1. 1
Profa. Mª Eliza P. Finazzi, Ph.D.
Faculdade de Filosofia São Bento
Curso de Filosofia
Disciplina Psicologia da Educação
2ª série - 3º sem. matutino
Novembro - 2010
2. TDAH e Transtornos de Aprendizagem podem coexistir
Cuidado no diagnóstico
- TDAH X outros transtornos
- TDAH X TA X retardo mental
Problemas de adaptação
- baixo rendimento escolar
- dificuldades emocionais
Cognição, emoção e regulação do comportamento
2
3. 3
Comportamento
Conjunto de reações de um indivíduo frente às
interações / estimulações propiciadas pelo meio ambiente
sofre a interferência
condições emocionais / temperamento e humor
aparato cognitivo
para ser gerado
organizado,
efetuado e regulado
4. 4
Comportamento
Lezak (1995) - 3 dimensões fundamentais:
1) o intelecto, que corresponde ao tratamento da
informação
2) a emoção, os sentimentos e a motivação
3) o controle, que atua como um gerenciador dos demais
sistemas funcionais
5. 5
Cognição
ato ou processo de conhecer, que envolve atenção,
percepção, memória, raciocínio lógico, crítica, imaginação,
pensamento e linguagem
processo de conhecimento
Aprendizagem – mudança no
comportamento
6. Emoção impulso neural que move um organismo
para a ação - estado psicofisiológico
Sentimento emoção filtrada através dos centros
cognitivos do cérebro, especificamente o lobo frontal,
produzindo uma mudança fisiológica em acréscimo à
mudança psicofisiológica – INTERPRETAÇÃO
6
Emoção
7. 7
Cognição, comportamento e cérebro
Cérebro como centro de controle do
comportamento, da emoção e do pensamento
3 unidades funcionais de A. Luria
8. 8
1a. Unidade Funcional
Estruturas envolvidas: tronco
encefálido e suas conexões pré – frontais
Funções:
- Processos metabólicos do organismo:
respiratórios e digestivos; Sistemas de condutas instintivas –
sexual e alimentação
- Fluxo de informações do meio externo: produção de reflexo de
orientação – alerta do indivíduo diante de mudanças que o meio
oferece
- Formação de intenções e metas: refere-se ao que interessa e ao
que o indivíduo decide – requer certa quantidade de energia e
mobilização de esforços
Riesgo, 2006; Luria, 1966, 1984
9. 9
1a. Unidade Funcional
Primeira unidade funcional ou de
vigília:
Papel importante na motivação e
aprendizagem
Estado de alerta é fundamental na
aprendizagem - permite ao córtex
selecionar os diversos estímulos
que recebe e programar a resposta
desejada
Atenção é o pré-requisito primordial
para a aprendizagem
Riesgo, 2006; Luria, 1966, 1984
10. 10
Distúrbios do Sistema Reticular produzem:
Fadiga rápida
Tendência ao estado acinético
Baixa de tônus
Alterações da consciência
Déficit de memória não específico
Todos os processos cerebrais dependem de um nível ideal
de tônus cortical
1ª Unidade Funcional
11. 11
Função: Recebimento, análise e
armazenamento
Estruturas envolvidas: Lobos parietais,
occipitais e temporais
Alterações anatômicas ou funcionais:
problemas com a noção de esquema
corporal, espaço, tempo, cálculo e
linguagem
Riesgo, 2006; Luria, 1966, 1984
2ª Unidade Funcional
12. 12
3ª Unidade Funcional Terceira unidade funcional:
- Estruturas envolvidas: Lobos frontais
- Função: programação, regulação e verificação
continuada da atividade
- memória de trabalho
- sustentação da atenção
- capacidade de concentração
- alternância do foco atencional para mais de uma
variável
Riesgo, 2006; Luria, 1966, 1984
13. 13
LOBO FRONTAL
• Possibilidade de colocar em segundo plano, estímulos
irrelevantes no momento
Capacidade de julgamento das situações
Entendimento das intenções e capacidade de percepção de
nuances: tônus emocional
Comportamento não repetitivo, mas sim produtivo
14. 14
O comportamento depende da ação combinada de todas
as três unidades funcionais do cérebro:
a primeira fornece o tono cortical necessário –
CÉREBRO DESPERTO
a segunda leva a cabo a análise e a síntese de
informações que chegam – CÉREBRO INFORMADO
a terceira provê os requeridos movimentos de busca
controlados que conferem à atividade perceptiva o seu
caráter ativo - CÉREBRO PROGRAMADOR
A. Luria, 1981
3 unidades funcionais
15. quarta unidade funcional
para Rebollo (1991):
sistema límbico
seleção dos estímulos
segundo suas
características e
tonalidade afetiva
porção orbitária do lobo
frontal - planificação da
conduta no seu aspecto
afetivo
15
16. 16
Cerebelo
“pequeno cérebro” – participação
nos eventos neurobiológicos do
aprendizado – recepção das
informações e modulação das
respostas
- equilíbrio, tônus muscular, marcha e
coordenação motora
- manutenção e mudança do foco
atencional
Riesgo, 2006
17.
18.
19. Recebemos sinais sensoriais tanto do exterior como do
interior do nosso organismo;
As informações excedem a capacidade de
processamento;
Necessidade de mecanismo estável que regule ,
focalize o organismo, selecionando e organizando a
percepção;
Permitindo que um estímulo possa dar lugar a um
processo neural eletroquímico adaptado…
20.
21.
22.
23. Inserida em um continuum biológico que
dispõem de diferentes graus de excitabilidade
e de receptividade à informação sensorial;
Varia da vigília ao sono, do estado de alerta ao
coma.
24. Definida como um processo cognitivo interno por meio
do qual são selecionadas e processadas tanto
informações do ambiente quanto de fontes internas
(sensações, pistas viscerais e pensamentos);
Engloba toda atividade cognitiva organizada que
possui algum grau de direção;
Dando caráter mais focalizado aos processos
cognitivos e psíquicos , base sobre a qual os
processos mentais se organizam, se alinham e se
articulam;
25. Atua como um controlador semi-independente
da ação e da percepção;
Modo pelo qual o organismo se torna receptivo
aos estímulos e a partir do qual ele inicia o
processamento de excitações (externas ou
internas)
(Muszkat, 2008)
26. Envolve o retraimento de algumas coisas para lidar de
maneira efetiva com outras;
Sistema no qual processos sequenciais em uma série
de estágios visam seleção e manutenção de inputs;
Implica em orientação e seletividade.
(Muszkat, 2008)
27. Diferentes sistemas cerebrais estão
envolvidos;
Sistema com uma capacidade
limitada.
(Lezak et al. ; 2003)
29. Excitação : capacidade de aumentar o estado de
alerta
Orientação:
• processo multidimensional e involuntário;
• responsável pelo desligar-se ou prender-se de
determinado estímulo de forma contínua;
30. Detecção de novidade e recompensa:
• acessar estímulos não familiares e sensações de
prazer com atribuição emocional às informações;
Organização executiva
• atividade planejada e autorregulada;
• dispõem nossas ações em relação aos objetivos a
curto e longo prazos.
32. - Sua modulação envolve processo neuropsicológico
denominado executivo central ;
- Realiza processos inibitórios que dependem das funções
do córtex pré-frontal;
- São importantes para a seletividade e para a
discriminação de informação;
- Relevantes tanto para a cognição quanto para as funções
mais instintivas da espécie (fome, sede, necessidade
reprodutiva)
(Muszkat, 2008)
33. • Observe os estímulos que serão apresentados
no próximo slide e responda quantos
estímulos-alvo estão inseridos no quadro?
35. Capacidade e foco de atenção
Atenção seletiva
Atenção constante e vigilância
Atenção dividida
36. Atenção separada em grandes sistemas funcionais,
pode-se separar em 4 mecanismos básicos
fundamentais:
Excitação ou alerta
Orientação motora
Detecção de novidade
Orientação executiva
37. Atenção voluntária: organização social da
atenção mediada pela linguagem e depende
da programação intencional e motivacional,
que são a base do comportamento humano
adaptativo e organizado.
39. Capacidade de escolha de uma categoria ou seleção
entre diferentes fontes de informação, para deter o
foco da conciência;
Dividida em dois estágios:
• Estágio pré-atentivo
(detecta a presença da informação, e requer poucos
recursos cognitivos)
. Estágio atentivo focalizado
(detecta combinação de estímulos e envolve manipulação
e inibição de distratores).
Ex: Festa na qual selecionamos em que vamos prestar
a atenção e descartamos o que não nos interessa.
40. Orienta a conciência para um determinado estímulo
dentre uma variedade de outros estímulos para
conseguirmos extrair algum significado;
Direção da seletividade:
. Do estímulo para o contexto (botton up)
Ex: rosa para jardim.
. Do contexto para o estímulo (top dow).
Habilidade para atender preferencialmente à um
contexto e simultaneamente ignorar detalhes não
relevantes.
Ex: harmonia dos instrumentos de uma orquestra, que
tocam as melodias de instrumentos isolados.
43. Competição entre processos sensoriais diversos
(ex: audição e visão);
competição entre processamentos automáticos que têm
capacidade limitada (ex: dirigir e ler);
Dificuldade de monitorar em paralelo, mais que um
número determinado de tarefas;
44. Quando fazemos duas coisas ao mesmo tempo, ao
menos uma delas deve estar automatizada;
O desempenho depende:
. do processamento controlado, necessário para
desempenhar tarefas não rotineiras e da estratégia que é
utilizada para um processamento eficiente;
Relacionam-se habilidade e treino.
45. Prolongamento da atenção durante períodos
maiores de tempo;
O engajamento com a tarefa modifica-se com
o tempo;
Pode levar a fadiga e a desmotivação;
Lapsos de atenção:
. resultam de mudanças fásicas do alerta
resultando num decréscimo da receptividade
ao estímulo por péríodos curto de tempo
46. Mudança não programada do foco da atenção
por estímulos externos que pode estar em
conflito com a expectativa e o contexto;
Desencadeada quando a estimulação é
intensa, complexa, surpreendente,
incongruente e inédita;
47. • Observe os estímulos que serão apresentados
no próximo slide e responda quantos
estímulos-alvo estão inseridos no quadro?
• Qual esfera atencional está sendo recrutada
na execução desta tarefa?
49. Se dão por saturação, por estimulação externa
e por mudanças da homeostase do organismo,
determinadas pelo estado de vigilância, por
necessidades instintivas (fome, sede e sexo);
Podem representar desvios momentâneos ou
permanentes da atenção;
50. Podem levar a mudanças substanciais do foco;
Tornando a atenção um processo instável e
muito fragmentado, chamada atenção
picotada.
Ex: TDHA
51. 1952 – DSM I (1a edição)
1980 – DSM III
1987 – DSM III-R
1994 – DSM IV
Previsão:
05/2013 – DSM V
CID – Classificação Internacional das Doenças
(CID 10)
52. Expressão que implica em uma distinção entre
transtornos mentais e físicos
Existência de físico nos transtornos mentais e muito de
mental nos transtornos físicos
Não existiria uma definição específica
Não apresenta definição operacional consistente que
cubra todas as situações
53. As condições médicas são definidas em vários níveis
de abstração:
. Patologia estrutural (ex: colite ulcerativa)
. Apresentação sintomática (ex: cefaléia)
. Desvio de uma norma fisiológica (ex: hipertensão)
. Etiologia (ex: pneumonia pneumocócica)
Transtornos Mentais têm sido definidos por uma
variedade de conceitos (ex: sofrimento, descontrole,
desvantagem, incapacitação, irracionalidade, padrão
de síndrome, etiologia e desvio estatístico)
54. Cada um pode ser um indicador útil, mas não equivale
ao conceito , e diferentes situações exigem diferentes
definições
Entretanto pode ser útil para ajudar a orientar
decisões nos limites entre a normalidade e a patologia
55. Cada um dos transtornos mentais é conceitualizado como uma
síndrome ou padrão, comportamental ou psicológico, clinicamente
importante , que ocorre em um indivíduo e que está associado
com um sofrimento (ex: prejuízo em uma ou mais áreas
importantes do funcionamento ) ou com um risco
significativamente aumentado de sofrimento atual, maorte, dor,
deficiência ou perda importante da liberdade
Esta síndrome ou padrão não deve ser meramente uma resposta
previsível e culturalmente sansionada a um determinado evento
(ex: morte de um ente querido), ou comportamento que apresente
desvio (ex: religiosos, político etc…), ou conflito primeriamente
entre o indivíduo e a sociedade.
57. Diagnostico usado para descrever crianças e adultos que são
incapazes de modular a atenção, o controle do impulso e a
atividade motora apropriadamente
A atenção tem um papel central
Um dos transtornos neuropsiquiátricos mais frequentes na infância
(5,29% das crianças de todo o mundo)
Mais diagnosticado em meninos do que em meninas
Persiste na adolescência em 70% dos casos
Com prevalência na via adulta estimada entre 2,9% e 4,4%, sem
diferença de gênero
58. 58
TDAH – Tríade de Sintomas
Impulsividade
Desatenção Hiperatividade
60. Desatenção:
Geralmente não presta atenção à detalhes
Ex:
•não copia da lousa uma frase completa
•não acentua palavras corretamente
•apresenta trabalho escolar confuso e desor-
ganizado
•muda de tarefa com frequência
•distrai-se facilmente
•esquece com frequencia seus pertences
•falta de atenção sobre o que os outros dizem.
61. Hiperatividade:
Inquietação psicomotora
Ex:
• inquietude na carteira, abandonando-a com frequencia
• agitação de mãos e pés
• dificuldade de permanecer sentada
• dificuldade de brincar ou se envolver silenciosamente
em atividades de lazer
• anda, corre e fala demasiadamente
62. Impulsividade:
Intolerância à frustração, incapacidade de adiar
gratificação,capacidade reduzida de reflexão, e
precipitação ao ato, ou desejo de experimentação ,
busca por novidades, e necessidade de manter um alto
nível de estimulação.
Ex:
• dificuldade para aguardar a sua vez (jogo, fila etc...)
• dá respostas precipitadas antes da pergunta ter sido
formulada ou completada
• Interrompe repetidamente
•Se interrompe nos próprios assuntos
63. Impulsividade: déficit no controle inibitório não conseguir
suprimir uma resposta → responder sem pensar;
incapacidade de resistir à distratores
regulação do comportamento
Distratibilidade/Desatenção: inabilidade para “sustentar”
comportamentos em determinadas tarefas, hiperfoco em
outras
- atenção sustentada e memória de trabalho
Hiperatividade: (física ou mental) inquietação motora, pular
de um assunto ou atividade para outra
63
64. Nascimento pré-maturo
Condições psicológicas e sociais adversas
Condições familiares precárias (ex: muito
conflito,pouco coesas)
Hereditariedade (participação de vários genes)
Multiplicidade de possíveis fatores como causa
65. Na maioria pacientes têm inteligência normal e
sem disfunção cognitiva maior;
Manutenção da atenção prejudicada,
especialmente quando a informação não é
motivadora;
Dificuldade de inibição seletiva
Traz consequências importantes para a vida
familiar, escolar e social da criança, do
adolescente e do adulto.
66.
67. Questão central: atenção / motivação / inibição
Dificuldade para sustentar a atividade e controlar
impulsos vem da recompensa imediata
ou pela antecipação do reforço positivo ou negativo
Déficit na programação, automonitorização e correção
de comportamentos
67
68. Funções executivas (Córtex Frontal)
Controle inibitório: processo que tem por objetivo suprimir
interferências internas ou externas durante uma ação em curso
Memória de trabalho: habilidade para manter a informação na
mente enquanto esta é processada e manipulada
Auto-regulação do afeto e da motivação
Linguagem não consegue exercer sua função reguladora, ou de
controle do comportamento problema na antecipação e no
planejamento do ato voluntário (a ação conscientemente
orientada para um objetivo específico)
69. fator determinante para o desempenho eficiente das
funções executivas
implica que as informações, para atingir um determinado
objetivo, sejam conhecidas e conservadas mnesticamente
regula e limita a distribuição das fontes atencionais e
coordena a informação, controlando a capacidade das
memórias visual e espacial
essencial para a compreensão de textos
modula o comportamento
69
70. cria condições adequadas para o controle motor
fluência das etapas planejadas
regulação do self (relações afetivas precoces)
funcionamento adaptativo para obter o objetivo
Esquema para solução de problemas e a seqüência
planejada para realizá-lo, criando a representação
mental da tarefa, sua execução e o monitoramento dos
procedimentos
70
71. Funções executivas (Córtex Frontal)
Comprometimento da memória de trabalho não – verbal:
manifesta-se na dificuldade de manter os eventos em mente,
manipulá-los ou agir de acordo com eles
Dificuldade de antecipar consequências futuras
Diminuição do sentido de tempo e da organização temporal
das ações
Comprometimento da memória de trabalho verbal:
dificuldade para utilizar auto-instruções verbais, déficits na
capacidade de reflexão, no auto questionamento e solução
de problemas verbais
Ações comandadas pelo presente imediato
72.
73. Existência de subtipos
Alta taxa de comorbidade (ocorrência de
dois ou mais transtornos na mesma
pessoa).
Ex: depressão, transtorno s de ansiedade,
transtorno de conduta etc...
Diferentes níveis de resiliência entre as
pessoas afetadas
74. Saber da história de vida pelo próprio indivíduo e
através de alguém que o conheça bem (auto-
observação imprecisa)
A informação (presença ou ausência de sintomas)
pode variar dependendo do informante
Professores tendem a valorizar mais os sintomas que
os pais
Uso de múltiplas fontes de informação
75. Divergências sobre a existência deste transtornos em
menores de 7 anos
Na adolescência pode-se verificar concomitância com
alcoolismo e uso e abuso de substâncias
50% das crianças permanecem com os sintomas na idade
adulta
Impacto de de autoestima, baixa tolerância à
frustração, acessos de raiva, instabilidade do humor,
prejuízo acadêmico e dificuldade de interação social
76. Avaliação e tratamento multiprofissional
Drogas estimulantes (metilfenidato e derivados de
anfetaminas)
Aumentam o funcionamento frontal por meio dos
circuitos da dopamina e da norepinefrina
(neurotransmissores muito utilizados nesta região)
Maior funcionamento desta região permite a
focalização da atenção e a inibição das redes
77. Na presença de efeitos colaterais (ex: da ansiedade e
dificuldade para dormir, redução do apetite, cefaléia e dor
abdomnal) escolhe-se então antidepressivos
Terapia Cognitivo-Comportamental
Orientação ou terapia familiar
Treino cognitivo baseado na avaliação neuropsicológica
(sessões para fortalecer habilidades como: atenção
sustentada, flexibilidade cognitiva, memória de trabalho e
funções executivas) , com o objetivo de estimular o
indivíduo a generalizar este desempenho das sessões a
outras situações de vida, para favorecer o controle do
comportamento e da sintomatologia do TDHA.
80. TRANSTORNOS DEPRESSIVOS
Complexo sindrômico caracterizado por
alterações do humor, de psicomotricidade e
por uma variedade de distúrbios somáticos e
neurovegetativos (Assumpção, F.B., 2001)
81. Prevalência dos estados depressivos (17,1% da população geral)
tem importante impacto como problema de saúde pública
Acarretam limitações na rotina social e na subjetividade
Baixo acesso ao diagnóstico e aos tratamentos adequados
Suicídio pode ocorrer em até 15% dos estados depressivos
Assim como dependência de droga decorrente
Alguns autores sugerem nas faixas etárias mais jovens apartir
da 2ª Guerra
82. Uso de critérios diagnósticos para aumentar a
fidedignidade
DSM-III-R, DSM-VI e CID 10
Diferem quanto ao tempo de duração da
sintomatologia
Realizado em bases clínicas
Utilização de múltiplos termos e atenção com as
expressões não-verbais
83. Estudos genéticos
Neurobiologia (eixo hipotálamo-pituitário-
adrenal, hormônio do crescimento, alterações
do sistema serotonérgico, teste de supressão
de dexametasona)
Questões psicossociais (interações familiares
negativas, perdas, estilo cognitivo negativo)
84. Humor deprimido
Complexo sindrômico caracterizado por
alterações do humor, da
psicomotricidade e uma variedade de
distúrbios somáticos e neurovegetativos
85. Estado Afetivo: sentimento normal e
compreensível
Não é foco de atenção médica e
Não será entendido como psicopatologia
86. Como Sintoma:
Pode surgir em vários quadros clínicos (TSPT , demência, esquizofrenia, alcoolismo,
doenças clínicas etc...)
Pode ocorrer em resposta a situações estressantes , ou em situações econômicas e
sociais adversas
Como Síndrome (descrição de sinais e sintomas no momento, quadro clínico do
momento):
Inclui uma gama de aspectos (alteração cognitiva, psicomotora, e vegetativas) além
de tristeza irritabilidade, falta de capacidade de sentir prazer, apatia etc...
Transtorno (diagnóstico psiquiátrico caracterizado por um conjunto
Como Doença (pressupõem existência de um mecanismo patológico particular
que o caracteriza como uma entidade mórbida):
Tem sido classificada de várias formas ao longo da história dependendo do autor e da
época (transtorno depressivo maior, distimia, depressão integrante do transtorno
bipolar de tipos I e II etc...)
88. Sentimento de tristeza e vazio
Perda de capacidade de experimentar prazer
(anedonia)
Sensação de fadiga ou perda de energia
Redução de interesse pelo ambiente
Queixa de cansaço exagerado
89. Leva em conta aspectos:
Sintomas psíquicos
Fisiológicos
Evidências comportamentais
90. Sintomas Psíquicos
Humor Depressivo (sensação de tristeza, auto-
desvalorização, sentimento de culpa e idéias de suicídio)
Redução da capacidade de experimentar prazer na maior
parte das atividades antes consideradas como agradáveis
Fadiga e sensação de perda de energia
Diminuição da capacidade de pensar, se concentrar e tomar
decisões
91. Sintomas Fisiológicos
Alteração do sono (insônia ou hipersonolência)
Alteração do apetite (perda ou excesso)
do interesse sexual
Alterações no Comportamento
Retraimento social
Crises de choro
Comportamento suicida
Retardo psicomotor e lentificação ou agitação generalizada
92. Passou a ser descrita em adultos, crianças e
adolescentes desde o séc. XVII
Atualmente são aplicados os mesmos critérios para
criança, adolescente e adulto
Principalmente na criança observa-se a dificuldade da
descrição do seu estado interno, referido somente como
tristeza ou solidão
Buscar compreender a criança quanto aos seus
sentimentos
93. Descrita desde o sec. XVII (Robert Burton,
1621)
Sec. XIX ( Emil Kraepelin, 1921; Rene Spitz,
1946; Anthony e Scott , 1960)
Déc. de 50 a 70: visão psicanalítica e
mascaramento da presença da depressão
Déc. 70: desenvolvimento de critérios
operacionalizados e entrevistas estruturadas
94. Os sentimentos são de difícil identificação
Muitas vezes pode-se observar somente sensibilidade,
choro fácil e irritablidade
Expressões não verbais: mudança de comportamento
abrupta, conduta destrutiva e agressiva, com violações
das regras sociais (podendo ser decorrente da
alteração do humor disfórico)
Disforia: ansiedade, irritabilidade, tristeza
(disforia cotidiana: não compromete condutas
adapatativas e são breves)
95. Prevalência de 0.4% a 8,3% em adolescentes
Prevalência ao logo da vida em adolescentes :
15% a 20% (semelhante a encontrada em
adultos)
Depressão de adultos freqüentemente inicia-se
na adolescência
Incidência 4,7%
97. . Morbidade psiquiátrica na vida adulta
. Comorbidades psiquiátricas na adolescência
(Transtorno de Personalidade, Distimia,
Transtorno do Comportamento Disruptivo,
Ansiedade , TDAH e Abuso de Álcool e
Drogas)
98. Taxa de suicídio nos últimos anos está 4xs
maior
Responsável por 12% das mortes em
adolescentes
Tentativa de suicídio: prevalência em um ano
de 1,7% a 5,9%, e no decorrer da vida de 3,0%
a 7,1% (Gill et al. 2001)
99. Queixas dos pais e da escola:
- Irritabilidade, oposicionismo, negativismo
- Sem limites
- Queixas físicas inexplicáveis e exageradas
- Hiperatividade, impulsividade
- Desinibição, falta de crítica e agressividade
- Problemas de aprendizagem
100. Humor depressivo
Irritabilidade
Falta de reatividade
Variação diúrna do humor
Culpa excessiva ou inapropriada
Anedonia (falta de prazer) (aborrecimento = falta de prazer)
Fadiga, falta de energia
Dificuldade de concentração e pensamento lentificado
Agitação e retardo psicomotores
101. Insônia (inicial e final)
Hiper ou hiposonia
Anorexia (não come) e /ou bulimia (vomita o que comeu)
Perda ou ganho de peso
Pessimismo perceptível a partir do olhar negativo sobre o
futuro
Ideação suicida
• Podem passar desapercebidas ou serem mal
diagnosticadas
• Baixa especificidade para criança, diagnóstico diferencial
inclui vários problemas orgânicos e psiquiátricos
102. Necessidade de identificação da depressão e
intervenção precoces
Desenvolvimento de estudos
etiológicos,atualizações epidemiológicas,
avaliação diagnóstica e tratamento
(psicossocial e farmacológico)
103.
104. 104
Hipócrates – melancolia (bile negra) e mania (estar
louco)
1854: descrições independentes
- FALRET e BAILLARGER
1- loucura circular (folie circulaire)
2- loucura de forma dupla (folie à double forme)
Início do século XX: EMILE KRAEPELIN
esquizofrenia (demência precoce)
X
sanidade maníaco-depressiva
105. 105
1921 – KRAEPELIN: doença única, incluindo mania e
depressão.
Atualmente – definida pelos critérios do DSM-IV ou da
CID-10 (F 30 – 39).
A doença reflete um quadro complexo de distúrbios
que compartilham aspectos tais como:
- Alta taxa de recorrência
- Risco alto de psicose
- Alternâncias do estado de humor
106. 106
Transtornos Bipolares:
- T. Bipolar I (um ou mais episódios de mania)
- T. Bipolar II ( um ou mais episódios depressivo maior)
- T. Ciclotímico
- T. Bipolar sem outra especificação
107. 107
História de Episódio Maníaco
- Início precoce
- Episódios mais frequentes
- Retardo psicomotor, hipersonia e hiperfagia
- Ansiedade e insônia menos frequente
- Maior probabilidade de abuso de substância
108. 108
Humor e Afetividade
- Expansivo, eufórico, irritável e desinibido
- Exibe grande entusiasmo por interações
interpessoais, sexuais ou profissionais
- Crises de choro e / ou hostilidade
- Nervosismo, descontrole e agressividade
109. 109
Cognição e Percepção
- Idéias de grandeza, autoconfiança e otimismo
exagerados
- Pode exibir delírios grandiosos: de cunho
religioso, financeiro, político e sexual
- Alucinações: sentimentos de influência ou
inspiração profética
110. 110
Cognição e Percepção
- Lembram com facilidade eventos passados
(hipermnésia)
- Distraibilidade e dificuldade de manter a atenção
voluntária
- Memória de fixação prejudicada
111. 111
Comportamento e Psicomotricidade
- Ativação da Psicomotricidade, aceleração do
pensamento e do discurso (taquipsiquismo)
- Pensamento arborizado
- Fuga de idéias
- Indiscreto e invasivo (impulsividade e
desinibição)
112. 112
Mania Atenuada
- Não é acompanhada por sintomas psicóticos
- Não leva ao comprometimento funcional
- Aumento da atividade física, social e da
motivação
- Irritável e impaciente
- Menos sono, autoconfiança, iniciativa e energia
- Tabaco, álcool, tranquilizantes, comer
compulsivo
113. 113
“Depressão Agitada”
“Mania ansiosa”
Mania com pobreza de pensamentos
Depressão com fuga de idéias
Mania inibida
- Presença concomitante de sintomas maníacos e
depressivos
114. 114
Transtornos de Ansiedade
Uso de Álcool e Drogas
Transtornos Alimentares
Transtornos Somatoformes
Transtornos de Personalidade
Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade
117. 117
Evento estressante ansiedade
Natureza do evento
+
significado atribuído
+
recursos, defesas e mecanismos de enfrentamento
(personalidade)
Conflito é essencial para o desenvolvimento da ansiedade
(tensão entre ir e não ir, fazer e não fazer)
118. 118
Resposta inadequada, em intensidade e duração às
solicitações de adaptação
Respostas excessivas ao estímulos ambientais
Qualidade X Intensidade
119. 119
Transtorno de Pânico
Transtorno de Ansiedade Generalizada
Transtorno Obssessivo Compulsivo
Fobias Específicas
Fobia Social
Transtorno de Ansiedade de Separação
120. Choro imotivado
Paralisação e situações nas quais se agarram
aos pais ou figura de confiança
Crises de birra
Medo de que os pais morram
Medos específicos etc...
Estima-se que 10 a 15% das crianças sejam
afetadas por um destes transtornos
120
121. Vivência de medo excessivo e percebido como irracional,
acompanhado de comportamento de ansiedade e evitação
Diferente do medo normal
Idade de aparecimento variada:
. Fobias de insetos por volta dos 5 anos
. Agorofobia (fobia de sair de casa) principalmente na adolescência
. Medo de animais por volta dos 2 ou 3 anos
. Medo do escuro por volta dos 3 anos em diante
. No período escolar aumento do medo de animais que comem,
mordem
. Medo de altura altura , tempestade tem início variável
121
122. Medo significativo e persistente de situações sociais ou
de performance social (levar em conta as competências da
fase de desenvolvimento)
Manifestações: choros, paralisias, “chiliques”
Medo de ir à lousa, ou responder questões que lhe são
dirigidas pela professora
Evitam brincar em grupo
Por vezes não vão ao banheiro na escola ou fora de casa
cm medo de serem vistas por outros
A fobia social em crianças apresenta associação com
fobia social no adulto 122
123. Início na infância
Preocupação excessiva, com prejuízo funcional em vários
aspectos (ex: segurança pessoal, interação social, eventos
futuros e passados
Geralmente são preocupações seguidas de sintomas
somáticos (dores de cabeça e de estômago)mais
frequentes em meninas
Associação entre ansiedade generalizada e transtorno
depressivo (estudos em animais sugerem alterações
funcionais nas formações hipocampais
Amígdala descrita como região importante neste
processo (apresentam-se maiores nestas crianças)
123
124. Ansiedade quando separadas de seus pais ou figura de
confiança, principalmente em ambientes estranhos
Ansiedade excessiva e inapropriada quando longe de casa
ou dos pais
Necessidade de prejuízo no funcionamento geral
(comprometimento escolar, de passeios etc...)
Muitos casos de recusa escolar pode ser secundária a
ansiedade de separação
Estudos revelam associação com transtorno de pânico 124
125. Recorrência inesperada de ataques de pânico, seguido de
pelo menos um mês de preocupação com a possível
recorrência do ataque, ou suas consequencias
Medo de sair de casa (agorafobia) pode ou não estar
presente
Sua descrição em crianças é recente
Dois componentes do pânico: Cognitivo e Somático
125
126. Questionamento sobre a possibilidade das crianças
conseguirem elaborar os componentes cognitivos antes da
aquisição do pensamento abstrato
A criança relaciona os sintomas somáticos (corporais) a
eventos externos ou objetos
Os adolescentes já conseguem relacionar a sentimentos e
sensações que ocorrem durante a crise
O quadro inicia-se mais frequentemente entre 15 e 20
anos, mas já existem relatos de início aos 3 anos
126
127. 127
Obsessões ou compulsões recorrentes suficientemente
severas para consumirem tempo (consomem mais de
uma hora por dia), ou causar sofrimento acentuado ou
prejuízo significativo
Pode haver o reconhecimento, ou não, da irracionalidade
das obsessões e das compulsões
Causam sofrimento por tomar muito tempo da vida do
indivíduo
Podem interferir significativamente na rotina normal
128. 128
Podem substituir um comportamento útil e gratificante , e
perturbar , em muito, o funcionamento geral
As intrusões obsessivas podem provocar distrações,
resultando em desempenho ineficiente em tarefas
cognitivas que exigem concentração (ex: na leitura, em
cálculos etc...)
Comportamento evitativo de algumas situações, podendo
restringir severamente o funcionamento geral
129. 129
Obsessões:
pensamentos ou idéias (p. ex. dúvidas), impulsos,
imagens, cenas, que invadem a consciência de
forma repetitiva, persistente e estereotipada
seguidos ou não de rituais destinados a
neutralizá-los
experimentados como intrusivos, inapropriados
ou estranhos
causa ansiedade ou desconforto acentuados
130. 130
Obsessões:
pessoa tenta resistir, ignorar ou suprimir os
pensamentos com ações ou com outros
pensamentos
não são simplesmente medos exagerados
relacionados com problemas reais
131. 131
Compulsões:
comportamentos repetitivos (p.ex.lavar as mãos,
fazer verificações), ou atos mentais (rezar,contar,
repetir palavras ou frases)
são destinados a prevenir ou reduzir o
desconforto gerado pela obsessão, prevenir
algum evento ou situação temidos e em geral não
possuem uma conexão realística ou direta com o
que pretendem evitar, ou são claramente
excessivos
132. 132
Dúvida crônica – incertezas – ações repetitivas
Perfeccionismo – definição rígida de sucesso –
“nada é suficiente”
Senso inflamado de responsabilidade
Diminuição da crítica
Lentidão para decidir
133. 133
DSM-IV-R : Funcionamento intelectual significativamente inferior à
média acompanhado de limitações significativas no funcionamento
adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidade:
comunicação, auto-cuidado, vida doméstica, habilidades sociais e
interpessoais, uso de recursos comunitários, auto-suficiência,
habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança.
O início deve ocorrer antes dos 18 anos
Desempenho intelectual, avaliado por testagem psicológica de
inteligência, com Quociente de Inteligência (QI) de aproximadamente
70 ou abaixo , acrescido de dois ou mais déficits significativos
descritos acima
134. 134
Para o CID 10 : condição do desenvolvimento mental interrompido ou
incompleto , caracterizado por prejuízo de habilidades manifestado
durante o período do desenvolvimento , contribuindo para o nível
global de inteligência(ex: capacidade cognitiva de linguagem, motora
e social)
As habilidade desenvolvem-se em graus semelhantes em cada
pessoa, entretanto no retardo mental é bastante heterogênea, e uma
determinada pessoa pode exibir discrepância de desempenho
significativas com relação as diversas habilidades
135. 135
Retardo mental leve – desempenho entre 50 e 70 em testes
padronizados de inteligência, QI (uso da linguagem é frequentemente
atrasado em graus variados, e as dificuldades da fala podem interferir
no desenvolvimento da independência)
Retardo mental moderado - desempenho intelectual entre 35 a 55 em
testes padronizados de inteligência, QI (perfis cognitivos de
capacidade variável . Ex: habilidades visoespaciais maiores do que
as de linguagem, incordenação motor com interação social moderada
- desenvolvimento da linguagem é
variável, variando da capacidade dede participar de conversas
simples à capacidade de apenas comunicar necessidades básicas
136. 136
Retardo mental severo - desempenho intelectual entre 20 - 25 e 35 –
40, QI (semelhante ao grupo moderadamente retardadoem relação
ao quadro clínico e à presença de anormalidade cerebral , bem como
incapacidades associadas)
- Marcado prejuízo motor e déficits associados
Retardo mental profundo – desempenho intelectual menos que 25 em
testes padronizados de inteligência, QI (compreensão e uso da
linguagem limitados a entender comandos simples e fazer pedidos
simples)
- Função adaptativa é variável e certas
habilidades visoespaciais , como combinar e escolher, podem ser
adquiridas através de orientação e supervisão
137. 137
• Arnold, L.E e Jensen, P.S. – Transtorno de Déficit de Atenção. In: Tratado
de Psiquiatria – Kaplan, H.I e Sadock B. Vol 3 – Porto Alegre. ArtMed 1999.
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Kaplan, H.I e Sadock B. Vol 3 – Porto Alegre. ArtMed 1999.
• Fletcher, J.M.; Lyons, G.R.; Fuchs, L.S. e Barnes, M.A. - Transtornos de
Aprendizagem - Da identificação à Intervenção. Porto Alegre - ArtMed ;
2009.
139. 139
Créditos
Profa. Dra.Cristiana Castanho Rocca
Psicóloga do Serviço de Psicologia e Neuropsicologia do IPq-
HC-FMUSP
Aulas:
“Transtorno do Déficit de Atenção e Transtornos de
Aprendizagem”
“Neuropsicologia da Depressão e Estados Ansiosos