Carta aberta aos prefeitos sobre gestão pública e responsabilidade social
1. Carta aberta aos prefeitos
Primeiramente, quero cumprimentar suas excelências pela vitória nas urnas em 2012. Os senhores foram
escolhidos pelo povo para o Poder Executivo e isto significa um tento para a democracia.
Depois, gostaria de tomar a iniciativa e audácia de ser o porta-vozde meus leitores, usuários de suas gestões
nos críticos próximos quatro anos de mandato, quando o país receberá o planeta em dois eventos marcantes: a
Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, quando o que nos preocupa é o “day after”, quando muitos estádios e
infraestruturas construídos para as efemérides se tornarão verdadeiros elefantes brancos por falta de planos de
negócio.
Dezenas de bilhões de dólares do dinheiro público investido ficarão sem serventia nenhuma para a Nação. E,
para complicar mais ainda, não fomos bem até aqui nos anos Dilma, e nada indica uma virada no que se
conseguiu até agora: baixo crescimento econômico, falta de planejamento estratégico, insegura nça jurídica,
baixo nível de investimento.
Estes itens podem colocar nosso futuro, literalmente, em jogo, já na Copa. O viés ideológico, herança de um
mal resolvido marxismo, travou as concessões da grande infraestrutura à iniciativa privada e as revoluçõe s que
precisamos na educação básica, saúde e segurança pública estão postergadas para as calendas por falta de
gestão-motivo surpreendente para quem ganhou milhões de votos ao se vender para o eleitorado como
“gerentona”.
Todavia, a força dos prefeitos eleitos pode mudar este estado da arte e é por isso que escrevo esta missiva. As
pessoas vivem nas cidades e é lá que a opinião pública se agigantará e dará as cartas. As mídias sociais já são
o escoadouro da insatisfação social com os malfeitos e omissão dos governantes hoje, e com certeza, com
muito mais veemência o serão nos próximos anos, elegendo novas prioridades e políticos alinhados a elas.
Senhores prefeitos, muitos dos senhores foram reeleitos por atenderem às expectativas da sociedade e, da
mesma forma, muitos não o foram por desprezá-las de tal maneira que, ostensivamente roubaram até bens
visíveis da prefeitura – computadores, quadros, móveis e utensílios. Há que se indignar com a falta de espírito
público destes “pitbulls” que avançaram sobre o patrimônio público, jogando no lixo valores e exemplos para as
futuras gerações.
Onde está o Ministério Público? E a polícia? Pobre Brasil, míope por não enxergar estes verdadeiros monstros
antes da urna. Não há falta de recursos – falta vergonha. E o exemplo mais acabado é o de Duque de Caxias
na Baixada Fluminense-segundo município mais rico do interior do RJ. A imagem do lixo deixado na rua pelo
prefeito anterior, sendo queimado em praça pública e em frente a hospitais, correu o mundo como exemplo de
crime ambiental.
Por isso não queremos que isto mais aconteça, para tanto, estamos propondo um projeto de lei que encarcere
imediatamente todo mau gestor público que assim proceda, pois o prejuízo material e imaterial é incalculável:
sonhos destruídos, imagem negativa da cidade, perda da sanidade do meio ambiente e perdas de vidas
humanas. Quanto vale uma só vida?
2. Concluo clamando pelo respeito à Bandeira Nacional, sobre a qual jurastes ordem e progresso, e à unidade
nacional contra os que sonham tingir de vermelho o nosso Céu azul de anil, pois, em Minas, acreditamos que a
liberdade já abriu sua asas sobre nós, para sempre.
José Carlos Nunes Barreto