O documento define vários termos relacionados ao espiritismo como êxtase, corpo etéreo, perispírito e desdobramento. Explica que o desdobramento envolve a saída temporária do espírito do corpo durante experiências como o sonambulismo ou atividades mediúnicas, mantendo o corpo orgânico no local.
2. Definição Literária “ ÊXTASE- Hist. Rel. (...) ‘saída de si’, ‘arrebatamento’. Êxtase designa um fenómeno místico que, no exterior, apresenta analogias flagrantes entre os homens dos diferentes povos: transe, alheamento, perda de consciência de si, polarização da atenção por um objecto ou por alguém, concentração interior. (...) Teol . Esp. (...) Em geral, o Êxtase é breve e raro, e comporta os seguintes efeitos: insensibilidade orgânica, transfiguração fisionómica, levitação, acréscimo de vida espiritual e heroísmo na prática da virtude. Enciclopédia Luso- Brasileira de Cultura - Editorial Verbo
3. Definição Doutrinária Desdobramento é a exteriorização do perispírito do médium e sua deslocação para outros lugares, perto ou distantes, permanecendo o corpo orgânico, com o seu duplo - o corpo etéreo - no local de trabalho; ficam assim realmente desdobradas em duas as organizações componentes do homem encarnado, a saber: o corpo carnal e o corpo espiritual” Desenvolvimento Mediúnico - Edgar Armond
4. Corpo Etéreo ou Duplo Etérico “ (...) formado do “éter”, reprodução exacta dos elementos materiais densos, num plano mais subtil. Não tem órgãos caracterizados, porém apresenta vórtices ou ‘chakras’, que são centros de energia e pontos de ligação com o perispírito. (...) É elemento de ligação do corpo físico ao corpo perispiritual. É responsável pelas acções eléctricas e magnéticas exteriorizadas do corpo carnal.” Sexo - Sublime Tesouro - Eurípedes Kühl
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6. “ O Espírito recobra a sua liberdade quando os sentidos se entorpecem; ele aproveita, para se emancipar, todos os instantes de descanso que o corpo lhe oferece. Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, e quanto mais fraco estiver o corpo, mais o Espírito estará livre.” O Livro dos Espíritos - Allan Kardec “ As mais das vezes, o Espírito, voltando ao corpo esquece o que ocorreu no curso do desprendimento. (...) Por estar a causa do fenómeno no sair do corpo a alma é que geralmente não se conserva a lembrança desse êxodo, visto que o cérebro do agente não foi impressionado pelos acontecimentos que se deram sem participação sua para que houvesse lembrança” A Alma É Imortal - Gabriel Delanne
7. “ A emancipação da alma se manifesta às vezes no estado de vigília, e produz o fenómeno designado por dupla vista, que dá aos que o possuem a faculdade de ver, ouvir e sentir além dos limites dos nossos sentidos . (...) O poder da dupla vista varia desde a sensação confusa até a percepção clara e nítida das coisas presentes ou ausentes. No estado rudimentar, ela dá a algumas pessoas o tacto, a perspicácia, uma espécie de segurança nos seus actos, a que se pode chamar a justeza do golpe de vista moral. Mais desenvolvida, desperta os pressentimentos, e ainda mais desenvolvida, mostra acontecimentos já realizados ou em vias de realização.” O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
8. O sonambulismo natural é um estado de independência da alma, mais completo que no sonho, adquirindo as faculdades um maior desenvolvimento e a alma uma percepção mais ampla do que no caso do sonho, que podemos dizer tratar-se de “sonambulismo imperfeito”. O Espírito está, pois, na posse total de si mesmo e os órgãos materiais, encontrando-se em catalepsia, não recebem as impressões exteriores. O sonambulismo magnético toma as mesmas características do sonambulismo natural, diferenciando-se apenas pelo facto de ser provocado, enquanto aquele é espontâneo. “ Quando o sonâmbulo descreve o que se passa à distância, é evidente que ele o vê, mas não pelos olhos do corpo; vê-se a si mesmo no local, e para lá se sente transportado; lá existe, portanto, qualquer coisa dele, e essa qualquer coisa, não sendo o seu corpo, só pode ser a sua alma ou seu Espírito.” O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
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10. “ De nossos amigos encarnados não podemos esperar, por enquanto, concurso maior e mais eficiente (...). Presos nas grades sensoriais, progridem lentamente na aprendizagem das leis que regem a matéria e energia. Quando convidados a visitar nossos círculos de edificação, fora da instrumentalidade fisiológica, regressam ao corpo assombrados pelas visões rápidas que lhes foi possível arquivar e, transmitindo suas lembranças aos contemporâneos, operam a coloração da água simples e pura da verdade, com os seus ‘pontos de vista’ e predilecções pessoais” Obreiros da Vida Eterna - Francisco C. Xavier / André Luiz
11. Nem sempre é dado ao médium, durante o desdobramento, visitar estâncias onde a paz, a fraternidade e a luz o revigoram para a marcha terrena. Os deveres da mediunidade também o chamam aos locais inferiores, de miséria humana e sofrimento, onde, acompanhados de seus Mentores Espirituais, exercem tarefas melindrosas de legítima fraternidade.
12. “ O êxtase é o estado pelo qual a independência entre a alma e o corpo se manifesta da maneira mais sensível, e se torna, de certa forma, palpável. [A alma] penetra um mundo desconhecido, o dos Espíritos etéreos com os quais entra em comunicação, sem entretanto poder ultrapassar certos limites, que ela não poderia transpor sem romper inteiramente os laços que a ligam ao corpo. Um fulgor resplandecente e inteiramente novo a envolve, harmonias desconhecidas na Terra a empolgam, um bem-estar indefinível a penetra: ela goza, por antecipação, da beatitude celeste, e pode-se dizer que pousa um pé no limite da eternidade.” Todos os pensamentos terrenos dão lugar ao sentimento puro e o Espírito entrega-se à contemplação sublime, sendo o seu grau de lucidez proporcional à sua elevação moral e à sua capacidade de conhecer e compreender. Acontece também, algumas vezes, mais exaltação do que verdadeira lucidez, acabando por prejudicá-la e facilitando a influenciação por parte de Espíritos inferiores, por falta de vigilância, que se aproveitam do seu entusiasmo para o fascinar. O Livro dos Espíritos - Allan Kardec