violação dos direitos autorais é punível como crime
     conforme o artigo. 184 e Parágrafo, do Código Penal,
     CF. Lei nº 6.895, de 17.12.80



     Tradução: 	
     Richard Gordon Hartley

     Revisão  português: 	
     Carmen Penido

     Revisão  inglês: 	
     Russel Franker

     Projeto Gráfico	
     Tiago Pedroza

     Fotografias	
     Pedro Lima, Luiz Pedreira Gonzaga, Robson
     Silva, Gabriel Rocha, Luiz Cláudio Marigo,
     Haroldo Palo Jr, César Musso, Marques , Dante
     Buzzetti


        L71a    

                     LIMA, Pedro Cerqueira	
        	              Aves do litoral norte da Bahia/Pedro Lima 	
        	              Cerqueira;	
        	              [ilustrações] – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

        	           616p.:                

        	           Bibliografia:

        	           1.Ornitologia  2. Aves  3 Litoral norte da 	
        	           Bahia

        	           	                                                                        	
        	           	            	                	                CDU 598.2




 www.ao.com.br - AO ONLINE -> LIVROS; ATUALIDADES ORNITOLÓGICAS N. 134 Novembro/Dezembro de 2006 p.29
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                                                                                                da Bahia




AGRADECIMENTOS
Agradeço à Cetrel em nome de seus diretores, Dr. Ney Silva, Dr. Carlos Eugênio e Dr.
Demóstenes Miranda de Carvalho Filho, Renato Pinheiro que apoiaram e incentivaram todas as
minhas pesquisas de campo e financiaram a grande maioria delas e também agradeço a todos os
funcionários da Cetrel, desde 1988 até hoje, que abraçaram o ideal conservacionista. Também
a todas as empresas parceiras da Cetrel que contribuíram através de seus funcionários para
a conservação do meio ambiente, desde 1988 até o presente momento. Ao Dr. José Antônio
Andrade e ao Dr. Fonte Lima que foram os responsáveis pelo meu ingresso na Cetrel em 1988
e que apoiaram as minhas novas idéias visando a mudança de hábitos em prol da conservação.
A todos os estagiários que tive o prazer de conhecer, entre eles Joelson de Oliveira Castro e
Margarete Peixoto Maia que foram os meus primeiros estagiários e que muito contribuíram
para as pesquisas; a Sidnei Sampaio dos Santos (Biologia- UFBA), com o qual tive o prazer de
trocar idéias e conhecimentos por mais de 10 anos e que contribuiu significativamente para a
maioria das pesquisas. Relaciono, a seguir, os demais estagiários: Maria Teresa Nunes Marques
Rocha (Biologia UFBA), Francisco Pedro da Fonseca (Biologia UCSAL), Daniel Schmukler
(Biologia UFBA), Luciana Araújo Souza (Veterinária UFBA), Luciana D’ Carlos (Veterinária
UFBA), Oberdan Nunes (Veterinária UFBA), Tereza Maxová (República Tcheca). Através de
convênio com o IVSA (International Veterinary Students’ Association): Marcelo Araújo Boureau
(Veterinária UFBA), Luciana D’Carlos (Veterinária UFBA), Rodrigo Conceição de Oliveira,
Bruno Gabriel Pita (primo) e Jana Doege da LSV –SVM University.

Agradeço especialmente à Rita de Cássia Ferreira da Rocha Lima, que além de esposa é formada
em biologia e muito me ajudou nas pesquisas de campo; aos meus três filhos, Pedro Cerqueira
Lima Filho, Thyers Novaes de Cerqueira Lima Neto e Aloísio Ferreira da Rocha Neto que sempre
participaram e colaboraram nas minhas pesquisas de campo; a meus auxiliares, José Carlos
Dias, Paulino Rocha, Jean, Wilian Batista e Adison Lima que muito me apoiaram e ajudaram
nas pesquisas; a Silvano Abreu Farias que contribuiu significativamente para a organização do
banco de fotos e para a composição deste livro. Aos amigos Luiz Pedreira Gonzaga, Robson
Silva, Gabriel Rocha, Luiz Cláudio Marigo, Haroldo Palo Jr. César Musso, Marques e Dante
Buzzetti que contribuíram com algumas fotos, todas devidamente creditadas a eles, sendo que
as demais fotos do livro são da minha responsabilidade; a Helen Hays, Joseph Dicostanzo, Grace
Cormons e Tom Cormons do American Museum of Natural History que muito colaboraram
nas pesquisas sobre os representantes da família Sternidae; a Luis Monteiro da Universidade
dos Açores (in memoriam) que contribuiu com informações preciosas sobre os representantes
da família Sternidae provenientes dos Açores; a Alex Zino (in memoriam) e sua família que me
acolheram e muito contribuíram para as pesquisas sobre a mortandade das aves oceânicas; ao
meu amigo e voluntário, Zildomar Souza Magalhães, que até hoje colabora comigo nas pesquisas
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VI     Aves do Litoral Norte
       da Bahia




     que desenvolvo; a Marcio Pita, que me apoiou em algumas pesquisas e ao meu amigo Rolf
     Grantsau, que muito me ensinou e ainda ensina, e que também contribuiu para este livro com
     algumas fotos. Ao Projeto TAMAR, ao MAMA, IBAMA e CEMAVE que sempre me apoiaram nas
     pesquisas de campo. E a todos os voluntários que são tantos, que seria muito difícil relacioná-los
     um por um, e, finalmente, um agradecimento especial a meu pai, Thyers Novais de Cerqueira
     Lima (in memoriam), que despertou em mim o interesse no estudo das aves e à minha mãe,
     Gizelia Antônia Pita, que sempre me incentivou a estudar.



     ACKNOWLEDGEMENTS
     I express my sincere thanks to Cetrel and its directors Ney Silva, Carlos Eugênio Meneses and
     Demóstenes Miranda de Carvalho Filho, Renato Pinheiro who supported and encouraged my
     field research and financed a great majority of it; I also thank all Cetrel employees since 1988
     to date, who embraced the conservationist ideal. I would also like to express my gratitude to all
     partner-companies of Cetrel that contributed through their employees for the conservation of the
     environment. I am indebted to Jose Antonio Andrade and Fonte Lima who were responsible for
     my admission to Cetrel in 1988 and supported my ideas focusing a change of habits for the benefit
     of conservation. I would moreover like to thank all the trainees I had the opportunity of meeting,
     among them Joelson de Oliveira Castro and Margarete Peixoto Maia who were the first I tutored
     and who contributed significantly to my research; and also Sidnei Sampaio dos Santos (Biology-
     UFBA) with whom I had the pleasure of exchanging ideas and knowledge and who contributed
     significantly throughout most of my research. Next, I will list all my others trainees: Maria Teresa
     Nunes Marques Rocha (Biology- UFBA), Francisco Pedro da Fonseca (Biology- UCSAL), Daniel
     Schmukler (Biology- UFBA), Luciana Araújo Souza (Veterinary- UFBA), Luciana D’ Carlos
     (Veterinary- UFBA), Oberdan Nunes (Veterinary-UFBA), Tereza Maxová (Czech Republic).
     Through a covenant with IVSA (International Veterinary Students’Association): Marcelo Araújo
     Boureau (Veterinary - UFBA), Luciana D’Carlos (Veterinary- UFBA), Rodrigo Conceição de
     Oliveira, Bruno Gabriel Pita and Jana Doege ( LSV –SVM University).

     My special thanks to Rita de Cássia Ferreira da Rocha Lima who besides being my wife is a biologist
     and helped me a great deal in my field research; to my three sons Pedro Cerqueira Lima Filho,
     Thyers Novaes de Cerqueira Lima Neto and Aloísio Ferreira da Rocha Neto who participated and
     contributed to my field research; to my assistants José Carlos Dias, Paulino Rocha, Jean, Wilian
     Batista and Adison Lima who supported and assisted me in my field research; to Silvano Abreu
     Farias who contributed significantly towards the planning and organization of a photo collection
     and to the composition of this book. I am indebted to my friends Luiz Pedreira Gonzaga, Robson
     Silva, Gabriel Rocha, Luiz Cláudio Marigo, Haroldo Palo Jr. César Musso, Marques and Dante
     Buzzetti who contributed with photographs, all of them duly credited ( the remaining photos of the
     book are of my responsibility); to Helen Hays, Joseph Dicostanzo, Grace Cormons and Tom Cormons
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                                                                                                  da Bahia




of the American Museum of Natural History who gave a significant contribution to my work by
providing precious information on specimens of the Sternidae family; to Luis Monteiro from the
University of Azores (in memoriam) who contributed with valuable information on the Sternidae
family originating from the Azores; to Alex Zino (in memoriam) and his family who welcomed me
and contributed greatly towards the investigations concerning the mortality of ocean birds; to my
friend and volunteer Zildomar Souza Magalhães who still works with me on the research I develop;
to Marcio Pita who supported me on some research and to my friend Rolf Grantsau who taught me
and still teaches me a lot and has contributed towards this book with some of his photos. I would
like to offer my thanks to the TAMAR Project, MAMA, IBAMA and CEMAVE that have always
supported me in my field research. I also thank all the many volunteers and finally my father,
Thyers Novais de Cerqueira Lima (in memoriam), who awoke my interest in the study of birds and
my mother Gizelia Antônia Pita (in memoriam) who always encouraged me to study.
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VIII     Aves do Litoral Norte
         da Bahia




       ÍNDICE                                                           Ordem dos Anseriformes
                                                                        Anseriformes order
                                                                                                            61
                                                                                                            61
       TABLE OF CONTENTS                                                Anatidae                            61

                                                                        Ordem dos Falconiformes            69
                                                                        Falconiformes order                69
                                                                        Pandionidae                         69
                                                                        Accipitridae                        70
                                                                        Falconidae                          79
       Aves do Litoral Norte                                XII
       Birds of the Coast North                             XII        Ordem dos Galliformes              87
       Espécies de aves ameaçadas de extinção              XVIII       Galliformes order                  87
                                                                        Cracidae                            87
       Ordem dos Tinamiformes                                 3
       Tinamiformers order                                    3        Ordem dos Gruiformes               91
       Tinamidae                                              3        Gruiformes order                   91
                                                                        Aramidae                           91
       Ordens dos Podicipediformes                            9        Rallidae                           92
       Podicipediformes order                                 9        Heliornithidae                    101
       Podicipedidae                                          9
                                                                        Ordem dos Charadriiformes        105
       Ordem dos Procellariformes                           13         Charadriiformes order            105
       Procellariformes order                               13         Jacanidae                         105
                                                                        Rostratulidae                     106
       DIOMEDEIDAE                                           13        Haematopodidae                    106
       PROCELLARIIDAE                                        17        Charadriidae                      107
       HYDROBATIDAE                                          34        Scolopacidae                      112
       SPHENISCIDAE                                          38        Recurvirostridae                  121
                                                                        STERCORARIIDAE                    123
       Ordem dos Sphenisciformes                            38         LARIDAE                           127
       Sphenisciformes order                                38         STERNIDAE                         127

                                                                        Ordem dos Columbiformes          151
       Ordem dos Pelicaniformes                             39
                                                                        Columbiformes order              151
       Pelicaniformes order                                 39
                                                                        Columbidae                        151
       PHAETHONTIDAE                                         39
       SULIDAE                                               39
       PHALACROCORACIDAE                                     40        Ordem dos Psittacimormes         161
       FREGATIDAE                                            42        Psittacimormes Order             161
                                                                        Psittacidae                       161
       Ordem dos Ciconiformes                               45
       Ciconiforme order                                    45         Ordem dos Cuculiformes           173
       Ardeidae                                              45        Cuculiformes order               173
       Familía Cochlearidae                                  54        Cuculidae                         173
       Threskiornithidae                                     55
       Ciconidae                                             55
       Cathartidae                                           56        Ordem dos Strigiformes           179
                                                                        Strigiformes order               179
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                                                                                                            da Bahia




Tytonidae                                       179
Strigidae                                       180       Turdinae                                               306
                                                           Mimidae                                                311
                                                           Motacillidae                                           312
Ordem dos Caprimulgiformes                     187        Vireonidae                                             313
Caprimulgiformes order                         187        Coerebinae                                             316
Nyctibiidae                                     187       Cardinalinae                                           344
Caprimulgidae                                   189       Fringillidae                                           353
                                                           Passeridae                                             354
                                                           Estrildidae                                            355
Ordem dos Apodiformes                          195
Apodiformes order                              195

                                                           Pranchas
Apodidae                                        195
Trochilidae                                     196

Ordem dos Trogoniformes
Trogoniformes order
                                                209
                                                209
                                                           tables
Trogonidae                                      209
Alcedinidae                                     212

Ordem dos Coraciiformes                        212
Coraciiformes order                            212        Tinamiformes                                         358
                                                           Tinamidae                                              358
Galbulidae                                      216

Ordem dos Piciformes                           216        Podicipediformes                                     360
                                                           Podicipedidae                                          360
Piciformes Order                               216
Bucconidae                                      217
Ramphastidae                                    219
                                                           Spheniscidae                                         361
Picidae                                         220
                                                           Procellariiformes                                    362
Subordem Suboscines                            226        Diomedeidae                                            362
Suboscines Suborder                            226        Procellariidae                                         363
Rhinocryptidae                                  226
                                                           Pelicaniformes                                       370
Ordem dos Passeriformes                        226        PHAETHONTIDAE                                          370
                                                           SULIDAE                                                371
Passeriformes order                            226        PHALACROCORACIDAE                                      371
Formicariidae                                   227       FREGATIDAE                                             372
Conopophagidae                                  235
Furnariidae                                     237
Dendrocolaptidae                                244
                                                           Ciconiformes                                         373
Tyrannidae                                      248       Família Ardeidae                                       373
Pipridae                                        291       Cochlearidae                                           376
Cotingidae                                      294       Threskiornithidae                                      377
                                                           Ciconidae                                              377
Subordem Ocine                                 296
                                                           Anseriformes                                         380
Ocine Suborder                                 296
                                                           Família Anatidae                                       380
Hirundinidae                                    296
Corvidae                                        301
Troglodytidae                                   302       Falconiformes                                        385
Sylvinae                                        305       Família Accipitridae                                   385
                                                           Falconidae                                             391
Capa	 	        Indice	 	         	        Sair                     PÁGINA   PÁGINA
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     Aves do Litoral Norte
      da Bahia




    Galliformes                                         394       Suboscines                              451
    Cracidae                                            394       Rhinocryptidae                           451
                                                                   Conopophagidae                           459
    Gruiformes                                          394       Conopophagidae                           459
                                                                   Dendrocolaptidae                         463
    Rallidae                                            395       Tyrannidae                               466
    Heliornithidae                                      399       Pipridae                                 484
                                                                   Cotingidae                               487
    Charadriiformes                                     400
    Rostratulidae                                       400       Passeriformes                           489
    Haematopodidae                                      400
    Charadriidae                                        401
    Scolopacidae                                        403       Oscines                                 489
    Recurvirostridae                                    408       Hirundinidae                             489
    STERCORARIIDAE                                      409       Corvidae                                 491
    Laridae                                             411       Troglodytidae                            492
    Sternidae                                           411       Muscicapidae                             493
                                                                   Subfamília Sylviinae                     493
    Columbiformes                                       415       Subfamília Turdinae                      493
                                                                   Subfamília Turdinae                      494
                                                                   Mimidae                                  496
    Psittacidae                                         419       Motacillidae                             497
    Psittacidae                                         419       Vireonidae                               497
                                                                   Emberizidae                              498
                                                                   Subfamília Parulinae                     498
    Cuculiformes                                        425       Subfamília Coerebinae                    499
    Cuculidae 	                                         425       Subfamília Thraupinae                    499
                                                                   Subfamília Emberizinae                   512
    Strigiformes                                        426       Subfamília Cardinalinae                  520
                                                                   Subfamília Icterinae                     524
    Tytonidae                                           426
                                                                   Família Passeridae                       528
                                                                   Família Passeridae                       528
    Caprimulgiformes                                    430       Família Estrildidae                      528
    Família Nyctibiidae                                 430       Fringillidae                             529
    Família Caprimulgidae                               430

    Apodiformes                                         433
                                                                   Pranchas ninhos
                                                                   nest tables
    Família Apodidae                                    433
    Família Trochilidae                                 440

    Trogoniformes                                       442
    Família Trogonidae                                  442
    Família Trogonidae                                  442

    Coraciiformes                                       443
    Alcedinidae                                         443

    Piciformes                                          445       Tinamiformes                            532
    Galbulidae                                          445       Nothura maculosa                         532
    Bucconidae                                          445       Rhynchotus rufescens                     532
    Ramphastidae                                        446
    Picidae                                             448       Podicipediformes                        532
                                                                   Tachybaptus dominicus                    532
    Passeriformes                                       451
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                                                                                                              da Bahia




Spheniscidae                                   533        Himantopus himantopus                                    544
Spenischus magellanicus                         533       Jacana jacana jacana                                     546
                                                           Larus dominicanus                                        544
                                                           Sterna fuscata fuscata                                   545
Procellariiformes                              533        Sterna hirundinacea                                      546
Calonectris borealis                            533       Sterna hirundo hirundo                                   547
                                                           Sterna superciliaris                                     543
Pelicaniformes                                 533        Thalasseus eurygnatha                                    546
Phaethon aethereus aethereu                     533
Phalacrocorax bransfieldensis                   534       Columbiformes                                          547
Sula dactylatra dactylatra                      534       Columba cayennensis                                      547
Sula leucogaster leucogaster                    534       Columba picazuro marginalis                              549
                                                           Columbina minuta                                         549
Ciconiformes                                   535        Columbina minuta                                         550
                                                           Columbina passerina                                      548
Coragyps atratus                                536
                                                           Columbina picui strepitans                               548
Egretta albus egretta                           536
                                                           Columbina talpacoti talpacoti                            549
Egretta thula                                   535
                                                           Leptotila verreauxi approximans                          547
Igrisoma lineatum marmoratum                    535
                                                           Scardafella squammata                                    548
Nyctanassa violacea                             535
                                                           Scardafella squammata squammata                          550
Nycticorax nycticorax                           536

Anseriformes                                   537        Psittacimormes                                         551
                                                           Amazona amazonica amazonica                              552
Anas bahamensis bahamensis                      537
                                                           Aratinga aurea aurea                                     551
Cairina moschata                                537
                                                           Aratinga auricapilla auricapilla                         551
Dendrocygna autumnalis                          537
Dendrocygna viduata                             538
                                                           Cuculiformes                                           552
Falconiformes                                  538        Crotophaga ani                                           552
                                                           Guira guira                                              552
Buteo albicaudatus                              538
                                                           Piaya cayana pallescens                                  553
Caracara plancus                                539
Falco femoralis femoralis                       540
Falco sparverius                                538       Strigiformes                                           553
Gampsonyx swainsonii swainsonii                 540       Aegolius harrsii                                         554
Parabuteo unicinctus unicinctus                 539       Glaucidium brasilianum brasilianum                       554
Rostrhamus sociabilis sociabilis                539       Otus choliba decussata                                   554
Rupornis magnirostris nattareri                 540       Speotyto cunicularia grallaria                           553
                                                           Tyto alba tuidara                                        553
Galliformes                                    541
                                                541       Caprimulgiformes                                       555
Ortalis guttata aracuan                         541       Chordeiles pusillus pusillus                             555
                                                           Nyctibius griseus griseus                                555
Gruiformes                                     541        Nyctidromus albicollis albicollis                        555
Aramides cajanea cajanea                        542
Aramides mangle                                 541       Apodiformes                                            556
Aramus guarauna guarauna                        543       Chlorostilbon aureoventris puucherani                    557
Gallinula chloropus galeata                     542       Chrysolampis mosquitus                                   557
Laterallus melanophaius                         541       Eupetomena macroura simoni                               558
Laterallus viridis viridis                      542       Glaucis hirsuta hirsuta                                  558
                                                           Heliactin bilophus                                       556
Charadriiformes                                543        Panyptila cayennensis                                    557
                                                           Phaethornis pretrei pretrei                              558
Charadrius wilsonia                             543
Gallinago paraguaiae                            545
Haematopus palliatus                            544       Coraciiformes                                          559
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XII     Aves do Litoral Norte
        da Bahia




      Ceryle torquata torquata                             559       Schistochlamys ruficapillus capistratus      573
                                                                      Sicalis flaveola brasiliensis                575
      Piciformes                                          559        Sicalis luteola luteola                      574
                                                                      Sporophila albogularis                       572
      Bucco maculatus maculatus                            559       Sporophila bouvreuil bouvreuil               575
      Bucco maculatus maculatus                            560       Sporophila leucoptera cinereola              585
      Campephilus melanoleucos cearae                      560       Sporophila nigricollis nigricollis           583
      Colaptes campestris campestris                       560       Synallaxis frontalis frontalis               570
      Picumnus pygmaeus distinctus                         559       Synallaxis scutatus scutatus                 584
                                                                      Tachycineta albiventer                       561
      Passeriformes                                       561        Tachyphonus rufus                            576
      Agelaius ruficapillus frontalis                      581       Tangara cayana flava                         570
      Cacicus haemorrhous affin                            577       Thamnophilus palliatus palliatus             566
      Camptostoma obsoletum                                574       Thraupis palmarum palmarum                   584
      Certhiaxis cinnamomea cearensis                      566       Thraupis sayaca sayaca                       587
      Coereba flaveola chloropyga                          576       Thryothorus genibarbis genibarbis            582
      Conirostrum bicolor bicolor                          571       Todirostrum cinereum cearae                  568
      Coryphospingus pileatus pileatus                     565       Tolmomyias flaviventris flaviventris         582
      Cyanocorax cyanopogon                                570       Troglodytes musculus musculus                566
      Cyclarhis gujanensis cearensis                       567       Turdus leucomelas albiventer                 580
      Cypsnagra hirundinacea hirundinacea                  571       Turdus rufiventris juensis                   581
      Elaenia cristata cristata                            575       Tyrannus melancholicus melancholicus         568
      Elaenia flavogaster flavogaster                      583       Tyrannus savana savana                       586
      Elaenia spectabilis spectabilis                      571       Xiphorhynchus picus bahiae                   569
      Estrilda astrild astrild                             582       Zonotrichia capensis matutina                568
      Euphonia chlorotica chlorotica                       567
      Euphonia violacea auranticollis                      579
      Fluvicola leucocephala
      Fluvicola nengeta nengeta
                                                            561
                                                            569       OUTROS ANIMAIS
                                                                      OTHER ANIMALS
      Furnarius leucopus assimilis                         564
      Furnarius rufus                                      585
      Hemitriccus margaritaceiventer                       565
      Hylophilus amaurocephalus                            577
      Icterus cayanensis tibialis                          572
      Icterus jamacaii                                     564
      Lepidocolaptes angustirostris bahiae                 578
      Machaeropterus regulus regulus                       561
      Machetornis rixosus                                  565       Herpailurus yagouarondi                      590
      Megarhynchus pitangua pitangua                       579       Felis tigrina                                590
      Mimus gilvus antelius                                584       Callithrix penicillata                       590
      Mimus saturninus frater                              576       Cebus apella                                 591
      Molothrus bonariensis bonariensis                    579       mico de tufo brannco                         591
      Myiarchus ferox ferox                                572       mico de tufo brannco                         591
      Myiozetetes simillis similis                         578       Artibius jamaicensis                         592
      Notiochelidon cyanoleuca cyanoleuca                  564       Artibius planirostris                        592
      Pachyramphus polychopterus polychopterus             573       Carollia p. perspicillata                    592
      Pachyramphus viridis viridis                         569       Glossophaga soricina                         593
      Paroaria dominicana                                  586       Lionycteris spurrelli                        593
      Passer domesticus domesticus                         578       Noctilio leporinus                           593
      Phacellodomus rufifrons rufifrons                    580       Saccopteryx bilineata                        594
      Polioptila plumbea atricapilla                       577       Artibeus p. planirostris                     594
      Polioptila plumbea atricapilla                       581       Iguana iguana                                594
      Porphyrospiza caerulescens                           562       Boa constrictor                              595
      Pseudoseisura cristata                               574       Bothrops leucurus                            595
      Pyrocephalus rubinus rubinus                         573       Caiman yacare                                595
      Ramphocaenus melanurus                               567       Chironius flavolineatus                      596
      Ramphocelus bresilius bresilius                      580       Crotalus durissus                            596
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                                                                                         da Bahia




Drymarchoron corais                           596
Echynanthera occiptolis                       597
Eunectes murinus                              597
Waglerophis merrim                            597
Geochelone carbonaria                         598
Gymnodactylus g amaral                        598
Phylloctylus mabuia                           598
Tupinambis teguxin                            599
Caluromys philandes                           599
CAPIVARA                                      599
Chaetomys subspinosus                         600
Coendou insidiosus                            600
Dasyprocta sp                                 600
Didelphis albiventris                         601
Hidrochoerus hidrochaeris                     601
capivara Hydrochaeris hydrochaeris            601
Monodelphis americana                         602
marsupial                                     602
Tayassu tajacu                                602
Sciurus aestuans                              603
Silvilagus brasiliensis                       603
Nassua nassua                                 603
Cerdocyon thous Raposa                        604
Tamandua tetradactyla                         604
Dasypus novemcinctus                          604




Referência
Bibliográfica	
Reading List		 605
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XIV     Aves do Litoral Norte




      Aves do Litoral Norte
      Birds of the Coast North

      O       litoral norte da Bahia, entre Salvador
            e Mangue Seco (Jandaíra), é formado
      por  importantes ecossistemas de cerrado,
                                                                     frota pesqueira do Estado da Bahia. A frota
                                                                     pesqueira é responsável pela coleta de mais de
                                                                     50 espécies diferentes de pescado, destacando-
      restinga, matas secundárias, Mata Atlântica,                   se entre eles: peixe agulha, albacora, badejo
      dunas, mangues, estuários e áreas úmidas. A                    e uma infinidade de outros peixes. Os
      grande variedade de ecossistemas proporciona                   manguezais são responsáveis pela produção do
      ao litoral norte, uma grande riqueza em                        caranguejo, siri, aratu, dentre outros mariscos
      diversidade biológica. O litoral e o ecossistema               (Bahia Pesca, 1998). Os recifes constituem um
      de mangue são as principais fontes de sustento                 ecossistema povoado por muitas espécies da
      da grande maioria da população que vive no                     flora e fauna marinha e podemos citar duas
      seu entorno. De Salvador até Mangue Seco,                      formações, Arembepe e Praia do Forte, que
      existem várias comunidades de pescadores,                      além da sua importância ecológica, também
      instalados na sua maioria, na foz dos rios.                    ornecem sustento para as comunidades locais.
      Estas colônias equivalem  a  26,2% de toda a
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A beleza natural destas áreas constitui um                               a diversidade de espécies animais existentes
grande  atrativo para o turismo. As áreas úmidas                         no litoral norte. As populações das cidades
compõem a paisagem, proporcionando um                                    situadas no entorno, na sua grande maioria,
visual belíssimo e indescritível e só quem os viu                        não possui muito conhecimento sobre a fauna
pode saber. Este visual foi o responsável pelo                           da região.
surgimento da Aldeia Hippie em Arembepe,
na década de 70, que até hoje permanece com                              Com a finalidade de adquirir conhecimentos
suas características originais. Em todo o trecho                         sobre os ecossistemas pertencentes ao litoral
do litoral norte, duas localidades se destacam                           norte, vimos desenvolvendo pesquisas em todos
como grande atrativo turístico: a Praia do                               eles, há mais de 16 anos. Os nossos  estudos
Forte, conhecida internacionalmente por ser a                            detectaram a presença de 431 espécies de aves,
sede do projeto TAMAR, o projeto responsável                             o equivalente a mais de 50% de todas as aves
pela pesquisa e conservação das tartarugas                               da Bahia (824). Entre essas aves, detectamos a
marinhas e Mangue Seco, por causa do livro                               presença de 16 espécies consideradas raras ou
Tiêta do Agreste, escrito por Jorge Amado e                              ameaçadas de extinção ( Tabela1, Figura 1).
pela novela do mesmo nome produzida pela
                                                                         Além das espécies raras ou ameaçadas de
Globo. Apesar da beleza e diversidade desses
                                                                         extinção, foram levantadas as espécies de
ecossistemas, pouco ou nada se conhecia sobre
                                                                         aves que realizam migrações ou outro tipo de

 Espécie                                                                  Nome Vulgar

 Procellaria conspicillata                                                Pardela  de óculos
 Sarcoramphus papa                                                        Urubu-rei
 Aegolius harrisii                                                        Caburé canela
 Falco peregrinus                                                         Falcão-peregrino
 Nyctibius leucopterus                                                    Urutau-de-asa-branca
 Sterna dougallii                                                         Trinta-réis-róseo
 Sterna antillarum                                                        Trinta-réis-miudo
 Aratinga auricapilla                                                     Jandaia-de-testa-vermelha
 Amazona rhodocorytha                                                     Papagaio-chauã
 Touit melanonota                                                         Apuim-de-costa-preta
 Pyriglena atra                                                           Olho-de-fogo-rendado
 Conopophaga melanops nigrifrons                                          Cuspidor mascarado
 Xipholena atropurpurea                                                   Ananbé-de-asa-branca
 Procnias nudicollis                                                      Araponga
 Porphyrospiza caerulescens                                               Campainha-azul
 Carduelis yarellii                                                       Coroinha
Tab. 1 - Relação de espécies raras ou ameaçadas de extinção no Litoral Norte
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XVI     Aves do Litoral Norte




      deslocamento. No total, foram catalogadas 99                         (Lima, 1992,2000), embora esta espécie já
      espécies nestas condições, sendo que muitas                          tenha sido registrada em Correntina ( Antas et
      delas são aves oceânicas, destacando-se o                            al., 1994 ). Para estudar o comportamento das
      trinta-réis-róseo (Sterna dougallii), espécie                        aves do Litoral Norte, adotamos a técnica do
      ameaçada de extinção e o trinta-réis-comum                           anilhamento. O anilhamento é uma importante
      (Sterna hirundo).                                                    ferramenta para o estudo das rotas migratórias,
                                                                           determinação da longevidade das espécies e
      Além das aves migratórias e das espécies                             preservação de habitats localizados nas rotas
      raras ou ameaçadas de extinção com casos de                          migratórias de muitas espécies de aves. O
      registro novo na Bahia e no Brasil, existem                          anilhamento consiste em colocar anéis de metal
      outras novas ocorrências no litoral norte, tais                      no tarso das aves, no tamanho apropriado para
      como: caburé-canela (Aegolius harrisii), uma                         cada espécie, após sua captura por meio de
      espécie que acrescentamos à lista das aves da                        redes de neblina ou nos próprios ninhos, ou
      Bahia tendo realizado também um estudo sobre                         são colocados depois de sua captura por meio
      o comportamento reprodutivo da espécie;                              de outros tipos de armadilhas. Durante os 16
      a espécie A. harrisii descoberta no cerrado                          anos de trabalho nesta área (1991-2006), foram
      existente em Camaçari, na área de influência                         anilhadas mais 40.000 aves, com anilhas do
      da CETREL (Lima, 1993,94); o sabiá-ferreiro                          Cemave (órgão do IBAMA), pertencentes a 300
      (Turdus subalaris), uma espécie migratória                           diferentes espécies, o que eqüivale a 27% de
      do sul do Brasil registrada no ecossistema de                        todas as aves do Estado da Bahia. Além disso,
      restinga em Arembepe, sendo este o primeiro                          foram anilhadas outras 3.446 aves, com anilhas
      registro mais ao norte até hoje comprovado                           coloridas, devidamente numeradas. Através
                                                                           do anilhamento, foi-nos possível coletar
                                                                           informações sobre a rota migratória de muitas




                         Sterna hirundo hirundo  (Linnaeus, 1758).
                         Trinta-réis-boreal (Common Tern)
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espécies de aves. Das 300 espécies anilhadas, 19                         O município de Lauro de Freitas perdeu sua
são migrantes setentrionais e 06 são austrais.                          cobertura vegetal quase que totalmente, tendo
Também, obtivemos 1500 recuperações de                                  ocorrido á supressão de dunas, restingas, Mata
99 espécies, das quais, 13 espécies foram                               Atlântica, matas secundárias e manguezais.
anilhadas por outros pesquisadores brasileiros                          Hoje, Lauro de Freitas só possui uma pequena
e estrangeiros (Tabela 2).                                              cobertura de mata secundária, onde foi
                                                                        detectada a presença do apuim-de-costa-preta
Do total de aves anilhadas (40.000), a grande                           (Touit melanonota) e da jandaia-de-testa-
maioria, 87,7%, foi anilhada no litoral norte e                         vermelha (Aratinga auricapilla), psitacídeos
o restante foi anilhado em outras localidades                           ameaçados de extinção. Ambas as espécies
do Estado da Bahia (Figura 1).                                          estão listadas no apêndice II da Cites e quase
                                                                        nada se sabe sobre o seu comportamento
Todos os ecossistemas do Litoral Norte
                                                                        (Snyder et al, 2000). Desde 1997 vimos
sofreram, ao longo do tempo, muitos tipos
                                                                        realizando pesquisas de reintrodução com a
de agressões, sendo os ecossistemas mais
                                                                        espécie A. auricapilla e já temos obtido bons
próximos à grande metrópole (Salvador), os
                                                                        resultados no decorrer de 1997 até hoje, tendo
que foram mais prejudicados, sem dúvida
                                                                        reintroduzido cerca de 20 exemplares que já
alguma.
                                                                        se encontram adaptados ao seu novo habitat.

 Espécie                                      Exemplar                  País

 Falco peregrinus                             1                         USA
 Sterna hirundo                               900                       USA
 Sterna hirundo                               08                        Portugal
 Sterna hirundo                               2                         Argentina
 Sterna dougallii                             360                       USA
 Sterna dougallii                             3                         Inglaterra, Portugal
 Sterna sandvicensis                          1                         USA
 Thalasseus eurygnatha                        37                        ES-Brasil
 Calonectris borealis                         18                        Portugal
 Calonectris borealis                         2                         Espanha
 Arenaria interpres                           2                         USA
 Phalacrocorax bransfieldensis                1                         Nelson Island, Shetland South
 Sula dactylatra                              3                         Abrolhos –BA/Brasil
 Sula leucogaster                             1                         Abrolhos-BA/Brasil
 Anous stolidus                               4                         BA/Brasil
 Catharacta maccormicki                       1                         Alemanha
 Puffinus puffinus                            1                         Inglaterra
Tab. 2 Relação de aves anilhadas por pesquisadores brasileiros e
estrangeiros
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XVIII     Aves do Litoral Norte




        O sucesso reprodutivo das aves reintroduzidas                  condomínios e novos núcleos populacionais
        é bastante promissor, tendo havido casos de                    em Lauro de Freitas, põe em risco, toda a
        alguns casais se reproduzirem duas vezes por                   biodiversidade que ainda resta. Preservar o
        ano. O trabalho de reintrodução foi realizado                  que restou de mata secundaria em Lauro de
        pelo CETAS-CETREL/IBAMA, que, além de                          Freitas, é de fundamental importância para
        obter sucesso na reintrodução das espécies                     preservar as espécies ameaçadas de extinção,
        anteriores, já conseguiu reintroduzir com                      como também preservar a biodiversidade
        sucesso, outras 140 espécies de aves, sendo                    naquele município. As matas restantes vêm
        que a população de algumas dessas espécies                     perdendo sua cobertura vegetal com uma
        encontra-se muito reduzida, por causa da                       rapidez espantosa. A especulação imobiliária
        forte pressão que vem sofrendo dos pegadores                   é, sem dúvida, a principal responsável por
        de aves. Entre essas espécies, podemos citar o                 estes danos. É recomendável que o município
        canário-da-terra ( Sicales flaveola), o curió                  crie uma reserva legal na área onde ainda resta
        (Sporophila angolensis), o papagaio-do-                        a referida mata secundária, porque só assim,
        mangue (Amazona amazonica), a aratinga-                        será possível preservar a biodiversidade
        estrela (Aratinga aurea) e o falcão-quiriquiri                 restante do município.
        (Falco sparverius). Deve ser tomado um
        cuidado especial com relação às reintroduções,                  O litoral de Camaçari, entre Lauro de Freitas
        para não introduzir espécies que não ocorrem                   e o Rio Pojuca, possui um extenso cordão
        no habitat, evitar a introdução de doenças                     de dunas, que vem sofrendo uma forte
        e reintroduzir exemplares que não estejam                      devastação, devido à especulação imobiliária,
        aptos. Com relação às introduções indevidas,                   especialmente a margem oposta do rio Joanes,
        podemos citar três espécies que se encontram                   uma área pertencente ao município, onde se
        nessas condições: o papagaio verdadeiro                        instalaram condomínios de classe média. Do
        (Amazona aestiva), introduzido em Praia do                     Rio Joanes em direção ao norte, destacamos
        Forte, a rolinha-picuí (Columbina picui) que                   Jauá, Arembepe, Jacuipe Guarajuba e
        pode ser observada em uma grande extensão                      Itacimirim, onde há grandes aglomerados
        de litoral, desde Itapuã (Salvador) até Sauípe,                populacionais que vem sendo, cada vez mais,
        e a gralha-cancã (Cyanocorax cyanopogon)                       cobiçados pelas pessoas de maior poder
        que hoje habita as matas de Monte Gordo                        aquisitivo. Caso medidas preservacionistas não
        (Camaçari) e Sauípe. Além das espécies                         sejam adotadas no litoral de Camaçari, o que
        ameaçadas que foram relatadas anteriormente,                   veremos no futuro, será muito semelhante ao
        podemos destacar a presença da            arara                que aconteceu com a cidade de São Paulo, que
        maracanã-nobre (Diopsittaca nobilis) que                       com seu crescimento desordenado envolveu
        ocorre nas matas do litoral norte, destacando-                 as cidades vizinhas, causando uma devastação
        se a ocorrência de bandos desta espécie na                     irreparável. É preciso delimitar as áreas de dunas
        Avenida Paralela e em Lauro de Freitas, onde já                que se encontram preservadas, para que não
        detectamos locais de reprodução desta espécie                  sofram qualquer tipo de agressão. Estas áreas
        (Lima, 1999). O constante surgimento de novos                  estão protegidas por três APA no município
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de Camaçari, sendo que a APA do Joanes                                      para as cerâmicas, é algo assustador. Todos os
Ipitanga é a maior de todas e abrange diversos                              dias podemos ver caminhões carregados de
municípios, tais como: Lauro de Freitas,                                    madeira destinados às cerâmicas. Também,
Camaçari, Candeias, São Francisco do Conde                                  o cordão das dunas vem sofrendo uma forte
e Simões Filho. As três APA são instrumentos                                pressão com a retirada constante de areia
legais de fundamental importância, para a                                   que é utilizada na construção civil, além das
preservação dos ecossistemas do litoral norte.                              jazidas de cascalho e de barro vermelho. Estas
Além do cordão de dunas, as áreas alagadiças                                atividades são responsáveis pela supressão
dos estuários dos rios Joanes, Capivara                                     da vegetação, com a conseqüente degradação
Grande, Jacuipe e Pojuca, precisam de maiores                               da biodiversidade. O comércio ilegal de
cuidados, a fim de evitar a poluição de suas                                orquídeas também preocupa muito: “grupo de
águas que além de prejudicar a fauna, pode                                  profissionais” coletam e vendem as orquídeas
causar sérios danos à vida marinha. As áreas                                da região, na beira das estradas do litoral norte.
que estão merecendo cuidados especiais                                      Nestas matas, tivemos ocasião de identificar
e preservação permanente são: Lagoa de                                      algumas espécies de aves ameaçadas de
Arembepe, situada entre a Millennium e o                                    extinção ( Tabela 4).
km 20 da Estrada do Coco, as margens do Rio
Capivara Grande, entre o km 18 da Estrada do
                                                                            Espécie                              Nome Vulgar
Coco até a sua desembocadura no Rio Jacuipe,
área onde observa-se uma grande variedade                                   Sarcoramphus papa                    Urubu-rei
de espécies de orquídeas, plantas carnívoras e                              Aratinga auricapilla                 Jandaia-de-testa-
                                                                                                                 vermelha
sempre vivas ( Tabela 3). Ainda no município
                                                                            Amazona rhodocorytha                 Papagaio-chauã
de Camaçari, podemos destacar dois outros
                                                                            Touit melanonota                     Apuim-de-costa-preta
ecossistemas, que merecem ser preservados: as
                                                                            Tab. 4 - Relação de espécies de aves ameaçadas de extinção
matas que restam nas margens do Rio Joanes e                                registrada  nas matas de Monte Gordo
Monte Gordo, nas proximidades da represa de
Santa Helena. Essas matas vêm sofrendo uma
série de degradações, entre elas a devastações                              O cerrado existente no município de Camaçari
das matas pelas cerâmicas estabelecidas nesta                               merece especial atenção, pois encontra-se
região, que precisam da madeira para abastecer                              encravado entre diversos outros tipos de
seus fornos e a expansão da agropecuária. A                                 ecossistemas, sendo o único local no litoral
destruição das matas para a retirada da madeira                             norte da Bahia, que possui este tipo de
                                                                            ecossistema, onde podemos encontrar algumas
                                                                            espécies de aves típicas e algumas consideradas
 Espécie                               Nome Vulgar
                                                                            raras ou ameaçadas de extinção (Tabela. 5). A
 Drosera intermedia                    Planta carnívora                     valorização do litoral norte após a duplicação
 Drosera chrysolepis                   Planta carnívora                     da Estrada do Coco, suscitou um grande
 Drosera tomentosa                     Planta carnívora                     interesse por parte de grupos empresariais que
Tab. 3 -  Relação de plantas carnívoras e orquídeas do Litoral  Norte
                                                                            atualmente estão loteando áreas do cerrado
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XX      Aves do Litoral Norte




      Espécie                                                               Nome Vulgar

      Porphyrospiza caerulescens                                            Campainha-azul
      Xolmis cinérea                                                        Primavera
      Heliactin bilopha                                                     Beija-flor-chifre-de-ouro
      Bucco chacuru                                                         Fevereiro
      Elaenia cristata                                                      Guaracava-de-topete
      Formicivora rufa                                                      Formigueiro-ruivo
      Aegolius harrisii                                                     Caburé-canela
      Sarcoramphus papa                                                     Urubu-rei
      Falco peregrinus                                                      Falcão-peregrino
      Aratinga auricapilla                                                  Jandaia-de-testa-vermelha
      Amazona rhodocorytha                                                  Papagaio-chauã
      Touit melanonota                                                      Apuim-de-costa-preta
      Carduelis yarellii                                                    Coroinha
     Tab. 5 -  Relação de espécies do cerrado de Camaçari



     para a construção de condomínios, sítios,                             A área que se estende da Praia do Forte
     chácaras e empreendimentos agropecuários.                             (Mata de São João) até Massarandupió,
     As APA são importantes instrumentos para                              pode ser considerada como muito cobiçada,
     ordenar o uso do solo, entretanto, possuem                            principalmente, pelos empreendedores do
     limitações. É importante que o governo crie                           setor hoteleiro. A Praia do Forte, apesar de
     reservas legais ao longo do litoral norte, para                       possuir uma grande estrutura hoteleira, ainda
     preservar as áreas dos diversos ecossistemas,                         preserva uma boa parcela de matas secundárias,
     tais como: reservas de dunas, Mata Atlântica,                         restingas e áreas úmidas, que estão sendo
     cerrado, estuário, manguezal etc. Em relação                          utilizadas como um grande atrativo para o
     às praias de Camaçari, podemos destacar                               turismo ecológico. A Reserva de Sapiranga é um
     duas espécies de aves oceânicas ameaçadas de                          bom exemplo de iniciativa conservacionista,
     extinção: a pardela de óculos (Procellaria                            onde podemos observar uma grande variedade
     conspicillata) e o trinta-réis-róseo (Sterna                          de espécies animais, muitas delas ameaçadas
     dougallii). As aves oceânicas buscam seus                             de extinção. Algumas espécies consideradas
     alimentos na plataforma continental, situada                          raras ou ameaçadas de extinção listadas em
     a cerca de 20 a 30 milhas da costa. Pescadores                        várias localidades do litoral norte, também
     artesanais muitas vezes matam estas aves,                             podem ser observadas na Reserva de Sapiranga.
     com a justificativa que elas roubam as iscas e                        Na lagoa em frente ao Hotel, podemos
     impedem o sucesso das pescarias. Essa atitude                         observar uma grande variedade de espécies
     descabida é responsável pela morte de muitas                          de aves de hábitos aquáticos, destacando-se o
     aves oceânicas.                                                       gavião-caramujeiro (Rostrhamus sociabilis),
                                                                           o carão (Aramus guarauna) e o frango-
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       d’água-pequeno (Porphyrula          flavirostris).         a conscientização das comunidades locais.
       Em relação às espécies ameaçadas de                        A repercussão deste projeto bem sucedido,
       extinção, podemos destacar o urubu-rei                     ultrapassou as fronteiras estaduais e alcançou
       (Sarcoramphus papa), o apuim-de-costa-preta                outras regiões no Brasil e no exterior. O que
       (Touit melanonota) e a jandaia-de-testa-vermelha           preocupa, no entanto, são as grandes áreas
       (Aratinga auricapilla). A exploração do                    delimitadas como zonas de expansão (ZEP),
       ecoturismo na Praia do Forte é uma iniciativa              que podem implicar em desflorestamento,
       promissora para preservar as remanescentes                 com a conseqüente perda de biodiversidade.
       florestas que ainda restam. Além da Reserva                É recomendável aumentar as zonas de
       de Sapiranga, podemos destacar o Projeto                   proteção rigorosas (ZPR), no intuito de
       TAMAR, que é um projeto de preservação das                 garantir a biodiversiade existente. Pesquisas
       tartarugas marinhas, que, além de desenvolver              desenvolvidas em Sauípe         detectaram a
       pesquisas visando a preservação das tartarugas             presença de três espécies consideradas
       marinhas, trabalha intensivamente com a                    ameaçadas de extinção: a jandaia-de-testa-
       comunidade local, gerando empregos para                    vermelha (Aratinga auricapilla), o urutau-
       as pessoas que antes tinham como atividade,                de-asa-branca (Nyctibius leucopterus) e o
       a caça e a coleta de ovos de tartarugas. Além              olho-de-fogo-rendado (Pyriglena atra). A
       disso, o envolvimento do Projeto TAMAR em                  espécie P. atra, antes considerada endêmica
       programas de educação ambiental e a utilização             nas matas do Recôncavo baiano, foi registrada
       de suas bases em programas de ecoturismo, é                em 1994 em remanescentes florestais no sul
       de fundamental importância para aumentar                   do estado de Sergipe. A espécie sobrevive




       Espécies de aves ameaçadas de extinção




Sarcoramphus papa               Sarcoramphus papa                    Sarcoramphus papa                      Sarcoramphus papa
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XXII     Aves do Litoral Norte




       nas matas secundárias e em capoeiras, que                      retirar a madeira. As pesquisas nesta reserva
       correm o risco de desaparecer (Souza, 1994).                   ainda são preliminares e a continuidade dos
       A presença dessas espécies já foi detectada                    trabalhos terá importância fundamental para
       nas matas de Monte Gordo (Camaçari), em                        o melhor conhecimento deste ecossistema.
       Sauípe e na Reserva do Bu (Esplanada). A
       descoberta de Souza sobre a espécie no estado                  Entre Barra do Itariri e Siribinha (Conde),
       de Sergipe, comprova que a distribuição                        destacamos as áreas de mata, os estuários dos
       geográfica dessa espécie, é muito maior do que                 Rios Itariri e Itapicuru, as áreas alagadiças
       se imaginava e nossas descobertas reforçam                     de Sitio do Conde e Poças, que são locais
       esta comprovação. Apesar de tudo, a espécie                    freqüentados por uma infinidade de espécies de
       P. atra tende a desaparecer do litoral norte,                  aves de hábitos aquáticos. Para melhor entender
       caso medidas conservacionistas não sejam                       as áreas úmidas do litoral norte, realizamos
       adotadas, para preservar as matas existentes.                  censos de aves aquáticas, duas vezes por ano
                                                                      (verão/inverno) em várias regiões litorâneas,
       Entre Subaúma e Baixios, destacamos as matas                   sendo que as áreas úmidas de Conde revelaram
       de Subaúma que devem ser preservadas. Ao                       ser o local de maior concentração de aves de
       mesmo tempo, é preciso criar um corredor de                    hábitos aquáticos. O censo foi coordenado
       fauna para unir essas matas remanescentes, com                 pelo Biró Internacional para el Estudio de
       as que existem em Baixios. O corredor de fauna                 las Aves Acuáticas y los Humedales e Ducks
       deverá ser composto de espécies da vegetação                   Unlimited. No Brasil, o CEMAVE é responsável
       nativa, a fim de garantir a presença das espécies              pela organização do censo, que foi realizado,
       animais existentes nos remanescentes florestais                simultaneamente, em várias localidades de
       da região. A Reserva do Bu, localizada em                      diversos estados brasileiros. Na América do
       Baixios, é a maior área remanescente de Mata                   Sul, o censo foi realizado na Argentina, Chile,
       Atlântica, em todo o litoral norte da Bahia. As                Paraguai e Uruguai. O Censo Neotropical
       pesquisas que desenvolvemos nessa reserva                      de Aves Aquáticas tem como objetivos: 1 -
       e em seu entorno, detectaram a presença de                     Ampliar o conhecimento sobre a distribuição
       73 espécies de aves, sendo algumas delas são                   e situação das aves aquáticas, para determinar
       consideradas ameaçadas de extinção, como,                      as prioridades de conservação de habitats e
       por exemplo, a espécie olho-de-fogo-rendado                    espécies (inclusão de sítios importantes na
       (Pyriglena atra), que podemos considerar                       RHRAP e/ou na Convenção de Ramsar). 2 -
       que se encontra em condições de equilíbrio                     Estabelecer um programa de monitoramento
       por causa das dimensões da floresta (1200                      a longo prazo, utilizando as aves aquáticas
       ha), a jandaia-de-testa-vermelha (Aratinga                     como indicadores. As metas do censo são: 1-
       auricapilla) e a ananbé-de-asa-branca                          contar com um sistema de alerta para fazer
       (Xipholena atropurpurea). Apesar de o                          frente aos problemas de conservação que
       proprietário dedicar seus melhores esforços                    afetam os ambientes aquáticos; 2- aumentar o
       para preservar esta área, é muito comum a                      conhecimento da dinâmica populacional das
       presença de caçadores e ações isoladas para                    aves aquáticas neotropicais, para melhorar sua
Capa	 	         Indice	 	         	       Sair                  PÁGINA                  PÁGINA
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conservação e manejo. A Tabela 6 relaciona as           comportamento dessa espécie em Mangue Seco
espécies encontradas e os locais onde foram             e também para desenvolvermos campanhas de
realizados os censos de aves aquáticas no               preservação deste habitat, que é freqüentado,
litoral norte. Em relação às matas, o ideal é           não somente por S. dougallii, mas também,
que elas fossem unidas por um corredor de               pelos representantes das três famílias acima
fauna, para que possa haver o deslocamento              citadas. Mangue Seco vem sofrendo uma série
da fauna existente, entre os remanescentes de           de agressões, principalmente por parte do
matas.                                                  turismo desordenado, que leva milhares de
                                                        pessoas totalmente despreparadas com relação
Entre Costa Azul e Mangue Seco, destacamos              ao meio ambiente para aquele local, poluindo-
o ecossistema de restinga e o estuário do Rio           o e degradando-o. Também, as pousadas
Real. A APA de Mangue Seco é, sem dúvida,               ali instaladas, não possuem um sistema de
o ecossistema mais frágil de todo o litoral             tratamento de esgoto e por isso despejam seus
norte da Bahia. Pesquisando a mortandade                dejetos no Rio Real. A fama de Mangue Seco
de aves oceânicas no litoral norte da Bahia,            como paraíso encantado, contribui para que,
descobrimos o estuário do Rio Real, em Mangue           cada vez mais, novas pousadas e restaurantes
Seco. Este local é muito rico em espécies de aves       se instalem na região. O que mais preocupa
migratórias que pertencem, principalmente, a            nisso tudo, é o interesse de grupos hoteleiros
três famílias: Scolopacidae (maçarico) com 17           internacionais em construir grandes hotéis
espécies, Charadriidae (batuíra) com 7 espécies         na região. Mangue Seco é um ecossistema de
e Sternidae (gaivota) com 11 espécies. Dessas           dunas, estuários e manguezais, constituindo-
11 espécies mencionadas, duas são ameaçadas             se por isso, em um local bastante frágil.
de extinção: a Sterna antilarum, oriunda da             Com a cooperação do American Museum
América Central e a Sterna dougallii, originária        of Natural History, estamos desenvolvendo
da América Central, América do Norte e                  estudos, através do anilhamento e uso de
Canadá, Portugal e Inglaterra. A respeito da            rádios transmissores, para delimitar os locais
espécie S. dougallii, pouco ou nada se sabia            onde as espécies S. dougallii e S. hirundo
sobre seu local de invernada, que é o lugar que         buscam seus alimentos. Os nossos estudos
busca quando deixa sua colônia reprodutiva.             comprovaram que, tanto a S. hirundo como
Durante mais de 40 anos, os americanos                  a S. dougallii, realizam a migração no
procuraram informações sobre tais locais. Em            sentido Europa/América. Já coletamos oito
1995, utilizando redes de neblina para anilhar          exemplares da espécie S. hirundo em Mangue
as espécies pertencentes às três famílias               Seco, anilhadas em Portugal. Foi observada
acima citadas, descobrimos a presença da                nas Ilhas dos Açores (Portugal), uma S.
espécie S. dougallii no estuário de Mangue              dougallii anilhada com rádio transmissor em
Seco. Em 1997, a partir dessa descoberta,               Mangue Seco e uma ave dessa espécie foi por
iniciamos uma parceria com os pesquisadores             nós capturada em Mangue Seco, anilhada no
do American Museum of Natural History, no               ninho, na Inglaterra, pelo British Museum
intuito de adquirirmos conhecimento sobre o             Band, na Ilha de Rockabill em 24 de junho de
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XXIV    Aves do Litoral Norte




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       Espécie                                                       Localidade
       Podiceps dominicus                                            Camaçari, Caboto
       Podilymbus podiceps                                           Camaçari, Caboto
       Phalacrocorax olivaceus                                       Caboto
       Casmerodius albus                                             Camaçari, Caboto, Mangue Seco, Conde
       Egretta thula                                                 Camaçari, Mangue Seco, Conde
       Egretta caerulea                                              Mangue Seco, Caboto
       Bubulcus ibis                                                 Camaçari, Conde
       Butorides striatus                                            Camaçari, Caboto ,Mangue Seco , Conde
       Dendrocygna viduata                                           Mangue Seco
       Dendrocygna autumnalis                                        Camaçari, Caboto , Conde
       Anas bahamensis                                               Camaçari, Conde
       Netta erythrophthalma                                         Camaçari, Caboto , Conde
       Amazonetta brasiliensis                                       Camaçari, Caboto , Conde
       Sarkidiornis malanotos                                        Camaçari, , Conde
       Porphyrula martinica                                          Conde
       Gallinula chloropus                                           Camaçari, Caboto
       Aramus guarauna                                               Camaçari, Caboto , Conde
       Vanellus chilensis                                            Conde
       Pluvialis squatarola                                          Camaçari, Mangue Seco , Conde
       Charadrius collaris                                           Mangue Seco
       Charadrius semipalmatus                                       Camaçari, Mangue Seco
       Haematopus palliatus                                          Camaçari, Mangue Seco
       Himantopus mexicanus                                          Camaçari, Conde
       Jacana jacana                                                 Camaçari, Caboto ,Mangue Seco , Conde
       Tringa melanoleuca                                            Camaçari, Caboto ,Mangue Seco
       Tringa flavipes                                               Camaçari, Mangue Seco
       Tringa solitaria                                              Camaçari, Mangue Seco
       Catoptrophorus semipalmatus                                   Mangue Seco
       Actitis macularia                                             Mangue Seco
       Numenius phaeopus                                             Mangue Seco
       Arenaria interpres                                            Mangue Seco
       Calidris minutilla                                            Mangue Seco
       Calidris alba                                                 Mangue Seco
       Calidris pusilla                                              Mangue Seco
       Limnodromus griseus                                           Mangue Seco
       Gallinago paraguaiae                                          Camaçari
       Sterna hirundo                                                Mangue Seco
       Sterna superciliaris                                          Mangue Seco
       Thalasseus eurygnatha                                         Mangue Seco
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2000 e capturada em 27 de janeiro de 2001,             locais de maior concentração (Figura 3).
fato este que ainda não havia sido registrado.         As recuperações americanas procediam dos
Esta descoberta tem importância fundamental            estados de Maine, Connecticut, New Jersey
para a preservação da S. dougallii que é listada       e New York. Em 1996, Monteiro relatou que
como espécie ameaçada de extinção.                     alguns exemplares de S. hirundo procedentes
                                                       da América,  poderiam migrar para a Europa,
Dentre os representantes da família Sternidae          entretanto, o movimento contrário não seria
a espécie Sterna hirundo é a mais comum                possível. De 1996 a 2006, capturamos 30
no litoral brasileiro. Lara-Resende e Leal             indivíduos da espécie  S. hirundo, procedentes
(1982) levantaram 213 aves com anilhas                 dos Açores, anilhados por Monteiro em
americanas, encontradas no Brasil entre 1928           1997. Nos Açores, Monteiro capturou uma S.
e 1980; Cordeiro et al (1996) relacionam 430           hirundo que fora anilhada por nossa equipe
recuperações entre 1980 e 1994, das quais 218          em Mangue Seco. No mesmo ano, Vitor
foram recuperadas no Parque Nacional da                Encarnação capturou outra ave procedente
Lagoa do Peixe (RS). Cordeiro aponta o Rio             de  Mangue Seco, na Ilha de Santa Maria,
Grande do Sul como recorde em recuperações             nos Açores. Estes são os primeiros registros
de S. hirundo procedentes da América do                do movimento transatlântico leste/oeste da
Norte, ficando a Bahia em segundo lugar, com           espécie (Lima, 1996). Através da recuperação
99 recuperações. Durante o período de 1995 a           de aves anilhadas na América do Norte e
2001, realizamos campanhas de levantamento e           Europa, além de podermos traçar as rotas
anilhamento das espécies de aves migratórias e         de migração, estamos  também coletando
aves residentes que buscam alimento na foz do          dados biométricos e estudando os hábitos
Rio Real em Mangue Seco, na Bahia (11 27’ S,           alimentares,  através da utilização de rádios
37 21’ W). Em 1996, ampliamos o nosso campo            transmissores, que auxiliam no rastreamento
de ação para abranger todo o litoral baiano e          dos bandos dessa espécie,  quando buscam
descobrimos outros importantes pontos de               alimento. Hoje, a Bahia é recordista em
descanso dessa espécie. Para mapear o litoral          recuperações da espécie S. hirundo, anilhadas
baiano, utilizamos uma escuna e um avião               na América do Norte e Europa.
monomotor. Através desses recursos, pudemos
cobrir os pontos mais importantes da região,           A Sterna dougallii é listada como espécie
entre eles: Cacha Prego (Ilha de Itaparica),           ameaçada de extinção no Canadá, EUA. e
Ponta do Curral (Morro de São Paulo), Bahia            Caribe ( Fish and Wildlife Service, 1987).
de Camamu (Ituberá) e Corumbal (Porto                  Durante um longo período de mais de 30 anos, 
Seguro). Em 1998, iniciamos campanhas de               não se conhecia os locais de invernada desta
anilhamento em todos locais anteriormente              espécie. Em 1995,  descobrimos em Mangue
mencionados. De 1995 a 2006, recuperamos               Seco, na Bahia, uma grande concentração
1.308 aves com anilhas americanas no litoral           de S. dougallii juntamente com mais nove
baiano, especialmente em Mangue Seco e                 representantes da família Stenidae, visitando o
Cacha Prego, que se destacaram como os                 estuário do Rio Real (Hays et. al. 1999) sendo
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XXVI     Aves do Litoral Norte




       este, o primeiro registro de concentração                             utilização de rádios transmissores, que ajudam
       dessa espécie conhecido. Entre 1995 e 2006,                           a rastrear os bandos dessa espécie quando
       capturamos 380 exemplares da espécie S.                               buscam alimento. Hoje, a Bahia é recordista em
       dougallii com anilhas americanas. Deste                               recuperação da espécie S. dougallii anilhada
       total, a ave de anilha 762-03835 estabeleceu                          na América do Norte e Europa. 
       um recorde em longevidade, alcançando 25,6
       anos. As nossas pesquisas  revelaram que a                            Os resultados de nossas pesquisas no estuário
       espécie S. dougallii, distribui-se em todo o                          do Rio Real, em Mangue Seco, demonstram
       litoral baiano. Para melhor entendermos os                            que este ecossistema deverá ser transformado
       hábitos alimentares dessa espécie, estamos                            em reserva de aves limícolas, semelhante
       usando rádios transmissores, com o apoio                              ao Parque Nacional da Lagoa do Peixe (RS),
       do American Museum of Natural History,                                uma vez que ambas são áreas de importância
       para acompanhar seus movimentos durante a                             internacional. Além disso, devemos incluir
       busca  de alimentos. A S. dougallii, realiza o                        como locais protegidos “intocáveis”, todos os
       movimento transatlântico leste/oeste, fato este                       bancos de areias existentes no litoral baiano,
       que foi comprovado pela recuperação de uma                            pois todos eles são importantes como locais de
       ave anilhada em Mangue Seco e recuperada                              invernada das aves migratórias.
       em uma colônia de reprodução nos Açores, e
                                                                             Além das pesquisas realizadas com as duas
       também por outra ave anilhada no ninho pelo
                                                                             espécies acima relacionadas, durante 18 anos
       British Museum Band, na Ilha de Rockabill,
                                                                             estudamos o fenômeno da mortandade de
       Inglaterra, em 24 de junho de 2000 e capturada
                                                                             aves oceânicas no litoral norte da Bahia, entre
       em 27 de janeiro de  2001 em Mangue Seco.
                                                                             Salvador e Mangue Seco (240 km de litoral).
       Através da recuperação das aves anilhadas na
                                                                             Durante este período, catalogamos 36 espécies
       América do Norte e Europa, além de podermos
                                                                             de aves oceânicas pertencentes a nove famílias
       traçar as rotas de migração, estamos  também
                                                                             (Tabela 7). A Figura 4 relaciona a quantidade
       coletando dados biométricos e estudando
       hábitos alimentares da espécie,  através da


       Família                              Nome Vulgar                           N de espécies

       Spheniscidae                         Pingüim                               1
       Diomedeidae                          Albatroz                              5
       Procellariidae                       Pardela                               15
       Oceanitaidae                         Painho                                3
       Phaethonidae                         Rabo-de-palha                         1
       Sulidae                              Atobá                                 3
       Phalacrocoracidae                    Biguá                                 2
       Fregatida                            Tesourão                              1
       Stercorariidae                       Mandrião                              6
       Tab.7 Relação das Famílias de aves oceânicas do Litoral Norte
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de espécies acrescentada à lista das aves do           muito debilitadas. O tratamento consistia
Brasil e da Bahia.                                     na alimentação adequada e vitaminas,
                                                       tratamento com vermífugos e fisioterapia.
Durante o período do nosso inverno (de                 Após a recuperação, estas aves foram
abril a agosto), muitas espécies de aves               liberadas, devidamente anilhadas com anilhas
oceânicas morrem no litoral baiano, a maioria          brasileiras. (Lima P.C.: As aves oceânicas na
delas sucumbe devido à sua juventude e                 Bahia (a morte no mar); As aves migratórias
inexperiência em buscar alimento (peixes               no litoral norte da Bahia; Aves raras e espécies
e lulas). Durante as fortes tempestades que            ameaçadas de extinção no litoral norte da
ocorrem em nosso litoral durante o inverno,            Bahia; Uma longa viagem para morrer na
as aves fracas e debilitadas, são jogadas pelos        praia; A NONBREEDING CONCENTRATION
fortes ventos nas praias do litoral e acabam           OF ROSEATE AND COMMON TERNS IN
morrendo.      Muitas vezes, as aves pesam             BAHIA, BRAZIL), Ocorrência e mortalidade
menos de 50% do seu peso normal, como pode             de aves oceânicas na costa da Bahia e a chave
ser demonstrado pela espécie Calonectris               de identificação da Ordem procellariiformes
borealis (pardela-de-bico-amarelo) que pesa            e Família Stercorariidae, em www.ao.com.
900g. Temos encontrado milhares dessas aves            br/AO-olne em Artigos. Em relação às aves
mortas, com peso oscilando entre 350 e 400g.           oceânicas, muitas espécies por nós catalogadas
Esta espécie originária das Ilhas Selvagem             no litoral norte da Bahia, são ocorrências
Grande, Selvagem Pequena, Desertas, Madeira            novas em nosso estado e em todo o norte e
(Portugal) e Ilhas Canárias (Espanha), são             nordeste do Brasil (Tabela 8).
as aves mais coletadas, da pesquisa sobre o
fenômeno da mortandade de aves oceânicas na            Em relação às demais espécies animais, podemos
Bahia. Entre as 36 espécies de aves coletadas,         destacar algumas espécies consideradas ameaçadas
mortas ou debilitadas, o percentual da espécie         que vivem em diferentes habitats do litoral norte,
pardela-de-bico-amarelo eqüivale a mais de             tais como na Mata Atlântica, restinga, cerrado,
70% de todas as aves. Para realizarmos este            áreas úmidas, rios e mar (Tabela 6). Além disso, a
estudo sobre a mortandade de aves oceânicas            Tabela 10 relaciona as demais espécies animais que
percorremos a pé mais de 7.000 km, entre               registramos no litoral norte.
Salvador e Mangue Seco (240km de litoral)
e o percurso de ida e de volta entre os dois
extremos, foi realizado de abril a agosto, tendo
sido intensificados os trabalhos a partir de
1994, quando houve um grande derramamento
de petróleo em toda a costa do litoral norte da
Bahia. O acidente com o petróleo, ocasionou
a morte de mais de 10.000 aves pertencentes
a várias espécies. Realizamos o trabalho de
recuperação das aves, que foram encontradas
Aves litoral bahia
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  • 3. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE Aves do Litoral Norte III da Bahia
  • 4. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE IV Aves do Litoral Norte da Bahia Todos os direitos reservados. Proibido a venda e reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo de duplicação, copia, digitalização e afins. A violação dos direitos autorais é punível como crime conforme o artigo. 184 e Parágrafo, do Código Penal, CF. Lei nº 6.895, de 17.12.80 Tradução: Richard Gordon Hartley Revisão português: Carmen Penido Revisão inglês: Russel Franker Projeto Gráfico Tiago Pedroza Fotografias Pedro Lima, Luiz Pedreira Gonzaga, Robson Silva, Gabriel Rocha, Luiz Cláudio Marigo, Haroldo Palo Jr, César Musso, Marques , Dante Buzzetti L71a LIMA, Pedro Cerqueira Aves do litoral norte da Bahia/Pedro Lima Cerqueira; [ilustrações] – 1 ed. – Bahia: AO, 2006. 616p.: Bibliografia: 1.Ornitologia 2. Aves 3 Litoral norte da Bahia CDU 598.2 www.ao.com.br - AO ONLINE -> LIVROS; ATUALIDADES ORNITOLÓGICAS N. 134 Novembro/Dezembro de 2006 p.29
  • 5. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE Aves do Litoral Norte da Bahia AGRADECIMENTOS Agradeço à Cetrel em nome de seus diretores, Dr. Ney Silva, Dr. Carlos Eugênio e Dr. Demóstenes Miranda de Carvalho Filho, Renato Pinheiro que apoiaram e incentivaram todas as minhas pesquisas de campo e financiaram a grande maioria delas e também agradeço a todos os funcionários da Cetrel, desde 1988 até hoje, que abraçaram o ideal conservacionista. Também a todas as empresas parceiras da Cetrel que contribuíram através de seus funcionários para a conservação do meio ambiente, desde 1988 até o presente momento. Ao Dr. José Antônio Andrade e ao Dr. Fonte Lima que foram os responsáveis pelo meu ingresso na Cetrel em 1988 e que apoiaram as minhas novas idéias visando a mudança de hábitos em prol da conservação. A todos os estagiários que tive o prazer de conhecer, entre eles Joelson de Oliveira Castro e Margarete Peixoto Maia que foram os meus primeiros estagiários e que muito contribuíram para as pesquisas; a Sidnei Sampaio dos Santos (Biologia- UFBA), com o qual tive o prazer de trocar idéias e conhecimentos por mais de 10 anos e que contribuiu significativamente para a maioria das pesquisas. Relaciono, a seguir, os demais estagiários: Maria Teresa Nunes Marques Rocha (Biologia UFBA), Francisco Pedro da Fonseca (Biologia UCSAL), Daniel Schmukler (Biologia UFBA), Luciana Araújo Souza (Veterinária UFBA), Luciana D’ Carlos (Veterinária UFBA), Oberdan Nunes (Veterinária UFBA), Tereza Maxová (República Tcheca). Através de convênio com o IVSA (International Veterinary Students’ Association): Marcelo Araújo Boureau (Veterinária UFBA), Luciana D’Carlos (Veterinária UFBA), Rodrigo Conceição de Oliveira, Bruno Gabriel Pita (primo) e Jana Doege da LSV –SVM University. Agradeço especialmente à Rita de Cássia Ferreira da Rocha Lima, que além de esposa é formada em biologia e muito me ajudou nas pesquisas de campo; aos meus três filhos, Pedro Cerqueira Lima Filho, Thyers Novaes de Cerqueira Lima Neto e Aloísio Ferreira da Rocha Neto que sempre participaram e colaboraram nas minhas pesquisas de campo; a meus auxiliares, José Carlos Dias, Paulino Rocha, Jean, Wilian Batista e Adison Lima que muito me apoiaram e ajudaram nas pesquisas; a Silvano Abreu Farias que contribuiu significativamente para a organização do banco de fotos e para a composição deste livro. Aos amigos Luiz Pedreira Gonzaga, Robson Silva, Gabriel Rocha, Luiz Cláudio Marigo, Haroldo Palo Jr. César Musso, Marques e Dante Buzzetti que contribuíram com algumas fotos, todas devidamente creditadas a eles, sendo que as demais fotos do livro são da minha responsabilidade; a Helen Hays, Joseph Dicostanzo, Grace Cormons e Tom Cormons do American Museum of Natural History que muito colaboraram nas pesquisas sobre os representantes da família Sternidae; a Luis Monteiro da Universidade dos Açores (in memoriam) que contribuiu com informações preciosas sobre os representantes da família Sternidae provenientes dos Açores; a Alex Zino (in memoriam) e sua família que me acolheram e muito contribuíram para as pesquisas sobre a mortandade das aves oceânicas; ao meu amigo e voluntário, Zildomar Souza Magalhães, que até hoje colabora comigo nas pesquisas
  • 6. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE VI Aves do Litoral Norte da Bahia que desenvolvo; a Marcio Pita, que me apoiou em algumas pesquisas e ao meu amigo Rolf Grantsau, que muito me ensinou e ainda ensina, e que também contribuiu para este livro com algumas fotos. Ao Projeto TAMAR, ao MAMA, IBAMA e CEMAVE que sempre me apoiaram nas pesquisas de campo. E a todos os voluntários que são tantos, que seria muito difícil relacioná-los um por um, e, finalmente, um agradecimento especial a meu pai, Thyers Novais de Cerqueira Lima (in memoriam), que despertou em mim o interesse no estudo das aves e à minha mãe, Gizelia Antônia Pita, que sempre me incentivou a estudar. ACKNOWLEDGEMENTS I express my sincere thanks to Cetrel and its directors Ney Silva, Carlos Eugênio Meneses and Demóstenes Miranda de Carvalho Filho, Renato Pinheiro who supported and encouraged my field research and financed a great majority of it; I also thank all Cetrel employees since 1988 to date, who embraced the conservationist ideal. I would also like to express my gratitude to all partner-companies of Cetrel that contributed through their employees for the conservation of the environment. I am indebted to Jose Antonio Andrade and Fonte Lima who were responsible for my admission to Cetrel in 1988 and supported my ideas focusing a change of habits for the benefit of conservation. I would moreover like to thank all the trainees I had the opportunity of meeting, among them Joelson de Oliveira Castro and Margarete Peixoto Maia who were the first I tutored and who contributed significantly to my research; and also Sidnei Sampaio dos Santos (Biology- UFBA) with whom I had the pleasure of exchanging ideas and knowledge and who contributed significantly throughout most of my research. Next, I will list all my others trainees: Maria Teresa Nunes Marques Rocha (Biology- UFBA), Francisco Pedro da Fonseca (Biology- UCSAL), Daniel Schmukler (Biology- UFBA), Luciana Araújo Souza (Veterinary- UFBA), Luciana D’ Carlos (Veterinary- UFBA), Oberdan Nunes (Veterinary-UFBA), Tereza Maxová (Czech Republic). Through a covenant with IVSA (International Veterinary Students’Association): Marcelo Araújo Boureau (Veterinary - UFBA), Luciana D’Carlos (Veterinary- UFBA), Rodrigo Conceição de Oliveira, Bruno Gabriel Pita and Jana Doege ( LSV –SVM University). My special thanks to Rita de Cássia Ferreira da Rocha Lima who besides being my wife is a biologist and helped me a great deal in my field research; to my three sons Pedro Cerqueira Lima Filho, Thyers Novaes de Cerqueira Lima Neto and Aloísio Ferreira da Rocha Neto who participated and contributed to my field research; to my assistants José Carlos Dias, Paulino Rocha, Jean, Wilian Batista and Adison Lima who supported and assisted me in my field research; to Silvano Abreu Farias who contributed significantly towards the planning and organization of a photo collection and to the composition of this book. I am indebted to my friends Luiz Pedreira Gonzaga, Robson Silva, Gabriel Rocha, Luiz Cláudio Marigo, Haroldo Palo Jr. César Musso, Marques and Dante Buzzetti who contributed with photographs, all of them duly credited ( the remaining photos of the book are of my responsibility); to Helen Hays, Joseph Dicostanzo, Grace Cormons and Tom Cormons
  • 7. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE Aves do Litoral Norte VII da Bahia of the American Museum of Natural History who gave a significant contribution to my work by providing precious information on specimens of the Sternidae family; to Luis Monteiro from the University of Azores (in memoriam) who contributed with valuable information on the Sternidae family originating from the Azores; to Alex Zino (in memoriam) and his family who welcomed me and contributed greatly towards the investigations concerning the mortality of ocean birds; to my friend and volunteer Zildomar Souza Magalhães who still works with me on the research I develop; to Marcio Pita who supported me on some research and to my friend Rolf Grantsau who taught me and still teaches me a lot and has contributed towards this book with some of his photos. I would like to offer my thanks to the TAMAR Project, MAMA, IBAMA and CEMAVE that have always supported me in my field research. I also thank all the many volunteers and finally my father, Thyers Novais de Cerqueira Lima (in memoriam), who awoke my interest in the study of birds and my mother Gizelia Antônia Pita (in memoriam) who always encouraged me to study.
  • 8. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE VIII Aves do Litoral Norte da Bahia ÍNDICE Ordem dos Anseriformes Anseriformes order 61 61 TABLE OF CONTENTS Anatidae 61 Ordem dos Falconiformes 69 Falconiformes order 69 Pandionidae 69 Accipitridae 70 Falconidae 79 Aves do Litoral Norte XII Birds of the Coast North XII Ordem dos Galliformes 87 Espécies de aves ameaçadas de extinção XVIII Galliformes order 87 Cracidae 87 Ordem dos Tinamiformes 3 Tinamiformers order 3 Ordem dos Gruiformes 91 Tinamidae 3 Gruiformes order 91 Aramidae 91 Ordens dos Podicipediformes 9 Rallidae 92 Podicipediformes order 9 Heliornithidae 101 Podicipedidae 9 Ordem dos Charadriiformes 105 Ordem dos Procellariformes 13 Charadriiformes order 105 Procellariformes order 13 Jacanidae 105 Rostratulidae 106 DIOMEDEIDAE 13 Haematopodidae 106 PROCELLARIIDAE 17 Charadriidae 107 HYDROBATIDAE 34 Scolopacidae 112 SPHENISCIDAE 38 Recurvirostridae 121 STERCORARIIDAE 123 Ordem dos Sphenisciformes 38 LARIDAE 127 Sphenisciformes order 38 STERNIDAE 127 Ordem dos Columbiformes 151 Ordem dos Pelicaniformes 39 Columbiformes order 151 Pelicaniformes order 39 Columbidae 151 PHAETHONTIDAE 39 SULIDAE 39 PHALACROCORACIDAE 40 Ordem dos Psittacimormes 161 FREGATIDAE 42 Psittacimormes Order 161 Psittacidae 161 Ordem dos Ciconiformes 45 Ciconiforme order 45 Ordem dos Cuculiformes 173 Ardeidae 45 Cuculiformes order 173 Familía Cochlearidae 54 Cuculidae 173 Threskiornithidae 55 Ciconidae 55 Cathartidae 56 Ordem dos Strigiformes 179 Strigiformes order 179
  • 9. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE Aves do Litoral Norte IX da Bahia Tytonidae 179 Strigidae 180 Turdinae 306 Mimidae 311 Motacillidae 312 Ordem dos Caprimulgiformes 187 Vireonidae 313 Caprimulgiformes order 187 Coerebinae 316 Nyctibiidae 187 Cardinalinae 344 Caprimulgidae 189 Fringillidae 353 Passeridae 354 Estrildidae 355 Ordem dos Apodiformes 195 Apodiformes order 195 Pranchas Apodidae 195 Trochilidae 196 Ordem dos Trogoniformes Trogoniformes order 209 209 tables Trogonidae 209 Alcedinidae 212 Ordem dos Coraciiformes 212 Coraciiformes order 212 Tinamiformes 358 Tinamidae 358 Galbulidae 216 Ordem dos Piciformes 216 Podicipediformes 360 Podicipedidae 360 Piciformes Order 216 Bucconidae 217 Ramphastidae 219 Spheniscidae 361 Picidae 220 Procellariiformes 362 Subordem Suboscines 226 Diomedeidae 362 Suboscines Suborder 226 Procellariidae 363 Rhinocryptidae 226 Pelicaniformes 370 Ordem dos Passeriformes 226 PHAETHONTIDAE 370 SULIDAE 371 Passeriformes order 226 PHALACROCORACIDAE 371 Formicariidae 227 FREGATIDAE 372 Conopophagidae 235 Furnariidae 237 Dendrocolaptidae 244 Ciconiformes 373 Tyrannidae 248 Família Ardeidae 373 Pipridae 291 Cochlearidae 376 Cotingidae 294 Threskiornithidae 377 Ciconidae 377 Subordem Ocine 296 Anseriformes 380 Ocine Suborder 296 Família Anatidae 380 Hirundinidae 296 Corvidae 301 Troglodytidae 302 Falconiformes 385 Sylvinae 305 Família Accipitridae 385 Falconidae 391
  • 10. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE Aves do Litoral Norte da Bahia Galliformes 394 Suboscines 451 Cracidae 394 Rhinocryptidae 451 Conopophagidae 459 Gruiformes 394 Conopophagidae 459 Dendrocolaptidae 463 Rallidae 395 Tyrannidae 466 Heliornithidae 399 Pipridae 484 Cotingidae 487 Charadriiformes 400 Rostratulidae 400 Passeriformes 489 Haematopodidae 400 Charadriidae 401 Scolopacidae 403 Oscines 489 Recurvirostridae 408 Hirundinidae 489 STERCORARIIDAE 409 Corvidae 491 Laridae 411 Troglodytidae 492 Sternidae 411 Muscicapidae 493 Subfamília Sylviinae 493 Columbiformes 415 Subfamília Turdinae 493 Subfamília Turdinae 494 Mimidae 496 Psittacidae 419 Motacillidae 497 Psittacidae 419 Vireonidae 497 Emberizidae 498 Subfamília Parulinae 498 Cuculiformes 425 Subfamília Coerebinae 499 Cuculidae 425 Subfamília Thraupinae 499 Subfamília Emberizinae 512 Strigiformes 426 Subfamília Cardinalinae 520 Subfamília Icterinae 524 Tytonidae 426 Família Passeridae 528 Família Passeridae 528 Caprimulgiformes 430 Família Estrildidae 528 Família Nyctibiidae 430 Fringillidae 529 Família Caprimulgidae 430 Apodiformes 433 Pranchas ninhos nest tables Família Apodidae 433 Família Trochilidae 440 Trogoniformes 442 Família Trogonidae 442 Família Trogonidae 442 Coraciiformes 443 Alcedinidae 443 Piciformes 445 Tinamiformes 532 Galbulidae 445 Nothura maculosa 532 Bucconidae 445 Rhynchotus rufescens 532 Ramphastidae 446 Picidae 448 Podicipediformes 532 Tachybaptus dominicus 532 Passeriformes 451
  • 11. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE Aves do Litoral Norte XI da Bahia Spheniscidae 533 Himantopus himantopus 544 Spenischus magellanicus 533 Jacana jacana jacana 546 Larus dominicanus 544 Sterna fuscata fuscata 545 Procellariiformes 533 Sterna hirundinacea 546 Calonectris borealis 533 Sterna hirundo hirundo 547 Sterna superciliaris 543 Pelicaniformes 533 Thalasseus eurygnatha 546 Phaethon aethereus aethereu 533 Phalacrocorax bransfieldensis 534 Columbiformes 547 Sula dactylatra dactylatra 534 Columba cayennensis 547 Sula leucogaster leucogaster 534 Columba picazuro marginalis 549 Columbina minuta 549 Ciconiformes 535 Columbina minuta 550 Columbina passerina 548 Coragyps atratus 536 Columbina picui strepitans 548 Egretta albus egretta 536 Columbina talpacoti talpacoti 549 Egretta thula 535 Leptotila verreauxi approximans 547 Igrisoma lineatum marmoratum 535 Scardafella squammata 548 Nyctanassa violacea 535 Scardafella squammata squammata 550 Nycticorax nycticorax 536 Anseriformes 537 Psittacimormes 551 Amazona amazonica amazonica 552 Anas bahamensis bahamensis 537 Aratinga aurea aurea 551 Cairina moschata 537 Aratinga auricapilla auricapilla 551 Dendrocygna autumnalis 537 Dendrocygna viduata 538 Cuculiformes 552 Falconiformes 538 Crotophaga ani 552 Guira guira 552 Buteo albicaudatus 538 Piaya cayana pallescens 553 Caracara plancus 539 Falco femoralis femoralis 540 Falco sparverius 538 Strigiformes 553 Gampsonyx swainsonii swainsonii 540 Aegolius harrsii 554 Parabuteo unicinctus unicinctus 539 Glaucidium brasilianum brasilianum 554 Rostrhamus sociabilis sociabilis 539 Otus choliba decussata 554 Rupornis magnirostris nattareri 540 Speotyto cunicularia grallaria 553 Tyto alba tuidara 553 Galliformes 541 541 Caprimulgiformes 555 Ortalis guttata aracuan 541 Chordeiles pusillus pusillus 555 Nyctibius griseus griseus 555 Gruiformes 541 Nyctidromus albicollis albicollis 555 Aramides cajanea cajanea 542 Aramides mangle 541 Apodiformes 556 Aramus guarauna guarauna 543 Chlorostilbon aureoventris puucherani 557 Gallinula chloropus galeata 542 Chrysolampis mosquitus 557 Laterallus melanophaius 541 Eupetomena macroura simoni 558 Laterallus viridis viridis 542 Glaucis hirsuta hirsuta 558 Heliactin bilophus 556 Charadriiformes 543 Panyptila cayennensis 557 Phaethornis pretrei pretrei 558 Charadrius wilsonia 543 Gallinago paraguaiae 545 Haematopus palliatus 544 Coraciiformes 559
  • 12. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE XII Aves do Litoral Norte da Bahia Ceryle torquata torquata 559 Schistochlamys ruficapillus capistratus 573 Sicalis flaveola brasiliensis 575 Piciformes 559 Sicalis luteola luteola 574 Sporophila albogularis 572 Bucco maculatus maculatus 559 Sporophila bouvreuil bouvreuil 575 Bucco maculatus maculatus 560 Sporophila leucoptera cinereola 585 Campephilus melanoleucos cearae 560 Sporophila nigricollis nigricollis 583 Colaptes campestris campestris 560 Synallaxis frontalis frontalis 570 Picumnus pygmaeus distinctus 559 Synallaxis scutatus scutatus 584 Tachycineta albiventer 561 Passeriformes 561 Tachyphonus rufus 576 Agelaius ruficapillus frontalis 581 Tangara cayana flava 570 Cacicus haemorrhous affin 577 Thamnophilus palliatus palliatus 566 Camptostoma obsoletum 574 Thraupis palmarum palmarum 584 Certhiaxis cinnamomea cearensis 566 Thraupis sayaca sayaca 587 Coereba flaveola chloropyga 576 Thryothorus genibarbis genibarbis 582 Conirostrum bicolor bicolor 571 Todirostrum cinereum cearae 568 Coryphospingus pileatus pileatus 565 Tolmomyias flaviventris flaviventris 582 Cyanocorax cyanopogon 570 Troglodytes musculus musculus 566 Cyclarhis gujanensis cearensis 567 Turdus leucomelas albiventer 580 Cypsnagra hirundinacea hirundinacea 571 Turdus rufiventris juensis 581 Elaenia cristata cristata 575 Tyrannus melancholicus melancholicus 568 Elaenia flavogaster flavogaster 583 Tyrannus savana savana 586 Elaenia spectabilis spectabilis 571 Xiphorhynchus picus bahiae 569 Estrilda astrild astrild 582 Zonotrichia capensis matutina 568 Euphonia chlorotica chlorotica 567 Euphonia violacea auranticollis 579 Fluvicola leucocephala Fluvicola nengeta nengeta 561 569 OUTROS ANIMAIS OTHER ANIMALS Furnarius leucopus assimilis 564 Furnarius rufus 585 Hemitriccus margaritaceiventer 565 Hylophilus amaurocephalus 577 Icterus cayanensis tibialis 572 Icterus jamacaii 564 Lepidocolaptes angustirostris bahiae 578 Machaeropterus regulus regulus 561 Machetornis rixosus 565 Herpailurus yagouarondi 590 Megarhynchus pitangua pitangua 579 Felis tigrina 590 Mimus gilvus antelius 584 Callithrix penicillata 590 Mimus saturninus frater 576 Cebus apella 591 Molothrus bonariensis bonariensis 579 mico de tufo brannco 591 Myiarchus ferox ferox 572 mico de tufo brannco 591 Myiozetetes simillis similis 578 Artibius jamaicensis 592 Notiochelidon cyanoleuca cyanoleuca 564 Artibius planirostris 592 Pachyramphus polychopterus polychopterus 573 Carollia p. perspicillata 592 Pachyramphus viridis viridis 569 Glossophaga soricina 593 Paroaria dominicana 586 Lionycteris spurrelli 593 Passer domesticus domesticus 578 Noctilio leporinus 593 Phacellodomus rufifrons rufifrons 580 Saccopteryx bilineata 594 Polioptila plumbea atricapilla 577 Artibeus p. planirostris 594 Polioptila plumbea atricapilla 581 Iguana iguana 594 Porphyrospiza caerulescens 562 Boa constrictor 595 Pseudoseisura cristata 574 Bothrops leucurus 595 Pyrocephalus rubinus rubinus 573 Caiman yacare 595 Ramphocaenus melanurus 567 Chironius flavolineatus 596 Ramphocelus bresilius bresilius 580 Crotalus durissus 596
  • 13. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE Aves do Litoral Norte XIII da Bahia Drymarchoron corais 596 Echynanthera occiptolis 597 Eunectes murinus 597 Waglerophis merrim 597 Geochelone carbonaria 598 Gymnodactylus g amaral 598 Phylloctylus mabuia 598 Tupinambis teguxin 599 Caluromys philandes 599 CAPIVARA 599 Chaetomys subspinosus 600 Coendou insidiosus 600 Dasyprocta sp 600 Didelphis albiventris 601 Hidrochoerus hidrochaeris 601 capivara Hydrochaeris hydrochaeris 601 Monodelphis americana 602 marsupial 602 Tayassu tajacu 602 Sciurus aestuans 603 Silvilagus brasiliensis 603 Nassua nassua 603 Cerdocyon thous Raposa 604 Tamandua tetradactyla 604 Dasypus novemcinctus 604 Referência Bibliográfica Reading List 605
  • 14. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE XIV Aves do Litoral Norte Aves do Litoral Norte Birds of the Coast North O   litoral norte da Bahia, entre Salvador e Mangue Seco (Jandaíra), é formado por  importantes ecossistemas de cerrado, frota pesqueira do Estado da Bahia. A frota pesqueira é responsável pela coleta de mais de 50 espécies diferentes de pescado, destacando- restinga, matas secundárias, Mata Atlântica, se entre eles: peixe agulha, albacora, badejo dunas, mangues, estuários e áreas úmidas. A e uma infinidade de outros peixes. Os grande variedade de ecossistemas proporciona manguezais são responsáveis pela produção do ao litoral norte, uma grande riqueza em caranguejo, siri, aratu, dentre outros mariscos diversidade biológica. O litoral e o ecossistema (Bahia Pesca, 1998). Os recifes constituem um de mangue são as principais fontes de sustento ecossistema povoado por muitas espécies da da grande maioria da população que vive no flora e fauna marinha e podemos citar duas seu entorno. De Salvador até Mangue Seco, formações, Arembepe e Praia do Forte, que existem várias comunidades de pescadores, além da sua importância ecológica, também instalados na sua maioria, na foz dos rios. ornecem sustento para as comunidades locais. Estas colônias equivalem  a  26,2% de toda a
  • 15. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE Aves do Litoral Norte XV A beleza natural destas áreas constitui um a diversidade de espécies animais existentes grande  atrativo para o turismo. As áreas úmidas  no litoral norte. As populações das cidades compõem a paisagem, proporcionando um situadas no entorno, na sua grande maioria, visual belíssimo e indescritível e só quem os viu não possui muito conhecimento sobre a fauna pode saber. Este visual foi o responsável pelo da região. surgimento da Aldeia Hippie em Arembepe, na década de 70, que até hoje permanece com Com a finalidade de adquirir conhecimentos suas características originais. Em todo o trecho sobre os ecossistemas pertencentes ao litoral do litoral norte, duas localidades se destacam norte, vimos desenvolvendo pesquisas em todos como grande atrativo turístico: a Praia do eles, há mais de 16 anos. Os nossos  estudos Forte, conhecida internacionalmente por ser a detectaram a presença de 431 espécies de aves, sede do projeto TAMAR, o projeto responsável o equivalente a mais de 50% de todas as aves pela pesquisa e conservação das tartarugas da Bahia (824). Entre essas aves, detectamos a marinhas e Mangue Seco, por causa do livro presença de 16 espécies consideradas raras ou Tiêta do Agreste, escrito por Jorge Amado e ameaçadas de extinção ( Tabela1, Figura 1). pela novela do mesmo nome produzida pela Além das espécies raras ou ameaçadas de Globo. Apesar da beleza e diversidade desses extinção, foram levantadas as espécies de ecossistemas, pouco ou nada se conhecia sobre aves que realizam migrações ou outro tipo de Espécie Nome Vulgar Procellaria conspicillata Pardela de óculos Sarcoramphus papa Urubu-rei Aegolius harrisii Caburé canela Falco peregrinus Falcão-peregrino Nyctibius leucopterus Urutau-de-asa-branca Sterna dougallii Trinta-réis-róseo Sterna antillarum Trinta-réis-miudo Aratinga auricapilla Jandaia-de-testa-vermelha Amazona rhodocorytha Papagaio-chauã Touit melanonota Apuim-de-costa-preta Pyriglena atra Olho-de-fogo-rendado Conopophaga melanops nigrifrons Cuspidor mascarado Xipholena atropurpurea Ananbé-de-asa-branca Procnias nudicollis Araponga Porphyrospiza caerulescens Campainha-azul Carduelis yarellii Coroinha Tab. 1 - Relação de espécies raras ou ameaçadas de extinção no Litoral Norte
  • 16. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE XVI Aves do Litoral Norte deslocamento. No total, foram catalogadas 99 (Lima, 1992,2000), embora esta espécie já espécies nestas condições, sendo que muitas tenha sido registrada em Correntina ( Antas et delas são aves oceânicas, destacando-se o al., 1994 ). Para estudar o comportamento das trinta-réis-róseo (Sterna dougallii), espécie aves do Litoral Norte, adotamos a técnica do ameaçada de extinção e o trinta-réis-comum anilhamento. O anilhamento é uma importante (Sterna hirundo). ferramenta para o estudo das rotas migratórias, determinação da longevidade das espécies e Além das aves migratórias e das espécies preservação de habitats localizados nas rotas raras ou ameaçadas de extinção com casos de migratórias de muitas espécies de aves. O registro novo na Bahia e no Brasil, existem anilhamento consiste em colocar anéis de metal outras novas ocorrências no litoral norte, tais no tarso das aves, no tamanho apropriado para como: caburé-canela (Aegolius harrisii), uma cada espécie, após sua captura por meio de espécie que acrescentamos à lista das aves da redes de neblina ou nos próprios ninhos, ou Bahia tendo realizado também um estudo sobre são colocados depois de sua captura por meio o comportamento reprodutivo da espécie; de outros tipos de armadilhas. Durante os 16 a espécie A. harrisii descoberta no cerrado anos de trabalho nesta área (1991-2006), foram existente em Camaçari, na área de influência anilhadas mais 40.000 aves, com anilhas do da CETREL (Lima, 1993,94); o sabiá-ferreiro Cemave (órgão do IBAMA), pertencentes a 300 (Turdus subalaris), uma espécie migratória diferentes espécies, o que eqüivale a 27% de do sul do Brasil registrada no ecossistema de todas as aves do Estado da Bahia. Além disso, restinga em Arembepe, sendo este o primeiro foram anilhadas outras 3.446 aves, com anilhas registro mais ao norte até hoje comprovado coloridas, devidamente numeradas. Através do anilhamento, foi-nos possível coletar informações sobre a rota migratória de muitas Sterna hirundo hirundo (Linnaeus, 1758). Trinta-réis-boreal (Common Tern)
  • 17. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE Aves do Litoral Norte XVII espécies de aves. Das 300 espécies anilhadas, 19 O município de Lauro de Freitas perdeu sua são migrantes setentrionais e 06 são austrais. cobertura vegetal quase que totalmente, tendo Também, obtivemos 1500 recuperações de ocorrido á supressão de dunas, restingas, Mata 99 espécies, das quais, 13 espécies foram Atlântica, matas secundárias e manguezais. anilhadas por outros pesquisadores brasileiros Hoje, Lauro de Freitas só possui uma pequena e estrangeiros (Tabela 2). cobertura de mata secundária, onde foi detectada a presença do apuim-de-costa-preta Do total de aves anilhadas (40.000), a grande (Touit melanonota) e da jandaia-de-testa- maioria, 87,7%, foi anilhada no litoral norte e vermelha (Aratinga auricapilla), psitacídeos o restante foi anilhado em outras localidades ameaçados de extinção. Ambas as espécies do Estado da Bahia (Figura 1). estão listadas no apêndice II da Cites e quase nada se sabe sobre o seu comportamento Todos os ecossistemas do Litoral Norte (Snyder et al, 2000). Desde 1997 vimos sofreram, ao longo do tempo, muitos tipos realizando pesquisas de reintrodução com a de agressões, sendo os ecossistemas mais espécie A. auricapilla e já temos obtido bons próximos à grande metrópole (Salvador), os resultados no decorrer de 1997 até hoje, tendo que foram mais prejudicados, sem dúvida reintroduzido cerca de 20 exemplares que já alguma. se encontram adaptados ao seu novo habitat. Espécie Exemplar País Falco peregrinus 1 USA Sterna hirundo 900 USA Sterna hirundo 08 Portugal Sterna hirundo 2 Argentina Sterna dougallii 360 USA Sterna dougallii 3 Inglaterra, Portugal Sterna sandvicensis 1 USA Thalasseus eurygnatha 37 ES-Brasil Calonectris borealis 18 Portugal Calonectris borealis 2 Espanha Arenaria interpres 2 USA Phalacrocorax bransfieldensis 1 Nelson Island, Shetland South Sula dactylatra 3 Abrolhos –BA/Brasil Sula leucogaster 1 Abrolhos-BA/Brasil Anous stolidus 4 BA/Brasil Catharacta maccormicki 1 Alemanha Puffinus puffinus 1 Inglaterra Tab. 2 Relação de aves anilhadas por pesquisadores brasileiros e estrangeiros
  • 18. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE XVIII Aves do Litoral Norte O sucesso reprodutivo das aves reintroduzidas condomínios e novos núcleos populacionais é bastante promissor, tendo havido casos de em Lauro de Freitas, põe em risco, toda a alguns casais se reproduzirem duas vezes por biodiversidade que ainda resta. Preservar o ano. O trabalho de reintrodução foi realizado que restou de mata secundaria em Lauro de pelo CETAS-CETREL/IBAMA, que, além de Freitas, é de fundamental importância para obter sucesso na reintrodução das espécies preservar as espécies ameaçadas de extinção, anteriores, já conseguiu reintroduzir com como também preservar a biodiversidade sucesso, outras 140 espécies de aves, sendo naquele município. As matas restantes vêm que a população de algumas dessas espécies perdendo sua cobertura vegetal com uma encontra-se muito reduzida, por causa da rapidez espantosa. A especulação imobiliária forte pressão que vem sofrendo dos pegadores é, sem dúvida, a principal responsável por de aves. Entre essas espécies, podemos citar o estes danos. É recomendável que o município canário-da-terra ( Sicales flaveola), o curió crie uma reserva legal na área onde ainda resta (Sporophila angolensis), o papagaio-do- a referida mata secundária, porque só assim, mangue (Amazona amazonica), a aratinga- será possível preservar a biodiversidade estrela (Aratinga aurea) e o falcão-quiriquiri restante do município. (Falco sparverius). Deve ser tomado um cuidado especial com relação às reintroduções, O litoral de Camaçari, entre Lauro de Freitas para não introduzir espécies que não ocorrem e o Rio Pojuca, possui um extenso cordão no habitat, evitar a introdução de doenças de dunas, que vem sofrendo uma forte e reintroduzir exemplares que não estejam devastação, devido à especulação imobiliária, aptos. Com relação às introduções indevidas, especialmente a margem oposta do rio Joanes, podemos citar três espécies que se encontram uma área pertencente ao município, onde se nessas condições: o papagaio verdadeiro instalaram condomínios de classe média. Do (Amazona aestiva), introduzido em Praia do Rio Joanes em direção ao norte, destacamos Forte, a rolinha-picuí (Columbina picui) que Jauá, Arembepe, Jacuipe Guarajuba e pode ser observada em uma grande extensão Itacimirim, onde há grandes aglomerados de litoral, desde Itapuã (Salvador) até Sauípe, populacionais que vem sendo, cada vez mais, e a gralha-cancã (Cyanocorax cyanopogon) cobiçados pelas pessoas de maior poder que hoje habita as matas de Monte Gordo aquisitivo. Caso medidas preservacionistas não (Camaçari) e Sauípe. Além das espécies sejam adotadas no litoral de Camaçari, o que ameaçadas que foram relatadas anteriormente, veremos no futuro, será muito semelhante ao podemos destacar a presença da arara que aconteceu com a cidade de São Paulo, que maracanã-nobre (Diopsittaca nobilis) que com seu crescimento desordenado envolveu ocorre nas matas do litoral norte, destacando- as cidades vizinhas, causando uma devastação se a ocorrência de bandos desta espécie na irreparável. É preciso delimitar as áreas de dunas Avenida Paralela e em Lauro de Freitas, onde já que se encontram preservadas, para que não detectamos locais de reprodução desta espécie sofram qualquer tipo de agressão. Estas áreas (Lima, 1999). O constante surgimento de novos estão protegidas por três APA no município
  • 19. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE Aves do Litoral Norte XIX de Camaçari, sendo que a APA do Joanes para as cerâmicas, é algo assustador. Todos os Ipitanga é a maior de todas e abrange diversos dias podemos ver caminhões carregados de municípios, tais como: Lauro de Freitas, madeira destinados às cerâmicas. Também, Camaçari, Candeias, São Francisco do Conde o cordão das dunas vem sofrendo uma forte e Simões Filho. As três APA são instrumentos pressão com a retirada constante de areia legais de fundamental importância, para a que é utilizada na construção civil, além das preservação dos ecossistemas do litoral norte. jazidas de cascalho e de barro vermelho. Estas Além do cordão de dunas, as áreas alagadiças atividades são responsáveis pela supressão dos estuários dos rios Joanes, Capivara da vegetação, com a conseqüente degradação Grande, Jacuipe e Pojuca, precisam de maiores da biodiversidade. O comércio ilegal de cuidados, a fim de evitar a poluição de suas orquídeas também preocupa muito: “grupo de águas que além de prejudicar a fauna, pode profissionais” coletam e vendem as orquídeas causar sérios danos à vida marinha. As áreas da região, na beira das estradas do litoral norte. que estão merecendo cuidados especiais Nestas matas, tivemos ocasião de identificar e preservação permanente são: Lagoa de algumas espécies de aves ameaçadas de Arembepe, situada entre a Millennium e o extinção ( Tabela 4). km 20 da Estrada do Coco, as margens do Rio Capivara Grande, entre o km 18 da Estrada do Espécie Nome Vulgar Coco até a sua desembocadura no Rio Jacuipe, área onde observa-se uma grande variedade Sarcoramphus papa Urubu-rei de espécies de orquídeas, plantas carnívoras e Aratinga auricapilla Jandaia-de-testa- vermelha sempre vivas ( Tabela 3). Ainda no município Amazona rhodocorytha Papagaio-chauã de Camaçari, podemos destacar dois outros Touit melanonota Apuim-de-costa-preta ecossistemas, que merecem ser preservados: as Tab. 4 - Relação de espécies de aves ameaçadas de extinção matas que restam nas margens do Rio Joanes e registrada nas matas de Monte Gordo Monte Gordo, nas proximidades da represa de Santa Helena. Essas matas vêm sofrendo uma série de degradações, entre elas a devastações O cerrado existente no município de Camaçari das matas pelas cerâmicas estabelecidas nesta merece especial atenção, pois encontra-se região, que precisam da madeira para abastecer encravado entre diversos outros tipos de seus fornos e a expansão da agropecuária. A ecossistemas, sendo o único local no litoral destruição das matas para a retirada da madeira norte da Bahia, que possui este tipo de ecossistema, onde podemos encontrar algumas espécies de aves típicas e algumas consideradas Espécie Nome Vulgar raras ou ameaçadas de extinção (Tabela. 5). A Drosera intermedia Planta carnívora valorização do litoral norte após a duplicação Drosera chrysolepis Planta carnívora da Estrada do Coco, suscitou um grande Drosera tomentosa Planta carnívora interesse por parte de grupos empresariais que Tab. 3 - Relação de plantas carnívoras e orquídeas do Litoral Norte atualmente estão loteando áreas do cerrado
  • 20. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE XX Aves do Litoral Norte Espécie Nome Vulgar Porphyrospiza caerulescens Campainha-azul Xolmis cinérea Primavera Heliactin bilopha Beija-flor-chifre-de-ouro Bucco chacuru Fevereiro Elaenia cristata Guaracava-de-topete Formicivora rufa Formigueiro-ruivo Aegolius harrisii Caburé-canela Sarcoramphus papa Urubu-rei Falco peregrinus Falcão-peregrino Aratinga auricapilla Jandaia-de-testa-vermelha Amazona rhodocorytha Papagaio-chauã Touit melanonota Apuim-de-costa-preta Carduelis yarellii Coroinha Tab. 5 - Relação de espécies do cerrado de Camaçari para a construção de condomínios, sítios, A área que se estende da Praia do Forte chácaras e empreendimentos agropecuários. (Mata de São João) até Massarandupió, As APA são importantes instrumentos para pode ser considerada como muito cobiçada, ordenar o uso do solo, entretanto, possuem principalmente, pelos empreendedores do limitações. É importante que o governo crie setor hoteleiro. A Praia do Forte, apesar de reservas legais ao longo do litoral norte, para possuir uma grande estrutura hoteleira, ainda preservar as áreas dos diversos ecossistemas, preserva uma boa parcela de matas secundárias, tais como: reservas de dunas, Mata Atlântica, restingas e áreas úmidas, que estão sendo cerrado, estuário, manguezal etc. Em relação utilizadas como um grande atrativo para o às praias de Camaçari, podemos destacar turismo ecológico. A Reserva de Sapiranga é um duas espécies de aves oceânicas ameaçadas de bom exemplo de iniciativa conservacionista, extinção: a pardela de óculos (Procellaria onde podemos observar uma grande variedade conspicillata) e o trinta-réis-róseo (Sterna de espécies animais, muitas delas ameaçadas dougallii). As aves oceânicas buscam seus de extinção. Algumas espécies consideradas alimentos na plataforma continental, situada raras ou ameaçadas de extinção listadas em a cerca de 20 a 30 milhas da costa. Pescadores várias localidades do litoral norte, também artesanais muitas vezes matam estas aves, podem ser observadas na Reserva de Sapiranga. com a justificativa que elas roubam as iscas e Na lagoa em frente ao Hotel, podemos impedem o sucesso das pescarias. Essa atitude observar uma grande variedade de espécies descabida é responsável pela morte de muitas de aves de hábitos aquáticos, destacando-se o aves oceânicas. gavião-caramujeiro (Rostrhamus sociabilis), o carão (Aramus guarauna) e o frango-
  • 21. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE Aves do Litoral Norte XXI d’água-pequeno (Porphyrula flavirostris). a conscientização das comunidades locais. Em relação às espécies ameaçadas de A repercussão deste projeto bem sucedido, extinção, podemos destacar o urubu-rei ultrapassou as fronteiras estaduais e alcançou (Sarcoramphus papa), o apuim-de-costa-preta outras regiões no Brasil e no exterior. O que (Touit melanonota) e a jandaia-de-testa-vermelha preocupa, no entanto, são as grandes áreas (Aratinga auricapilla). A exploração do delimitadas como zonas de expansão (ZEP), ecoturismo na Praia do Forte é uma iniciativa que podem implicar em desflorestamento, promissora para preservar as remanescentes com a conseqüente perda de biodiversidade. florestas que ainda restam. Além da Reserva É recomendável aumentar as zonas de de Sapiranga, podemos destacar o Projeto proteção rigorosas (ZPR), no intuito de TAMAR, que é um projeto de preservação das garantir a biodiversiade existente. Pesquisas tartarugas marinhas, que, além de desenvolver desenvolvidas em Sauípe detectaram a pesquisas visando a preservação das tartarugas presença de três espécies consideradas marinhas, trabalha intensivamente com a ameaçadas de extinção: a jandaia-de-testa- comunidade local, gerando empregos para vermelha (Aratinga auricapilla), o urutau- as pessoas que antes tinham como atividade, de-asa-branca (Nyctibius leucopterus) e o a caça e a coleta de ovos de tartarugas. Além olho-de-fogo-rendado (Pyriglena atra). A disso, o envolvimento do Projeto TAMAR em espécie P. atra, antes considerada endêmica programas de educação ambiental e a utilização nas matas do Recôncavo baiano, foi registrada de suas bases em programas de ecoturismo, é em 1994 em remanescentes florestais no sul de fundamental importância para aumentar do estado de Sergipe. A espécie sobrevive Espécies de aves ameaçadas de extinção Sarcoramphus papa Sarcoramphus papa Sarcoramphus papa Sarcoramphus papa
  • 22. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE XXII Aves do Litoral Norte nas matas secundárias e em capoeiras, que retirar a madeira. As pesquisas nesta reserva correm o risco de desaparecer (Souza, 1994). ainda são preliminares e a continuidade dos A presença dessas espécies já foi detectada trabalhos terá importância fundamental para nas matas de Monte Gordo (Camaçari), em o melhor conhecimento deste ecossistema. Sauípe e na Reserva do Bu (Esplanada). A descoberta de Souza sobre a espécie no estado Entre Barra do Itariri e Siribinha (Conde), de Sergipe, comprova que a distribuição destacamos as áreas de mata, os estuários dos geográfica dessa espécie, é muito maior do que Rios Itariri e Itapicuru, as áreas alagadiças se imaginava e nossas descobertas reforçam de Sitio do Conde e Poças, que são locais esta comprovação. Apesar de tudo, a espécie freqüentados por uma infinidade de espécies de P. atra tende a desaparecer do litoral norte, aves de hábitos aquáticos. Para melhor entender caso medidas conservacionistas não sejam as áreas úmidas do litoral norte, realizamos adotadas, para preservar as matas existentes. censos de aves aquáticas, duas vezes por ano (verão/inverno) em várias regiões litorâneas, Entre Subaúma e Baixios, destacamos as matas sendo que as áreas úmidas de Conde revelaram de Subaúma que devem ser preservadas. Ao ser o local de maior concentração de aves de mesmo tempo, é preciso criar um corredor de hábitos aquáticos. O censo foi coordenado fauna para unir essas matas remanescentes, com pelo Biró Internacional para el Estudio de as que existem em Baixios. O corredor de fauna las Aves Acuáticas y los Humedales e Ducks deverá ser composto de espécies da vegetação Unlimited. No Brasil, o CEMAVE é responsável nativa, a fim de garantir a presença das espécies pela organização do censo, que foi realizado, animais existentes nos remanescentes florestais simultaneamente, em várias localidades de da região. A Reserva do Bu, localizada em diversos estados brasileiros. Na América do Baixios, é a maior área remanescente de Mata Sul, o censo foi realizado na Argentina, Chile, Atlântica, em todo o litoral norte da Bahia. As Paraguai e Uruguai. O Censo Neotropical pesquisas que desenvolvemos nessa reserva de Aves Aquáticas tem como objetivos: 1 - e em seu entorno, detectaram a presença de Ampliar o conhecimento sobre a distribuição 73 espécies de aves, sendo algumas delas são e situação das aves aquáticas, para determinar consideradas ameaçadas de extinção, como, as prioridades de conservação de habitats e por exemplo, a espécie olho-de-fogo-rendado espécies (inclusão de sítios importantes na (Pyriglena atra), que podemos considerar RHRAP e/ou na Convenção de Ramsar). 2 - que se encontra em condições de equilíbrio Estabelecer um programa de monitoramento por causa das dimensões da floresta (1200 a longo prazo, utilizando as aves aquáticas ha), a jandaia-de-testa-vermelha (Aratinga como indicadores. As metas do censo são: 1- auricapilla) e a ananbé-de-asa-branca contar com um sistema de alerta para fazer (Xipholena atropurpurea). Apesar de o frente aos problemas de conservação que proprietário dedicar seus melhores esforços afetam os ambientes aquáticos; 2- aumentar o para preservar esta área, é muito comum a conhecimento da dinâmica populacional das presença de caçadores e ações isoladas para aves aquáticas neotropicais, para melhorar sua
  • 23. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE Aves do Litoral Norte XXIII conservação e manejo. A Tabela 6 relaciona as comportamento dessa espécie em Mangue Seco espécies encontradas e os locais onde foram e também para desenvolvermos campanhas de realizados os censos de aves aquáticas no preservação deste habitat, que é freqüentado, litoral norte. Em relação às matas, o ideal é não somente por S. dougallii, mas também, que elas fossem unidas por um corredor de pelos representantes das três famílias acima fauna, para que possa haver o deslocamento citadas. Mangue Seco vem sofrendo uma série da fauna existente, entre os remanescentes de de agressões, principalmente por parte do matas. turismo desordenado, que leva milhares de pessoas totalmente despreparadas com relação Entre Costa Azul e Mangue Seco, destacamos ao meio ambiente para aquele local, poluindo- o ecossistema de restinga e o estuário do Rio o e degradando-o. Também, as pousadas Real. A APA de Mangue Seco é, sem dúvida, ali instaladas, não possuem um sistema de o ecossistema mais frágil de todo o litoral tratamento de esgoto e por isso despejam seus norte da Bahia. Pesquisando a mortandade dejetos no Rio Real. A fama de Mangue Seco de aves oceânicas no litoral norte da Bahia, como paraíso encantado, contribui para que, descobrimos o estuário do Rio Real, em Mangue cada vez mais, novas pousadas e restaurantes Seco. Este local é muito rico em espécies de aves se instalem na região. O que mais preocupa migratórias que pertencem, principalmente, a nisso tudo, é o interesse de grupos hoteleiros três famílias: Scolopacidae (maçarico) com 17 internacionais em construir grandes hotéis espécies, Charadriidae (batuíra) com 7 espécies na região. Mangue Seco é um ecossistema de e Sternidae (gaivota) com 11 espécies. Dessas dunas, estuários e manguezais, constituindo- 11 espécies mencionadas, duas são ameaçadas se por isso, em um local bastante frágil. de extinção: a Sterna antilarum, oriunda da Com a cooperação do American Museum América Central e a Sterna dougallii, originária of Natural History, estamos desenvolvendo da América Central, América do Norte e estudos, através do anilhamento e uso de Canadá, Portugal e Inglaterra. A respeito da rádios transmissores, para delimitar os locais espécie S. dougallii, pouco ou nada se sabia onde as espécies S. dougallii e S. hirundo sobre seu local de invernada, que é o lugar que buscam seus alimentos. Os nossos estudos busca quando deixa sua colônia reprodutiva. comprovaram que, tanto a S. hirundo como Durante mais de 40 anos, os americanos a S. dougallii, realizam a migração no procuraram informações sobre tais locais. Em sentido Europa/América. Já coletamos oito 1995, utilizando redes de neblina para anilhar exemplares da espécie S. hirundo em Mangue as espécies pertencentes às três famílias Seco, anilhadas em Portugal. Foi observada acima citadas, descobrimos a presença da nas Ilhas dos Açores (Portugal), uma S. espécie S. dougallii no estuário de Mangue dougallii anilhada com rádio transmissor em Seco. Em 1997, a partir dessa descoberta, Mangue Seco e uma ave dessa espécie foi por iniciamos uma parceria com os pesquisadores nós capturada em Mangue Seco, anilhada no do American Museum of Natural History, no ninho, na Inglaterra, pelo British Museum intuito de adquirirmos conhecimento sobre o Band, na Ilha de Rockabill em 24 de junho de
  • 24. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE XXIV Aves do Litoral Norte Tab. 6 Relação de espécies levantadas pelo Censo Neotropical de Aves Aquáticas entre 1992 a 1995 no Litoral Norte, com as respectivas localidades. Espécie Localidade Podiceps dominicus Camaçari, Caboto Podilymbus podiceps Camaçari, Caboto Phalacrocorax olivaceus Caboto Casmerodius albus Camaçari, Caboto, Mangue Seco, Conde Egretta thula Camaçari, Mangue Seco, Conde Egretta caerulea Mangue Seco, Caboto Bubulcus ibis Camaçari, Conde Butorides striatus Camaçari, Caboto ,Mangue Seco , Conde Dendrocygna viduata Mangue Seco Dendrocygna autumnalis Camaçari, Caboto , Conde Anas bahamensis Camaçari, Conde Netta erythrophthalma Camaçari, Caboto , Conde Amazonetta brasiliensis Camaçari, Caboto , Conde Sarkidiornis malanotos Camaçari, , Conde Porphyrula martinica Conde Gallinula chloropus Camaçari, Caboto Aramus guarauna Camaçari, Caboto , Conde Vanellus chilensis Conde Pluvialis squatarola Camaçari, Mangue Seco , Conde Charadrius collaris Mangue Seco Charadrius semipalmatus Camaçari, Mangue Seco Haematopus palliatus Camaçari, Mangue Seco Himantopus mexicanus Camaçari, Conde Jacana jacana Camaçari, Caboto ,Mangue Seco , Conde Tringa melanoleuca Camaçari, Caboto ,Mangue Seco Tringa flavipes Camaçari, Mangue Seco Tringa solitaria Camaçari, Mangue Seco Catoptrophorus semipalmatus Mangue Seco Actitis macularia Mangue Seco Numenius phaeopus Mangue Seco Arenaria interpres Mangue Seco Calidris minutilla Mangue Seco Calidris alba Mangue Seco Calidris pusilla Mangue Seco Limnodromus griseus Mangue Seco Gallinago paraguaiae Camaçari Sterna hirundo Mangue Seco Sterna superciliaris Mangue Seco Thalasseus eurygnatha Mangue Seco
  • 25. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE Aves do Litoral Norte XXV 2000 e capturada em 27 de janeiro de 2001, locais de maior concentração (Figura 3). fato este que ainda não havia sido registrado. As recuperações americanas procediam dos Esta descoberta tem importância fundamental estados de Maine, Connecticut, New Jersey para a preservação da S. dougallii que é listada e New York. Em 1996, Monteiro relatou que como espécie ameaçada de extinção. alguns exemplares de S. hirundo procedentes da América,  poderiam migrar para a Europa, Dentre os representantes da família Sternidae entretanto, o movimento contrário não seria a espécie Sterna hirundo é a mais comum possível. De 1996 a 2006, capturamos 30 no litoral brasileiro. Lara-Resende e Leal indivíduos da espécie  S. hirundo, procedentes (1982) levantaram 213 aves com anilhas dos Açores, anilhados por Monteiro em americanas, encontradas no Brasil entre 1928 1997. Nos Açores, Monteiro capturou uma S. e 1980; Cordeiro et al (1996) relacionam 430 hirundo que fora anilhada por nossa equipe recuperações entre 1980 e 1994, das quais 218 em Mangue Seco. No mesmo ano, Vitor foram recuperadas no Parque Nacional da Encarnação capturou outra ave procedente Lagoa do Peixe (RS). Cordeiro aponta o Rio de  Mangue Seco, na Ilha de Santa Maria, Grande do Sul como recorde em recuperações nos Açores. Estes são os primeiros registros de S. hirundo procedentes da América do do movimento transatlântico leste/oeste da Norte, ficando a Bahia em segundo lugar, com espécie (Lima, 1996). Através da recuperação 99 recuperações. Durante o período de 1995 a de aves anilhadas na América do Norte e 2001, realizamos campanhas de levantamento e Europa, além de podermos traçar as rotas anilhamento das espécies de aves migratórias e de migração, estamos  também coletando aves residentes que buscam alimento na foz do dados biométricos e estudando os hábitos Rio Real em Mangue Seco, na Bahia (11 27’ S, alimentares,  através da utilização de rádios 37 21’ W). Em 1996, ampliamos o nosso campo transmissores, que auxiliam no rastreamento de ação para abranger todo o litoral baiano e dos bandos dessa espécie,  quando buscam descobrimos outros importantes pontos de alimento. Hoje, a Bahia é recordista em descanso dessa espécie. Para mapear o litoral recuperações da espécie S. hirundo, anilhadas baiano, utilizamos uma escuna e um avião na América do Norte e Europa. monomotor. Através desses recursos, pudemos cobrir os pontos mais importantes da região, A Sterna dougallii é listada como espécie entre eles: Cacha Prego (Ilha de Itaparica),  ameaçada de extinção no Canadá, EUA. e Ponta do Curral (Morro de São Paulo), Bahia Caribe ( Fish and Wildlife Service, 1987). de Camamu (Ituberá) e Corumbal (Porto Durante um longo período de mais de 30 anos,  Seguro). Em 1998, iniciamos campanhas de não se conhecia os locais de invernada desta anilhamento em todos locais anteriormente espécie. Em 1995,  descobrimos em Mangue mencionados. De 1995 a 2006, recuperamos Seco, na Bahia, uma grande concentração 1.308 aves com anilhas americanas no litoral de S. dougallii juntamente com mais nove baiano, especialmente em Mangue Seco e representantes da família Stenidae, visitando o Cacha Prego, que se destacaram como os estuário do Rio Real (Hays et. al. 1999) sendo
  • 26. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE XXVI Aves do Litoral Norte este, o primeiro registro de concentração utilização de rádios transmissores, que ajudam dessa espécie conhecido. Entre 1995 e 2006, a rastrear os bandos dessa espécie quando capturamos 380 exemplares da espécie S. buscam alimento. Hoje, a Bahia é recordista em dougallii com anilhas americanas. Deste recuperação da espécie S. dougallii anilhada total, a ave de anilha 762-03835 estabeleceu na América do Norte e Europa.  um recorde em longevidade, alcançando 25,6 anos. As nossas pesquisas  revelaram que a Os resultados de nossas pesquisas no estuário espécie S. dougallii, distribui-se em todo o do Rio Real, em Mangue Seco, demonstram litoral baiano. Para melhor entendermos os que este ecossistema deverá ser transformado hábitos alimentares dessa espécie, estamos em reserva de aves limícolas, semelhante usando rádios transmissores, com o apoio ao Parque Nacional da Lagoa do Peixe (RS), do American Museum of Natural History,  uma vez que ambas são áreas de importância para acompanhar seus movimentos durante a internacional. Além disso, devemos incluir busca  de alimentos. A S. dougallii, realiza o como locais protegidos “intocáveis”, todos os movimento transatlântico leste/oeste, fato este bancos de areias existentes no litoral baiano, que foi comprovado pela recuperação de uma pois todos eles são importantes como locais de ave anilhada em Mangue Seco e recuperada invernada das aves migratórias. em uma colônia de reprodução nos Açores, e Além das pesquisas realizadas com as duas também por outra ave anilhada no ninho pelo espécies acima relacionadas, durante 18 anos British Museum Band, na Ilha de Rockabill, estudamos o fenômeno da mortandade de Inglaterra, em 24 de junho de 2000 e capturada aves oceânicas no litoral norte da Bahia, entre em 27 de janeiro de  2001 em Mangue Seco. Salvador e Mangue Seco (240 km de litoral). Através da recuperação das aves anilhadas na Durante este período, catalogamos 36 espécies América do Norte e Europa, além de podermos de aves oceânicas pertencentes a nove famílias traçar as rotas de migração, estamos  também (Tabela 7). A Figura 4 relaciona a quantidade coletando dados biométricos e estudando hábitos alimentares da espécie,  através da Família Nome Vulgar N de espécies Spheniscidae Pingüim 1 Diomedeidae Albatroz 5 Procellariidae Pardela 15 Oceanitaidae Painho 3 Phaethonidae Rabo-de-palha 1 Sulidae Atobá 3 Phalacrocoracidae Biguá 2 Fregatida Tesourão 1 Stercorariidae Mandrião 6 Tab.7 Relação das Famílias de aves oceânicas do Litoral Norte
  • 27. Capa Indice Sair PÁGINA PÁGINA MENU Front Cover Table of Contents Leave ANTERIOR SEGUINTE Aves do Litoral Norte XXVII de espécies acrescentada à lista das aves do muito debilitadas. O tratamento consistia Brasil e da Bahia. na alimentação adequada e vitaminas, tratamento com vermífugos e fisioterapia. Durante o período do nosso inverno (de Após a recuperação, estas aves foram abril a agosto), muitas espécies de aves liberadas, devidamente anilhadas com anilhas oceânicas morrem no litoral baiano, a maioria brasileiras. (Lima P.C.: As aves oceânicas na delas sucumbe devido à sua juventude e Bahia (a morte no mar); As aves migratórias inexperiência em buscar alimento (peixes no litoral norte da Bahia; Aves raras e espécies e lulas). Durante as fortes tempestades que ameaçadas de extinção no litoral norte da ocorrem em nosso litoral durante o inverno, Bahia; Uma longa viagem para morrer na as aves fracas e debilitadas, são jogadas pelos praia; A NONBREEDING CONCENTRATION fortes ventos nas praias do litoral e acabam OF ROSEATE AND COMMON TERNS IN morrendo. Muitas vezes, as aves pesam BAHIA, BRAZIL), Ocorrência e mortalidade menos de 50% do seu peso normal, como pode de aves oceânicas na costa da Bahia e a chave ser demonstrado pela espécie Calonectris de identificação da Ordem procellariiformes borealis (pardela-de-bico-amarelo) que pesa e Família Stercorariidae, em www.ao.com. 900g. Temos encontrado milhares dessas aves br/AO-olne em Artigos. Em relação às aves mortas, com peso oscilando entre 350 e 400g. oceânicas, muitas espécies por nós catalogadas Esta espécie originária das Ilhas Selvagem no litoral norte da Bahia, são ocorrências Grande, Selvagem Pequena, Desertas, Madeira novas em nosso estado e em todo o norte e (Portugal) e Ilhas Canárias (Espanha), são nordeste do Brasil (Tabela 8). as aves mais coletadas, da pesquisa sobre o fenômeno da mortandade de aves oceânicas na Em relação às demais espécies animais, podemos Bahia. Entre as 36 espécies de aves coletadas, destacar algumas espécies consideradas ameaçadas mortas ou debilitadas, o percentual da espécie que vivem em diferentes habitats do litoral norte, pardela-de-bico-amarelo eqüivale a mais de tais como na Mata Atlântica, restinga, cerrado, 70% de todas as aves. Para realizarmos este áreas úmidas, rios e mar (Tabela 6). Além disso, a estudo sobre a mortandade de aves oceânicas Tabela 10 relaciona as demais espécies animais que percorremos a pé mais de 7.000 km, entre registramos no litoral norte. Salvador e Mangue Seco (240km de litoral) e o percurso de ida e de volta entre os dois extremos, foi realizado de abril a agosto, tendo sido intensificados os trabalhos a partir de 1994, quando houve um grande derramamento de petróleo em toda a costa do litoral norte da Bahia. O acidente com o petróleo, ocasionou a morte de mais de 10.000 aves pertencentes a várias espécies. Realizamos o trabalho de recuperação das aves, que foram encontradas