O documento discute a vigilância em massa realizada por agências governamentais com o auxílio da tecnologia. Revela que Edward Snowden expôs o programa de espionagem da NSA dos EUA e mostra como ao longo da história governos utilizaram tecnologia para controlar e punir pessoas, como os campos de concentração nazistas. Conclui que sem supervisão da imprensa, governos podem abusar do poder de vigilância.
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Aula de Sociologia no Ensino Médio - Liberdade
1. Nome: …...................................................................... Turma:..................... Data:....../......./........
Observe a chargue abaixo:
1) Você se sente uma pessoa livre: ( ) Sim ( ) Não
2) Com no máximo 5 palavras, defina o que é liberdade para você:
Liberdade é______________________________________________________________________
3) Pense em três formas de liberdade que você julga ser muito importante (não precisa estar descrito
na chargue acima):
a) Liberdade de _____________. b) Liberdade de ____________. c) Liberdade de _____________.
Leia o texto abaixo do jornal O Estado de São Paulo de 24 de agosto de 2013:
O espião que sabia tudo
Se não forem supervisionados e reprimidos por uma imprensa forte, líderes e agências
governamentais abusarão facilmente do poder
Kenneth Serbin
Em 1974, o presidente dos Estados Unidos, Richard M. Nixon, foi obrigado a renunciar ao
cargo por causa da revelação de uma série de gravações secretas, feitas com equipamento especial,
cujo alvo era uma única pessoa: o próprio presidente. As gravações demonstravam a cumplicidade
de Nixon no arrombamento da sede do Partido Democrata, no edifício Watergate, em Washington,
crime organizado por funcionários da Casa Branca. Hoje, 40 anos depois, qualquer pessoa no
mundo pode ser espionada através de sua correspondência eletrônica por agências governamentais
extremamente poderosas, o melhor exemplo das quais é a Agência de Segurança Nacional (NSA)
do governo americano.
Envolvida numa controvérsia sobre sua maciça vigilância a celulares e e-mails, feita em
cooperação com empresas de telecomunicações, a NSA representa o mais recente casamento entre
Estado e tecnologia. Portanto, o que o funcionário da NSA Edward Snowden revelou ao mundo,
com a ajuda de Glenn Greenwald, colunista do The Guardian, cujo parceiro brasileiro David
Miranda foi preso por agentes britânicos por nove horas num aeroporto londrino no dia 18, em uma
suposta ação antiterrorista, não deveria surpreender ninguém. O filósofo francês Michel Foucault
elaborou detalhadamente o conceito “do olho que tudo vê” do Estado moderno no livro Vigiar e
Punir (Vozes). Os Estados-Nações têm utilizado as mais modernas tecnologias para observar,
controlar, prender, fazer experiencias com pessoas e matar grupos específicos de indivíduos.
Ainda é possível visitar o que sobrou de campos de concentração europeus como
2. Sachsenhausen, ao norte de Berlim, local de atrocidades cometidas pelos nazistas com recursos
tecnológicos. Depois da 2ª Guerra, o lugar continuou funcionando como centro de extermínio
administrado pelos soviéticos. Nos EUA, a tecnologia nuclear recebeu grande impulso como projeto
secreto respaldado pelo governo na corrida para a primeira bomba atômica. O governo americano
tentou monopolizar sua capacidade nesse campo. Hoje, líderes mundiais lutam com as
consequências dessa primeira bomba, tentando impedir a proliferação de material nuclear e know-
how que terroristas e Estados como Irã e Coreia do Norte poderiam empregar. O sucesso dessa luta
baseia-se na ideia de perpetuação do monopólio atômico sob controle do Estado ou de um grupo de
Estados.
Nas comunicações, tal monopólio é impossível em sociedades democráticas porque a
tecnologia se difundiu extraordinariamente. Até mesmo em sistemas autoritários, como a China, é
difícil para o Estado evitar tal impacto. Esse emprego da tecnologia fora da esfera governamental é
mais uma razão pela qual não deveríamos nos surpreender com as revelações de Snowden. Muitos
americanos já manifestaram preocupação com a possibilidade de empresas como Facebook e
Google coletarem e usarem informações de usuários. Em conjunto, essas organizações tornam
irrisória a capacidade de coleta de informações pelos governos. A vigilância maciça com emprego
de recursos tecnológicos é a nova realidade de nosso dia a dia.
Enquanto Nixon, se quisesse, poderia ter destruído fitas da Casa Branca e apagado para
sempre as informações nelas contidas, nossas informações digitais são um fato consumado. Ao
revelar que uma ordem para o jornal entregar ou destruir as informações digitais recebidas de
Snowden veio do governo britânico, o editor do Guardian, Alan Rusbridger, considerou “sem
sentido” a destruição de discos rígidos do jornal, dada a existência de cópias no exterior. Cada vez
que alguém navega pela internet, manda e-mails ou faz chamadas pelo celular, cada clique no
teclado pode ser recuperado e analisado. Praticamente qualquer pessoa pode nos espionar.
O Estado que tudo vê de Foucault tornou-se a sociedade que tudo vê. O perigo para os
sistemas políticos é que certos grupos – governamentais, privados ou criminosos – podem usar
secretamente essas valiosas fontes de informação. Portanto, “tudo ver” não equivale a
“superintendência”. A esse respeito, a revelação de Snowden estimulou um debate importante sobre
o alcance do Estado. Se não forem supervisionados e confrontados por uma imprensa forte, líderes e
agências governamentais podem abusar mais facilmente do poder, sem falar nos possíveis fins
criminais no uso da informação.
Sem uma supervisão ou sem uma imprensa livre, países do bloco soviético perpetraram a
degradação ambiental e ignoraram suas trágicas consequências para o povo em geral. A revelação
de Snowden também nos lembra, mais uma vez, do delicado equilíbrio entre a necessidade de
frustrar ataques terroristas, de um lado, e a defesa das liberdades civis e da imprensa, de outro. A
imprensa também se tornou vítima da sociedade que tudo vê. Talvez tão deletéria quanto a
tentativa de bloquear a cobertura de Snowden e da NSA pelo Guardian seja o
enfraquecimento da imprensa diante da competição representada por novas fontes de
informação. Os jornalistas e outras pessoas comprometidas com uma sociedade livre devem,
em última análise, encontrar maneiras de usar a sociedade que tudo vê para recriar e
fortalecer a noção de supervisão – tanto do governo quanto do setor privado.
4) Você já tinha alguma informação sobre quem é Edward Snowden? ( ) Sim ( ) Não
5) Conforme pode ser interpretado na reportagem, o que foi que Edward Snowden revelou ao
mundo?
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6) Segundo informações da reportagem, atribua (F) falso ou (V) para as seguintes afirmações:
( ) A bomba atômica é um exemplo da aliança entre conhecimento tecnológico e poder estatal.
( ) Atualmente, com as tecnologias digitais é mais fácil apagar provas do que nós fazemos na
3. internet.
( ) Os campos de extermínio nazistas também são um exemplo de aliança entre conhecimento
tecnológico e poder estatal.
( ) Os campos de extermínio deixaram de existir assim que acabou a Segunda Guerra Mundial.
( ) Nunca houve na história um presidente americano espionado.
( ) Atualmente, qualquer pessoa pode ser espionada por aquilo que faz na internet.
( ) A NSA não deve ser questionada, deve ter poder máximo de vigilância sobre os indivíduos de
qualquer lugar do mundo, pelo perigo de serem criminosos.
( ) O jornal inglês The Guardian foi o veículo de imprensa que divulgou informações sobre a
espionagem americana de usuários da internet.
( ) Ao longo da história moderna, os Estados-nação utilizaram de conhecimento tecnológico para
investigar, controlar, prender e matar pessoas.
( ) Um Estado-nação nunca fez experiências com seres humanos, pois isso não seria ético.
7) Circule no texto o nome do filósofo citado, além dele, circule sua elaboração teórica resumida na
reportagem.
8) Conforme a reportagem, marque a alternativa que melhor expressa a situação da comunicação
global após as denúncias feitas por Edward Snowden.
(A) Os EUA agora detêm o monopólio completo das comunicações globais.
(B) A China passou a controlar absolutamente o que seus habitantes fazem na internet, decobrindo
meios de empregar esse controle.
(C) Aumentou a preocupação com a possibilidade do Google e do Facebook compartilharem com os
governos informações sobre seus usuários.
(D) Não há mais necessidade dos governos serem controlados por uma imprensa forte.
9) Escreva a primeira palavra que lhe vem à cabeça depois de ler a seguinte passagem do texto:
“Cada vez que alguém navega pela internet, manda e-mails ou faz chamadas pelo celular, cada
clique no teclado pode ser recuperado e analisado. Praticamente qualquer pessoa pode nos
espionar.” Palavra: _________________________.
10) Você concorda que sob a alegação de uma maior segurança para a população, ou seja, com o
intuito de evitar que ocorram atentados ou crimes, tudo que você faça na internet possa ser
controlado pelo governo. Afinal, para os EUA qualquer pessoa pode ser um terrorista até que se
prove o contrário. Escolha uma das alternativas.
(A) Sim, concordo absolutamente, porque quem não deve não teme.
(B) Sim, concordo pois confio no trabalho da polícia e dos governos.
(C) Sim, pois _________________________________________.
(D) Não, pois as pessoas devem ter liberdade na internet.
(E) Não, pois as pessoas devem ter privacidade na internet.
(F) Não, pois _________________________________________.
11) Você já leu o livro 1984 de George Orwell. ( ) Sim ( ) Não, mas já ouvi falar dele. ( ) Não e
nunca tinha ouvido falar nesse livro.
12) Escreva o que você entendeu, com suas palavras, sobre a conclusão do texto que está em
negrito.
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