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1
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII
Curso de Licenciatura em Matemática
O Uso das Tecnologias/Informática nas aulas da
Creche Escola Francesco Galli
Thiago Virgilio Victor dos Santos
Senhor do Bonfim
2010
2
Thiago Virgilio Victor dos Santos
O Uso das Tecnologias nas aulas da Creche Escola
Francesco Galli
Monografia apresentada ao Departamento de
Educação, da Universidade do Estado da Bahia –
UNEB, como requisito parcial para a obtenção do
título de licenciado em Matemática.
CONCEITO: _______________________________________________________
BANCA AVALIADORA
Prof. (a) 1: ________________________________________________________
Prof. (a) 2: ________________________________________________________
Prof. (a) 3: ________________________________________________________
Professor Orientador: Geraldo Caetano
Senhor do Bonfim
2010
3
DEDICATÓRIA
Dedico essa tão almejada vitória
à memória do colega Amadeu Nascimento,
a meus familiares, em especial
aos meus pais Cefas Alves e Dionê Victor,
aos meus irmãos Hyggor Victor e André Victor,
aos meus sobrinhos Lucas Victor,
Kaiky Victor e Letícia Victor,
que tanto participaram dos grandes momentos,
de alegrias e tristezas, dos sonhos e realidades,
fazendo-me muitas das vezes persistir
quando queria jogar tudo pro alto. A
vocês, que me ajudaram a continuar
nesta jornada incansável, concedendo-me
além do importante apoio, o maior carinho e amor.
A vocês, que entenderam a abdicação e o
sacrifício, o meu muito obrigado!
Com certeza, vocês são incríveis,
por isso concedo os méritos desta
vitória a todos vocês, porque
sem vocês ela se tornaria mais difícil.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, em primeiro lugar, pelo dom da vida, dando-me condições para
superar as dificuldades, concedendo-me o necessário para essa conquista, e que,
incondicionalmente, esteve sempre ao meu lado em todos os momentos de minha
vida, tanto na alegria quanto na tristeza, fazendo da minha fraqueza um salto para a
vitória.
As pessoas especiais que sempre estiveram ao meu lado, aos meus
verdadeiros amigos, e especialmente aos que conheci na universidade, com os
quais adquiri bastante conhecimento e admiração através do apoio, das palavras,
das lutas, que me fortaleceram a seguir na trajetória da concretização dos meus
ideais.
A Universidade do Estado da Bahia - UNEB – CAMPUS VII por ter me
proporcionado este momento. Às coordenadoras do Colegiado de Matemática, à
minha época, Elizete Barbosa e Mirian Brito, bem como a todos os funcionários que
fazem parte desta instituição de ensino.
A todos os professores que desde o primeiro momento de ingresso na
universidade sempre estiveram dispostos a apoiar e nos ajudar em tudo que era
possível e necessário, em especial ao meu orientador Geraldo Caetano, pelos
esforços empenhados em orientar-me sempre que possível, e por sua disposição a
cada encontro.
Agradeço, enfim, a todos que me ajudaram diretamente ou indiretamente
nessa trajetória, na certeza de que ela não termina aqui. Por isso conto com o apoio
e o carinho de todos com o intuito de alcançar outras e maiores vitórias.
5
“O mundo da linguagem sem o
mundo da prática é um mundo
vazio”
(Joaquim César Mota – KIM)
6
RESUMO
A presença das tecnologias em nossa cultura atual cria novas possibilidades
de expressão e comunicação, e cada vez mais estão fazendo parte do cotidiano,
introduzindo novos modos de comunicações. O grande desafio da educação é
preparar os educadores para desempenhar um papel diferenciado frente a essas
transformações. Embora muitas escolas disponham dos equipamentos e pessoal
capacitado, nem sempre essas tecnologias e esses profissionais se integram,
fazendo com que o ensino permaneça isolado, sem incorporar recursos tecnológicos
às praticas pedagógicas. A presente pesquisa monográfica aborda a interação dos
professores da Creche Escola Francesco Galli com os recursos tecnológicos, dando
ênfase ao seu uso frequente em sala de aula, fazendo-se uma reflexão acerca da
importância de sua utilização contínua, bem como da capacitação dos professores, a
fim de otimizar o desempenho docente nessa prática e, consequentemente,
melhorar o processo de ensino-aprendizagem. Foram pesquisados e analisados
diversos aspectos e características da referida escola de forma quantitativa e
qualitativa, fundamentados pelos estudos bibliográficos, dando-nos uma melhor
visão sobre a real situação dessa instituição de ensino frente aos desafios
educacionais e tecnológicos.
Palavras chave:
Professores. Recursos Tecnológicos. Ensino/Aprendizagem. Práticas pedagógicas
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Recursos Tecnológicos adequados e em quantidade
suficiente para a demanda ..........................................................
3
5
Tabela 2 – Cursos de capacitação para manuseio dos equipamentos ..... 3
6
Tabela 3 – Pleno domínio dos recursos disponíveis pelos professores .. 3
7
Tabela 4 – Importância que a escola atribui ao uso dos Recursos
Tecnológicos em sala de aula .....................................................
3
8
Tabela 5 – Demonstração de interesse dos professores ao uso dos
Recursos Tecnológicos em sala de aula ...................................
3
9
Tabela 6 – Recursos Tecnológicos adequados e em quantidade
suficiente para a demanda ..........................................................
4
1
Tabela 7 – Uso dos Recursos Tecnológicos disponíveis ........................... 4
2
Tabela 8 – Cursos de capacitação para manuseio dos equipamentos ..... 4
3
Tabela 9 – Acesso a software referente a conteúdos trabalhados em
sala de aula ...................................................................................
4
5
Tabela 10 – Importância atribuída pela escola aos Recursos
Tecnológicos ................................................................................
4
6
Tabela 11 – Existe empecilho para o uso frequente dos Recursos
Tecnológicos? ..............................................................................
4
7
Tabela 12 – Possui Recursos Tecnológicos em casa? ................................. 4
8
Tabela 13 – Sente-se apto e seguro para trabalhar com Recursos
Tecnológicos? ..............................................................................
4
9
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8
1. OS RECURSOS TECNOLÓGICOS NO ÂMBITO EDUCACIONAL ................
1
1
1.1 A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ...............................................................
1
1
1.2 O ACESSO ÀS TECNOLOGIAS ...................................................................
1
4
1.3 AS TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS NAS ESCOLAS ....................................
1
9
2. A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS PELOS PROFESSORES
2
3
2.1 O PAPEL DO PROFESSOR COMO MEDIADOR .........................................
2
3
2.2 O PROFESSOR FRENTE ÀS NOVAS TECNOLOGIAS ...............................
2
7
3. METODOLOGIA ...............................................................................................
3
1
4. ANÁLISE DE DADOS ......................................................................................
3
4
4.1 RESULTADO DOS QUESTIONÁRIOS À DIREÇÃO/COORDENAÇÃO ......
3
5
4.2 RESULTADO DOS QUESTIONÁRIOS AOS PROFESSORES ....................
4
1
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................
5
1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................
5
3
APÊNDICES..........................................................................................................
5
7
9
INTRODUÇÃO
O ambiente escolar tem a função de garantir ao aluno o acesso ao
conhecimento e a abordagem dos saberes necessários à vida social ofertando a
formação moral e intelectual dos educandos. Porém quais os principais problemas
vivenciados no cotidiano para que esse acesso ao conhecimento seja feito de forma
mais significativa, utilizando-se os recursos tecnológicos disponíveis?
A presente pesquisa aborda questões relacionadas à pratica pedagógica dos
professores da Creche Escola Francesco Galli, discutindo formas de inserção das
tecnologias da informação aliadas ao currículo escolar, como parâmetro a contribuir
para a acessibilidade e inclusão dos estudantes no mundo informatizado, buscando
ainda a detecção das principais dificuldades vividas pelos educandos e educadores
nesse processo de ensino/aprendizagem no que diz respeito ao uso dos recursos
tecnológicos em sala de aula.
As escolas que utilizam as tecnologias com os estudantes em sala de aula, na
maioria das vezes o fazem usando a técnica pela técnica; o uso do computador para
ampliar conhecimentos das disciplinas ainda é muito restrito, apesar de todo
investimento e das diversas ações governamentais que vem sendo desenvolvidas
há vários anos.
A busca desenfreada e o anseio dos órgãos públicos para ampliar tecnologias
nas escolas ofertam uma grande diversidade de recursos cujo acesso é facilitado.
No entanto o investimento nestes aparelhos, aliado à má utilização, podem não
trazer o retorno esperado e cair no esquecimento, pois há evidências de que o
professor não tem sido considerado quando da implantação de tais recursos nas
escolas faltando-lhe a capacitação para usar e dominar as novas tecnologias.
O fato de a escola possuir computadores e outros recursos, não garante a
inserção do aluno no universo informatizado, pois depende do uso adequado por
parte do professor para o aprendizado tornar-se significativo.
10
O que se busca são alternativas no tocante à garantia da aprendizagem dos
alunos, e isto envolve muitas relações, como a questão da valorização das
experiências já adquiridas, o grau de maturidade e o ritmo de cada um, respeitando
as individualidades.
Portanto as principais metas deste trabalho consistem na abordagem de
questões relacionadas à pratica pedagógica dos professores, discutindo formas de
inserção das tecnologias da informação aliadas ao currículo escolar, oferecer
embasamento teórico acerca do uso destas em sala de aula e analisar a postura dos
professores em relação às inovações tecnológicas, detectando as principais
dificuldades vividas cotidianamente.
Com isso o primeiro capítulo deste trabalho consta de estudos e pesquisas
teóricas a respeito da evolução da informática e demais recursos tecnológicos na
educação, trazendo um breve histórico no cenário brasileiro, com alguns relatos do
crescente incentivo e investimento ao acesso a essas tecnologias nas escolas,
mostrando a diversidade desses recursos os quais estão disponíveis atualmente no
espaço educacional, retratando estudos acerca do indispensável papel do professor
como mediador no processo de construção do conhecimento, bem como e seu
comportamento diante dos desafios da utilização dos recursos tecnológicos
cotidianamente.
O segundo capítulo apresenta a metodologia deste trabalho, onde
descrevemos detalhadamente, todo o desenvolvimento desta pesquisa, ou seja,
métodos utilizados, clientela pesquisada, público alvo, dentre outros, no intuito de se
chegar aos objetivos traçados.
A etapa posterior desta monografia apresenta a análise dos dados obtidos em
entrevista com os gestores, coordenador e professores da Creche Escola Francesco
Galli, onde registramos importantes relatos acerca do uso dos recursos tecnológicos,
no referido espaço educacional.
Ao final temos as Considerações Finais e os Apêndices, explicitando
respectivamente, a conclusão deste trabalho, e os questionários aplicados,
11
estudados, consultados e expostos, a fim de trazer os dados mais relevantes
possíveis ao deslinde proposto.
12
1. Os Recursos tecnológicos no âmbito educacional
1.1 A Informática na Educação
A história da informática na Educação no Brasil data de mais de 30 anos,
tendo início por volta dos anos 70, a partir de algumas experiências na UFRJ,
UFRGS e Unicamp. Nos anos 80 se estabeleceu através de diversas atividades que
permitiram que essa área hoje tenha uma identidade própria, raízes sólidas e
relativa maturidade.
Os primeiros defensores do uso da televisão e de filmes na educação, fizeram
previsões bastante otimistas de que esses meios trariam mudanças profundas na
natureza da aprendizagem. A mesma expectativa está em torno do uso das
tecnologias, como o computador, data show, softwares educativos, etc, cujo
interesse de inseri-los na sala de aula é motivado por empresas comerciais que
visam novos mercados para seus produtos e por governos com anseios de resolver,
em curto prazo, o problema da educação pública.
Segundo Valente:
A atividade de uso do computador pode ser feita tanto para continuar
transmitindo a informação para o aluno e, portanto, para reforçar o processo
instrucionista, quanto para criar condições do aluno construir seu
conhecimento. Quando o computador transmite informação para o aluno, o
computador assume o papel de máquina de ensinar e a abordagem
pedagógica é a instrução auxiliada por ele. Essa abordagem tem suas
raízes nos métodos tradicionais de ensino, porém ao invés da folha de
instrução ou do livro de instrução, é usado o computador. Os softwares que
implementam essa abordagem são os tutoriais e os de exercício-e-prática.
(1997, p. 01)
Para Buckingham (2008), os estudos sugerem que o impacto da tecnologia na
prática cotidiana docente é bastante limitado. Apresentam, assim, resistência ao uso
freqüente dos mesmos, não por serem antiquados ou ignorantes, mas porque
acham que ela não contribui para o alcance dos objetivos.
13
Ainda segundo Valente (1997), mesmo em países como a França e os
Estados Unidos, as mudanças do ponto de vista pedagógico resultantes do avanço
tecnológico nas escolas não são tão significativas. Não se encontram práticas
realmente transformadoras e enraizadas para que se possa afirmar que houve
mudanças no processo educacional, como por exemplo, o aluno sendo construtor do
próprio conhecimento.
Embora a mudança pedagógica tenha sido o objetivo de todas as ações dos
projetos de informática na educação, os resultados obtidos ainda não foram
suficientes para alterar o sistema educacional como um todo. Os trabalhos nos
centros do EDUCOM1
tiveram o mérito de elevar a informática na educação de zero
para o estado atual, possibilitando discutir as questões da área.
Os cursos FORMAR I2
e FORMAR II3
, criados com o objetivo de desenvolver
cursos de especialização na área de informática na Educação, com aulas teóricas e
práticas, seminários e conferências, não obtiveram os resultados almejados. Os
professores precisaram sair de várias localidades do país, deixando sua residência,
família e trabalho, para tomar o curso em Campinas (de junho a agosto de 1987),
pois lá havia um laboratório completo para este fim. Também muito do que foi
aprendido não foi posto em prática, pois ao retornarem ao local de trabalho, as
condições existentes, muitas das vezes, eram bem diferentes daquelas vivenciadas
durante o curso e muitos não tiveram condições de aliar a teoria à prática.
Segundo Ackermann (1990), apud Valente (1997), “a aplicação de um
conhecimento requer outro tipo de conhecimento. O fato de conhecermos alguma
coisa não implica que saibamos aplicar esse conhecimento. A aplicação desse
conhecimento deve ser exercitado de modo a aprender como usá-lo em diferentes
situações.”
Todavia, o Programa Nacional de Informática na Educação, de acordo com
Valente (1997), era, à época, bastante ambicioso, tendo o computador como recurso
1
Projeto da Unicamp que visa a inserção da informática como metodologia cotidiana de ensino.
2
Cursos realizados pela UNICAMP onde objetivo principal foi o desenvolvimento de cursos de
especialização na área de informática na educação.
14
principal de apoio ao processo de mudança pedagógica, objetivando também a
criação de ambientes de aprendizagem que enfatizam a construção do próprio
conhecimento, não se limitando à instrução. Essa realidade, entretanto, perdura até
os dias atuais, uma vez que em muitas escolas o computador continua a ser
utilizado apenas para uso administrativo, não rompendo ainda as barreiras do medo
e da insegurança que pairam na mentalidade educativa docente.
A tecnologia computacional atua justamente nesse sentido, de instigar ao
aluno a adquirir e construir o seu conhecimento, interagindo através dos recursos
computacionais, melhorando assim a qualidade de ensino, tanto pela velocidade em
que as informações são passadas e adquiridas, quanto também por ser algo novo e
atraente para o aluno e de extrema facilidade de transmissão. A revolução da
informática é tamanha que possibilita hoje a realização de cursos virtuais à distância,
via Internet, com professores residentes em estados diferentes, lecionando para
uma quantidade incrível de alunos, ao mesmo tempo.
Porém, para assegurar a incorporação de computadores no Sistema
Educacional é necessário que os líderes governamentais e educacionais persistam
na implantação e disseminação da Informática na Educação, no que tange ao apoio
técnico e principalmente ao apoio pedagógico, criando-se estruturas adequadas
para capacitação e treinamento dos professores, os incentivado a pôr em prática o
que é aprendido.
Com esse intuito, temos atualmente em pleno funcionamento alguns
programas apoiados pelos governos municipais, estaduais e federais que visam a
real difusão da informática na educação, ampliando as possibilidades de
aprendizado em todas as camadas da população, de forma igualitária. O principal
deles é o PROINFO3
- Programa Nacional de Tecnologia Educacional. Segundo o
MEC (2010), é um programa educacional que tem o objetivo de promover o uso
pedagógico da informática na rede pública de educação básica. Esse programa leva
às escolas computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais. Em
contrapartida, os estados, o Distrito Federal e os municípios devem garantir a
estrutura adequada para receber os laboratórios e capacitar os educadores para uso
das máquinas e tecnologias.
3
Programa Nacional de Tecnologia Educacional: Programa educacional, desenvolvido pelo MEC,
que tem o objetivo de promover o uso pedagógico da informática na rede pública de educação
básica.
15
1.2 O Acesso às Tecnologias
O livre acesso à informação é um direito de todo cidadão (Constituição de
1988, Art. 5º, Inc. XIV). Diante disso observamos que a evolução e as possibilidades
de acesso aos recursos tecnológicos tem crescido consideravelmente,
principalmente no que diz respeito à área educacional, pois tem recebido inúmeros
incentivos através de esforços do governo federal, organizações não
governamentais, empresas do ramo de informática, entre outros, que tem se unido
para tentar amenizar o quadro de exclusão digital da nossa população.
Os programas do governo federal criados para garantir a todos o acesso às
tecnologias, como o PROINFO, já proporcionaram a muitas escolas rurais e
urbanas, o acesso às tecnologias da informação.
O PROINFO foi criado pelo Ministério da Educação e Cultura, através da
portaria nº 522 de 9 de abril de 1997, cujo objetivo é promover o uso pedagógico da
informática na rede pública de ensino fundamental e médio; o mesmo é
desenvolvido pela Secretaria de Educação à Distância (SEED). Para participar deste
programa a escola deve fazer a adesão e o cadastro, e posteriormente serão
selecionadas as escolas que irão receber os info-centros.
Segundo o Ministério da Educação e Cultura (Portal MEC, 2008), a
preocupação inicial é elevar o grau de inclusão digital nas escolas públicas de 5ª a
8ª série visando a melhoria dos índices de aproveitamento no IDEB – Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica – atendendo prioritariamente o IDEB inferior a
2.
Também os cursos de Educação à Distância (EAD), na rede particular ou
pública, visam a inclusão digital dos que não tem condições, por razões diversas, de
cursar um ensino presencial, seja ele básico, graduação ou pós-graduação; os
referidos cursos tem decreto para funcionamento desde o ano de 2005 (DECRETO Nº
5.622, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2005).
16
Sobre a Educação à Distância a LDB 9.394/96 diz:
Art. 32 §4 – O Ensino Fundamental será presencial, sendo o ensino à
distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações
emergenciais.
Art. 80 – O poder público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de
programas de ensino à distância, em todos os níveis e modalidades de
ensino e de educação continuada.
Sabe-se que não são todas as escolas públicas as quais dispõem do recurso
da Internet para uso pelos alunos, no entanto não se distanciam das mídias, pois a
certo tempo tem à disposição os telecursos e TV Escola, vídeos-produções da TV
Escola auxiliando o processo de educação presencial e o Ensino à Distância.
Além do poder público, existem também inúmeras ONG´s que no país inteiro
proporcionam às comunidades carentes o acesso à inclusão digital, trazendo assim
uma melhor estrutura para o desenvolvimento satisfatório da educação das crianças,
adolescentes e jovens brasileiros.
Segundo Baggio (2002), criador da ONG Comitê para a Democratização da
Informática (CDI), apud Falzetta (2002), a implantação dos laboratórios de
informática em comunidades carentes se dá por três etapas: “olhamos as condições
físicas do espaço e identificamos os líderes comunitários e as pessoas que podem
se tornar educadores”.
Dentre as mais recentes experiências de inclusão digital no Brasil está a
distribuição de laptops a um baixo custo, desenvolvido pela ONG – OLPC (sigla, em
inglês, que significa um laptop por criança) fundada por Nicholas Negroponte do
Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). As experiências desse projeto-piloto
UCA (Um Computador por Aluno) serão avaliadas por grupos de pesquisadores de
universidades públicas conceituadas em todo país.
Para Fagundes (2008), uma militante da difusão da informática, apud Bagatini
e Camargo (2008), “a tecnologia digital revoluciona práticas, ajuda o homem a
adquirir e multiplicar rapidamente o conhecimento, expandindo o poder de pensar,
favorece a interoperabilidade, embora também ajude a destruir.”
17
O acesso à tecnologia digital melhora a auto-estima e evidencia o
desempenho de pessoas socialmente integradas. As crianças de menor poder
aquisitivo e conseqüentemente, menor acesso ao mundo digital, quando se
conectam e se comunicam pela Internet apresentam as mesmas possibilidades de
desenvolvimento que os alunos já inteirados e acostumados a esse tipo de
metodologia.
Para Setzer (2001, p. 49), “a aquisição de informação deve ser um processo
individual, lento e consciente, a educação requer, além de lentidão, interação social
(da criança com seus familiares e com seus mestres) e não passividade.”
A escola deve possibilitar e incentivar que os alunos usem seus
conhecimentos sobre tecnologia para realizar trabalhos das diferentes áreas,
oferecendo grau diferenciado de contextualização dos conteúdos vinculados.
Percebe-se que o uso das (TICs) Tecnologias da Informação e Comunicação
dinamizam as aulas, motivam e conduzem o aluno a descobertas, dependendo do
uso e dos parâmetros que se querem alcançar. Isto tem contribuído para uma
melhor socialização do direito de estudar e aprender com mais atratividade e
interação.
De acordo com David Buckingham, apud Rev. Pátio (2008), apesar do
investimento em tecnologia nas escolas e do grande entusiasmo que o tem
acompanhado, grande parte das coisas que acontecem na educação permanece
relativamente afastada desse investimento por inúmeros fatores, tais como a falta de
planejamento, capacitação, interesse, etc.
Fora da escola, no entanto, as crianças estão tendo uma infância cada vez
mais saturada da mídia; dessa maneira a mídia torna-se um meio para a cultura
popular contrariando as intenções propostas pela escola de usá-la com objetivos
pedagógicos.
As crianças que tem acesso ao computador em casa estão usando-o para
jogar, navegar nos sites de entretenimento na Internet, trocar mensagens
18
instantâneas, participar de redes sociais, baixar e editar vídeos e músicas. Além de
tarefas funcionais, como dever de casa, muito poucos estão utilizando a tecnologia
para algo que se assemelhe à aprendizagem escolar, justamente por falta de um
acompanhamento mais próximo, incentivo e uma devida orientação.
De acordo com D´Espíndola (2009), o processo de uso da tecnologia
privilegia a autonomia do indivíduo:
A grande revolução que o computador promove é permitir uma educação
massificada no sentido de que há muita informação disponível e ao mesmo
tempo individualizada. Com o andar dos anos o que vai acontecer é que o
ensino não vai mais se reduzir ao livro didático. Os livros estarão melhores e
adequados à informática, até mesmo com sugestões de sites e atividades.
As aulas expositivas, o papel, as pesquisas de campo, os trabalhos de
laboratórios, as consultas na web são recursos complementares, que devem
ser utilizados de maneira integrada e inteligente. Exatamente o oposto do
que se faz na educação convencional, que desperdiça o mais precioso de
todos os recursos... o PROFESSOR fazendo dele mero fornecedor de
informações, quando deveria ser um organizador de situações de
aprendizagem.
Diante disso, grifa-se a necessidade de o computador fazer parte da prática
pedagógica contemporânea, trazendo para sala de aula programas de última
geração capazes de contribuir no acesso à tecnologia e na democratização da
informação.
Implantar a informática na educação requer a união de quatro elementos
básicos: computador, software educativo, professor capacitado e aluno. Sem isso a
modernidade está cada vez mais distante de nós e este é o momento para
superarmos o nosso herdado atraso técnico-científico e cultural.
Certamente com o computador e com toda “filosofia” que o acompanha, o
futuro será diferente, seja pelo fato de que as tecnologias informáticas promovem
transformações substanciais, que vão além daquelas propostas no âmbito das
atividades didático-pedagógicas, seja porque estamos nos movendo inevitavelmente
em direção a uma sociedade caracterizada por um elevado grau de informatização
de todos os seus segmentos.
19
É importante lembrar que não basta ter a tecnologia, mas saber usá-la; nem
todas as escolas públicas possuem laboratórios de informática, vídeo, som e outras
modernidades, mas ainda existem muitas mídias a serem utilizadas para tornar as
aulas mais humanas e prazerosas. Não se deve esquecer que é preciso a
participação dos educadores nas formações/treinamento continuado, no intuito de
capacitá-los e criar meios para qualificar a educação de nossas crianças e garantir o
acesso às tecnologias da informação.
No mapa das Desigualdades Digitais no Brasil, Waiselfisz (2007), do Instituto
Sangari, há alguns anos atrás, mostra que o país ocupava a 76ª posição entre os
193 países do mundo pesquisados no que tange à porcentagem da população com
acesso à Internet, porém isso já tem mudado bastante nos últimos anos.
No mesmo sentido, a Fundação Getúlio Vargas, por Wittmann (2003),
publicou um amplo estudo denominado Mapa da Exclusão Digital, reunindo dados
de várias fontes. De acordo com o estudo, nesse ano encontravam-se em situação
de exclusão 149,8 milhões de brasileiros, porém isso tem sido modificado nos
últimos anos, pois segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Informação em
Ciências e Tecnologia (IBICT, 2007), o número de telecentros passou de 12 mil em
2005 para 16,7 mil em 2006, graças a 108 iniciativas de prefeituras, secretarias de
Estado e ONG´s e isso só tem aumentado cada vez mais.
20
1.3 As tecnologias disponíveis nas escolas
Temos observado constantemente no cotidiano escolar a extrema
necessidade de readaptação do seu currículo, voltado às multiculturas, à realidade
do aluno, interdisciplinaridade, etc. Para que isso ocorra de forma mais satisfatória,
faz-se necessário uma mudança de metodologia, utilizando-se das mais diversas e
inúmeras ferramentas que vem a cada dia se tornando imprescindíveis à educação,
tais como a televisão, o vídeo, o DVD, computador, internet, Data show, Retro-
Projetor e até mesmo a recém-lançada Lousa Educacional Interativa.
Esses equipamentos, se trabalhados de forma correta, podem trazer um
grande avanço no processo de ensino-aprendizagem, auxiliando o professor a dar
mais ênfase no seu trabalho, além de despertar um maior interesse e motivação aos
alunos, incentivando-os a participar mais diretamente das aulas, interagindo nas
mesmas. Até mesmo um simples Retroprojetor pode auxiliar o professor com a
inserção de imagens, destaques a trechos de textos, instigando os alunos a
questionarem, debaterem e, conseqüentemente, enriquecendo a troca de
informações. “Os recursos tecnológicos são armas fundamentais para tornar as
aulas mais instigantes e apreciadas.” (Vilarinho, 2010)
Necessário se faz, entretanto, sabermos, primeiramente, o que na verdade é
tecnologia. Segundo D´Espíndola (2009),
Tecnologias são os meios, os apoios, as ferramentas que utilizamos para
que os alunos aprendam. A forma como os organizamos em grupos, em
salas, em outros espaços isso também é tecnologia. O giz que escreve na
louça é tecnologia de comunicação e uma boa organização da escrita
facilita e muito a aprendizagem. A forma de olhar, de gesticular, de falar
com os outros, isso também é tecnologia. O livro, a revista e o jornal são
tecnologias fundamentais para a gestão e para a aprendizagem e ainda não
sabemos utilizá-las adequadamente. O gravador, o retroprojetor, a televisão,
o vídeo também são tecnologias importantes e também muito mal utilizadas,
em geral.
As tecnologias estão presentes no dia-a-dia da escola, em todos os
gestos e atitudes dos profissionais, facilitando o aprendizado do aluno e a
atualização dos professores aos devidos recursos. Os recursos tecnológicos
devem ser utilizados como mais uma ferramenta eficiente na construção de
conhecimentos, baseando-se em epistemologias que priorizem a ação do
sujeito, como a epistemologia genética de Jean Piaget.
21
Porém o que mais nos chama a atenção em termos de tecnologia são
justamente as novidades da “Era Digital” que tem surgido constantemente, e sempre
com o objetivo de uma maior interação entre as pessoas que lidam com estes
recursos, quais sejam, professores e alunos, trazendo uma melhor interatividade do
usuário com tais ferramentas tecnológicas, construindo assim suas próprias
metodologias de ensino e aprendizado, respectivamente.
Para Gasparetti (2001), apud Casimiro (2001), “o estudante do futuro será
cada vez mais interativo e participará da construção do próprio saber utilizando as
novas tecnologias”.
Dentre os recursos mais inovadores disponíveis no mercado e em muitas
escolas, destacaremos os principais com suas respectivas descrições, segundo
Segundo D´Espíndola (2009):
• RETROPROJETOR
O retro projetor é um recurso visual de apoio à comunicação do pensamento
apresentando de forma clara figuras, textos, tópicos de assuntos,
apresentado de uma forma clara e objetiva.
• DATA SHOW
Equipamento eletrônico que permite a projeção de imagens, slides, vídeos,
entre outros, transmitidos pelo micro, tornando-se, assim, uma excelente
ferramenta para fazer apresentações de aulas e palestras.
• TELEVISÃO
Sistema eletrônico de recepção de imagens e som de forma instantânea.
Funciona a partir da análise e conversão da luz e do som em ondas
eletromagnéticas e de sua reconversão em um aparelho - o televisor - que
recebe também o mesmo nome do sistema ou pode ainda ser chamado de
aparelho de TV.
• APARELHO DE DVD
O leitor de DVD é um acessório doméstico capaz de reproduzir mídias no
formato DVD. Alguns mais modernos reproduzem também outros formatos
como CD (de música mp3 e fotos), VCD, SVCD, mini-CD, DVD-RAM e
discos de dados, com por exemplo, filmes no formato *.avi (que foram
compactados em DivX ou XviD). Existem DVD Players com entradas USB
para assim poder inserir algum MP3 ou MP4.
Também é possivel visualizar DVD em computadores pessoais, usando uma
unidade de leitura de DVD, e um software ou programa tocador de DVD,
como por exemplo o Windows Media Player , WinDVD ou PowerDVD, para
o sistema operacional Windows, e mplayer, vlc, xine ou totem para os
sistemas GNU/Linux e derivados do BSD.
22
• COMPUTADORES
Denomina-se computador uma máquina capaz de variados tipos de
tratamento automático de informações ou processamento de dados.
Exemplos de computadores incluem o ábaco, a calculadora, o computador
analógico e o computador digital. Um computador pode prover-se de
inúmeros atributos, dentre eles armazenamento de dados, processamento
de dados, cálculo em grande escala, desenho industrial, tratamento de
imagens gráficas, realidade virtual, entretenimento e cultura.
Assumiu-se que os computadores pessoais e laptops são ícones da Era da
Informação[1]
; e isto é o que muitas pessoas consideram como
"computador". Entretanto, atualmente as formas mais comuns de
computador em uso são os sistemas embarcados, pequenos dispositivos
usados para controlar outros dispositivos, como robôs, câmeras digitais ou
brinquedos.
• LOUSA EDUCACIONAL INTERATIVA
A Lousa Educacional Interativa tem o mesmo aspecto de uma lousa
convencional porém funciona como uma tela de computador sensível ao
toque (Tecnologia Touch Screen). Os movimentos realizados pelo usuário
na tela geram diversas intervenções com o que foi projetado. A lousa para
ser operada perfeitamente, necessita estar conectada à internet, via
computador.
Temos ainda a ferramenta da internet (rede mundial de computadores) na
qual aumentamos a nossa capacidade de acesso às informações, bem como a
nossa interação com o mundo, a tudo e todos que nos rodeia, independente do
contato pessoal. Podemos realizar troca de informações através de fóruns de
discussão entre alunos e professores, pesquisas escolares, publicação de trabalhos,
dentre outros. Em contrapartida, podemos obter todo tipo de conteúdo disponível na
referida rede, sendo ele ruim ou bom. Com isso é preciso uma maior atenção e
orientação com relação a essa tão poderosa ferramenta para que se alcancem os
objetivos construtivos da relação ensino-aprendizagem.
Face a essa grande diversidade de recursos virtuais, dentre outros, a maioria
deles já disponíveis há algum tempo nas escolas tanto particulares quanto públicas,
com maior intensidade a cada dia. Temos, portanto, um grande desafio para nossos
educadores e educandos: o desafio de reaprender.
As Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) estão
derrubando as paredes das salas de aula das nossas escolas e
universidades, fazendo com que professores e alunos ingressem no espaço
virtual. O jovem aluno não procura mais o conhecimento bem estruturado e
de fácil acesso nos livros didáticos, mas no imenso universo do hipertexto.
Diante dessa realidade, o aluno tem que reaprender a estudar e o professor
a ensinar. (Oliveira e Vigneron, 2005)
23
Ante ao exposto, vemos que não há mais como se afastar dessa realidade,
cabendo a cada profissional de educação a disposição de adentrar nessa “Era
Digital”, com a responsabilidade de romper alguns paradigmas, vencendo os seus
“medos”, até porque grande parte destes educadores foram formados distantes
dessa nova realidade digital, tendo a mesma como um grande desafio a ser
enfrentado.
24
2. A utilização dos recursos tecnológicos pelos professores
2.1 O Papel do Professor como Mediador
A sociedade atual vive cercada de vídeo games, caixas eletrônicos,
computadores, televisão, DVD, fornos de microondas, celulares e equipamentos de
todo tipo. Os alunos não só vivem numa era tecnológica avançada, como também já
nascem nesse mundo “do futuro”.
Diante disso, a metodologia limitada apenas ao uso do quadro pode
desmotivar o aluno que vive em constante contato com o mundo digital fora da
escola. Portanto é primordial uma maior interação dos mesmos com esses novos
recursos.
Porém estar inteirado com a modernidade em sala de aula não depende
apenas de equipamentos atuais e de ponta. Isto porque a interação que eles
permitem pede uma revisão de métodos tradicionais de ensino. Quanto mais se
mantiverem os hábitos os quais relegam ao aluno um papel meramente receptor,
menos diferença a tecnologia fará no aprendizado.
... Em muitas escolas os computadores ficam a maior parte do tempo
confinados as salas que só se abrem para aulas de informática, sem se
incorporar ao projeto pedagógico. É como deixar trancados os livros da
biblioteca ou limitar seu uso ao processo estrito da alfabetização.
(MENEZES e COSTA, 2008, p. 1)
Em contrapartida, a vida extra-escolar oferece inúmeras possibilidades de
interação com os recursos tecnológicos. Pode-se constatar isto na reportagem feita
pela emissora R74
(2010), veiculada em um site de vídeos na internet (youtube),
com o título “LAN HOUSE BRASILEIRA, MERCADO CRESCENTE”, onde destaca o
crescente número de lan-houses nos grandes e pequenos centros urbanos, sem
contar a quantidade de celulares por habitante e a familiaridade com que nossos
alunos lidam com as tecnologias recentes.
4
R7 – Emissora filiada à Rede Record de Televisão
25
Sendo esta realidade atual, não se pode afirmar que a tecnologia é nociva,
pois na verdade fornece conhecimentos úteis à vida pessoal e social. Ao contrário,
se bem utilizada ela só tem a somar no processo de aprendizagem.
Da mesma forma, esta gama de equipamentos e recursos, por si só, não
auxilia na resolução de problemas relacionados ao processo educativo nas escolas.
O professor é o responsável pelo elo entre o conhecimento e o uso dos recursos.
Esta complementação é essencial, pois a máquina não desempenha os papéis
específicos das pessoas.
... O educador que adota as novas tecnologias perde o posto de dono
absoluto do saber (como recomendam todos os especialistas), mas ganha a
função de coordenador da aprendizagem. Ele passa a dirigir as pesquisas
dos alunos, apontar caminhos, esclarecer dúvidas, propor projetos e, claro,
aprender mais. (FALZETTA, 2000, p. 55)
É importante lembrar que não basta a compra de computadores se não
houver treinamento adequado de pessoal e manutenção constante de hardware,
software e de “peopleware”. Talvez seja a falta de tais requisitos que levam alguns
professores a resistir às essas novas tecnologias, desprezando a utilização de
recursos os quais poderiam modificar e melhorar a sua prática.
Perrenoud (2000) destaca como uma das dez competências fundamentais do
professor, a de conhecer as possibilidades e dominar os recursos computacionais
existentes, cabendo-lhe atualizar-se constantemente, buscando novas práticas
educativas capazes de contribuir para um processo educacional qualificado.
Vale ressaltar que ser professor é visto como uma profissão extremamente
paradoxal (Barlow, 1999), compósita (Tardif & Lessard, 1999) e altamente complexa
(Doyle, 1986; Gauthier et al., 1997) por todos os pormenores vividos no seu
cotidiano. Tais adjetivos impõem inevitavelmente aos professores a obrigação de
estarem em constante estado de reflexão, a fim de analisar as situações
vivenciadas, o comportamento dos alunos e ao mesmo tempo procurar soluções
com o objetivo de amenizar as dificuldades ou problemas encontrados.
26
Tal afirmação é corroborada por Barlow:
O ensino é uma profissão tão paradoxal que quem a exerce deveria possuir,
ao mesmo tempo, as qualidades de estrategista e de tático de um general
do exército; as qualidades de planejador e de líder de um dirigente de
empresa; a habilidade e a delicadeza de um artesão; a destreza e a
imaginação de um artista; a astúcia de um político; o profissionalismo de um
clínico-geral; a imparcialidade de um juiz; a engenhosidade de um
publicitário; os talentos, a ousadia e os artifícios de um ator; o senso de
observação de um etnólogo; a erudição de um hermeneuta; o charme de
um sedutor; a destreza de um mágico e muitas outras qualidades cuja lista
seria praticamente ilimitada. (1999, p. 145-156)
Nesse contexto, o professor torna-se indispensável tornando-se orientador do
processo de aprendizagem, podendo dispor dos inúmeros métodos de ensino
(tecnologia, meios computacionais) para atender aos alunos de forma diversificada,
de acordo com suas necessidades.
Essa importância e relevância do papel do professor em sala de aula tornam-
se mais acentuadas quando se trata de alunos de séries iniciais, por estes não
possuírem independência na busca do conhecimento adquirido no espaço escolar.
Através da vivência com os outros (professores e alunos), importantes aquisições
ocorrerão, sendo essenciais ao desenvolvimento mental. Isso acontece pela
elaboração das informações recebidas do meio em que vive, através das pessoas
ao seu redor, influenciando diretamente no processo de aprendizagem. Neste
sentido, podemos dizer que nenhum conhecimento é constituído pela pessoa
sozinha, mas em parceria com os outros, os mediadores.
O mediador ajuda a concretizar um desenvolvimento ainda não atingido
isoladamente. Na escola o professor e os colegas mais experientes são os principais
mediadores.
O professor em consonância com a proposta pedagógica construtivista
sócio-interacionista, deve compreender o significado do processo de
aprendizagem através da construção do conhecimento, ter pleno domínio do
conteúdo que está sendo abordado e conhecer as possibilidades dos
softwares utilizados para, então, poder acompanhar o aluno nesse ambiente
e intervir adequadamente quando se fizer necessário.
(VALENTE, 1997, p. 21)
27
Os estudos recentes têm mostrado a relevância da afetividade no processo
de construção do conhecimento, pois para que este ocorra de forma satisfatória, o
ambiente escolar deve ser para o aprendiz um espaço de convivência prazerosa,
estimulando a interação com os demais.
Gomide (2007), diz que “muitas vezes, as crianças não estão preparadas
para entrarem na escola, pois essa entrada significa o primeiro afastamento da
família. Com isso o afeto da professora poderá ajudar muito a criança se interagir
com a escola e os colegas.”
Sendo assim, o professor é o principal elo entro o conhecimento e o aprendiz,
pois transmite confiança e o torna apto nas aprendizagens. Exercendo o papel de
mediador, este conduz o aluno a buscar o conhecimento fornecendo alternativas e
problematizações sem oferecer fórmulas e resultados prontos, instigando o mesmo a
buscar o conhecimento.
Desta maneira o conhecimento torna-se real e receptivo a múltiplos
resultados, pois a educação deste século requer conteúdos contextualizados com
uma boa dose de interação entre o aluno e o principal mediador do processo de
ensino/aprendizagem, ou seja, o professor.
28
2.2 O Professor Frente às Novas Tecnologias
Como foi dito anteriormente, para a construção do conhecimento do
educando atual no processo de ensino/aprendizagem, o professor assume o papel
de mediador e orientador, sendo um desafiador constante do aluno em busca de
informações novas e relevantes ao seu desenvolvimento.
Porém para que isso ocorra de forma satisfatória, o professor precisa estar
atento à realidade contemporânea, incluindo às novas tecnologias disponíveis a
serem utilizadas nas salas de aula, pois segundo Moran, Massetto e Behrens (2000)
através do uso de tais recursos, o educador pode trabalhar de maneira equilibrada a
orientação intelectual, emocional e gerencial do aluno. Isso porque, fazendo uso de
tais ferramentas é que o orientador irá desenvolver sua metodologia própria de
ensino, utilizando as tecnologias digitais com o objetivo de fazer com que o aluno
construa estruturas mentais as quais darão o suporte necessário para o uso das
novas tecnologias em qualquer situação cotidiana.
“... o professor que trabalha na educação com a informática há que
desenvolver na relação aluno-computador uma mediação pedagógica que
se explicite em atitudes que intervenham para promover o pensamento do
aluno, implementar seus projetos, compartilhar problemas sem apresentar
soluções, ajudando assim o aprendiz a entender, analisar, testar e corrigir
erros”.(MORAN, MASETTO e BEHRENS, 2000, p. 171).
No entanto observamos professores, em sua maioria, distante dessa
realidade pedagógica, com limitações metodológicas vinculadas ao ensino
tradicional, alienados à tecnologia e ao seu uso, tanto na sua prática pedagógica
quanto na sua vida cotidiana.
Torna-se essencial ao professor o redimensionamento e encurtamento de sua
relação com as novas tecnologias existentes, objetivando o domínio de tais
recursos, com a apropriação do seu conhecimento, sendo possível a reconstrução
de novos paradigmas, métodos e objetivos de forma geral e específica.
29
De acordo com Morán, Masetto e Behrens (2003), a teoria na educação está
muito além da sua prática, pois muito do que se prega, no dia-a-dia não é cumprido
por muitos fatores. Entretanto, quando o educador é motivado a trabalhar com
informática em sala de aula, o mesmo percebe-se um agente transformador da ação
pedagógica, tendo como conseqüência principal, a reestruturação de seus métodos
e didática.
Ainda segundo Morán, Masetto e Behrens (2003), um dos passos primordiais
na gestão tecnológica em sala de aula é o domínio técnico dos recursos disponíveis.
É a capacitação para saber usar, é a experiência a qual se adquire com a prática. Se
o professor só lida com o computador esporadicamente, demorará muito mais para
dominá-lo, caso contrário, ou seja, tendo-o sempre à disposição, a evolução na
aquisição de habilidades é significativa.
Tal domínio é importante por parte do professor, pois o mesmo poderá aliar
os conhecimentos tecnológicos às práticas pedagógicas, adequando seu trabalho às
individualidades dos educandos.
Mas o caminho do computador para a sala de aula passa pela
familiarização do professor com ele. Para o professor se familiarizar com o
computador, ele precisa usá-lo nas mais variadas atividades, mesmo que
elas não sejam de especial significado pedagógico nem voltadas para a sala
de aula. Quando os professores tiverem com o computador a intimidade que
hoje têm com o livro, descobrirão ou inventarão maneiras de inseri-lo em
suas rotinas de sala de aula, encontrarão formas de criar, em torno do
computador, ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem que
propiciarão aos alunos uma educação que os motivará tanto quanto hoje o
fazem os jogos computadorizados, os desenhos animados, os filmes de
ação e a música do rock. (CHAVES, 2007)
Vale salientar a extrema importância da capacitação do profissional de
educação em relação ao manuseio dos recursos tecnológicos disponíveis, isso
porque a falta de conhecimento pode acarretar uma desmotivação ao seu devido e
constante uso, além também da alienação do mesmo face a necessidade do
trabalho de interdisciplinaridade nas escolas, bem como a trabalhar com os alunos
de forma individual, o que poderá trazer melhorias à educação de cada indivíduo.
30
As aulas de informática podem propiciar aos alunos a oportunidade de
aprender dentro do seu próprio ritmo, permitindo ao aluno trabalhar
individualmente, em dupla ou em grupo. O professor deve fornecer as
informações e/ou orientações preliminares acerca da atividade que será
desenvolvida. Deve utilizar a interdisciplinaridade. Esta ocorre quando
diversas disciplinas estabelecem reciprocidade e igualdade para a solução
de um problema. É fundamentada na certeza de que a troca enriquece. Ao
tentar solucionar uma determinada situação, o aluno vai colocar em ação os
elementos teóricos de que dispõe sem se limitar, necessariamente, a um
único campo do conhecimento, reorganizando-os de maneira a perceber
uma solução ou uma nova necessidade. Por exemplo, os alunos que
desenvolvem atividades no computador necessitam conciliar, pelo menos,
alguns conhecimentos básicos de informática com outros específicos do
tema em que estão trabalhando. (MENDEL, 2009)
Sabemos que ser educador implica em estar em permanente atualização e
estudos, buscando sempre novas e relevantes informações, estando ciente da
relação entre os diferentes saberes (interdisciplinaridade). Isso inclui o conhecer o
que for relevante das diversas disciplinas, além de dominar as inúmeras
metodologias existentes e disponíveis, tais como computador, data show, internet,
etc. Ele precisa estar atento a tudo que lhe cerca, para, de uma forma mais
competente e direcionada, educar o aluno a utilizar e manusear da melhor forma
possível tudo que lhe disponibilizam.
Para Lima, Andrade e Damasceno (2009), “Os novos recursos tecnológicos
são para ajudar o professor no processo de ensino aprendizagem e cabe ao
professor perceber qual recurso deve, quando e como usar”
Diante do crescente uso dos recursos tecnológicos por parte do corpo
estudantil, nossos professores precisam cada vez mais se apropriar disso, utilizando
sua criatividade e visão pedagógica, no intuito de promover um ensino de melhor
qualidade. Para isso o educador conta com uma poderosa ferramenta de auxílio,
estudo e pesquisa, a internet. Através dela ele pode estar em constante contato com
o mundo, com as pessoas, trocando experiências e renovando a sua visão
pedagógica.
Ensinar com a Internet será uma revolução, se mudarmos simultaneamente
os paradigmas do ensino. Caso contrário servirá somente como um verniz,
um paliativo ou uma jogada de marketing para dizer que o nosso ensino é
moderno e cobrar preços mais caros nas já salgadas mensalidade.
(MORAN, 2008. p.8).
31
No entanto, temos ainda bastante resistência à utilização dessa ferramenta,
pois demanda de tempo para pesquisa e estudo, sendo ainda necessário um maior
e melhor planejamento das aulas, visto que a internet deve ser utilizada com cautela
para não prejudicar o desenvolvimento do aluno, isso porque a quantidade de
informações disponíveis é muito grande e pode-se cometer a falha de se trazerem
informações prontas a estes, sem instigá-los a ler e buscar o conhecimento próprio.
“[...] o homem está irremediavelmente preso ás ferramentas tecnológicas em
uma relação dialética entre a adesão e a critica ao novo”. (PAIVA, 2008. p.1).
“As novas tecnologias levarão o homem a uma evolução mais rápida e ao
conhecimento mais preciso. É necessário, apenas, dominá-las.” (LIMA, ANDRADE e
DAMASCENO, 2009).
Os professores têm, portanto, inúmeros desafios a serem enfrentados e
vencidos para se conseguir a evolução almejada no campo pedagógico/tecnológico,
como a quebra de alguns paradigmas educacionais, fuga do tradicionalismo, dentre
outros, porém o maior deles é o domínio das ferramentas tecnológicas, ou seja, a
disposição aos estudos constantes e permanentes.
Isto é reafirmado por Kenski (2007, p. 18) que fala acerca dos desafios da
educação: “o duplo desafio da educação: adaptar-se aos avanços tecnológicos e
orientar o caminho de todos para o domínio e a apropriação crítica desses novos
meios”.
32
3. METODOLOGIA
De acordo com a Enciclopédia digital Wikipédia (2010),
A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de
toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a
explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário,
entrevista etc), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão
do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de
tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa.
A presente monografia é constituída de algumas fases de estudos e
pesquisas, ambos no intuito de adquirir maior embasamento e entendimento ao
tema proposto, a fim de serem alcançados todos os objetivos previamente traçados.
A pesquisa teórico-bibliográfica foi a primeira a ser utilizada com o objetivo de
enriquecer e fundamentar melhor o entendimento acerca da importância do uso dos
recursos tecnológicos em sala de aula. Ela é o primeiro passo para uma efetiva
investigação, pois mediante a mesma é possível conhecer mais intimamente o tema
estudado, bem como construir uma metodologia apropriada para as fases
subseqüentes.
A importância da pesquisa bibliográfica é fundamental em qualquer trabalho
científico, pois tal pesquisa enriquece e influencia todas as etapas do
trabalho através do embasamento teórico, possibilitando levantamentos,
seleções, fichamentos e arquivamentos de informações relacionados à
pesquisa. (AMARAL, 2007, apud RAYALA, 2008 p. 36).
Esta fase da pesquisa foi feita através de estudos teóricos utilizando-se a
biblioteca do Campus VII, bem como publicações de artigos, monografias,
reportagens e entrevistas por intermédio da internet. Segundo Amaral (2007), apud
Rayala (2008) “...é imprescindível antecipar em todo e qualquer trabalho científico
uma esgotante pesquisa bibliográfica sobre o tema em estudo, e posteriormente
iniciar a coleta os dados” (p.36).
A fase subseqüente da pesquisa realizada corresponde à pesquisa de campo,
executada na Creche Escola Francesco Galli, para a obtenção de informações
33
imprescindíveis a este trabalho em relação ao uso dos recursos tecnológicos em
sala de aula, bem como as principais dificuldades em adotá-las no cotidiano
estudantil.
Essa etapa da pesquisa foi desenvolvida mediante a aplicação dos
questionários (apêndices 1 e 2) a serem interpretados de forma qualitativa e
quantitativa.
É importante ressaltar que as pesquisas Quantitativas e Qualitativas
oferecem perspectivas diferentes, mas não são opostas. De fato,
representam abordagens que podem ser utilizadas em conjunto, de acordo
com a necessidade em questão, obtendo assim mais informações do que
poderia se obter para cercar o mercado, se os métodos fossem utilizados
isoladamente. (MONFERRARI, 2010)
A pesquisa qualitativa é projetada exclusivamente para gerar dados
numéricos e percentuais. Tais dados permitem a confiança suficiente para a criação
de uma análise estatística do objeto estudado.
Entretanto essa pesquisa, apesar de ser exposta também de forma
quantitativa, direcionou uma maior atenção à pesquisa qualitativa, pois segundo
Minayo (1994), apud Miranda (2009) a pesquisa qualitativa foca uma realidade que
não pode ser quantificada ou medida, respondendo à questões mediante o ponto de
vista particular de cada indivíduo, “trabalhando com um universo de significados e
crenças e que correspondem a um espaço mais profundo das relações, dos
fenômenos que podem não ser reduzidos à operacionalização de variáveis.”
Já Chizzotti (2003), apud Miranda (2009), afirmam que:
A pesquisa qualitativa refere-se a um trabalho empírico, por meio do
desenvolvimento de uma pesquisa de campo que visa reunir e organizar um
conjunto comprobatório de informações, sendo que as informações retiradas
desta pesquisa são documentadas, abrangendo qualquer tipo de informação
disponível, escrita, oral, gravada ou filmada, que se preste para
fundamentar o relatório do caso que será, por sua vez, objeto de análise
crítica pelos informantes ou qualquer interessado.
A pesquisa de campo foi realizada com os gestores, coordenador e
professores que atuam na Creche Escola Francesco Galli, situada à Rua Milão, s/n,
34
Vila Itália, Bonfim III, Senhor do Bonfim-BA. A mesma é mantida por um grupo de
italianos, através de uma ONG5
, em convênio com a Prefeitura Municipal local que
cedem os profissionais para o ensino. Foram aplicados um total de 08 questionários,
dentre os quais, 03 foram direcionados ao corpo gestor e coordenação e os outros
05 direcionados aos professores. O questionário aplicado aos gestores e
coordenador é composto de 08 questões, contendo perguntas acerca da escola e
dos profissionais que ali trabalham, em relação às questões tecnológicas. Já o
questionário dos professores é composto de 12 questões, com perguntas também
acerca da escola e da prática cotidiana de cada indivíduo entrevistado, frente às
tecnologias. Esse período da pesquisa iniciou-se em meados de julho do corrente
ano, com a distribuição dos questionários elaborados contendo questões subjetivas,
a fim de facilitar a discussão e análise dos dados e para que os entrevistados
pudessem responder com clareza às questões propostas.
O principal objetivo do trabalho é questionar a atuação da escola, e
principalmente do professor em sala de aula no que tange o uso freqüente dos
recursos tecnológicos e da forma como estes auxiliam os alunos no processo de
aprendizagem dos conteúdos.
Após a aplicação, foram recolhidos os questionários devidamente
respondidos e as informações obtidas estão apresentadas em forma de análise,
discussão dos dados e tabelas a respeito das questões propostas, conforme
apêndices.
Inicialmente foram analisados os questionários dos gestores e coordenador,
seqüenciado pelos professores, seguindo o mesmo processo de apresentação e
estudo. As questões mais relevantes foram apresentadas na análise de dados, em
forma de tabelas demonstrativas das informações obtidas, seguidas de comentários,
aliados ao conhecimento teórico, com opiniões acerca dos problemas detectados
mediante relatos obtidos, onde transcrevemos algumas falas e elucidamos valores
percentuais, a fim de se chegar a um resultado satisfatório.
5
Organização não-governamental sem fins lucrativos. Estas organizações podem ainda
complementar o trabalho do Estado, realizando ações onde ele não consegue chegar, podendo
receber financiamentos e doações do mesmo, e também de entidades privadas, para tal fim.
35
4. ANÁLISE DOS DADOS
A Análise de Dados consiste na exploração máxima dos mesmos para se
poder identificar os aspectos mais relevantes no intuito de chegar ao objetivo
traçado inicialmente, ou seja, consiste em transformar as informações obtidas em
dados úteis para a a evolução do que foi pesquisado, tanto quantitativamente quanto
qualitativamente. Através desta pesquisa, mediante entrevista, foram indentificados
as principais características da Creche Escola Francesco Galli no que diz respeito
ao uso das tecnologias em sala de aula.
Segundo Rayala (2008):
A análise de dados é construída através de relatos obtidos de questionário
desenvolvido pelos sujeitos pesquisados, onde são feitos transcrições das
resoluções, construções gráficas para elucidar valores numéricos e
comentários fundamentados sobre cada pergunta e resposta realizada aos
objetos de pesquisa, portanto constando eventos essenciais ao trabalho.
(pg. 38)
Os sujeitos pesquisados consistem em oito funcionários, dentre eles
professores e gestores, bem como a coordenadora da escola. Inicialmente serão
apresentados e analisados os dados referentes à direção e coordenação da Creche
Escola Francesco Galli. Os entrevistados em questão serão identificados por D1, D2
e D3, respectivamente. Posteriormente mostraremos os resultados adquiridos nas
entrevistas com os professores da referida escola, onde os mesmos serão
identificados por P1, P2, P3, P4 e P5.
O período de execução de coleta de dados aconteceu entre os dias 08 e 24
de julho de 2010, primeiramente com a entrevista dos gestores e da coordenadora,
tendo como seqüência a entrevista dos professores, ambos realizados através de
questionários de perguntas subjetivas (apêndices 1 e 2), no intuito de obter-se a
maior quantidade de dados possíveis para uma análise melhor da realidade.
Vale ressaltar que os questionários foram elaborados de forma minuciosa, a
fim de instigar os entrevistados a mostrarem a realidade da escola no que diz
36
respeito ao uso cotidiano das tecnologias em sala de aula, através de suas próprias
palavras.
4.1 RESULTADO DOS QUESTIONÁRIOS À DIREÇÃO/COORDENAÇÃO
Tabela 1 – RECURSOS TECNOLÓGICOS ADEQUADOS E EM QUANTIDADE
SUFICIENTE PARA A DEMANDA
DIREÇÃO/COORDENAÇÃO SIM NÃO
D1 X
D2 X
D3 X
TOTAL APROXIMADO (%) 33,3% 66,6%
Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
Na tabela acima percebemos uma certa contradição nas informações ou até
mesmo no ponto de vista dos entrevistados, uma vez que um desses acha a escola
possuidora recursos tecnológicos adequados e em quantidade suficiente para
atender à demanda, e os outros dois discordam, diagnosticando como insuficientes
os recursos disponíveis da escola ou por não atenderem à toda demanda ou por
serem inadequados. O entrevistado D3 disse que: “Sim, a escola possui.” Já o
entrevistado D1 disse: “possui recursos tecnológicos, porém não o suficiente para
atender a todos”
No processo educativo é primordial que as escolas estejam devidamente
equipadas para o atendimento docente e discente, até porque como poderá um
professor desenvolver a sua metodologia da forma planejada e satisfatória se não
existirem os recursos adequados e em quantidade suficiente?
De acordo com Brasil, Moro e Santarosa (2005), para modificar a situação
das nossas escolas, é preciso investir na educação e em recursos para os
ambientes de aprendizagem os quais são suporte na extensão da sala de aula, tais
como laboratórios e bibliotecas.
37
Starobinas, (2006), em trecho da entrevista à Revista Virtual Viva São Paulo
disse:
Um simples micro e datashow na sala de aula pode fazer muita diferença –
auxiliar os professores a inserir mais imagens em suas aulas, dar destaque
ao trecho de um texto discutido, preparar apresentações provocativas para
estimular o debate em sala de aula, etc.. Uma sala de informática bem
aparelhada pode permitir o desenvolvimento de excelentes projetos – que
precisam ser bem preparados previamente pelos professores.
Entendemos assim que a Creche Escola Francesco Galli possui recursos
tecnológicos, entretanto não são suficientes para atender toda a demanda,
carecendo de maior investimento no sentido de aquisição dos mesmos.
Tabela 2 – CURSOS DE CAPACITAÇÃO PARA MANUSEIO DOS
EQUIPAMENTOS
DIREÇÃO/COORDENAÇÃO SIM NÃO
D1 X
D2 X
D3 X
TOTAL (%) 100% 0%
Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
Acerca da promoção de cursos de capacitação e treinamento dos professores
para usarem os recursos disponíveis, as respostas foram unânimes, no sentido de
que a escola promove tais eventos, tendo como objetivo a qualificação dos
profissionais para o manuseio.
Ainda de acordo com Brasil, Moro e Santarosa (2005), faz-se necessária a
capacitação dos professores dando-lhes condições mínimas de conhecer os
recursos disponíveis e seu potencial, bem como compreender melhor o seu aluno,
suas limitações, dificuldades e superações. Há necessidade de uma mudança nas
formas de aprender e ensinar, buscando alternativas para a inclusão dos mesmos
no processo de ensino-aprendizagem.
38
Os entrevistados concordam plenamente com a visão de Brasil, Moro e
Santarosa (2005), pois entendem como essencial a promoção de cursos de
capacitação. No ponto de vista de D1 “é importante para subsidiar mecanismos de
capacitação para os educadores terem as condições mínimas necessárias para
implementar uma educação eminentemente significativa”. Já D3 diz que a
capacitação é importante porque o “... saber manusear esses recursos facilita o
trabalho do profissional de educação”.
De acordo com os entrevistados, a escola promove ainda a troca de
informações e experiências, entre os educadores, acerca do uso dos recursos
tecnológicos em sala de aula. Segundo eles, elas acontecem sempre às sextas-
feiras, nas atividades educativas previamente planejadas, bem como também nas
reuniões de coordenação, onde ocorrem as discussões sobre as vivências no
período semanal das aulas, apresentando-se sugestões e soluções aos possíveis
problemas surgidos.
Segundo Modesto (2003) a participação em fóruns de discussão permite aos
educadores a interação entre os colegas de profissão, tanto no que se refere à troca
de informações e discussão de cunho teórico, quanto à resolução conjunta de
problemas. Com isso permitem-se a expressão, discussão e contraposição de
idéias entre os sujeitos, e isso é um recurso que promove a aprendizagem e a
evolução da educação.
Tabela 3 – PLENO DOMÍNIO DOS RECURSOS DISPONÍVEIS PELOS
PROFESSORES
DIREÇÃO/COORDENAÇÃO SIM NÃO
D1 X
D2 X
D3 X
TOTAL APROXIMADO (%) 33,3% 66,6%
Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
39
Percebemos uma divergência de opiniões entre os entrevistados, mas a
maioria destes avalia os professores como não dominadores plenos dos recursos
tecnológicos disponíveis. Em relação a isso D1 disse que: “como existe uma
rotatividade constante dos profissionais, os cursos de capacitação oferecidos não
tem uma prática continuada com os mesmos”. Segundo a maioria deles, esse é o
fator principal que tem gerado o despreparo por partes dos professores nesse
sentido. O entrevistado D3 afirma que ainda contam bastante a falta de experiência
e de “traquejo” com os recursos, bem como a falta dos recursos suficientes pelo fato
do alto custo dos mesmos.
Em nada contribui para o ensino o fato de se ter computadores de última
geração e programas modernos, caso os educadores não os domine. Como já foi
exemplificado anteriormente, e segundo Perrenoud (2000), uma das competências
fundamentais do professor é a de conhecer as possibilidades e dominar os recursos
computacionais existentes, cabendo ao mesmo atualizar-se constantemente,
buscando novas práticas educativas que possam contribuir para um processo
educacional qualificado.
Os entrevistados ainda afirmaram que na escola possui um profissional de
apoio para o uso dos recursos disponíveis. Segundo D2 o referido apoio limita-se
apenas na digitação de Projetos e Trabalhos da escola, no entanto D1 e D3 afirmam
que o mesmo auxilia devidamente na utilização e manuseio dos recursos
tecnológicos disponíveis, sempre que necessário. Certamente a falta de experiência
e de “traquejo” no manuseio dos equipamentos poderá perfeitamente ser
minimizada, e até mesmo extinta, através do auxílio desse profissional
Tabela 4 – IMPORTÂNCIA QUE A ESCOLA ATRIBUI AO USO DOS RECURSOS
TECNOLÓGICOS EM SALA DE AULA
DIREÇÃO/COORDENAÇÃO IMPORTANTE NÃO TÃO IMPORTANTE
D1 X
D2 X
D3 X
TOTAL (%) 100% 0%
Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
40
Acerca da importância que a escola atribui ao uso dos recursos tecnológicos,
todos afirmaram ser extremamente importante, tendo D1 dito ser “fundamental nas
atividades cotidianas”. Também é citado pelo entrevistado que pelo uso de tais
recursos nota-se uma melhora bastante significativa no desempenho do aluno, pois
traz uma motivação extra ao mesmo. D2 observa nos alunos que utilizam esses
recursos cotidianamente, mais desenvolvimento intelectual.
As Tecnologias da Informação e Comunicação trazem novos componentes
ao mundo educacional: a informação é encontrada em maior quantidade, é
possível ter contato com outros colegas, outros professores, especialistas
em várias áreas do conhecimento. É muito mais fácil propor projetos de
estudo que não usem só a prova escrita como estratégia de avaliação.
Exposições fotográficas, filmes, construção de sites, tudo isso pode ajudar a
enriquecer a experiência educacional. (STAROBINAS, 2006)
Temos, portanto, na escola, uma direção e coordenação consciente da
importância e relevância do uso dessas novas metodologias em sala de aula, pois
mediante estas poderemos enriquecer e maximizar o processo de ensino-
aprendizagem, tornando mais motivador tanto aos alunos quanto ao professor.
Tabela 5 – DEMONSTRAÇÃO DE INTERESSE DOS PROFESSORES AO USO
DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS EM SALA DE AULA
DIREÇÃO/COORDENAÇÃO SIM NÃO NEM SEMRE
D1 X
D2 X
D3 X
TOTAL (%) APROXIMADO 33,3% 33,3% 33,3%
Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
Pelo exposto, observamos ser a aula expositiva o recurso mais utilizado pelos
professores. Certamente nem tudo o que prega a tendência tradicional deverá ser
desprezado, contudo faz-se necessário dar-lhe uma reestruturada metodológica,
oportunizando ao aluno a vez de participar, opinar, inferir e etc., tendo em mente a
questão do conhecimento como algo a ser construído e alcançado, sendo possível
chegar a bons resultados através de variados caminhos.
41
Segundo Graça (2007), a utilização das tecnologias no sistema educativo
deve visar um horizonte de atuação dos professores o qual não se limita à simples
melhoria da eficácia do ensino tradicional ou à mera utilização tecnológica escolar,
através dos meios informáticos, mas instigar o aluno a construir e buscar o próprio
conhecimento. Na grande maioria das vezes, o não uso do computador e demais
recursos tecnológicos se dá pela falta de motivação e da devida preparação do
professor para adequar estes novos recursos às disciplinas ensinadas.
Notamos uma realidade escolar onde, na visão do corpo gestor/coordenador,
se possui os requisitos mínimos para a implantação constante e devida do uso das
novas tecnologias em sala de aula, uma vez que a mesma detém de recursos
tecnológicos na qual podem ser usados, sempre que possível e necessário, apesar
de insuficientes para toda a demanda. Há ainda cursos de capacitação aos
profissionais de educação e possuem técnico de informática especializado no
manuseio dos referidos equipamentos. Em contra partida notamos a falta de
continuidade no trabalho de capacitação dos educadores, justamente por conta da
rotatividade dos profissionais, causando a falta de domínio pleno das ferramentas
disponíveis para uso. Vale salientar que os professores nem sempre demonstram o
interesse em utilizar tais recursos, limitando a sua metodologia de trabalho.
42
4.2 RESULTADO DOS QUESTIONÁRIOS AOS PROFESSORES
Tabela 6 – RECURSOS TECNOLÓGICOS ADEQUADOS E EM
QUANTIDADE SUFICIENTE PARA A DEMANDA
PROFESSOR SIM NÃO O SUFICIENTE
P1 X
P2 X
P3 X
P4 X
P5 X
TOTAL (%) 40% 60%
Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
Percebemos na tabela acima que no ponto de vista de 40% dos
entrevistados, a escola possui os recursos necessários para a realização dos
trabalhos de forma satisfatória e em quantidade suficiente. Por outro lado 60% dos
professores acreditam terem recursos tecnológicos adequados, porém em
quantidade insuficiente para o devido atendimento de toda a demanda da escola.
O professor P5 exemplifica que a escola possui “TV, DVD, Data-show,
Computador, Som”, mostrando a diversidade de recursos disponíveis a todos
educadores. Todavia P4 diz que “a escola possui recursos tecnológicos sim, mas
não o suficiente para atender a toda a demanda”.
Sabemos que nossos alunos vivem em uma sociedade informatizada, onde
nos deparamos a todo o instante com as tecnologias em nosso cotidiano (internet,
celular, dvd, tv, câmera digital, vídeo game, etc.), fazendo-se necessário portanto
que as escolas se adequem a essa realidade, orientando os educandos acerca dos
benefícios do uso de tais tecnologias, ensinando-os a explorá-los da melhor forma
possível, sempre no intuito de toná-los cidadãos capazes de pesquisar, ler,
entender, buscar e construir o seu próprio conhecimento.
43
Tabela 7 – USO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS DISPONÍVEIS
PROFESSOR FREQUENTEMENTE ÀS VEZES NUNCA
P1 X
P2 X
P3 X
P4 X
P5 X
TOTAL (%) 80% 20% 0%
Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
No que diz respeito ao uso de recursos tecnológicos, os professores foram
quase unânimes nas suas respostas, informando que utilizam os mesmos por
acreditarem na diversificação das atividades, tornando as aulas mais dinâmicas e
prazerosas.
Vejamos o que disse o professor P4 a esse respeito: “uso os recursos
tecnológicos, principalmente computadores, sala de TV e vídeo, além de aparelho
de som”. O professor P5 disse que utiliza tais recursos porque “... tornam as aulas
mais dinâmicas e prazerosas”
O professor P2 apresentou algumas restrições ao uso de certos recursos, em
virtude de inaptidão e insegurança. Nota-se a grande necessidade das capacitações
para o manuseio dos recursos e as trocas de experiências entre os profissionais no
intuito de aumentar as possibilidades de utilização destes no desenvolvimento das
aulas.
Stelmaki e Teruya (2009) dizem que a inclusão digital nas escolas deve ser
constante, porém não pode se limitar apenas em colocar computadores e outras
tecnologias na sala de aula, mas deve ter como objetivo a melhoria da qualidade de
ensino e da aprendizagem, tendo sempre como meta principal a formação de
cidadãos críticos, capazes de compreender as implicações positivas e negativas das
tecnologias.
44
Nesse sentido temos que a maioria dos profissionais da educação desta
escola já estão no rumo certo para a “quebra da monotonia” em sala de aula,
utilizando-se dos mais diversos métodos tecnológicos, aumentando a possibilidade
de aprendizado, ou seja, na visão dos educadores entrevistados é costumeiro o uso
dos recursos tecnológicos disponíveis, por acreditarem na mudança para esse tipo
de metodologia a qual desperta maior interesse por parte dos alunos, gerando
euforia nos mesmos, dinamizando as atividades propostas, maximizando o processo
de aprendizagem.
Tabela 8 – CURSOS DE CAPACITAÇÃO PARA MANUSEIO DOS
EQUIPAMENTOS
PROFESSOR SIM NÃO
P1 X
P2 X
P3 X
P4 X
P5 X
TOTAL (%) 80% 20%
Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
Em relação à promoção de cursos de capacitação para os professores, os
entrevistados responderam, em sua maioria, já terem recebido treinamento para
esse fim, contudo o professor P5 afirmou nunca ter recebido treinamento algum,
provavelmente pela rotatividade constante que a escola sofre em relação aos
educadores, como foi citado anteriormente na análise do corpo gestor e
coordenação.
Segundo Moran, Masetto e Behrens (2003) um dos passos primordiais na
gestão tecnológica em sala de aula é o domínio técnico dos recursos disponíveis. a
capacitação para saber usar, é a experiência cuja aquisição provém da prática
cotidiana.
45
A capacitação é pontuada pelos educadores entrevistados, os quais
concordam plenamente acerca da necessidade da mesma, afirmando inclusive ser
de fundamental importância para o bom desenvolvimento e desempenho do
professor em sala de aula, até porque é somente através de treinamento e prática
que se adquire a experiência necessária à evolução profissional e conseqüente
alcance dos objetivos traçados. É o que diz o professor P4: “A capacitação nos torna
profissionais ainda mais capacitados e comprometidos, com uma boa metodologia
de ensino e bom desempenho nas atividades”. O professor P5 afirmou que: “A
capacitação é importante pois através dela nos sentimos preparados para o
manuseio dos recursos”.
É importante os educadores estarem sempre abertos às inovações
tecnológicas e metodológicas objetivando principalmente garantir ao aluno o acesso
à educação e informação, e não somente utilizando os recursos disponíveis, sem ter
segurança, simplesmente para demonstrar que está atualizado, mas capacitando-se
e interagindo com os mesmos. Com isso o professor reaprender a ensinar, tornando-
se um profissional mais maleável à modernidade.
Da mesma forma que responderam os diretores e coordenadores, no sentindo
da promoção de momentos de trocas de experiências, os professores afirmaram que
os mesmos ocorrem sempre às sextas-feiras, nos momentos de planejamento
semanal com a coordenadora da escola, onde se relatam o uso dos recursos
tecnológicos a fim de que todos possam compartilhar tudo o que foi vivenciado
durante a semana, sempre objetivando à oitiva de diversas opiniões para uma maior
evolução de suas respectivas metodologias.
a possibilidade de refletir e discutir com outros docentes, com fundamento
em abordagens teóricas a respeito da inserção desse recurso em atividades
de sala de aula, poderá proporcionar segurança ao professor quando ele se
colocar frente a essa atuação pedagógica que foge dos convencionais, giz e
lousa. (GABINI e DINIZ, 2009)
46
Tabela 9 – ACESSO A SOFTWARE REFERENTE A CONTEÚDOS
TRABALHADOS EM SALA DE AULA
PROFESSOR SIM SIM MAS NÃO UTILIZO NÃO
P1 X
P2 X
P3 X
P4 X
P5 X
TOTAL (%) 20% 40% 40%
Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
O acesso aos softwares ainda é bastante restrito, distante do que se almeja
para uma maior influência da informática no cotidiano escolar, e principalmente em
sala de aula. O computador se devidamente utilizado como recurso pedagógico
auxilia o educador no processo de ensino e aprendizagem, facilitando a explanação
dos conteúdos aos alunos, instigando-os a participarem mais ativamente das aulas,
oferecendo um maior suporte na construção do seu próprio conhecimento.
Vale a pena ressaltar que o computador “não é o detentor do conhecimento,
mas uma ferramenta tutorada pelo aluno”, (ALMEIDA, 2000, p. 32). Portanto é
imprescindível a intervenção humana na utilização dessa ferramenta para que a
mesma cumpra o seu papel metodológico, principalmente do professor pois precisa
estar ciente da sua relevância nesse sentido, propiciando ao alunado as ferramentas
essenciais para o aprendizado.
Para que isso ocorra, não é suficiente apenas saber manusear os
equipamentos tecnológicos e o computador. Faz-se necessário, contudo, o mínimo
conhecimento acerca dos diferentes tipos de softwares existentes e disponíveis, pois
são eles que auxiliarão efetivamente o educador, uma vez que, sem esses
programas o computador não funciona. Portando o professor, antes de tudo, precisa
conhecê-los, analisá-los e explorá-los possivelmente para serem utilizados em
determinados momentos ou determinados conteúdos, a fim de que se cumpra o
propósito da aprendizagem.
47
Conforme Valente (1998), o conhecimento acerca dos softwares é bastante
interessante e pertinente, pois facilita a compreensão da função do computador e
suas respectivas limitações, bem como a influência que o mesmo pode exercer no
processo de construção do conhecimento.
Tendo na escola um profissional especializado na área de informática, o qual
se dispõe sempre no auxílio e manuseio dos recursos tecnológicos, a não utilização
ou a falta de acesso a softwares educativos poderia ser minimizado, se feito através
de um trabalho em grupo, com o intuito de “abrir o leque” de opções metodológicas,
motivando assim à sua devida utilização constante.
Tabela 10 – IMPORTÂNCIA ATRIBUÍDA PELA ESCOLA AOS RECURSOS
TECNOLÓGICOS
PROFESSOR GRANDE IMPORTÂNCIA PEQUENA IMPORTÂNCIA
P1 X
P2 X
P3 X
P4 X
P5 X
TOTAL (%) 100% 0%
Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
Pelas informações colhidas, detectamos que a direção investe razoavelmente
bem na aquisição de recursos, buscando sempre o melhor para a escola,
professores e alunos, prezando sempre pelo cuidado e conservação dos
equipamentos adquiridos, dando importância significativa ao uso cotidiano dos
mesmos. P1 relata: “a escola dá muita importância, pois adquire os recursos para
auxiliar os professores”. P2 afirma que “a escola preocupa-se com o zelo dos
recursos”.
48
Segundo os entrevistados, os principais resultados desse investimento são
um maior desenvolvimento dos alunos e a maior motivação destes em participar
mais ativamente das aulas. O professor P1 afirma: “os alunos reagem com
empolgação às aulas mais interativas”. Já o professor P4 disse que: “...os alunos
ficam animados e muito contentes, já que se empolgam com as atividades
inovadoras...”. Na visão de P5 “Os alunos sentem mais prazer e prestam bem mais
atenção nas aulas”.
Knave (1997) diz que o uso das tecnologias deixa a aula mais agradável para
os estudantes, fazendo da escola um ambiente mais agradável, tornando-os mais
motivados e concentrados, possibilitando, assim, um maior desenvolvimento,
interação e solidariedade.
Tabela 11 – EXISTE EMPECILHO PARA O USO FREQUENTE DOS RECURSOS
TECNOLÓGICOS?
PROFESSOR SIM NÃO
P1 X
P2 X
P3 X
P4 X
P5 X
TOTAL (%) 40% 60%
Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
Apesar de todo o investimento e esforço realizado pela direção da escola na
aquisição de novos equipamentos tecnológicos, 40% dos professores acreditam
terem empecilhos para o uso constante dos mesmos em sala. Destacaram que o
principal empecilho para tal é a questão da falta de recursos em quantidade
suficiente para atender toda a demanda, tendo como exemplo o número de
computadores reduzido. Como foi destacado anteriormente, a escola possui boa
diversidade de recursos inovadores e interativos, porém ainda em quantidade
insuficiente para atender toda a demanda. Segundo P2 há empecilho “sim, não há
49
recursos suficientes para tal”. P4 corrobora com o comentário anterior afirmando que
existe impedimento “porque não há recursos suficientes para todos”. Por outro lado,
60% destes acreditam não haver qualquer empecilho para o uso frequente desses
recursos em aula, sendo todos eles bem diretos em suas respostas, informando que
“não existe empecilho” (P1, P3, P5)..
Para extinção do problema levantado, faz-se necessário a aquisição de
recursos tecnológicos em maior quantidade, isso porque observamos que existe
diversidade de equipamentos como data show, TV, DVD, som, etc, entretanto tem
faltado quantidade suficiente para o constante e devido atendimento a todos.
Tabela 12 – POSSUI RECURSOS TECNOLÓGICOS EM CASA?
PROFESSOR SIM NÃO
P1 X
P2 X
P3 X
P4 X
P5 X
TOTAL (%) 80% 20%
Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
Dentre os professores entrevistados, 80% destes afirmam possuir recursos
tecnológicos em casa, porém nem todos os usam com freqüência e com o objetivo
de estudo e capacitação. Apenas metade destes os utilizam com a finalidade de
pesquisa, os outros o fazem apenas para o seu lazer e diversão. P2 e P3 afirmam
terem “computador com internet”, P4 possui “TV, DVD, aparelho de som e
computador”. Já P5 afirmou não possuir recurso tecnológico algum. Entretanto a
compreensão de recursos tecnológicos por parte dos entrevistados parece limitada
apenas à ferramenta do computador, pois 20% destes afirmam não possuir qualquer
recurso tecnológico, algo muito raro na sociedade em que vivemos, e outros 40%
afirmam possuir unicamente computador como tecnologia, desprezando a provável
50
posse de outras ferramentas muito importantes como a TV, DVD, aparelho de som,
máquinas digitais, celulares, etc.
Para Moran, Masetto e Behrens (2003) é imprescindível o uso constante dos
recursos tecnológicos cotidianamente, principalmente do computador. Ainda
segundo ele o professor deve ter o domínio da máquina, capacitando-se para saber
usar, adquirindo experiência que só vem pela prática. Alega ainda que se o
professor só toca no computador uma vez por semana demorará muito mais para
dominá-lo do que se tivesse em constante uso.
Vale ressaltar que os recursos tecnológicos/tecnologias estão em contínua
evolução, sendo inovados constantemente, através de novos
equipamentos/ferramentas. Se o contato do educador com essas tecnologias se
limitar apenas ao uso esporádico, o domínio dos mesmos se tornarão cada vez mais
limitado, uma vez que estarão sempre em atraso em relação à evolução contínua
destes.
Tabela 13 – SENTE-SE APTO E SEGURO PARA TRABALHAR COM RECURSOS
TECNOLÓGICOS?
PROFESSOR SIM NÃO COM ALGUNS
P1 X
P2 X
P3 X
P4 X
P5 X
TOTAL (%) 40% 40% 20%
Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
A maior prova da falta de uso constante do computador e demais recursos por
parte dos professores no seu cotidiano é a tabela acima, uma vez que 40% destes
sentem-se ainda inseguros e inaptos ao trabalho, utilizando essas novas
tecnologias. De acordo com P2 precisa-se de ajuda para a realização desses
51
trabalhos, P4 disse que necessita da colaboração de outros membros da escola
para o manuseio dos referidos equipamentos. Já P5 diz ter domínio de alguns
recursos como o computador, porém deixa a desejar nos demais.
Com isso vemos que os referidos professores precisam ainda de uma maior
prática educativa no sentindo de interação com as novas metodologias, com o intuito
de aquisição de experiência no manuseio dos equipamentos, bem como do
conhecimento do extenso poderio que essas novas ferramentas podem trazer em
benefício da educação, se bem trabalhadas.
Para Stelmaki e Teruya (2009, pg. 08) “atualmente, quem não está
familiarizado com as tecnologias de informação e comunicação é considerado um
“analfabeto tecnológico”.” É necessário que a escola ofereça o acesso a esta
realidade tecnológica como ferramenta educacional. Para isso é fundamental a
formação contínua e constante dos professores, tornando-os capazes de utilizar os
recursos tecnológicos de forma crítica e segura para transformar as informações
disponíveis em conhecimento para os alunos
52
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa monográfica apresenta um estudo referente ao uso dos
recursos tecnológicos/informática e sua aplicação em sala de aula da Creche Escola
Francesco Galli.
Este trabalho não pretende solucionar todos os problemas detectados
durante a referida pesquisa, mas possivelmente despertará o corpo gestor a saná-
los de forma gradativa, bem como auxiliará o professor em sua prática pedagógica,
pois oferece subsídios e suporte teórico para uma segurança na escolha do uso
freqüente dos recursos tecnológicos.
Sabemos que a escola é composta por diversos alunos, contudo, há a
necessidade de se observar que nem todos possuem o mesmo ritmo de
aprendizagem, não se podendo tratar a todos como iguais. Na educação
contemporânea enfrentamos o desafio da busca por uma escola mais justa que
valorize diferenças individuais e construa novas formas de ser e de atuar em
educação.
Na sociedade em que vivemos, estamos constantemente rodeados de
tecnologias por toda a parte, em casa, nos centros comerciais, no trabalho, e a
escola não pode fugir dessa realidade. Portanto, faz-se necessário o uso cada vez
mais freqüente dos recursos tecnológicos em sala de aula, no intuito de orientar os
alunos na busca do próprio conhecimento, motivando-os e instigando-os. Os
professores têm papel decisivo nisso, pois são os responsáveis pelo contato direto
com os alunos, sendo primordial o conhecimento das tecnologias por parte destes,
as trocas de experiências entre os colegas e o devido treinamento.
Starobinas, (2006) afirma:
Acho que conhecer o que é o mundo digital traz grandes ganhos para os
educadores, pois ele também cria suas redes, e tem muito o que aprender
com outros colegas, com o contato com outros materiais, etc. Também pode
ter seu trabalho divulgado e reconhecido, para além do espaço de sua
53
escola. Ao se apropriar destas tecnologias, o educador transitará mais
facilmente pelo seu uso com as crianças. Não é um "transmitir", é um
"produzir conjuntamente". Neste sentido, tanto professores como alunos
aprendem, e isso é uma das situações mais importantes quando falamos
em educação.
Nesse sentido, observamos que a Creche Escola Francesco Galli tem
tentado se adequar a esta realidade, uma vez que possui, apesar de insuficientes
para a demanda, os recursos tecnológicos necessários para uma mudança
significativa na sua metodologia, objetivando uma maior interação dos alunos, com
os conteúdos, com a escola, professores, demais colegas de turma, aumentando
assim o aprendizado. Tem promovido cursos de capacitação, sempre que possível
ao corpo docente da escola, no entanto é preciso que essa capacitação seja
contínua, vez que esse corpo tem sofrido bastante com a rotatividade dos
profissionais, ocasionando inaptidão, insegurança e restrições por parte de alguns
destes ao uso freqüente dos recursos tecnológicos em sala de aula. Esses
educadores, portanto, carecem de maior contato com as tecnologias, não apenas
para o lazer, mas para a busca e conhecimento acerca das diversidades de
tecnologias existentes, do poderio de exploração dos mesmos, bem como dos
softwares disponíveis no mercado para o devido uso escolar.
O uso dos recursos tecnológicos no currículo pode representar um novo
caminho para o aprendizado, pois desse modo a escola mostra atratividade e os
alunos podem aprender com mais significação, pois do contrário, a aprendizagem é
compreendida como uma aquisição mecânica, o que acaba transformando essa
prática num ato de sacrifício, sem desejo e prazer.
54
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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57
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Disponível em <www.nied.unicamp.br/~dafe/download/cap1.doc>. Acesso em
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VILARINHO, Sabrina. A tecnologia e a sala de aula. 2010. Disponível em
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WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa das desigualdades digitais no Brasil, 2007,
disponível em <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em 31/07/2010.
WITTMANN, Tatiana. Mapa da exclusão digital. Publicado em 16/04/2003.
disponível em <http://www.fgv.br>. Acesso em 31/10/2009.
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  • 1. 1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII Curso de Licenciatura em Matemática O Uso das Tecnologias/Informática nas aulas da Creche Escola Francesco Galli Thiago Virgilio Victor dos Santos Senhor do Bonfim 2010
  • 2. 2 Thiago Virgilio Victor dos Santos O Uso das Tecnologias nas aulas da Creche Escola Francesco Galli Monografia apresentada ao Departamento de Educação, da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, como requisito parcial para a obtenção do título de licenciado em Matemática. CONCEITO: _______________________________________________________ BANCA AVALIADORA Prof. (a) 1: ________________________________________________________ Prof. (a) 2: ________________________________________________________ Prof. (a) 3: ________________________________________________________ Professor Orientador: Geraldo Caetano Senhor do Bonfim 2010
  • 3. 3 DEDICATÓRIA Dedico essa tão almejada vitória à memória do colega Amadeu Nascimento, a meus familiares, em especial aos meus pais Cefas Alves e Dionê Victor, aos meus irmãos Hyggor Victor e André Victor, aos meus sobrinhos Lucas Victor, Kaiky Victor e Letícia Victor, que tanto participaram dos grandes momentos, de alegrias e tristezas, dos sonhos e realidades, fazendo-me muitas das vezes persistir quando queria jogar tudo pro alto. A vocês, que me ajudaram a continuar nesta jornada incansável, concedendo-me além do importante apoio, o maior carinho e amor. A vocês, que entenderam a abdicação e o sacrifício, o meu muito obrigado! Com certeza, vocês são incríveis, por isso concedo os méritos desta vitória a todos vocês, porque sem vocês ela se tornaria mais difícil.
  • 4. 4 AGRADECIMENTOS A Deus, em primeiro lugar, pelo dom da vida, dando-me condições para superar as dificuldades, concedendo-me o necessário para essa conquista, e que, incondicionalmente, esteve sempre ao meu lado em todos os momentos de minha vida, tanto na alegria quanto na tristeza, fazendo da minha fraqueza um salto para a vitória. As pessoas especiais que sempre estiveram ao meu lado, aos meus verdadeiros amigos, e especialmente aos que conheci na universidade, com os quais adquiri bastante conhecimento e admiração através do apoio, das palavras, das lutas, que me fortaleceram a seguir na trajetória da concretização dos meus ideais. A Universidade do Estado da Bahia - UNEB – CAMPUS VII por ter me proporcionado este momento. Às coordenadoras do Colegiado de Matemática, à minha época, Elizete Barbosa e Mirian Brito, bem como a todos os funcionários que fazem parte desta instituição de ensino. A todos os professores que desde o primeiro momento de ingresso na universidade sempre estiveram dispostos a apoiar e nos ajudar em tudo que era possível e necessário, em especial ao meu orientador Geraldo Caetano, pelos esforços empenhados em orientar-me sempre que possível, e por sua disposição a cada encontro. Agradeço, enfim, a todos que me ajudaram diretamente ou indiretamente nessa trajetória, na certeza de que ela não termina aqui. Por isso conto com o apoio e o carinho de todos com o intuito de alcançar outras e maiores vitórias.
  • 5. 5 “O mundo da linguagem sem o mundo da prática é um mundo vazio” (Joaquim César Mota – KIM)
  • 6. 6 RESUMO A presença das tecnologias em nossa cultura atual cria novas possibilidades de expressão e comunicação, e cada vez mais estão fazendo parte do cotidiano, introduzindo novos modos de comunicações. O grande desafio da educação é preparar os educadores para desempenhar um papel diferenciado frente a essas transformações. Embora muitas escolas disponham dos equipamentos e pessoal capacitado, nem sempre essas tecnologias e esses profissionais se integram, fazendo com que o ensino permaneça isolado, sem incorporar recursos tecnológicos às praticas pedagógicas. A presente pesquisa monográfica aborda a interação dos professores da Creche Escola Francesco Galli com os recursos tecnológicos, dando ênfase ao seu uso frequente em sala de aula, fazendo-se uma reflexão acerca da importância de sua utilização contínua, bem como da capacitação dos professores, a fim de otimizar o desempenho docente nessa prática e, consequentemente, melhorar o processo de ensino-aprendizagem. Foram pesquisados e analisados diversos aspectos e características da referida escola de forma quantitativa e qualitativa, fundamentados pelos estudos bibliográficos, dando-nos uma melhor visão sobre a real situação dessa instituição de ensino frente aos desafios educacionais e tecnológicos. Palavras chave: Professores. Recursos Tecnológicos. Ensino/Aprendizagem. Práticas pedagógicas
  • 7. 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Recursos Tecnológicos adequados e em quantidade suficiente para a demanda .......................................................... 3 5 Tabela 2 – Cursos de capacitação para manuseio dos equipamentos ..... 3 6 Tabela 3 – Pleno domínio dos recursos disponíveis pelos professores .. 3 7 Tabela 4 – Importância que a escola atribui ao uso dos Recursos Tecnológicos em sala de aula ..................................................... 3 8 Tabela 5 – Demonstração de interesse dos professores ao uso dos Recursos Tecnológicos em sala de aula ................................... 3 9 Tabela 6 – Recursos Tecnológicos adequados e em quantidade suficiente para a demanda .......................................................... 4 1 Tabela 7 – Uso dos Recursos Tecnológicos disponíveis ........................... 4 2 Tabela 8 – Cursos de capacitação para manuseio dos equipamentos ..... 4 3 Tabela 9 – Acesso a software referente a conteúdos trabalhados em sala de aula ................................................................................... 4 5 Tabela 10 – Importância atribuída pela escola aos Recursos Tecnológicos ................................................................................ 4 6 Tabela 11 – Existe empecilho para o uso frequente dos Recursos Tecnológicos? .............................................................................. 4 7 Tabela 12 – Possui Recursos Tecnológicos em casa? ................................. 4 8 Tabela 13 – Sente-se apto e seguro para trabalhar com Recursos Tecnológicos? .............................................................................. 4 9
  • 8. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8 1. OS RECURSOS TECNOLÓGICOS NO ÂMBITO EDUCACIONAL ................ 1 1 1.1 A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ............................................................... 1 1 1.2 O ACESSO ÀS TECNOLOGIAS ................................................................... 1 4 1.3 AS TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS NAS ESCOLAS .................................... 1 9 2. A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS PELOS PROFESSORES 2 3 2.1 O PAPEL DO PROFESSOR COMO MEDIADOR ......................................... 2 3 2.2 O PROFESSOR FRENTE ÀS NOVAS TECNOLOGIAS ............................... 2 7 3. METODOLOGIA ............................................................................................... 3 1 4. ANÁLISE DE DADOS ...................................................................................... 3 4 4.1 RESULTADO DOS QUESTIONÁRIOS À DIREÇÃO/COORDENAÇÃO ...... 3 5 4.2 RESULTADO DOS QUESTIONÁRIOS AOS PROFESSORES .................... 4 1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 5 1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 5 3 APÊNDICES.......................................................................................................... 5 7
  • 9. 9 INTRODUÇÃO O ambiente escolar tem a função de garantir ao aluno o acesso ao conhecimento e a abordagem dos saberes necessários à vida social ofertando a formação moral e intelectual dos educandos. Porém quais os principais problemas vivenciados no cotidiano para que esse acesso ao conhecimento seja feito de forma mais significativa, utilizando-se os recursos tecnológicos disponíveis? A presente pesquisa aborda questões relacionadas à pratica pedagógica dos professores da Creche Escola Francesco Galli, discutindo formas de inserção das tecnologias da informação aliadas ao currículo escolar, como parâmetro a contribuir para a acessibilidade e inclusão dos estudantes no mundo informatizado, buscando ainda a detecção das principais dificuldades vividas pelos educandos e educadores nesse processo de ensino/aprendizagem no que diz respeito ao uso dos recursos tecnológicos em sala de aula. As escolas que utilizam as tecnologias com os estudantes em sala de aula, na maioria das vezes o fazem usando a técnica pela técnica; o uso do computador para ampliar conhecimentos das disciplinas ainda é muito restrito, apesar de todo investimento e das diversas ações governamentais que vem sendo desenvolvidas há vários anos. A busca desenfreada e o anseio dos órgãos públicos para ampliar tecnologias nas escolas ofertam uma grande diversidade de recursos cujo acesso é facilitado. No entanto o investimento nestes aparelhos, aliado à má utilização, podem não trazer o retorno esperado e cair no esquecimento, pois há evidências de que o professor não tem sido considerado quando da implantação de tais recursos nas escolas faltando-lhe a capacitação para usar e dominar as novas tecnologias. O fato de a escola possuir computadores e outros recursos, não garante a inserção do aluno no universo informatizado, pois depende do uso adequado por parte do professor para o aprendizado tornar-se significativo.
  • 10. 10 O que se busca são alternativas no tocante à garantia da aprendizagem dos alunos, e isto envolve muitas relações, como a questão da valorização das experiências já adquiridas, o grau de maturidade e o ritmo de cada um, respeitando as individualidades. Portanto as principais metas deste trabalho consistem na abordagem de questões relacionadas à pratica pedagógica dos professores, discutindo formas de inserção das tecnologias da informação aliadas ao currículo escolar, oferecer embasamento teórico acerca do uso destas em sala de aula e analisar a postura dos professores em relação às inovações tecnológicas, detectando as principais dificuldades vividas cotidianamente. Com isso o primeiro capítulo deste trabalho consta de estudos e pesquisas teóricas a respeito da evolução da informática e demais recursos tecnológicos na educação, trazendo um breve histórico no cenário brasileiro, com alguns relatos do crescente incentivo e investimento ao acesso a essas tecnologias nas escolas, mostrando a diversidade desses recursos os quais estão disponíveis atualmente no espaço educacional, retratando estudos acerca do indispensável papel do professor como mediador no processo de construção do conhecimento, bem como e seu comportamento diante dos desafios da utilização dos recursos tecnológicos cotidianamente. O segundo capítulo apresenta a metodologia deste trabalho, onde descrevemos detalhadamente, todo o desenvolvimento desta pesquisa, ou seja, métodos utilizados, clientela pesquisada, público alvo, dentre outros, no intuito de se chegar aos objetivos traçados. A etapa posterior desta monografia apresenta a análise dos dados obtidos em entrevista com os gestores, coordenador e professores da Creche Escola Francesco Galli, onde registramos importantes relatos acerca do uso dos recursos tecnológicos, no referido espaço educacional. Ao final temos as Considerações Finais e os Apêndices, explicitando respectivamente, a conclusão deste trabalho, e os questionários aplicados,
  • 11. 11 estudados, consultados e expostos, a fim de trazer os dados mais relevantes possíveis ao deslinde proposto.
  • 12. 12 1. Os Recursos tecnológicos no âmbito educacional 1.1 A Informática na Educação A história da informática na Educação no Brasil data de mais de 30 anos, tendo início por volta dos anos 70, a partir de algumas experiências na UFRJ, UFRGS e Unicamp. Nos anos 80 se estabeleceu através de diversas atividades que permitiram que essa área hoje tenha uma identidade própria, raízes sólidas e relativa maturidade. Os primeiros defensores do uso da televisão e de filmes na educação, fizeram previsões bastante otimistas de que esses meios trariam mudanças profundas na natureza da aprendizagem. A mesma expectativa está em torno do uso das tecnologias, como o computador, data show, softwares educativos, etc, cujo interesse de inseri-los na sala de aula é motivado por empresas comerciais que visam novos mercados para seus produtos e por governos com anseios de resolver, em curto prazo, o problema da educação pública. Segundo Valente: A atividade de uso do computador pode ser feita tanto para continuar transmitindo a informação para o aluno e, portanto, para reforçar o processo instrucionista, quanto para criar condições do aluno construir seu conhecimento. Quando o computador transmite informação para o aluno, o computador assume o papel de máquina de ensinar e a abordagem pedagógica é a instrução auxiliada por ele. Essa abordagem tem suas raízes nos métodos tradicionais de ensino, porém ao invés da folha de instrução ou do livro de instrução, é usado o computador. Os softwares que implementam essa abordagem são os tutoriais e os de exercício-e-prática. (1997, p. 01) Para Buckingham (2008), os estudos sugerem que o impacto da tecnologia na prática cotidiana docente é bastante limitado. Apresentam, assim, resistência ao uso freqüente dos mesmos, não por serem antiquados ou ignorantes, mas porque acham que ela não contribui para o alcance dos objetivos.
  • 13. 13 Ainda segundo Valente (1997), mesmo em países como a França e os Estados Unidos, as mudanças do ponto de vista pedagógico resultantes do avanço tecnológico nas escolas não são tão significativas. Não se encontram práticas realmente transformadoras e enraizadas para que se possa afirmar que houve mudanças no processo educacional, como por exemplo, o aluno sendo construtor do próprio conhecimento. Embora a mudança pedagógica tenha sido o objetivo de todas as ações dos projetos de informática na educação, os resultados obtidos ainda não foram suficientes para alterar o sistema educacional como um todo. Os trabalhos nos centros do EDUCOM1 tiveram o mérito de elevar a informática na educação de zero para o estado atual, possibilitando discutir as questões da área. Os cursos FORMAR I2 e FORMAR II3 , criados com o objetivo de desenvolver cursos de especialização na área de informática na Educação, com aulas teóricas e práticas, seminários e conferências, não obtiveram os resultados almejados. Os professores precisaram sair de várias localidades do país, deixando sua residência, família e trabalho, para tomar o curso em Campinas (de junho a agosto de 1987), pois lá havia um laboratório completo para este fim. Também muito do que foi aprendido não foi posto em prática, pois ao retornarem ao local de trabalho, as condições existentes, muitas das vezes, eram bem diferentes daquelas vivenciadas durante o curso e muitos não tiveram condições de aliar a teoria à prática. Segundo Ackermann (1990), apud Valente (1997), “a aplicação de um conhecimento requer outro tipo de conhecimento. O fato de conhecermos alguma coisa não implica que saibamos aplicar esse conhecimento. A aplicação desse conhecimento deve ser exercitado de modo a aprender como usá-lo em diferentes situações.” Todavia, o Programa Nacional de Informática na Educação, de acordo com Valente (1997), era, à época, bastante ambicioso, tendo o computador como recurso 1 Projeto da Unicamp que visa a inserção da informática como metodologia cotidiana de ensino. 2 Cursos realizados pela UNICAMP onde objetivo principal foi o desenvolvimento de cursos de especialização na área de informática na educação.
  • 14. 14 principal de apoio ao processo de mudança pedagógica, objetivando também a criação de ambientes de aprendizagem que enfatizam a construção do próprio conhecimento, não se limitando à instrução. Essa realidade, entretanto, perdura até os dias atuais, uma vez que em muitas escolas o computador continua a ser utilizado apenas para uso administrativo, não rompendo ainda as barreiras do medo e da insegurança que pairam na mentalidade educativa docente. A tecnologia computacional atua justamente nesse sentido, de instigar ao aluno a adquirir e construir o seu conhecimento, interagindo através dos recursos computacionais, melhorando assim a qualidade de ensino, tanto pela velocidade em que as informações são passadas e adquiridas, quanto também por ser algo novo e atraente para o aluno e de extrema facilidade de transmissão. A revolução da informática é tamanha que possibilita hoje a realização de cursos virtuais à distância, via Internet, com professores residentes em estados diferentes, lecionando para uma quantidade incrível de alunos, ao mesmo tempo. Porém, para assegurar a incorporação de computadores no Sistema Educacional é necessário que os líderes governamentais e educacionais persistam na implantação e disseminação da Informática na Educação, no que tange ao apoio técnico e principalmente ao apoio pedagógico, criando-se estruturas adequadas para capacitação e treinamento dos professores, os incentivado a pôr em prática o que é aprendido. Com esse intuito, temos atualmente em pleno funcionamento alguns programas apoiados pelos governos municipais, estaduais e federais que visam a real difusão da informática na educação, ampliando as possibilidades de aprendizado em todas as camadas da população, de forma igualitária. O principal deles é o PROINFO3 - Programa Nacional de Tecnologia Educacional. Segundo o MEC (2010), é um programa educacional que tem o objetivo de promover o uso pedagógico da informática na rede pública de educação básica. Esse programa leva às escolas computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais. Em contrapartida, os estados, o Distrito Federal e os municípios devem garantir a estrutura adequada para receber os laboratórios e capacitar os educadores para uso das máquinas e tecnologias. 3 Programa Nacional de Tecnologia Educacional: Programa educacional, desenvolvido pelo MEC, que tem o objetivo de promover o uso pedagógico da informática na rede pública de educação básica.
  • 15. 15 1.2 O Acesso às Tecnologias O livre acesso à informação é um direito de todo cidadão (Constituição de 1988, Art. 5º, Inc. XIV). Diante disso observamos que a evolução e as possibilidades de acesso aos recursos tecnológicos tem crescido consideravelmente, principalmente no que diz respeito à área educacional, pois tem recebido inúmeros incentivos através de esforços do governo federal, organizações não governamentais, empresas do ramo de informática, entre outros, que tem se unido para tentar amenizar o quadro de exclusão digital da nossa população. Os programas do governo federal criados para garantir a todos o acesso às tecnologias, como o PROINFO, já proporcionaram a muitas escolas rurais e urbanas, o acesso às tecnologias da informação. O PROINFO foi criado pelo Ministério da Educação e Cultura, através da portaria nº 522 de 9 de abril de 1997, cujo objetivo é promover o uso pedagógico da informática na rede pública de ensino fundamental e médio; o mesmo é desenvolvido pela Secretaria de Educação à Distância (SEED). Para participar deste programa a escola deve fazer a adesão e o cadastro, e posteriormente serão selecionadas as escolas que irão receber os info-centros. Segundo o Ministério da Educação e Cultura (Portal MEC, 2008), a preocupação inicial é elevar o grau de inclusão digital nas escolas públicas de 5ª a 8ª série visando a melhoria dos índices de aproveitamento no IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – atendendo prioritariamente o IDEB inferior a 2. Também os cursos de Educação à Distância (EAD), na rede particular ou pública, visam a inclusão digital dos que não tem condições, por razões diversas, de cursar um ensino presencial, seja ele básico, graduação ou pós-graduação; os referidos cursos tem decreto para funcionamento desde o ano de 2005 (DECRETO Nº 5.622, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2005).
  • 16. 16 Sobre a Educação à Distância a LDB 9.394/96 diz: Art. 32 §4 – O Ensino Fundamental será presencial, sendo o ensino à distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais. Art. 80 – O poder público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino à distância, em todos os níveis e modalidades de ensino e de educação continuada. Sabe-se que não são todas as escolas públicas as quais dispõem do recurso da Internet para uso pelos alunos, no entanto não se distanciam das mídias, pois a certo tempo tem à disposição os telecursos e TV Escola, vídeos-produções da TV Escola auxiliando o processo de educação presencial e o Ensino à Distância. Além do poder público, existem também inúmeras ONG´s que no país inteiro proporcionam às comunidades carentes o acesso à inclusão digital, trazendo assim uma melhor estrutura para o desenvolvimento satisfatório da educação das crianças, adolescentes e jovens brasileiros. Segundo Baggio (2002), criador da ONG Comitê para a Democratização da Informática (CDI), apud Falzetta (2002), a implantação dos laboratórios de informática em comunidades carentes se dá por três etapas: “olhamos as condições físicas do espaço e identificamos os líderes comunitários e as pessoas que podem se tornar educadores”. Dentre as mais recentes experiências de inclusão digital no Brasil está a distribuição de laptops a um baixo custo, desenvolvido pela ONG – OLPC (sigla, em inglês, que significa um laptop por criança) fundada por Nicholas Negroponte do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). As experiências desse projeto-piloto UCA (Um Computador por Aluno) serão avaliadas por grupos de pesquisadores de universidades públicas conceituadas em todo país. Para Fagundes (2008), uma militante da difusão da informática, apud Bagatini e Camargo (2008), “a tecnologia digital revoluciona práticas, ajuda o homem a adquirir e multiplicar rapidamente o conhecimento, expandindo o poder de pensar, favorece a interoperabilidade, embora também ajude a destruir.”
  • 17. 17 O acesso à tecnologia digital melhora a auto-estima e evidencia o desempenho de pessoas socialmente integradas. As crianças de menor poder aquisitivo e conseqüentemente, menor acesso ao mundo digital, quando se conectam e se comunicam pela Internet apresentam as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os alunos já inteirados e acostumados a esse tipo de metodologia. Para Setzer (2001, p. 49), “a aquisição de informação deve ser um processo individual, lento e consciente, a educação requer, além de lentidão, interação social (da criança com seus familiares e com seus mestres) e não passividade.” A escola deve possibilitar e incentivar que os alunos usem seus conhecimentos sobre tecnologia para realizar trabalhos das diferentes áreas, oferecendo grau diferenciado de contextualização dos conteúdos vinculados. Percebe-se que o uso das (TICs) Tecnologias da Informação e Comunicação dinamizam as aulas, motivam e conduzem o aluno a descobertas, dependendo do uso e dos parâmetros que se querem alcançar. Isto tem contribuído para uma melhor socialização do direito de estudar e aprender com mais atratividade e interação. De acordo com David Buckingham, apud Rev. Pátio (2008), apesar do investimento em tecnologia nas escolas e do grande entusiasmo que o tem acompanhado, grande parte das coisas que acontecem na educação permanece relativamente afastada desse investimento por inúmeros fatores, tais como a falta de planejamento, capacitação, interesse, etc. Fora da escola, no entanto, as crianças estão tendo uma infância cada vez mais saturada da mídia; dessa maneira a mídia torna-se um meio para a cultura popular contrariando as intenções propostas pela escola de usá-la com objetivos pedagógicos. As crianças que tem acesso ao computador em casa estão usando-o para jogar, navegar nos sites de entretenimento na Internet, trocar mensagens
  • 18. 18 instantâneas, participar de redes sociais, baixar e editar vídeos e músicas. Além de tarefas funcionais, como dever de casa, muito poucos estão utilizando a tecnologia para algo que se assemelhe à aprendizagem escolar, justamente por falta de um acompanhamento mais próximo, incentivo e uma devida orientação. De acordo com D´Espíndola (2009), o processo de uso da tecnologia privilegia a autonomia do indivíduo: A grande revolução que o computador promove é permitir uma educação massificada no sentido de que há muita informação disponível e ao mesmo tempo individualizada. Com o andar dos anos o que vai acontecer é que o ensino não vai mais se reduzir ao livro didático. Os livros estarão melhores e adequados à informática, até mesmo com sugestões de sites e atividades. As aulas expositivas, o papel, as pesquisas de campo, os trabalhos de laboratórios, as consultas na web são recursos complementares, que devem ser utilizados de maneira integrada e inteligente. Exatamente o oposto do que se faz na educação convencional, que desperdiça o mais precioso de todos os recursos... o PROFESSOR fazendo dele mero fornecedor de informações, quando deveria ser um organizador de situações de aprendizagem. Diante disso, grifa-se a necessidade de o computador fazer parte da prática pedagógica contemporânea, trazendo para sala de aula programas de última geração capazes de contribuir no acesso à tecnologia e na democratização da informação. Implantar a informática na educação requer a união de quatro elementos básicos: computador, software educativo, professor capacitado e aluno. Sem isso a modernidade está cada vez mais distante de nós e este é o momento para superarmos o nosso herdado atraso técnico-científico e cultural. Certamente com o computador e com toda “filosofia” que o acompanha, o futuro será diferente, seja pelo fato de que as tecnologias informáticas promovem transformações substanciais, que vão além daquelas propostas no âmbito das atividades didático-pedagógicas, seja porque estamos nos movendo inevitavelmente em direção a uma sociedade caracterizada por um elevado grau de informatização de todos os seus segmentos.
  • 19. 19 É importante lembrar que não basta ter a tecnologia, mas saber usá-la; nem todas as escolas públicas possuem laboratórios de informática, vídeo, som e outras modernidades, mas ainda existem muitas mídias a serem utilizadas para tornar as aulas mais humanas e prazerosas. Não se deve esquecer que é preciso a participação dos educadores nas formações/treinamento continuado, no intuito de capacitá-los e criar meios para qualificar a educação de nossas crianças e garantir o acesso às tecnologias da informação. No mapa das Desigualdades Digitais no Brasil, Waiselfisz (2007), do Instituto Sangari, há alguns anos atrás, mostra que o país ocupava a 76ª posição entre os 193 países do mundo pesquisados no que tange à porcentagem da população com acesso à Internet, porém isso já tem mudado bastante nos últimos anos. No mesmo sentido, a Fundação Getúlio Vargas, por Wittmann (2003), publicou um amplo estudo denominado Mapa da Exclusão Digital, reunindo dados de várias fontes. De acordo com o estudo, nesse ano encontravam-se em situação de exclusão 149,8 milhões de brasileiros, porém isso tem sido modificado nos últimos anos, pois segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Informação em Ciências e Tecnologia (IBICT, 2007), o número de telecentros passou de 12 mil em 2005 para 16,7 mil em 2006, graças a 108 iniciativas de prefeituras, secretarias de Estado e ONG´s e isso só tem aumentado cada vez mais.
  • 20. 20 1.3 As tecnologias disponíveis nas escolas Temos observado constantemente no cotidiano escolar a extrema necessidade de readaptação do seu currículo, voltado às multiculturas, à realidade do aluno, interdisciplinaridade, etc. Para que isso ocorra de forma mais satisfatória, faz-se necessário uma mudança de metodologia, utilizando-se das mais diversas e inúmeras ferramentas que vem a cada dia se tornando imprescindíveis à educação, tais como a televisão, o vídeo, o DVD, computador, internet, Data show, Retro- Projetor e até mesmo a recém-lançada Lousa Educacional Interativa. Esses equipamentos, se trabalhados de forma correta, podem trazer um grande avanço no processo de ensino-aprendizagem, auxiliando o professor a dar mais ênfase no seu trabalho, além de despertar um maior interesse e motivação aos alunos, incentivando-os a participar mais diretamente das aulas, interagindo nas mesmas. Até mesmo um simples Retroprojetor pode auxiliar o professor com a inserção de imagens, destaques a trechos de textos, instigando os alunos a questionarem, debaterem e, conseqüentemente, enriquecendo a troca de informações. “Os recursos tecnológicos são armas fundamentais para tornar as aulas mais instigantes e apreciadas.” (Vilarinho, 2010) Necessário se faz, entretanto, sabermos, primeiramente, o que na verdade é tecnologia. Segundo D´Espíndola (2009), Tecnologias são os meios, os apoios, as ferramentas que utilizamos para que os alunos aprendam. A forma como os organizamos em grupos, em salas, em outros espaços isso também é tecnologia. O giz que escreve na louça é tecnologia de comunicação e uma boa organização da escrita facilita e muito a aprendizagem. A forma de olhar, de gesticular, de falar com os outros, isso também é tecnologia. O livro, a revista e o jornal são tecnologias fundamentais para a gestão e para a aprendizagem e ainda não sabemos utilizá-las adequadamente. O gravador, o retroprojetor, a televisão, o vídeo também são tecnologias importantes e também muito mal utilizadas, em geral. As tecnologias estão presentes no dia-a-dia da escola, em todos os gestos e atitudes dos profissionais, facilitando o aprendizado do aluno e a atualização dos professores aos devidos recursos. Os recursos tecnológicos devem ser utilizados como mais uma ferramenta eficiente na construção de conhecimentos, baseando-se em epistemologias que priorizem a ação do sujeito, como a epistemologia genética de Jean Piaget.
  • 21. 21 Porém o que mais nos chama a atenção em termos de tecnologia são justamente as novidades da “Era Digital” que tem surgido constantemente, e sempre com o objetivo de uma maior interação entre as pessoas que lidam com estes recursos, quais sejam, professores e alunos, trazendo uma melhor interatividade do usuário com tais ferramentas tecnológicas, construindo assim suas próprias metodologias de ensino e aprendizado, respectivamente. Para Gasparetti (2001), apud Casimiro (2001), “o estudante do futuro será cada vez mais interativo e participará da construção do próprio saber utilizando as novas tecnologias”. Dentre os recursos mais inovadores disponíveis no mercado e em muitas escolas, destacaremos os principais com suas respectivas descrições, segundo Segundo D´Espíndola (2009): • RETROPROJETOR O retro projetor é um recurso visual de apoio à comunicação do pensamento apresentando de forma clara figuras, textos, tópicos de assuntos, apresentado de uma forma clara e objetiva. • DATA SHOW Equipamento eletrônico que permite a projeção de imagens, slides, vídeos, entre outros, transmitidos pelo micro, tornando-se, assim, uma excelente ferramenta para fazer apresentações de aulas e palestras. • TELEVISÃO Sistema eletrônico de recepção de imagens e som de forma instantânea. Funciona a partir da análise e conversão da luz e do som em ondas eletromagnéticas e de sua reconversão em um aparelho - o televisor - que recebe também o mesmo nome do sistema ou pode ainda ser chamado de aparelho de TV. • APARELHO DE DVD O leitor de DVD é um acessório doméstico capaz de reproduzir mídias no formato DVD. Alguns mais modernos reproduzem também outros formatos como CD (de música mp3 e fotos), VCD, SVCD, mini-CD, DVD-RAM e discos de dados, com por exemplo, filmes no formato *.avi (que foram compactados em DivX ou XviD). Existem DVD Players com entradas USB para assim poder inserir algum MP3 ou MP4. Também é possivel visualizar DVD em computadores pessoais, usando uma unidade de leitura de DVD, e um software ou programa tocador de DVD, como por exemplo o Windows Media Player , WinDVD ou PowerDVD, para o sistema operacional Windows, e mplayer, vlc, xine ou totem para os sistemas GNU/Linux e derivados do BSD.
  • 22. 22 • COMPUTADORES Denomina-se computador uma máquina capaz de variados tipos de tratamento automático de informações ou processamento de dados. Exemplos de computadores incluem o ábaco, a calculadora, o computador analógico e o computador digital. Um computador pode prover-se de inúmeros atributos, dentre eles armazenamento de dados, processamento de dados, cálculo em grande escala, desenho industrial, tratamento de imagens gráficas, realidade virtual, entretenimento e cultura. Assumiu-se que os computadores pessoais e laptops são ícones da Era da Informação[1] ; e isto é o que muitas pessoas consideram como "computador". Entretanto, atualmente as formas mais comuns de computador em uso são os sistemas embarcados, pequenos dispositivos usados para controlar outros dispositivos, como robôs, câmeras digitais ou brinquedos. • LOUSA EDUCACIONAL INTERATIVA A Lousa Educacional Interativa tem o mesmo aspecto de uma lousa convencional porém funciona como uma tela de computador sensível ao toque (Tecnologia Touch Screen). Os movimentos realizados pelo usuário na tela geram diversas intervenções com o que foi projetado. A lousa para ser operada perfeitamente, necessita estar conectada à internet, via computador. Temos ainda a ferramenta da internet (rede mundial de computadores) na qual aumentamos a nossa capacidade de acesso às informações, bem como a nossa interação com o mundo, a tudo e todos que nos rodeia, independente do contato pessoal. Podemos realizar troca de informações através de fóruns de discussão entre alunos e professores, pesquisas escolares, publicação de trabalhos, dentre outros. Em contrapartida, podemos obter todo tipo de conteúdo disponível na referida rede, sendo ele ruim ou bom. Com isso é preciso uma maior atenção e orientação com relação a essa tão poderosa ferramenta para que se alcancem os objetivos construtivos da relação ensino-aprendizagem. Face a essa grande diversidade de recursos virtuais, dentre outros, a maioria deles já disponíveis há algum tempo nas escolas tanto particulares quanto públicas, com maior intensidade a cada dia. Temos, portanto, um grande desafio para nossos educadores e educandos: o desafio de reaprender. As Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) estão derrubando as paredes das salas de aula das nossas escolas e universidades, fazendo com que professores e alunos ingressem no espaço virtual. O jovem aluno não procura mais o conhecimento bem estruturado e de fácil acesso nos livros didáticos, mas no imenso universo do hipertexto. Diante dessa realidade, o aluno tem que reaprender a estudar e o professor a ensinar. (Oliveira e Vigneron, 2005)
  • 23. 23 Ante ao exposto, vemos que não há mais como se afastar dessa realidade, cabendo a cada profissional de educação a disposição de adentrar nessa “Era Digital”, com a responsabilidade de romper alguns paradigmas, vencendo os seus “medos”, até porque grande parte destes educadores foram formados distantes dessa nova realidade digital, tendo a mesma como um grande desafio a ser enfrentado.
  • 24. 24 2. A utilização dos recursos tecnológicos pelos professores 2.1 O Papel do Professor como Mediador A sociedade atual vive cercada de vídeo games, caixas eletrônicos, computadores, televisão, DVD, fornos de microondas, celulares e equipamentos de todo tipo. Os alunos não só vivem numa era tecnológica avançada, como também já nascem nesse mundo “do futuro”. Diante disso, a metodologia limitada apenas ao uso do quadro pode desmotivar o aluno que vive em constante contato com o mundo digital fora da escola. Portanto é primordial uma maior interação dos mesmos com esses novos recursos. Porém estar inteirado com a modernidade em sala de aula não depende apenas de equipamentos atuais e de ponta. Isto porque a interação que eles permitem pede uma revisão de métodos tradicionais de ensino. Quanto mais se mantiverem os hábitos os quais relegam ao aluno um papel meramente receptor, menos diferença a tecnologia fará no aprendizado. ... Em muitas escolas os computadores ficam a maior parte do tempo confinados as salas que só se abrem para aulas de informática, sem se incorporar ao projeto pedagógico. É como deixar trancados os livros da biblioteca ou limitar seu uso ao processo estrito da alfabetização. (MENEZES e COSTA, 2008, p. 1) Em contrapartida, a vida extra-escolar oferece inúmeras possibilidades de interação com os recursos tecnológicos. Pode-se constatar isto na reportagem feita pela emissora R74 (2010), veiculada em um site de vídeos na internet (youtube), com o título “LAN HOUSE BRASILEIRA, MERCADO CRESCENTE”, onde destaca o crescente número de lan-houses nos grandes e pequenos centros urbanos, sem contar a quantidade de celulares por habitante e a familiaridade com que nossos alunos lidam com as tecnologias recentes. 4 R7 – Emissora filiada à Rede Record de Televisão
  • 25. 25 Sendo esta realidade atual, não se pode afirmar que a tecnologia é nociva, pois na verdade fornece conhecimentos úteis à vida pessoal e social. Ao contrário, se bem utilizada ela só tem a somar no processo de aprendizagem. Da mesma forma, esta gama de equipamentos e recursos, por si só, não auxilia na resolução de problemas relacionados ao processo educativo nas escolas. O professor é o responsável pelo elo entre o conhecimento e o uso dos recursos. Esta complementação é essencial, pois a máquina não desempenha os papéis específicos das pessoas. ... O educador que adota as novas tecnologias perde o posto de dono absoluto do saber (como recomendam todos os especialistas), mas ganha a função de coordenador da aprendizagem. Ele passa a dirigir as pesquisas dos alunos, apontar caminhos, esclarecer dúvidas, propor projetos e, claro, aprender mais. (FALZETTA, 2000, p. 55) É importante lembrar que não basta a compra de computadores se não houver treinamento adequado de pessoal e manutenção constante de hardware, software e de “peopleware”. Talvez seja a falta de tais requisitos que levam alguns professores a resistir às essas novas tecnologias, desprezando a utilização de recursos os quais poderiam modificar e melhorar a sua prática. Perrenoud (2000) destaca como uma das dez competências fundamentais do professor, a de conhecer as possibilidades e dominar os recursos computacionais existentes, cabendo-lhe atualizar-se constantemente, buscando novas práticas educativas capazes de contribuir para um processo educacional qualificado. Vale ressaltar que ser professor é visto como uma profissão extremamente paradoxal (Barlow, 1999), compósita (Tardif & Lessard, 1999) e altamente complexa (Doyle, 1986; Gauthier et al., 1997) por todos os pormenores vividos no seu cotidiano. Tais adjetivos impõem inevitavelmente aos professores a obrigação de estarem em constante estado de reflexão, a fim de analisar as situações vivenciadas, o comportamento dos alunos e ao mesmo tempo procurar soluções com o objetivo de amenizar as dificuldades ou problemas encontrados.
  • 26. 26 Tal afirmação é corroborada por Barlow: O ensino é uma profissão tão paradoxal que quem a exerce deveria possuir, ao mesmo tempo, as qualidades de estrategista e de tático de um general do exército; as qualidades de planejador e de líder de um dirigente de empresa; a habilidade e a delicadeza de um artesão; a destreza e a imaginação de um artista; a astúcia de um político; o profissionalismo de um clínico-geral; a imparcialidade de um juiz; a engenhosidade de um publicitário; os talentos, a ousadia e os artifícios de um ator; o senso de observação de um etnólogo; a erudição de um hermeneuta; o charme de um sedutor; a destreza de um mágico e muitas outras qualidades cuja lista seria praticamente ilimitada. (1999, p. 145-156) Nesse contexto, o professor torna-se indispensável tornando-se orientador do processo de aprendizagem, podendo dispor dos inúmeros métodos de ensino (tecnologia, meios computacionais) para atender aos alunos de forma diversificada, de acordo com suas necessidades. Essa importância e relevância do papel do professor em sala de aula tornam- se mais acentuadas quando se trata de alunos de séries iniciais, por estes não possuírem independência na busca do conhecimento adquirido no espaço escolar. Através da vivência com os outros (professores e alunos), importantes aquisições ocorrerão, sendo essenciais ao desenvolvimento mental. Isso acontece pela elaboração das informações recebidas do meio em que vive, através das pessoas ao seu redor, influenciando diretamente no processo de aprendizagem. Neste sentido, podemos dizer que nenhum conhecimento é constituído pela pessoa sozinha, mas em parceria com os outros, os mediadores. O mediador ajuda a concretizar um desenvolvimento ainda não atingido isoladamente. Na escola o professor e os colegas mais experientes são os principais mediadores. O professor em consonância com a proposta pedagógica construtivista sócio-interacionista, deve compreender o significado do processo de aprendizagem através da construção do conhecimento, ter pleno domínio do conteúdo que está sendo abordado e conhecer as possibilidades dos softwares utilizados para, então, poder acompanhar o aluno nesse ambiente e intervir adequadamente quando se fizer necessário. (VALENTE, 1997, p. 21)
  • 27. 27 Os estudos recentes têm mostrado a relevância da afetividade no processo de construção do conhecimento, pois para que este ocorra de forma satisfatória, o ambiente escolar deve ser para o aprendiz um espaço de convivência prazerosa, estimulando a interação com os demais. Gomide (2007), diz que “muitas vezes, as crianças não estão preparadas para entrarem na escola, pois essa entrada significa o primeiro afastamento da família. Com isso o afeto da professora poderá ajudar muito a criança se interagir com a escola e os colegas.” Sendo assim, o professor é o principal elo entro o conhecimento e o aprendiz, pois transmite confiança e o torna apto nas aprendizagens. Exercendo o papel de mediador, este conduz o aluno a buscar o conhecimento fornecendo alternativas e problematizações sem oferecer fórmulas e resultados prontos, instigando o mesmo a buscar o conhecimento. Desta maneira o conhecimento torna-se real e receptivo a múltiplos resultados, pois a educação deste século requer conteúdos contextualizados com uma boa dose de interação entre o aluno e o principal mediador do processo de ensino/aprendizagem, ou seja, o professor.
  • 28. 28 2.2 O Professor Frente às Novas Tecnologias Como foi dito anteriormente, para a construção do conhecimento do educando atual no processo de ensino/aprendizagem, o professor assume o papel de mediador e orientador, sendo um desafiador constante do aluno em busca de informações novas e relevantes ao seu desenvolvimento. Porém para que isso ocorra de forma satisfatória, o professor precisa estar atento à realidade contemporânea, incluindo às novas tecnologias disponíveis a serem utilizadas nas salas de aula, pois segundo Moran, Massetto e Behrens (2000) através do uso de tais recursos, o educador pode trabalhar de maneira equilibrada a orientação intelectual, emocional e gerencial do aluno. Isso porque, fazendo uso de tais ferramentas é que o orientador irá desenvolver sua metodologia própria de ensino, utilizando as tecnologias digitais com o objetivo de fazer com que o aluno construa estruturas mentais as quais darão o suporte necessário para o uso das novas tecnologias em qualquer situação cotidiana. “... o professor que trabalha na educação com a informática há que desenvolver na relação aluno-computador uma mediação pedagógica que se explicite em atitudes que intervenham para promover o pensamento do aluno, implementar seus projetos, compartilhar problemas sem apresentar soluções, ajudando assim o aprendiz a entender, analisar, testar e corrigir erros”.(MORAN, MASETTO e BEHRENS, 2000, p. 171). No entanto observamos professores, em sua maioria, distante dessa realidade pedagógica, com limitações metodológicas vinculadas ao ensino tradicional, alienados à tecnologia e ao seu uso, tanto na sua prática pedagógica quanto na sua vida cotidiana. Torna-se essencial ao professor o redimensionamento e encurtamento de sua relação com as novas tecnologias existentes, objetivando o domínio de tais recursos, com a apropriação do seu conhecimento, sendo possível a reconstrução de novos paradigmas, métodos e objetivos de forma geral e específica.
  • 29. 29 De acordo com Morán, Masetto e Behrens (2003), a teoria na educação está muito além da sua prática, pois muito do que se prega, no dia-a-dia não é cumprido por muitos fatores. Entretanto, quando o educador é motivado a trabalhar com informática em sala de aula, o mesmo percebe-se um agente transformador da ação pedagógica, tendo como conseqüência principal, a reestruturação de seus métodos e didática. Ainda segundo Morán, Masetto e Behrens (2003), um dos passos primordiais na gestão tecnológica em sala de aula é o domínio técnico dos recursos disponíveis. É a capacitação para saber usar, é a experiência a qual se adquire com a prática. Se o professor só lida com o computador esporadicamente, demorará muito mais para dominá-lo, caso contrário, ou seja, tendo-o sempre à disposição, a evolução na aquisição de habilidades é significativa. Tal domínio é importante por parte do professor, pois o mesmo poderá aliar os conhecimentos tecnológicos às práticas pedagógicas, adequando seu trabalho às individualidades dos educandos. Mas o caminho do computador para a sala de aula passa pela familiarização do professor com ele. Para o professor se familiarizar com o computador, ele precisa usá-lo nas mais variadas atividades, mesmo que elas não sejam de especial significado pedagógico nem voltadas para a sala de aula. Quando os professores tiverem com o computador a intimidade que hoje têm com o livro, descobrirão ou inventarão maneiras de inseri-lo em suas rotinas de sala de aula, encontrarão formas de criar, em torno do computador, ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem que propiciarão aos alunos uma educação que os motivará tanto quanto hoje o fazem os jogos computadorizados, os desenhos animados, os filmes de ação e a música do rock. (CHAVES, 2007) Vale salientar a extrema importância da capacitação do profissional de educação em relação ao manuseio dos recursos tecnológicos disponíveis, isso porque a falta de conhecimento pode acarretar uma desmotivação ao seu devido e constante uso, além também da alienação do mesmo face a necessidade do trabalho de interdisciplinaridade nas escolas, bem como a trabalhar com os alunos de forma individual, o que poderá trazer melhorias à educação de cada indivíduo.
  • 30. 30 As aulas de informática podem propiciar aos alunos a oportunidade de aprender dentro do seu próprio ritmo, permitindo ao aluno trabalhar individualmente, em dupla ou em grupo. O professor deve fornecer as informações e/ou orientações preliminares acerca da atividade que será desenvolvida. Deve utilizar a interdisciplinaridade. Esta ocorre quando diversas disciplinas estabelecem reciprocidade e igualdade para a solução de um problema. É fundamentada na certeza de que a troca enriquece. Ao tentar solucionar uma determinada situação, o aluno vai colocar em ação os elementos teóricos de que dispõe sem se limitar, necessariamente, a um único campo do conhecimento, reorganizando-os de maneira a perceber uma solução ou uma nova necessidade. Por exemplo, os alunos que desenvolvem atividades no computador necessitam conciliar, pelo menos, alguns conhecimentos básicos de informática com outros específicos do tema em que estão trabalhando. (MENDEL, 2009) Sabemos que ser educador implica em estar em permanente atualização e estudos, buscando sempre novas e relevantes informações, estando ciente da relação entre os diferentes saberes (interdisciplinaridade). Isso inclui o conhecer o que for relevante das diversas disciplinas, além de dominar as inúmeras metodologias existentes e disponíveis, tais como computador, data show, internet, etc. Ele precisa estar atento a tudo que lhe cerca, para, de uma forma mais competente e direcionada, educar o aluno a utilizar e manusear da melhor forma possível tudo que lhe disponibilizam. Para Lima, Andrade e Damasceno (2009), “Os novos recursos tecnológicos são para ajudar o professor no processo de ensino aprendizagem e cabe ao professor perceber qual recurso deve, quando e como usar” Diante do crescente uso dos recursos tecnológicos por parte do corpo estudantil, nossos professores precisam cada vez mais se apropriar disso, utilizando sua criatividade e visão pedagógica, no intuito de promover um ensino de melhor qualidade. Para isso o educador conta com uma poderosa ferramenta de auxílio, estudo e pesquisa, a internet. Através dela ele pode estar em constante contato com o mundo, com as pessoas, trocando experiências e renovando a sua visão pedagógica. Ensinar com a Internet será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas do ensino. Caso contrário servirá somente como um verniz, um paliativo ou uma jogada de marketing para dizer que o nosso ensino é moderno e cobrar preços mais caros nas já salgadas mensalidade. (MORAN, 2008. p.8).
  • 31. 31 No entanto, temos ainda bastante resistência à utilização dessa ferramenta, pois demanda de tempo para pesquisa e estudo, sendo ainda necessário um maior e melhor planejamento das aulas, visto que a internet deve ser utilizada com cautela para não prejudicar o desenvolvimento do aluno, isso porque a quantidade de informações disponíveis é muito grande e pode-se cometer a falha de se trazerem informações prontas a estes, sem instigá-los a ler e buscar o conhecimento próprio. “[...] o homem está irremediavelmente preso ás ferramentas tecnológicas em uma relação dialética entre a adesão e a critica ao novo”. (PAIVA, 2008. p.1). “As novas tecnologias levarão o homem a uma evolução mais rápida e ao conhecimento mais preciso. É necessário, apenas, dominá-las.” (LIMA, ANDRADE e DAMASCENO, 2009). Os professores têm, portanto, inúmeros desafios a serem enfrentados e vencidos para se conseguir a evolução almejada no campo pedagógico/tecnológico, como a quebra de alguns paradigmas educacionais, fuga do tradicionalismo, dentre outros, porém o maior deles é o domínio das ferramentas tecnológicas, ou seja, a disposição aos estudos constantes e permanentes. Isto é reafirmado por Kenski (2007, p. 18) que fala acerca dos desafios da educação: “o duplo desafio da educação: adaptar-se aos avanços tecnológicos e orientar o caminho de todos para o domínio e a apropriação crítica desses novos meios”.
  • 32. 32 3. METODOLOGIA De acordo com a Enciclopédia digital Wikipédia (2010), A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista etc), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa. A presente monografia é constituída de algumas fases de estudos e pesquisas, ambos no intuito de adquirir maior embasamento e entendimento ao tema proposto, a fim de serem alcançados todos os objetivos previamente traçados. A pesquisa teórico-bibliográfica foi a primeira a ser utilizada com o objetivo de enriquecer e fundamentar melhor o entendimento acerca da importância do uso dos recursos tecnológicos em sala de aula. Ela é o primeiro passo para uma efetiva investigação, pois mediante a mesma é possível conhecer mais intimamente o tema estudado, bem como construir uma metodologia apropriada para as fases subseqüentes. A importância da pesquisa bibliográfica é fundamental em qualquer trabalho científico, pois tal pesquisa enriquece e influencia todas as etapas do trabalho através do embasamento teórico, possibilitando levantamentos, seleções, fichamentos e arquivamentos de informações relacionados à pesquisa. (AMARAL, 2007, apud RAYALA, 2008 p. 36). Esta fase da pesquisa foi feita através de estudos teóricos utilizando-se a biblioteca do Campus VII, bem como publicações de artigos, monografias, reportagens e entrevistas por intermédio da internet. Segundo Amaral (2007), apud Rayala (2008) “...é imprescindível antecipar em todo e qualquer trabalho científico uma esgotante pesquisa bibliográfica sobre o tema em estudo, e posteriormente iniciar a coleta os dados” (p.36). A fase subseqüente da pesquisa realizada corresponde à pesquisa de campo, executada na Creche Escola Francesco Galli, para a obtenção de informações
  • 33. 33 imprescindíveis a este trabalho em relação ao uso dos recursos tecnológicos em sala de aula, bem como as principais dificuldades em adotá-las no cotidiano estudantil. Essa etapa da pesquisa foi desenvolvida mediante a aplicação dos questionários (apêndices 1 e 2) a serem interpretados de forma qualitativa e quantitativa. É importante ressaltar que as pesquisas Quantitativas e Qualitativas oferecem perspectivas diferentes, mas não são opostas. De fato, representam abordagens que podem ser utilizadas em conjunto, de acordo com a necessidade em questão, obtendo assim mais informações do que poderia se obter para cercar o mercado, se os métodos fossem utilizados isoladamente. (MONFERRARI, 2010) A pesquisa qualitativa é projetada exclusivamente para gerar dados numéricos e percentuais. Tais dados permitem a confiança suficiente para a criação de uma análise estatística do objeto estudado. Entretanto essa pesquisa, apesar de ser exposta também de forma quantitativa, direcionou uma maior atenção à pesquisa qualitativa, pois segundo Minayo (1994), apud Miranda (2009) a pesquisa qualitativa foca uma realidade que não pode ser quantificada ou medida, respondendo à questões mediante o ponto de vista particular de cada indivíduo, “trabalhando com um universo de significados e crenças e que correspondem a um espaço mais profundo das relações, dos fenômenos que podem não ser reduzidos à operacionalização de variáveis.” Já Chizzotti (2003), apud Miranda (2009), afirmam que: A pesquisa qualitativa refere-se a um trabalho empírico, por meio do desenvolvimento de uma pesquisa de campo que visa reunir e organizar um conjunto comprobatório de informações, sendo que as informações retiradas desta pesquisa são documentadas, abrangendo qualquer tipo de informação disponível, escrita, oral, gravada ou filmada, que se preste para fundamentar o relatório do caso que será, por sua vez, objeto de análise crítica pelos informantes ou qualquer interessado. A pesquisa de campo foi realizada com os gestores, coordenador e professores que atuam na Creche Escola Francesco Galli, situada à Rua Milão, s/n,
  • 34. 34 Vila Itália, Bonfim III, Senhor do Bonfim-BA. A mesma é mantida por um grupo de italianos, através de uma ONG5 , em convênio com a Prefeitura Municipal local que cedem os profissionais para o ensino. Foram aplicados um total de 08 questionários, dentre os quais, 03 foram direcionados ao corpo gestor e coordenação e os outros 05 direcionados aos professores. O questionário aplicado aos gestores e coordenador é composto de 08 questões, contendo perguntas acerca da escola e dos profissionais que ali trabalham, em relação às questões tecnológicas. Já o questionário dos professores é composto de 12 questões, com perguntas também acerca da escola e da prática cotidiana de cada indivíduo entrevistado, frente às tecnologias. Esse período da pesquisa iniciou-se em meados de julho do corrente ano, com a distribuição dos questionários elaborados contendo questões subjetivas, a fim de facilitar a discussão e análise dos dados e para que os entrevistados pudessem responder com clareza às questões propostas. O principal objetivo do trabalho é questionar a atuação da escola, e principalmente do professor em sala de aula no que tange o uso freqüente dos recursos tecnológicos e da forma como estes auxiliam os alunos no processo de aprendizagem dos conteúdos. Após a aplicação, foram recolhidos os questionários devidamente respondidos e as informações obtidas estão apresentadas em forma de análise, discussão dos dados e tabelas a respeito das questões propostas, conforme apêndices. Inicialmente foram analisados os questionários dos gestores e coordenador, seqüenciado pelos professores, seguindo o mesmo processo de apresentação e estudo. As questões mais relevantes foram apresentadas na análise de dados, em forma de tabelas demonstrativas das informações obtidas, seguidas de comentários, aliados ao conhecimento teórico, com opiniões acerca dos problemas detectados mediante relatos obtidos, onde transcrevemos algumas falas e elucidamos valores percentuais, a fim de se chegar a um resultado satisfatório. 5 Organização não-governamental sem fins lucrativos. Estas organizações podem ainda complementar o trabalho do Estado, realizando ações onde ele não consegue chegar, podendo receber financiamentos e doações do mesmo, e também de entidades privadas, para tal fim.
  • 35. 35 4. ANÁLISE DOS DADOS A Análise de Dados consiste na exploração máxima dos mesmos para se poder identificar os aspectos mais relevantes no intuito de chegar ao objetivo traçado inicialmente, ou seja, consiste em transformar as informações obtidas em dados úteis para a a evolução do que foi pesquisado, tanto quantitativamente quanto qualitativamente. Através desta pesquisa, mediante entrevista, foram indentificados as principais características da Creche Escola Francesco Galli no que diz respeito ao uso das tecnologias em sala de aula. Segundo Rayala (2008): A análise de dados é construída através de relatos obtidos de questionário desenvolvido pelos sujeitos pesquisados, onde são feitos transcrições das resoluções, construções gráficas para elucidar valores numéricos e comentários fundamentados sobre cada pergunta e resposta realizada aos objetos de pesquisa, portanto constando eventos essenciais ao trabalho. (pg. 38) Os sujeitos pesquisados consistem em oito funcionários, dentre eles professores e gestores, bem como a coordenadora da escola. Inicialmente serão apresentados e analisados os dados referentes à direção e coordenação da Creche Escola Francesco Galli. Os entrevistados em questão serão identificados por D1, D2 e D3, respectivamente. Posteriormente mostraremos os resultados adquiridos nas entrevistas com os professores da referida escola, onde os mesmos serão identificados por P1, P2, P3, P4 e P5. O período de execução de coleta de dados aconteceu entre os dias 08 e 24 de julho de 2010, primeiramente com a entrevista dos gestores e da coordenadora, tendo como seqüência a entrevista dos professores, ambos realizados através de questionários de perguntas subjetivas (apêndices 1 e 2), no intuito de obter-se a maior quantidade de dados possíveis para uma análise melhor da realidade. Vale ressaltar que os questionários foram elaborados de forma minuciosa, a fim de instigar os entrevistados a mostrarem a realidade da escola no que diz
  • 36. 36 respeito ao uso cotidiano das tecnologias em sala de aula, através de suas próprias palavras. 4.1 RESULTADO DOS QUESTIONÁRIOS À DIREÇÃO/COORDENAÇÃO Tabela 1 – RECURSOS TECNOLÓGICOS ADEQUADOS E EM QUANTIDADE SUFICIENTE PARA A DEMANDA DIREÇÃO/COORDENAÇÃO SIM NÃO D1 X D2 X D3 X TOTAL APROXIMADO (%) 33,3% 66,6% Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010. Na tabela acima percebemos uma certa contradição nas informações ou até mesmo no ponto de vista dos entrevistados, uma vez que um desses acha a escola possuidora recursos tecnológicos adequados e em quantidade suficiente para atender à demanda, e os outros dois discordam, diagnosticando como insuficientes os recursos disponíveis da escola ou por não atenderem à toda demanda ou por serem inadequados. O entrevistado D3 disse que: “Sim, a escola possui.” Já o entrevistado D1 disse: “possui recursos tecnológicos, porém não o suficiente para atender a todos” No processo educativo é primordial que as escolas estejam devidamente equipadas para o atendimento docente e discente, até porque como poderá um professor desenvolver a sua metodologia da forma planejada e satisfatória se não existirem os recursos adequados e em quantidade suficiente? De acordo com Brasil, Moro e Santarosa (2005), para modificar a situação das nossas escolas, é preciso investir na educação e em recursos para os ambientes de aprendizagem os quais são suporte na extensão da sala de aula, tais como laboratórios e bibliotecas.
  • 37. 37 Starobinas, (2006), em trecho da entrevista à Revista Virtual Viva São Paulo disse: Um simples micro e datashow na sala de aula pode fazer muita diferença – auxiliar os professores a inserir mais imagens em suas aulas, dar destaque ao trecho de um texto discutido, preparar apresentações provocativas para estimular o debate em sala de aula, etc.. Uma sala de informática bem aparelhada pode permitir o desenvolvimento de excelentes projetos – que precisam ser bem preparados previamente pelos professores. Entendemos assim que a Creche Escola Francesco Galli possui recursos tecnológicos, entretanto não são suficientes para atender toda a demanda, carecendo de maior investimento no sentido de aquisição dos mesmos. Tabela 2 – CURSOS DE CAPACITAÇÃO PARA MANUSEIO DOS EQUIPAMENTOS DIREÇÃO/COORDENAÇÃO SIM NÃO D1 X D2 X D3 X TOTAL (%) 100% 0% Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010. Acerca da promoção de cursos de capacitação e treinamento dos professores para usarem os recursos disponíveis, as respostas foram unânimes, no sentido de que a escola promove tais eventos, tendo como objetivo a qualificação dos profissionais para o manuseio. Ainda de acordo com Brasil, Moro e Santarosa (2005), faz-se necessária a capacitação dos professores dando-lhes condições mínimas de conhecer os recursos disponíveis e seu potencial, bem como compreender melhor o seu aluno, suas limitações, dificuldades e superações. Há necessidade de uma mudança nas formas de aprender e ensinar, buscando alternativas para a inclusão dos mesmos no processo de ensino-aprendizagem.
  • 38. 38 Os entrevistados concordam plenamente com a visão de Brasil, Moro e Santarosa (2005), pois entendem como essencial a promoção de cursos de capacitação. No ponto de vista de D1 “é importante para subsidiar mecanismos de capacitação para os educadores terem as condições mínimas necessárias para implementar uma educação eminentemente significativa”. Já D3 diz que a capacitação é importante porque o “... saber manusear esses recursos facilita o trabalho do profissional de educação”. De acordo com os entrevistados, a escola promove ainda a troca de informações e experiências, entre os educadores, acerca do uso dos recursos tecnológicos em sala de aula. Segundo eles, elas acontecem sempre às sextas- feiras, nas atividades educativas previamente planejadas, bem como também nas reuniões de coordenação, onde ocorrem as discussões sobre as vivências no período semanal das aulas, apresentando-se sugestões e soluções aos possíveis problemas surgidos. Segundo Modesto (2003) a participação em fóruns de discussão permite aos educadores a interação entre os colegas de profissão, tanto no que se refere à troca de informações e discussão de cunho teórico, quanto à resolução conjunta de problemas. Com isso permitem-se a expressão, discussão e contraposição de idéias entre os sujeitos, e isso é um recurso que promove a aprendizagem e a evolução da educação. Tabela 3 – PLENO DOMÍNIO DOS RECURSOS DISPONÍVEIS PELOS PROFESSORES DIREÇÃO/COORDENAÇÃO SIM NÃO D1 X D2 X D3 X TOTAL APROXIMADO (%) 33,3% 66,6% Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
  • 39. 39 Percebemos uma divergência de opiniões entre os entrevistados, mas a maioria destes avalia os professores como não dominadores plenos dos recursos tecnológicos disponíveis. Em relação a isso D1 disse que: “como existe uma rotatividade constante dos profissionais, os cursos de capacitação oferecidos não tem uma prática continuada com os mesmos”. Segundo a maioria deles, esse é o fator principal que tem gerado o despreparo por partes dos professores nesse sentido. O entrevistado D3 afirma que ainda contam bastante a falta de experiência e de “traquejo” com os recursos, bem como a falta dos recursos suficientes pelo fato do alto custo dos mesmos. Em nada contribui para o ensino o fato de se ter computadores de última geração e programas modernos, caso os educadores não os domine. Como já foi exemplificado anteriormente, e segundo Perrenoud (2000), uma das competências fundamentais do professor é a de conhecer as possibilidades e dominar os recursos computacionais existentes, cabendo ao mesmo atualizar-se constantemente, buscando novas práticas educativas que possam contribuir para um processo educacional qualificado. Os entrevistados ainda afirmaram que na escola possui um profissional de apoio para o uso dos recursos disponíveis. Segundo D2 o referido apoio limita-se apenas na digitação de Projetos e Trabalhos da escola, no entanto D1 e D3 afirmam que o mesmo auxilia devidamente na utilização e manuseio dos recursos tecnológicos disponíveis, sempre que necessário. Certamente a falta de experiência e de “traquejo” no manuseio dos equipamentos poderá perfeitamente ser minimizada, e até mesmo extinta, através do auxílio desse profissional Tabela 4 – IMPORTÂNCIA QUE A ESCOLA ATRIBUI AO USO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS EM SALA DE AULA DIREÇÃO/COORDENAÇÃO IMPORTANTE NÃO TÃO IMPORTANTE D1 X D2 X D3 X TOTAL (%) 100% 0% Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010.
  • 40. 40 Acerca da importância que a escola atribui ao uso dos recursos tecnológicos, todos afirmaram ser extremamente importante, tendo D1 dito ser “fundamental nas atividades cotidianas”. Também é citado pelo entrevistado que pelo uso de tais recursos nota-se uma melhora bastante significativa no desempenho do aluno, pois traz uma motivação extra ao mesmo. D2 observa nos alunos que utilizam esses recursos cotidianamente, mais desenvolvimento intelectual. As Tecnologias da Informação e Comunicação trazem novos componentes ao mundo educacional: a informação é encontrada em maior quantidade, é possível ter contato com outros colegas, outros professores, especialistas em várias áreas do conhecimento. É muito mais fácil propor projetos de estudo que não usem só a prova escrita como estratégia de avaliação. Exposições fotográficas, filmes, construção de sites, tudo isso pode ajudar a enriquecer a experiência educacional. (STAROBINAS, 2006) Temos, portanto, na escola, uma direção e coordenação consciente da importância e relevância do uso dessas novas metodologias em sala de aula, pois mediante estas poderemos enriquecer e maximizar o processo de ensino- aprendizagem, tornando mais motivador tanto aos alunos quanto ao professor. Tabela 5 – DEMONSTRAÇÃO DE INTERESSE DOS PROFESSORES AO USO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS EM SALA DE AULA DIREÇÃO/COORDENAÇÃO SIM NÃO NEM SEMRE D1 X D2 X D3 X TOTAL (%) APROXIMADO 33,3% 33,3% 33,3% Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010. Pelo exposto, observamos ser a aula expositiva o recurso mais utilizado pelos professores. Certamente nem tudo o que prega a tendência tradicional deverá ser desprezado, contudo faz-se necessário dar-lhe uma reestruturada metodológica, oportunizando ao aluno a vez de participar, opinar, inferir e etc., tendo em mente a questão do conhecimento como algo a ser construído e alcançado, sendo possível chegar a bons resultados através de variados caminhos.
  • 41. 41 Segundo Graça (2007), a utilização das tecnologias no sistema educativo deve visar um horizonte de atuação dos professores o qual não se limita à simples melhoria da eficácia do ensino tradicional ou à mera utilização tecnológica escolar, através dos meios informáticos, mas instigar o aluno a construir e buscar o próprio conhecimento. Na grande maioria das vezes, o não uso do computador e demais recursos tecnológicos se dá pela falta de motivação e da devida preparação do professor para adequar estes novos recursos às disciplinas ensinadas. Notamos uma realidade escolar onde, na visão do corpo gestor/coordenador, se possui os requisitos mínimos para a implantação constante e devida do uso das novas tecnologias em sala de aula, uma vez que a mesma detém de recursos tecnológicos na qual podem ser usados, sempre que possível e necessário, apesar de insuficientes para toda a demanda. Há ainda cursos de capacitação aos profissionais de educação e possuem técnico de informática especializado no manuseio dos referidos equipamentos. Em contra partida notamos a falta de continuidade no trabalho de capacitação dos educadores, justamente por conta da rotatividade dos profissionais, causando a falta de domínio pleno das ferramentas disponíveis para uso. Vale salientar que os professores nem sempre demonstram o interesse em utilizar tais recursos, limitando a sua metodologia de trabalho.
  • 42. 42 4.2 RESULTADO DOS QUESTIONÁRIOS AOS PROFESSORES Tabela 6 – RECURSOS TECNOLÓGICOS ADEQUADOS E EM QUANTIDADE SUFICIENTE PARA A DEMANDA PROFESSOR SIM NÃO O SUFICIENTE P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X TOTAL (%) 40% 60% Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010. Percebemos na tabela acima que no ponto de vista de 40% dos entrevistados, a escola possui os recursos necessários para a realização dos trabalhos de forma satisfatória e em quantidade suficiente. Por outro lado 60% dos professores acreditam terem recursos tecnológicos adequados, porém em quantidade insuficiente para o devido atendimento de toda a demanda da escola. O professor P5 exemplifica que a escola possui “TV, DVD, Data-show, Computador, Som”, mostrando a diversidade de recursos disponíveis a todos educadores. Todavia P4 diz que “a escola possui recursos tecnológicos sim, mas não o suficiente para atender a toda a demanda”. Sabemos que nossos alunos vivem em uma sociedade informatizada, onde nos deparamos a todo o instante com as tecnologias em nosso cotidiano (internet, celular, dvd, tv, câmera digital, vídeo game, etc.), fazendo-se necessário portanto que as escolas se adequem a essa realidade, orientando os educandos acerca dos benefícios do uso de tais tecnologias, ensinando-os a explorá-los da melhor forma possível, sempre no intuito de toná-los cidadãos capazes de pesquisar, ler, entender, buscar e construir o seu próprio conhecimento.
  • 43. 43 Tabela 7 – USO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS DISPONÍVEIS PROFESSOR FREQUENTEMENTE ÀS VEZES NUNCA P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X TOTAL (%) 80% 20% 0% Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010. No que diz respeito ao uso de recursos tecnológicos, os professores foram quase unânimes nas suas respostas, informando que utilizam os mesmos por acreditarem na diversificação das atividades, tornando as aulas mais dinâmicas e prazerosas. Vejamos o que disse o professor P4 a esse respeito: “uso os recursos tecnológicos, principalmente computadores, sala de TV e vídeo, além de aparelho de som”. O professor P5 disse que utiliza tais recursos porque “... tornam as aulas mais dinâmicas e prazerosas” O professor P2 apresentou algumas restrições ao uso de certos recursos, em virtude de inaptidão e insegurança. Nota-se a grande necessidade das capacitações para o manuseio dos recursos e as trocas de experiências entre os profissionais no intuito de aumentar as possibilidades de utilização destes no desenvolvimento das aulas. Stelmaki e Teruya (2009) dizem que a inclusão digital nas escolas deve ser constante, porém não pode se limitar apenas em colocar computadores e outras tecnologias na sala de aula, mas deve ter como objetivo a melhoria da qualidade de ensino e da aprendizagem, tendo sempre como meta principal a formação de cidadãos críticos, capazes de compreender as implicações positivas e negativas das tecnologias.
  • 44. 44 Nesse sentido temos que a maioria dos profissionais da educação desta escola já estão no rumo certo para a “quebra da monotonia” em sala de aula, utilizando-se dos mais diversos métodos tecnológicos, aumentando a possibilidade de aprendizado, ou seja, na visão dos educadores entrevistados é costumeiro o uso dos recursos tecnológicos disponíveis, por acreditarem na mudança para esse tipo de metodologia a qual desperta maior interesse por parte dos alunos, gerando euforia nos mesmos, dinamizando as atividades propostas, maximizando o processo de aprendizagem. Tabela 8 – CURSOS DE CAPACITAÇÃO PARA MANUSEIO DOS EQUIPAMENTOS PROFESSOR SIM NÃO P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X TOTAL (%) 80% 20% Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010. Em relação à promoção de cursos de capacitação para os professores, os entrevistados responderam, em sua maioria, já terem recebido treinamento para esse fim, contudo o professor P5 afirmou nunca ter recebido treinamento algum, provavelmente pela rotatividade constante que a escola sofre em relação aos educadores, como foi citado anteriormente na análise do corpo gestor e coordenação. Segundo Moran, Masetto e Behrens (2003) um dos passos primordiais na gestão tecnológica em sala de aula é o domínio técnico dos recursos disponíveis. a capacitação para saber usar, é a experiência cuja aquisição provém da prática cotidiana.
  • 45. 45 A capacitação é pontuada pelos educadores entrevistados, os quais concordam plenamente acerca da necessidade da mesma, afirmando inclusive ser de fundamental importância para o bom desenvolvimento e desempenho do professor em sala de aula, até porque é somente através de treinamento e prática que se adquire a experiência necessária à evolução profissional e conseqüente alcance dos objetivos traçados. É o que diz o professor P4: “A capacitação nos torna profissionais ainda mais capacitados e comprometidos, com uma boa metodologia de ensino e bom desempenho nas atividades”. O professor P5 afirmou que: “A capacitação é importante pois através dela nos sentimos preparados para o manuseio dos recursos”. É importante os educadores estarem sempre abertos às inovações tecnológicas e metodológicas objetivando principalmente garantir ao aluno o acesso à educação e informação, e não somente utilizando os recursos disponíveis, sem ter segurança, simplesmente para demonstrar que está atualizado, mas capacitando-se e interagindo com os mesmos. Com isso o professor reaprender a ensinar, tornando- se um profissional mais maleável à modernidade. Da mesma forma que responderam os diretores e coordenadores, no sentindo da promoção de momentos de trocas de experiências, os professores afirmaram que os mesmos ocorrem sempre às sextas-feiras, nos momentos de planejamento semanal com a coordenadora da escola, onde se relatam o uso dos recursos tecnológicos a fim de que todos possam compartilhar tudo o que foi vivenciado durante a semana, sempre objetivando à oitiva de diversas opiniões para uma maior evolução de suas respectivas metodologias. a possibilidade de refletir e discutir com outros docentes, com fundamento em abordagens teóricas a respeito da inserção desse recurso em atividades de sala de aula, poderá proporcionar segurança ao professor quando ele se colocar frente a essa atuação pedagógica que foge dos convencionais, giz e lousa. (GABINI e DINIZ, 2009)
  • 46. 46 Tabela 9 – ACESSO A SOFTWARE REFERENTE A CONTEÚDOS TRABALHADOS EM SALA DE AULA PROFESSOR SIM SIM MAS NÃO UTILIZO NÃO P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X TOTAL (%) 20% 40% 40% Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010. O acesso aos softwares ainda é bastante restrito, distante do que se almeja para uma maior influência da informática no cotidiano escolar, e principalmente em sala de aula. O computador se devidamente utilizado como recurso pedagógico auxilia o educador no processo de ensino e aprendizagem, facilitando a explanação dos conteúdos aos alunos, instigando-os a participarem mais ativamente das aulas, oferecendo um maior suporte na construção do seu próprio conhecimento. Vale a pena ressaltar que o computador “não é o detentor do conhecimento, mas uma ferramenta tutorada pelo aluno”, (ALMEIDA, 2000, p. 32). Portanto é imprescindível a intervenção humana na utilização dessa ferramenta para que a mesma cumpra o seu papel metodológico, principalmente do professor pois precisa estar ciente da sua relevância nesse sentido, propiciando ao alunado as ferramentas essenciais para o aprendizado. Para que isso ocorra, não é suficiente apenas saber manusear os equipamentos tecnológicos e o computador. Faz-se necessário, contudo, o mínimo conhecimento acerca dos diferentes tipos de softwares existentes e disponíveis, pois são eles que auxiliarão efetivamente o educador, uma vez que, sem esses programas o computador não funciona. Portando o professor, antes de tudo, precisa conhecê-los, analisá-los e explorá-los possivelmente para serem utilizados em determinados momentos ou determinados conteúdos, a fim de que se cumpra o propósito da aprendizagem.
  • 47. 47 Conforme Valente (1998), o conhecimento acerca dos softwares é bastante interessante e pertinente, pois facilita a compreensão da função do computador e suas respectivas limitações, bem como a influência que o mesmo pode exercer no processo de construção do conhecimento. Tendo na escola um profissional especializado na área de informática, o qual se dispõe sempre no auxílio e manuseio dos recursos tecnológicos, a não utilização ou a falta de acesso a softwares educativos poderia ser minimizado, se feito através de um trabalho em grupo, com o intuito de “abrir o leque” de opções metodológicas, motivando assim à sua devida utilização constante. Tabela 10 – IMPORTÂNCIA ATRIBUÍDA PELA ESCOLA AOS RECURSOS TECNOLÓGICOS PROFESSOR GRANDE IMPORTÂNCIA PEQUENA IMPORTÂNCIA P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X TOTAL (%) 100% 0% Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010. Pelas informações colhidas, detectamos que a direção investe razoavelmente bem na aquisição de recursos, buscando sempre o melhor para a escola, professores e alunos, prezando sempre pelo cuidado e conservação dos equipamentos adquiridos, dando importância significativa ao uso cotidiano dos mesmos. P1 relata: “a escola dá muita importância, pois adquire os recursos para auxiliar os professores”. P2 afirma que “a escola preocupa-se com o zelo dos recursos”.
  • 48. 48 Segundo os entrevistados, os principais resultados desse investimento são um maior desenvolvimento dos alunos e a maior motivação destes em participar mais ativamente das aulas. O professor P1 afirma: “os alunos reagem com empolgação às aulas mais interativas”. Já o professor P4 disse que: “...os alunos ficam animados e muito contentes, já que se empolgam com as atividades inovadoras...”. Na visão de P5 “Os alunos sentem mais prazer e prestam bem mais atenção nas aulas”. Knave (1997) diz que o uso das tecnologias deixa a aula mais agradável para os estudantes, fazendo da escola um ambiente mais agradável, tornando-os mais motivados e concentrados, possibilitando, assim, um maior desenvolvimento, interação e solidariedade. Tabela 11 – EXISTE EMPECILHO PARA O USO FREQUENTE DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS? PROFESSOR SIM NÃO P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X TOTAL (%) 40% 60% Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010. Apesar de todo o investimento e esforço realizado pela direção da escola na aquisição de novos equipamentos tecnológicos, 40% dos professores acreditam terem empecilhos para o uso constante dos mesmos em sala. Destacaram que o principal empecilho para tal é a questão da falta de recursos em quantidade suficiente para atender toda a demanda, tendo como exemplo o número de computadores reduzido. Como foi destacado anteriormente, a escola possui boa diversidade de recursos inovadores e interativos, porém ainda em quantidade insuficiente para atender toda a demanda. Segundo P2 há empecilho “sim, não há
  • 49. 49 recursos suficientes para tal”. P4 corrobora com o comentário anterior afirmando que existe impedimento “porque não há recursos suficientes para todos”. Por outro lado, 60% destes acreditam não haver qualquer empecilho para o uso frequente desses recursos em aula, sendo todos eles bem diretos em suas respostas, informando que “não existe empecilho” (P1, P3, P5).. Para extinção do problema levantado, faz-se necessário a aquisição de recursos tecnológicos em maior quantidade, isso porque observamos que existe diversidade de equipamentos como data show, TV, DVD, som, etc, entretanto tem faltado quantidade suficiente para o constante e devido atendimento a todos. Tabela 12 – POSSUI RECURSOS TECNOLÓGICOS EM CASA? PROFESSOR SIM NÃO P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X TOTAL (%) 80% 20% Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010. Dentre os professores entrevistados, 80% destes afirmam possuir recursos tecnológicos em casa, porém nem todos os usam com freqüência e com o objetivo de estudo e capacitação. Apenas metade destes os utilizam com a finalidade de pesquisa, os outros o fazem apenas para o seu lazer e diversão. P2 e P3 afirmam terem “computador com internet”, P4 possui “TV, DVD, aparelho de som e computador”. Já P5 afirmou não possuir recurso tecnológico algum. Entretanto a compreensão de recursos tecnológicos por parte dos entrevistados parece limitada apenas à ferramenta do computador, pois 20% destes afirmam não possuir qualquer recurso tecnológico, algo muito raro na sociedade em que vivemos, e outros 40% afirmam possuir unicamente computador como tecnologia, desprezando a provável
  • 50. 50 posse de outras ferramentas muito importantes como a TV, DVD, aparelho de som, máquinas digitais, celulares, etc. Para Moran, Masetto e Behrens (2003) é imprescindível o uso constante dos recursos tecnológicos cotidianamente, principalmente do computador. Ainda segundo ele o professor deve ter o domínio da máquina, capacitando-se para saber usar, adquirindo experiência que só vem pela prática. Alega ainda que se o professor só toca no computador uma vez por semana demorará muito mais para dominá-lo do que se tivesse em constante uso. Vale ressaltar que os recursos tecnológicos/tecnologias estão em contínua evolução, sendo inovados constantemente, através de novos equipamentos/ferramentas. Se o contato do educador com essas tecnologias se limitar apenas ao uso esporádico, o domínio dos mesmos se tornarão cada vez mais limitado, uma vez que estarão sempre em atraso em relação à evolução contínua destes. Tabela 13 – SENTE-SE APTO E SEGURO PARA TRABALHAR COM RECURSOS TECNOLÓGICOS? PROFESSOR SIM NÃO COM ALGUNS P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X TOTAL (%) 40% 40% 20% Fonte: Questionário apresentado para analise de dados da Creche Escola Francesco Galli – 2010. A maior prova da falta de uso constante do computador e demais recursos por parte dos professores no seu cotidiano é a tabela acima, uma vez que 40% destes sentem-se ainda inseguros e inaptos ao trabalho, utilizando essas novas tecnologias. De acordo com P2 precisa-se de ajuda para a realização desses
  • 51. 51 trabalhos, P4 disse que necessita da colaboração de outros membros da escola para o manuseio dos referidos equipamentos. Já P5 diz ter domínio de alguns recursos como o computador, porém deixa a desejar nos demais. Com isso vemos que os referidos professores precisam ainda de uma maior prática educativa no sentindo de interação com as novas metodologias, com o intuito de aquisição de experiência no manuseio dos equipamentos, bem como do conhecimento do extenso poderio que essas novas ferramentas podem trazer em benefício da educação, se bem trabalhadas. Para Stelmaki e Teruya (2009, pg. 08) “atualmente, quem não está familiarizado com as tecnologias de informação e comunicação é considerado um “analfabeto tecnológico”.” É necessário que a escola ofereça o acesso a esta realidade tecnológica como ferramenta educacional. Para isso é fundamental a formação contínua e constante dos professores, tornando-os capazes de utilizar os recursos tecnológicos de forma crítica e segura para transformar as informações disponíveis em conhecimento para os alunos
  • 52. 52 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa monográfica apresenta um estudo referente ao uso dos recursos tecnológicos/informática e sua aplicação em sala de aula da Creche Escola Francesco Galli. Este trabalho não pretende solucionar todos os problemas detectados durante a referida pesquisa, mas possivelmente despertará o corpo gestor a saná- los de forma gradativa, bem como auxiliará o professor em sua prática pedagógica, pois oferece subsídios e suporte teórico para uma segurança na escolha do uso freqüente dos recursos tecnológicos. Sabemos que a escola é composta por diversos alunos, contudo, há a necessidade de se observar que nem todos possuem o mesmo ritmo de aprendizagem, não se podendo tratar a todos como iguais. Na educação contemporânea enfrentamos o desafio da busca por uma escola mais justa que valorize diferenças individuais e construa novas formas de ser e de atuar em educação. Na sociedade em que vivemos, estamos constantemente rodeados de tecnologias por toda a parte, em casa, nos centros comerciais, no trabalho, e a escola não pode fugir dessa realidade. Portanto, faz-se necessário o uso cada vez mais freqüente dos recursos tecnológicos em sala de aula, no intuito de orientar os alunos na busca do próprio conhecimento, motivando-os e instigando-os. Os professores têm papel decisivo nisso, pois são os responsáveis pelo contato direto com os alunos, sendo primordial o conhecimento das tecnologias por parte destes, as trocas de experiências entre os colegas e o devido treinamento. Starobinas, (2006) afirma: Acho que conhecer o que é o mundo digital traz grandes ganhos para os educadores, pois ele também cria suas redes, e tem muito o que aprender com outros colegas, com o contato com outros materiais, etc. Também pode ter seu trabalho divulgado e reconhecido, para além do espaço de sua
  • 53. 53 escola. Ao se apropriar destas tecnologias, o educador transitará mais facilmente pelo seu uso com as crianças. Não é um "transmitir", é um "produzir conjuntamente". Neste sentido, tanto professores como alunos aprendem, e isso é uma das situações mais importantes quando falamos em educação. Nesse sentido, observamos que a Creche Escola Francesco Galli tem tentado se adequar a esta realidade, uma vez que possui, apesar de insuficientes para a demanda, os recursos tecnológicos necessários para uma mudança significativa na sua metodologia, objetivando uma maior interação dos alunos, com os conteúdos, com a escola, professores, demais colegas de turma, aumentando assim o aprendizado. Tem promovido cursos de capacitação, sempre que possível ao corpo docente da escola, no entanto é preciso que essa capacitação seja contínua, vez que esse corpo tem sofrido bastante com a rotatividade dos profissionais, ocasionando inaptidão, insegurança e restrições por parte de alguns destes ao uso freqüente dos recursos tecnológicos em sala de aula. Esses educadores, portanto, carecem de maior contato com as tecnologias, não apenas para o lazer, mas para a busca e conhecimento acerca das diversidades de tecnologias existentes, do poderio de exploração dos mesmos, bem como dos softwares disponíveis no mercado para o devido uso escolar. O uso dos recursos tecnológicos no currículo pode representar um novo caminho para o aprendizado, pois desse modo a escola mostra atratividade e os alunos podem aprender com mais significação, pois do contrário, a aprendizagem é compreendida como uma aquisição mecânica, o que acaba transformando essa prática num ato de sacrifício, sem desejo e prazer.
  • 54. 54 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Maria Elisabeth de. ProInfo: Informática e formação de professores/ Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2000, p.32. BAGATINI, Fernanda & CAMARGO Paulo. Sono Digital. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em http://www.educarede.org.br/. Acesso em 12/02/2010. BARLOW, M. Le métier d'enseigner: essai de définition. Paris: Anthropos, 1999. BRASIL, Lisandra, MORO, Eliane L. S. e SANTAROSA, Lucila M. C. O Acesso Às Tecnologias De Informação E De Comunicação E A Superação Das Limitações Dos Pnees Com Limitaçao Visual Incluindo-Os Em Um Ambiente De Aprendizagem Mediado Por Computador. Porto Alegre-RS, 2005, disponível em <www.cinted.ufrgs.br>. Acesso em 31/07/2010. BRASIL. Constituição (1988) Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988. BRASIL. DECRETO Nº 5.622, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial, Brasília, 19 dez. 2005. BRASIL. Lei n.9.394 de 20 de dezembro de 1996, que Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial, Brasília, p.7, 20 dez. 1996. BUCKINGHAM, David. Aprendizagem e Cultura Digital. Revista Pátio, Ano XI, No. 44, Jan.2008. Disponível em http://www.educarede.org.br. Acesso em 31/07/2010. CASIMIRO, Vitor. O CD-ROM, o DVD ou o próximo suporte que surgir são a metáfora da mente. 2001. Disponível em <http://www.educacional.com.br/entrevistas/a0032.asp>. Acesso em 01/03/2010. CHAVES, Eduardo O. C. O Computador como Tecnologia Educacional. 2007. Disponível em <http://chaves.com.br/TEXTSELF/EDTECH/zoom.htm>. Acesso em 01/03/2009. D`ESPÍNDOLA, Vamilson Souza. As Tecnologias disponíveis nas escolas, Publicado em 25/05/2009. Disponível em <http://www.webartigos.com>. Acesso em 31/07/2010. DOYLE, W. Classroom organization and management. In: WITTROCK, M.C. (Org.). Handbook of research on teaching; a project of the American Educational Research Association. New York: Macmillan, 1986.
  • 55. 55 EMISSORA DE TV R7. Lan House Brasileira, mercado crescente. São Paulo, 2010. Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=j8x3Ljfge_A>. Acesso em 31/07/2010. ENCICLOPÉDIA LIVRE DIDIGAL WIKIPÉDIA. Conceito de Metodologia. 2010. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Metodologia>. Acesso em 10/08/2010. FALZETTA, Ricardo. Ele já formou mais de 200 mil. Revista Nova Escola, Ed. 155 de setembro de 2002. Rio de Janeiro, 2002. FALZETTA, Ricardo. Na Era das Tecnoaulas. Revista Nova Escola, v. 15, n. 138. Brasília, nov. 2000. GABINI, Wanderlei e DINIZ, Renato E. S. Os professores de química e o uso do computador em sala de aula: discussão de um processo de formação continuada, 2009. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516- 73132009000200007&script=sci_arttext>. Acesso em 31/07/2010. GAUTHIER, C.; DESBIENS, J-F.; MALO, A., MARTINEAU, S.; SIMARD, D. Pour une théorie de la pédagogie. Sainte-Foy: Université Laval, 1997. GOMIDE, Rafaela Vale S. A afetividade e o processo de ensino e aprendizagem. 2007. Disponível em <http://artigos.netsaber.com.br>. Acesso em 01/03/2010. GRAÇA, Ana. Importância das TIC na Sociedade Atual, Publicado em 23/02/2007. Disponível <www.notapositiva.com>, Acesso em 15/07/2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS E TECNOLOGIA. Mapa da inclusão digital mostra expansão de PIDs no Brasil. Brasília, 2007. disponível em <http://www.telecentros.desenvolvimento.gov.br/>. Acesso em 31/10/2009. KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas, SP: Papirus, 2007. KNAVE, B. Information Technology (IT) in schools. In: INTERNATIONAL SCIENTIFIC CONFERENCE ON WORK WITH DISPLAY UNITS, 5., 1997, Tóquio. Proceedings. Tóquio, 1997. p.107- 108. LIMA, Jeane O., ANDRADE Maria N. e DAMASCENO Rogério J. A. A resistência do professor diante das novas tecnologias. Lagarto-Se, 2009. Disponível em <http://www.meuartigo.brasilescola.com>. Acesso em 31/07/2010. MENDEL, Cássia Ravena M. A. Escola e Tecnologia Educacional. 2009. Disponível em <http://sitededicas.uol.com.br/art_tecnologia_ed.htm>. Acesso em 310/07/2010. MENEZES, Débora e COSTA Cynthia. Internet no dia-a-dia da escola. São Paulo, 2008. Disponível em <http://educarparacrescer.abril.com.br/>. Acesso em 01/03/2009.
  • 56. 56 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. O que é ProInfo. Brasília, 2008. Disponível em <www.mec.gov.br/seed>. Acesso em 01/03/2010. MIRANDA, Natalia Monteiro. Importância da pesquisa qualitativa para a eficácia da norma jurídica de relevante valor social: a problemática do genoma humano. Ribeirão Preto, 2009. Disponível em <http://www.sociologiajuridica.net.br/numero-8/212-importancia-da-pesquisa- qualitativa-para-a-eficacia-da-norma-juridica-de-relevante-valor-social-a- problematica-do-genoma-humano>. Acesso em 10/08/2010. MODESTO, ITALO. Tecnologia na Escola. 2003. Rio Grande do Sul. Disponível em <www.cinted.ufrgs.br/renote/fev2003/artigos/italo_tecnologias.pdf>. Acesso em 31/07/2010. MONFERRARI, Cecília Petres. Pesquisa Quantitativa X Pesquisa Qualitativa. São Paulo, 2010. Disponível em <http://www.ucj.com.br/noticias/14-diario-do- comercio/59-pesquisa-quantitativa-x-pesquisa-qualitativa.html>. Acesso em 10/08/2010. MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos & BEHRENS, Marilda. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 7a ed. São Paulo: Papirus, 2003. MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos T., BEHRENS, Marilda A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000. MORAN, José Manuel. Mudar a forma de ensinar e de aprender com tecnologias. Campinas-Sp, 2008. Disponível em <http://www.eca.usp.br>. Acesso em 31/07/2010. OLIVEIRA, Vera B. e VIGNERON, Jacques. Sala de aula e tecnologias. São Paulo, 2005. Disponível em <http://www.universia.com.br/ead/materia.jsp? materia=7079>. Acesso em 01/03/2009. PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira. O Uso da Tecnologia no Ensino de Línguas Estrangeira: breve retrospectiva histórica. Disponível em <www.veramenezes.com/techist.pdf>. Acesso em 01/03/2009. PERRENOUD, Philippe. 10 novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. RAYALA, Roberto. A Relação Matemática-Biologia no Estudo e/ou Pesquisa da Hereditariedade na Uneb/Campus VII Senhor do Bonfim: Uma questão interdisciplinar. Senhor do Bonfim, 2008, Cap. 2, p. 36-38. SETZER Valdemar W., Meios Eletrônicos e Educação: uma visão alternativa. São Paulo: Escrituras Editora, 2001 - Coleções Ensaios Transversais.
  • 57. 57 STAROBINAS, Lilian. Tecnologias na escola. Revista Viva SP. São Paulo, 2006. Disponível em <http://weblab.tk/2007/04/entrevista-sobre-tecnologias-na-escola- para-revista-viva-sp>. Acesso em 31/07/2010. STELMAKI, Mariluci e TERUYA, Teresa. Informática Na Educação: Um Desafio Para A Ação Docente, 2009, disponível em <www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acesso em 31/07/2010. TARDIF, M. e LESSARD, C. Le travail enseignant au quotidien. Québec: Université Laval, 1999. VALENTE, José & ALMEIDA, Fernando. Visão analítica da informática na educação: a questão da formação do professor. Revista Brasileira de Informática na Educação, Sociedade Brasileira de Informática na Educação, 1997, nº 1, pp. 45-60. VALENTE, José A. O Uso inteligente do computador na educação. Campinas- SP, 1998. Disponível em <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acesso em 31/07/2010. VALENTE, José Armando. O uso inteligente do computador na educação, In: Revista Pátio, 1997, ano I, n. 1, p. 19-21, Porto Alegre: Artes Médicas Sul. VALENTE, José Armando. Informática na Educação no Brasil. Campinas, 1997. Disponível em <www.nied.unicamp.br/~dafe/download/cap1.doc>. Acesso em 31/07/2010. VILARINHO, Sabrina. A tecnologia e a sala de aula. 2010. Disponível em <http://www.educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/a-tecnologia-sala- aula.htm>. Acesso em 31/10/2009. WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa das desigualdades digitais no Brasil, 2007, disponível em <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em 31/07/2010. WITTMANN, Tatiana. Mapa da exclusão digital. Publicado em 16/04/2003. disponível em <http://www.fgv.br>. Acesso em 31/10/2009.