1. SOCIAL-LITES & TWINSUMERS
2011 é o ano do consumidor. Nunca ele teve tanto poder sobre as marcas.
O valor da opinião de um “cidadão comum” nunca esteve tão em alta.
Os jovens não aceitam mais ser passivos. Eles querem ser ouvidos, eles
querem interagir com as marcas e seus valores e posturas. E vêm se firmando
cada vez mais no papel de curadores dos conteúdos disponibilizados na web.
Se aproveitando disso, as marcas vêm gerando conteúdos cada vez mais
interessantes e com potencial de replicação nas redes sociais e no boca-a-
boca, gerando, dessa forma, uma mídia espontânea e praticamente sem
custos.
Porém nem tudo são flores quando tratamos desses jovens, ainda mais
quando eles estão tão bem armados com suas poderosas redes sociais – e não
têm medo de usá-las. O fortalecimento delas no mundo surge como uma
revolução: os jovens se identificam também através de seus perfis virtuais, que
funcionam como vitrines do que gostam e pensam, megafones superpotentes
de suas opiniões.
Sabendo dessa potencialidade, as marcas tiram proveito disso: elas aproveitam
para ouvir o que seus consumidores têm a dizer, procurando fornecer aquilo
que os interessa, procurando agradá-los.
Mas quem disse que eles só têm coisas boas a dizer? Aqui nós vamos ver de
que maneira a publicidade no Brasil tem pegado carona nas redes sociais e
onde ela caiu do cavalo – e feio.
2. CASE 1: Bola (ou pele?) fora
A Arezzo lançou sua nova coleção de inverno, a Pelemania, afirmando
estar seguindo as tendências da moda.
Só não contavam com um levante contra a marca – que usou nas peças
pele de raposa e coelho originais. Boicotes foram propostos em blogs e no
facebook; no twitter, o assunto foi um dos mais comentados no momento
do lançamento.
Resultado: a Arezzo recolheu todas as peças da coleção em que foram
utilizadas pele de raposa (as de coelho, curiosamente, continuam sendo
comercializadas, discretamente).
Adendo: a Colcci com peles de animais e a resposta a ela já vem surgindo
na internet. está seguindo pelo mesmo caminho. Lançou sua coleção de
inverno
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5. CASE 2: Doce presente
A União, marca top of mind de açúcar, inovou ao lançar a linha União
Light, também de açúcar.
Prevendo as dúvidas dos consumidores com relação a um açúcar light, a
marca lançou o desafio “Duvido você acreditar”. Quem duvida do sabor
do lançamento pode ir até a página do facebook da campanha e
preencher um formulário. Feito isso, voilá, você recebe em casa um doce
feito com União Light para provar que o sabor é o mesmo.
Uma ferramenta que leva a extremos a interatividade com os
consumidores, para que eles façam a divulgação do produto.
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8. É claro que o futebol – a paixão nacional - não poderia ficar de fora dessa. Grandes
times, como o São Paulo e o Corinthians, aproveitaram o clima de interação digital e
sede por informação e exclusividade para se aproximarem de seus torcedores:
Case 3: Gol do 12° jogador
O desafio: provar que a torcida do São Paulo era a melhor.
O acordo: Se houvesse 123.000 tuítes com o hastag
#novositesoberano, o novo site do clube entraria no ar.
O resultado: Em apenas 8:30h, os torcedores teriam mostrado toda a
sua fidelidade e, orgulhosos, ganhavam uma página fresquinha do seu
time do coração.
A campanha para relançamento digital do clube foi desenvolvida pela
Agência Gringo junto com o Departamento de Comunicação do São
Paulo. Valorizando o relacionamento com o torcedor e apostando na
força da sua representatividade na web - com blogs de torcedores e
com o segundo twitter mais seguido do Brasil - o Tricolor lança a
campanha.
O tema ficou por mais de 8 horas entre os Trending Topics Mundiais do
Twitter. Uma vitória com gostinho de goleada.
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11. 4: Corinthians – a República
do futebol
Sim, chega ao mundo o mais novo país: República Popular do Corinthians.
Duvida? E se ele tiver Legislação, documentos para os cidadãos, bandeira,
Embaixada, dinheiro, heróis da História do País e Presidente?
Foi assim que a Nike homenageou o centenário do Sport Club Corinthians.
Junto à F/Nazca, fundou uma República, providenciou tudo o que era
preciso para oficializar a criação de um país e garantiu, com a mídia, a
adesão em massa dos torcedores apaixonados. Com isso, uniu
corinthianos de todo o mundo e ganhou o prêmio “Idea of the Year”,
promovido entre os mais de 140 escritórios da Saatchi & Saatchi. Um
detalhe: a campanha gerou R$ 13 milhões em mídia espontânea.
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13. EMERGING GENEROSITY
A importância da generosidade está em tão amplo crescimento a nível
mundial que chega a nomear a atual geração: Geração G de
Generosidade. As pessoas estão cansadas da ganância das empresas,
do apenas vender e ter – comportamento que fica claro com a crise
financeira de 2008. Assim, o que atualmente dita a relação entre
consumidor e mercado é a empatia, a simpatia, a proteção e a
doação.
Aqui no Brasil não é diferente. Segundo o Instituto Ethos, “o
movimento de valorização da responsabilidade social empresarial
ganhou forte impulso na década de 90, através da ação de entidades
não governamentais, institutos de pesquisa e empresas sensibilizadas
para a questão”.
Os jovens brasileiros estão cada vez mais apreensivos sobre o futuro
da Terra e do país e desejam que as empresas “cumpram um novo
papel no processo de desenvolvimento: sejam agentes de uma nova
cultura, sejam atores de mudança social, sejam construtores de uma
sociedade melhor”. (Instituto Ethos – Responsabilidade Social no
Brasil)
Então, agora, vamos conferir o que as nossas empresas têm feito para
entrar nessa tendência. O que importa aqui é o coração e mão abertas
para a generosidade!
14. CASE 1: Cardume generoso
Após as enchentes, que atingiram a Região Serrana do Rio de Janeiro,
causando mortes e deixando diversas famílias desabrigadas , o Peixe
Urbano, primeiro site de compra coletiva do Brasil, se uniu a ONG Move
Rio a fim de fazer uma campanha de doações para ajudar a região.
No site, foram feitas doações de R$ 10,00 e todo o valor foi repassado
ao Move Rio, sem qualquer dedução. Para tal, o Peixe Urbano arcou com
todos os custos operacionais (descontos das operadoras dos cartões de
crédito). Além disso, ao se cadastrar para efetuar a doação, o usuário
pôde optar por não se cadastrar para receber e-mails das ofertas do
site. Resultado: 14.163 pessoas doaram através do site. O Peixe do Bem
fez sua caridade e tomou todo cuidado para que não achassem que ele
estava se dando bem com essa ação.
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16. CASE 2: Yes, we can!
“Razões para acreditar. Os bons são maioria”, é o novo tema da
campanha “Abra a Felicidade” da Coca-Cola. Como um manifesto a
favor de uma visão positiva da vida, a campanha tenta nos deixar
melhor com relação ao mundo em que vivemos, contradizendo o que
muitos pessimistas afirmam.
Para transmitir essa mensagem, a Coca-Cola fez um levantamento que
mostram como os comportamentos e sentimentos positivos são mais
abundantes do que o negativismo.
Campanha muito bonita, que traz sentimentos bons: assim, a Coca-Cola
nos demonstra que está ao nosso lado para nos fazer enxergar que
ainda podemos acreditar em um mundo melhor, porque ao contrário do
que muitas vezes falamos, os bons são a maioria.
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18. CASE 3: Todo mundo protege
Quem disse que chinelo não tem a ver com conservação da natureza? As
Havaianas criaram a linha IPÊ para ajudar o Instituto de Pesquisas
Ecológicas, que se dedica à conservação da fauna e da flora brasileira.
Para criar a interação e motivar a participação do público, a empresa colocou
o site à venda. Isso mesmo. O site é montado com pecinhas de madeira
reflorestada, formando uma mini-floresta. De lá mesmo, o usuário foi
convidado a dar um lance no Mercado Livre e ganhar o cenário na caixa –
além de sandálias Havaianas, é claro. O leilão aconteceu e 100% do valor do
maior lance foi para o IPÊ.
Além da brincadeira, 7% do valor de cada sandália também é destinado ao
IPÊ - uma ajuda fundamental para a implementação da maioria dos projetos
da ONG.