O documento discute vários tipos de câncer, incluindo câncer de mama, pulmão, estômago, colorretal, pele, fígado, colo do útero e próstata. Fornece informações sobre a fisiologia dos órgãos afetados, fatores de risco, sintomas e tipos de tratamento para cada câncer.
2. O que é um câncer
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que
têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem
os tecidos e órgãos, podendo gerar metástase.
“O câncer é acompanhado por atitudes que revelam a angústia do indivíduo perante
sua situação, expressos por revolta e por diversos questionamentos, fazendo-os
experimentar sentimentos contraditórios. Sensações de solidão, insegurança, incerteza e
angústia do paciente gerado pelo impacto da doença que interfere na sua relação com
a enfermagem e no diálogo estabelecido entre eles.” (SALES et al., 2001; LOPES, 2003).
3. Como acontece
O processo de carcinogênese, ou seja, de formação de câncer, em
geral se dá lentamente, podendo levar vários anos para que uma
célula cancerosa prolifere e dê origem a um tumor visível. Esse
processo passa por vários estágios antes de chegar ao tumor. São
eles:
Estágio de iniciação
Estágio de promoção
Estágio de progressão
4. Seus tipos mais comuns
Câncer de mama
Pulmão
Estômago
Colorretal
Fígado
Pele
Próstata
Câncer de colo de útero
6. Fisiologia da Mama
O parênquima mamário é a estrutura funcional da glândula - 18 a
20 lobos.
Cada lobo é formado por um conjunto de alvéolos, canalículos,
ductos lactóforos e ampolas lactóforas.
Os alvéolos mamários, formados por um conjunto de células
(lactóforas e mioepiteliais), podem ser considerados as unidades
mais importantes da estrutura mamária, pois são responsáveis pela
síntese do leite.
Um conjunto de 10 a 100 alvéolos denomina-se lóbulos. Os
canalículos são finos canais que transportam o leite dos alvéolos
para os ductos.
8. Câncer de Mama
Não existe nenhuma etiologia específica.
Pode contribuir para o seu desenvolvimento: eventos hormonais,
genéticos e possivelmente ambientais.
Os hormônios produzidos pelos ovários possuem uma importante
função no câncer de mama. Dois hormônios ovarianos principais :
estradiol e progesterona. Estes são alterados por diversos fatores e
podem afetar os fatores de crescimento
Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como
abaulamentos ou retrações, inclusive no mamilo, ou aspecto
semelhante a casca de laranja. Secreção no mamilo também é um
sinal de alerta. O sintoma do câncer palpável é o nódulo (caroço) no
seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem também surgir
nódulos palpáveis na axila.
9. Tipos de Câncer de Mama
Carcinoma in situ
Carcinoma Lobular in situ
Carcinoma Ductal Infiltrante
Carcinoma Lobular infiltrante
Carcinoma Medular
Câncer Mucinoso
Câncer Ductal tubular
Carcinoma inflamatório
11. Câncer de Pulmão -
Fisiologia
O aparelho respiratório é formado pelos pulmões e as vias de condução:
fossas nasais, nasofaringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e
alvéolos. É na porção condutora que o ar inspirado é limpo, aquecido e
umedecido, a fim de proteger o delicado revestimento dos alvéolos
pulmonares.
Mecânica respiratória
Controle da respiração
Ventilação e perfusão pulmonar
Difusão e transporte de gases
12. Câncer de pulmão
Com 1,2 milhão de novos casos a cada ano;
é o tipo de câncer mais comum e o que mais mata no mundo;
Surge acompanhado de outras doenças associadas ao cigarro;
Diminui a capacidade pulmonar e pode tornar inviável uma cirurgia;
Os principais sintomas são tosse, escarro com sangue, dor no tórax,
falta de ar e inflamação nos brônquios.
13. Fisiopatologia
O câncer de pulmão é um tumor caracterizado pela quebra dos
mecanismos de defesa naturais do pulmão, a partir de estímulos
carcinogênicos ao longo dos anos, levando ao crescimento
desorganizado de células malignas. O câncer de pulmão é um tumor
maligno que pode pegar desde a traqueia até a periferia do pulmão.
Um tumor torácico maligno pode ser primário. Originando-se dentro
do pulmão, parede torácica ou mediastino, ou pode ser secundário a
uma metástase a partir de outro sítio tumoral de outra parte do corpo.
14.
15. Câncer de Estômago
FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO
Reservatório e transferência controlada de quimo para o intestino
delgado. Trituração do bolo alimentar, com redução do tamanho
das partículas.Função digestiva pela hidrólise de proteínas pela
pepsina, de lipídios pela lipase. A secreção deHCl acidifica o
quimo, ajustando o pH ao ótimo para a ação da protease. O pH
ácido tem efeitoanti-séptico, hidrolisa os pepsinogênios e é o meio
adequado para a ação da pepsinaProdução do fator intrínseco,
uma glico-proteína de 55kDa, indispensável para a absorção
davitamina B12.
16. Câncer de Estômago
Em termos de incidência, é o quarto tipo mais comum no mundo,
com 870 mil casos por ano. Mas é o segundo que mais mata.
Seus sintomas não são específicos: perda de peso, fadiga, falta de
fome, vômitos, náuseas e desconforto abdominal.
Dieta é o maior fator de risco.
Fatores genéticos
O Helicobacter pylorii provoca alterações na mucosa do estômago
que lenta e progressivamente podem gerar a transformação
carcinomatosa.
17.
18. Classificação da Sociedade
Japonesa de Endoscopia Digestiva
Câncer Gástrico Precoce
Refere-se àquele que não penetra além da mucosa ou
submucosa , na presença ou não de metástase linfonodal
Classificado em três tipos :
I – Polipóide
IIa – Superficial elevado
IIb – Superficial plano
IIc – Superficial deprimido
III - Ulcerado
19. Classificação do câncer
gástrico avançado
Classificação de Borrmann:
Tipo I – polipóide
Tipo II – ulcerado com bor-
das bem delimitada
Tipo III – ulcerado infiltrativa
Tipo IV – infiltrativo difuso
Tipo V – câncer gástrico que
não se encaixa em nenhuma
20.
21. Câncer colorretal
A principal função do intestino grosso é extrair água e sais minerais dos
alimentos previamente digeridos, após passarem pelo estômago e
pelo intestino delgado. O conteúdo fecal torna-se mais pastoso e
sólido à medida que é conduzido ao longo do cólon, sendo
finalmente armazenado no reto, antes da evacuação.
O câncer colorretal tem origem na camada interna do intestino
grosso.
O processo pode levar vários anos.
se origina a partir de pólipos adenomatosos
Sinais e Sintomas: alteração do ritmo intestinal, dores abdominais,
presença de sangue nas fezes, dor ao evacuar.
Colonoscopia (principal exame)
22.
23. Fisiologia da Pele
Maior órgão do corpo humano, a pele representa 16% do nosso peso
e é a primeira barreira do organismo com o meio externo. Exerce
funções essenciais, como controle do fluxo sanguíneo, regulação
térmica e proteção contra ameaças externas. A superfície cutânea
mede cerca de 2 m2 e em cada polegada quadrada de pele existem
19 milhões de células, 625 glândulas sudoríparas e 19 mil células
nervosas.
24. Câncer de Pele
O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele que tem origem
nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que
determina a cor da pele) e tem predominância em adultos brancos.
Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e
corresponda a 25% de todos os tumores malignos registrados no País,
o melanoma representa apenas 4% das neoplasias malignas do
órgão, apesar de ser o mais grave devido à sua alta possibilidade de
metástase.
O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom, se
detectado nos estádios iniciais. Nos últimos anos, houve uma grande
melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente
devido à detecção precoce do tumor.
25.
26. Fisiologia do fígado
Metabolismo dos carboidratos
Metabolismo de lipídeos
Metabolismo de proteínas
Ajuda á digestão do alimento
Produz proteínas que evitam a formação de coágulos no sangue
Armazena o alimento e usa para produzir energia
Ajuda a usar e armazenar vitaminas
Muitas funções ainda não totalmente compreendidas
27. Câncer de Fígado
Quinto colocado em incidência (com 560 mil novos casos anuais), é o
terceiro que mais mata.
Geralmente está associado ao alcoolismo e à hepatite B e C, mas a
doença também pode ser provocada pelo consumo de grãos mal
armazenados, nos quais crescem fungos que produzem toxinas
cancerígenas.
Os principais sintomas são dores e inchaço no abdômen, náusea, falta
de apetite e icterícia.
Esse tipo de câncer se desenvolve muito rápido, podendo duplicar de
tamanho em apenas quatro meses. O fígado também é alvo comum
de outros cânceres, que entram em metástase e se espalham pelo
corpo.
29. Câncer de Colo de útero
O canal do colo do útero, promove a comunicação da cavidade endometrial
com a vaginal.
Tem como função proteger a entrada de agentes patogênicos.
Secreta muco e anticorpos que ocupa a cavidade cervical e impedem a
progressão de agentes patogênicos para o interior da cavidade uterina.
Além disso, possui papel importante na ativação dos espermatozóides.
É o local em que ocorre a implantação, nutrição e proteção do embrião, com
função bem definida e essencial para o sucesso da gravidez.
30. Câncer de colo do útero
O carcinoma do colo de útero é predominantemente o câncer de
células escamosas.
O câncer cervical ocorre mais em mulheres entre 30 e 45 anos de
idade.
Fatores de risco: múltiplos parceiros, fumo e infecção cervical crônica.
Exposição ao papilomavírus humano (HPV)
Raramente produz sintomas. Quando surge um avanço aparece tais
sintomas: sangramento irregular, sangramento após relação sexual,
secreção.
Com progressão maior: dor nas costas e pernas. Edemaciação e
anemias extremas acompanhadas de febre.
32. Câncer de próstata
A próstata é uma glândula que produz uma secreção química
fisiologicamente adequada às necessidades dos espermatozoides.
O câncer de próstata é mais comum em homens afro-americanos.
Cerca de 1 a cada 5 homens nos EUA.
Em estágios iniciais raramente produz sintomas.
Quando avanço: Disfunção sexual, retenção urinária, dificuldade e
frequência da micção, tamanho e força diminuído do jato urinário.
33. Fisiopatologia
Para Corrêa e colaboradores (2003) e Dini e Koff (2006), como todos
os outros tecidos e órgãos do corpo, a próstata é composta por
células, que normalmente se dividem e se reproduzem de forma
ordenada e controlada, no entanto, quando ocorre uma disfunção
celular que altere este processo de divisão e reprodução, produz-se
um excesso de tecido, que dá origem ao tumor, podendo este ser
classificado como benigno ou maligno.
Gera metástases para ossos e linfonodos.
Sintomas ligados a metástases: Dor nas costas e quadril ,desconforto
perineal e retal, anemia, perda de peso, fraqueza, náuseas, oligúria
e hematúria.
34. Tratamento
Remoção parcial ou total do órgão com o tumor
Radioterapia
Quimioterapia
Transplante de medula óssea
Cuidados Paliativos
35. Quimioterapia
Quimioterapia é o método que utiliza compostos
químicos, chamados quimioterápicos, no
tratamento de doenças causadas por agentes
biológicos. Quando aplicada ao câncer, a
quimioterapia é chamada de quimioterapia
antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
Os agentes utilizados no tratamento do câncer
afetam tanto as células normais como as
neoplásicas, porém eles acarretam maior dano às
células malignas, devido às diferenças
quantitativas entre os processos metabólicos
dessas duas populações celulares. Os citotóxicos
não são letais às células neoplásicas de modo
seletivo
Ciclo-inespecíficos - Aqueles que atuam nas
células que estão ou não no ciclo proliferativo,
como, por exemplo, a mostarda nitrogenada.
Ciclo-específicos - Os quimioterápicos que atuam
somente nas células que se encontram em
proliferação, como é o caso da ciclofosfamida.
Fase-específicos - Aqueles que atuam em
determinadas fases do ciclo celular, como, por
exemplo, o metotrexato (fase S), o etoposídeo
(fase G2) e a vincristina (fase M).
36. Radioterapia
A radioterapia é um método capaz de destruir
células tumorais, empregando feixe de
radiações ionizantes. Uma dose pré-calculada
de radiação é aplicada, em um determinado
tempo, a um volume de tecido que engloba o
tumor, buscando erradicar todas as células
tumorais, com o menor dano possível às
células normais circunvizinhas, à custa das
quais se fará a regeneração da área
irradiada.
A maioria dos tumores radiossensíveis são
radiocuráveis. Entretanto, alguns se
disseminam independentemente do controle
local; outros apresentam sensibilidade tão
próxima à dos tecidos normais, que esta
impede a aplicação da dose de erradicação.
A curabilidade local só é atingida quando a
dose de radiação aplicada é letal para todas
as células tumorais, mas não ultrapassa a
tolerância dos tecidos normais.
37. Transplante
de Medula
óssea
É um procedimento médico
da área da hematologia e
oncologia que envolve
o transplante de células
tronco hematopoiéticas
provenientes da medula
óssea do doador.
A principal característica desse
procedimento e o que a difere
da maioria dos transplantes de
órgãos é que no TMO o
receptor recebe por via
endovenosa um aspirado de
células de medula óssea do
doador, e essas células migram
pelo sangue até se fixarem na
medula óssea do receptor e
voltarem a se multiplicar e
cumprir suas funções
fisiológicas no hospedeiro.
38. Tratamento pelo SUS
A Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer
garante o atendimento integral a qualquer doente com
câncer, por meio das Unidades de Assistência de Alta
Complexidade em Oncologia (Unacon) e dos Centros de
Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon).
Este é o nível da atenção capacitado para determinar a
extensão da neoplasia (estadiamento), tratar, cuidar e
assegurar a qualidade dos serviços de assistência oncológica,
conforme a Portaria nº 874/GM de 16 de maio de 2013. Esta
portaria substitui a nº 2.439/GM, de 8 de dezembro de 2005.
39. Hospitais que possuem
tratamento oncológico na
Região
Ilhéus
Hospital São José Maternidade Santa Helena/Santa
Casa de Misericórdia (Unacon)
Itabuna
Hospital Calixto Midlej Filho (Unacon com serviço de
Radioterapia)
Hospital Manoel Novaes (Unacon com serviço de
Radioterapia)
40. Unidades de Tratamento
UNACON
Unidades hospitalares que possuem condições técnicas, instalações
físicas, equipamentos e recursos humanos adequados à prestação
de assistência especializada de alta complexidade para o
diagnóstico definitivo e tratamento dos cânceres mais prevalentes .
Estas unidades hospitalares podem ter em sua estrutura física a
assistência radioterápica ou então, referenciar formalmente os
pacientes que necessitarem desta modalidade terapêutica
41. Unidades de Tratamento
CACON
Unidades hospitalares que possuem condições técnicas, instalações
físicas, equipamentos e recursos humanos adequados à prestação de
assistência especializada de Alta Complexidade para o diagnóstico
definitivo e tratamento de todos os tipos de câncer . Estes hospitais
devem, obrigatoriamente, contar com assistência radioterápica em
sua estrutura física.
Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia
São aqueles CACON designados para exercer o papel auxiliar, de
caráter técnico, ao gestor do SUS nas políticas de atenção
oncológica.
Serviços Isolados de Radioterapia e/ou Quimioterapia
44. Cuidados de enfermagem
Deste modo o paciente oncológico necessita de cuidados específicos não
apenas na clínica, mas, sobretudo no apoio emocional. É de fundamental
importância que o paciente tenha um cuidado holístico durante todo o
tratamento clínico oncológico. A assistência ao paciente oncológico da
provas de sua complexidade, pois, é necessário levar em considerações
múltiplos aspectos, como: físico, psicológico, social, econômico, cultural e
espirituais, além de preconceitos e tabus concernentes ao câncer. A
enfermagem tem um papel fundamental nos cuidados a esses pacientes,
requer conhecimento científico e habilidades técnicas, em todas as etapas e
serviços de atendimento a estes pacientes
(SKEEL, 1993; BONASSA; SANTANA, 2005; BRIDA, 2012).
45. Cuidados de Enfermagem
Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes como astenia,
anorexia, dispnéia e outras emergências oncológicas.
Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de
cuidado do paciente.
Não apressar ou adiar a morte.
Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença
do paciente, em seu próprio ambiente.
Oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais
ativamente possível até sua morte.
Usar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e
psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e
suporte ao luto.
46. Cuidados de Enfermagem
Aceite o comportamento dos pacientes não importando qual seja;
Oportunize aos pacientes momentos para a expressão livre de seus
sentimentos;
Trabalhe para compreender os sentimentos dos pacientes;
Use afirmações de ampla abertura, como "Deve ser difícil para você",
e "Gostaria de conversar a respeito?"
Hidratação, alimentação, eliminação fisiológica, higiene, posição,
conforto, administração de medicamentos CPM.
47. Cuidados de Enfermagem
A unidade de tratamento compreende o paciente e sua família.
Os sintomas do paciente devem ser avaliados rotineiramente e
gerenciados de forma eficaz através de consultas frequentes e
intervenções ativas.
As decisões relacionadas à assistência e tratamentos médicos devem
ser feitos com base em princípios éticos.
A comunicação adequada entre o enfermeiro e familiares e
pacientes é a base para o esclarecimento e favorecimento da
adesão ao tratamento ou aceitação da proximidade da morte.
48. Referências
Mundo Esranho - Editora Abril. Disponível em:
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quais-sao-
os-principais-tipos-de-cancer-e-os-mais-letais
Instituto Nacional de Câncer. Disponível em:
http://www2.inca.gov.br/
BRUNNER & SUDDART. Tratado de Enfermagem
Médico- Cirúrgica