13. “Cada indivíduo aumenta a sua fortuna
sem medo do futuro, sem inveja do
vizinho. Todos atingiram a mesma
meta. […] Ricos e pobres jogavam na
bolsa. […] Todas as manhãs os
americanos abriam o jornal e cada um
deles estava um pouco mais rico do que
na véspera. Na realidade, desde 1920
que o sistema estava num equilíbrio
instável. A prosperidade não era
construída sobre alicerces reais mas
sobre frágeis esperanças. Cada um
tinha comprado muito acima das suas
possibilidades. Em Nova Iorque
deitavam-se abaixo edifícios ainda
novos para construir outros mais altos
e mais caros. Os empresários pediam
dinheiro emprestado para a
construção.”
A. Maurois, Chantiers Américans (adaptado)
CAUSAS
Especulação bolsista (o valor das ações era
superior ao lucro real das empresas).
Crise de Superprodução, na agricultura e
na indústria devido à Diminuição do
consumo provocado pela:
Saturação dos mercados internos devido à
Mecanização e aos novos métodos de produção;
Diminuição das exportações devido à recuperação
económica da Europa em meados da década de 20
Diminuição da produção
Baixa de preços (deflação)
Redução de salários
Falências
14. CAUSAS
Crash da Bolsa de valores de Wall
Street
Outubro - 40 milhões de acções
foram postas à venda a preço baixo.
Pânico dos investidores
24 de Outubro de 1929 (quinta-
feira negra) - 13 milhões de acções
foram postas à venda abaixo do seu
valor real e não foram compradas,
Crash
Falências
“O Crash A quinta-feira de 24 de
Outubro é o primeiro dia que a
história se identifica com o pânico de
1929. (…) Nesse dia, 12.894.650 acções
mudaram de dono, muitas delas a
preços que destruíram os sonhos e as
esperanças dos que as possuíam. […]
Cerca das onze horas, o mercado
tinha degenerado numa confusão
doida e desenfreada para vender [..].
Às onze e meia era verdadeiramente o
pânico. […] Ajuntamentos formaram-
se em volta das sucursais das firmas
dos correctores na cidade e por todo o
país […] Os suicídios sucediam-se e
onze especuladores bem conhecidos
tinham já morrido.”
J. K. Galraith, A crise económica de 1929 (adaptado)
15.
16. Exigência do
pagamento
das dívidas
Diminuição
do consumo
Diminuição
do poder
de compra
CICLO VICIOSO
CRISE DE
SUPERPRODUÇÃO
Mais oferta do
que procura
Acumulação
de stocks
Diminuição
dos preços
Diminuição
dos lucros
Aumento do
desemprego
Crash Bolsa
de Wall
Street
Falência de
bancos
Restrição ao
crédito
Falência de
empresas
Queda do
preço das
ações
19. «Na América Latina, o café
dependia do mercado norte-
americano, da sua capacidade
de consumo e dos seus preços
(...), por isso, deixando de ser
exportado, passou a utilizar-
se nas locomotivas em vez de
carvão. (...) A crise de 1929
estalou sem avisar. Os preços
do café e da banana
desabaram eo volume de
vendas teve a mesma sorte.»
Traduzido de E. Galeano, Les Veines Ouvertes
de l’Amerique Latine, col. ‘’pocket
Terre Humaine’’, nº3022, Pocket, 2001
MUNDIALIZAÇÃO DA CRISE
Motivos
• Retirada de capitais americanos da Europa
• Levou à falência de muitos bancos e de muitas
empresas que dependiam dos empréstimos bancários.
• Crise chega à Europa
• Retração do comércio mundial
• A maior parte dos países reduziu ao máximo as suas
compras ao estrangeiro.
• Os países industrializados não conseguiam escoar os
seus produtos.
• Os países subdesenvolvidos não conseguiam
exportar as suas matérias-primas e produtos agrícolas
Crise atinge todo o Mundo
20. CRISE SOCIAL
• Ruínas de pequenos investidores e
reformados que ficaram sem as suas
poupanças.
• Destriuição de stocks para tentar aumentar
os preços dos produtos;
• Desemprego
• despedimentos em massa;
• Fome
• Sopa dos pobres
• Miséria
• muita mão-de-obra disponível que se
oferecia para trabalhar por baixos salários;
• Hoovervilles
• Aumento da mendicidade, da
criminalidade, da prostituição e dos
suicídios;
• Aumento dos movimentos racistas
• KKK (Ku Klux Klan)
• Aumento da agitação social, pedindo ao
Estado intervenção urgente;
“A produção das vides e das árvores deve
ser destruída para que se mantenham os
preços. Isto é uma abominação que
ultrapassa todas as outras. Carregamentos
de laranjas são lançados não importa
onde. As pessoas vêm de longe para as
apanhar, mas não lhes é permitido fazê-
lo. […] Homens munidos de mangueiras
regam com petróleo os montes de laranjas
[…]. Queima-se café nas caldeiras.
Queima-se milho para aquecimento.
Lançam-se batatas ao rio […]. Enterram-se
porcos acabados de matar […]. As
crianças atingidas pela pelagra morrem
porque cada laranja tem de dar lucro. E as
autoridades inscrevem na certidão de
óbito: morto por subnutrição, e tudo isto
porque os alimentos apodrecem, tudo isto
porque é preciso deixá-los apodrecer.”
John Steinbeck, As Vinhas da Ira.
21. NEW DEAL
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA
1933
Franklin Roosevelt implantou o
New Deal
uma nova política económica, que
defendia o intervencionismo do Estado
na economia e o proteccionismo
• Redução das importações e aumento
das exportações
• Defendia a intervenção do estado para
dinamizar a economia com:
• Diminuição do desemprego
• Aumento do poder de compra.
• Aumento do consumo
22. NEW DEAL - MEDIDAS
• Combate ao desemprego:
• Programa de obras públicas
(barragens, canais, escolas, estradas,
pontes, caminhos-de-ferro…)
• Diminuição do horário de trabalho
semanal para 40 horas
• Domínio social:
• Estabelecimento do salário mínimo
• Criação do Welfare State (Estado
Providência) ou segurança social:
subsídios de desemprego, de doença,
de velhice e de invalidez.
Construção da barragem de Wilson -
Alabama
23. NEW DEAL - MEDIDAS
• Na indústria:
• limitou os níveis de produção,
• fixou preços mínimos para os produtos,
• baixou as taxas de juro do crédito
bancário
• diminuiu os impostos;
• Na agricultura:
• concessão de indemnizações aos
agricultores que reduziram as suas áreas
de cultivo a fim de diminuírem a
produção;
• concessão de créditos agrícolas para
pagamento de dívidas;
• Nas Finanças
• legislação para controlar a actividade da
Bolsa e dos Bancos;
24. NEW DEAL - RESULTADOS
Diminuição do desemprego (baixou
cerca de 50% entre 1933 e 1937)
• Aumento do poder de compra
• Retoma do consumo
Aumento da produção industrial;
Recuperação da economia
Reforço do poder do Estado
(proteccionista).
O desemprego nos E.U.A.
1,4
12,6
11,9
7,9
4,2
10,9
10,2
8,5
7,2
9,9
8,8
0
2
4
6
8
10
12
14
1929 1930 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 1938 1939
Milhões
25. Aumento do
poder de compra
Aumento
dos lucros
Aumento
da
produção
NEW DEAL
Ciclo de
prosperidade
Mais procura
do que oferta
Aumento do
Consumo
Aumento do
emprego
Aumento
dos preços
26. NA EUROPA
• Medidas proteccionistas:
• Grã-Bretanha
• França
• Desenvolvimento de regimes
nacionalistas e totalitários
• Itália
• Alemanha
• Portugal
27. Superprodução – Produção em quantidade superior às possibilidades
de absorção do mercado, excesso de produção.
Especulação – Operação comercial que visa obter lucros exagerados
ou pouco legítimos.
Deflação – Situação em que ocorre uma baixa sensível do nível geral dos
preços, acompanhada de quebra do ritmo das atividades económicas,
como consequência da diminuição da procura em relação à oferta.
Hoovervilles – Nome popular dado aos bairros construídos por
pessoas sem abrigo durante a crise dos anos 30 nos EUA. O nome deriva
do presidente americano da época, Herbert Hoover, acusado de ter
deixado o país mergulhar na depressão.
Ku Klux Klan – Nome de uma organização racista dos EUA que apoia
a supremacia branca e o protestantismo. No seu período de maior ação
localizava-se sobretudo no sul dos EUA.
Protecionismo –Sistema que protege a industria e o comércio de um país,
através da criação de leis que não autorizam, ou dificultam, a importação
de certos produtos, geralmente pela aplicação de altas taxas aos produtos
estrangeiros.
CONCEITOS A RETER
28. 1. Explicar as causas da crise dos anos 30.
2. Descrever os ciclo vicioso da crise.
3. Justificar a mundialização da crise.
4. Descrever os efeitos sociais da crise.
5. Explicar o que foi o New Deal.
6. Avaliar os resultados do New Deal.
7. Identificar outras soluções para a crise.
METAS
O QUE DEVES SABER DESTA MATÉRIA