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ESCOLA ESTADUAL DR. “SAMUEL DE CASTRO NEVES” 
GABRIEL BOVI LORANDI 
LEONARDO CUNHA BUENO GONÇALVES 
MATHEUS DE JESUS BARBOSA 
RENAN SANTOS SILVA 
COPA DO MUNDO DE 2014: ASPECTOS ECONÔMICO, 
POLÍTICO E SOCIAL 
Piracicaba 2013
ESCOLA ESTADUAL DR. “SAMUEL DE CASTRO NEVES” 
GABRIEL BOVI LORANDI 
LEONARDO CUNHA BUENO GONÇALVES 
MATHEUS DE JESUS BARBOSA 
RENAN SANTOS SILVA 
COPA DO MUNDO DE 2014: ASPECTOS ECONÔMICO, 
POLÍTICO E SOCIAL 
Projeto de Pesquisa apresentado como 
requisito parcial para elaboração da 
monografia de conclusão do curso de 
graduação do Ensino Médio, sob 
orientação da Professora Madalena 
Pompermayer. 
Piracicaba / 2013
Dedicatória 
À nossos familiares que com muito carinho e apoio não mediram esforços para que 
chegássemos a mais uma etapa de nossa vida, aos meus amigos e amigas, minha 
segunda família, que fortaleceram os laços da amizade, e além disso, à todos os 
professores que ajudaram diretamente ou indiretamente no desenvolvimento deste 
trabalho.
Agradecimento 
À todos que contribuíram para a execução desse trabalho, em especialmente à 
Deus que devemos nossa vida, às nossa famílias que sempre nos apoiaram. Ao 
professor Geovano Zem, que dedicou seu tempo para nos orientar em grande parte 
desse trabalho. A professora Madalena Pompermayer que dedica seu tempo para 
nos ajudar a elaborar a estrutura do TCC. E a professora Lídia Camargo por ter 
dedicado muito do seu tempo para ajudar com a escrita de acordo com a norma 
padrão da língua portuguesa. E aos professores Regina Pompermayer e Joyce Fava 
pela contribuição na nossa formação e influência na nossa futura vida profissional.
“Não espere o futuro mudar sua vida, 
Porque o futuro será consequência do presente” 
(Racionais – Mc’s)
Resumo 
A Copa do Mundo de 2014, atrairá a atenção da mídia internacional, assim como um 
grande número de turistas e investimentos do exterior. Porem a Copa do Mundo 
apenas é favorável para as elites, como políticos corruptos e grandes empresas 
privadas que no final iram administrar não só estádios, mas também as obras de 
mobilidade urbana pagos com o dinheiro público. E tendo como característica o preço 
final das obras bem superior ao inicial. 
A copa do mundo impôs novas leis baseadas na Lei Geral da Copa, que visa proteger 
marcas oficiais da copa, e estabelecer o comercio apenas de seus patrocinadores e 
pontos de comercio autorizados, tirando o próprio direito dos comerciantes locais 
venderem produtos em um certo raio de distância dos eventos. E também passa por 
cima das leis do próprio país, liberando a venda de bebidas alcoólicas nos estádios 
por exemplo. Isso desmerece todo contexto histórico do país. 
Para realizar as obras de infraestrutura no transporte e na construção de estádios 
desrespeita toda a população local, desapropriando as pessoas das suas próprias 
casas, onde casas são marcadas com as siglas do S.M.H (Secretaria Municipal de 
Habitação), e são demolidas no outro dia, lembrando praticas nazistas. 
Por ser um país subdesenvolvido, e com tantos problemas sociais, necessitando 
primeiramente de investimentos em áreas da saúde, educação, saneamento básico, 
e devido ao grande investimento de quase R$ 30 bilhões, justifica o fato do Brasil não 
estar preparado para sediar a Copa, e deve primeiramente investir no que realmente 
é necessário. 
Palavra Chave: Copa, Brasil, Estádios, Futebol, FIFA
Sumário 
Introdução.................................................................................................................. 08 
1.Contexto Histórico ..................................................................................................09 
1.1 Copa do Mundo de 1930...........................................................................10 
1.2 Copa do Mundo de 1934...........................................................................11 
1.3 Copa do Mundo de 1950...........................................................................13 
1.4 Copa do Mundo de 2010...........................................................................15 
2. Aspecto Econômico................................................................................................15 
2.1 Impactos econômicos................................................................................15 
2.2 Dinheiro investido e o retorno....................................................................16 
2.3 Preços dos estádios e quanto cabe...........................................................18 
2.4 Copa não compensa no Brasil...................................................................20 
3. Aspecto Político......................................................................................................22 
3.1 A política do pão e circo............................................................................22 
3.2 Empregos Temporários.............................................................................24 
4. Aspecto social........................................................................................................26 
4.1 Problemas sociais em Fortaleza................................................................27 
4.2 Recife........................................................................................................28 
4.3 Belo Horizonte.......................................................................................................29 
4.4 Rio de janeiro.............................................................................................29 
4.5 São Paulo..................................................................................................30 
Conclusão...................................................................................................................31 
Referências Bibliográficas..........................................................................................32
Introdução 
Costuma-se dizer que o Brasil é o país da festa e do futebol. O trabalho, os estudos, 
política podem esperar quando o assunto é copa do mundo e carnaval. No entanto, 
fica sempre uma pergunta no ar: quem são os convidados dessa festa? Quem 
efetivamente participa da diversão e recolhe os lucros dessas comemorações? 
Neste trabalho avaliaremos os pontos negativos da copa do mundo de 2014 para a 
sociedade brasileira. Analisaremos também todo contexto brasileiro envolvido no 
evento, desde a estrutura política (planos de ação e manutenção de verbas) até a 
cobertura da mídia. 
Também nos deteremos em analisar com muita atenção toda polêmica envolvendo os 
gastos para a realização do evento, afinal, a copa do mundo do Brasil custará mais 
que as três últimas copas somadas juntas (Japão/Coréia do sul, Alemanha e África do 
Sul). 
A pesquisa será feita através da mídia digital e impressa, serão colhidos dados da 
opinião pública retirados tanto da internet quanto de pesquisa de campo (questionário) 
direcionada a população local. Para melhor exposição das ideias deste trabalho serão 
utilizados documentários em vídeo assim como gráficos e estatísticas. 
O trabalho será elaborado em quatro capítulos. No primeiro capítulo apresentaremos 
o contexto histórico na copa de 1930, pois a primeira realizada, a copa de 1934, que 
teve sua estrutura de competição completamente reformulada e seu padrão é seguido 
até hoje, a copa de 1950, pois foi realizada no Brasil e a copa de 2010 foi a última 
copa realizada. O segundo capitulo será apresentado o aspecto econômico, o dinheiro 
que foi investido na construção de estádios e infraestrutura. O terceiro capitulo consisti 
em exibir os aspectos políticos, como as decisões tomadas pelas as autoridades 
políticas em relação ao uso do dinheiro e à corrupção existente. O quarto capitulo será 
exibido o aspecto social, relevando os fatores existentes que levaram as famílias a 
serem desestruturadas por causa de construções nas cidades sedes.
1. Contexto Histórico 
1.1 Copa do Mundo de 1930 
Historicamente, a primeira Copa Do Mundo surgiu, como o antigo Torneio Olímpico 
de Futebol, em 1924, a primeira organizada pela FIFA. A primeira Copa aconteceu em 
1930, essa escolha foi por causa da seleção do Uruguai ser considerada a melhor da 
época. 
A primeira Copa do Mundo ainda havia sido organizada parecido com a organização 
dos Jogos Olímpicos, em que apenas uma cidade que apresentava as instalações 
esportivas. A partir da segunda edição, em 1934, passou a distribuir os jogos pelo país 
que sediava o evento. 
Pôster oficial da Copa do Mundo de 1930 
http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=1/index.html 
Com o cash da bolsa de 1929 quebrou também a Copa: nenhum europeu queria pagar 
o navio até Montevidéu, porém isso não foi um problema, foi um sucesso tão grande 
que pensaram em eleger o melhor time internacional de futebol a cada quatro anos. 
E na última hora, apenas a Bélgica, a França a Iugoslávia e a Romênia decidiram 
participar do torneio. 
O primeiro gol da história das copas foi marcado em uma arena que não existe mais, 
o Estádio Pocitos, em Montevidéu. Quem fez o primeiro gol foi o francês Lucien
Laurent, na goleada de 4 a 1 no jogo entre França e México, no entanto poucos foram 
as testemunhas do jogo, pois o público não passou de apenas mil torcedores. A 
participação do Brasil nessa copa foi modesta, terminou em sexto lugar. O primeiro 
gol brasileiro em copas, foi marcado pelo atacante “Preguinho”. 
Na final, o jogo foi entre Uruguai e Argentina, no primeiro tempo deu Argentina, porém 
no segundo tempo deu Uruguai que acabou vencendo por 4 a 2 de virada. 
Nessa final vencida pelo anfitrião foi vista por aproximadamente 90 mil torcedores e 
em 2014 espera 1 bilhão de torcedores no Maracanã, pois nada dá mais audiência no 
planeta do que o futebol. 
1.2 A Copa do Mundo de 1934 
Na verdade a Copa de 1934 deveria ter sido disputada na Suécia, porem o país 
desistiu do ser sede pois estava passando por problemas financeiros. A Itália então 
foi a escolhida para ser anfitriã, e fez um evento bem organizado e conseguiu bons 
lucros para o país. 
Pôster oficial da Copa do Mundo de 1934 
http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=3/index.html 
Foi nessa copa, em que os países tiveram que participar das Eliminatórias para 
conseguir disputar a Copa. O número de nações participantes, constituiu em 32 
seleções para 16 vagas. Além disso, a copa foi marcada pelo fascismo e pela política
que ganhava força, que era comandado pelo ditador Benito Mussolini que tinha como 
objetivo transformar o evento numa espécie de propaganda pró-regime. Casos 
“suspeitos” aconteceram durante a copa, como por exemplo, a escolha dos árbitros 
nas partidas. Nos jogos, na semifinal e final, o árbitro sempre tomava decisões a favor 
da Itália, como expulsões e gols do adversário anulados 
Dois casos particulares merecem destaques: o Uruguai, havia recusado o convite de 
participar da copa por ressentimento dos europeus, que não haviam participado da 
Copa de 1930. Além disso, a Itália teve que passar pelas Eliminatórias, o único caso 
em que a seleção anfitriã teve que passar pelas Eliminatórias. 
1.3 A Copa do Mundo de 1950 
Durante a década de 1940, não houve a realização da copa prevista, devido 
a Segunda Guerra Mundial. A Federação Internacional de Futebol, decidiu 
“ressuscitar” a competição, porém em um país fora do continente europeu, que ainda 
encontrava-se em reconstrução. O Brasil foi, então, o país escolhido. Para o evento, 
foram construídos novos estádios, dentre eles o Maracanã, que, na época, era o maior 
do mundo. 
Foto do Maracanã, em 1950 
www.apublica.org 
Pouco tempo antes da Copa, aconteceu um desastre com o avião que matou o time 
Torino, que era a base da seleção italiana. Os bicampeões vieram para o Brasil, porém 
enfraquecidos.
Em Belo Horizonte, aconteceu umas das maiores zebras da história do futebol 
mundial, a Inglaterra, a inventora do futebol, perdeu para os EUA, que tinha um time 
praticamente amadores. 
Até a década de 1950, pouca parte da população tinha fé na Seleção Brasileira de 
Futebol. Torcia-se muito, mas havia mais críticas do que elogios. A maior vitória desse 
esporte estava fora de campo pois havia criado um sentimento nacional nunca visto 
em nenhuma outra modalidade. 
Atentos ao rádio, brasileiros de diferentes origens, raças, religiões, e 
condições sociais encontraram um motivo para se unir, fosse na 
tristeza, como na derrota na Copa de 1950, fosse na alegria, após o 
primeiro título mundial em 1958. 
(Revista Recreio – Coleção DE OLHO NO MUNDO) 
Na única vez em que o Brasil sedou a Copa, no final do jogo da final, contra o Uruguai, 
a taça permanecia no Brasil até os 34 minutos do segundo tempo. O placar era de 1 
a 1, em que o empate favorecia o Brasil. Entretanto o uruguaio Ghiggia acabou com 
o sonho brasileiro fazendo o segundo gol e entristeceu mais de 200 mil pessoas 
presentes no estádio. Nessa partida ficou conhecida como Maracanaço e contou com 
o maior público de todas as edições da copa. 
Pôster oficial da Copa do Mundo de 1950 
Sporting Memorablia Copyright: FIFA e/ou CBF
“Muitos atribuem essa situação a Getúlio Vargas e sua 
administração, que incentivava o esporte como extensão da 
educação, e a sua capacidade de gerir a coisa pública.” 
(http://pt.wikipedia.org) 
Essa foi a quarta edição da Copa, em que ocorreu no dia 24 de julho a 26 de julho. 
Brasil foi escolhido como sede da copa por unanimidade, sendo um grande sucesso 
de infraestrutura, além disso grandes estádios já estavam prontos antes do grande 
evento devido à grande paixão dos brasileiros por futebol. As cidades sedes da copa 
foi Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. 
Não teve uma final oficialmente. As quatro equipes que se classificaram em primeiro 
em seus grupos formaram um novo grupo e disputaram partidas entre si. A Espanha 
e a Suécia foram goleadas pelo Brasil e eliminadas por placares apertados pelo 
Uruguai. A última partida era coincidentemente entre o primeiro e o segundo 
colocados. 
1.4 Copa do Mundo de 2010 
Essa foi a primeira copa a ser realizada no continente africano, aconteceu entre os 
dias 11 de junho até 11 de julho. 
Logotipo oficial da Copa do Mundo FIFA de 2010 na África do Sul. 
http://www.fifa.com/worldcup/ 
Essa copa foi caracterizada pelas vuvuzelas, cornetas que eram assopradas durante 
todo o tempo nos estádios pela torcida sul-africana. Esse incômodo foi tão grande que
a Fifa proibiu qualquer instrumentos idênticos. Além disso, a bola oficial de 2010, a 
Jabulani, foi bastante criticada por seus movimentos estranhos. 
A Espanha se tornou a campeã do mundo com o pior ataque da história, apenas 8 
gols. Venceu os quatros jogos por 1 a 0. 
O país não tinha a fama de ter jogos de futebol no seu local, e além disso, a África 
investiu em todo o país aproximadamente 3,6 bilhões de euros teve que construir 
novos estádios e melhorias em infraestrutura, do qual gerou um grande impacto 
socioeconômico no continente e principalmente no país sede. 
Porém, o uso do dinheiro estimado era de 680 milhões de euro, apenas no turismo, 
do qual foi gasto apenas 385 milhões de euro, além disso, era estimado 
aproximadamente 450 mil estrangeiros, todavia foram registrados 309 mil 
estrangeiros. 
Quase no dia para o começo da copa, foi especulado uma ‘’ troca’’ de sede para a 
Alemanha, pois alguns preparativos não estavam prontos, pois uma greve de 
operários fizeram interromper obras nos estádios, rodovias, aeroportos, hospitais, 
entre outros, em que os operários pediam um aumento em torno de 15% do salário, 
esses atrasos eram extremamente evidente em todo o mundo, entretanto tudo ficou 
pronto até o começo da competição.
2. Econômico 
2.1 Impactos econômicos 
Vários países utilizam da promoção de grandes eventos esportivos como estratégias 
para atrair investimentos. O benefício econômico desses eventos é uma forma de 
justificar os gastos públicos. O Brasil foi escolhido para sediar não só a Copa do 
Mundo mas também os Jogos Olímpicos de 2016. Um estudo sobre o impacto 
econômico desse evento, divulgado pelo Comitê Organizador da candidatura 
brasileira, onde os números ressaltaram os impactos econômicos da realização dos 
jogos na cidade e no país. 
Para realizar a Copa do Mundo são necessários investimentos em obras de 
infraestrutura, reforma e construção de estádios estão sendo realizadas. Em meados 
de 2009 as 12 cidades-sede da Copa, que abrigarão jogos da competição, foram 
escolhidas: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre 
(RS), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal 
(RN), Recife (PE) e Salvador (BA). Além das 12 cidades escolhidas, participaram da 
disputa Rio Branco (AC), Belém (PA), Maceió (AL), Goiânia (GO), Florianópolis (SC) 
e Campo Grande (MS). Segundo declarações do secretário geral da FIFA (Fédération 
Internationale de Football Association), Jerome Valcke, a escolha seguiu critérios 
técnicos, a partir das visitas feitas por especialistas da entidade e os projetos 
entregues pelas cidades. Segundo ele, segurança pública e opções de lazer também 
foram consideradas. 
Segundo o dossiê da candidatura do Rio, o investimento previsto para o evento é de 
R$ 28,8 bilhões, sendo R$ 5,6 bilhões na estrutura do Comitê Organizador e R$ 23,2 
bilhões em recursos públicos e privados para a infraestrutura necessária aos Jogos 
(Dossiê, 2009). Isso significa que para cada dólar investido nos Jogos a iniciativa 
privada injetaria outros US$ 3,26 nas cadeias produtivas associadas ao evento 
(Secretaria da Comunicação Social da Presidência da República, 2009). 
Esses dados além de mostrarem o enorme gasto do Poder Público para realização da 
Copa do Mundo, nos leva a uma reflexão sobre o que significa esporte. Quando se 
fala em Copa do Mundo, vem a ideia que é uma festa do povo, onde se realiza um 
evento esportivo para o entretenimento das pessoas, onde esquecem as diferenças 
políticas, econômicas e sociais dos países, e os jogadores entram em campo para 
defender a camisa do seu país. Mas desde 1994 a imagem da Copa do Mundo não é 
mais a Copa do povo, e sim para favorecer as elites e turistas endinheirados. 
É evidente que o Brasil terá uma maior visibilidade após esses megaeventos que 
estão agendados, mas é difícil afirmar que isso trará benefícios para o Brasil, isso se 
deve ao fato dos investimentos necessários em infraestrutura urbana, reforma e 
construção de estádios, fluxos turísticos, investimentos privados e na divulgação 
internacional do país. Os organizadores do evento alegam que isso irá estimular de 
modo geral negócios domésticos (Restaurantes, Hotéis e outros negócios), trazendo 
benefícios maiores que os custos. Mas deve se observar o fato de que esses 
empregos são todos temporários e, portanto é algo passageiro, e de forma alguma irá 
sanar o problema do desemprego do Brasil, no final de tudo o lucro será “absorvido” 
pela FIFA e outras empresas privadas, e não irá ficar para o Brasil que investiu tanto 
nessa Copa. Para esclarecer isso podemos pegar o exemplo da última Copa do 
Mundo, na África do Sul, que deixou o país muito endividado. Após um ano da Copa 
já era possível observar os impactos, ou seja todo o lucro da Copa, os empregos e os 
negócios que se desenvolveram na Copa já se acabaram, pois são temporários.
O aspecto negativo da dívida pública, a falta de planejamento após o megaevento 
esportivo provoca a subutilização das infraestruturas construídas, isso gera um alto 
custo de manutenção. Existem grandes riscos para os países subdesenvolvidos, que 
os estádios construídos para o megaevento se tornem “elefantes brancos” (Barclay, 
2009). Quatro anos após os Jogos Olímpicos de Sidney, o Estado precisou assumir 
os custos de manutenção das arenas e estádios em virtude da quebra da empresa 
responsável pela administração dessas infraestruturas (Golden Goal, 2010). Após a 
Copa do Mundo de 2002, a Coréia do Sul e o Japão se preocupam com o baixo uso 
e altos custos de manutenção dos estádios (Watts, 2002). Por ano, o Governo da 
Grécia despende aproximadamente R$ 202 milhões em custo de manutenção da 
infraestrutura construída para os jogos. 
Poderemos citar um estudo encomendado pelo Ministério do Esporte em 2010, que 
mostra que os impactos econômicos resultantes da realização do evento podem 
chegar a R$ 183,2 bilhões, dos quais 26% desse valor se refere a impactos diretos, e 
o restante de impactos indiretos. 
2.2 Dinheiro investido e o retorno 
A Copa do Mundo irá gerar inúmeros benefícios para o país, como desenvolvimentos 
em infraestrutura e em outros setores da economia, mas são apenas 
desenvolvimentos no “embelezamento” do país, que isso não beneficia de forma 
alguma o aspecto social do povo brasileiro. 
O preço estimado da copa será de quase 30 bilhões, sendo quase que integralmente 
pago com o dinheiro público (apenas 2% serão de iniciativa privada). Com isso os 
aspectos positivos da Copa não justificam de forma alguma o prejuízo tanto 
econômico quanto social que esse evento irá causar. 
Para expressar melhor a subdivisão do dinheiro a investido na Copa, utilizaremos um 
gráfico retirado da Folha de São Paulo, onde é colocado o valor total previsto da copa, 
a divisão de áreas que ele será investido, e quem paga esse dinheiro. 
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress
Referência do Gráfico: 
http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1226532-gastos-com-a-copa-2014-estouram-previsao- 
e-atingem-r-265-bilhoes.shtml 
A Copa é paga com dinheiro público, e o lucro disso tudo é bem maior para a parte 
privada. Os aeroportos são privatizados, e será investido 6,8 bilhões, onde 46,5% é 
financiado com o dinheiro público que no final ficara para a empresa privada. Outro 
fato semelhante são os estádios que chegam ao valor de R$ 7 bilhões e são 
financiados 97,3% com verba pública, sendo que ficara para os clubes que pagarão 
uma baixa porcentagem desse valor total (de 20% a 30%), financiados em 30 anos. 
Outro ponto relevante dos gastos com a Copa do Mundo no Brasil é a mudança dos 
preços, que inicialmente tem uma previsão e a cada atualização o preço é aumentado, 
e no final o preço é superior ao total previsto inicialmente. Os estádios estão 51% mais 
caro do que antes era previsto. 
ESTÁDIOS VALOR INICIAL VALOR FINAL AUMENTO 
Mineirão (Belo Horizonte) R$ 426,1 milhões R$ 695 milhões 63% 
Estádio Nacional (Brasília) R$ 745,3 milhões R$ 1,015 bilhão 36% 
Arena Pantanal (Cuiabá) R$ 454,2 milhões R$ 518,9 milhões 14% 
Arena da Baixada 
(Curitiba) 
R$ 184,5 milhões R$ 234 milhões 27% 
Castelão (Fortaleza) R$ 623 milhões R$ 518,6 milhões -17% 
Arena Amazônia (Manaus) R$ 515 milhões R$ 583,4 milhões 13% 
Arena das Dunas (Natal) R$ 350 milhões R$ 417 milhões 19% 
Beira-Rio (Porto Alegre) R$ 130 milhões R$ 330 milhões 154% 
Arena Pernambuco 
(Recife) 
R$ 529,5 milhões R$ 500,2 milhões -6% 
Maracanã (Rio de Janeiro) R$ 600 milhões R$ 882,9 milhões 47% 
Fonte Nova (Salvador) R$ 591,7 milhões R$ 1.485 bilhão 251% 
Arena Corinthians (São 
Paulo) 
R$ 240 milhões R$ 820 milhões 242% 
http://esportes.terra.com.br/futebol/copa-2014/estadios-da-copa-do-mundo-ja-estao- 
51-mais-caros-que-o 
previsto,25377e4508cfb310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
Nessa tabela são comparados os preços previstos inicialmente e os preços finais de 
cada estádio da Copa. 
No Brasil ocorre o superfaturamento de muitas obras, isso não é decorrente da Copa 
do Mundo, é algo que sempre existiu, e com os estádios não é diferente. Isso justifica 
a grande diferença do preço inicial com o final. 
2.3 Preços dos estádios e quanto cabem 
Os estádios estão divididos em doze cidades do Brasil. Nesta imagem poderemos ver 
onde serão realizados os jogos. 
Fonte: http://pt.fifa.com/worldcup/destination/stadiums/index.html 
Informações dos estádios: 
Estádio Mineirão – Belo Horizonte 
64 mil torcedores 
R$ 695 milhões 
6 jogos 
Estádio Mané Garrincha – Brasília 
70 mil torcedores 
R$ 812 milhões 
7 jogos 
Arena Pantanal – Cuiabá 
43 mil torcedores 
R$ 519 milhões 
4 jogos
Arena da Baixada – Curitiba 
41 mil torcedores 
R$ 234 milhões 
4 jogos 
Estádio Castelão – Fortaleza 
67 mil torcedores 
R$ 519 milhões 
6 jogos 
Arena Amazônia – Manaus 
45 mil torcedores 
R$ 532 milhões 
4 jogos 
Estádio das Dunas – Natal 
43 mil torcedores 
R$ 417 milhões 
4 jogos 
Estádio Beira-Rio – Porto Alegre 
52 mil torcedores 
R$ 330 milhões 
5 jogos 
Arena Pernambuco – Recife 
6 6mil torcedores 
R$ 500 milhões 
5 jogos 
Estádio do Maracanã – Rio de Janeiro 
79 mil torcedores 
R$ 810 milhões 
7 jogos 
Arena Fonte Nova – Salvador 
50 mil torcedores 
R$ 592 milhões 
6 jogos 
Arena Corinthians – São Paulo 
65 mil torcedores 
R$ 820 milhões 
6 jogos 
2.4 A Copa não compensa no Brasil 
Além dos enormes prejuízos com os investimentos para se preparar para a Copa, e 
fatores sociais e políticos que ficam prejudicados com a realização desse evento, 
existe outro fator que justifica a não realização da Copa. É que o lugar onde realmente 
deve ser investido dinheiro público tem baixos investimentos.
No Brasil existem várias famílias que não tem acesso à educação e saúde de 
qualidade, saneamento básico, eletricidade, e em algumas falta até mesmo água para 
se beber. Todos esses são serviços básicos de todo ser humano, e que realmente 
precisa ser investido pesado, e não faltam recursos, porque pela quantia que é gasto 
com a Copa e outros eventos esportivos que são absurdamente elevados, e além 
disso não são de extrema importância, são investimentos secundários porque os 
principais teriam que ser nessas áreas que foram citadas a cima. 
Com o dinheiro da Copa do Mundo de 2014, se baseando em um estudo do CAOI 
(Custo Aluno-Qualidade Inicial), tendo como referência R$ 25,277 bilhões, com esse 
dinheiro daria para construir escolas para todos os 3,7 milhões de brasileiros de 4 a 
17 anos que estão fora da escola. 
Em comparação com outras Copas do Mundo, o evento no Brasil é o mais 
dispendioso. Em 2006, a Alemanha gastou na 3,7 bilhões de euros para sediar a 
Copa, cerca de R$ 10,7 bilhões. Em 2002, Japão e Coreia, gastaram juntos US$ 4,7 
bilhões, cerca de R$ 10,1 bilhões. Na África do Sul, em 2010, o custo do evento foi de 
US$ 3,5 bilhões, perto de R$ 7,3 bilhões. Portanto, Copa do Mundo de 2014 será a 
mais cara da história. 
30 
25 
20 
15 
10 
5 
Custo para sediar as Copas do Mundo 
E para explicar melhor, pode-se observar nesse gráfico a diferença dos valores gastos 
pelo Brasil em 2014, África do Sul em 2010, Alemanha em 2006 e Coreia em 2002. 
“E do caos fez-se o protesto. No início, manifestações pequenas 
degeneraram, previsivelmente, em violência e depredação. Truculências 
policiais, uma vaia avassaladora contra Dilma Rousseff e manifestações 
com outra pauta, sobre os gastos públicos na farra da Copa do Mundo, 
pontuaram o estágio intermediário. Enfim, protestos multitudinários 
tomaram as ruas de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte e 
de Brasília. A sequência desafia a lógica convencional e escapa às 
ferramentas de tradução dos políticos, mas lança alguma luz sobre uma 
0 
2014 2010 2006 2002 
Custo em bilhões
crise larvar que, agora, emergiu. Bem na hora em que o Palácio do 
Planalto preparava-se para tocar novamente uma velha canção da Copa 
do Mundo de 1970, o céu desabou.” Demétrio Magnoli: ‘Protesto’. 
É evidente que a diferença é exorbitante, ou seja, não é viável realizar a Copa do 
Mundo no Brasil, e sim em outro país que teria condição para realizar o evento. Esse 
é outro argumento que justifica que o evento não poderia ser no Brasil, seria mais 
viável em outro país mais desenvolvido e com condições de custear a Copa.
3. Aspecto Políticos 
A política do Brasil sempre foi marcada com corrupção, que ocorrem desvios de 
dinheiro, superfaturamento de obras, onde os nossos representantes não valorizam o 
que é público. Esse é um ponto que faz com que o país nunca se desenvolva. 
A Copa já chegou no Brasil impondo suas regras, alterando as leis de acordo com a 
lei da FIFA, passando por cima da lei existente no Brasil. Essa Lei da FIFA é conhecida 
como A Lei Geral da Copa, e isso desmerece todos os direitos conquistados 
historicamente pelo povo brasileiro. 
A Lei Geral da Copa de 2014 é um projeto que visa consolidar as metas do governo 
brasileiro para planejar, organizar e materializar a realização do evento. Essa Lei visa 
o encaminhamento das verbas, proteção das marcas oficiais da Copa, e as regras 
dentro dos estádios e demais infraestruturas. 
A presidenta Dilma Rousseff, na cerimônia de sorteio das Chaves da Copa das 
Confederações deu um discurso dizendo que o Brasil tem uma economia forte e todas 
as condições para a realização da Copa. 
“Temos a certeza de que nós nos preparamos bem para realizar um extraordinário 
espetáculo esportivo. Vamos mostrar, em junho de 2013, que o Brasil tem todas as 
condições de fazer a Copa de 2014. O Brasil, que é um país democrático, que 
convive em paz com todos os seus vizinhos, que tem uma economia forte, que 
perseguiu e conquistou a inclusão de milhões de brasileiros, que não tem uma 
cultura de preconceitos, nem tampouco uma cultura de exclusão; um país que preza 
os direitos humanos.” 
Assim como foi citado no capítulo anterior, existem vários fatores que provam que o 
Brasil não está preparado para ser sede da Copa do Mundo. 
3.1 A política do pão e circo 
Com todos os problemas ligados a corrupção, desigualdade social, são todos 
ofuscados com a Copa do Mundo, porque o futebol é o circo brasileiro. Geralmente 
quando são votados leis polemicas, são na mesma época que ocorrem esses eventos 
ligados ao futebol, onde a atenção e a mídia vai estar voltada para esse evento 
enquanto se vota um projeto no senado. 
Um exemplo disso é o que ocorreu recentemente no Brasil foi a PEC (Proposta de 
Emenda à Constituição) de número 32, que o dia da votação foi justamente o dia da 
final da Copa das Confederações, mas felizmente a PEC não foi aprovada. A Copa 
do Mundo vai ser um super evento onde toda a atenção vai estar voltada para os 
jogos, e os políticos se aproveitam disso para superfaturar obras da Copa, enquanto 
os brasileiros não estarão preocupados com isso. 
Podemos citar também o fato de que no ano em que a Copa do Mundo será realizada 
no Brasil, também será ano de eleição presidencial, o que fará com que políticos 
aproveitem ainda mais o evento para conseguir votos a seu favor. 
O ex-presidente João Goulart deu um discurso em 1962 sobre a Copa do Mundo “faz 
os brasileiros esquecerem nossas dificuldades econômicas, e assim é mais preciosa 
que o arroz”. Atualmente a Copa têm o mesmo efeito: os brasileiros se esquecem da
precariedade da educação, da miséria que cresce no país, da corrupção cada vez 
mais presente e se calam quanto a esses assuntos para apreciar as festividades. 
O governantes visam fazer obras que são visíveis, como pontes, estradas, coisas que 
chamem a atenção para atrair votos, e com isso deixam de se investir em obras que 
são realmente importantes. O presidente do Trata Brasil – instituto que tem como 
objetivo fazer com que todos os brasileiros tenham acesso à coleta e ao tratamento 
de esgoto - Édson Carlos, afirmou que a falta de saneamento no Brasil é um dos 
maiores problemas da Copa, e ao ser questionado sobre a falta de preocupação com 
o setor, deu a seguinte resposta: 
“Sem dúvida, porque enterrar tubulação é muito menos charmoso do que 
inaugurar um viaduto, posto de saúde ou escola, e colocar uma plaquinha 
dizendo que ficará para a eternidade [...] Mas não dá para imaginar a pessoa 
saindo de um belo estádio e pisando na primeira vala negra de esgoto”. 
Além da carência no setor de saneamento, o Brasil tem também muitas outras 
carências urgentes em diversos outros setores, como o da saúde, que segundo dados 
do IBGE, em 2005, a Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, tinha apenas 
0,7 leitos por mil habitantes em sua rede pública de saúde, o que é um absurdo 
lamentável. Ainda usando dados obtidos pelo IBGE, sabemos que em 2009 43,2% da 
população Brasileira não tinha moradia adequada, além de outros problemas crônicos, 
como a educação. Bilhões de reais em recursos públicos serão utilizados para que o 
Brasil esteja totalmente de acordo com as exigências – que não são poucas – da FIFA, 
para que país possa impressionar o mundo, enquanto que sua realidade está longe 
de ser usada como “vitrine” internacional. 
CONFIRA COMO ERA E COMO FICARÁ A ADMINISTRAÇÃO DE CADA 
ESTÁDIO 
Estádio Antes da Copa Após a Copa 
Estádio Nacional 
Governo do Distrito 
Mané Garrincha 
Federal (pública) 
(Brasília) 
Administração será concedida a 
uma empresa privada por meio de 
licitação. 
Maracanã (Rio de 
Janeiro) 
Governo do Rio de 
Janeiro (pública) 
Administração será concedida a 
uma empresa privada por meio de 
licitação 
Arena Amazônia 
(Manaus) 
Governo do 
Amazonas (pública) 
Administração deve ser concedida 
a uma empresa privada 
Arena Pantanal 
(Cuiabá) 
Governo do Mato 
Grosso (pública) 
Administração deve ser concedida 
a uma empresa privada 
Mineirão (Belo 
Horizonte) 
Governo de Minas 
Gerais (pública) 
Consórcio responsável pela obra 
administrará estádio por 25 anos 
após reabertura
Fonte Nova 
(Salvador) 
Governo da Bahia 
(pública) 
Consórcio responsável pela obra 
administrará estádio por 35 anos 
Castelão (Fortaleza) Governo do Ceará 
(pública) 
Consórcio responsável pela obra 
administrará estádio por 8 anos 
Arena das Dunas 
(Natal) 
Prefeitura de Natal 
(pública) 
Consórcio responsável pela obra 
administrará estádio por 20 anos 
Arena Pernambuco 
(Recife) 
Estádio novo Consórcio responsável pela obra 
administrará estádio por 33 anos 
Itaquerão (São Paulo) Estádio novo Administração será privada 
Beira-Rio (Porto 
Internacional 
Alegre) 
(privada) 
Administração permanecerá 
privada 
Arena da Baixada 
(Curitiba) 
Atlético Paranaense 
(privada) 
Administração permanecerá 
privada 
Fonte: http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2012/05/28/governo-paga- 
91-dos-estadios-da-copa-mas-nao-controlara-nenhum-apos-torneio.htm 
Com a tabela vemos que todo esse dinheiro público investido praticamente será 
perdido não veremos retorno algum, pois o que antes era propriedade pública, 
passará a ser de empresas privadas. 
3.2 Empregos Temporários 
Nas grandes obras de infraestrutura do país, especificamente nas de construção e 
reforma de estádios e de rodovias, a maioria dos trabalhadores tem relação de 
trabalho com empresas da construção e consórcios contratantes. Como em outros 
países, os empregos gerados com as Copas são predominantemente temporários. 
Segundo o Ministério dos Esportes, é esperada a geração de cerca de 710 mil 
empregos: 330 mil postos permanentes e 380 mil temporários no período do evento. 
No caso brasileiro, os empregos gerados serão, na maioria, em micro e pequenas 
empresas. Os setores que deverão ser mais impactados no contexto geral da Copa 
são: construção civil, alimentação e bebidas, serviços prestados a empresas, 
eletricidade, água, esgoto, gás, limpeza urbana, serviços de informação, turismo e 
hotelaria. Além disso, parte significativa das despesas de consumo dos turistas 
atraídos pelo evento deve ser distribuída no setor de comércio e serviços, nos quais 
se destacam: hotéis, alimentação, compras, transportes, cultura e lazer, 
comunicações e, em menor intensidade, serviços médicos e jurídicos. Quanto ao 
comportamento do mercado de trabalho metropolitano brasileiro, é possível tecer 
algumas ponderações. Com os investimentos e eventos da Copa, haverá aumento 
dos empregos temporários e incremento nos postos de trabalho permanentes, que 
pode gerar um aumento da procura por ocupação, significando expansão da 
população economicamente ativa. 
Num segundo momento (pós-Copa), haverá o fim dos empregos temporários gerados 
pela construção das obras e pelos eventos e a manutenção dos postos permanentes
criados com a construção e manutenção dos estádios, arenas, hotéis, pousadas e 
outras instalações. Assim, haverá a acomodação dos mercados de trabalho 
metropolitanos, o que reduzirá o volume de ocupados, mas manterá a ocupação em 
patamares superiores ao período pré-Copa. Pelo lado da Copa do Mundo 2014 
desemprego, é esperado que parcela significativa dos demitidos com o fim dos 
empregos temporários continue a pressionar o mercado de trabalho, aumentando o 
volume e a taxa de desemprego, porém ainda em patamares inferiores ao período 
anterior.
4. Aspecto social 
A menos de um ano para a copa do mundo a várias situações indesejadas nas cidades 
sede. A falta de aceso à informação e de participação social nas decisões estão 
presentes na maioria dos casos. 
Ações políticas para a preparação de uma celebração global de futebol geram muita 
polemicas nas áreas de segurança, sistema de transporte coletivo e infraestruturas 
nas construções de estádios. 
Nas cidades sedes, comunidades locais correm risco de serem removidas ou 
deslocadas de suas casas, para que as obras possam acontecer atendendo os 
padrões que a FIFA impõe para que as pessoas possam chegar com tranquilidade e 
conforto aos estádios e suas dependências. 
Fonte: http://www.midiaindependente.org/pt/red/2011/07/494144.shtml 
“Estes megaeventos têm gerado efeitos negativos sobre diversos 
segmentos sociais, especialmente sobre aqueles que historicamente 
são excluídos/as, como: moradores/as de assentamentos informais, 
migrantes, moradores em situação de rua, trabalhadores/as sexuais, 
mulheres, crianças e adolescentes, comunidades indígenas e 
afrodescendentes, vendedores/as ambulantes e outros trabalhadores/as 
informais, inclusive da construção civil. As remoções e os despejos 
forçados destes grupos sociais são as violações mais comuns no Brasil 
e em outros países sede de megaeventos. Seus efeitos perversos são 
particularmente ampliados através da imposição do Poder Público e 
comitês promotores dos eventos, de um verdadeiro “estado de exceção”, 
instituído especialmente no contexto dos jogos, que permite a 
flexibilização das leis e suspensão de direitos antes e durante os jogos, 
ameaçando, assim, os mecanismos de defesa, proteção social, garantia 
e promoção de Direitos Humanos” (Livro: DESIGUALDADE REGIONAL 
E AS POLÍTICAS PÚBLICAS. Série: COPA DO MUNDO DE 2014: 
IMPACTOS E LEGADO)
4.1 Problemas sociais em Fortaleza 
Em fortaleza uma das cidades sedes é um exemplo, onde as famílias sofrerão a 
remoção do local onde moram aproximadamente 2700 famílias, para as obras do 
Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de um ramal. A extensão desse projeto (VLT) atingirá 
em torno quatro mil famílias situadas ao longo da via férrea. O governo local quer 
deslocar essas famílias para um lugar afastado, gerando conflito com o governo em 
que não pagariam uma indenização justa e dariam apenas uma ajuda com duzentos 
reais de aluguel, que apenas com esse dinheiro não conseguiriam encontrar nenhum 
lugar com um aluguel por esse preço, principalmente deslocando 4 mil famílias de 
suas casas. O que está acontecendo nas comunidades de Fortaleza, é algo que 
aconteceu em outros países sedes, exemplo a África do Sul. 
www.hipertextoweb.com.br 
A imagem acima, na África do Sul, representa a construção das casas para as famílias 
que foram removidas. 
A remoção dessas famílias moradoras das proximidades do Veículo Leve sobre 
Trilhos(VLT) configura um processo de “refavelização”, já que as transferências 
ocorrerão para as áreas mais afastadas e ainda sem equipamentos urbanos, podendo 
gerar conflitos territoriais e a perda de um lugar de afetividade, com isso aumenta-se 
o índice de criminalidade como consequência. 
Os projetos executados em virtude da Copa estão “desconectados de processos de 
planejamento urbano”. Outro ponto negativo é a especulação imobiliária, está 
transformando a área do Castelão de periferia em centro, tornando inviáveis 
empreendimentos de cunho social como o “Minha Casa, Minha Vida”. 
Esquemas organizados pela FIFA em dias de jogos, regiões a um quilometro ao redor 
do estádio, só poderão trafegar os veículos credenciados, torcedores poderão 
estacionar os carros no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU) e pegar a condução 
delegada pela FIFA, ou caminhar até o Castelão, mas não existe projetos de 
urbanismo para auxiliar e aliviar o calor das treze horas, horário em que serão 
realizados os jogos em Fortaleza. O acesso direto as estádio é restrito para chefe de 
estados, delegações e árbitros.
4.2 Recife 
As famílias das regiões Camaragibe e São Lourenço da Mata serão atingidas pelas 
obras do megaevento, tendo como consequência o processo de remoção e 
indenização das quase mil famílias e comerciantes das comunidades Cosmo e 
Damião e São Francisco. 
http://comitepopularpe.wordpress.com/ 
Mapa 01: Nova Centralidade estratégica traz perspectiva de mudanças sociais 
efetivadas pelas políticas públicas direcionadas à Copa do Mundo de 2014 em 
Pernambuco. Fonte: Material fornecido pelo Governo do Estado. 
Principais pontos negativos em Pernambuco: 
Ausência de diálogo adequado do governo estadual e das empresas junto às famílias 
das áreas visitadas sobre os projetos, planos e ações das obras e, especialmente, 
sobre os procedimentos de indenização e remoção dessas famílias. 
Ausência de um plano habitacional por parte do governo estadual e dos municípios 
do Recife e Camaragibe ou outra alternativa similar de deslocamento organizado e 
orientado das famílias que negociaram a desapropriação de seus imóveis e ou
benfeitorias, de modo a proteger preventivamente essas famílias, assim como 
organizar planejadamente a reposição habitacional nesses municípios; 
Oferta de valores para indenização de imóveis, benfeitorias e ou terrenos muito abaixo 
dos reais valores de mercado; 
Oferta de valores para indenização desconsiderando o perfil e o histórico misto 
residencial e comercial do imóvel, quando se tratava de uma residência com esse mix, 
rebaixando-se injustamente o valor da indenização proposta ao proprietário; 
Imposição de perdas econômicas e rebaixamento da qualidade de vida das famílias 
que foram indenizadas e que tiveram que se deslocar sem orientação pelo Estado 
para áreas que oferecem desconforto quanto ao acesso a serviços essenciais de 
educação, saúde e transporte, além dos riscos das famílias deslocadas passarem a 
residir em áreas já degradadas; 
Imposição de tempo exíguo para as famílias (de 15 dias apenas) para desocupação 
do imóvel indenizado, num contexto de alta especulação imobiliária e de explosão dos 
preços de aluguel, o que gerou insegurança para essa família; 
No conjunto acima dos pontos negativos, vemos que está ocorrendo uma violação de 
direito básicos, principalmente ao direito de uma moradia digna que constituem o 
artigo 6º da Constituição Federal (São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, 
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição). E outra violação 
bastante citada foi sobre ao baixo valor de indenização pela remoção ou indenização 
insuficiente para custear outro imóvel. 
4.3 Belo Horizonte 
O maior caos social de Belo Horizonte está sendo uma política de higienização e 
gentrificação, não somente em BH mas sim nas principais cidades-sedes do grande 
evento. Em Belo Horizonte somente nos dois últimos anos foram mortos mais de cem 
pessoas em situação de rua e vulnerabilidade social na capital mineira, uma média 
aproximada de um a cada semana. Um absurdo, verdadeiro extermínio! Não dá pra 
falar quem são os responsáveis, mais é intrigante esse aumento de casos nas 
proximidades do megaevento. 
A capital mineira vive outros problemas sociais como: Remoções forçadas de famílias 
sem ofertar soluções dignas, Perseguição à população de rua e artesãos nômades, 
Suspensão das Feiras do Entorno Mineirão, Obras viárias sem planejamento, 
demoradas e que não resolvem os problemas da cidade, Contrato com a Minas Arena 
privatizando um espaço público, Projetos de lei incentivando a especulação imobiliária 
e verticalização da cidade. 
Com todos esses problemas, será deixado um gigantesco impacto negativo para a 
população mineira, para que a copa possa ser realizada na capital. 
4.4 Rio de janeiro 
Os empreendimentos que garantirão a realização da Copa do Mundo no Brasil em 
2014 estão gerando impactos sociais na cidade. Foi feito um levantamento e mais de 
três mil pessoas apenas no Rio de Janeiro estão ameaçadas. Somente na 
comunidade que vive na vila autódromo, na Barra da Tijuca, mais de 350 famílias 
estão sob ameaça de remoção. Essas pessoas não serão removidas apenas por
causa das obras da Copa, mas também em função da construção e duplicação de 
novas estradas. Todas essas pessoas que moram em beira de estradas há 40 ou 50 
anos serão removidas e isso irá gerar consequências gravíssimas, porque não implica 
apenas na questão da moradia, mas também existe o problema do rompimento dos 
laços históricos e culturais. 
Não há preocupação com as comunidades, elas estão sendo tratadas como 
descartáveis e precisam ser retiradas para dar espaço aos turistas que virão assistir 
aos jogos. Inclusive o programa Minha Casa, Minha Vida, que no Rio já é conhecido 
como Minha Casa, Minha Remoção, é uma feira pra tentar iludir os moradores com 
uma residência a qual dificilmente eles terão acesso. Talvez apenas 5% das famílias 
sejam beneficiadas com essas moradias. Outro conflito mais acirrado tem a ver com 
a reforma do estádio Maracanã. Com a justificativa de melhorar a circulação e ampliar 
as condições de acesso, o governo do Estado pretende derrubar prédios do entorno 
e aumentar a superfície para estacionamento de carros. Dentre esses prédios 
incluem-se alguns de valor institucional e histórico, como a Escola Municipal 
Friedenreich e o Museu do Índio ou Aldeia Maracanã (também seriam demolidos os 
tradicionais Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare, 
do complexo esportivo do Maracanã). O Museu do Índio, em particular, tem oferecido 
uma forte resistência, e tem contado com apoio de movimentos, militantes e 
personalidades engajadas na luta pelo patrimônio histórico da cidade, a memória dos 
povos indígenas e a cultura das comunidades que o habitam. 
4.5 São Paulo 
Em São Paulo, a mudança do projeto (da reforma do Morumbi para a construção do 
Itaquerão) deslocou a frente de conflitos. Além dos moradores em situação de 
remoção pela construção do monotrilho da linha 17 – Ouro (400 famílias das favelas 
Buraco Quente, Comando e Buté), temos agora as comunidades afetadas pelas obras 
do estádio e do complexo viário Itaquera (aproximadamente 1000 famílias das favelas 
do entorno: Caititu, Vila 
Progresso, Paracana, Zorrilho, Três Cocos, Pedreira I, Vila da Paz, Miguel 
Ignácio Curi e Francisco Munhoz Filho). Questiona-se a viabilidade do polo 
institucional que acompanha o projeto de construção do novo estádio, e a sua 
capacidade de promover o desenvolvimento econômico e social da região. Por outro 
lado, a provável desativação do estádio Pacaembu significará perda de receita e 
elevados custos de manutenção para a prefeitura, pelo menos até que se redefina seu 
papel. São Paulo, enfim, perdeu a chance de uma conexão de alta capacidade e 
eficiência (sobre trilhos) com o aeroporto internacional de 
Guarulhos, uma das principais praças aeroportuárias do continente (e que recebeu 
investimentos da Copa para sua ampliação e modernização).
Conclusão 
A Copa do Mundo dará destaque ao país, fazendo maior entrada de capital 
estrangeiro, e trará empregos mesmo que temporários. Porém o Brasil não está 
preparado para realizar um evento como a Copa do Mundo, principalmente por ser 
um pais em desenvolvimento, pois isso só irá atrasar esse desenvolvimento, 
agravando mais ainda os problemas econômicos e social. O Brasil não precisa de uma 
Copa do Mundo, e sim de investimentos em educação, saúde, saneamento básico. A 
Copa do Mundo só beneficia as elites, e é mais um motivo para que ocorra 
superfaturamento, lavagem de dinheiro e corrupção, só atendendo a interesses 
externos.
Referência bibliográficas 
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http://www.football365.com/f365-says/8786205/The-Real-Legacy-Of-The-Brazil- 
World-Cup/comments 
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http://www.observatoriodasmetropoles.net/portalpopulardacopa/index.php?option=co 
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C3%BAblicas&Itemid=167&lang=pt 
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http://economia.ig.com.br/conheca-os-efeitos-da-copa-e-da-olimpiada-na-economia-dos- 
paises/n1597563440108.html 
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http://www.portal2014.org.br/copadomundo2010/noticias/2668/ESTADIOS+DE+2010 
+CUSTAM+QUASE+O+DOBRO+DO+PREVISTO.html 
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2010/06/os-custos-e-o-legado-que-copa-vai- 
deixar-para-africa-do-sul.html 
http://www.portal2014.org.br/noticias/11955/VERDADEIRO+CUSTO+DA+COPA+20 
14+E+DE+R+105+BILHOES.html 
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Copa 2014: Impactos econômico, político e social

  • 1. ESCOLA ESTADUAL DR. “SAMUEL DE CASTRO NEVES” GABRIEL BOVI LORANDI LEONARDO CUNHA BUENO GONÇALVES MATHEUS DE JESUS BARBOSA RENAN SANTOS SILVA COPA DO MUNDO DE 2014: ASPECTOS ECONÔMICO, POLÍTICO E SOCIAL Piracicaba 2013
  • 2. ESCOLA ESTADUAL DR. “SAMUEL DE CASTRO NEVES” GABRIEL BOVI LORANDI LEONARDO CUNHA BUENO GONÇALVES MATHEUS DE JESUS BARBOSA RENAN SANTOS SILVA COPA DO MUNDO DE 2014: ASPECTOS ECONÔMICO, POLÍTICO E SOCIAL Projeto de Pesquisa apresentado como requisito parcial para elaboração da monografia de conclusão do curso de graduação do Ensino Médio, sob orientação da Professora Madalena Pompermayer. Piracicaba / 2013
  • 3. Dedicatória À nossos familiares que com muito carinho e apoio não mediram esforços para que chegássemos a mais uma etapa de nossa vida, aos meus amigos e amigas, minha segunda família, que fortaleceram os laços da amizade, e além disso, à todos os professores que ajudaram diretamente ou indiretamente no desenvolvimento deste trabalho.
  • 4. Agradecimento À todos que contribuíram para a execução desse trabalho, em especialmente à Deus que devemos nossa vida, às nossa famílias que sempre nos apoiaram. Ao professor Geovano Zem, que dedicou seu tempo para nos orientar em grande parte desse trabalho. A professora Madalena Pompermayer que dedica seu tempo para nos ajudar a elaborar a estrutura do TCC. E a professora Lídia Camargo por ter dedicado muito do seu tempo para ajudar com a escrita de acordo com a norma padrão da língua portuguesa. E aos professores Regina Pompermayer e Joyce Fava pela contribuição na nossa formação e influência na nossa futura vida profissional.
  • 5. “Não espere o futuro mudar sua vida, Porque o futuro será consequência do presente” (Racionais – Mc’s)
  • 6. Resumo A Copa do Mundo de 2014, atrairá a atenção da mídia internacional, assim como um grande número de turistas e investimentos do exterior. Porem a Copa do Mundo apenas é favorável para as elites, como políticos corruptos e grandes empresas privadas que no final iram administrar não só estádios, mas também as obras de mobilidade urbana pagos com o dinheiro público. E tendo como característica o preço final das obras bem superior ao inicial. A copa do mundo impôs novas leis baseadas na Lei Geral da Copa, que visa proteger marcas oficiais da copa, e estabelecer o comercio apenas de seus patrocinadores e pontos de comercio autorizados, tirando o próprio direito dos comerciantes locais venderem produtos em um certo raio de distância dos eventos. E também passa por cima das leis do próprio país, liberando a venda de bebidas alcoólicas nos estádios por exemplo. Isso desmerece todo contexto histórico do país. Para realizar as obras de infraestrutura no transporte e na construção de estádios desrespeita toda a população local, desapropriando as pessoas das suas próprias casas, onde casas são marcadas com as siglas do S.M.H (Secretaria Municipal de Habitação), e são demolidas no outro dia, lembrando praticas nazistas. Por ser um país subdesenvolvido, e com tantos problemas sociais, necessitando primeiramente de investimentos em áreas da saúde, educação, saneamento básico, e devido ao grande investimento de quase R$ 30 bilhões, justifica o fato do Brasil não estar preparado para sediar a Copa, e deve primeiramente investir no que realmente é necessário. Palavra Chave: Copa, Brasil, Estádios, Futebol, FIFA
  • 7. Sumário Introdução.................................................................................................................. 08 1.Contexto Histórico ..................................................................................................09 1.1 Copa do Mundo de 1930...........................................................................10 1.2 Copa do Mundo de 1934...........................................................................11 1.3 Copa do Mundo de 1950...........................................................................13 1.4 Copa do Mundo de 2010...........................................................................15 2. Aspecto Econômico................................................................................................15 2.1 Impactos econômicos................................................................................15 2.2 Dinheiro investido e o retorno....................................................................16 2.3 Preços dos estádios e quanto cabe...........................................................18 2.4 Copa não compensa no Brasil...................................................................20 3. Aspecto Político......................................................................................................22 3.1 A política do pão e circo............................................................................22 3.2 Empregos Temporários.............................................................................24 4. Aspecto social........................................................................................................26 4.1 Problemas sociais em Fortaleza................................................................27 4.2 Recife........................................................................................................28 4.3 Belo Horizonte.......................................................................................................29 4.4 Rio de janeiro.............................................................................................29 4.5 São Paulo..................................................................................................30 Conclusão...................................................................................................................31 Referências Bibliográficas..........................................................................................32
  • 8. Introdução Costuma-se dizer que o Brasil é o país da festa e do futebol. O trabalho, os estudos, política podem esperar quando o assunto é copa do mundo e carnaval. No entanto, fica sempre uma pergunta no ar: quem são os convidados dessa festa? Quem efetivamente participa da diversão e recolhe os lucros dessas comemorações? Neste trabalho avaliaremos os pontos negativos da copa do mundo de 2014 para a sociedade brasileira. Analisaremos também todo contexto brasileiro envolvido no evento, desde a estrutura política (planos de ação e manutenção de verbas) até a cobertura da mídia. Também nos deteremos em analisar com muita atenção toda polêmica envolvendo os gastos para a realização do evento, afinal, a copa do mundo do Brasil custará mais que as três últimas copas somadas juntas (Japão/Coréia do sul, Alemanha e África do Sul). A pesquisa será feita através da mídia digital e impressa, serão colhidos dados da opinião pública retirados tanto da internet quanto de pesquisa de campo (questionário) direcionada a população local. Para melhor exposição das ideias deste trabalho serão utilizados documentários em vídeo assim como gráficos e estatísticas. O trabalho será elaborado em quatro capítulos. No primeiro capítulo apresentaremos o contexto histórico na copa de 1930, pois a primeira realizada, a copa de 1934, que teve sua estrutura de competição completamente reformulada e seu padrão é seguido até hoje, a copa de 1950, pois foi realizada no Brasil e a copa de 2010 foi a última copa realizada. O segundo capitulo será apresentado o aspecto econômico, o dinheiro que foi investido na construção de estádios e infraestrutura. O terceiro capitulo consisti em exibir os aspectos políticos, como as decisões tomadas pelas as autoridades políticas em relação ao uso do dinheiro e à corrupção existente. O quarto capitulo será exibido o aspecto social, relevando os fatores existentes que levaram as famílias a serem desestruturadas por causa de construções nas cidades sedes.
  • 9. 1. Contexto Histórico 1.1 Copa do Mundo de 1930 Historicamente, a primeira Copa Do Mundo surgiu, como o antigo Torneio Olímpico de Futebol, em 1924, a primeira organizada pela FIFA. A primeira Copa aconteceu em 1930, essa escolha foi por causa da seleção do Uruguai ser considerada a melhor da época. A primeira Copa do Mundo ainda havia sido organizada parecido com a organização dos Jogos Olímpicos, em que apenas uma cidade que apresentava as instalações esportivas. A partir da segunda edição, em 1934, passou a distribuir os jogos pelo país que sediava o evento. Pôster oficial da Copa do Mundo de 1930 http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=1/index.html Com o cash da bolsa de 1929 quebrou também a Copa: nenhum europeu queria pagar o navio até Montevidéu, porém isso não foi um problema, foi um sucesso tão grande que pensaram em eleger o melhor time internacional de futebol a cada quatro anos. E na última hora, apenas a Bélgica, a França a Iugoslávia e a Romênia decidiram participar do torneio. O primeiro gol da história das copas foi marcado em uma arena que não existe mais, o Estádio Pocitos, em Montevidéu. Quem fez o primeiro gol foi o francês Lucien
  • 10. Laurent, na goleada de 4 a 1 no jogo entre França e México, no entanto poucos foram as testemunhas do jogo, pois o público não passou de apenas mil torcedores. A participação do Brasil nessa copa foi modesta, terminou em sexto lugar. O primeiro gol brasileiro em copas, foi marcado pelo atacante “Preguinho”. Na final, o jogo foi entre Uruguai e Argentina, no primeiro tempo deu Argentina, porém no segundo tempo deu Uruguai que acabou vencendo por 4 a 2 de virada. Nessa final vencida pelo anfitrião foi vista por aproximadamente 90 mil torcedores e em 2014 espera 1 bilhão de torcedores no Maracanã, pois nada dá mais audiência no planeta do que o futebol. 1.2 A Copa do Mundo de 1934 Na verdade a Copa de 1934 deveria ter sido disputada na Suécia, porem o país desistiu do ser sede pois estava passando por problemas financeiros. A Itália então foi a escolhida para ser anfitriã, e fez um evento bem organizado e conseguiu bons lucros para o país. Pôster oficial da Copa do Mundo de 1934 http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=3/index.html Foi nessa copa, em que os países tiveram que participar das Eliminatórias para conseguir disputar a Copa. O número de nações participantes, constituiu em 32 seleções para 16 vagas. Além disso, a copa foi marcada pelo fascismo e pela política
  • 11. que ganhava força, que era comandado pelo ditador Benito Mussolini que tinha como objetivo transformar o evento numa espécie de propaganda pró-regime. Casos “suspeitos” aconteceram durante a copa, como por exemplo, a escolha dos árbitros nas partidas. Nos jogos, na semifinal e final, o árbitro sempre tomava decisões a favor da Itália, como expulsões e gols do adversário anulados Dois casos particulares merecem destaques: o Uruguai, havia recusado o convite de participar da copa por ressentimento dos europeus, que não haviam participado da Copa de 1930. Além disso, a Itália teve que passar pelas Eliminatórias, o único caso em que a seleção anfitriã teve que passar pelas Eliminatórias. 1.3 A Copa do Mundo de 1950 Durante a década de 1940, não houve a realização da copa prevista, devido a Segunda Guerra Mundial. A Federação Internacional de Futebol, decidiu “ressuscitar” a competição, porém em um país fora do continente europeu, que ainda encontrava-se em reconstrução. O Brasil foi, então, o país escolhido. Para o evento, foram construídos novos estádios, dentre eles o Maracanã, que, na época, era o maior do mundo. Foto do Maracanã, em 1950 www.apublica.org Pouco tempo antes da Copa, aconteceu um desastre com o avião que matou o time Torino, que era a base da seleção italiana. Os bicampeões vieram para o Brasil, porém enfraquecidos.
  • 12. Em Belo Horizonte, aconteceu umas das maiores zebras da história do futebol mundial, a Inglaterra, a inventora do futebol, perdeu para os EUA, que tinha um time praticamente amadores. Até a década de 1950, pouca parte da população tinha fé na Seleção Brasileira de Futebol. Torcia-se muito, mas havia mais críticas do que elogios. A maior vitória desse esporte estava fora de campo pois havia criado um sentimento nacional nunca visto em nenhuma outra modalidade. Atentos ao rádio, brasileiros de diferentes origens, raças, religiões, e condições sociais encontraram um motivo para se unir, fosse na tristeza, como na derrota na Copa de 1950, fosse na alegria, após o primeiro título mundial em 1958. (Revista Recreio – Coleção DE OLHO NO MUNDO) Na única vez em que o Brasil sedou a Copa, no final do jogo da final, contra o Uruguai, a taça permanecia no Brasil até os 34 minutos do segundo tempo. O placar era de 1 a 1, em que o empate favorecia o Brasil. Entretanto o uruguaio Ghiggia acabou com o sonho brasileiro fazendo o segundo gol e entristeceu mais de 200 mil pessoas presentes no estádio. Nessa partida ficou conhecida como Maracanaço e contou com o maior público de todas as edições da copa. Pôster oficial da Copa do Mundo de 1950 Sporting Memorablia Copyright: FIFA e/ou CBF
  • 13. “Muitos atribuem essa situação a Getúlio Vargas e sua administração, que incentivava o esporte como extensão da educação, e a sua capacidade de gerir a coisa pública.” (http://pt.wikipedia.org) Essa foi a quarta edição da Copa, em que ocorreu no dia 24 de julho a 26 de julho. Brasil foi escolhido como sede da copa por unanimidade, sendo um grande sucesso de infraestrutura, além disso grandes estádios já estavam prontos antes do grande evento devido à grande paixão dos brasileiros por futebol. As cidades sedes da copa foi Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Não teve uma final oficialmente. As quatro equipes que se classificaram em primeiro em seus grupos formaram um novo grupo e disputaram partidas entre si. A Espanha e a Suécia foram goleadas pelo Brasil e eliminadas por placares apertados pelo Uruguai. A última partida era coincidentemente entre o primeiro e o segundo colocados. 1.4 Copa do Mundo de 2010 Essa foi a primeira copa a ser realizada no continente africano, aconteceu entre os dias 11 de junho até 11 de julho. Logotipo oficial da Copa do Mundo FIFA de 2010 na África do Sul. http://www.fifa.com/worldcup/ Essa copa foi caracterizada pelas vuvuzelas, cornetas que eram assopradas durante todo o tempo nos estádios pela torcida sul-africana. Esse incômodo foi tão grande que
  • 14. a Fifa proibiu qualquer instrumentos idênticos. Além disso, a bola oficial de 2010, a Jabulani, foi bastante criticada por seus movimentos estranhos. A Espanha se tornou a campeã do mundo com o pior ataque da história, apenas 8 gols. Venceu os quatros jogos por 1 a 0. O país não tinha a fama de ter jogos de futebol no seu local, e além disso, a África investiu em todo o país aproximadamente 3,6 bilhões de euros teve que construir novos estádios e melhorias em infraestrutura, do qual gerou um grande impacto socioeconômico no continente e principalmente no país sede. Porém, o uso do dinheiro estimado era de 680 milhões de euro, apenas no turismo, do qual foi gasto apenas 385 milhões de euro, além disso, era estimado aproximadamente 450 mil estrangeiros, todavia foram registrados 309 mil estrangeiros. Quase no dia para o começo da copa, foi especulado uma ‘’ troca’’ de sede para a Alemanha, pois alguns preparativos não estavam prontos, pois uma greve de operários fizeram interromper obras nos estádios, rodovias, aeroportos, hospitais, entre outros, em que os operários pediam um aumento em torno de 15% do salário, esses atrasos eram extremamente evidente em todo o mundo, entretanto tudo ficou pronto até o começo da competição.
  • 15. 2. Econômico 2.1 Impactos econômicos Vários países utilizam da promoção de grandes eventos esportivos como estratégias para atrair investimentos. O benefício econômico desses eventos é uma forma de justificar os gastos públicos. O Brasil foi escolhido para sediar não só a Copa do Mundo mas também os Jogos Olímpicos de 2016. Um estudo sobre o impacto econômico desse evento, divulgado pelo Comitê Organizador da candidatura brasileira, onde os números ressaltaram os impactos econômicos da realização dos jogos na cidade e no país. Para realizar a Copa do Mundo são necessários investimentos em obras de infraestrutura, reforma e construção de estádios estão sendo realizadas. Em meados de 2009 as 12 cidades-sede da Copa, que abrigarão jogos da competição, foram escolhidas: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Recife (PE) e Salvador (BA). Além das 12 cidades escolhidas, participaram da disputa Rio Branco (AC), Belém (PA), Maceió (AL), Goiânia (GO), Florianópolis (SC) e Campo Grande (MS). Segundo declarações do secretário geral da FIFA (Fédération Internationale de Football Association), Jerome Valcke, a escolha seguiu critérios técnicos, a partir das visitas feitas por especialistas da entidade e os projetos entregues pelas cidades. Segundo ele, segurança pública e opções de lazer também foram consideradas. Segundo o dossiê da candidatura do Rio, o investimento previsto para o evento é de R$ 28,8 bilhões, sendo R$ 5,6 bilhões na estrutura do Comitê Organizador e R$ 23,2 bilhões em recursos públicos e privados para a infraestrutura necessária aos Jogos (Dossiê, 2009). Isso significa que para cada dólar investido nos Jogos a iniciativa privada injetaria outros US$ 3,26 nas cadeias produtivas associadas ao evento (Secretaria da Comunicação Social da Presidência da República, 2009). Esses dados além de mostrarem o enorme gasto do Poder Público para realização da Copa do Mundo, nos leva a uma reflexão sobre o que significa esporte. Quando se fala em Copa do Mundo, vem a ideia que é uma festa do povo, onde se realiza um evento esportivo para o entretenimento das pessoas, onde esquecem as diferenças políticas, econômicas e sociais dos países, e os jogadores entram em campo para defender a camisa do seu país. Mas desde 1994 a imagem da Copa do Mundo não é mais a Copa do povo, e sim para favorecer as elites e turistas endinheirados. É evidente que o Brasil terá uma maior visibilidade após esses megaeventos que estão agendados, mas é difícil afirmar que isso trará benefícios para o Brasil, isso se deve ao fato dos investimentos necessários em infraestrutura urbana, reforma e construção de estádios, fluxos turísticos, investimentos privados e na divulgação internacional do país. Os organizadores do evento alegam que isso irá estimular de modo geral negócios domésticos (Restaurantes, Hotéis e outros negócios), trazendo benefícios maiores que os custos. Mas deve se observar o fato de que esses empregos são todos temporários e, portanto é algo passageiro, e de forma alguma irá sanar o problema do desemprego do Brasil, no final de tudo o lucro será “absorvido” pela FIFA e outras empresas privadas, e não irá ficar para o Brasil que investiu tanto nessa Copa. Para esclarecer isso podemos pegar o exemplo da última Copa do Mundo, na África do Sul, que deixou o país muito endividado. Após um ano da Copa já era possível observar os impactos, ou seja todo o lucro da Copa, os empregos e os negócios que se desenvolveram na Copa já se acabaram, pois são temporários.
  • 16. O aspecto negativo da dívida pública, a falta de planejamento após o megaevento esportivo provoca a subutilização das infraestruturas construídas, isso gera um alto custo de manutenção. Existem grandes riscos para os países subdesenvolvidos, que os estádios construídos para o megaevento se tornem “elefantes brancos” (Barclay, 2009). Quatro anos após os Jogos Olímpicos de Sidney, o Estado precisou assumir os custos de manutenção das arenas e estádios em virtude da quebra da empresa responsável pela administração dessas infraestruturas (Golden Goal, 2010). Após a Copa do Mundo de 2002, a Coréia do Sul e o Japão se preocupam com o baixo uso e altos custos de manutenção dos estádios (Watts, 2002). Por ano, o Governo da Grécia despende aproximadamente R$ 202 milhões em custo de manutenção da infraestrutura construída para os jogos. Poderemos citar um estudo encomendado pelo Ministério do Esporte em 2010, que mostra que os impactos econômicos resultantes da realização do evento podem chegar a R$ 183,2 bilhões, dos quais 26% desse valor se refere a impactos diretos, e o restante de impactos indiretos. 2.2 Dinheiro investido e o retorno A Copa do Mundo irá gerar inúmeros benefícios para o país, como desenvolvimentos em infraestrutura e em outros setores da economia, mas são apenas desenvolvimentos no “embelezamento” do país, que isso não beneficia de forma alguma o aspecto social do povo brasileiro. O preço estimado da copa será de quase 30 bilhões, sendo quase que integralmente pago com o dinheiro público (apenas 2% serão de iniciativa privada). Com isso os aspectos positivos da Copa não justificam de forma alguma o prejuízo tanto econômico quanto social que esse evento irá causar. Para expressar melhor a subdivisão do dinheiro a investido na Copa, utilizaremos um gráfico retirado da Folha de São Paulo, onde é colocado o valor total previsto da copa, a divisão de áreas que ele será investido, e quem paga esse dinheiro. Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress
  • 17. Referência do Gráfico: http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1226532-gastos-com-a-copa-2014-estouram-previsao- e-atingem-r-265-bilhoes.shtml A Copa é paga com dinheiro público, e o lucro disso tudo é bem maior para a parte privada. Os aeroportos são privatizados, e será investido 6,8 bilhões, onde 46,5% é financiado com o dinheiro público que no final ficara para a empresa privada. Outro fato semelhante são os estádios que chegam ao valor de R$ 7 bilhões e são financiados 97,3% com verba pública, sendo que ficara para os clubes que pagarão uma baixa porcentagem desse valor total (de 20% a 30%), financiados em 30 anos. Outro ponto relevante dos gastos com a Copa do Mundo no Brasil é a mudança dos preços, que inicialmente tem uma previsão e a cada atualização o preço é aumentado, e no final o preço é superior ao total previsto inicialmente. Os estádios estão 51% mais caro do que antes era previsto. ESTÁDIOS VALOR INICIAL VALOR FINAL AUMENTO Mineirão (Belo Horizonte) R$ 426,1 milhões R$ 695 milhões 63% Estádio Nacional (Brasília) R$ 745,3 milhões R$ 1,015 bilhão 36% Arena Pantanal (Cuiabá) R$ 454,2 milhões R$ 518,9 milhões 14% Arena da Baixada (Curitiba) R$ 184,5 milhões R$ 234 milhões 27% Castelão (Fortaleza) R$ 623 milhões R$ 518,6 milhões -17% Arena Amazônia (Manaus) R$ 515 milhões R$ 583,4 milhões 13% Arena das Dunas (Natal) R$ 350 milhões R$ 417 milhões 19% Beira-Rio (Porto Alegre) R$ 130 milhões R$ 330 milhões 154% Arena Pernambuco (Recife) R$ 529,5 milhões R$ 500,2 milhões -6% Maracanã (Rio de Janeiro) R$ 600 milhões R$ 882,9 milhões 47% Fonte Nova (Salvador) R$ 591,7 milhões R$ 1.485 bilhão 251% Arena Corinthians (São Paulo) R$ 240 milhões R$ 820 milhões 242% http://esportes.terra.com.br/futebol/copa-2014/estadios-da-copa-do-mundo-ja-estao- 51-mais-caros-que-o previsto,25377e4508cfb310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
  • 18. Nessa tabela são comparados os preços previstos inicialmente e os preços finais de cada estádio da Copa. No Brasil ocorre o superfaturamento de muitas obras, isso não é decorrente da Copa do Mundo, é algo que sempre existiu, e com os estádios não é diferente. Isso justifica a grande diferença do preço inicial com o final. 2.3 Preços dos estádios e quanto cabem Os estádios estão divididos em doze cidades do Brasil. Nesta imagem poderemos ver onde serão realizados os jogos. Fonte: http://pt.fifa.com/worldcup/destination/stadiums/index.html Informações dos estádios: Estádio Mineirão – Belo Horizonte 64 mil torcedores R$ 695 milhões 6 jogos Estádio Mané Garrincha – Brasília 70 mil torcedores R$ 812 milhões 7 jogos Arena Pantanal – Cuiabá 43 mil torcedores R$ 519 milhões 4 jogos
  • 19. Arena da Baixada – Curitiba 41 mil torcedores R$ 234 milhões 4 jogos Estádio Castelão – Fortaleza 67 mil torcedores R$ 519 milhões 6 jogos Arena Amazônia – Manaus 45 mil torcedores R$ 532 milhões 4 jogos Estádio das Dunas – Natal 43 mil torcedores R$ 417 milhões 4 jogos Estádio Beira-Rio – Porto Alegre 52 mil torcedores R$ 330 milhões 5 jogos Arena Pernambuco – Recife 6 6mil torcedores R$ 500 milhões 5 jogos Estádio do Maracanã – Rio de Janeiro 79 mil torcedores R$ 810 milhões 7 jogos Arena Fonte Nova – Salvador 50 mil torcedores R$ 592 milhões 6 jogos Arena Corinthians – São Paulo 65 mil torcedores R$ 820 milhões 6 jogos 2.4 A Copa não compensa no Brasil Além dos enormes prejuízos com os investimentos para se preparar para a Copa, e fatores sociais e políticos que ficam prejudicados com a realização desse evento, existe outro fator que justifica a não realização da Copa. É que o lugar onde realmente deve ser investido dinheiro público tem baixos investimentos.
  • 20. No Brasil existem várias famílias que não tem acesso à educação e saúde de qualidade, saneamento básico, eletricidade, e em algumas falta até mesmo água para se beber. Todos esses são serviços básicos de todo ser humano, e que realmente precisa ser investido pesado, e não faltam recursos, porque pela quantia que é gasto com a Copa e outros eventos esportivos que são absurdamente elevados, e além disso não são de extrema importância, são investimentos secundários porque os principais teriam que ser nessas áreas que foram citadas a cima. Com o dinheiro da Copa do Mundo de 2014, se baseando em um estudo do CAOI (Custo Aluno-Qualidade Inicial), tendo como referência R$ 25,277 bilhões, com esse dinheiro daria para construir escolas para todos os 3,7 milhões de brasileiros de 4 a 17 anos que estão fora da escola. Em comparação com outras Copas do Mundo, o evento no Brasil é o mais dispendioso. Em 2006, a Alemanha gastou na 3,7 bilhões de euros para sediar a Copa, cerca de R$ 10,7 bilhões. Em 2002, Japão e Coreia, gastaram juntos US$ 4,7 bilhões, cerca de R$ 10,1 bilhões. Na África do Sul, em 2010, o custo do evento foi de US$ 3,5 bilhões, perto de R$ 7,3 bilhões. Portanto, Copa do Mundo de 2014 será a mais cara da história. 30 25 20 15 10 5 Custo para sediar as Copas do Mundo E para explicar melhor, pode-se observar nesse gráfico a diferença dos valores gastos pelo Brasil em 2014, África do Sul em 2010, Alemanha em 2006 e Coreia em 2002. “E do caos fez-se o protesto. No início, manifestações pequenas degeneraram, previsivelmente, em violência e depredação. Truculências policiais, uma vaia avassaladora contra Dilma Rousseff e manifestações com outra pauta, sobre os gastos públicos na farra da Copa do Mundo, pontuaram o estágio intermediário. Enfim, protestos multitudinários tomaram as ruas de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte e de Brasília. A sequência desafia a lógica convencional e escapa às ferramentas de tradução dos políticos, mas lança alguma luz sobre uma 0 2014 2010 2006 2002 Custo em bilhões
  • 21. crise larvar que, agora, emergiu. Bem na hora em que o Palácio do Planalto preparava-se para tocar novamente uma velha canção da Copa do Mundo de 1970, o céu desabou.” Demétrio Magnoli: ‘Protesto’. É evidente que a diferença é exorbitante, ou seja, não é viável realizar a Copa do Mundo no Brasil, e sim em outro país que teria condição para realizar o evento. Esse é outro argumento que justifica que o evento não poderia ser no Brasil, seria mais viável em outro país mais desenvolvido e com condições de custear a Copa.
  • 22. 3. Aspecto Políticos A política do Brasil sempre foi marcada com corrupção, que ocorrem desvios de dinheiro, superfaturamento de obras, onde os nossos representantes não valorizam o que é público. Esse é um ponto que faz com que o país nunca se desenvolva. A Copa já chegou no Brasil impondo suas regras, alterando as leis de acordo com a lei da FIFA, passando por cima da lei existente no Brasil. Essa Lei da FIFA é conhecida como A Lei Geral da Copa, e isso desmerece todos os direitos conquistados historicamente pelo povo brasileiro. A Lei Geral da Copa de 2014 é um projeto que visa consolidar as metas do governo brasileiro para planejar, organizar e materializar a realização do evento. Essa Lei visa o encaminhamento das verbas, proteção das marcas oficiais da Copa, e as regras dentro dos estádios e demais infraestruturas. A presidenta Dilma Rousseff, na cerimônia de sorteio das Chaves da Copa das Confederações deu um discurso dizendo que o Brasil tem uma economia forte e todas as condições para a realização da Copa. “Temos a certeza de que nós nos preparamos bem para realizar um extraordinário espetáculo esportivo. Vamos mostrar, em junho de 2013, que o Brasil tem todas as condições de fazer a Copa de 2014. O Brasil, que é um país democrático, que convive em paz com todos os seus vizinhos, que tem uma economia forte, que perseguiu e conquistou a inclusão de milhões de brasileiros, que não tem uma cultura de preconceitos, nem tampouco uma cultura de exclusão; um país que preza os direitos humanos.” Assim como foi citado no capítulo anterior, existem vários fatores que provam que o Brasil não está preparado para ser sede da Copa do Mundo. 3.1 A política do pão e circo Com todos os problemas ligados a corrupção, desigualdade social, são todos ofuscados com a Copa do Mundo, porque o futebol é o circo brasileiro. Geralmente quando são votados leis polemicas, são na mesma época que ocorrem esses eventos ligados ao futebol, onde a atenção e a mídia vai estar voltada para esse evento enquanto se vota um projeto no senado. Um exemplo disso é o que ocorreu recentemente no Brasil foi a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de número 32, que o dia da votação foi justamente o dia da final da Copa das Confederações, mas felizmente a PEC não foi aprovada. A Copa do Mundo vai ser um super evento onde toda a atenção vai estar voltada para os jogos, e os políticos se aproveitam disso para superfaturar obras da Copa, enquanto os brasileiros não estarão preocupados com isso. Podemos citar também o fato de que no ano em que a Copa do Mundo será realizada no Brasil, também será ano de eleição presidencial, o que fará com que políticos aproveitem ainda mais o evento para conseguir votos a seu favor. O ex-presidente João Goulart deu um discurso em 1962 sobre a Copa do Mundo “faz os brasileiros esquecerem nossas dificuldades econômicas, e assim é mais preciosa que o arroz”. Atualmente a Copa têm o mesmo efeito: os brasileiros se esquecem da
  • 23. precariedade da educação, da miséria que cresce no país, da corrupção cada vez mais presente e se calam quanto a esses assuntos para apreciar as festividades. O governantes visam fazer obras que são visíveis, como pontes, estradas, coisas que chamem a atenção para atrair votos, e com isso deixam de se investir em obras que são realmente importantes. O presidente do Trata Brasil – instituto que tem como objetivo fazer com que todos os brasileiros tenham acesso à coleta e ao tratamento de esgoto - Édson Carlos, afirmou que a falta de saneamento no Brasil é um dos maiores problemas da Copa, e ao ser questionado sobre a falta de preocupação com o setor, deu a seguinte resposta: “Sem dúvida, porque enterrar tubulação é muito menos charmoso do que inaugurar um viaduto, posto de saúde ou escola, e colocar uma plaquinha dizendo que ficará para a eternidade [...] Mas não dá para imaginar a pessoa saindo de um belo estádio e pisando na primeira vala negra de esgoto”. Além da carência no setor de saneamento, o Brasil tem também muitas outras carências urgentes em diversos outros setores, como o da saúde, que segundo dados do IBGE, em 2005, a Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, tinha apenas 0,7 leitos por mil habitantes em sua rede pública de saúde, o que é um absurdo lamentável. Ainda usando dados obtidos pelo IBGE, sabemos que em 2009 43,2% da população Brasileira não tinha moradia adequada, além de outros problemas crônicos, como a educação. Bilhões de reais em recursos públicos serão utilizados para que o Brasil esteja totalmente de acordo com as exigências – que não são poucas – da FIFA, para que país possa impressionar o mundo, enquanto que sua realidade está longe de ser usada como “vitrine” internacional. CONFIRA COMO ERA E COMO FICARÁ A ADMINISTRAÇÃO DE CADA ESTÁDIO Estádio Antes da Copa Após a Copa Estádio Nacional Governo do Distrito Mané Garrincha Federal (pública) (Brasília) Administração será concedida a uma empresa privada por meio de licitação. Maracanã (Rio de Janeiro) Governo do Rio de Janeiro (pública) Administração será concedida a uma empresa privada por meio de licitação Arena Amazônia (Manaus) Governo do Amazonas (pública) Administração deve ser concedida a uma empresa privada Arena Pantanal (Cuiabá) Governo do Mato Grosso (pública) Administração deve ser concedida a uma empresa privada Mineirão (Belo Horizonte) Governo de Minas Gerais (pública) Consórcio responsável pela obra administrará estádio por 25 anos após reabertura
  • 24. Fonte Nova (Salvador) Governo da Bahia (pública) Consórcio responsável pela obra administrará estádio por 35 anos Castelão (Fortaleza) Governo do Ceará (pública) Consórcio responsável pela obra administrará estádio por 8 anos Arena das Dunas (Natal) Prefeitura de Natal (pública) Consórcio responsável pela obra administrará estádio por 20 anos Arena Pernambuco (Recife) Estádio novo Consórcio responsável pela obra administrará estádio por 33 anos Itaquerão (São Paulo) Estádio novo Administração será privada Beira-Rio (Porto Internacional Alegre) (privada) Administração permanecerá privada Arena da Baixada (Curitiba) Atlético Paranaense (privada) Administração permanecerá privada Fonte: http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2012/05/28/governo-paga- 91-dos-estadios-da-copa-mas-nao-controlara-nenhum-apos-torneio.htm Com a tabela vemos que todo esse dinheiro público investido praticamente será perdido não veremos retorno algum, pois o que antes era propriedade pública, passará a ser de empresas privadas. 3.2 Empregos Temporários Nas grandes obras de infraestrutura do país, especificamente nas de construção e reforma de estádios e de rodovias, a maioria dos trabalhadores tem relação de trabalho com empresas da construção e consórcios contratantes. Como em outros países, os empregos gerados com as Copas são predominantemente temporários. Segundo o Ministério dos Esportes, é esperada a geração de cerca de 710 mil empregos: 330 mil postos permanentes e 380 mil temporários no período do evento. No caso brasileiro, os empregos gerados serão, na maioria, em micro e pequenas empresas. Os setores que deverão ser mais impactados no contexto geral da Copa são: construção civil, alimentação e bebidas, serviços prestados a empresas, eletricidade, água, esgoto, gás, limpeza urbana, serviços de informação, turismo e hotelaria. Além disso, parte significativa das despesas de consumo dos turistas atraídos pelo evento deve ser distribuída no setor de comércio e serviços, nos quais se destacam: hotéis, alimentação, compras, transportes, cultura e lazer, comunicações e, em menor intensidade, serviços médicos e jurídicos. Quanto ao comportamento do mercado de trabalho metropolitano brasileiro, é possível tecer algumas ponderações. Com os investimentos e eventos da Copa, haverá aumento dos empregos temporários e incremento nos postos de trabalho permanentes, que pode gerar um aumento da procura por ocupação, significando expansão da população economicamente ativa. Num segundo momento (pós-Copa), haverá o fim dos empregos temporários gerados pela construção das obras e pelos eventos e a manutenção dos postos permanentes
  • 25. criados com a construção e manutenção dos estádios, arenas, hotéis, pousadas e outras instalações. Assim, haverá a acomodação dos mercados de trabalho metropolitanos, o que reduzirá o volume de ocupados, mas manterá a ocupação em patamares superiores ao período pré-Copa. Pelo lado da Copa do Mundo 2014 desemprego, é esperado que parcela significativa dos demitidos com o fim dos empregos temporários continue a pressionar o mercado de trabalho, aumentando o volume e a taxa de desemprego, porém ainda em patamares inferiores ao período anterior.
  • 26. 4. Aspecto social A menos de um ano para a copa do mundo a várias situações indesejadas nas cidades sede. A falta de aceso à informação e de participação social nas decisões estão presentes na maioria dos casos. Ações políticas para a preparação de uma celebração global de futebol geram muita polemicas nas áreas de segurança, sistema de transporte coletivo e infraestruturas nas construções de estádios. Nas cidades sedes, comunidades locais correm risco de serem removidas ou deslocadas de suas casas, para que as obras possam acontecer atendendo os padrões que a FIFA impõe para que as pessoas possam chegar com tranquilidade e conforto aos estádios e suas dependências. Fonte: http://www.midiaindependente.org/pt/red/2011/07/494144.shtml “Estes megaeventos têm gerado efeitos negativos sobre diversos segmentos sociais, especialmente sobre aqueles que historicamente são excluídos/as, como: moradores/as de assentamentos informais, migrantes, moradores em situação de rua, trabalhadores/as sexuais, mulheres, crianças e adolescentes, comunidades indígenas e afrodescendentes, vendedores/as ambulantes e outros trabalhadores/as informais, inclusive da construção civil. As remoções e os despejos forçados destes grupos sociais são as violações mais comuns no Brasil e em outros países sede de megaeventos. Seus efeitos perversos são particularmente ampliados através da imposição do Poder Público e comitês promotores dos eventos, de um verdadeiro “estado de exceção”, instituído especialmente no contexto dos jogos, que permite a flexibilização das leis e suspensão de direitos antes e durante os jogos, ameaçando, assim, os mecanismos de defesa, proteção social, garantia e promoção de Direitos Humanos” (Livro: DESIGUALDADE REGIONAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS. Série: COPA DO MUNDO DE 2014: IMPACTOS E LEGADO)
  • 27. 4.1 Problemas sociais em Fortaleza Em fortaleza uma das cidades sedes é um exemplo, onde as famílias sofrerão a remoção do local onde moram aproximadamente 2700 famílias, para as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de um ramal. A extensão desse projeto (VLT) atingirá em torno quatro mil famílias situadas ao longo da via férrea. O governo local quer deslocar essas famílias para um lugar afastado, gerando conflito com o governo em que não pagariam uma indenização justa e dariam apenas uma ajuda com duzentos reais de aluguel, que apenas com esse dinheiro não conseguiriam encontrar nenhum lugar com um aluguel por esse preço, principalmente deslocando 4 mil famílias de suas casas. O que está acontecendo nas comunidades de Fortaleza, é algo que aconteceu em outros países sedes, exemplo a África do Sul. www.hipertextoweb.com.br A imagem acima, na África do Sul, representa a construção das casas para as famílias que foram removidas. A remoção dessas famílias moradoras das proximidades do Veículo Leve sobre Trilhos(VLT) configura um processo de “refavelização”, já que as transferências ocorrerão para as áreas mais afastadas e ainda sem equipamentos urbanos, podendo gerar conflitos territoriais e a perda de um lugar de afetividade, com isso aumenta-se o índice de criminalidade como consequência. Os projetos executados em virtude da Copa estão “desconectados de processos de planejamento urbano”. Outro ponto negativo é a especulação imobiliária, está transformando a área do Castelão de periferia em centro, tornando inviáveis empreendimentos de cunho social como o “Minha Casa, Minha Vida”. Esquemas organizados pela FIFA em dias de jogos, regiões a um quilometro ao redor do estádio, só poderão trafegar os veículos credenciados, torcedores poderão estacionar os carros no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU) e pegar a condução delegada pela FIFA, ou caminhar até o Castelão, mas não existe projetos de urbanismo para auxiliar e aliviar o calor das treze horas, horário em que serão realizados os jogos em Fortaleza. O acesso direto as estádio é restrito para chefe de estados, delegações e árbitros.
  • 28. 4.2 Recife As famílias das regiões Camaragibe e São Lourenço da Mata serão atingidas pelas obras do megaevento, tendo como consequência o processo de remoção e indenização das quase mil famílias e comerciantes das comunidades Cosmo e Damião e São Francisco. http://comitepopularpe.wordpress.com/ Mapa 01: Nova Centralidade estratégica traz perspectiva de mudanças sociais efetivadas pelas políticas públicas direcionadas à Copa do Mundo de 2014 em Pernambuco. Fonte: Material fornecido pelo Governo do Estado. Principais pontos negativos em Pernambuco: Ausência de diálogo adequado do governo estadual e das empresas junto às famílias das áreas visitadas sobre os projetos, planos e ações das obras e, especialmente, sobre os procedimentos de indenização e remoção dessas famílias. Ausência de um plano habitacional por parte do governo estadual e dos municípios do Recife e Camaragibe ou outra alternativa similar de deslocamento organizado e orientado das famílias que negociaram a desapropriação de seus imóveis e ou
  • 29. benfeitorias, de modo a proteger preventivamente essas famílias, assim como organizar planejadamente a reposição habitacional nesses municípios; Oferta de valores para indenização de imóveis, benfeitorias e ou terrenos muito abaixo dos reais valores de mercado; Oferta de valores para indenização desconsiderando o perfil e o histórico misto residencial e comercial do imóvel, quando se tratava de uma residência com esse mix, rebaixando-se injustamente o valor da indenização proposta ao proprietário; Imposição de perdas econômicas e rebaixamento da qualidade de vida das famílias que foram indenizadas e que tiveram que se deslocar sem orientação pelo Estado para áreas que oferecem desconforto quanto ao acesso a serviços essenciais de educação, saúde e transporte, além dos riscos das famílias deslocadas passarem a residir em áreas já degradadas; Imposição de tempo exíguo para as famílias (de 15 dias apenas) para desocupação do imóvel indenizado, num contexto de alta especulação imobiliária e de explosão dos preços de aluguel, o que gerou insegurança para essa família; No conjunto acima dos pontos negativos, vemos que está ocorrendo uma violação de direito básicos, principalmente ao direito de uma moradia digna que constituem o artigo 6º da Constituição Federal (São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição). E outra violação bastante citada foi sobre ao baixo valor de indenização pela remoção ou indenização insuficiente para custear outro imóvel. 4.3 Belo Horizonte O maior caos social de Belo Horizonte está sendo uma política de higienização e gentrificação, não somente em BH mas sim nas principais cidades-sedes do grande evento. Em Belo Horizonte somente nos dois últimos anos foram mortos mais de cem pessoas em situação de rua e vulnerabilidade social na capital mineira, uma média aproximada de um a cada semana. Um absurdo, verdadeiro extermínio! Não dá pra falar quem são os responsáveis, mais é intrigante esse aumento de casos nas proximidades do megaevento. A capital mineira vive outros problemas sociais como: Remoções forçadas de famílias sem ofertar soluções dignas, Perseguição à população de rua e artesãos nômades, Suspensão das Feiras do Entorno Mineirão, Obras viárias sem planejamento, demoradas e que não resolvem os problemas da cidade, Contrato com a Minas Arena privatizando um espaço público, Projetos de lei incentivando a especulação imobiliária e verticalização da cidade. Com todos esses problemas, será deixado um gigantesco impacto negativo para a população mineira, para que a copa possa ser realizada na capital. 4.4 Rio de janeiro Os empreendimentos que garantirão a realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014 estão gerando impactos sociais na cidade. Foi feito um levantamento e mais de três mil pessoas apenas no Rio de Janeiro estão ameaçadas. Somente na comunidade que vive na vila autódromo, na Barra da Tijuca, mais de 350 famílias estão sob ameaça de remoção. Essas pessoas não serão removidas apenas por
  • 30. causa das obras da Copa, mas também em função da construção e duplicação de novas estradas. Todas essas pessoas que moram em beira de estradas há 40 ou 50 anos serão removidas e isso irá gerar consequências gravíssimas, porque não implica apenas na questão da moradia, mas também existe o problema do rompimento dos laços históricos e culturais. Não há preocupação com as comunidades, elas estão sendo tratadas como descartáveis e precisam ser retiradas para dar espaço aos turistas que virão assistir aos jogos. Inclusive o programa Minha Casa, Minha Vida, que no Rio já é conhecido como Minha Casa, Minha Remoção, é uma feira pra tentar iludir os moradores com uma residência a qual dificilmente eles terão acesso. Talvez apenas 5% das famílias sejam beneficiadas com essas moradias. Outro conflito mais acirrado tem a ver com a reforma do estádio Maracanã. Com a justificativa de melhorar a circulação e ampliar as condições de acesso, o governo do Estado pretende derrubar prédios do entorno e aumentar a superfície para estacionamento de carros. Dentre esses prédios incluem-se alguns de valor institucional e histórico, como a Escola Municipal Friedenreich e o Museu do Índio ou Aldeia Maracanã (também seriam demolidos os tradicionais Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare, do complexo esportivo do Maracanã). O Museu do Índio, em particular, tem oferecido uma forte resistência, e tem contado com apoio de movimentos, militantes e personalidades engajadas na luta pelo patrimônio histórico da cidade, a memória dos povos indígenas e a cultura das comunidades que o habitam. 4.5 São Paulo Em São Paulo, a mudança do projeto (da reforma do Morumbi para a construção do Itaquerão) deslocou a frente de conflitos. Além dos moradores em situação de remoção pela construção do monotrilho da linha 17 – Ouro (400 famílias das favelas Buraco Quente, Comando e Buté), temos agora as comunidades afetadas pelas obras do estádio e do complexo viário Itaquera (aproximadamente 1000 famílias das favelas do entorno: Caititu, Vila Progresso, Paracana, Zorrilho, Três Cocos, Pedreira I, Vila da Paz, Miguel Ignácio Curi e Francisco Munhoz Filho). Questiona-se a viabilidade do polo institucional que acompanha o projeto de construção do novo estádio, e a sua capacidade de promover o desenvolvimento econômico e social da região. Por outro lado, a provável desativação do estádio Pacaembu significará perda de receita e elevados custos de manutenção para a prefeitura, pelo menos até que se redefina seu papel. São Paulo, enfim, perdeu a chance de uma conexão de alta capacidade e eficiência (sobre trilhos) com o aeroporto internacional de Guarulhos, uma das principais praças aeroportuárias do continente (e que recebeu investimentos da Copa para sua ampliação e modernização).
  • 31. Conclusão A Copa do Mundo dará destaque ao país, fazendo maior entrada de capital estrangeiro, e trará empregos mesmo que temporários. Porém o Brasil não está preparado para realizar um evento como a Copa do Mundo, principalmente por ser um pais em desenvolvimento, pois isso só irá atrasar esse desenvolvimento, agravando mais ainda os problemas econômicos e social. O Brasil não precisa de uma Copa do Mundo, e sim de investimentos em educação, saúde, saneamento básico. A Copa do Mundo só beneficia as elites, e é mais um motivo para que ocorra superfaturamento, lavagem de dinheiro e corrupção, só atendendo a interesses externos.
  • 32. Referência bibliográficas http://carosamigos.terra.com.br/index/index.php/cotidiano/2483-pesquisadora-documenta- impactos-da-copa-do-mundo http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed752_presidente_da_fifa_m enosprezou_protestos_no_brasil http://www.football365.com/f365-says/8786205/The-Real-Legacy-Of-The-Brazil- World-Cup/comments http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed755_se_nao_houver_resp ostas_manifestacoes_serao_maiores_em_2014 http://www.petcivil.ufc.br/sec/?p=807 https://www.youtube.com/watch?v=yEU0vXS7iHY&feature=plcp http://www.observatoriodasmetropoles.net/portalpopulardacopa/index.php?option=co m_content&view=article&id=380&Itemid=286 https://www.youtube.com/watch?v=tQwayUVccaw http://www.portal2014.org.br/cidades-sedes/ tabelas:http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/balanco-mostra-avanco-nas-obras-da- copa http://www.youtube.com/watch?v=nIfNAmO_xc0 http://www.portal2014.org.br/cidades-sedes/ http://comitepopularpe.wordpress.com/ http://atingidoscopa2014.wordpress.com/ http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/505552-as-implicacoes-sociais-da-copa-do-mundo- entrevista-com-roberto-morales http://www.observatoriodasmetropoles.net/index.php?option=com_k2&view=item&id =619%3Acopa-2014-desenvolvimento-regional-e-pol%C3%ADticas-p% C3%BAblicas&Itemid=167&lang=pt http://www.visorpolitico.com.br/category/copa-do-mundo-fifa-2014-brasil/ http://www.universidadedofutebol.com.br/Noticia/14010/buscar http://economia.ig.com.br/copa+do+mundo+2014+tera+impacto+de+15+ponto+perce ntual+no+pib/n1597105340638.html http://economia.ig.com.br/conheca-os-efeitos-da-copa-e-da-olimpiada-na-economia-dos- paises/n1597563440108.html http://informacaocontabil.blogspot.com.br/2011/01/copa-do-mundo-de-2010-custos-foram. html http://www.portal2014.org.br/copadomundo2010/noticias/2668/ESTADIOS+DE+2010 +CUSTAM+QUASE+O+DOBRO+DO+PREVISTO.html http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2010/06/os-custos-e-o-legado-que-copa-vai- deixar-para-africa-do-sul.html http://www.portal2014.org.br/noticias/11955/VERDADEIRO+CUSTO+DA+COPA+20 14+E+DE+R+105+BILHOES.html http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/esportes/copa-2014/noticia/2013/06/analise-do-professor- a-politica-nas-copas-do-mundo-4156081.html