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Sistema Imunitário
• No nosso quotidiano somos confrontados com os
mais diversos tipos de ataques ao nosso organismo;
• A função do sistema imunitário é proteger o nosso
organismo desses ataques distinguido aquilo que é
próprio daquilo que é estranho ao organismo;
• O sistema imunitário é constituído pelos diversos
tipos de células e órgãos, que protegem o nosso
organismo dos potenciais agressores, os quais podem
ser biológicos (microrganismos) ou químicos (toxinas).
• É ainda responsável pela vigilância e destruição de
células envelhecidas e anormais (cancerosas), do
próprio organismo.
Agentes Patogénicos
• São agentes biológicos que possuem a
capacidade de infectar os animais
causando-lhes doenças;
• Podem ser bactérias, vírus, fungos, e
animais parasitas.
Bactérias

• Existem bactérias que se revelam nocivas ao nosso
  organismo uma vez que atacam e destroem as nossas células
  de diversas formas como por exemplo:
• Parasitam o citoplasma das células onde se alimentam e
  multiplicam, levando à destruição das células hospedeiras.
• Existem bactérias que produzem toxinas potentes, que
  provocam a alteração do metabolismo normal das células
  e/ou a sua morte.

Alguns exemplos de doenças causadas pelas baterias são:
   – Cólera (bactéria - Vibrio cholerae)
   – Tuberculose (bactéria - Mycobacterium tuberculosis)
Vírus

Alguns exemplos de doenças causadas
  por vírus são:
   • Gripe (vírus -Influenza)
   • Sida (vírus -HIV)
   • Hepatites (vírus -HBV, HCV)
Fungos

Os fungos podem originar desde uma suave
comichão, até à morte do organismo
infectado.
Algumas das doenças causadas por fungos
parasitas são:
  • Envenenamento (fungo - Amanita phaloides);
  • Candidíase (fungo - Candida albicans);
Animais parasitas
Seres vivos de pequenas dimensões como
por exemplo os protozoários.
Podem ser encontrados em locais diversos
como o solo, animais ou plantas e podem
infectar os organismos causado doenças
como por exemplo:
  • Doença do sono (Trypanossoma);
  • Malária (Plasmodium);
Constituintes do
Sistema Imunitário

• O sistema imunitário
  humano é constituído
  pelos vasos linfáticos,
  órgãos e tecidos
  linfóides e pelas
  células efectoras.
Vasos Linfáticos
• São os vasos
  linfáticos, em
  colaboração com a
  circulação
  sanguínea, que
  desempenham a
  função de
  transportador de
  antigénios e
  linfócitos.
Órgão Linfóides
Os órgãos linfóides podem ser classificados em órgãos linfóides primários e
órgãos linfóides secundários.

Órgãos Linfóides Primários:
 Timo
 •Localiza-se na parte superior do tórax;
 •O timo tem como função promover a maturação dos linfócitos T, oriundos da
 medula óssea ;

 Medula Óssea
 •A medula óssea é constituída por um tecido mole e adiposo, o qual está localizado
 nas cavidades ósseas;
 •Tem como função a produção de linfócitos a partir das suas células estaminais;
 • Do linfócitos produzidos os T vão migrar em direcção ao timo, permanecendo na
 medula apenas os linfócitos B os quais irão aqui sofrer maturação antes de migrarem
 para os órgãos linfóides secundários.
Órgãos Linfóides Secundários

  Gânglios Linfáticos

  • Possuem uma forma semelhante a um feijão;
  • No seu interior existem duas áreas ricas em linfócitos:
       - Uma muito rica em linfócitos T, “área T”,
       - Outra muito rica em linfócitos B, “área B”

  • Encontram-se principalmente na zona das axilas, região
    inguinal, no pescoço, no abdómen, nas virilhas e ao longo da
    aorta
  • função destes órgãos é filtrar a linfa que chega até eles,
    removendo bactérias, vírus e restos celulares, entre outros.
Baço
 • O baço é um órgão altamente vascularizado localizado acima
   do abdomén;
 • A função imunológica do baço é a libertação de linfócitos B, T,
   plasmócitos e outras células linfóides maduras, exclusivamente
   para o sangue;


Tecidos Linfóides Associados às Mucosas
 • Estes órgãos desempenham um importante papel na produção de
    anticorpos específicos, assim como na recolha dos antigénios que
    se encontram nas superfícies epiteliais do organismo, uma vez
    que os captam logo que estes atravessam a barreira mucosa.
 Exemplo de tecidos linfóides associados às mucosas:
  - Placas de Peyer;
  - Amígdalas;
  - Adenóides
Células Efectoras do Sistema Imunitário

  • As células efectoras do nosso sistema
    imunitário são designadas de leucócitos;
  • Os leucócitos, tendo em conta as
    granulações      presentes     no     seu
    citoplasma, podem ser divididos em dois
    grandes grupos os granolócitos, e os
    agranulócitos.
Tipo        Designação    Abundância           Constituição /Função                     Imagem
                                              Possuem um núcleo polilobado e um
                                              tempo de vida é curto (cerca de 24-48
                               3000 a 7000    horas).
                Neutrófilos       mm3         São células fagocíticas capazes de destruir
                                              organismos intracelulares e extracelulares
                                              desfavoráveis ao organismo.
                                              Possuem um núcleo geralmente bilobado.
                                              São células com uma fraca capacidade
                                              fagocítica. Actuam libertando as enzimas
Granulócitos    Eosinófilos
                              100 a 400 mm3   dos seus grânulos para o meio extracelular,
                                              as quais irão assim destruir os parasitas.



                                              São células não fagociticas. Estão
                                              envolvidas em respostas alérgicas uma vez
                 Basófilos     20 a 50 mm3    que libertam substâncias alérgicas como a
                                              histamina.

                                              Apresentam um núcleo com forma de um
                                              ferradura, e têm a capacidade de migrar
                                              para os tecidos onde evoluem para células
                Monócitos     100 a 700 mm3   de maior tamanho e com grande
                                              capacidade fagocitica designadas de
                                              macrófagos
Agranulócitos                                 Possuem um núcleo esférico e volumoso.
                                              Resultam da diferenciação de células da
                                              medula óssea e podem ser de diferentes
                               1500 a 3000
                Linfócitos        mm3
                                              tipos:
                                               - Linfócitos B
                                               - Linfócitos T
                                               - Linfócitos NK
Conjunto de genes ligados que se localizam no cromossoma 6


   Codificam um conjunto de glicoproteinas que permitem distinguir aquilo que é
                  próprio daquilo que é estranho ao organismo
                                           No caso humano


                Antigénios de Leucócitos Humanos (HLA)



   MHC – CLASSE I               MHC – CLASSE II               MHC – CLASSE III

                             Encontra-se apenas nas         Codificam um conjunto de
Presente em quase todas as   células que apresentam            proteínas com função
                             antigénios (APC);                 imunitária, incluindo
células do organismo;                                        componentes do sistema
                                                            complemento e moléculas
                                                              envolvidas na resposta
                                                                   inflamatória.
Mecanismos de Defesa Não
       Específicos
Mecanismos de defesa não
específicos
 Os agentes patogénicos são impedidos
 de entrar no organismo pelos
 mecanismos de defesa não específica,
 também designados por imunidade
 inata ou natural, ou são destruídos
 quando conseguem penetrar. Estes
 mecanismos desempenham uma acção
 geral contra corpos estranhos e
 exprimem-se sempre da mesma forma.
Factores mecânicos,
químicos e fisiológicos
Pele (gordura)
Mucosas
pH ácido das secrecções
Fluidos
Fagocitose
• A fagocitose é um dos principais mecanismos de
  suporte da imunidade inata. Trata-se do processo
  pelo qual microrganismos, tal como bactérias,
  são ingeridos pelas células fagocíticas e, depois,
  destruídos ou neutralizados.
A Resposta Inflamatória
Efeitos da resposta inflamatória
Interferão:
• Os interferões são proteínas produzidas pelas células
  infectadas por um vírus e que protegem outras
  células de serem infectadas pelo mesmo ou outro
  vírus (criando um estado de resistência antiviral).
Sistema de complemento
• O Sistema Complemento é composto por
  proteínas de membrana plasmáticas solúveis
  no sangue e participam nas defesas inatas.
  Essas proteínas reagem entre si
  desencadeando uma cascata de reacções para
  facilitar a destruição dos agentes patogénicos
  e induzir uma série de respostas inflamatórias
  que auxiliam no combate à infecção.
Sistema de complemento
Mecanismos de Defesa
    Específicos
Mecanismos de Defesa
    Específicos
                                                          Fig.1 Linfócito
• Os mecanismos de defesa específicos, ou imunidade
adquirida, intervêm na defesa e protecção do nosso
organismo apenas alguns dias após a invasão deste último
por parte de agentes patogénicos.

• Estes mecanismos de defesa específicos correspondem aos
processos já iniciados na resposta não específica, mas são
agora amplificados, mais eficazes e dirigidos a um micróbio
específico.

• A imunidade adquirida assenta, essencialmente, na acção
de um tipo de leucócitos: os linfócitos.
Maturação dos Linfócitos
• Nos vertebrados, os linfócitos são inicialmente produzidos a partir de
células estaminais da medula óssea (designadas linfoblastos) ou então no
fígado (durante o período fetal).

• Posteriormente são submetidos a um processo de maturação sendo que,
no fim deste, são originados dois tipos de linfócitos: os linfócitos T e os
linfócitos B.

• A maturação destas células consiste:
  - na obtenção da capacidade de reconhecimento do que é estranho
  (nonself) e do que é próprio ao organismo (self).
  - na obtenção de moléculas específicas, os receptores de antigénios, que
  vão possibilitar o reconhecimento destes últimos.

• Concluído o amadurecimento, os linfócitos deslocam-se para os diversos
órgãos e tecidos do sistema imunitário, como, por exemplo, as amígdalas,
o baço, os gânglios linfáticos, o sangue e a linfa.
Fig.2 Maturação de Linfócitos
Antigénios
• Os antigénios, ou antigenes, podem ser moléculas pertencentes a vírus, bactérias
ou protozoários, moléculas existentes no pólen ou no pêlo dos animais, células de
outras pessoas (tecidos transplantados) ou ainda moléculas solúveis, como as
toxinas.

• Estruturalmente, os antigenes possuem várias zonas capazes de serem
reconhecidas pelo sistema imunitário, sendo estas denominadas determinantes
antigénicos ou epítopos.




                                  Fig.3 Antigénio
Linfócitos B e Imunidade Humoral
• Os linfócitos B constituem uma parte essencial do sistema imunitário, uma
vez que são responsáveis pela imunidade humoral, uma componente vital dos
mecanismos de defesa específicos, que confere protecção imediata e de
longo prazo contra uma série de agentes infecciosos.

• Os linfócitos B, no geral, caracterizam-se por possuir, à sua superfície, um
complexo multiproteico denominado receptor da célula B ou apenas BCR (B
Cell Receptor). É este complexo que vai permitir aos linfócitos fazer o
reconhecimento dos vários antigénios existentes.




                  Fig.4 Linfócito B         Fig.5 Receptor da Célula B
• Assim, os receptores das células B, quando identificam um antigénio específico,
ligam-se a ele e é desta ligação que vai resultar a activação dos linfócitos B.

• Estes, depois de activados, vão ser estimulados por citocinas a multiplicarem-se,
dando origem a dois grupos de clones de células: um dos grupos vai diferenciar-se
em plasmócitos e o outro grupo em células B de memória.




           Fig.6 Diferenciação de Linfócitos B em Plasmócitos e Células B Memória
Anticorpos
• Os anticorpos são moléculas solúveis,
também denominadas imunoglobulinas,
que se difundem pelo organismo através
do sangue e da linfa, e que são fulcrais
para a neutralização e destruição dos
antigénios.

•Possuem a forma de um “Y” e são
constituídos    por    quatro      cadeias
polipeptídicas ligadas por pontes
dissulfito. Contêm também uma região
constante e duas regiões variáveis.

•É nas regiões variáveis que se estabelece
a ligação entre o anticorpo e um
antigénio que lhe seja complementar.
Assim, pelo facto de possuírem duas
regiões variáveis, cada anticorpo tem
duas regiões de ligação a um antigénio.

                                             Fig.7 Estrutura química de um anticorpo
• Quando um anticorpo se liga a um antigénio, estas duas
moléculas vão formar um complexo antigénio-anticorpo que vai
desencadear vários processos que vão conduzir à neutralização e
destruição dos corpos estranhos que invadiram o nosso organismo.

                                                          Fig.8 Complexo antigénio-anticorpo

• O processo de destruição dos antigénios resulta de um conjunto de mecanismos que
podem ser divididos em cinco fases: neutralização, aglutinação, precipitação de
antigénios solúveis, activação do sistema de complemento e estimulação da fagocitose.
Linfócitos T e Imunidade Celular
• Os linfócitos T têm um papel muito importante na imunidade do nosso organismo
pois são elas as principais responsáveis pelos processos da imunidade celular. A
imunidade mediada por células é particularmente efectiva no combate a agentes
patogénicos intracelulares, na destruição de células afectadas e no reconhecimento e
destruição de células cancerosas.

• A característica que melhor define este tipo de linfócitos é a expressão, nas suas
membranas plasmáticas, de uma estrutura polimórfica responsável pela capacidade
de reconhecimento de um antigénio: o receptor da célula T ou simplesmente TCR (T
Cell Receptor).




                       Fig.9 Linfócito T          Fig.10 Receptor da célula T
- Os linfócitos intervenientes nos mecanismos da imunidade
celular são:
                                                                           Fig.11 Linfócito NK

    • Linfócito TH – responsáveis pelo reconhecimento dos antigénios específicos e pela
    segregação de mensageiros químicos, as citoquinas ou citocinas, hormonas que
    estimulam a fagocitose, a produção de interferão e a produção de anticorpos pelos
    linfócitos B.
    • Linfócitos TC - capazes de reconhecer e destruir células infectadas ou cancerosas.
    • Linfócitos TS - têm como função ajudar a moderar ou a extinguir a resposta imunitária
    quando a infecção se encontra controlada.
    • Linfócitos T de memória - permanecem num estado inactivo durante bastante tempo,
    respondendo de forma imediata e eficaz aquando do segundo contacto com um
    determinado antigénio.
    •Linfócitos NK –responsáveis pela produção de citocinas que regulam respostas
    imunitárias inatas (como por exemplo a fagocitose) e adaptativas (como por exemplo a
    diferenciação de linfócitos T e B), e pela eliminação de células tumorais através de
    processos citotóxicos, que podem envolver a produção de grânulos citotóxicos, assim
    como a agregação de receptores que induzem a morte celular.
• Os mecanismos da imunidade celular têm
início com a apresentação do antigénio aos
linfócitos TH.

• Os macrófagos, sendo células do sistema
imunitário, apresentam também à sua
superfície proteínas do complexo maior de
histocompatibilidade (MHC-II). Além disso, após
a fagocitose e digestão de agentes patogénicos
por parte destes macrófagos, formam-se
porções de moléculas com poder antigénico,
que vão ser inseridas nas suas membranas
celulares. Deste modo, vai formar-se um
complexo      antigénio-MHC-II,    que     será   Fig. 12 Activação de um Linfócito T
apresentado aos linfócitos TH (que vão                auxiliar por um Macrófago.
reconhecer o antigénio através do seu TCR),
activando-os.
• Os linfócitos T auxiliares, depois de activados, vão estimular a activação de outras
células, como linfócitos B, fagócitos e mesmo outros linfócitos T. Além disso, estas
células podem também sofrer divisão, originando vários clones, que se vão
diferenciar em linfócitos TC, linfócitos TS e linfócitos T de memória.




                 Fig.13 Estimulação de um Linfócito B por um Linfócito T auxiliar.
• Os linfócitos T citotóxicos vão, por sua vez, ligar-se a células estranhas ou
infectadas e libertar perforina, proteína que provocará a formação de poros
na membrana citoplasmática destas células, causando a sua lise celular.




                Fig.16 Acção destrutiva dos Linfócitos T citotóxicos.
Implantes/Transplantes
• A imunidade mediada por células é também responsável pela rejeição do
organismo quando são efectuados implantes de tecidos e transplantes de
órgãos.

• Os tecidos ou órgãos são tomados por corpos estranhos, levando o sistema
imunitário a desenvolver uma resposta imunitária no sentido de os eliminar,
através da activação dos linfócitos T e das substâncias produzidas pelos
mesmos.

• Esta rejeição pode ser minimizada se o dador possuir uma identidade
bioquímica bastante semelhante à do receptor.

• Além disso, são também administradas ao indivíduo receptor determinadas
drogas que actuam sobre a resposta imunitária, conduzindo à sua supressão.

• Estas drogas estão, actualmente, a ser melhoradas pela comunidade
científica, com o objectivo de as tornar mais específicas, de modo a inibirem
apenas linfócitos que se encontrem envolvidos no processo de rejeição.
Memória Imunitária
• A memória imunitária é a capacidade do
sistema imunitário reconhecer um
antigénio com o qual estabeleceu
contacto anteriormente.

• A resposta imunitária primária é
desencadeada aquando da invasão do
organismo por parte de um agente
patogénico desconhecido para as células
de memória.

• Esta primeira resposta tem uma curta
duração. Quando o agente patogénico em
causa é expulso do organismo, verifica-se
o desaparecimento dos anticorpos e dos
linfócitos T efectores No entanto, as
células de memória permanecem no
organismo.


                                            Fig.17 Memória Imunitária
• São estas células de memória as
responsáveis        pela     resposta
imunitária secundária, pois se o
organismo for invadido por um
antigénio que já o tenha feito antes,
elas vão ser capazes de reconhecer
as         suas        características,
desenvolvendo, consequentemente,
uma resposta muito mais rápida,
eficaz, intensa e prolongada.

• Assim, devido ao facto de num
segundo contacto a resposta
imunitária se desencadear muito
rapidamente com uma rápida
multiplicação e diferenciação das
células, a doença, geralmente, não
se manifesta, pois o corpo estranho
é imediatamente eliminado.


                                          Fig.17 Memória Imunitária
Interacção entre as Células do
      Sistema Imunitário




   Fig.18 Interacção das células do Sistema Imunitário
Imunização
                              Imunidade


                      pode desenvolver-se de forma



      Natural                                   Artificial
(Imunidade Natural)                       (Imunidade Induzida)


Memória Imunitária           Imunidade Activa           Imunidade Passiva


                                 Vacinas                   Soros Imunes
Imunidade Activa – Vacinas
• As vacinas são substâncias, geralmente sob a forma de solução, que contêm agentes
patogénicos mortos ou atenuados, de modo a que estes estimulem o sistema imunitário,
sem se desenvolverem.
• Após a administração da vacina verifica-se a ocorrência de uma
resposta imunitária primária, havendo, deste modo, a produção de
células efectoras e de células de memória, sendo que estas últimas
possibilitam uma melhor resposta caso o organismo seja de novo
invadido pelo mesmo agente patogénico.

• Quanto à duração das vacinas, estas podem permitir uma imunidade
prolongada (até mesmo vitalícia), ou então necessitar de ser
administradas de forma periódica de modo a reforçar a imunização.

                                                                       Fig.19 Vacina

• Este reforço da imunização pode dever-se ao desaparecimento das células
memória ou a mutações do agente patogénico, sendo o vírus da gripe um exemplo
de agente patogénico que apresenta uma elevada e constante taxa de mutação.
• Em Portugal, as vacinas começaram a ser utilizadas a partir do século XIX e a
primeira vacina a ser administrada foi a anti-variólica, que chegou a Portugal dentro
de um pequeno frasco e foi utilizada por D. Pedro, futuro imperador do Brasil, e pelo
seu irmão.

• Só a partir de 1965 é que se desenvolveu um Programa Nacional de Vacinação (PVN),
que contribuiu largamente para o controlo da vacinação e para uma maior prevenção
de doenças, por parte de toda a população.




                       Tabela I. Vacinas que fazem parte do PNV.
Imunidade Passiva – Soros Imunes
• Os soros imunes são soluções constituídas por anticorpos retirados do plasma de
indivíduos (ou mesmo de animais) que já tenham estado em contacto com um
determinado antigénio.

• Os soros são administrados quando um indivíduo é invadido por um antigénio com uma
rápida acção destrutiva sobre o organismo, não conseguindo este último reagir de forma
suficientemente rápida.

• Estes soros só podem ser utilizados num número limitado de infecções, uma vez que esta
técnica pode ter alguns riscos.

• Por fim, é de salientar que as vacinas e os soros são
bastantes vezes utilizados de forma combinada. Nestes casos,
o soro é responsável por conferir imunidade ao organismo na
primeira semana, sendo as vacinas responsáveis pelo mesmo
a partir do momento em que começam a surtir efeito,
acontecimento que é coincidente com a degradação dos
anticorpos do soro imune.                                         Fig.20 Soro Antitetânico
Desequilíbrios e Doenças
Alergias
Uma alergia consiste numa sensibilidade
anormal do organismo a algo que se ingere
e inala ou se contacta, e que se pode
manifestar por diversos sintomas e sinais.
Alergias
-Cabe assim ao sistema imunitário detectar e combater as
substâncias ou microrganismos como bactérias ou vírus que
podem ser perigosos distinguindo as substâncias prejudiciais
e inofensivas.

-Quando se sofre de uma alergia o sistema imunitário pode
equivocar-se e atacar as substâncias inofensivas.
Ex: pólen, pêlos de animais, certos alimentos ou
medicamentos.

-Os sintomas de uma dada alergia, normalmente, vão se
manifestar na zona onde o alergenio fez a sua entrada.
Primeiro contacto com o alergénio


                            Alergénio
                  Contacta com:



     Macrófago                             Linfócito B
                             Estimula
                                                  Originam

Ocorre o processo de                       Plasmócitos
Imunidade Celular
                                                 Produzem

                                        Imunoglobulina E
Segundo contacto com o alergénio

                  Alergénio

     Ligam-se aos anticorpos IgE da superfície
     da membrana dos mastóciotos e basófilos




             Ocorre       uma     reacção
             inflamatória que conduz aos
             sintomas de alergias devido a
             libertação de histamina e
             outras            substâncias
             inflamatórias




                    Alergia
Considerações
-Um em cada cinco portugueses sofre de alguma forma de alergia. As
manifestações podem variar em urticária, uma rinite e até asma que podem ser
provocadas por simples alergénios como o pó de casa, pólen penas ou pêlos de
animais e até picadas de insectos.

-Também a hereditariedade desempenha um papel relevante no âmbito das
alergias no sentido em que quem tenha na família casos de alergias tem maior
probabilidade de vir a ter a patologia. Quem tem um dos progenitores com uma
patologia alérgica tem entre 30 a 50% de probabilidade de vir a ter a mesma
alergia e se ambos os progenitores tiverem a alergia tem entre 60 a 80% de vir a
sofrer do mesmo.

-O factor ambiental e o factor psicológico são muito relevantes no que toca a estas
patologias.

-As crianças são as mais afectadas pelas alergias, no entanto esta situação tende a
melhorar no decorrer da idade.
Rinite
Conhecida por “Febre dos fenos”, os sintomas são o corrimento nasal
acompanhado de lacrimejo, espirros frequentes e sensação de pressão na
cabeça.
Alergias alimentares
Muito frequentes nas crianças, apesar de também aparecer nos adultos, manifestam-se
por diarreias, vómitos e dores abdominais gravosas nas crianças.
Asma
A asma é uma situação anormal das vias respiratórias a nível
pulmonar causada por uma grande variedade de factores a
onde os Alergénio desempenham um papel muito importante.
Ocorre um estreitamento das vias respiratórias dificultando a
respiração.
Sinusite
A sinusite é causada por alergias repetidas do nariz, nas quais,
os ossos à volta do nariz inflamam e ficam obstruídos
impedindo o ar de circular no seu interior. Esta alergia causa
dores e corrimento de pus nas zonas afectadas.
Urticária
Manifesta-se por zonas na pele mais elevadas e avermelhadas com
presença de comichão. Esta alergia surge com frequência e aparecem
na sequência de factores irritantes como alimentos, medicamentos,
picadas de insectos ou reacções emocionais.
Tipos de testes para a determinação de
                alergias

Testes cutâneos
São testes praticados na pele do paciente mediante a aplicação de
várias substâncias passíveis de provocar alergia na pele do doente,
com o objectivo de saber qual a que provoca a reacção e assim se
poder instituir um tratamento preventivo e eventualmente
medicamentoso.
Testes sanguíneos

  Uma amostra de seu sangue é emitida a um laboratório
  para o teste. O teste mede a quantidade de anticorpo
  de IgE no sangue. Os resultados da análise mostram se o
  indivíduo está a produzir anticorpos a determinados
  alérgenios e assim se é alérgico aquele alérgenio.
Doenças auto-imunes
  Doenças Auto-imunes resultam de uma
  resposta imunitária dirigida contra os próprios
  tecidos do organismo, ou seja, de uma reacção
  de hipersensibilidade do sistema imunitário
  contra antigénios próprios.
- As doenças auto-imunes ocorrem quando há uma quebra na
tolerância do organismo a alguns dos seus tecidos.
Consequentemente, o sistema imunitário produz um ataque, do qual
resulta a inflamação e destruição dos tecidos afectados.



Podem afectar:
-Vários órgãos e tecidos do organismo;
-Especificamente um órgão.
-Mecanismos causadores:
-Exposição a agentes químicos tóxicos;
-Infecção por patogenes;
-Hereditariedade;
-Semelhança molecular.
Artrite reumatóide
Caracteriza-se pela inflamação das articulações
causada pelo excesso de infiltração de
leucócitos.
Diabetes insulino dependentes (tipo 1)
      Ocorrendo mais frequentemente em crianças, envolve
      uma reacção imunitária contra várias proteínas, ao
      nível das células do pâncreas que produzem insulina.
Esclerose múltipla
Afecta, geralmente, jovens adultos, causando lesões
progressivas no sistema nervoso. Envolve reacções
mediadas por células T e por células B sobre duas das
principais proteínas da mielina.
Febre reumática
É considerada um surto infeccioso tardio de uma infecção
causada por uma bactéria, uma vez que, geralmente,
surge 15 dias após uma amigdalite.
Lúpus
O paciente desenvolve anticorpos que reagem contra as suas
células normais, podendo afectar a pele, as articulações, os
rins e outros órgãos. A pessoa torna-se «alérgica» a ela
própria.
Imunodeficiências
         As Imunodeficiências afectam o sistema imunitário
         originando falhas que podem ser aproveitadas por
         organismos patogénicos oportunistas.


Inatas                       Imunodeficiências   Adquiridas
                                                 A doença não é
Afectam a imunidade                              hereditária e
humoral e a imunidade                            desenvolve-se
celular                                          após o contacto
 Algumas resultam de                             com um agente
deficiências genéticas                           infeccioso.
Estas doenças
manifestam-se através                            Ex: Síndrome de
de malformações no                               Imunodeficiência
                                                 Adquirida.
timo, não permitindo
que ele funcione
correctamente.

Ex: imunodeficiência grave
combinada.
Imunodeficiências inatas
Existem diferentes tipos de imunodeficiências
inatas, cujos sintomas dependem dos
constituintes do sistema imunitário que têm
funcionamento deficiente.
A imunodeficiência grave combinada (SCID)
caracteriza-se pela ausência de linfócitos B e T.
Os doentes são extremamente vulneráveis e
apenas sobrevivem em ambientes
completamente estéreis.
Este tipo de imunodeficiências pode ser
tratado por transplante de medula óssea ou
terapia genica.
Imunodeficiências adquiridas
    A imunodeficiência adquirida mais conhecida é a SIDA (Síndrome da
    Imunodeficiência Adquirida):
    Causada pelo vírus da imunodeficiência humana HIV.
    HIV é um vírus de RNA (retrovírus) que infecta principalmente os
    linfócitos T, mas também linfócitos B, macrófagos e células do
    sistema nervoso.
    Não existe cura nem vacina para a doença, mas a sua progressão
    pode ser retardada por medicamentos inibidores da transcriptase
    reversa, inibidores de protease e por inibidores da ligação do vírus às
    células hospedeiras.
Terapia Génica
Terapia genética consiste na inserção de genes
nas células e tecidos de um indivíduo para o
tratamento de uma doença. A terapia genética
visa suplementar com alelos funcionais
aqueles que são defeituosos. Embora a
tecnologia ainda esteja em seu estado inicial,
tem sido usada com algum sucesso.
Biotecnologia
Biotecnologia
• É a junção entre a engenharia e as
  ciências da vida;
• Pode ser aplicada no diagnóstico e
  terapêutica de doenças
  nomeadamente na Imunoterapia, e de
  forma particular na produção de
  anticorpos.
Biotecnologia e Anticorpos
• Os anticorpos são reagentes altamente
  específicos, pelo que, podem ser usados como
  detectores de diversas estruturas químicas e
  biológicas.
• Os anticorpos produzidos pelo nosso organismo
  designam-se de anticorpos policlonais, uma vez
  que possuem vários determinantes antigénicos.
• Devido à sua diversidade molecular este tipo de
  anticorpos envolve riscos de rejeição e de
  desencadear uma resposta imunitária por parte
  do receptor.
Produção de Anticorpos Policlonais

     Contiminação do Organismo por um agente patogénico


                   Estimulação de vários
                   clones de linfócitos B
                        diferentes


                        Formação de
                        plasmócitos



              Sintese de anticorpos policlonais
Anticorpos Monoclonais

  • São obtidos em laboratório a partir
    da estimulação de um único
    linfócito B;
  • São todos iguais e específicos para
    apenas um antigénio;
Produção de Anticorpos Monoclonais
Aplicações dos Anticorpos
      Monoclonais
 •  Testes de diagnostico (ex: gravidez);
 •  Tratamento de cancros;
 •  Controlo de doenças auto-imunes;
 •  Imunização passiva contra agentes
   infecciosos e toxinas;
 • Transplantes de tecidos ou órgão –
   testes de compatibilidade
 • Antídotos para venenos e drogas.
Bioconversão ou Biotransformação
   Biotecnologia que recorre a microrganismos capazes
   de realizar certas reacções químicas de transformação
   de compostos estruturalmente semelhantes, com
   aplicação terapêutica, produzidos em quantidades
   industriais e em condições mais favoráveis que a
   síntese química.
Vantagens da Bioconversão
• Obtenção de produtos que resultam de vias
  metabólicas complexas e cuja síntese in vitro é
  dificil, se não mesmo impossível.

• Diminuição do número de etapas necessárias
  para a obtenção do produto o que torna a sua
  produção mais rápida e económica.

• Maior grau de pureza dos produtos obtidos,
  diminuindo o risco de reacções alérgicas.
Antibióticos
• Cerca de 170 antibióticos produzidos industrialmente para
  tratamento de infecções bacterianas.

• Á Biotecnologia tem permitido desenvolver antibióticos com maior
  espectro de acção, diferentes vias de administração e menor risco
  de provocar reacções alérgcas.

• Além dos antibióticos naturais, foram desenvolvidos em laboratório
  antibióticos sintéticos, por modificação de uma substância natural
  produzida por um microrganismo.

• Os antibióticos produzidos parcialmente por síntese laboratorial e
  parcialmente por microrganismos são designados semissintécticos.
Penicilina
• Alexander Fleming, médico Inglês do
  Séc XIX, observou pela 1ª vez a acção
  da penicilina em 1928 e curiosamente
  isso aconteceu “por acaso”.

• Pela primeira vez, a espécie humana
  conseguia produzir uma substância no
  combate a infecções bacterianas.

• Foi precisamente o estudo que
  desenvolveu com estes produtores
  naturais - os fungos, que valeu a
  Fleming o Prémio Nobel da Medicina
  em 1945.
Penicilina Semissintéctica
• A partir da penicilina é possível realizar
  transformações que conduzem à produção de
  penicilinas semissintécticas como a ampicilina
  ou amoxicilina.
Bioconversão de Esteróides
Esteróides
• Contraceptivos (estrogénios e progesterona).
• Anti-inflamatórios (cortisona e
  hidrocortisona)
• Anabolizantes (controlam processos
  metabólicos). Ex: doping
• Todos estes tipos de Esteróides são
  produzidos por certos géneros de fungos e
  bactérias.
Vitaminas
• São substâncias de natureza química diversa, obtidas a partir da
  alimentação.

• Embora sejam necessárias em quantidades reduzidas, a sua
  ausência pode causar graves doenças e mesmo a morte.

• Suplementos nutricionais (contendo vitaminas) são produzidos
  utilizando certos géneros de fungos e bactérias.

• Algumas vitaminas são facilmente produzidas por síntese química.
  Mas outras são demasiado complexas para serem obtidas desta
  forma, mas são facilmente produzidas por microrganismos.

• Como exemplo, o fabrico anual de várias toneladas de vitamina B12
  que integra vários medicamentos e alimentação de animais.

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Sistema Imunitário: Defesa Contra Agentes Patogênicos

  • 1.
  • 2. Sistema Imunitário • No nosso quotidiano somos confrontados com os mais diversos tipos de ataques ao nosso organismo; • A função do sistema imunitário é proteger o nosso organismo desses ataques distinguido aquilo que é próprio daquilo que é estranho ao organismo; • O sistema imunitário é constituído pelos diversos tipos de células e órgãos, que protegem o nosso organismo dos potenciais agressores, os quais podem ser biológicos (microrganismos) ou químicos (toxinas). • É ainda responsável pela vigilância e destruição de células envelhecidas e anormais (cancerosas), do próprio organismo.
  • 3. Agentes Patogénicos • São agentes biológicos que possuem a capacidade de infectar os animais causando-lhes doenças; • Podem ser bactérias, vírus, fungos, e animais parasitas.
  • 4. Bactérias • Existem bactérias que se revelam nocivas ao nosso organismo uma vez que atacam e destroem as nossas células de diversas formas como por exemplo: • Parasitam o citoplasma das células onde se alimentam e multiplicam, levando à destruição das células hospedeiras. • Existem bactérias que produzem toxinas potentes, que provocam a alteração do metabolismo normal das células e/ou a sua morte. Alguns exemplos de doenças causadas pelas baterias são: – Cólera (bactéria - Vibrio cholerae) – Tuberculose (bactéria - Mycobacterium tuberculosis)
  • 5. Vírus Alguns exemplos de doenças causadas por vírus são: • Gripe (vírus -Influenza) • Sida (vírus -HIV) • Hepatites (vírus -HBV, HCV)
  • 6. Fungos Os fungos podem originar desde uma suave comichão, até à morte do organismo infectado. Algumas das doenças causadas por fungos parasitas são: • Envenenamento (fungo - Amanita phaloides); • Candidíase (fungo - Candida albicans);
  • 7. Animais parasitas Seres vivos de pequenas dimensões como por exemplo os protozoários. Podem ser encontrados em locais diversos como o solo, animais ou plantas e podem infectar os organismos causado doenças como por exemplo: • Doença do sono (Trypanossoma); • Malária (Plasmodium);
  • 8. Constituintes do Sistema Imunitário • O sistema imunitário humano é constituído pelos vasos linfáticos, órgãos e tecidos linfóides e pelas células efectoras.
  • 9. Vasos Linfáticos • São os vasos linfáticos, em colaboração com a circulação sanguínea, que desempenham a função de transportador de antigénios e linfócitos.
  • 10. Órgão Linfóides Os órgãos linfóides podem ser classificados em órgãos linfóides primários e órgãos linfóides secundários. Órgãos Linfóides Primários: Timo •Localiza-se na parte superior do tórax; •O timo tem como função promover a maturação dos linfócitos T, oriundos da medula óssea ; Medula Óssea •A medula óssea é constituída por um tecido mole e adiposo, o qual está localizado nas cavidades ósseas; •Tem como função a produção de linfócitos a partir das suas células estaminais; • Do linfócitos produzidos os T vão migrar em direcção ao timo, permanecendo na medula apenas os linfócitos B os quais irão aqui sofrer maturação antes de migrarem para os órgãos linfóides secundários.
  • 11. Órgãos Linfóides Secundários Gânglios Linfáticos • Possuem uma forma semelhante a um feijão; • No seu interior existem duas áreas ricas em linfócitos: - Uma muito rica em linfócitos T, “área T”, - Outra muito rica em linfócitos B, “área B” • Encontram-se principalmente na zona das axilas, região inguinal, no pescoço, no abdómen, nas virilhas e ao longo da aorta • função destes órgãos é filtrar a linfa que chega até eles, removendo bactérias, vírus e restos celulares, entre outros.
  • 12. Baço • O baço é um órgão altamente vascularizado localizado acima do abdomén; • A função imunológica do baço é a libertação de linfócitos B, T, plasmócitos e outras células linfóides maduras, exclusivamente para o sangue; Tecidos Linfóides Associados às Mucosas • Estes órgãos desempenham um importante papel na produção de anticorpos específicos, assim como na recolha dos antigénios que se encontram nas superfícies epiteliais do organismo, uma vez que os captam logo que estes atravessam a barreira mucosa. Exemplo de tecidos linfóides associados às mucosas: - Placas de Peyer; - Amígdalas; - Adenóides
  • 13. Células Efectoras do Sistema Imunitário • As células efectoras do nosso sistema imunitário são designadas de leucócitos; • Os leucócitos, tendo em conta as granulações presentes no seu citoplasma, podem ser divididos em dois grandes grupos os granolócitos, e os agranulócitos.
  • 14. Tipo Designação Abundância Constituição /Função Imagem Possuem um núcleo polilobado e um tempo de vida é curto (cerca de 24-48 3000 a 7000 horas). Neutrófilos mm3 São células fagocíticas capazes de destruir organismos intracelulares e extracelulares desfavoráveis ao organismo. Possuem um núcleo geralmente bilobado. São células com uma fraca capacidade fagocítica. Actuam libertando as enzimas Granulócitos Eosinófilos 100 a 400 mm3 dos seus grânulos para o meio extracelular, as quais irão assim destruir os parasitas. São células não fagociticas. Estão envolvidas em respostas alérgicas uma vez Basófilos 20 a 50 mm3 que libertam substâncias alérgicas como a histamina. Apresentam um núcleo com forma de um ferradura, e têm a capacidade de migrar para os tecidos onde evoluem para células Monócitos 100 a 700 mm3 de maior tamanho e com grande capacidade fagocitica designadas de macrófagos Agranulócitos Possuem um núcleo esférico e volumoso. Resultam da diferenciação de células da medula óssea e podem ser de diferentes 1500 a 3000 Linfócitos mm3 tipos: - Linfócitos B - Linfócitos T - Linfócitos NK
  • 15. Conjunto de genes ligados que se localizam no cromossoma 6 Codificam um conjunto de glicoproteinas que permitem distinguir aquilo que é próprio daquilo que é estranho ao organismo No caso humano Antigénios de Leucócitos Humanos (HLA) MHC – CLASSE I MHC – CLASSE II MHC – CLASSE III Encontra-se apenas nas Codificam um conjunto de Presente em quase todas as células que apresentam proteínas com função antigénios (APC); imunitária, incluindo células do organismo; componentes do sistema complemento e moléculas envolvidas na resposta inflamatória.
  • 16. Mecanismos de Defesa Não Específicos
  • 17. Mecanismos de defesa não específicos Os agentes patogénicos são impedidos de entrar no organismo pelos mecanismos de defesa não específica, também designados por imunidade inata ou natural, ou são destruídos quando conseguem penetrar. Estes mecanismos desempenham uma acção geral contra corpos estranhos e exprimem-se sempre da mesma forma.
  • 21. pH ácido das secrecções
  • 23. Fagocitose • A fagocitose é um dos principais mecanismos de suporte da imunidade inata. Trata-se do processo pelo qual microrganismos, tal como bactérias, são ingeridos pelas células fagocíticas e, depois, destruídos ou neutralizados.
  • 25. Efeitos da resposta inflamatória
  • 26. Interferão: • Os interferões são proteínas produzidas pelas células infectadas por um vírus e que protegem outras células de serem infectadas pelo mesmo ou outro vírus (criando um estado de resistência antiviral).
  • 27. Sistema de complemento • O Sistema Complemento é composto por proteínas de membrana plasmáticas solúveis no sangue e participam nas defesas inatas. Essas proteínas reagem entre si desencadeando uma cascata de reacções para facilitar a destruição dos agentes patogénicos e induzir uma série de respostas inflamatórias que auxiliam no combate à infecção.
  • 29. Mecanismos de Defesa Específicos
  • 30. Mecanismos de Defesa Específicos Fig.1 Linfócito • Os mecanismos de defesa específicos, ou imunidade adquirida, intervêm na defesa e protecção do nosso organismo apenas alguns dias após a invasão deste último por parte de agentes patogénicos. • Estes mecanismos de defesa específicos correspondem aos processos já iniciados na resposta não específica, mas são agora amplificados, mais eficazes e dirigidos a um micróbio específico. • A imunidade adquirida assenta, essencialmente, na acção de um tipo de leucócitos: os linfócitos.
  • 31. Maturação dos Linfócitos • Nos vertebrados, os linfócitos são inicialmente produzidos a partir de células estaminais da medula óssea (designadas linfoblastos) ou então no fígado (durante o período fetal). • Posteriormente são submetidos a um processo de maturação sendo que, no fim deste, são originados dois tipos de linfócitos: os linfócitos T e os linfócitos B. • A maturação destas células consiste: - na obtenção da capacidade de reconhecimento do que é estranho (nonself) e do que é próprio ao organismo (self). - na obtenção de moléculas específicas, os receptores de antigénios, que vão possibilitar o reconhecimento destes últimos. • Concluído o amadurecimento, os linfócitos deslocam-se para os diversos órgãos e tecidos do sistema imunitário, como, por exemplo, as amígdalas, o baço, os gânglios linfáticos, o sangue e a linfa.
  • 32. Fig.2 Maturação de Linfócitos
  • 33. Antigénios • Os antigénios, ou antigenes, podem ser moléculas pertencentes a vírus, bactérias ou protozoários, moléculas existentes no pólen ou no pêlo dos animais, células de outras pessoas (tecidos transplantados) ou ainda moléculas solúveis, como as toxinas. • Estruturalmente, os antigenes possuem várias zonas capazes de serem reconhecidas pelo sistema imunitário, sendo estas denominadas determinantes antigénicos ou epítopos. Fig.3 Antigénio
  • 34. Linfócitos B e Imunidade Humoral • Os linfócitos B constituem uma parte essencial do sistema imunitário, uma vez que são responsáveis pela imunidade humoral, uma componente vital dos mecanismos de defesa específicos, que confere protecção imediata e de longo prazo contra uma série de agentes infecciosos. • Os linfócitos B, no geral, caracterizam-se por possuir, à sua superfície, um complexo multiproteico denominado receptor da célula B ou apenas BCR (B Cell Receptor). É este complexo que vai permitir aos linfócitos fazer o reconhecimento dos vários antigénios existentes. Fig.4 Linfócito B Fig.5 Receptor da Célula B
  • 35. • Assim, os receptores das células B, quando identificam um antigénio específico, ligam-se a ele e é desta ligação que vai resultar a activação dos linfócitos B. • Estes, depois de activados, vão ser estimulados por citocinas a multiplicarem-se, dando origem a dois grupos de clones de células: um dos grupos vai diferenciar-se em plasmócitos e o outro grupo em células B de memória. Fig.6 Diferenciação de Linfócitos B em Plasmócitos e Células B Memória
  • 36. Anticorpos • Os anticorpos são moléculas solúveis, também denominadas imunoglobulinas, que se difundem pelo organismo através do sangue e da linfa, e que são fulcrais para a neutralização e destruição dos antigénios. •Possuem a forma de um “Y” e são constituídos por quatro cadeias polipeptídicas ligadas por pontes dissulfito. Contêm também uma região constante e duas regiões variáveis. •É nas regiões variáveis que se estabelece a ligação entre o anticorpo e um antigénio que lhe seja complementar. Assim, pelo facto de possuírem duas regiões variáveis, cada anticorpo tem duas regiões de ligação a um antigénio. Fig.7 Estrutura química de um anticorpo
  • 37. • Quando um anticorpo se liga a um antigénio, estas duas moléculas vão formar um complexo antigénio-anticorpo que vai desencadear vários processos que vão conduzir à neutralização e destruição dos corpos estranhos que invadiram o nosso organismo. Fig.8 Complexo antigénio-anticorpo • O processo de destruição dos antigénios resulta de um conjunto de mecanismos que podem ser divididos em cinco fases: neutralização, aglutinação, precipitação de antigénios solúveis, activação do sistema de complemento e estimulação da fagocitose.
  • 38. Linfócitos T e Imunidade Celular • Os linfócitos T têm um papel muito importante na imunidade do nosso organismo pois são elas as principais responsáveis pelos processos da imunidade celular. A imunidade mediada por células é particularmente efectiva no combate a agentes patogénicos intracelulares, na destruição de células afectadas e no reconhecimento e destruição de células cancerosas. • A característica que melhor define este tipo de linfócitos é a expressão, nas suas membranas plasmáticas, de uma estrutura polimórfica responsável pela capacidade de reconhecimento de um antigénio: o receptor da célula T ou simplesmente TCR (T Cell Receptor). Fig.9 Linfócito T Fig.10 Receptor da célula T
  • 39. - Os linfócitos intervenientes nos mecanismos da imunidade celular são: Fig.11 Linfócito NK • Linfócito TH – responsáveis pelo reconhecimento dos antigénios específicos e pela segregação de mensageiros químicos, as citoquinas ou citocinas, hormonas que estimulam a fagocitose, a produção de interferão e a produção de anticorpos pelos linfócitos B. • Linfócitos TC - capazes de reconhecer e destruir células infectadas ou cancerosas. • Linfócitos TS - têm como função ajudar a moderar ou a extinguir a resposta imunitária quando a infecção se encontra controlada. • Linfócitos T de memória - permanecem num estado inactivo durante bastante tempo, respondendo de forma imediata e eficaz aquando do segundo contacto com um determinado antigénio. •Linfócitos NK –responsáveis pela produção de citocinas que regulam respostas imunitárias inatas (como por exemplo a fagocitose) e adaptativas (como por exemplo a diferenciação de linfócitos T e B), e pela eliminação de células tumorais através de processos citotóxicos, que podem envolver a produção de grânulos citotóxicos, assim como a agregação de receptores que induzem a morte celular.
  • 40. • Os mecanismos da imunidade celular têm início com a apresentação do antigénio aos linfócitos TH. • Os macrófagos, sendo células do sistema imunitário, apresentam também à sua superfície proteínas do complexo maior de histocompatibilidade (MHC-II). Além disso, após a fagocitose e digestão de agentes patogénicos por parte destes macrófagos, formam-se porções de moléculas com poder antigénico, que vão ser inseridas nas suas membranas celulares. Deste modo, vai formar-se um complexo antigénio-MHC-II, que será Fig. 12 Activação de um Linfócito T apresentado aos linfócitos TH (que vão auxiliar por um Macrófago. reconhecer o antigénio através do seu TCR), activando-os.
  • 41. • Os linfócitos T auxiliares, depois de activados, vão estimular a activação de outras células, como linfócitos B, fagócitos e mesmo outros linfócitos T. Além disso, estas células podem também sofrer divisão, originando vários clones, que se vão diferenciar em linfócitos TC, linfócitos TS e linfócitos T de memória. Fig.13 Estimulação de um Linfócito B por um Linfócito T auxiliar.
  • 42. • Os linfócitos T citotóxicos vão, por sua vez, ligar-se a células estranhas ou infectadas e libertar perforina, proteína que provocará a formação de poros na membrana citoplasmática destas células, causando a sua lise celular. Fig.16 Acção destrutiva dos Linfócitos T citotóxicos.
  • 43. Implantes/Transplantes • A imunidade mediada por células é também responsável pela rejeição do organismo quando são efectuados implantes de tecidos e transplantes de órgãos. • Os tecidos ou órgãos são tomados por corpos estranhos, levando o sistema imunitário a desenvolver uma resposta imunitária no sentido de os eliminar, através da activação dos linfócitos T e das substâncias produzidas pelos mesmos. • Esta rejeição pode ser minimizada se o dador possuir uma identidade bioquímica bastante semelhante à do receptor. • Além disso, são também administradas ao indivíduo receptor determinadas drogas que actuam sobre a resposta imunitária, conduzindo à sua supressão. • Estas drogas estão, actualmente, a ser melhoradas pela comunidade científica, com o objectivo de as tornar mais específicas, de modo a inibirem apenas linfócitos que se encontrem envolvidos no processo de rejeição.
  • 44. Memória Imunitária • A memória imunitária é a capacidade do sistema imunitário reconhecer um antigénio com o qual estabeleceu contacto anteriormente. • A resposta imunitária primária é desencadeada aquando da invasão do organismo por parte de um agente patogénico desconhecido para as células de memória. • Esta primeira resposta tem uma curta duração. Quando o agente patogénico em causa é expulso do organismo, verifica-se o desaparecimento dos anticorpos e dos linfócitos T efectores No entanto, as células de memória permanecem no organismo. Fig.17 Memória Imunitária
  • 45. • São estas células de memória as responsáveis pela resposta imunitária secundária, pois se o organismo for invadido por um antigénio que já o tenha feito antes, elas vão ser capazes de reconhecer as suas características, desenvolvendo, consequentemente, uma resposta muito mais rápida, eficaz, intensa e prolongada. • Assim, devido ao facto de num segundo contacto a resposta imunitária se desencadear muito rapidamente com uma rápida multiplicação e diferenciação das células, a doença, geralmente, não se manifesta, pois o corpo estranho é imediatamente eliminado. Fig.17 Memória Imunitária
  • 46. Interacção entre as Células do Sistema Imunitário Fig.18 Interacção das células do Sistema Imunitário
  • 47. Imunização Imunidade pode desenvolver-se de forma Natural Artificial (Imunidade Natural) (Imunidade Induzida) Memória Imunitária Imunidade Activa Imunidade Passiva Vacinas Soros Imunes
  • 48. Imunidade Activa – Vacinas • As vacinas são substâncias, geralmente sob a forma de solução, que contêm agentes patogénicos mortos ou atenuados, de modo a que estes estimulem o sistema imunitário, sem se desenvolverem. • Após a administração da vacina verifica-se a ocorrência de uma resposta imunitária primária, havendo, deste modo, a produção de células efectoras e de células de memória, sendo que estas últimas possibilitam uma melhor resposta caso o organismo seja de novo invadido pelo mesmo agente patogénico. • Quanto à duração das vacinas, estas podem permitir uma imunidade prolongada (até mesmo vitalícia), ou então necessitar de ser administradas de forma periódica de modo a reforçar a imunização. Fig.19 Vacina • Este reforço da imunização pode dever-se ao desaparecimento das células memória ou a mutações do agente patogénico, sendo o vírus da gripe um exemplo de agente patogénico que apresenta uma elevada e constante taxa de mutação.
  • 49. • Em Portugal, as vacinas começaram a ser utilizadas a partir do século XIX e a primeira vacina a ser administrada foi a anti-variólica, que chegou a Portugal dentro de um pequeno frasco e foi utilizada por D. Pedro, futuro imperador do Brasil, e pelo seu irmão. • Só a partir de 1965 é que se desenvolveu um Programa Nacional de Vacinação (PVN), que contribuiu largamente para o controlo da vacinação e para uma maior prevenção de doenças, por parte de toda a população. Tabela I. Vacinas que fazem parte do PNV.
  • 50. Imunidade Passiva – Soros Imunes • Os soros imunes são soluções constituídas por anticorpos retirados do plasma de indivíduos (ou mesmo de animais) que já tenham estado em contacto com um determinado antigénio. • Os soros são administrados quando um indivíduo é invadido por um antigénio com uma rápida acção destrutiva sobre o organismo, não conseguindo este último reagir de forma suficientemente rápida. • Estes soros só podem ser utilizados num número limitado de infecções, uma vez que esta técnica pode ter alguns riscos. • Por fim, é de salientar que as vacinas e os soros são bastantes vezes utilizados de forma combinada. Nestes casos, o soro é responsável por conferir imunidade ao organismo na primeira semana, sendo as vacinas responsáveis pelo mesmo a partir do momento em que começam a surtir efeito, acontecimento que é coincidente com a degradação dos anticorpos do soro imune. Fig.20 Soro Antitetânico
  • 52. Alergias Uma alergia consiste numa sensibilidade anormal do organismo a algo que se ingere e inala ou se contacta, e que se pode manifestar por diversos sintomas e sinais.
  • 53. Alergias -Cabe assim ao sistema imunitário detectar e combater as substâncias ou microrganismos como bactérias ou vírus que podem ser perigosos distinguindo as substâncias prejudiciais e inofensivas. -Quando se sofre de uma alergia o sistema imunitário pode equivocar-se e atacar as substâncias inofensivas. Ex: pólen, pêlos de animais, certos alimentos ou medicamentos. -Os sintomas de uma dada alergia, normalmente, vão se manifestar na zona onde o alergenio fez a sua entrada.
  • 54. Primeiro contacto com o alergénio Alergénio Contacta com: Macrófago Linfócito B Estimula Originam Ocorre o processo de Plasmócitos Imunidade Celular Produzem Imunoglobulina E
  • 55. Segundo contacto com o alergénio Alergénio Ligam-se aos anticorpos IgE da superfície da membrana dos mastóciotos e basófilos Ocorre uma reacção inflamatória que conduz aos sintomas de alergias devido a libertação de histamina e outras substâncias inflamatórias Alergia
  • 56. Considerações -Um em cada cinco portugueses sofre de alguma forma de alergia. As manifestações podem variar em urticária, uma rinite e até asma que podem ser provocadas por simples alergénios como o pó de casa, pólen penas ou pêlos de animais e até picadas de insectos. -Também a hereditariedade desempenha um papel relevante no âmbito das alergias no sentido em que quem tenha na família casos de alergias tem maior probabilidade de vir a ter a patologia. Quem tem um dos progenitores com uma patologia alérgica tem entre 30 a 50% de probabilidade de vir a ter a mesma alergia e se ambos os progenitores tiverem a alergia tem entre 60 a 80% de vir a sofrer do mesmo. -O factor ambiental e o factor psicológico são muito relevantes no que toca a estas patologias. -As crianças são as mais afectadas pelas alergias, no entanto esta situação tende a melhorar no decorrer da idade.
  • 57. Rinite Conhecida por “Febre dos fenos”, os sintomas são o corrimento nasal acompanhado de lacrimejo, espirros frequentes e sensação de pressão na cabeça.
  • 58. Alergias alimentares Muito frequentes nas crianças, apesar de também aparecer nos adultos, manifestam-se por diarreias, vómitos e dores abdominais gravosas nas crianças.
  • 59. Asma A asma é uma situação anormal das vias respiratórias a nível pulmonar causada por uma grande variedade de factores a onde os Alergénio desempenham um papel muito importante. Ocorre um estreitamento das vias respiratórias dificultando a respiração.
  • 60. Sinusite A sinusite é causada por alergias repetidas do nariz, nas quais, os ossos à volta do nariz inflamam e ficam obstruídos impedindo o ar de circular no seu interior. Esta alergia causa dores e corrimento de pus nas zonas afectadas.
  • 61. Urticária Manifesta-se por zonas na pele mais elevadas e avermelhadas com presença de comichão. Esta alergia surge com frequência e aparecem na sequência de factores irritantes como alimentos, medicamentos, picadas de insectos ou reacções emocionais.
  • 62. Tipos de testes para a determinação de alergias Testes cutâneos São testes praticados na pele do paciente mediante a aplicação de várias substâncias passíveis de provocar alergia na pele do doente, com o objectivo de saber qual a que provoca a reacção e assim se poder instituir um tratamento preventivo e eventualmente medicamentoso.
  • 63. Testes sanguíneos Uma amostra de seu sangue é emitida a um laboratório para o teste. O teste mede a quantidade de anticorpo de IgE no sangue. Os resultados da análise mostram se o indivíduo está a produzir anticorpos a determinados alérgenios e assim se é alérgico aquele alérgenio.
  • 64. Doenças auto-imunes Doenças Auto-imunes resultam de uma resposta imunitária dirigida contra os próprios tecidos do organismo, ou seja, de uma reacção de hipersensibilidade do sistema imunitário contra antigénios próprios.
  • 65. - As doenças auto-imunes ocorrem quando há uma quebra na tolerância do organismo a alguns dos seus tecidos. Consequentemente, o sistema imunitário produz um ataque, do qual resulta a inflamação e destruição dos tecidos afectados. Podem afectar: -Vários órgãos e tecidos do organismo; -Especificamente um órgão. -Mecanismos causadores: -Exposição a agentes químicos tóxicos; -Infecção por patogenes; -Hereditariedade; -Semelhança molecular.
  • 66. Artrite reumatóide Caracteriza-se pela inflamação das articulações causada pelo excesso de infiltração de leucócitos.
  • 67. Diabetes insulino dependentes (tipo 1) Ocorrendo mais frequentemente em crianças, envolve uma reacção imunitária contra várias proteínas, ao nível das células do pâncreas que produzem insulina.
  • 68. Esclerose múltipla Afecta, geralmente, jovens adultos, causando lesões progressivas no sistema nervoso. Envolve reacções mediadas por células T e por células B sobre duas das principais proteínas da mielina.
  • 69. Febre reumática É considerada um surto infeccioso tardio de uma infecção causada por uma bactéria, uma vez que, geralmente, surge 15 dias após uma amigdalite.
  • 70. Lúpus O paciente desenvolve anticorpos que reagem contra as suas células normais, podendo afectar a pele, as articulações, os rins e outros órgãos. A pessoa torna-se «alérgica» a ela própria.
  • 71. Imunodeficiências As Imunodeficiências afectam o sistema imunitário originando falhas que podem ser aproveitadas por organismos patogénicos oportunistas. Inatas Imunodeficiências Adquiridas A doença não é Afectam a imunidade hereditária e humoral e a imunidade desenvolve-se celular após o contacto Algumas resultam de com um agente deficiências genéticas infeccioso. Estas doenças manifestam-se através Ex: Síndrome de de malformações no Imunodeficiência Adquirida. timo, não permitindo que ele funcione correctamente. Ex: imunodeficiência grave combinada.
  • 72. Imunodeficiências inatas Existem diferentes tipos de imunodeficiências inatas, cujos sintomas dependem dos constituintes do sistema imunitário que têm funcionamento deficiente. A imunodeficiência grave combinada (SCID) caracteriza-se pela ausência de linfócitos B e T. Os doentes são extremamente vulneráveis e apenas sobrevivem em ambientes completamente estéreis. Este tipo de imunodeficiências pode ser tratado por transplante de medula óssea ou terapia genica.
  • 73. Imunodeficiências adquiridas A imunodeficiência adquirida mais conhecida é a SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida): Causada pelo vírus da imunodeficiência humana HIV. HIV é um vírus de RNA (retrovírus) que infecta principalmente os linfócitos T, mas também linfócitos B, macrófagos e células do sistema nervoso. Não existe cura nem vacina para a doença, mas a sua progressão pode ser retardada por medicamentos inibidores da transcriptase reversa, inibidores de protease e por inibidores da ligação do vírus às células hospedeiras.
  • 74. Terapia Génica Terapia genética consiste na inserção de genes nas células e tecidos de um indivíduo para o tratamento de uma doença. A terapia genética visa suplementar com alelos funcionais aqueles que são defeituosos. Embora a tecnologia ainda esteja em seu estado inicial, tem sido usada com algum sucesso.
  • 76. Biotecnologia • É a junção entre a engenharia e as ciências da vida; • Pode ser aplicada no diagnóstico e terapêutica de doenças nomeadamente na Imunoterapia, e de forma particular na produção de anticorpos.
  • 77. Biotecnologia e Anticorpos • Os anticorpos são reagentes altamente específicos, pelo que, podem ser usados como detectores de diversas estruturas químicas e biológicas. • Os anticorpos produzidos pelo nosso organismo designam-se de anticorpos policlonais, uma vez que possuem vários determinantes antigénicos. • Devido à sua diversidade molecular este tipo de anticorpos envolve riscos de rejeição e de desencadear uma resposta imunitária por parte do receptor.
  • 78. Produção de Anticorpos Policlonais Contiminação do Organismo por um agente patogénico Estimulação de vários clones de linfócitos B diferentes Formação de plasmócitos Sintese de anticorpos policlonais
  • 79. Anticorpos Monoclonais • São obtidos em laboratório a partir da estimulação de um único linfócito B; • São todos iguais e específicos para apenas um antigénio;
  • 81. Aplicações dos Anticorpos Monoclonais • Testes de diagnostico (ex: gravidez); • Tratamento de cancros; • Controlo de doenças auto-imunes; • Imunização passiva contra agentes infecciosos e toxinas; • Transplantes de tecidos ou órgão – testes de compatibilidade • Antídotos para venenos e drogas.
  • 82. Bioconversão ou Biotransformação Biotecnologia que recorre a microrganismos capazes de realizar certas reacções químicas de transformação de compostos estruturalmente semelhantes, com aplicação terapêutica, produzidos em quantidades industriais e em condições mais favoráveis que a síntese química.
  • 83.
  • 84. Vantagens da Bioconversão • Obtenção de produtos que resultam de vias metabólicas complexas e cuja síntese in vitro é dificil, se não mesmo impossível. • Diminuição do número de etapas necessárias para a obtenção do produto o que torna a sua produção mais rápida e económica. • Maior grau de pureza dos produtos obtidos, diminuindo o risco de reacções alérgicas.
  • 85. Antibióticos • Cerca de 170 antibióticos produzidos industrialmente para tratamento de infecções bacterianas. • Á Biotecnologia tem permitido desenvolver antibióticos com maior espectro de acção, diferentes vias de administração e menor risco de provocar reacções alérgcas. • Além dos antibióticos naturais, foram desenvolvidos em laboratório antibióticos sintéticos, por modificação de uma substância natural produzida por um microrganismo. • Os antibióticos produzidos parcialmente por síntese laboratorial e parcialmente por microrganismos são designados semissintécticos.
  • 86. Penicilina • Alexander Fleming, médico Inglês do Séc XIX, observou pela 1ª vez a acção da penicilina em 1928 e curiosamente isso aconteceu “por acaso”. • Pela primeira vez, a espécie humana conseguia produzir uma substância no combate a infecções bacterianas. • Foi precisamente o estudo que desenvolveu com estes produtores naturais - os fungos, que valeu a Fleming o Prémio Nobel da Medicina em 1945.
  • 87. Penicilina Semissintéctica • A partir da penicilina é possível realizar transformações que conduzem à produção de penicilinas semissintécticas como a ampicilina ou amoxicilina.
  • 89. Esteróides • Contraceptivos (estrogénios e progesterona). • Anti-inflamatórios (cortisona e hidrocortisona) • Anabolizantes (controlam processos metabólicos). Ex: doping • Todos estes tipos de Esteróides são produzidos por certos géneros de fungos e bactérias.
  • 90. Vitaminas • São substâncias de natureza química diversa, obtidas a partir da alimentação. • Embora sejam necessárias em quantidades reduzidas, a sua ausência pode causar graves doenças e mesmo a morte. • Suplementos nutricionais (contendo vitaminas) são produzidos utilizando certos géneros de fungos e bactérias. • Algumas vitaminas são facilmente produzidas por síntese química. Mas outras são demasiado complexas para serem obtidas desta forma, mas são facilmente produzidas por microrganismos. • Como exemplo, o fabrico anual de várias toneladas de vitamina B12 que integra vários medicamentos e alimentação de animais.