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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

          DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

          CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA




   AS RELAÇÕES DA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA DE
ALUNOS DAS TURMAS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO NO
COLÉGIO ESTADUAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO,
           EM MIGUEL CALMON, BAHIA




              Por: Rodson Fabrício Marques Okuyama




                  Senhor do Bonfim, Bahia
                           2011
Rodson Fabrício Marques Okuyama




   AS RELAÇÕES DA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA DE
ALUNOS DAS TURMAS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO NO
COLÉGIO ESTADUAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO,
           EM MIGUEL CALMON, BAHIA




                                 Monografia     apresentada      ao
                                 Departamento de Educação de
                                 Senhor do Bonfim – Campus VII
                                 da Universidade do Estado da
                                 Bahia, como requisito parcial para
                                 a obtenção do título de Licenciado
                                 em Matemática.

                                 Orientador(a):
                                 Prof. Maria Celeste Souza Castro




                 Senhor do Bonfim, Bahia
                          2011
Rodson Fabrício Marques Okuyama




      AS RELAÇÕES DA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA DE
ALUNOS DAS TURMAS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO NO
COLÉGIO ESTADUAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO,
                    EM MIGUEL CALMON, BAHIA




Monografia apresentada para obtenção do título de Licenciatura em Matemática pela
Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação Campus VII, em
Senhor do Bonfim-BA, submetida a aprovação da banca examinadora composta
pelos seguinte membros:




Prof. (a): Mirian Ferreira de Brito

Prof. (a): Tania Maria Araujo Cardoso

Prof. (a): Geraldo Caetano Souza Filho

Prof. (a) Orientador (a): Maria Celeste Souza Castro


CONCEITO FINAL:________
AGRADECIMENTOS




      Agradeço a Deus pelas bênçãos derramadas em minha vida, que tanto nas
horas de dificuldade quanto nas horas agradáveis tem estado sempre presente,
dando-me forças para superar todas as barreiras, ensinando a me alegrar com Ele
nos momentos bons e a crescer nas dificuldades.

      A minha família, em especial meus pais, Moacir Massaaki Okuyama e Clésia-
Ney Marques Okuyama, pelo incentivo que tem dado, pelo apoio e encorajamento,
aos meus irmãos pela força, dedicação e apoio que tanto me fizeram persistir.

      A minha namorada que tanto me ajudou encorajando-me nas situações
difíceis, inspirando-me no desenvolver deste trabalho, pelos carinhos e conforto
quando me senti deprimido, desmotivado; pelo amor demonstrado no decorrer do
percurso.

      Aos meus amigos que insistentemente me ajudaram dando forças e
conselhos nessa caminhada, aos amigos que conquistei aqui na universidade, aos
quais admiro pelas palavras de incentivo, pelas brincadeiras de descontração em
momentos tumultuados.

      A todos os professores que contribuíram, auxiliaram, orientaram minha
formação, àqueles que constantemente ajudaram para a concretização desse
momento. Aos professores Mirian Ferreira, Tânia Maria, Geraldo Caetano por
comporem a banca examinadora. E em especial a professora Maria Celeste pela
paciência, atenção e dedicação com que se propôs a orientar-me.

      Enfim, agradeço a todos que de alguma forma me ajudaram a dar mais um
passo em minha vida, de muitos que ainda virão.
“O mundo é um lugar perigoso de se viver,

não por causa daqueles que fazem o mal,

         mas sim por causa daqueles que

    observam e deixam o mal acontecer”.

                         (Albert Einstein)
RESUMO

       A relação com o saber matemático vai muito além do que se aprende em sala
de aula. Em se tratando de conteúdos, vai muito além dos saberes geométricos,
algébricos e aritméticos. Estes saberes, no entanto, muitas vezes estão diretamente
ligados aos diversos influenciadores a que os alunos estão envolvidos. Deste modo,
procuramos investigar essas relações através destes estudos. Assim, o presente
trabalho visa analisar como os alunos do 2º ano do ensino médio dos turnos,
matutino e noturno, relacionam, interagem, exercitam o saber matemático com a
escola, professores, com os colegas de classe, bem como com a própria instituição
em si. Proporcionando uma real compreensão desses fatores e a importância
desses influenciadores no estudo das relações existentes entre o aluno e os meios
nos quais ele está inserido. Para tanto, foram pesquisados e analisados dados
qualitativos e quantitativos, fundamentados em autores como Bernard Charlot.
Percebendo que, de fato, a aprendizagem dos alunos é afetada pelos diversos
meios, com os quais o aluno está envolvido.


Palavras - chave: Saber Matemático. Alunos. Relações com o saber.
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Relação dos alunos com os colegas de classe.......................                           26
GRÁFICO 2 – Percentual Geral dos alunos quanto à relação com
                os colegas de classe.................................................................    27
GRÁFICO 3 – Relação dos alunos com o professor.....................................                      28
GRÁFICO 4 – Percentual Geral dos alunos quanto
                à relação com o professor........................................................        28
GRÁFICO 5 – Condições que a escola oferece aos alunos..........................                          31
GRÁFICO 6 – Percentual Geral dos alunos quanto às condições
                que a escola lhes oferece........................................................        31
GRÁFICO 7 - Gosto pela matemática............................................................            33
GRÁFICO 8 - Percentual Geral dos alunos quanto
                ao gosto pela matemática..........................................................       33
GRÁFICO 9 - Situação em que estuda em casa............................................                   36


GRÁFICO 10 - Percentual Geral dos alunos quanto à situação em que
                estudam em casa.......................................................................   36
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 9

2 OBJETIVOS............................................................................................ 12

3 RELAÇÕES INERENTES AO PROCESSO DE ENSINO

  APRENDIZAGEM................................................................................... 13
3.1 RELAÇÃO COM O SABER: ALUNO X PROFESSOR........................ 15
3.2 RELAÇÃO COM O SABER: ALUNO X INSTITUIÇÃO........................ 17
3.3 RELAÇÃO COM O SABER: ALUNO X ALUNO.................................. 18
4 CAMINHOS METODOLOGICOS............................................................ 20

5 ANÁLISE DE DADOS............................................................................ 23

6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................................................ 26

6.1 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM OS OUTROS......... 26
6.2 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM UMA PESSOA....... 28
6.3 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM UMA ATIVIDADE... 30
6.4 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM UM
     OBJETO, UM „CONTEÚDO DE PENSAMENTO‟................................ 32
6.5 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM O TEMPO.............. 34
6.6 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM ELE
     MESMO, ENQUANTO MAIS OU MENOS CAPAZ DE REALIZAR
     TAL COISA EM TAL SITUAÇÃO........................................................ 35

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 38

REFERÊNCIAS......................................................................................... 40

APÊNDICE 01........................................................................................... 42

APÊNDICE 02........................................................................................... 43
9



1     INTRODUÇÃO

      Atualmente, os estudos sobre aprendizagem matemática, sobre como os
alunos aprendem são mais numerosos. Estudos estes que buscam compreender os
meios que possibilitam ao aluno uma construção significativa do conhecimento.
Estes estudos podem ser determinantes na compreensão desses fatores.


      De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN):


                     A Matemática contribui para o desenvolvimento de processos de
                     pensamento e a aquisição de atitudes, cuja utilidade e alcance transcendem
                     o âmbito da própria Matemática, podendo formar no aluno a capacidade de
                     resolver problemas genuínos, gerando hábitos de investigação,
                     proporcionando confiança e desprendimento para analisar e enfrentar
                     situações novas, propiciando a formação de uma visão ampla e científica da
                     realidade, a percepção da beleza e da harmonia, o desenvolvimento da
                     criatividade e de outras capacidades pessoais”. (BRASIL, 1999, p. 251)


      A razão pela qual se propôs este trabalho, sobreveio quando em um dado
momento da prática docente no Colégio Estadual Nossa Senhora da Conceição em
Miguel Calmon – BA (CENSC), mais especificamente com alunos das turmas de 2º
ano, matutino e noturno, se percebeu a distância que alguns tinham com outros na
medida em que o professor, a escola e os demais colegas, tanto quanto os alunos
em si, traziam sobre cada um e sobre os outros uma grandiosidade de relações que
poderiam ser muito mais significativas. Para tanto, foi feito o seguinte
questionamento: será que certos alunos não desenvolvem sua aprendizagem por
causa das influências que eles sofrem durante todo o processo no ano letivo? Será
que o professor desenvolve em seus alunos e para si mesmo um significado, um
sentido para as atividades propostas em sala de aula? A partir desde momento foi
dado início as leituras e pesquisas sobre as relações e influências que os alunos
sofrem durante todo o processo de construção do conhecimento, proporcionando
real compreensão desses fatores e a importância desses influenciadores no estudo
das relações existentes entre o aluno e os meios nos quais ele está inserido.


      E mais, “saber aprender é a condição básica para prosseguir aperfeiçoando-
se ao longo da vida.” (BRASIL, 1999, p. 252).
10



      As propostas atuais de ensino-aprendizagem pressupõem alunos ativos na
construção do próprio conhecimento, capazes de interpretar, analisar, discutir, criar
e ampliar idéias. Para que isso ocorra é preciso que tenha professores preparados
para lidar com tal desafio.

      Segundo Freire (1997):

                      Corpo e mente devem ter assento na escola, de modo concomitante, de tal
                      sorte que os dois, agindo em perfeita harmonia, garantam ao indivíduo a
                      possibilidade de emancipar-se. Desta sorte, cabe à escola,
                      independentemente do nível ou modalidade de ensino que ofereça,
                      promover situações de aprendizagem que exijam, da parte do educando, o
                      uso tanto do corpo quanto da mente, com adequado entrosamento. (p. 13;
                      14)


      Com base nisso objetivamos verificar os meios, aos quais, o aluno está
envolvido e se esses meios trazem sobre eles condições favoráveis para um melhor
aprendizado. Tendo como meta analisar se a aprendizagem matemática, dos alunos
do CENSC, é influenciada pelos meios com os quais estão envolvidos. Vale salientar
que o referido trabalho é uma pequena amostragem disto que se pretende refletir.
Ao final será possível analisar, mesmo que a título de experiência, os anseios e
perspectivas desses alunos diante da sociedade.

      Este trabalho é composto por etapas, dentre as quais mencionamos:

      O Capítulo I refere-se a pesquisa bibliográfica relativa às relações existentes
no processo de construção do conhecimento, subdividido em três outros tópicos: o
primeiro trata das relações entre o aluno e o professor; o segundo das relações
entre o aluno e a instituição, no caso, a escola; e o terceiro das relações entre os
alunos e seus colegas de classe.

      O Capítulo II relata aspectos sobre as pesquisas: de campo, qualitativa e
quantitativa, visando firmar os métodos utilizados na análise de dados.

      O Capítulo III trás a discussão sobre os dados recolhidos buscando fazer um
elo entre as definições de relação com o saber de Bernard Charlot, mencionando
também alguns relatos importantes de questionários aplicados, a alguns alunos do
2º ano do Ensino Médio, do Colégio Estatual Nossa Senhora da Conceição, em
Miguel Calmon - BA, confrontando com as idéias, citadas por Charlot, essenciais
para o presente trabalho. Este capítulo está subdividido em 6 momentos: o primeiro
11



retrata as relações que um sujeito mantém com os outros, mencionando a relação
entre os alunos e seus colegas de classe; o segundo menciona as relações que um
sujeito mantém com uma pessoa, citando as relações entre os alunos e o professor;
o terceiro refere-se as relações que um sujeito mantém com uma atividade,
relacionada com a escola; o quarto momento relata as relações que um sujeito
mantém com um objeto, um “conteúdo de pensamento”, fazendo menção ao gosto
pela disciplina; o quinto momento trás as relações que um sujeito mantém com o
tempo, citando as expectativas dos alunos durante o ano letivo; e o sexto momento
trazendo as relações que um sujeito mantém consigo mesmo, enquanto mais ou
menos capaz de aprender tal coisa em tal situação, relacionando o interesse dos
alunos pelos estudos.

      Ao final, apresentamos as considerações do trabalho desenvolvido, as
Referências utilizadas que especificam as fontes de pesquisa consultadas, e os
Apêndices que complementam a pesquisa.
12



2     OBJTIVOS



      2.1 OBJETIVO GERAL

      Este trabalho tem por finalidade verificar os meios com os quais os alunos
estão envolvidos e se esses influenciadores favorecem o aprendizado dos alunos.

      2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

      - Analisar qual a relação que os alunos têm com o saber matemático, de
forma que mostre a que ponto os alunos interagem com o saber ou se é apenas
visto como conteúdo obrigatório para conclusão do ano letivo;

      - Verificar qual o sentido que eles dão às aulas de matemática. Se estudam
porque gostam ou porque são forçados;

      - Entender qual a relação dos alunos entre si e com os professores, de forma
que perceba se há uma interação entre os mesmos.
13



3     RELAÇÕES INERENTES AO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO
DO SABER MATEMÁTICO

      A forma como os alunos aprendem matemática tem sido objeto intenso de
estudo por parte dos educadores matemáticos, na busca de meios mais eficazes de
aquisição do conhecimento. Os estudos inerentes às didáticas de ensino tiveram
inicio com VIGOTSKY(1896 – 1934) e PIAGET(1896 – 1980), abordando métodos
ou processos de ensino - aprendizagem. Segundo BESSA (2008) a aprendizagem,
de acordo com Piaget, depende do nível de desenvolvimento do sujeito, já que ele
está constantemente mudando suas ações e operações com base em suas
experiências. Ele busca compreender como o aprendiz passa de um estado de
menor conhecimento para um ulterior de maior conhecimento, o que está
profundamente ligado com o desenvolvimento de cada um. Já para Vigotsky, é o
próprio processo de aprender que gera o desenvolvimento do indivíduo. Seu
pensamento baseia-se fundamentalmente em torno da Zona de Desenvolvimento
Proximal (ZDP) afirmando que a aprendizagem ocorre no intervalo entre o
conhecimento real do indivíduo e o seu conhecimento potencial. É preciso analisar o
impacto que o mundo exterior tem sobre o interior de cada indivíduo, partindo da
interação com a realidade.

      A educação deve estar baseada em aspectos que tornem cada vez mais
favoráveis a formação humana. Para tal, é preciso que haja profissionais
competentes de modo que supra a necessidade de apreensão dos conteúdos
específicos de cada área do conhecimento. Assim, espera-se que a escola seja
capaz de promover a construção de uma cidadania cada vez mais consciente e hábil
para a convivência harmoniosa com as outras pessoas. LIBÊNEO (2008, p. 47),
afirma que “[...] a característica mais importante da atividade profissional do
professor é a mediação entre o aluno e a sociedade, entre as condições de origem
do aluno e sua destinação social na sociedade [...]”. E a matemática não está fora
desse processo. Segundo FREIRE (1987, p. 78), "[...] ninguém educa ninguém,
ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo
mundo [...]". A partir da relação de cada um com os outros, da troca de saberes, da
troca de experiências, de vivencias e da aprendizagem adquirida no mundo que o
cerca é que o indivíduo aprende.
14



      A relação com o saber envolve uma série de representações. D. JODELET
(2001) conceitua essas representações como sendo “o processo pelo qual se
estabelece a relação entre o mundo e as coisas” (p.22). Ainda M. GILLY (1998)
conceitua representações como sendo “conjuntos organizados de significados
sociais” (p.322). Desta maneira, a relação com o saber inclui representações que
interpretam outros fatos. A aprendizagem dos conceitos ocorre pela interação dos
alunos com o conhecimento, e por tanto “A relação com o saber é relação de um
sujeito com o mundo, com ele mesmo, e com os outros”. (CHARLOT, 2000, p. 78). O
indivíduo aprende à medida que interage com os diversos tipos de influenciadores,
sejam os próprios colegas e familiares, sejam os professores, seja o próprio
ambiente educacional. De modo geral ele afirma que:

                    A relação com o saber é o conjunto das relações que o sujeito mantém com
                    um objeto, um „conteúdo de pensamento‟, uma atividade, uma relação
                    interpessoal, um lugar, uma pessoa, uma situação, uma ocasião, uma
                    obrigação, etc., ligados de uma certa maneira com o aprender e o saber, e,
                    por isso mesmo, é também relação com a linguagem, relação com o tempo,
                    relação com a ação no mundo e sobre o mundo, relação com os outros e
                    relação consigo mesmo enquanto mais ou menos capaz de aprender tal
                    coisa, em tal situação. (CHARLOT, 2000, p. 81).



      Partindo dessa definição de CHARLOT (2000), a relação com o saber é o
conjunto das relações que um sujeito mantém com:

            Os outros, fazemos referência aos colegas de classe;

            Com uma pessoa, podemos referir ao professor;

            Com uma atividade, podemos relacionar com a escola;

            Com um objeto, um „conteúdo de pensamento‟, podemos mencionar o
            gosto pela disciplina;

            Com o tempo, relacionamos as expectativas dos alunos para o ano;

            Consigo mesmo, enquanto mais ou menos capaz de aprender tal coisa
            em tal situação, é possível relacionar com o interesse demonstrado
            pelo aluno ao estudar.
15



      A relação com o saber vai muito além de transmissão e aquisição de
conhecimentos, mas sim, das relações e trocas de experiências, do que se pode
aprender a partir do contato com os outros e com os ambientes em que se vive, é
que serão abordadas algumas considerações a respeito das relações existentes
entre o aluno e o meio com o qual ele está inserido.




3.1. RELAÇÃO COM O SABER: ALUNO X PROFESSOR

      Ensinar é um processo no qual tanto professor quanto aluno devem se ajustar
na construção do conhecimento. Esse ajuste é imprescindível para que o saber seja
proveitosamente trabalhado.

      PILETTI (1999, p. 44) afirma que “Os alunos e professores assumem, na sala
de aula, posições distintas, de cuja interação podem resultar a aprendizagem e a
educação. Não são posições estáticas, mas dinâmicas, pois o aluno também ensina
e o professor também aprende”. Ambos têm papéis importantes neste processo.

      Julga-se essencial que o professor conheça as condições socioculturais, os
propósitos, as necessidades e as capacidades dos seus alunos, bem como
proponha situações que possibilitem a construção de conceitos e procedimentos e
também acompanhe o processo de resolução, caracterizando-se como:

      Consultor: aquele que fornece informações que não estão ao alcance dos
      alunos, dá explicações e apresenta materiais diversos;
      Mediador: aquele que desencadeia discussões sobre processos de
      resolução e respostas, orienta as reformulações e destaca as soluções mais
      apropriadas;
      Controlador: aquele que estabelece condições e prazos para a realização
      das atividades;
      Incentivador: aquele que acompanha passo a passo o processo de
aprendizagem, estimulando continuamente os alunos.

      É natural do ser humano a necessidade de se relacionar com os outros de
diversas formas, seja de forma calorosa, emocionada, arrebatadora, transformadora,
marcante, e isso repercute na educação. As relações marcadas por traumas,
16



tensões, medos, baseada no autoritarismo contrariam PILETTI (1999), pois desta
maneira não há posições dinâmicas, não há troca de experiências, de
conhecimentos.

      GADOTTI (1999, p. 2) diz que “O educador, para por em prática o diálogo,
não deve colocar-se na posição de detentor do saber, deve antes, colocar-se na
posição de quem não sabe tudo”.

      Assim, o autor reforça ainda mais a idéia de PILETTI (1999), pois há uma
interação entre os envolvidos, o professor deixa de ser o detentor do saber e passa
agora a ser orientador, mediador, passando também a aprender com os alunos.

      Segundo ABREU e MASETTO (1990, p. 115) “É o modo de agir do professor
em sala de aula, mais do que suas características de personalidade, que colabora
para uma adequada aprendizagem dos alunos”. De fato, as experiências vividas em
sala, tanto no ambiente da universidade enquanto aluno, quanto em contato com o
professor, mostram que alunos que, em um dado momento se interessam em fazer
as atividades, se empenham em desenvolver cálculos e raciocínios para solucionar
problemas, que participam ativamente da aula, podem, em outra ocasião comportar-
se de maneira contrária: mal conseguem concentrar-se nas discussões, abandonam
a aula por conta do cansaço.

      A maneira como o professor conduz a turma leva os alunos a gostarem ou a
odiarem as aulas de matemática, e o que se percebe é que ainda hoje, existem
professores que não conseguem trazer seus alunos para o ambiente prazeroso do
aprendizado.

      Para FREIRE (1996):

                    O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente,
                    sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida
                    e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das
                    pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos
                    sem deixar sua marca. (p.73)


      O ato de ensinar e aprender não deve ser estático, unidirecional, pois a sala
de aula não é simplesmente um lugar de mera transmissão de conteúdos, é, antes
de tudo um ambiente de aprendizado de comportamentos e valores.
17



3.2. RELAÇÃO COM O SABER: ALUNO X INSTITUIÇÃO

      Os tempos hodiernos estão marcados pelas constantes e profundas
mudanças em todos os níveis e contextos, seja social, econômico, ético, cultural,
político e profissional. Mudanças essas que incidem nas instituições de ensino, mais
precisamente, na sala de aula.

      Perceber mudanças no que se refere ao aprendizado dos alunos em sala de
aula, remete a uma busca para compreender quais as condições em que os
professores trabalham, pois é a instituição de ensino que apresenta os meios para
que as inovações se tornem cada vez mais freqüentes no que se refere às
condições de trabalho dos professores. De certa maneira, estas condições
interferem incisivamente no aprendizado dos alunos, já que o aprendizado se torna
muito mais significativo quando o professor se utiliza de toda uma estrutura
disponível e necessária para se trabalhar.


      Para PILETTI (1989, p. 23):


                     A realização do professor depende das condições objetivas do trabalho, se
                     a escola não lhe fornece os recursos necessários a seu trabalho educativo,
                     dificilmente ele poderá contribuir para a realização dos alunos. E ainda
                     mais, Na medida em que se sente realizado, o professor tem interesse em
                     evoluir constantemente. Quanto mais o professor se aperfeiçoa, tanto mais
                     alcança sucesso, quanto mais se vê bem sucedido, tanto mais procura
                     aperfeiçoar-se e desenvolver-se.


      Quando a instituição de ensino possibilita, ao professor, a utilização de
ferramentas e mais além, quando viabiliza espaço para que os alunos consigam
trabalhar essas ferramentas mediadas pelo professor, o ensino se torna mais eficaz.
Porém não basta que a instituição de ensino dê uma melhor estrutura, é preciso que
o professor, que é agente mediador e motivador, traga ao aluno algo significativo de
forma que o mesmo sinta prazer em aprender.

      Segundo PILETTI (1999) “um professor frustrado é um fator de frustração
para os alunos” (p.23). De fato, uma relação entre aprendizes e mestres, que seja
marcada pela tensão ou pelo amedrontamento é a razão de boa parte dos fracassos
dos alunos.
18



      Porém, um motivo, que tem chamado atenção dos pesquisadores, mas que
não será abordado na pesquisa, é a questão da evasão escolar, a partir de
transtornos familiares. Haja vista que fatores sócio-econômicos resultado de
experiências familiares transtornadas sejam um dos motivos para que haja muita
evasão escolar.

      O que importa mencionar aqui, em relação aos influenciadores na
aprendizagem, é a questão de o aluno já chegar na escola desmotivado, sem
expectativas, e o contato com o professor marcado pela tensão, acaba acarretando
também, na evasão escolar.




3.3 RELAÇÃO COM O SABER: ALUNO X ALUNO


      Muito se tem discutido nas últimas décadas, especialmente, a respeito das
relações entre os alunos, a questão da afetividade no decorrer da vida escolar, o
acompanhamento familiar e até mesmo sobre a educação escolar.

      De acordo com SALLES (1998, cit. in MARTINELLI 2006, p. 15) afirma que
“[...] o relacionamento mantido entre os alunos e seus colegas de turma é
fundamental nessa fase da vida, pois segundo pesquisas, a preferência das alunas
se resume em estar com os amigos [...]”. Uma boa relação é imprescindível nessa
fase da vida, pois os alunos tendem a estudar com seu grupo. Esta relação
apresenta algumas influências, pois cada um se sente mais seguro, por tanto, mais
livre para se expressar.

      A partir do convívio em grupo, o indivíduo se sente mais determinado. O aluno
se sente motivado porque vai interagir com outras pessoas que falam a sua língua.
O contato com outras maneiras de pensar permitirá ao aluno conhecer e respeitar
diferentes opiniões e buscar soluções em conjunto.

      Pensando nisto LIBÊNEO (1994, p. 21) afirma que:

                     A prática educativa, a vida cotidiana, as relações professor-alunos, os
                     objetivos da educação, o trabalho docente, nossa percepção do aluno estão
                     carregados de significados sociais que se constituem na dinâmica das
                     relações entre classes, entre raças, entre grupos religiosos, entre homens e
                     mulheres, jovens e adultos. São os seres humanos que, na diversidade das
19



                        relações recíprocas que travam em vários contextos, dão significado às
                        coisas, às pessoas, às idéias.


      Percebe-se então que cada indivíduo está sujeito a ações exercidas pelos
diversos tipos de influenciadores de acordo os significados sociais, os ideais do
grupo a que ele está inserido.

      LIBÂNEO (1994, p. 20) ressalta ainda que “[...] a educação corresponde, pois,
a toda modalidade de influências e inter-relações que convergem para a formação
de traços de personalidade social e do caráter [...]”.

      São as relações recíprocas entre os alunos que acabam formando a
personalidade     dos    mesmos,      dando    um    significado    para   o   aprendizado,
proporcionando mais liberdade para que o seu colega ajude-o no entendimento de
determinado assunto. Pois, a partir de uma relação agradável com seus colegas, o
estudante entra em contato com outras idéias, com outras maneiras de pensar,
proporcionando ao aluno uma reflexão e respeito para com as outras opiniões,
buscando desta forma encontrar uma solução em comum.

      Ao tentar entender como o aluno aprende, quais meios lhes possibilitam a
construção do conhecimento, remete a uma busca no intuito de compreender os
processos pelos quais o aluno passa ao longo de sua trajetória escolar. Quando se
refere a processos pelos quais o aluno aprende, trata-se dos meios que ele esteve
envolvido, se de alguma forma estes os ajudam a aprender, ou até mesmo, facilitam
no aprendizado.
20



4     CAMINHOS METODOLÓGICOS

      O presente trabalho constitui-se em etapas de pesquisa que proporcionaram
um maior entendimento sobre as relações em que os alunos estão envolvidos,
procurando, através deste, sucesso quanto à influência dessas relações, verificando
se favorecem o aprendizado.

      Foi realizada pesquisa bibliográfica, com o intuito de conseguir relacionar o
entendimento sobre se a aprendizagem dos alunos é afetada perante os diversos
tipos de influenciadores que os envolvem. Pois segundo Amaral (2007) é
imprescindível, antecipar em todo e qualquer trabalho científico uma esgotante
pesquisa bibliográfica sobre o tema em estudo, e posteriormente iniciar a coleta de
dados.

      A segunda pesquisa corresponde à pesquisa de campo, realizada no Colégio
Estadual Nossa Senhora da Conceição. Situado na zona urbana de Miguel Calmon-
BA. Nesse sentido, Neves (2002, p. 1) entende que “os estudos qualitativos são
feitos no local de origem dos dados”.

      Participaram da pesquisa alunos das quatro turmas do 2º ano sendo dos
turnos matutino e noturno. Sendo duas turmas do matutino, indicados na pesquisa
como 2º A M e 2º B M. Os estudantes deste turno são, em sua maioria, da zona
urbana e raramente trabalham. E outras duas turmas do noturno, indicados na
pesquisa como 2º A N e 2º B N. Os alunos do noturno são em sua maioria da zona
rural, grande parte trabalha durante o dia para sustentar ou ajudar no sustento da
família. Nesse sentido Duarte (2002, p. 145) alega que:


                     As situações nas quais se verificam os contatos entre pesquisador e
                     sujeitos da pesquisa configuram-se como parte integrante do material de
                     análise. Registrar o modo como são estabelecidos esses contatos, a forma
                     como o entrevistador é recebido pelo entrevistado, o grau de disponibilidade
                     para a concessão do depoimento, o local em que é concedido (casa,
                     escritório, espaço público etc.), a postura adotada durante a coleta do
                     depoimento, gestos, sinais corporais e/ou mudanças de tom de voz etc.,
                     tudo fornece elementos significativos para a leitura/interpretação posterior
                     daquele depoimento, bem como para a compreensão do universo
                     investigado.


      A fim de obter informações necessárias no que diz respeito à relação dos
alunos com o saber matemático para se verificar até que ponto uma boa relação
21



entre os alunos e professores, entre os mesmos e a escola, bem como entre os
próprios estudantes influencia na aprendizagem matemática.

      A pesquisa foi ilustrada através de dados qualitativos e quantitativos. De
acordo com os estudos de LUDKE E ANDRÉ (1986, p. 1) para se realizar uma
pesquisa é preciso promover o confronto entre as informações coletadas e o
conhecimento teórico acumulado a respeito dele.

       Para GATTI (2004, p. 13):

                     “Os métodos de análise de dados que se traduzem por números podem ser
                     muito úteis na compreensão de diversos problemas educacionais. Mais
                     ainda, a combinação deste tipo de dados com dados oriundos de
                     metodologias qualitativas, podem vir a enriquecer a compreensão de
                     eventos, fatos, processos”.


      Ainda de acordo com GATTI (2004, p. 14):

                     “O uso de dados quantitativos na pesquisa educacional no Brasil nunca
                     teve, pois, uma tradição sólida, ou uma utilização mais ampla. Isto dificultou,
                     e dificulta, o uso desses instrumentais analíticos de modo mais consistente,
                     bem como dificulta a construção de uma perspectiva mais fundamentada e
                     crítica sobre o que eles podem ou não podem nos oferecer”.


      Desta maneira foi priorizado a análise dos dados com ênfase na pesquisa
qualitativa. Haja vista que a pesquisa qualitativa nos permite uma riqueza de dados
aprofundados, “uma variedade de material obtido qualitativamente” (MARTINS,
2004, p. 292).

      Codato e Nakama (2006) afirmam que a pesquisa qualitativa trabalha com
aspectos subjetivos, com vastas riquezas e detalhes aprofundados, podendo levar a
resultados objetivos e com coerência, desde que o pesquisador interprete os dados
comunicados pelos sujeitos pesquisados de forma real, e nunca pela sua visão
pessoal do tema em investigação.

      Os sujeitos da pesquisa foram 36 alunos do Ensino Médio, sendo treze do 2º
ano A matutino, sete do 2º ano B matutino, oito do 2º ano A noturno e oito do 2º ano
B noturno. Foi aplicado um questionário, contendo questões relacionadas ao
envolvimento dos alunos com a escola, dentro e fora dela, com os professores e
com os colegas. A escolha destes alunos justificou-se pelo fato de ter contato com
estes durante o ano corrente, e assim, perceber alguns questionamentos dos
22



mesmos sobre o aprendizado, sobre as melhores maneiras de esses alunos
aprenderem.

      O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionário (APÊNDICE
01), pois segundo Fiorentini (2009) “[...] a escolha da forma de coleta de dados deve
estar de acordo com a natureza do problema ou a questão da investigação e os
objetos da pesquisa [...]”. O questionário contém onze perguntas relacionadas ao
contexto das relações em que um indivíduo está envolvido, quer seja com o
professor, quer seja com a instituição de ensino, ou ainda entre os próprios colegas
de classe.

      A análise dos dados ocorreu através dos relatos obtidos atreves do
questionário. Segundo Fiorentini (2009) “[...] a escolha por uma determinada
abordagem depende fundamentalmente do problema ou questão de investigação e,
sobretudo, do tipo de dados e do modo como esses pretendem ser coletados [...]”.
Desenvolvido pelos sujeitos da pesquisa.

      A explanação de gráficos permite esclarecer os dados numéricos e análises
fundamentados sobre cada pergunta e resposta realizada aos objetos pesquisados.
23



5     ANÁLISE DOS DADOS

      Para enfatizar a análise de dados é necessário que se faça alguns
questionamentos sobre a relação com o saber matemático dos alunos, mais
especificamente das relações entre o aluno e o professor, do aluno e a instituição de
ensino e do aluno com seus colegas de classe, fundamentando deste modo a
pesquisa.

      Para se obter um resultado favorável, foi necessário antes de tudo, refletir e
agir baseado em um planejamento, verificando possibilidades e limitações dentro da
problemática apresentada.

      Foram utilizadas Pesquisas qualitativas, pois analisar qualitativamente remete
a uma análise mais detalhada dos dados, levando em consideração toda e qualquer
informação fornecida pelo sujeito que satisfaça o objeto de estudo. Já a pesquisa
quantitativa permite uma visão ampla da realidade, através da racionalização dos
dados partindo da interpretação dos fatos, traduzindo-o numericamente.

      Azevedo (2006 apud LOPES, 1999) afirma que:

                     Diante da complementaridade das técnicas de coleta, é igualmente possível
                     combinar técnicas de amostragem probabilística e não - probabilística. Por
                     exemplo: numa pesquisa seleciona-se uma amostra aleatória para a qual se
                     utiliza o questionário, devendo-se por isso dar conta da representatividade
                     estatística tanto da amostra como dos dados. Em seguida, seleciona-se
                     uma subamostra de caráter intencional com base no critério da
                     representatividade social (e não mais estatística), à qual se aplica a
                     entrevista. O perfil dessa segunda amostra é de sujeitos típicos, e os dados
                     são essencialmente qualitativos (LOPES, 1999, p. 145).


      O intuito da pesquisa não foi em momento algum tentar medir os
conhecimentos referentes aos sujeitos analisados, porém coletar dados que
possibilite uma análise fidedigna quanto as relações do saber existentes entre os
sujeitos e os meios nos quais ele está inserido, refletindo a cerca dos resultados
obtidos.

      Foram selecionados aleatoriamente 36 alunos, das turmas do 2º ano do
Ensino Médio, dos turnos matutino e noturno, do C.E.N.S.C. Sendo treze alunos do
2º A matutino, sete alunos do 2º B matutino, outros oito do 2º A noturno e por fim oito
alunos do 2º B noturno, que serão identificados durante o relato da pesquisa como:
24



A1M, A2M, A3M,..., A13M para alunos do 2º A matutino. B1M, B2M, B3M,..., B7M para
alunos do 2ºB matutino. A1N, A2N, A3N,..., A8N para alunos do 2º A noturno. B1M,
B2M, B3M,..., B8N para alunos do 2º B noturno.

      A execução da análise ocorreu no período de duas semanas, entre os dias 15
de agosto de 2011 a 19 de agosto de 2011 e 01 de setembro de 2011 a 09 de
setembro de 2011.

      O primeiro momento com os estudantes ocorreu em conversas informais,
relatando os procedimentos resultantes dos fins da pesquisa. No começo a reação
dos alunos não foi favorável, pois ao serem perguntados sobre a disciplina mais
difícil que estudaram em sua vida escolar, a resposta, por boa parte dos alunos, foi:
“Matemática!”. E para agravar ainda mais a situação, o estudante, identificado como
A1M completou: “odiava a matemática”, o estudante indicado por B3N exprimiu:
“detestava essa matéria”, outro aluno apontado como A3M revelou: “é muito
complicada de aprender”. Mas no decorrer das conversas, percebeu-se que esse
“trauma” ocorreu nos anos anteriores por algum motivo, porém atualmente eles
começam a ver a disciplina com outros olhos, quando A3M afirmou: “até que hoje em
dia estou gostando mais dos cálculos” e foi reafirmado por todos os alunos,
acolhendo a causa.

      O segundo momento corresponde à entrega dos questionários (Apêndice 1),
contendo 11 questões. Fato ocorrido no ambiente educacional, na sala de aula,
tendo um período de cinqüenta minutos para os alunos do matutino e quarenta
minutos para os alunos do noturno, para a devolução do mesmo devidamente
respondido.

      O estudo dos dados recolhidos do questionário possibilita diversas
considerações, embasadas nas definições apresentadas por Bernard Charlot (2000):
“[...] Estudar a relação com o saber é estudar esse sujeito enquanto confrontado
com a necessidade de aprender e a presença de „saber‟ no mundo [...]” (CHARLOT,
2000, p. 34), e buscando entender esse saber ele afirma: “[...] a idéia de saber
implica a de sujeito, de atividade do sujeito, de relação do sujeito com ele mesmo,
de relação desse sujeito com os outros [...]” (CHARLOT, 2000, p. 61).
25



      A seguir, uma análise das colocações dos alunos a partir das definições de
CHARLOT (2000) sobre os diversos tipos de influenciadores a que os alunos estão
envolvidos.
26



6      DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

6.1 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM OS OUTROS

       Uma parte considerável dos alunos que contribuíram para o estudo,
levantaram a questão do bom relacionamento entre os colegas da classe. Percebe-
se isto ao se observar os gráficos referentes a interação dos alunos com seus
colegas:

       Os gráficos abaixo mostram a relação que os alunos mantêm com os colegas
de classe, tanto separados por turma, quanto no geral.


                Gráfico 1 - Relação dos alunos com os colegas de classe

                7
                6
                5                                                          2º A M
                4                                                          2º B M
                3
                                                                           2º A N
                2
                                                                           2º B N
                1
                0
                    ÓTIMO       BOM      RAZOÁVEL      RUIM


       Questionário aplicado aos alunos no intuito de identificar o nível de interação entre os
mesmos.


               Gráfico 2 - Percentual Geral dos alunos quanto
                     a relação com os colegas de classe
           40.00%
           35.00%
           30.00%
           25.00%
           20.00%
           15.00%
           10.00%
            5.00%
            0.00%
                     ÓTIMO        BOM       RAZOÁVEL       RUIM


     Questionário aplicado aos alunos no intuito de verificar o nível de interação entre os
mesmos.
27



       Nota-se claramente que, dos trinta e seis alunos questionados, grande parte
destes possui relações entre os níveis bom e razoável, corresponde a 63,9% do total
de alunos. Segue os comentários de alguns alunos em relação às suas relações
com outros colegas de classe.

                     “Boa, converso e me dou bem com todos os colegas”. (A5M)

                     “Pouco amigável”. (A4M)

                     “Muito boa”. (A6M)

       Observemos as respostas de alguns alunos ao serem questionados se os
colegas ajudam nos estudos, note que mesmo com a classe tendo um bom
relacionamento entre os alunos, alguns ainda apresentam características mais
individualistas.

                     “Não. Cada um por si e Deus por todos...” (A1M)

                     “Raramente ou nunca.”( A2M


       A questão do bom relacionamento entre os colegas e o respeito mútuo entre
eles é um fator importante a ser analisado, cabendo algumas considerações. De
acordo com Libâneo (1994) “[...] os seres humanos que, na diversidade das relações
recíprocas que travam em vários contextos, dão significado às coisas, às pessoas,
às ideias.



6.2 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM UMA PESSOA

       Um ponto importante e crucial na aprendizagem dos alunos é o seu
relacionamento com o professor. É de suma importância que ambos possam ter uma
relação de amizade entre si, o que tornará a aula mais gratificante e prazerosa.
Deste modo perguntamos aos trinta e seis alunos como era sua relação com o
professor de matemática. As respostas foram registradas nos Gráficos 3 e 4, a
seguir.
28



                                        Gráfico 3 - Relação dos alunos com o professor


                                  6
           Quantidade de alunos   5
                                  4                                                  2º A M

                                  3                                                  2º B M

                                  2                                                  2º A N

                                  1                                                  2º B N

                                  0
                                      ÓTIMO     BOM     RAZOÁVEL PÉSSIMO


      Questionário aplicado aos alunos para saber o nível de envolvimento com o professor


                           Gráfico 4 - Percentual Geral dos alunos quanto
                                      a relação com o professor
        45.00%
        40.00%
        35.00%
        30.00%
        25.00%
        20.00%
        15.00%
        10.00%
         5.00%
         0.00%
                                      ÓTIMO       BOM      RAZOÁVEL      RUIM


      Questionário aplicado aos alunos para saber o nível de envolvimento com o professor

      Observamos que dos trinta e seis alunos questionados, quinze deles, o que
corresponde a 41,6%, afirmaram que têm um ótimo relacionamento com o professor,
treze, 36,2% do total de alunos, afirmam ter um bom relacionamento, seis,
corresponde a 16,6%, alegam ter uma razoável relação com o professor e apenas
dois alunos, ou 5,6% afirmaram possuir um péssimo relacionamento. Percebe-se
visivelmente o bom relacionamento entre alunos e professores.

      Para Freire (1996), ensinar exige crítica sobre a prática, respeito sobre os
saberes e aceitação do novo. Assim, as propostas atuais de ensino-aprendizagem
pressupõem alunos ativos na construção do próprio conhecimento, capazes de
29



interpretar, analisar, discutir, criar e ampliar idéias. É necessário então, repensar o
papel do professor e redefini-lo.

                      É isso que devemos considerar quando estamos lecionando: procurar
                      colocar o assunto em um crescendo de formalização. Cada período tem
                      suas características, seu grau de abstração, de elaboração, de acabamento
                      é assim que o aluno deve construir sua matemática (ROSA NETO, 2001,
                      p.19).


      O professor deve estimular o aluno a pensar por si mesmo, a levantar e testar
suas próprias suposições e a discutir suas ideias. Assim, o aluno terá oportunidade
de reestruturar e ampliar a compreensão dos conceitos e procedimentos envolvidos
nas situações cotidianas.

      Veja algumas das respostas de alguns alunos sobre o que acha de seu
professor de matemática:

                      “Excelente, ótimo, um cara gente boa, interage com os alunos”. ( B7M)

                      “Ótimo professor, explica bem e mantém-se alegre com os alunos”. (A13M)

                      “Super prestativo, ajuda sempre a tentar melhorar nossas notas. Além de
                      amigo”. (B2N)

                      “As vezes não consegue ser claro o suficiente.” (A3M)

                      “Domina o assunto, porém, tem uma certa dificuldade para esclarecê-lo.”
                      (A4M)

                      “Explica mal e passa vários assuntos.” (A6N)

                      “Um bom professor, mas precisa esclarecer mais o assunto.” (B2M)

      Porém, uma resposta que chama atenção é a do A7M que trás o seguinte:

                      “No início não conseguia pegar o assunto com ele, mas agora consigo
                      pegar o conteúdo, excelente.” (A7M)

      Percebemos que existe uma ótima relação entre os alunos e o professor,
porém, nota-se claramente, nas falas dos alunos, que existe uma insatisfação sobre
a prática do professor em sala de aula. Mas reforça ainda mais a necessidade de os
professores estarem repensando sobre seu papel como professor, sobre qual
sentido de estar ajudando os jovens a aprender algo novo. Pois é preciso que o
professor sinta-se realizado, sendo que dessa forma estará em constante
30



crescimento profissional, consequentemente, deixará de ser um fator de frustração
para os alunos.


6.3 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM UMA ATIVIDADE


      A importância da escola no processo de aprendizado dos alunos é, e tem se
tornado, cada vez mais essencial, pois para que isto ocorra é preciso que “[...] a
escola proporcione todo um ambiente favorável, oferecendo recursos para o
aprendizado dos alunos [...]” (PILETTI, 1989, p. 23).

      A seguir, os gráficos, juntamente com as respostas de alguns alunos,
permitem analisar este item.


                                  Gráfico 5 - Condições que a escola oferece aos alunos


                                   8
                                   7
           Quantidade de alunos




                                   6                                                      2º A M
                                   5
                                   4                                                      2º B M
                                   3                                                      2º A N
                                   2
                                                                                          2º B N
                                   1
                                   0
                                         ÓTIMO       BOM     RAZOÁVEL PÉSSIMO


       Questionário aplicado aos alunos para saber quais condições a escola oferece aos
seus alunos.




      O gráfico 5 mostra que os alunos percebem que a escola possui toda uma
estrutura e tem se preparado ante ao objetivo cada vez mais urgente no âmbito
educacional, havendo desta maneira mais possibilidades de desempenhar um papel
mais eficaz na busca por uma educação de qualidade.
31




                  Gráfico 6 - Percentual Geral dos alunos
                  quanto às condições que a escola lhes
                                  oferece
         50.00%

         40.00%

         30.00%

         20.00%

         10.00%

          0.00%
                     ÓTIMO       BOM      RAZOÁVEL     PÉSSIMO


       Questionário aplicado aos alunos para saber quais condições a escola oferece aos
seus alunos.

      44,5% dos alunos entrevistados entendem que a escola possui ótimas
condições, 41,7% percebe que a escola oferece boas condições, 13,8% acha que a
escola possui razoáveis condições para o aprendizado. Vale mencionar que nenhum
aluno indicou como péssimas condições que a escola oferece.

      Observemos, a seguir, os comentários de alguns alunos quando perguntados
sobre as condições que a escola oferece para o aprendizado dos mesmos.


                        “Muitos é que não valorizam e não se empenham”. (B3M)

                         “As vezes sou eu quem não me interesso”. (A7N)

      Estas frases e a leitura do gráfico 6 permitem observar que, para os alunos,
de fato a escola possui estrutura para contribuir para um melhor aprendizado dos
mesmos, porém são os próprios alunos que não demonstram esforços por aprender.
Com base no que afirma Freire (1987) os homens se educam entre si, mediatizados
pelo mundo.


6.4 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM UM OBJETO, UM „CONTEÚDO
DE PENSAMENTO‟
32



      Muito já se pesquisou sobre a educação, mas seu tema é sempre atual e
indispensável, pois o enfoque básico é o ser humano, com foco principalmente sobre
a aprendizagem. A partir de novas metodologias, de maneiras mais agradáveis,
descontraídas de se ensinar, busca-se reverter o quadro negativo que se tem a
respeito da matemática. Fazendo com que os alunos percam o medo da
matemática, ou desfazendo o mito de esta ser um bicho-de-sete-cabeças. Como se
percebe nos gráficos, a seguir.


                                              Gráfico 7 - Gosto pela matemática


                                 13
                                 12
          Quantidade de alunos




                                 11
                                 10
                                  9                                                2º A M
                                  8
                                  7                                                2º B M
                                  6
                                  5                                                2º A N
                                  4
                                  3                                                2º B N
                                  2
                                  1
                                  0
                                       Sim         Não

      Questionário aplicado aos alunos quanto ao gosto pela matemática


                                  Gráfico 8 - Percentual Geral dos alunos quanto
                                             ao gosto pela matemática
         80.00%
         70.00%
         60.00%
         50.00%
         40.00%
         30.00%
         20.00%
         10.00%
          0.00%
                                             SIM                     NÃO


      Questionário aplicado aos alunos quanto ao gosto pela matemática



      Porém, ainda hoje existe, intuitivamente, a rejeição da matemática e isto fica
bastante evidente na resposta de alguns alunos quando perguntados se gostam da
matemática e por que.
33



                    “Tenho muita dificuldade, desde criança nunca fui boa em matemática”.
                    (A7M)

                     “Nunca gostei por mais que os professores explica bem eu nunca que
                    consigo aprender. Não por falta de atenção”. (B6N)

                    “Mas o professor explica muito bem o problema é que eu não gosto mesmo
                    da disciplina”. (B7N)

      Percebe-se nestas frases que são os próprios alunos, influenciados por uma
forte tendência, desde os anos anteriores, de que a matemática é um bicho de sete
cabeças os causadores desta rejeição.

      Existem ainda aqueles que gostam da disciplina mesmo não se saindo bem,
ou mesmo tendo dificuldades como é o caso da aluna B3M, quando afirma: “Gosto,
mais é uma dificuldade desde pequena mais não deixo de fazer a minha parte”.

      A leitura do Gráfico 8, nos permite observar que 69,4% dos alunos gostam da
matemática por diversos motivos, mas ainda existem aqueles que não gostam,
compreendidos em 30,6%, e que necessitam de um cuidado maior, de um incentivo
para que esses alunos desenvolvam o gosto pela disciplina.


6.5 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM O TEMPO


      Existem muitos fatores envolvidos no processo de aprendizagem, entre eles
encontra-se a expectativa do aluno durante todo o período letivo. Envolve a
preocupação em dar continuidade no processo, anseio em passar de ano,
preocupação com a vida profissional. Nota-se isto nas falas de alguns alunos
quando perguntados sobre as expectativas para o ano letivo.

                     “Tirar boas notas dessa forma a melhorar o aprendizado”. (A5M)

                     “Poder crescer mais e ajudar as pessoas com que eu sei”. (B4M)

                     “Estudar e preservar o meio em que estudo”. (B3M)

                     “Aprender o máximo que eu puder, para estar preparado, para o 3º ano”.
                    (A7M)
34



        Em relação a expectativa do aluno durante o ano letivo, percebe-se que há
uma preocupação, principalmente dos alunos do matutino, em estar em constante
aperfeiçoamento. LIBÂNEO (1994, p. 23) afirma que “a educação corresponde a
toda    modalidade   de     influências   e    inter-relações   que   convergem   para   a
personalidade social e do caráter”.

        Em geral os alunos contentam-se em tirar notas para passar de ano. Como
mostra as respostas de alguns alunos.

                      “Minha aprovação tá de bom tamanho”. (B1M)

                      “Passar”. (A1M)

                      “Passar direto”. (A2N)

                      “Passar de ano”. (B1N)



        Mas tem aqueles que se esforçam, mas mesmo assim não conseguem, como
é o caso da aluna A7N, que respondeu: “No primeiro dia de aula prometi pra mim
mesma, que não iria tirar nenhuma nota baixa mas não deu, mas não perderei de
ano”.

        Acredita-se que o futuro profissional de cada um pode ser importante na sua
relação com a escola. Pois a escola forneceria ao aluno condições de estarem
preparados para o mercado de trabalho. Tornando, desta maneira, a vida escolar
muito mais significativa.


6.6 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM CONSIGO MESMO, ENQUANTO
MAIS OU MENOS CAPAZ DE APRENDER TAL COISA EM TAL LUGAR

        Neste subitem serão apresentados algumas reflexões dos alunos sobre a
situação em que estudam em casa. Vejamos a seguir, a sintetização das respostas
dos alunos, quando perguntados em que momento estudam em casa, no Gráfico 9 e
no Gráfico 10.
35



                                           Gráfico 9 - Situação em que estuda em casa

                               8
   Quantidade de alunos



                               7
                                                                                            2º A M
                               6
                               5                                                            2º B M
                               4                                                            2º A N
                               3                                                            2º B N
                               2
                               1
                               0
                                      Todos os        As       Quando         Outra
                                        dias       vésperas     corre       situação
                                                   da prova     risco


                          Questionário aplicado aos alunos quanto ao interesse em estudar


                                        Gráfico 10 - Percentual Geral da situação em que o aluno
                                                             estuda em casa
                            60.00%
                            50.00%
                            40.00%
                            30.00%
                            20.00%
                            10.00%
                              0.00%
                                        TODOS OS     ÀS VESPERAS QUANDO            OUTRA    NÃO OPTOU
                                          DIAS        DA PROVA CORRE RISCO       SITUAÇÃO



                          Questionário aplicado aos alunos quanto ao interesse em estudar




                          O gráfico 10 mostra que mais de 50% dos alunos só estudam quando estão
próximos da avaliação. O que trás consigo algumas considerações a respeito do
baixo nível do estudo dos alunos. Desta maneira, vê-se que os próprios alunos não
se preparam para conseguirem seus objetivos, como normalmente seria de se
esperar.
36



       CHARLOT (2000, p. 47) afirma que: “Não há relação com o saber senão de
parte de um sujeito; e o sujeito é desejo. [...] o desejo só pode existir sob forma de
„um desejo de‟: não há desejo sem objeto de desejo”.

       Percebe-se, desde modo, que o aluno aprende quando há um desejo em
aprender, quando existe o desejo de algo, seja conseguir um bom emprego, seja
tentar ser “alguém na vida”, seja o interesse em, simplesmente, conseguir nota para
passar de ano.

       Torna-se por tanto eminente a necessidade por um cuidado sobre os sujeitos,
alunos, sobre as maneiras em que ele aprende, a atenção sobre todas as formas de
aprender que o aluno está imerso, visando um direcionamento ao processo
educativo mais eficaz, produtivo, significativo.
37



5     CONSIDERAÇÕES FINAIS

      Este trabalho, através de estudos feitos sobre as relações com o saber,
analisou alunos das turmas do 2º ano, matutino e noturno, do Ensino Médio do
Colégio Estadual Nossa Senhora da Conceição, em Miguel Calmon - BA. Esta
análise se deu pela observação das relações que os alunos mantêm com a escola,
com os professores, com os colegas e consigo mesmos.

      O que se percebe através desta investigação é que o processo de ensino e
aprendizagem ainda está longe do almejado. Pois percebemos que os alunos
possuem boas relações afetivas com os colegas por isso recebem ajuda. Notamos
que os sujeitos possuem ótima relação com o professor apesar de alguns alunos
estarem insatisfeitos com a prática do docente. Dessa forma, ressaltamos a
relevância do professor estar sempre se avaliando, avaliando sua prática, a fim de
verificar e identificar os pontos positivos e negativos em sua metodologia, para
assim, manter o que está favorecendo a eficácia do processo de ensino e
aprendizagem, e mudar o que não favorece.

      Compreendemos que a escola oferece ao alunado condições favoráveis para
o aprendizado dos mesmos, mas são os próprios alunos que não se interessam, não
valorizam. Vemos que a maioria dos alunos gosta da matemática e notamos que
aqueles que não gostam, é conseqüência do medo da matemática, o mito do bicho-
de-sete-cabeças. Percebemos que a maioria dos estudantes se preocupa em,
simplesmente, passar de ano e que por conta disto, estudam quando está próximo
da avaliação.

      É preciso, por tanto, levarmos em consideração que as relações em que
nossos alunos, hoje, estão inseridos acarretarão futuramente seres humanos
melhores. Pois verificamos que muitos alunos não conseguem aprender por serem
prejudicados perante os diversos influenciadores a que os estudantes estão
envolvidos.

      Contudo, importa salientar que a abordagem Relação com o Saber, contribui
para se compreender melhor as relações em que os alunos estão inseridos e para
que nós, professores, enquanto mediadores, tenhamos cuidado, tenhamos
consciência de que educar, vai muito além de mera transmissão de conteúdos, mas
38



de um processo de desenvolvimento, tanto para si quanto para os alunos, de um
significado, de um sentido para as atividades propostas em sala de aula.
39



6     REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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Paulo: MG Editores Associados, 1990.

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BESSA, Valéria da Hora. Teorias da aprendizagem./Valéria da Hora Bessa. –
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BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília:
MEC/SEB, 2002.

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CODATO, Lucimar Aparecida Britto; NAKAMA, Luiza. Pesquisa em saúde:
metodologia quantitativa ou qualitativa? Revista Espaço para Saúde,
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DUARTE, Rosália. Pesquisa qualitativa: Reflexões sobre o trabalho de campo.
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Caderno de Pesquisa, n. 115, p. 139 – 154, março, 2002.

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (Coord.). Práticas na escola.– 2ª. Ed.:
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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica
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LIBÂNEO, José Carlos. Didática. Ed. Cortez. São Paulo. 1994.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática: Coleção magistério, série formação do professor.
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LOPES, M.I.V. Pesquisa em comunicação. São Paulo: Loyola, 1999.
40



LUDKE, Menga. ANDRÉ, Marli. Pesquisa em educação: abordagens
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MARTINELLI, Camila Rodrigues et al. Educação Física no Ensino Médio: Motivos
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MARTINS, Heloísa T. de Souza. Metodologia qualitativa de pesquisa.Educação e
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MARTINS, Pura Lúcia Oliver. Didática Teórica/ Didática prática. Para além do
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NAIFF, Luciene Alves Miguez et al. Grupo de discussão temático – Habilidades
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primeiro e segundo segmentos do ensino fundamental sobre aspectos de sua
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PADILHA, R. P. Planejamento dialógico: como construir o projeto
políticopedagógico da escola. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2001.

ROSA NETO, Luis. Didática da matemática. São Paulo: Ática, 2001.
41



APÊNDICE 01
      Prezado aluno,
      O objetivo deste trabalho é recolher dados para reflexões acerca do tema de
pesquisa tratado no TCC III.
      QUESTIONÁRIO
   1. Qual sua idade?

   2. Qual turno você estuda?

      ( ) Matutino
      ( ) Noturno

   3. Você trabalha?

      ( ) Sim
      ( )Não

   4. Se não trabalha, por que optou por estudar a noite?

   5. Em qual situação você estuda em casa?

      (   ) Todos os dias?
      (   ) Às vésperas da prova?
      (   ) Quando corre o risco de ser reprovado?
      (   ) Outra situação?

   6. O que você acha de seu professor de matemática?

   7. Qual sua expectativa para este ano na sua escola?

   8. Qual a sua relação com os colegas de sala?

   9. Você recebe alguma ajuda dos colegas para estudar?

   10. Você gosta da disciplina matemática? Explique o porquê.

      ( ) Sim
      ( ) Não

   11. A escola te dá condições para aprender, em que nível?

      (   ) Ruim
      (   ) Razoável
      (   ) Bom
      (   ) Excelente
42



APÊNDICE 02




                    UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
          DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS VII - SENHOR DO BONFIM/BA
                    CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA


       TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


       Este aluno (a) está convidado (a) a participar desta pesquisa. Ao aceitar, estará
permitindo a utilização dos dados aqui fornecidos para fins de análise. Você tem liberdade
de impedir o (a) aluno (a) sob sua responsabilidade de participar, e ainda, de se recusar a
continuar participando em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer prejuízo pessoal.

       Todas as informações coletadas neste estudo são estritamente confidenciais, você
ou o (a) aluno (a) não precisará se identificar e somente as pesquisadoras e sua equipe
terão acesso as suas informações.



                             INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA




       Título   Provisório  AS RELAÇÕES DA APRENDIZAGEM
                               do   Projeto:
MATEMÁTICA DE ALUNOS DAS TURMAS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO NO
COLÉGIO ESTADUAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, EM MIGUEL
CALMON, BAHIA
       Pesquisadora Responsável: Rodson Fabrício Marques Okuyama

       Orientadora: Maria Celeste Souza Castro



       Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida,
autorizo a participação do (a) aluno (a) sob minha responsabilidade a participar desta
pesquisa.




                             Assinatura do Responsável pelo (a) Aluno (a)

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  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA AS RELAÇÕES DA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA DE ALUNOS DAS TURMAS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO NO COLÉGIO ESTADUAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, EM MIGUEL CALMON, BAHIA Por: Rodson Fabrício Marques Okuyama Senhor do Bonfim, Bahia 2011
  • 2. Rodson Fabrício Marques Okuyama AS RELAÇÕES DA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA DE ALUNOS DAS TURMAS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO NO COLÉGIO ESTADUAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, EM MIGUEL CALMON, BAHIA Monografia apresentada ao Departamento de Educação de Senhor do Bonfim – Campus VII da Universidade do Estado da Bahia, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Matemática. Orientador(a): Prof. Maria Celeste Souza Castro Senhor do Bonfim, Bahia 2011
  • 3. Rodson Fabrício Marques Okuyama AS RELAÇÕES DA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA DE ALUNOS DAS TURMAS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO NO COLÉGIO ESTADUAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, EM MIGUEL CALMON, BAHIA Monografia apresentada para obtenção do título de Licenciatura em Matemática pela Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação Campus VII, em Senhor do Bonfim-BA, submetida a aprovação da banca examinadora composta pelos seguinte membros: Prof. (a): Mirian Ferreira de Brito Prof. (a): Tania Maria Araujo Cardoso Prof. (a): Geraldo Caetano Souza Filho Prof. (a) Orientador (a): Maria Celeste Souza Castro CONCEITO FINAL:________
  • 4. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pelas bênçãos derramadas em minha vida, que tanto nas horas de dificuldade quanto nas horas agradáveis tem estado sempre presente, dando-me forças para superar todas as barreiras, ensinando a me alegrar com Ele nos momentos bons e a crescer nas dificuldades. A minha família, em especial meus pais, Moacir Massaaki Okuyama e Clésia- Ney Marques Okuyama, pelo incentivo que tem dado, pelo apoio e encorajamento, aos meus irmãos pela força, dedicação e apoio que tanto me fizeram persistir. A minha namorada que tanto me ajudou encorajando-me nas situações difíceis, inspirando-me no desenvolver deste trabalho, pelos carinhos e conforto quando me senti deprimido, desmotivado; pelo amor demonstrado no decorrer do percurso. Aos meus amigos que insistentemente me ajudaram dando forças e conselhos nessa caminhada, aos amigos que conquistei aqui na universidade, aos quais admiro pelas palavras de incentivo, pelas brincadeiras de descontração em momentos tumultuados. A todos os professores que contribuíram, auxiliaram, orientaram minha formação, àqueles que constantemente ajudaram para a concretização desse momento. Aos professores Mirian Ferreira, Tânia Maria, Geraldo Caetano por comporem a banca examinadora. E em especial a professora Maria Celeste pela paciência, atenção e dedicação com que se propôs a orientar-me. Enfim, agradeço a todos que de alguma forma me ajudaram a dar mais um passo em minha vida, de muitos que ainda virão.
  • 5. “O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer”. (Albert Einstein)
  • 6. RESUMO A relação com o saber matemático vai muito além do que se aprende em sala de aula. Em se tratando de conteúdos, vai muito além dos saberes geométricos, algébricos e aritméticos. Estes saberes, no entanto, muitas vezes estão diretamente ligados aos diversos influenciadores a que os alunos estão envolvidos. Deste modo, procuramos investigar essas relações através destes estudos. Assim, o presente trabalho visa analisar como os alunos do 2º ano do ensino médio dos turnos, matutino e noturno, relacionam, interagem, exercitam o saber matemático com a escola, professores, com os colegas de classe, bem como com a própria instituição em si. Proporcionando uma real compreensão desses fatores e a importância desses influenciadores no estudo das relações existentes entre o aluno e os meios nos quais ele está inserido. Para tanto, foram pesquisados e analisados dados qualitativos e quantitativos, fundamentados em autores como Bernard Charlot. Percebendo que, de fato, a aprendizagem dos alunos é afetada pelos diversos meios, com os quais o aluno está envolvido. Palavras - chave: Saber Matemático. Alunos. Relações com o saber.
  • 7. LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – Relação dos alunos com os colegas de classe....................... 26 GRÁFICO 2 – Percentual Geral dos alunos quanto à relação com os colegas de classe................................................................. 27 GRÁFICO 3 – Relação dos alunos com o professor..................................... 28 GRÁFICO 4 – Percentual Geral dos alunos quanto à relação com o professor........................................................ 28 GRÁFICO 5 – Condições que a escola oferece aos alunos.......................... 31 GRÁFICO 6 – Percentual Geral dos alunos quanto às condições que a escola lhes oferece........................................................ 31 GRÁFICO 7 - Gosto pela matemática............................................................ 33 GRÁFICO 8 - Percentual Geral dos alunos quanto ao gosto pela matemática.......................................................... 33 GRÁFICO 9 - Situação em que estuda em casa............................................ 36 GRÁFICO 10 - Percentual Geral dos alunos quanto à situação em que estudam em casa....................................................................... 36
  • 8. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 9 2 OBJETIVOS............................................................................................ 12 3 RELAÇÕES INERENTES AO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM................................................................................... 13 3.1 RELAÇÃO COM O SABER: ALUNO X PROFESSOR........................ 15 3.2 RELAÇÃO COM O SABER: ALUNO X INSTITUIÇÃO........................ 17 3.3 RELAÇÃO COM O SABER: ALUNO X ALUNO.................................. 18 4 CAMINHOS METODOLOGICOS............................................................ 20 5 ANÁLISE DE DADOS............................................................................ 23 6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................................................ 26 6.1 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM OS OUTROS......... 26 6.2 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM UMA PESSOA....... 28 6.3 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM UMA ATIVIDADE... 30 6.4 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM UM OBJETO, UM „CONTEÚDO DE PENSAMENTO‟................................ 32 6.5 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM O TEMPO.............. 34 6.6 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM ELE MESMO, ENQUANTO MAIS OU MENOS CAPAZ DE REALIZAR TAL COISA EM TAL SITUAÇÃO........................................................ 35 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 38 REFERÊNCIAS......................................................................................... 40 APÊNDICE 01........................................................................................... 42 APÊNDICE 02........................................................................................... 43
  • 9. 9 1 INTRODUÇÃO Atualmente, os estudos sobre aprendizagem matemática, sobre como os alunos aprendem são mais numerosos. Estudos estes que buscam compreender os meios que possibilitam ao aluno uma construção significativa do conhecimento. Estes estudos podem ser determinantes na compreensão desses fatores. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): A Matemática contribui para o desenvolvimento de processos de pensamento e a aquisição de atitudes, cuja utilidade e alcance transcendem o âmbito da própria Matemática, podendo formar no aluno a capacidade de resolver problemas genuínos, gerando hábitos de investigação, proporcionando confiança e desprendimento para analisar e enfrentar situações novas, propiciando a formação de uma visão ampla e científica da realidade, a percepção da beleza e da harmonia, o desenvolvimento da criatividade e de outras capacidades pessoais”. (BRASIL, 1999, p. 251) A razão pela qual se propôs este trabalho, sobreveio quando em um dado momento da prática docente no Colégio Estadual Nossa Senhora da Conceição em Miguel Calmon – BA (CENSC), mais especificamente com alunos das turmas de 2º ano, matutino e noturno, se percebeu a distância que alguns tinham com outros na medida em que o professor, a escola e os demais colegas, tanto quanto os alunos em si, traziam sobre cada um e sobre os outros uma grandiosidade de relações que poderiam ser muito mais significativas. Para tanto, foi feito o seguinte questionamento: será que certos alunos não desenvolvem sua aprendizagem por causa das influências que eles sofrem durante todo o processo no ano letivo? Será que o professor desenvolve em seus alunos e para si mesmo um significado, um sentido para as atividades propostas em sala de aula? A partir desde momento foi dado início as leituras e pesquisas sobre as relações e influências que os alunos sofrem durante todo o processo de construção do conhecimento, proporcionando real compreensão desses fatores e a importância desses influenciadores no estudo das relações existentes entre o aluno e os meios nos quais ele está inserido. E mais, “saber aprender é a condição básica para prosseguir aperfeiçoando- se ao longo da vida.” (BRASIL, 1999, p. 252).
  • 10. 10 As propostas atuais de ensino-aprendizagem pressupõem alunos ativos na construção do próprio conhecimento, capazes de interpretar, analisar, discutir, criar e ampliar idéias. Para que isso ocorra é preciso que tenha professores preparados para lidar com tal desafio. Segundo Freire (1997): Corpo e mente devem ter assento na escola, de modo concomitante, de tal sorte que os dois, agindo em perfeita harmonia, garantam ao indivíduo a possibilidade de emancipar-se. Desta sorte, cabe à escola, independentemente do nível ou modalidade de ensino que ofereça, promover situações de aprendizagem que exijam, da parte do educando, o uso tanto do corpo quanto da mente, com adequado entrosamento. (p. 13; 14) Com base nisso objetivamos verificar os meios, aos quais, o aluno está envolvido e se esses meios trazem sobre eles condições favoráveis para um melhor aprendizado. Tendo como meta analisar se a aprendizagem matemática, dos alunos do CENSC, é influenciada pelos meios com os quais estão envolvidos. Vale salientar que o referido trabalho é uma pequena amostragem disto que se pretende refletir. Ao final será possível analisar, mesmo que a título de experiência, os anseios e perspectivas desses alunos diante da sociedade. Este trabalho é composto por etapas, dentre as quais mencionamos: O Capítulo I refere-se a pesquisa bibliográfica relativa às relações existentes no processo de construção do conhecimento, subdividido em três outros tópicos: o primeiro trata das relações entre o aluno e o professor; o segundo das relações entre o aluno e a instituição, no caso, a escola; e o terceiro das relações entre os alunos e seus colegas de classe. O Capítulo II relata aspectos sobre as pesquisas: de campo, qualitativa e quantitativa, visando firmar os métodos utilizados na análise de dados. O Capítulo III trás a discussão sobre os dados recolhidos buscando fazer um elo entre as definições de relação com o saber de Bernard Charlot, mencionando também alguns relatos importantes de questionários aplicados, a alguns alunos do 2º ano do Ensino Médio, do Colégio Estatual Nossa Senhora da Conceição, em Miguel Calmon - BA, confrontando com as idéias, citadas por Charlot, essenciais para o presente trabalho. Este capítulo está subdividido em 6 momentos: o primeiro
  • 11. 11 retrata as relações que um sujeito mantém com os outros, mencionando a relação entre os alunos e seus colegas de classe; o segundo menciona as relações que um sujeito mantém com uma pessoa, citando as relações entre os alunos e o professor; o terceiro refere-se as relações que um sujeito mantém com uma atividade, relacionada com a escola; o quarto momento relata as relações que um sujeito mantém com um objeto, um “conteúdo de pensamento”, fazendo menção ao gosto pela disciplina; o quinto momento trás as relações que um sujeito mantém com o tempo, citando as expectativas dos alunos durante o ano letivo; e o sexto momento trazendo as relações que um sujeito mantém consigo mesmo, enquanto mais ou menos capaz de aprender tal coisa em tal situação, relacionando o interesse dos alunos pelos estudos. Ao final, apresentamos as considerações do trabalho desenvolvido, as Referências utilizadas que especificam as fontes de pesquisa consultadas, e os Apêndices que complementam a pesquisa.
  • 12. 12 2 OBJTIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Este trabalho tem por finalidade verificar os meios com os quais os alunos estão envolvidos e se esses influenciadores favorecem o aprendizado dos alunos. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Analisar qual a relação que os alunos têm com o saber matemático, de forma que mostre a que ponto os alunos interagem com o saber ou se é apenas visto como conteúdo obrigatório para conclusão do ano letivo; - Verificar qual o sentido que eles dão às aulas de matemática. Se estudam porque gostam ou porque são forçados; - Entender qual a relação dos alunos entre si e com os professores, de forma que perceba se há uma interação entre os mesmos.
  • 13. 13 3 RELAÇÕES INERENTES AO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO SABER MATEMÁTICO A forma como os alunos aprendem matemática tem sido objeto intenso de estudo por parte dos educadores matemáticos, na busca de meios mais eficazes de aquisição do conhecimento. Os estudos inerentes às didáticas de ensino tiveram inicio com VIGOTSKY(1896 – 1934) e PIAGET(1896 – 1980), abordando métodos ou processos de ensino - aprendizagem. Segundo BESSA (2008) a aprendizagem, de acordo com Piaget, depende do nível de desenvolvimento do sujeito, já que ele está constantemente mudando suas ações e operações com base em suas experiências. Ele busca compreender como o aprendiz passa de um estado de menor conhecimento para um ulterior de maior conhecimento, o que está profundamente ligado com o desenvolvimento de cada um. Já para Vigotsky, é o próprio processo de aprender que gera o desenvolvimento do indivíduo. Seu pensamento baseia-se fundamentalmente em torno da Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) afirmando que a aprendizagem ocorre no intervalo entre o conhecimento real do indivíduo e o seu conhecimento potencial. É preciso analisar o impacto que o mundo exterior tem sobre o interior de cada indivíduo, partindo da interação com a realidade. A educação deve estar baseada em aspectos que tornem cada vez mais favoráveis a formação humana. Para tal, é preciso que haja profissionais competentes de modo que supra a necessidade de apreensão dos conteúdos específicos de cada área do conhecimento. Assim, espera-se que a escola seja capaz de promover a construção de uma cidadania cada vez mais consciente e hábil para a convivência harmoniosa com as outras pessoas. LIBÊNEO (2008, p. 47), afirma que “[...] a característica mais importante da atividade profissional do professor é a mediação entre o aluno e a sociedade, entre as condições de origem do aluno e sua destinação social na sociedade [...]”. E a matemática não está fora desse processo. Segundo FREIRE (1987, p. 78), "[...] ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo [...]". A partir da relação de cada um com os outros, da troca de saberes, da troca de experiências, de vivencias e da aprendizagem adquirida no mundo que o cerca é que o indivíduo aprende.
  • 14. 14 A relação com o saber envolve uma série de representações. D. JODELET (2001) conceitua essas representações como sendo “o processo pelo qual se estabelece a relação entre o mundo e as coisas” (p.22). Ainda M. GILLY (1998) conceitua representações como sendo “conjuntos organizados de significados sociais” (p.322). Desta maneira, a relação com o saber inclui representações que interpretam outros fatos. A aprendizagem dos conceitos ocorre pela interação dos alunos com o conhecimento, e por tanto “A relação com o saber é relação de um sujeito com o mundo, com ele mesmo, e com os outros”. (CHARLOT, 2000, p. 78). O indivíduo aprende à medida que interage com os diversos tipos de influenciadores, sejam os próprios colegas e familiares, sejam os professores, seja o próprio ambiente educacional. De modo geral ele afirma que: A relação com o saber é o conjunto das relações que o sujeito mantém com um objeto, um „conteúdo de pensamento‟, uma atividade, uma relação interpessoal, um lugar, uma pessoa, uma situação, uma ocasião, uma obrigação, etc., ligados de uma certa maneira com o aprender e o saber, e, por isso mesmo, é também relação com a linguagem, relação com o tempo, relação com a ação no mundo e sobre o mundo, relação com os outros e relação consigo mesmo enquanto mais ou menos capaz de aprender tal coisa, em tal situação. (CHARLOT, 2000, p. 81). Partindo dessa definição de CHARLOT (2000), a relação com o saber é o conjunto das relações que um sujeito mantém com: Os outros, fazemos referência aos colegas de classe; Com uma pessoa, podemos referir ao professor; Com uma atividade, podemos relacionar com a escola; Com um objeto, um „conteúdo de pensamento‟, podemos mencionar o gosto pela disciplina; Com o tempo, relacionamos as expectativas dos alunos para o ano; Consigo mesmo, enquanto mais ou menos capaz de aprender tal coisa em tal situação, é possível relacionar com o interesse demonstrado pelo aluno ao estudar.
  • 15. 15 A relação com o saber vai muito além de transmissão e aquisição de conhecimentos, mas sim, das relações e trocas de experiências, do que se pode aprender a partir do contato com os outros e com os ambientes em que se vive, é que serão abordadas algumas considerações a respeito das relações existentes entre o aluno e o meio com o qual ele está inserido. 3.1. RELAÇÃO COM O SABER: ALUNO X PROFESSOR Ensinar é um processo no qual tanto professor quanto aluno devem se ajustar na construção do conhecimento. Esse ajuste é imprescindível para que o saber seja proveitosamente trabalhado. PILETTI (1999, p. 44) afirma que “Os alunos e professores assumem, na sala de aula, posições distintas, de cuja interação podem resultar a aprendizagem e a educação. Não são posições estáticas, mas dinâmicas, pois o aluno também ensina e o professor também aprende”. Ambos têm papéis importantes neste processo. Julga-se essencial que o professor conheça as condições socioculturais, os propósitos, as necessidades e as capacidades dos seus alunos, bem como proponha situações que possibilitem a construção de conceitos e procedimentos e também acompanhe o processo de resolução, caracterizando-se como: Consultor: aquele que fornece informações que não estão ao alcance dos alunos, dá explicações e apresenta materiais diversos; Mediador: aquele que desencadeia discussões sobre processos de resolução e respostas, orienta as reformulações e destaca as soluções mais apropriadas; Controlador: aquele que estabelece condições e prazos para a realização das atividades; Incentivador: aquele que acompanha passo a passo o processo de aprendizagem, estimulando continuamente os alunos. É natural do ser humano a necessidade de se relacionar com os outros de diversas formas, seja de forma calorosa, emocionada, arrebatadora, transformadora, marcante, e isso repercute na educação. As relações marcadas por traumas,
  • 16. 16 tensões, medos, baseada no autoritarismo contrariam PILETTI (1999), pois desta maneira não há posições dinâmicas, não há troca de experiências, de conhecimentos. GADOTTI (1999, p. 2) diz que “O educador, para por em prática o diálogo, não deve colocar-se na posição de detentor do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo”. Assim, o autor reforça ainda mais a idéia de PILETTI (1999), pois há uma interação entre os envolvidos, o professor deixa de ser o detentor do saber e passa agora a ser orientador, mediador, passando também a aprender com os alunos. Segundo ABREU e MASETTO (1990, p. 115) “É o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade, que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos”. De fato, as experiências vividas em sala, tanto no ambiente da universidade enquanto aluno, quanto em contato com o professor, mostram que alunos que, em um dado momento se interessam em fazer as atividades, se empenham em desenvolver cálculos e raciocínios para solucionar problemas, que participam ativamente da aula, podem, em outra ocasião comportar- se de maneira contrária: mal conseguem concentrar-se nas discussões, abandonam a aula por conta do cansaço. A maneira como o professor conduz a turma leva os alunos a gostarem ou a odiarem as aulas de matemática, e o que se percebe é que ainda hoje, existem professores que não conseguem trazer seus alunos para o ambiente prazeroso do aprendizado. Para FREIRE (1996): O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca. (p.73) O ato de ensinar e aprender não deve ser estático, unidirecional, pois a sala de aula não é simplesmente um lugar de mera transmissão de conteúdos, é, antes de tudo um ambiente de aprendizado de comportamentos e valores.
  • 17. 17 3.2. RELAÇÃO COM O SABER: ALUNO X INSTITUIÇÃO Os tempos hodiernos estão marcados pelas constantes e profundas mudanças em todos os níveis e contextos, seja social, econômico, ético, cultural, político e profissional. Mudanças essas que incidem nas instituições de ensino, mais precisamente, na sala de aula. Perceber mudanças no que se refere ao aprendizado dos alunos em sala de aula, remete a uma busca para compreender quais as condições em que os professores trabalham, pois é a instituição de ensino que apresenta os meios para que as inovações se tornem cada vez mais freqüentes no que se refere às condições de trabalho dos professores. De certa maneira, estas condições interferem incisivamente no aprendizado dos alunos, já que o aprendizado se torna muito mais significativo quando o professor se utiliza de toda uma estrutura disponível e necessária para se trabalhar. Para PILETTI (1989, p. 23): A realização do professor depende das condições objetivas do trabalho, se a escola não lhe fornece os recursos necessários a seu trabalho educativo, dificilmente ele poderá contribuir para a realização dos alunos. E ainda mais, Na medida em que se sente realizado, o professor tem interesse em evoluir constantemente. Quanto mais o professor se aperfeiçoa, tanto mais alcança sucesso, quanto mais se vê bem sucedido, tanto mais procura aperfeiçoar-se e desenvolver-se. Quando a instituição de ensino possibilita, ao professor, a utilização de ferramentas e mais além, quando viabiliza espaço para que os alunos consigam trabalhar essas ferramentas mediadas pelo professor, o ensino se torna mais eficaz. Porém não basta que a instituição de ensino dê uma melhor estrutura, é preciso que o professor, que é agente mediador e motivador, traga ao aluno algo significativo de forma que o mesmo sinta prazer em aprender. Segundo PILETTI (1999) “um professor frustrado é um fator de frustração para os alunos” (p.23). De fato, uma relação entre aprendizes e mestres, que seja marcada pela tensão ou pelo amedrontamento é a razão de boa parte dos fracassos dos alunos.
  • 18. 18 Porém, um motivo, que tem chamado atenção dos pesquisadores, mas que não será abordado na pesquisa, é a questão da evasão escolar, a partir de transtornos familiares. Haja vista que fatores sócio-econômicos resultado de experiências familiares transtornadas sejam um dos motivos para que haja muita evasão escolar. O que importa mencionar aqui, em relação aos influenciadores na aprendizagem, é a questão de o aluno já chegar na escola desmotivado, sem expectativas, e o contato com o professor marcado pela tensão, acaba acarretando também, na evasão escolar. 3.3 RELAÇÃO COM O SABER: ALUNO X ALUNO Muito se tem discutido nas últimas décadas, especialmente, a respeito das relações entre os alunos, a questão da afetividade no decorrer da vida escolar, o acompanhamento familiar e até mesmo sobre a educação escolar. De acordo com SALLES (1998, cit. in MARTINELLI 2006, p. 15) afirma que “[...] o relacionamento mantido entre os alunos e seus colegas de turma é fundamental nessa fase da vida, pois segundo pesquisas, a preferência das alunas se resume em estar com os amigos [...]”. Uma boa relação é imprescindível nessa fase da vida, pois os alunos tendem a estudar com seu grupo. Esta relação apresenta algumas influências, pois cada um se sente mais seguro, por tanto, mais livre para se expressar. A partir do convívio em grupo, o indivíduo se sente mais determinado. O aluno se sente motivado porque vai interagir com outras pessoas que falam a sua língua. O contato com outras maneiras de pensar permitirá ao aluno conhecer e respeitar diferentes opiniões e buscar soluções em conjunto. Pensando nisto LIBÊNEO (1994, p. 21) afirma que: A prática educativa, a vida cotidiana, as relações professor-alunos, os objetivos da educação, o trabalho docente, nossa percepção do aluno estão carregados de significados sociais que se constituem na dinâmica das relações entre classes, entre raças, entre grupos religiosos, entre homens e mulheres, jovens e adultos. São os seres humanos que, na diversidade das
  • 19. 19 relações recíprocas que travam em vários contextos, dão significado às coisas, às pessoas, às idéias. Percebe-se então que cada indivíduo está sujeito a ações exercidas pelos diversos tipos de influenciadores de acordo os significados sociais, os ideais do grupo a que ele está inserido. LIBÂNEO (1994, p. 20) ressalta ainda que “[...] a educação corresponde, pois, a toda modalidade de influências e inter-relações que convergem para a formação de traços de personalidade social e do caráter [...]”. São as relações recíprocas entre os alunos que acabam formando a personalidade dos mesmos, dando um significado para o aprendizado, proporcionando mais liberdade para que o seu colega ajude-o no entendimento de determinado assunto. Pois, a partir de uma relação agradável com seus colegas, o estudante entra em contato com outras idéias, com outras maneiras de pensar, proporcionando ao aluno uma reflexão e respeito para com as outras opiniões, buscando desta forma encontrar uma solução em comum. Ao tentar entender como o aluno aprende, quais meios lhes possibilitam a construção do conhecimento, remete a uma busca no intuito de compreender os processos pelos quais o aluno passa ao longo de sua trajetória escolar. Quando se refere a processos pelos quais o aluno aprende, trata-se dos meios que ele esteve envolvido, se de alguma forma estes os ajudam a aprender, ou até mesmo, facilitam no aprendizado.
  • 20. 20 4 CAMINHOS METODOLÓGICOS O presente trabalho constitui-se em etapas de pesquisa que proporcionaram um maior entendimento sobre as relações em que os alunos estão envolvidos, procurando, através deste, sucesso quanto à influência dessas relações, verificando se favorecem o aprendizado. Foi realizada pesquisa bibliográfica, com o intuito de conseguir relacionar o entendimento sobre se a aprendizagem dos alunos é afetada perante os diversos tipos de influenciadores que os envolvem. Pois segundo Amaral (2007) é imprescindível, antecipar em todo e qualquer trabalho científico uma esgotante pesquisa bibliográfica sobre o tema em estudo, e posteriormente iniciar a coleta de dados. A segunda pesquisa corresponde à pesquisa de campo, realizada no Colégio Estadual Nossa Senhora da Conceição. Situado na zona urbana de Miguel Calmon- BA. Nesse sentido, Neves (2002, p. 1) entende que “os estudos qualitativos são feitos no local de origem dos dados”. Participaram da pesquisa alunos das quatro turmas do 2º ano sendo dos turnos matutino e noturno. Sendo duas turmas do matutino, indicados na pesquisa como 2º A M e 2º B M. Os estudantes deste turno são, em sua maioria, da zona urbana e raramente trabalham. E outras duas turmas do noturno, indicados na pesquisa como 2º A N e 2º B N. Os alunos do noturno são em sua maioria da zona rural, grande parte trabalha durante o dia para sustentar ou ajudar no sustento da família. Nesse sentido Duarte (2002, p. 145) alega que: As situações nas quais se verificam os contatos entre pesquisador e sujeitos da pesquisa configuram-se como parte integrante do material de análise. Registrar o modo como são estabelecidos esses contatos, a forma como o entrevistador é recebido pelo entrevistado, o grau de disponibilidade para a concessão do depoimento, o local em que é concedido (casa, escritório, espaço público etc.), a postura adotada durante a coleta do depoimento, gestos, sinais corporais e/ou mudanças de tom de voz etc., tudo fornece elementos significativos para a leitura/interpretação posterior daquele depoimento, bem como para a compreensão do universo investigado. A fim de obter informações necessárias no que diz respeito à relação dos alunos com o saber matemático para se verificar até que ponto uma boa relação
  • 21. 21 entre os alunos e professores, entre os mesmos e a escola, bem como entre os próprios estudantes influencia na aprendizagem matemática. A pesquisa foi ilustrada através de dados qualitativos e quantitativos. De acordo com os estudos de LUDKE E ANDRÉ (1986, p. 1) para se realizar uma pesquisa é preciso promover o confronto entre as informações coletadas e o conhecimento teórico acumulado a respeito dele. Para GATTI (2004, p. 13): “Os métodos de análise de dados que se traduzem por números podem ser muito úteis na compreensão de diversos problemas educacionais. Mais ainda, a combinação deste tipo de dados com dados oriundos de metodologias qualitativas, podem vir a enriquecer a compreensão de eventos, fatos, processos”. Ainda de acordo com GATTI (2004, p. 14): “O uso de dados quantitativos na pesquisa educacional no Brasil nunca teve, pois, uma tradição sólida, ou uma utilização mais ampla. Isto dificultou, e dificulta, o uso desses instrumentais analíticos de modo mais consistente, bem como dificulta a construção de uma perspectiva mais fundamentada e crítica sobre o que eles podem ou não podem nos oferecer”. Desta maneira foi priorizado a análise dos dados com ênfase na pesquisa qualitativa. Haja vista que a pesquisa qualitativa nos permite uma riqueza de dados aprofundados, “uma variedade de material obtido qualitativamente” (MARTINS, 2004, p. 292). Codato e Nakama (2006) afirmam que a pesquisa qualitativa trabalha com aspectos subjetivos, com vastas riquezas e detalhes aprofundados, podendo levar a resultados objetivos e com coerência, desde que o pesquisador interprete os dados comunicados pelos sujeitos pesquisados de forma real, e nunca pela sua visão pessoal do tema em investigação. Os sujeitos da pesquisa foram 36 alunos do Ensino Médio, sendo treze do 2º ano A matutino, sete do 2º ano B matutino, oito do 2º ano A noturno e oito do 2º ano B noturno. Foi aplicado um questionário, contendo questões relacionadas ao envolvimento dos alunos com a escola, dentro e fora dela, com os professores e com os colegas. A escolha destes alunos justificou-se pelo fato de ter contato com estes durante o ano corrente, e assim, perceber alguns questionamentos dos
  • 22. 22 mesmos sobre o aprendizado, sobre as melhores maneiras de esses alunos aprenderem. O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionário (APÊNDICE 01), pois segundo Fiorentini (2009) “[...] a escolha da forma de coleta de dados deve estar de acordo com a natureza do problema ou a questão da investigação e os objetos da pesquisa [...]”. O questionário contém onze perguntas relacionadas ao contexto das relações em que um indivíduo está envolvido, quer seja com o professor, quer seja com a instituição de ensino, ou ainda entre os próprios colegas de classe. A análise dos dados ocorreu através dos relatos obtidos atreves do questionário. Segundo Fiorentini (2009) “[...] a escolha por uma determinada abordagem depende fundamentalmente do problema ou questão de investigação e, sobretudo, do tipo de dados e do modo como esses pretendem ser coletados [...]”. Desenvolvido pelos sujeitos da pesquisa. A explanação de gráficos permite esclarecer os dados numéricos e análises fundamentados sobre cada pergunta e resposta realizada aos objetos pesquisados.
  • 23. 23 5 ANÁLISE DOS DADOS Para enfatizar a análise de dados é necessário que se faça alguns questionamentos sobre a relação com o saber matemático dos alunos, mais especificamente das relações entre o aluno e o professor, do aluno e a instituição de ensino e do aluno com seus colegas de classe, fundamentando deste modo a pesquisa. Para se obter um resultado favorável, foi necessário antes de tudo, refletir e agir baseado em um planejamento, verificando possibilidades e limitações dentro da problemática apresentada. Foram utilizadas Pesquisas qualitativas, pois analisar qualitativamente remete a uma análise mais detalhada dos dados, levando em consideração toda e qualquer informação fornecida pelo sujeito que satisfaça o objeto de estudo. Já a pesquisa quantitativa permite uma visão ampla da realidade, através da racionalização dos dados partindo da interpretação dos fatos, traduzindo-o numericamente. Azevedo (2006 apud LOPES, 1999) afirma que: Diante da complementaridade das técnicas de coleta, é igualmente possível combinar técnicas de amostragem probabilística e não - probabilística. Por exemplo: numa pesquisa seleciona-se uma amostra aleatória para a qual se utiliza o questionário, devendo-se por isso dar conta da representatividade estatística tanto da amostra como dos dados. Em seguida, seleciona-se uma subamostra de caráter intencional com base no critério da representatividade social (e não mais estatística), à qual se aplica a entrevista. O perfil dessa segunda amostra é de sujeitos típicos, e os dados são essencialmente qualitativos (LOPES, 1999, p. 145). O intuito da pesquisa não foi em momento algum tentar medir os conhecimentos referentes aos sujeitos analisados, porém coletar dados que possibilite uma análise fidedigna quanto as relações do saber existentes entre os sujeitos e os meios nos quais ele está inserido, refletindo a cerca dos resultados obtidos. Foram selecionados aleatoriamente 36 alunos, das turmas do 2º ano do Ensino Médio, dos turnos matutino e noturno, do C.E.N.S.C. Sendo treze alunos do 2º A matutino, sete alunos do 2º B matutino, outros oito do 2º A noturno e por fim oito alunos do 2º B noturno, que serão identificados durante o relato da pesquisa como:
  • 24. 24 A1M, A2M, A3M,..., A13M para alunos do 2º A matutino. B1M, B2M, B3M,..., B7M para alunos do 2ºB matutino. A1N, A2N, A3N,..., A8N para alunos do 2º A noturno. B1M, B2M, B3M,..., B8N para alunos do 2º B noturno. A execução da análise ocorreu no período de duas semanas, entre os dias 15 de agosto de 2011 a 19 de agosto de 2011 e 01 de setembro de 2011 a 09 de setembro de 2011. O primeiro momento com os estudantes ocorreu em conversas informais, relatando os procedimentos resultantes dos fins da pesquisa. No começo a reação dos alunos não foi favorável, pois ao serem perguntados sobre a disciplina mais difícil que estudaram em sua vida escolar, a resposta, por boa parte dos alunos, foi: “Matemática!”. E para agravar ainda mais a situação, o estudante, identificado como A1M completou: “odiava a matemática”, o estudante indicado por B3N exprimiu: “detestava essa matéria”, outro aluno apontado como A3M revelou: “é muito complicada de aprender”. Mas no decorrer das conversas, percebeu-se que esse “trauma” ocorreu nos anos anteriores por algum motivo, porém atualmente eles começam a ver a disciplina com outros olhos, quando A3M afirmou: “até que hoje em dia estou gostando mais dos cálculos” e foi reafirmado por todos os alunos, acolhendo a causa. O segundo momento corresponde à entrega dos questionários (Apêndice 1), contendo 11 questões. Fato ocorrido no ambiente educacional, na sala de aula, tendo um período de cinqüenta minutos para os alunos do matutino e quarenta minutos para os alunos do noturno, para a devolução do mesmo devidamente respondido. O estudo dos dados recolhidos do questionário possibilita diversas considerações, embasadas nas definições apresentadas por Bernard Charlot (2000): “[...] Estudar a relação com o saber é estudar esse sujeito enquanto confrontado com a necessidade de aprender e a presença de „saber‟ no mundo [...]” (CHARLOT, 2000, p. 34), e buscando entender esse saber ele afirma: “[...] a idéia de saber implica a de sujeito, de atividade do sujeito, de relação do sujeito com ele mesmo, de relação desse sujeito com os outros [...]” (CHARLOT, 2000, p. 61).
  • 25. 25 A seguir, uma análise das colocações dos alunos a partir das definições de CHARLOT (2000) sobre os diversos tipos de influenciadores a que os alunos estão envolvidos.
  • 26. 26 6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 6.1 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM OS OUTROS Uma parte considerável dos alunos que contribuíram para o estudo, levantaram a questão do bom relacionamento entre os colegas da classe. Percebe- se isto ao se observar os gráficos referentes a interação dos alunos com seus colegas: Os gráficos abaixo mostram a relação que os alunos mantêm com os colegas de classe, tanto separados por turma, quanto no geral. Gráfico 1 - Relação dos alunos com os colegas de classe 7 6 5 2º A M 4 2º B M 3 2º A N 2 2º B N 1 0 ÓTIMO BOM RAZOÁVEL RUIM Questionário aplicado aos alunos no intuito de identificar o nível de interação entre os mesmos. Gráfico 2 - Percentual Geral dos alunos quanto a relação com os colegas de classe 40.00% 35.00% 30.00% 25.00% 20.00% 15.00% 10.00% 5.00% 0.00% ÓTIMO BOM RAZOÁVEL RUIM Questionário aplicado aos alunos no intuito de verificar o nível de interação entre os mesmos.
  • 27. 27 Nota-se claramente que, dos trinta e seis alunos questionados, grande parte destes possui relações entre os níveis bom e razoável, corresponde a 63,9% do total de alunos. Segue os comentários de alguns alunos em relação às suas relações com outros colegas de classe. “Boa, converso e me dou bem com todos os colegas”. (A5M) “Pouco amigável”. (A4M) “Muito boa”. (A6M) Observemos as respostas de alguns alunos ao serem questionados se os colegas ajudam nos estudos, note que mesmo com a classe tendo um bom relacionamento entre os alunos, alguns ainda apresentam características mais individualistas. “Não. Cada um por si e Deus por todos...” (A1M) “Raramente ou nunca.”( A2M A questão do bom relacionamento entre os colegas e o respeito mútuo entre eles é um fator importante a ser analisado, cabendo algumas considerações. De acordo com Libâneo (1994) “[...] os seres humanos que, na diversidade das relações recíprocas que travam em vários contextos, dão significado às coisas, às pessoas, às ideias. 6.2 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM UMA PESSOA Um ponto importante e crucial na aprendizagem dos alunos é o seu relacionamento com o professor. É de suma importância que ambos possam ter uma relação de amizade entre si, o que tornará a aula mais gratificante e prazerosa. Deste modo perguntamos aos trinta e seis alunos como era sua relação com o professor de matemática. As respostas foram registradas nos Gráficos 3 e 4, a seguir.
  • 28. 28 Gráfico 3 - Relação dos alunos com o professor 6 Quantidade de alunos 5 4 2º A M 3 2º B M 2 2º A N 1 2º B N 0 ÓTIMO BOM RAZOÁVEL PÉSSIMO Questionário aplicado aos alunos para saber o nível de envolvimento com o professor Gráfico 4 - Percentual Geral dos alunos quanto a relação com o professor 45.00% 40.00% 35.00% 30.00% 25.00% 20.00% 15.00% 10.00% 5.00% 0.00% ÓTIMO BOM RAZOÁVEL RUIM Questionário aplicado aos alunos para saber o nível de envolvimento com o professor Observamos que dos trinta e seis alunos questionados, quinze deles, o que corresponde a 41,6%, afirmaram que têm um ótimo relacionamento com o professor, treze, 36,2% do total de alunos, afirmam ter um bom relacionamento, seis, corresponde a 16,6%, alegam ter uma razoável relação com o professor e apenas dois alunos, ou 5,6% afirmaram possuir um péssimo relacionamento. Percebe-se visivelmente o bom relacionamento entre alunos e professores. Para Freire (1996), ensinar exige crítica sobre a prática, respeito sobre os saberes e aceitação do novo. Assim, as propostas atuais de ensino-aprendizagem pressupõem alunos ativos na construção do próprio conhecimento, capazes de
  • 29. 29 interpretar, analisar, discutir, criar e ampliar idéias. É necessário então, repensar o papel do professor e redefini-lo. É isso que devemos considerar quando estamos lecionando: procurar colocar o assunto em um crescendo de formalização. Cada período tem suas características, seu grau de abstração, de elaboração, de acabamento é assim que o aluno deve construir sua matemática (ROSA NETO, 2001, p.19). O professor deve estimular o aluno a pensar por si mesmo, a levantar e testar suas próprias suposições e a discutir suas ideias. Assim, o aluno terá oportunidade de reestruturar e ampliar a compreensão dos conceitos e procedimentos envolvidos nas situações cotidianas. Veja algumas das respostas de alguns alunos sobre o que acha de seu professor de matemática: “Excelente, ótimo, um cara gente boa, interage com os alunos”. ( B7M) “Ótimo professor, explica bem e mantém-se alegre com os alunos”. (A13M) “Super prestativo, ajuda sempre a tentar melhorar nossas notas. Além de amigo”. (B2N) “As vezes não consegue ser claro o suficiente.” (A3M) “Domina o assunto, porém, tem uma certa dificuldade para esclarecê-lo.” (A4M) “Explica mal e passa vários assuntos.” (A6N) “Um bom professor, mas precisa esclarecer mais o assunto.” (B2M) Porém, uma resposta que chama atenção é a do A7M que trás o seguinte: “No início não conseguia pegar o assunto com ele, mas agora consigo pegar o conteúdo, excelente.” (A7M) Percebemos que existe uma ótima relação entre os alunos e o professor, porém, nota-se claramente, nas falas dos alunos, que existe uma insatisfação sobre a prática do professor em sala de aula. Mas reforça ainda mais a necessidade de os professores estarem repensando sobre seu papel como professor, sobre qual sentido de estar ajudando os jovens a aprender algo novo. Pois é preciso que o professor sinta-se realizado, sendo que dessa forma estará em constante
  • 30. 30 crescimento profissional, consequentemente, deixará de ser um fator de frustração para os alunos. 6.3 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM UMA ATIVIDADE A importância da escola no processo de aprendizado dos alunos é, e tem se tornado, cada vez mais essencial, pois para que isto ocorra é preciso que “[...] a escola proporcione todo um ambiente favorável, oferecendo recursos para o aprendizado dos alunos [...]” (PILETTI, 1989, p. 23). A seguir, os gráficos, juntamente com as respostas de alguns alunos, permitem analisar este item. Gráfico 5 - Condições que a escola oferece aos alunos 8 7 Quantidade de alunos 6 2º A M 5 4 2º B M 3 2º A N 2 2º B N 1 0 ÓTIMO BOM RAZOÁVEL PÉSSIMO Questionário aplicado aos alunos para saber quais condições a escola oferece aos seus alunos. O gráfico 5 mostra que os alunos percebem que a escola possui toda uma estrutura e tem se preparado ante ao objetivo cada vez mais urgente no âmbito educacional, havendo desta maneira mais possibilidades de desempenhar um papel mais eficaz na busca por uma educação de qualidade.
  • 31. 31 Gráfico 6 - Percentual Geral dos alunos quanto às condições que a escola lhes oferece 50.00% 40.00% 30.00% 20.00% 10.00% 0.00% ÓTIMO BOM RAZOÁVEL PÉSSIMO Questionário aplicado aos alunos para saber quais condições a escola oferece aos seus alunos. 44,5% dos alunos entrevistados entendem que a escola possui ótimas condições, 41,7% percebe que a escola oferece boas condições, 13,8% acha que a escola possui razoáveis condições para o aprendizado. Vale mencionar que nenhum aluno indicou como péssimas condições que a escola oferece. Observemos, a seguir, os comentários de alguns alunos quando perguntados sobre as condições que a escola oferece para o aprendizado dos mesmos. “Muitos é que não valorizam e não se empenham”. (B3M) “As vezes sou eu quem não me interesso”. (A7N) Estas frases e a leitura do gráfico 6 permitem observar que, para os alunos, de fato a escola possui estrutura para contribuir para um melhor aprendizado dos mesmos, porém são os próprios alunos que não demonstram esforços por aprender. Com base no que afirma Freire (1987) os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. 6.4 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM UM OBJETO, UM „CONTEÚDO DE PENSAMENTO‟
  • 32. 32 Muito já se pesquisou sobre a educação, mas seu tema é sempre atual e indispensável, pois o enfoque básico é o ser humano, com foco principalmente sobre a aprendizagem. A partir de novas metodologias, de maneiras mais agradáveis, descontraídas de se ensinar, busca-se reverter o quadro negativo que se tem a respeito da matemática. Fazendo com que os alunos percam o medo da matemática, ou desfazendo o mito de esta ser um bicho-de-sete-cabeças. Como se percebe nos gráficos, a seguir. Gráfico 7 - Gosto pela matemática 13 12 Quantidade de alunos 11 10 9 2º A M 8 7 2º B M 6 5 2º A N 4 3 2º B N 2 1 0 Sim Não Questionário aplicado aos alunos quanto ao gosto pela matemática Gráfico 8 - Percentual Geral dos alunos quanto ao gosto pela matemática 80.00% 70.00% 60.00% 50.00% 40.00% 30.00% 20.00% 10.00% 0.00% SIM NÃO Questionário aplicado aos alunos quanto ao gosto pela matemática Porém, ainda hoje existe, intuitivamente, a rejeição da matemática e isto fica bastante evidente na resposta de alguns alunos quando perguntados se gostam da matemática e por que.
  • 33. 33 “Tenho muita dificuldade, desde criança nunca fui boa em matemática”. (A7M) “Nunca gostei por mais que os professores explica bem eu nunca que consigo aprender. Não por falta de atenção”. (B6N) “Mas o professor explica muito bem o problema é que eu não gosto mesmo da disciplina”. (B7N) Percebe-se nestas frases que são os próprios alunos, influenciados por uma forte tendência, desde os anos anteriores, de que a matemática é um bicho de sete cabeças os causadores desta rejeição. Existem ainda aqueles que gostam da disciplina mesmo não se saindo bem, ou mesmo tendo dificuldades como é o caso da aluna B3M, quando afirma: “Gosto, mais é uma dificuldade desde pequena mais não deixo de fazer a minha parte”. A leitura do Gráfico 8, nos permite observar que 69,4% dos alunos gostam da matemática por diversos motivos, mas ainda existem aqueles que não gostam, compreendidos em 30,6%, e que necessitam de um cuidado maior, de um incentivo para que esses alunos desenvolvam o gosto pela disciplina. 6.5 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM COM O TEMPO Existem muitos fatores envolvidos no processo de aprendizagem, entre eles encontra-se a expectativa do aluno durante todo o período letivo. Envolve a preocupação em dar continuidade no processo, anseio em passar de ano, preocupação com a vida profissional. Nota-se isto nas falas de alguns alunos quando perguntados sobre as expectativas para o ano letivo. “Tirar boas notas dessa forma a melhorar o aprendizado”. (A5M) “Poder crescer mais e ajudar as pessoas com que eu sei”. (B4M) “Estudar e preservar o meio em que estudo”. (B3M) “Aprender o máximo que eu puder, para estar preparado, para o 3º ano”. (A7M)
  • 34. 34 Em relação a expectativa do aluno durante o ano letivo, percebe-se que há uma preocupação, principalmente dos alunos do matutino, em estar em constante aperfeiçoamento. LIBÂNEO (1994, p. 23) afirma que “a educação corresponde a toda modalidade de influências e inter-relações que convergem para a personalidade social e do caráter”. Em geral os alunos contentam-se em tirar notas para passar de ano. Como mostra as respostas de alguns alunos. “Minha aprovação tá de bom tamanho”. (B1M) “Passar”. (A1M) “Passar direto”. (A2N) “Passar de ano”. (B1N) Mas tem aqueles que se esforçam, mas mesmo assim não conseguem, como é o caso da aluna A7N, que respondeu: “No primeiro dia de aula prometi pra mim mesma, que não iria tirar nenhuma nota baixa mas não deu, mas não perderei de ano”. Acredita-se que o futuro profissional de cada um pode ser importante na sua relação com a escola. Pois a escola forneceria ao aluno condições de estarem preparados para o mercado de trabalho. Tornando, desta maneira, a vida escolar muito mais significativa. 6.6 RELAÇÕES QUE UM SUJEITO MANTÉM CONSIGO MESMO, ENQUANTO MAIS OU MENOS CAPAZ DE APRENDER TAL COISA EM TAL LUGAR Neste subitem serão apresentados algumas reflexões dos alunos sobre a situação em que estudam em casa. Vejamos a seguir, a sintetização das respostas dos alunos, quando perguntados em que momento estudam em casa, no Gráfico 9 e no Gráfico 10.
  • 35. 35 Gráfico 9 - Situação em que estuda em casa 8 Quantidade de alunos 7 2º A M 6 5 2º B M 4 2º A N 3 2º B N 2 1 0 Todos os As Quando Outra dias vésperas corre situação da prova risco Questionário aplicado aos alunos quanto ao interesse em estudar Gráfico 10 - Percentual Geral da situação em que o aluno estuda em casa 60.00% 50.00% 40.00% 30.00% 20.00% 10.00% 0.00% TODOS OS ÀS VESPERAS QUANDO OUTRA NÃO OPTOU DIAS DA PROVA CORRE RISCO SITUAÇÃO Questionário aplicado aos alunos quanto ao interesse em estudar O gráfico 10 mostra que mais de 50% dos alunos só estudam quando estão próximos da avaliação. O que trás consigo algumas considerações a respeito do baixo nível do estudo dos alunos. Desta maneira, vê-se que os próprios alunos não se preparam para conseguirem seus objetivos, como normalmente seria de se esperar.
  • 36. 36 CHARLOT (2000, p. 47) afirma que: “Não há relação com o saber senão de parte de um sujeito; e o sujeito é desejo. [...] o desejo só pode existir sob forma de „um desejo de‟: não há desejo sem objeto de desejo”. Percebe-se, desde modo, que o aluno aprende quando há um desejo em aprender, quando existe o desejo de algo, seja conseguir um bom emprego, seja tentar ser “alguém na vida”, seja o interesse em, simplesmente, conseguir nota para passar de ano. Torna-se por tanto eminente a necessidade por um cuidado sobre os sujeitos, alunos, sobre as maneiras em que ele aprende, a atenção sobre todas as formas de aprender que o aluno está imerso, visando um direcionamento ao processo educativo mais eficaz, produtivo, significativo.
  • 37. 37 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho, através de estudos feitos sobre as relações com o saber, analisou alunos das turmas do 2º ano, matutino e noturno, do Ensino Médio do Colégio Estadual Nossa Senhora da Conceição, em Miguel Calmon - BA. Esta análise se deu pela observação das relações que os alunos mantêm com a escola, com os professores, com os colegas e consigo mesmos. O que se percebe através desta investigação é que o processo de ensino e aprendizagem ainda está longe do almejado. Pois percebemos que os alunos possuem boas relações afetivas com os colegas por isso recebem ajuda. Notamos que os sujeitos possuem ótima relação com o professor apesar de alguns alunos estarem insatisfeitos com a prática do docente. Dessa forma, ressaltamos a relevância do professor estar sempre se avaliando, avaliando sua prática, a fim de verificar e identificar os pontos positivos e negativos em sua metodologia, para assim, manter o que está favorecendo a eficácia do processo de ensino e aprendizagem, e mudar o que não favorece. Compreendemos que a escola oferece ao alunado condições favoráveis para o aprendizado dos mesmos, mas são os próprios alunos que não se interessam, não valorizam. Vemos que a maioria dos alunos gosta da matemática e notamos que aqueles que não gostam, é conseqüência do medo da matemática, o mito do bicho- de-sete-cabeças. Percebemos que a maioria dos estudantes se preocupa em, simplesmente, passar de ano e que por conta disto, estudam quando está próximo da avaliação. É preciso, por tanto, levarmos em consideração que as relações em que nossos alunos, hoje, estão inseridos acarretarão futuramente seres humanos melhores. Pois verificamos que muitos alunos não conseguem aprender por serem prejudicados perante os diversos influenciadores a que os estudantes estão envolvidos. Contudo, importa salientar que a abordagem Relação com o Saber, contribui para se compreender melhor as relações em que os alunos estão inseridos e para que nós, professores, enquanto mediadores, tenhamos cuidado, tenhamos consciência de que educar, vai muito além de mera transmissão de conteúdos, mas
  • 38. 38 de um processo de desenvolvimento, tanto para si quanto para os alunos, de um significado, de um sentido para as atividades propostas em sala de aula.
  • 39. 39 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, Maria C. & MASETTO, M. T. O professor universitário em aula. São Paulo: MG Editores Associados, 1990. AMARAL, João J. F. Como fazer uma pesquisa bibliográfica. Fortaleza, 2007. Disponível em: br.geocities.com/abs5famed/bibliografia.pdf . Acesso em: 15 de agosto de 2011. BESSA, Valéria da Hora. Teorias da aprendizagem./Valéria da Hora Bessa. – Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2008. BOYER, Carl Benjamin, 1906. História da matemática. Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo, Edgard Blucher, 1974. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: MEC/SEB, 2002. CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: elementos para uma teoria/ Bernard Charlot; trad. Bruno Magne. – Porto Alegre; Artmed, 2000. CODATO, Lucimar Aparecida Britto; NAKAMA, Luiza. Pesquisa em saúde: metodologia quantitativa ou qualitativa? Revista Espaço para Saúde, Londrina, v.8, n.1, p.34-35, dezembro de 2006. Disponível em: http://www.ccs.uel.br/espacoparasaude/v8n1/v8n1_artigo_6_nota.pdf. Acesso em: 19 de setembro de 2011. DUARTE, Rosália. Pesquisa qualitativa: Reflexões sobre o trabalho de campo. Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Caderno de Pesquisa, n. 115, p. 139 – 154, março, 2002. FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (Coord.). Práticas na escola.– 2ª. Ed.: Cortez, 1993. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra 1996. GADOTTI, M. Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: Scipione, 1999. GATTI, Bernardete A. Estudos quantitativos em educação. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.30, n. 1, p. 11 – 30, janeiro/abril. 2004. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. Ed. Cortez. São Paulo. 1994. LIBÂNEO, José Carlos. Didática: Coleção magistério, série formação do professor. São Paulo: Cortez, 2008. LOPES, M.I.V. Pesquisa em comunicação. São Paulo: Loyola, 1999.
  • 40. 40 LUDKE, Menga. ANDRÉ, Marli. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas/Menga Ludke, Marli E.D.A. André. – São Paulo: EPU, 1986. (temas básicos de educação e ensino). MARTINELLI, Camila Rodrigues et al. Educação Física no Ensino Médio: Motivos que levam as alunas a não gostarem de participar das aulas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – volume 5, número 2, 2006. MARTINS, Heloísa T. de Souza. Metodologia qualitativa de pesquisa.Educação e pesquisa, São Paulo, v. 30, n. 2, p. 289 – 300, março/agosto, 2004. MARTINS, Pura Lúcia Oliver. Didática Teórica/ Didática prática. Para além do confronto. Ed Loyola, São Paulo, 1991. NAIFF, Luciene Alves Miguez et al. Grupo de discussão temático – Habilidades do bom professor: Comparação das representações sociais de professores do primeiro e segundo segmentos do ensino fundamental sobre aspectos de sua prática profissional. 2007. V Jornada Internacional e III Conferência Brasileira sobre Representações Sociais. www.vjirs.com.br/completos/VJIRS_0307_0277.PDF. Acesso em: 08 de outubro de 2011. NEVES, José Luis. Pesquisa qualitativa – características, uso e possibilidades. Cadernos de pesquisas em administração, São Paulo, v.1, n.3, 2º. Semestre/1996. Disponível em: http://www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/C03-art06.pdf. Acesso em: 15 de agosto de 2011. PADILHA, R. P. Planejamento dialógico: como construir o projeto políticopedagógico da escola. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2001. ROSA NETO, Luis. Didática da matemática. São Paulo: Ática, 2001.
  • 41. 41 APÊNDICE 01 Prezado aluno, O objetivo deste trabalho é recolher dados para reflexões acerca do tema de pesquisa tratado no TCC III. QUESTIONÁRIO 1. Qual sua idade? 2. Qual turno você estuda? ( ) Matutino ( ) Noturno 3. Você trabalha? ( ) Sim ( )Não 4. Se não trabalha, por que optou por estudar a noite? 5. Em qual situação você estuda em casa? ( ) Todos os dias? ( ) Às vésperas da prova? ( ) Quando corre o risco de ser reprovado? ( ) Outra situação? 6. O que você acha de seu professor de matemática? 7. Qual sua expectativa para este ano na sua escola? 8. Qual a sua relação com os colegas de sala? 9. Você recebe alguma ajuda dos colegas para estudar? 10. Você gosta da disciplina matemática? Explique o porquê. ( ) Sim ( ) Não 11. A escola te dá condições para aprender, em que nível? ( ) Ruim ( ) Razoável ( ) Bom ( ) Excelente
  • 42. 42 APÊNDICE 02 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS VII - SENHOR DO BONFIM/BA CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Este aluno (a) está convidado (a) a participar desta pesquisa. Ao aceitar, estará permitindo a utilização dos dados aqui fornecidos para fins de análise. Você tem liberdade de impedir o (a) aluno (a) sob sua responsabilidade de participar, e ainda, de se recusar a continuar participando em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer prejuízo pessoal. Todas as informações coletadas neste estudo são estritamente confidenciais, você ou o (a) aluno (a) não precisará se identificar e somente as pesquisadoras e sua equipe terão acesso as suas informações. INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA Título Provisório AS RELAÇÕES DA APRENDIZAGEM do Projeto: MATEMÁTICA DE ALUNOS DAS TURMAS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO NO COLÉGIO ESTADUAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, EM MIGUEL CALMON, BAHIA Pesquisadora Responsável: Rodson Fabrício Marques Okuyama Orientadora: Maria Celeste Souza Castro Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, autorizo a participação do (a) aluno (a) sob minha responsabilidade a participar desta pesquisa. Assinatura do Responsável pelo (a) Aluno (a)