1) Uma tempestade surpreende uma tripulação de marinheiros, fazendo com que naufragassem numa ilha deserta. Conseguem construir jangadas para fugir, mas são novamente surpreendidos por más condições meteorológicas.
2) São salvos por uma baleia que os leva até um barco de pesca. No entanto, o pescador só consegue salvar alguns na sua embarcação.
3) No caminho de volta, deparam-se com um polvo gigante que engole alguns marinheiros. Pedem
1. C onto C oletivo 7º ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
XIII FEIRA DO GIL
Portugal em errância: “O desejar poder querer”
Biblioteca Escolar | 07 - 14 de maio de 2012
A onda caiu sobre o barco, estrondosa e pesada, e a noite envolveu todos em MOTE
breu.
A tripulação, com medo, agarrava-se a tudo. Muitos afogaram-se. Os
sobreviventes foram levados por uma onda.
Naquela tarde, nada faria prever a tempestade. O céu estava limpo. E os
marinheiros cantavam felizes. Tinham apanhado muito peixe. O sustento das
famílias dependia disso, pois estavam a passar uma fase difícil. Uma epidemia
tinha afetado o gado, que acabou por morrer todo.
De repente, apareceu uma nuvem escura no céu. O mar começou a agitar-se.
Os marinheiros ficaram preocupados. Começaram a recolher as velas. A noite
aproximava-se, uma grande onda começou a formar-se. Foi a confusão. Os 7º
sobreviventes foram levados para uma ilha. Adormeceram extenuados. 1ª[Orientação:
Acordaram esfomeados. Começaram a procurar alimentos. Subiram às árvores Dr. Nuno
para apanhar frutos. Soares]
Depois, cortaram árvores para construir uma jangada, o que demorou várias
horas. A noite aproximava-se cada vez mais, e o som dos animais era intenso e
feroz.
Os sobreviventes lançaram a jangada ao mar, mas não os podia levar a todos.
Decidiram construir outra jangada de manhã. Lançaram-se ao mar, contudo,
foram surpreendidos por nuvens ameaçadoras. Apesar da coragem, a tripulação
receou o pior. O vento era medonho. Uma luz irrompeu no céu sombrio e um
raio trespassou as jangadas. Um dos marinheiros gritou desesperadamente:
“Acudam-nos!” Os outros marinheiros, visivelmente angustiados, agarraram-se 7º 5ª
aos destroços: “A união faz a força! Coragem! Vamos sobreviver!” A tempestade [Orientação:
era cada vez mais intensa: o vento era cortante, a luz dos raios afastava a Dr.ª
escuridão, mas a esperança continuava. Alexandra
Caetano]
Alguns caíram ao mar. Com um pau de madeira conseguiram salvar quatro.
Os restantes afogaram-se. Os outros salvaram-se, mas a jangada ainda estava
em perigo. Fizeram um minuto de silêncio em honra dos amigos. Ao longe,
avistaram uma mancha negra. Ao aproximar-se viram que era uma baleia. Os
marinheiros entraram em pânico. Ela aproximou-se ainda mais. Formou uma
onda que afastou a jangada. Os marinheiros suspiraram de alívio. Um barulho
alertou-os para a presença de um barco. Era um pescador, que os quis tentar
1
2. salvar. Mas o barco não conseguia aproximar-se. 7º
Os marinheiros remavam desesperadamente. E finalmente, acostaram no 3ª[Orientação:
barco. O pescador lançou uma corda, mas esta era curta. Dr. Nuno
Soares]
De repente, o pescador acordou em sobressalto. O sonho aterrador tinha-o
deixado apavorado. Demorou muito tempo a perceber que tudo não passava de 7º 2ª
um pesadelo. De seguida, levantou-se e dirigiu-se ao convés para ver como se [Orientação:
encontravam os seus companheiros. Aliviado, partilhou com eles o seu pesadelo. Dr.ª Maria
João Vaz]
Depois de os companheiros o terem ouvido, retomaram a sua viagem rumo a
casa.
Percorriam calmamente as águas cristalinas, a cantarolar e a assobiar… “Eu vou,
eu vou para casa agora eu vou / Eu vou, eu vou para casa agora eu vou.” Mas,
de repente, apareceu um polvo gigante com três olhos e doze patas. Tinha um
aspeto viscoso, castanho e enrugado.
O aterrador Ivan dirigiu-se à tripulação em tom intimidatório: “Quem ousa
atravessar as minhas águas?”
O mais destemido dos marinheiros, ainda que tremesse bastante, respondeu-
lhe de forma astuciosa: “Atravessei as suas águas para poder voltar à minha
terra pátria. Não queria, de forma alguma, perturbar o seu descanso.”
Furiosamente, o polvo agarrou em cinco marinheiros e engoliu-os inteiros. 7º 6ª
Os restantes estavam desesperados e só pensavam em arranjar uma maneira de [Orientação:
sair dali… Dr.ª Ana
De repente, ouviu-se um valente estrondo e … Margarida
Vitorino]
Surgiu um barco de piratas, que disparava tiros de canhão. Os marinheiros,
aterrorizados, tentavam desviar-se, enquanto ouviam o invulgar barulho dos
tentáculos do polvo, como quem bate castanholas. O terrível monstro marinho
estava indignado, pois, mais uma vez, vira o seu território a ser invadido. Com
um só tentáculo chicoteou as águas, de modo a provocar uma onda gigante que
engoliu os temerosos piratas.
Os marinheiros, que já se preparavam também para morrer, pediram ajuda
divina, rezando.
Eis que a estranha criatura, num movimento brusco, se aproximou deles e,
numa voz serena, sussurrou: “Os vossos olhos espelham sofrimento e desespero,
estou disposto a auxiliar-vos com a condição de que abandonem o meu
território para sempre.”
Os marinheiros aceitaram a proposta e o polvo abraçou cada um deles com
os seus longos braços. Seguiram caminho por entre as águas do mar e, quando
estavam a chegar a terra firme, depararam-se com a erupção de um vulcão há
muito extinto. 7º 4ª
Desta tragédia só sobreviveram os marinheiros. [Orientação:
Em homenagem ao falecido polvo, os marinheiros rebatizaram a ilha com o Dr.ª Ana
nome de “Octopus”. Margarida
Vitorino]
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